Estimados Coordenadores de Pastoral, Leiam com atenção a entrevista, grifem o que chamou a atenção e respondam: Em que a evangelização contribui para a composição do Projeto de Vida do jovem? Quais elementos são essenciais para isso? Lutando por uma juventude participativa O repórter Marcelo Gama, do Jornal A Voz da Cidade, entrevistou um jovem coordenador da Pastoral da Juventude no sul do Estado do Rio de Janeiro/RJ. Há quanto tempo você participa da Pastoral da Juventude? Eu comecei a participar de um grupo de jovens na Comunidade Nossa Senhora da Conceição há cinco anos. Neste período, eu também articulava um grupo no Novo Surubi. Há um ano estou na Coordenação Regional de Resende. Como você vê a realidade dos jovens resendenses? A realidade dos jovens resendenses é meio torcida. A juventude sofre todos os problemas sociais existentes no Brasil. Existe também, em Resende, uma grande influência militar e burguesa sobre os jovens, procurando torná-los materialistas e acomodados. Por isso, poucos jovens participam de lutas populares. Sendo assim, a própria juventude é prejudicada. Como por exemplo, podemos citar que os jovens não lutam por melhorias no sistema de saúde, mas usam os hospitais; não lutam por melhorias na educação, mas estão matriculados nos colégios, quase sempre precários. Mas isso não é culpa de nós, jovens, e sim influência do sistema capitalista. Muitos dizem que os jovens não querem nada. Isto é verdade? Não, não é verdade. Existe, sim, uma sociedade onde o jovem não tem vez e nem voz, e que deseja que eles sejam alienados. A juventude, em geral, tem sede de justiça e de luta. Ela está presente nas comunidades, nos movimentos populares, mesmo em pequeno número, com todos os empecilhos e dificuldades. Como está o jovem brasileiro no campo de trabalho? E na educação, como ele é encarado? Olha, no trabalho o principal problema do jovem é o desemprego, provocado por várias razões. Os salários baixos são decorrência das necessidades que muitos jovens possuem de sustentar a família, pagar o colégio, falta de experiência. No campo educacional, o jovem é tratado simplesmente como um estudante, tendo como obrigação apenas estudar. Quando ele começa a questionar e procura descobrir a causa de vários problemas, muitas vezes é reprimido, recebendo respostas pouco convincentes. A educação, em geral, é fraca para as nossas necessidades. A partir destes problemas, qual é o principal objetivo da Pastoral da Juventude? QS 01 – Rua 210 – Lote 40 – 10º andar – Torre A – Edifício Taguatinga Shopping – Águas Claras CEP: 71950-904 – Brasília/ DF Tel.: (61) 2102-2152 – Fax: (61) 3352-5839 – www.marista.edu.br O nosso principal objetivo é construir e fazer brotar um novo homem e uma nova mulher em uma sociedade nova, ou seja, formar jovens capacitados para enfrentar as dificuldades que existem na sociedade e reverter esta situação. O profeta Isaías disse: “Um novo céu e uma nova terra, onde todos somos iguais”. Quais são os métodos de trabalho utilizados pela Pastoral da Juventude e como são empregados? A metodologia usada é VER, JULGAR, AGIR, REVER e CELEBRAR. Nós estamos trabalhando este método de uma maneira um pouco diferente, a partir da própria juventude. Como exemplo, podemos citar o trabalho, onde o jovem vê a sua realidade. Em cima disto ele procura julgar a razão dos fatos verificados e, em seguida, o que pode fazer para mudar a situação. Através deste método procuramos conscientizar a juventude do mundo em que vivemos. Fale um pouco da Campanha da Fraternidade de 1992, cujo tema será “Juventude: Caminho Aberto”. A Campanha da Fraternidade do próximo ano terá como tema a juventude, mas também falará da comunidade, da Igreja e da sociedade. Serão tratados vários assuntos ligados a questões políticas, sociais e econômicas da juventude. Em nossa Diocese também daremos destaque ao campo social e aos problemas que afetam os jovens como drogas, homossexualidade, álcool, prostituição etc. O caminho estará aberto, basta que nós, jovens, conquistemos este espaço. Como está a caminhada da Pastoral da Juventude até o momento? Bom, trabalhamos muito as dimensões política, mística e psicoafetiva. De um ano e meio para cá, nós estamos nos preocupando mais com a articulação do Regional, pois existiam muitos grupos desarticulados. O resultado foi uma melhora sensível. Este ano comemoramos o Dia Nacional da Juventude em Resende, mais precisamente no dia seis de outubro, que contou com quase dois mil jovens de toda a Diocese. Quantos grupos participam da Pastoral da Juventude em Resende? Em Resende existem cerca de 20 grupos de jovens espalhados pelas diversas comunidades do município. Agora estão se formando mais dois grupos: um em Engenheiro Passos e outro em Bulhões. Com esses grupos temos uma média de setecentas, oitocentas pessoas participando. Qual a mensagem que você deixa aos jovens resendenses? Eu diria aos jovens que eles devem ocupar o seu espaço. Devem participar de grupos de jovens, Comunidades de Base, associações de moradores, sindicatos ou qualquer lugar onde eles possam lutar por seus direitos e consigam uma consciência crítica da sociedade. Eu cito uma música que diz: “Nossos direitos vêm/ Nossos direitos vêm/ Se não vêm nossos direitos/ o Brasil perde também”. Por isso, jovens, lutem pelos seus ideais e participem ativamente na vida da sociedade. QS 01 – Rua 210 – Lote 40 – 10º andar – Torre A – Edifício Taguatinga Shopping – Águas Claras CEP: 71950-904 – Brasília/ DF Tel.: (61) 2102-2152 – Fax: (61) 3352-5839 – www.marista.edu.br