21 1 # O ED IÇ Ã A RUPTURA DO GLACIAR ILULISSAT Um fenômeno apavorante OÁSIS ALEMANHA DE BIKE Pedalar e conhecer a história O PODER DA IMUNIDADE COLETIVA O poder das vacinas A CURTA SINCRONIA DOS FLUXOS EMOCIONAIS NÃO EXISTE AMOR ETERNO POR LUIS PARA A PROFESSORA AMERICANA BARBARA FREDRICKSON, UMA DAS MAIORES AUTORIDADES EM EMOÇÕES, NÃO EXISTE AMOR ETERNO: ELE DURA APENAS AS FRAÇÕES DE SEGUNDO EM QUE DUAS PESSOAS SE SINCRONIZAM EM UM FLUXO EMOCIONAL PELLEGRINI EDITOR O mito do amor romântico, eterno e incondicional, tornou-se uma das mais persistentes convicções dos últimos séculos. Mas a ideia que se fazia do amor entre um par de pessoas apaixonadas uma pela outra nem sempre foi assim. Bem diferente era e continua sendo o modelo de união entre pessoas adotado por exemplo pela maior parte das culturas orientais, como a indiana e a chinesa. Nessas culturas, a noção de amor romântico simplesmente não existe. O casamento e a relação amorosa mais parece o estabelecimento de uma empresa destinada a fazer com que uma nova célula familiar funcione e dê “lucro”, traduzido na forma de filhos, netos, prestígio e riqueza para todos os membros do clã. Nas últimas décadas, também no mundo ocidental o amor romântico passou a ser mais e mais desacreditado pela experiência moderna, pela literatura e pelo cinema, e pela própria evolução dos costumes. Essa noção pode ter recebido agora um golpe mortal com o mais recente livro da OÁSIS . EDITORIAL 2/41 POR LUIS PELLEGRINI EDITOR americana Barbara Fredrickson, diretora do Laboratório de Emoções Positivas e Psicofisiologia da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA). Em Love 2.0: How Our Supreme Emotion Affects Everything We Feel, Think, Do, and Become (“Amor 2.0: Como Nossa Emoção Suprema Afeta Tudo o Que Sentimos, Pensamos, Fazemos e nos Tornamos”), lançado em 2013, Barbara, considerada uma das maiores autoridades do mundo nessa área, propõe, baseada na biologia do corpo quando o amor aflora, uma redefinição radical do conceito de amor. Em primeiro lugar, ressalta ela, o amor é uma emoção – e emoções não duram para sempre... Este é o tema da nossa matéria de capa. Confira. OÁSIS . EDITORIAL 3/41 COMPORTAMENTO NÃO EXISTE AMOR ETERNO A curta sincronia dos fluxos emocionais OÁSIS . COMPORTAMENTO 4/41 Para a professora americana Barbara Fredrickson, uma das maiores autoridades em emoções, não existe amor eterno: ele dura apenas as frações de segundo em que duas pessoas se sincronizam em um fluxo emocional. O amor depende de conexões corriqueiras no curso do dia. Mas experimentá-lo rotineiramente é essencial para a estabilidade da saúde e o bem-estar O POR EDUARDO ARAIA mito do amor romântico, eterno e incondicional, desacreditado pela experiência moderna, pela literatura e pelo cinema, pode ter recebido um golpe mortal com o mais recente livro da americana Barbara Fredrickson, diretora do Laboratório de Emoções Positivas e Psicofisiologia da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA). Em Love 2.0: How Our OÁSIS . COMPORTAMENTO Supreme Emotion Affects Everything We Feel, Think, Do, and Become (“Amor 2.0: Como Nossa Emoção Suprema Afeta Tudo o Que Sentimos, Pensamos, Fazemos e nos Tornamos”), lançado em 2013, Barbara, considerada uma das maiores autoridades do mundo nessa área, propõe, baseada na biologia do corpo quando o amor aflora, uma redefinição radical do conceito. Em primeiro lugar, ressalta ela, o amor é uma emoção – e emoções não duram para sempre. Ninguém vive permanentemente com raiva ou com medo. O amor não é a emoção continuamente presente que sustenta um casamento, nem a ansiedade da paixão juvenil ou o vínculo de sangue do parentesco. Também não existe amor individual, autônomo, isolado, pois a conexão com o outro é fundamental para a sua deflagração fisiológica. “O amor não conhece tais fronteiras”, afirma a autora. “As evidências sugerem que quando você realmente tem um ‘clique’ com alguém, uma sincronia momentânea, mas discernível, emerge entre os dois, conforme os gestos, a bioquímica e as descargas neurais, se espelhando um no outro em um padrão que denomino ressonância de positividade.” Em termos fisiológicos, o amor estaria longe de durar minutos. Na verdade, o período desse “ato único, desempenhado por dois 5/41 Quando o amor aparece, os neurônios espelhos dos envolvidas se comportam de forma peculiar. Um estudo feito com imagens de ressonância magnética pelo psicólogo Uri Hasson, da Universidade Princeton (EUA), sugere que um espelhamento pode ocorrer com frações de segundo de diferença entre quem inicia a ação e o parceiro, simultaneamente, ou como uma antecipação do que se espera que o outro faça. Qualquer um desses casos de entendimento mútuo e compartilhamento de emoções é um micromomento de amor, define Barbara. O segundo protagonista-chave é a oxitocina, o hormônio do amor e do afeto. Esse componente do ancestral sis cérebros”, como diz a psicóloga, dura frações de segundo. Trata-se de “micromomentos de ressonância de positividade”, define Barbara. Podem ser compartilhados com outra pessoa – qualquer pessoa – com quem você se conecte ao longo do dia. Há três protagonistas-chave nesse cenário. O primeiro é o cérebro, ou, mais precisamente, seus neurônios-espelhos. Eles disparam quando um animal pratica um determinado ato ou observa outro animal (em geral da mesma espécie) fazer o mesmo. Já observados em primatas, os neurônios-espelhos supostamente existem em aves e humanos. Nesses últimos há evidências de sua presença no córtex pré-motor e no lobo parietal inferior. OÁSIS . COMPORTAMENTO 6/41 tema “acalmar-se e conectar-se” dos mamíferos (oposto ao “lutar ou fugir” relacionado ao cortisol, o hormônio do estresse que afasta dos outros), age tanto no cérebro quanto no resto do corpo, estimulando as pessoas a se sentir mais confiantes e abertas a entrar em conexão. Produzida no hipotálamo, a oxitocina é liberada em enormes quantidades no sangue durante a relação sexual, mas também aparece em outros instantes de relacionamento íntimo. As pesquisas mostram que, quando a mãe ou o pai interage afetivamente com o seu bebê, olhando-o nos olhos, abraçando-o, sorrindo e brincando com ele, os níveis de oxitocina sobem sincronicamente tanto na criança como no adulto, propiciando-lhes novos micromomentos de amor. OÁSIS . COMPORTAMENTO O terceiro personagem é o nervo vago, que liga o cérebro ao resto do corpo, e em especial ao coração. Ele tem papel importante na coordenação e no apoio à experiência amorosa. “Totalmente fora da consciência, o nervo vago estimula micromúsculos faciais que melhoram a capacidade de fazer contato visual e sincronizar as expressões faciais com outra pessoa”, explica Barbara. “Ele também ajusta os pequenos músculos do ouvido médio de modo que se possa rastrear melhor a voz da outra pessoa em meio a qualquer barulho de fundo.” De forma sutil, mas com importantes consequências, o nervo vago aumenta as chances de nos conectarmos a outras pessoas e, assim, de chegarmos à ressonância de positividade. Os cientistas avaliam a força do nervo vago (o tônus va 7/41 montou a tese de que o tônus vagal é sempre estável em cada pessoa. Ela designou aleatoriamente metade dos participantes do estudo a dedicar uma hora por semana, durante vários meses, à prática da meditação budista da benignidade (loving-kindness meditation), enquanto os demais funcionavam como grupo de controle. gal) medindo a frequência cardíaca em conjunção com a frequência respiratória. Assim como o tônus muscular, quanto mais elevado for o tônus vagal, melhor: mais a pessoa será capaz de regular processos biológicos como a taxa de glicose no sangue e as inflamações, além de reduzir as chances de ocorrência de diabete, derrames e doenças cardíacas. O tônus aprimora o controle da atenção e das emoções, torna a pessoa mais amorosa e aumenta suas conexões positivas. Meditação Em uma pesquisa de 2010, Barbara Fredrickson desOÁSIS . COMPORTAMENTO Nessa prática, feita num ambiente silencioso, a pessoa repete, mentalmente, frases de carinho e de compaixão com desejos de paz, amor, força e bem-estar geral – inicialmente para si própria, a fim de interiorizar esses sentimentos, e depois para outros indivíduos. Todos os participantes tiveram seu tônus vagal medido antes e depois do treinamento. A equipe da psicóloga constatou que os praticantes da meditação elevaram seu tônus vagal, capacitando-se para viver mais momentos de amor. Atingir a almejada ressonância de positividade, portanto, não é exclusividade de casais enamorados ou da relação entre um bebê e sua mãe. Embora a intensidade certamente não seja a mesma, muitos contatos simples do cotidiano podem gerar micromomentos de amor e acarretar efeitos positivos. 8/41 “A conversa rotineira com o cônjuge, no café da manhã, ou uma bem-humorada interação com um estranho estão no limite inferior do espectro. Mas o que a ciência das emoções diz é que experiências modestas como essas, mas frequentes, são computadas em nosso bem-estar”, afirma a autora. “Certamente nos lembramos melhor das experiências superintensas, mas elas não são necessariamente mais importantes em termos da nossa saúde ou da força de um relacionamento. Partilhar uma história boba, ter orgulho do seu cônjuge, dizer ‘obrigado’, essas são as microinjeções de reforço que mantêm saudáveis a nós e aos nossos relacionamentos.” A mudança na forma de ver a situação se reflete em todo o corpo, afirma a psicóloga, pois repercute nas células que ele produz rotineiramente para substituir as antigas. A pessoa que se sente só e desconectada dos outros, por exemplo, provavelmente verá seus níveis de cortisol subirem, o que levará o sistema imunológico a alterar a forma com que os genes são expressos na geração seguinte de células brancas, tornando-as mais sensíveis ao cortisol. Isso pode acarretar mais doenças crônicas baseadas em inflamações, como problemas cardiovasculares e artrite. OÁSIS . COMPORTAMENTO “Em uma considerável medida, você orquestra as mensagens que suas células escutam, as mensagens que contam às suas células se elas devem crescer no rumo da saúde”, explica a pesquisadora. No mínimo, salienta Barbara, devemos cultivar os micromomentos de amor diariamente, sintonizando-se e conectando-se não só com as pessoas próximas, mas também com aquelas com que interagimos a cada dia. Com a multiplicação dos divórcios e a diminuição dos casamentos, mais gente corre o risco de viver a vida sem relacio 9/41 alguns deles. Hipotálamo, berço do desejo - As imagens do cérebro que mostram o amor maternal e o amor romântico em cena apresentam atividade em regiões coincidentes. As diferenças, no caso do amor romântico, começam sobretudo na estimulação do hipotálamo, região do encéfalo situada na parte central da cabeça. Seu denso agrupamento de nervos influencia centenas de funções corporais, entre elas as emoções e a atividade sexual. É ali que surge o desejo. Com ele se iluminam áreas ricas em dopamina – o neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer – nos núcleos da base (conjunto de neurônios interco namentos íntimos. Se mudarmos de atitude, perceberemos que o amor alcança mais longe do que se imagina. “Promova esses momentos como algo importante na sua vida diária e priorize-os. Você verá que ganhará não só uma plástica emocional, mas também um aprimoramento da saúde, e não será o único a conseguir a melhora; na medida em que você a produz, o outro indivíduo também a consegue. Portanto, você está espalhando bem-estar e saúde, e não apenas cultivando para si mesmo.” Orquestra neurológica Além dos neurônios-espelho, da oxitocina e do nervo vago, outros personagens influem bastante para o fenômeno do amor, segundo a ciência da emoção. Conheça OÁSIS . COMPORTAMENTO 10/41 disputam um prêmio, segundo pesquisas da antropóloga americana Helen Fisher, da Universidade de Rutgers, em New Jersey. Como o ato sexual aumenta a quantidade de testosterona, quanto mais sexo for feito, mais os amantes têm vontade de fazê-lo e mais dispostos ficam a procurá-lo. nectados com o córtex cerebral, o tálamo e o tronco encefálico), relacionados aos processos de controle motor, emoções, cognição, aprendizagem e recompensa. Andrógenos, hormônios de caça - O interesse sexual deflagra no cérebro um processo que leva à liberação, pelas glândulas sexuais, de hormônios masculinos, os andrógenos, entre os quais a testosterona. Esse fenômeno acontece tanto em homens quanto em mulheres. Estas produzem mais testosterona do que os homens quando OÁSIS . COMPORTAMENTO Orgasmo, satisfação insaciável - A sensação de êxtase proporcionada pelo orgasmo ativa 30 áreas do cérebro, entre as quais as relacionadas ao contato, à fantasia, à recompensa e à memória. Em 2011, a pesquisadora científica americana Kayt Sukel (autora de Dirty Minds: How Our Brains Influence Love, Sex and Relationships) experimentou o clímax do orgasmo num aparelho de ressonância magnética, que aparece nas imagens disseminando-se rapidamente pelo cérebro, tomando conta do córtex pré-frontal (a região que organiza pensamentos e ações em função de metas) e do córtex cingulado anterior (ligado à antecipação de recompensa, ao controle de impulsos e à emoção). Já outras áreas ficam sufocadas no processo, como o córtex orbitofrontal esquerdo (envolvido na tomada de decisões). Como o orgasmo libera o neurotransmissor serotonina (cujas funções controlam o humor e o combate à depressão) e também opiáceos (que produzem sensação de euforia), entende-se por que o sexo com a pessoa amada pode tomar as proporções de um vício. 11/41 Amígdala, juiz falho - Situadas perto do tronco encefálico e dos núcleos da base, as duas porções da amígdala do cerebelo (não confundir com as glândulas situadas na garganta) integram o sistema límbico, uma das regiões mais antigas do cérebro. Cabe a elas identificar sinais de perigo ou de risco, gerando medo e ansiedade, induzindo a pessoa à fuga ou à luta. Todo esse sistema de alarme, contudo, fica desligado, assim como as áreas do lobo frontal relacionadas a julgamento, quando se está em meio aos espasmos do amor romântico. Sem os alertas da amígdala, o cérebro apaixonado corre o risco de tomar decisões ruins. Essa deficiência aparece, por exemplo, na falta de avaliação do ciúme do parceiro e no descaso das consequências de praticar sexo sem precauções adequadas. Pele, o primeiro contato - Tocar o parceiro é um gesto que se estende por toda a vida amorosa do casal. As pesquisas revelam que aumenta a felicidade e reduz os níveis de estresse. Entretanto, segundo o psicólogo americano Dacher Keltner, da Universidade da Califórnia em Berkeley, o sexo feminino nem sempre é capaz de sentir compaixão no toque dos homens, enquanto estes em geral demoram a perceber raiva no toque das mulheres. OÁSIS . COMPORTAMENTO Como o tempo amoroso se desdobra num aprendizado de tolerância e perdão, o amor maduro tem no contato de pele dos dois parceiros uma de suas sensações emblemáticas de conforto. 12/41 AMBIENTE A RUPTURA DO GLACIAR ILULISSAT Na Groenlândia, um fenômeno geológico apavorante OÁSIS . AMBIENTE 13/41 OÁSIS . AMBIENTE 14/41 Adam LeWinter e Jeff Orlowski, ambos documentaristas, viram algo que ninguém, em toda a história, ainda tinha testemunhado: a ruptura de um gigantesco trecho do glaciar Ilulissat, na Groenlândia O VÍDEO: TRECHO DO DOCUMENTÁRIO CHASING ICE, DE ADAM LEWINTER E JEFF ORLOWSKI evento foi “mágico, miraculoso, horrível e apavorante”. Em maio de 2008, os cinegrafistas Adam LeWinter e Jeff Orlowski filmaram uma histórica ruptura do glaciar Ilulissat no oeste da Groenlândia. O evento, que teve as proporções de um verdadeiro cataclisma, durou 75 minutos. Por causa dele, o glaciar recuou cerca de 3 quilômetros. Enormes blocos de gelo do glaciar (com cerca OÁSIS . AMBIENTE de mil metros de altura, a maioria deles submarinos) se esfarelaram durante a ruptura. Quando imaginamos que o Ilulissat tem cerca de 5 quilômetros de largura, podemos ter uma ideia do que significou esse verdadeiro apocalipse testemunhado e filmado pelos cineastas. A área do glaciar envolvida no evento equivale à de toda a ilha de Manhattan! O episódio faz parte do premiadíssimo documentário Chasing Ice (À caça do gelo) produzido por LeWinter e Orlowski. Esse documentário busca provar que as mudanças climáticas atualmente em curso em nível global provocam profundos efeitos em nosso planeta. Leia mais aqui. Veja os dois vídeos abaixo. O primeiro é um trailer do documentário Chasing Ice. O segundo é a filmagem original da ruptura do glaciar Ilulissat. Trailer Chasing ice Filmagem da ruptura do glaciar Ilulissat 15/41 VIAGEM OÁSIS Na praça da Igreja Nova, Gendarmenmarkt, em Berlim ALEMANHA DE BIKE Pedalar e conhecer a história OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 16/41 Duramente bombardeadas na Segunda Guerra, Berlim, Potsdam e Dresden ainda agora estão sendo reconstruídas. Vibrantes, as três cidades alemãs são planas e escondem inúmeros tesouros históricos e culturais. Vale a pena desvendá-los de bike, numa aventura inesquecível G POR: FABÍOLA MUSARRA A metrópole é praticamente plana, o que facilita as pedaladas. Sem contar que as ciclovias em suas ruas mais importantes conduzem aos principais pontos turísticos da cidade. Se ficou interessado, uma dica: a Butterfield & Robinson disponibiliza um roteiro de bike para brasileiros. Com saídas de 15 a 20 de junho, ele começa na pulsante Berlim, de onde segue para Potsdam, Patrimônio Mundial da Unesco, e termina em Dresden. Em Berlim – O Portão de Brandemburgo é o ponto de partida da viagem. Reconstruída no final do século 18 como um arco do triunfo neoclássico, a porta dava acesso à cidade séculos atrás, quando Berlim ainda era bem pequena e circundada por muro. Hoje, é o seu mais famoso cartão-postal. Porta de Brandenburgo, Berlim osta de pedalar? O que acha de conhecer as cidades alemãs de Berlim, Potsdam e Dresden de bike? Maior cidade da Alemanha, Berlim cativa não só pelas atrações que abriga, mas também por sua fascinante história. Conhecê-la a bordo de uma bike é, sem dúvida, uma experiência única. Ainda mais nessa época do ano, quando o clima é agradável e suas sedutoras paisagens ficam ainda mais bonitas. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 17/41 Berlim, distante cerca de um quilômetro ao sul do Portão de Brandemburgo. Com prédios modernos, a praça foi alvo de muitos bombardeios durante a Segunda Guerra. Reconstruída, agora é um vibrante centro de lazer, com salas de cinema, restaurantes e bares. Como está a poucos quarteirões do Memorial do Holocausto, tente visitar esse lugar histórico. Inaugurado em 2005, é integrado por blocos de concreto cinza escuro e de alturas variadas, distribuídos em fileiras paralelas. No subterrâneo há a sala chamada “Local da Informação”, onde uma exposição retrata a perseguição e o extermínio dos judeus. Grupo de ciclistas passam diante do Muro de Berlim Checkpoint Charlie, uma das portas entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental, ainda está lá O importante marco da capital fica na Pariser Platz, no bairro central Mitte. É dessa praça que você vai pedalar até Checkpoint Charlie, um antigo posto militar na fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante a Guerra Fria, quando a cidade era dividida por um muro, o posto era usado só por membros das Forças Aliadas e diplomatas. Atualmente, é um dos locais mais visitados pelos turistas. Afinal, quem não quer tirar uma foto ao lado da placa ali existente informando “You are leaving the American sector”? Do posto, você e sua bike seguem até a Potsdamer Platz, importante ponto de interseção de tráfego no centro de OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 18/41 Ainda nesta avenida fica o Neue Wache, um prédio em estilo neoclássico onde funciona o Memorial Central da República Federal da Alemanha para as Vítimas da Guerra e da Tirania, e o prédio Zeughaus, que abriga o Museu Histórico Alemão. Após a Ponte Schlossbrücke, você dá de cara com a Ilha dos Museus. Patrimônio Mundial da Unesco, o majestoso complexo é integrado pela Catedral de Berlim, em frente à Praça Lustgarten, além de cinco museus: o Antigo, o Novo, o Pergamon, a Galeria Nacional Antiga e o Bode. À tarde, você embora de Berlim. Por isso, dê um jeito de fugir do grupo e vá conhecer outros concorridos points O imenso Memorial do Holocausto, em Berlim Seu próximo destino é o Reichstag, a sede do Parlamento Federal alemão. Com dimensões monumentais, o prédio tem muita história para contar: foi de uma de suas janelas que, em 1918, o político Philipp Scheidemann proclamou a República na Alemanha. Em 1933, um incêndio em seu interior serviu de pretexto aos nazistas para iniciar a perseguição aos seus oponentes. A Schlossbrucke, em Berlim Seguindo pela Unter den Linden, você agora vai conhecer a Ilha dos Museus. No trajeto, repare que ao longo desta avenida que se estende da Pariser Platz até a Ponte Schlossbrücke encontram-se várias atrações, como a Ópera de Berlim, a Universidade Humboldt e os Kronprinzenpalais e Prinzessinnenpalais, respectivamente os palácios do Príncipe Herdeiro e da Princesa. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 19/41 lagos e parques, com destino a Potsdam, onde vai passar os dois próximos dias. Rica em história e cultura, a cidade foi há três séculos a residência da Prússia, uma das mais suntuosas da Europa. Os reis prussianos, especialmente Friedrich Wilhelm I e seu filho Friedrich II, ergueram diversas construções na cidade e ao seu redor, transformando-a num sonho barroco. Seus sucessores complementaram a paisagem com monumentos do classicismo. Todo esse conjunto de Potsdam foi declarado Patrimônio Jardins do Palácio em Potsdam Igreja de são Nicolau, em Potsdam da cidade, como a Gendarmenmarkt, uma praça no centro onde ficam a Casa de Concertos e as catedrais Francesa e Alemã. Ao redor dela espalham-se muitas lojas e restaurantes, onde você pode almoçar e fazer compras. Dê uma esticada até o Muro de Berlim. Programa obrigatório, ele ainda agora, quando mais de 25 anos já se passaram desde a sua queda, fascina as pessoas. Em alguns pontos da cidade, é possível ver trechos da extinta construção, como em East Side Gallery (entre a Ostbahnhof e a Ponte Oberbaumbrücke), onde pinturas de artistas do mundo todo revelam acontecimentos políticos ligados ao muro. Potsdam – Depois do almoço, você vai pedalar rumo a Grunewald, um emaranhado de floresta verde-escura, OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 20/41 O simpático Kongresshotel, em Potsdam entre 1730 e 1916. Em sua estadia em Potsdam, você vai visitar alguns deles, como o palácio e os jardins do Palácio Sanssouci, a antiga residência de Frederico II, um refúgio onde o rei podia aprofundar seus conhecimentos em filosofia e artes sem as pressões da monarquia. Depois do palácio, você sua bike prosseguem por caminhos planos do majestoso parque e seus pavilhões. O almoço é na Fazenda Meierei, no parque Neuer Garten, onde deliciosas cervejas são produzidas. da Unesco em 1990. Inicialmente integrado pelos os Jardins de Sanssouci, Neuer Garten, Babelsberg, Glienicke e a Ilha Pfaueninsel com seus castelos, foi ampliado em 1992, com a incorporação do castelo e parque de Sacrow e da Igreja Heilandskirche. Em 1999, a lista ganhou mais 14 monumentos, entre eles o castelo e parque de Lindstedt, a Colônia Russa Alexandrowka, o belvedere sobre a colina de Pfingstberg, a Estação Kaiserbahnhof e o observatório no Parque Babelsberger. Hoje, o patrimônio mundial abrange cerca de 500 hectares de parques e inclui 150 edificações do período OÁSIS . VIAGEM OÁSIS A viagem segue pelo interior da floresta até o hotel, com tempo para relaxar antes de seguir pedalando rumo ao centro de Potsdam. Como o tempo é curto, procure explorar o lugar o máximo possível. Comece a caminhada na Alter Markt. Ali, no antigo estábulo Kutschstall, hoje funciona a Casa da História de Brandemburgo e Prússia. A praça vizinha, Luisenplatz, liga a barroca Rua Brandenburger Straße ao bulevar que leva à entrada do Parque Sanssouci. No centro da Marktplatz há um obelisco de 16 m de altura com retratos de grandes arquitetos de Potsdam. Atrás dessa praça fica o Neuer Markt, o novo mercado. Construída nos séculos 17 e 18, é uma das praças barrocas mais bem conservadas da Europa. 21/41 Os bike-bars, com cerveja, refrigerqnte e snacks, fazem ponto ao longo dos roteiros dos ciclistas O centro antigo de Potsdam também acolhe três antigas e lindas portas: a de Brandemburgo, a Jägertor e a Nauener Tor. É através desta última que você chega ao Holländisches Viertel, o charmoso bairro dos holandeses, com seus caprichados pátios internos, cafés, bares e galerias de arte. Se a sua agenda permitir, embarque em um dos antigos barcos a vapor da Weiße Flotte (a rota Branca). Ali são oferecidos diversos passeios, desde cruzar as águas da cidade até o que conduz a Glienicker Brücke, a ponte que liga Potsdam a Berlim e sobre a qual era feita a troca de espiões e agentes secretos entre o lado ocidental e o lado oriental até os anos de 1980. Também não deixe de conhecer Babelsberg, uma das mais antigas metrópoles cinematográficas da Europa – ali foram produzidos mais de três mil filmes para o cinema e a televisão. Entre março e outubro, o local abre suas portas aos turistas. Pela manhã, você segue em direção à borda ocidental da Floresta Spree. As incessantes mudanças da paisagem vão se revezar no trajeto até revelar um campo pontilhado por bosques e pequenos rios prateados, um local per- OÁSIS . VIAGEM OÁSIS feito para um piquenique. Na hora de voltar a Potsdam, você tem duas opções: pedalar pelo caminho mais longo percorrendo a reserva Spreewald, ou seguir pela rota mais curta, indo direto para o hotel, com tempo livre para desfrutar do SPA ou passear pelas ruas de Potsdam. Lembre-se que elas guardam inúmeros tesouros. Saxônia – É chegada a hora de se despedir da bucólica Potsdam. A saída em direção ao sudoeste tem como des 22/41 1904 e 1908. Já a torre oriental data dos séculos 14 e 15. Ao circular pela cidade, repare também no conjunto de sinos de porcelana na torre da igreja gótica Frauenkirche, cujo som encanta a todos desde 1929. Já na Igreja Nikolaikirche encontram-se as maiores figuras produzidas em porcelana de Meissen. Não é à toa que você vai ouvir falar muito dessas delicadas peças por aqui – a cidade é sede da fábrica que é internacionalmente famosa pela produção da porcelana Meissen. Uma 'schack', casa de campo tradicional, em madeira, em Potsdam O castelo Albrechtsburg tino o Vale do Elba, na Saxônia, tradicional região produtora de vinhos. Tem, inclusive, uma rota turística privilegiando seus bonitos vinhedos. O percurso sob duas rodas é feito em uma ciclovia plana que se estende ao longo das margens do Rio Elba, com parada em Meissen, onde o Castelo Albrechtsburg impera soberano. Pode acreditar, essa construção de estilo gótico merece a visita. Além da visão panorâmica que proporciona do Elba, é considerado o primeiro castelo construído no país e abriga museus e coleções, como a de porcelana. Berço da Saxônia, a cidade de belíssima arquitetura é repleta de encantos, como a catedral gótica de Meissen, de torres desiguais: as ocidentais só foram concluídas entre OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 23/41 À noite, os fervilhantes barzinhos do bairro Neustadt, na cidade nova, são invadidos por dezenas de universitários. Já o centro antigo da cidade é palco de festivais de cinema, dança e música, atraindo pessoas de diferentes nacionalidades. Apesar de ainda estar sendo reconstruída, Dresden faz jus ao título de Florença do Elba, pelo grande conjunto de belezas artísticas e naturais que concentra. Seus floridos parques são um convite para as caminhadas, enquanto as ciclovias ao longo do Rio Elba também servem de palco para corridas e para a prática de skate. Um cervo atravessa a estrada nas proximidades de Dresden Dresden Dresden – Capital da Saxônia, Dresden é a parada seguinte. Em uma ciclovia plana, você vai pedalar pelo coração dessa graciosa cidade da Alemanha, agora reconstruída dos tempos de guerra. A maioria de seus monumentos foi erguida nos séculos 17 e 18, pelo príncipe Augusto, o Forte, como o Palácio Zwinger e as igrejas de Frauenkirche e Hofkirche. Durante a Segunda Guerra, muitos deles formam danificados – alguns foram reerguidos, outros sumiram para sempre. Desde a reunificação alemã, Dresden é intensamente reconstruída, restaurada e transformada. Efervescente, abriga a Ópera Semper, diversas as galerias de arte e museus – o da Abóbada Verde e o histórico Deutsches Hygienemuseum são alguns deles. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 24/41 Uma das muitas cervejarias na rota das bicicletas, nas cercanias de Dresden fazer o check-out no hotel, aproveite para explorar mais a burburante Dresden. Auf Wiedersehen! Em média, você vai percorrer 40 km por dia. O roteiro inclui hospedagem com café da manhã, oito refeições acompanhadas de vinho, guias, van de apoio, tours e entradas, bicicleta hibrida ou racing com guidão curvado, mapas detalhados, sugestões de rotas e transporte do início ao fim da viagem. Custa US$ 5.795 por pessoa em quarto duplo e pode ser adquirida na Mixtur Viagens e Turismo, tel. (11) 3246-2999. Ainda em Dresden, você e sua bike vão partir do centro da cidade, seguindo o caminho para Elba ao longo o rio. Se preferir, pode ir pela a Suíça da Saxônia, a Sächsische Schweiz, uma extensa reserva natural que se estende até a fronteira tcheca. Como companhia terá fascinantes paisagens ora tingidas por pitorescas formações rochosas de arenito, penhascos e cavernas, ora por ravinas profundas. O passeio segue ao longo da costa, onde acontece uma travessia de balsa. No retorno a Dresden, a aventura é coroada com um jantar de despedida. Depois de seis dias, o sonho chega ao fim. Se não tiver de OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 25/41 Ponte Alexandre III, no coração de Paris Air France e KLM têm tarifas promocionais A Air France e a KLM têm uma boa novidade: respectivamente a Wild Online Wednesday e a Promo 3 D, duas promoções que entram no ar todas as quartas-feiras de março, dias em que são oferecidas passagens aéreas com tarifas especiais para alguns destinos da Europa. Eles mudam a cada semana, ficando disponíveis para compra por três dias. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 26/41 Cerejeiras em flor na capital Washington A novidade fica por conta do Anacostia River Festival, que acontece no dia 12 de abril, no Anacostia Park. O evento mescla atividades de arte com saúde, meio ambiente, recreação e esportes, como canoagem, caiaque e ciclismo. Para conhecer a programação completa acesse, www.nationalcherryblossomfestival.org Festival das Cerejeiras nos Estados Unidos Considerado a maior celebração da primavera dos Estados Unidos, o National Cherry Blosson abre a temporada de eventos e festivais na região formada pela capital Washington e os estados de Maryland e Virginia. O festival acontece em Washington até o dia 12 de abril. Sua programação inclui diversas atividades, a maioria gratuita, como desfiles de rua, queima de fogos e exercícios ao ar livre, além de promoções em hotéis, restaurantes e atrações em toda a cidade. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 27/41 Superclub Breezes, nas Bahamas Lua de mel nas Bahamas e com desconto Essa é para os casais que estão planejando passar as férias ou curtir a lua de mel nas Bahamas: o Breezes Bahamas está dando 30% de desconto para as reservas feitas em seu site até o dia 27 de março. A promoção vale para diárias adquiridas até 30 de setembro, com o mínimo de duas noites de estadia. O resort all-Inclusive possui quadra de tênis, vôlei de praia, parede de escalada, caiaque e windsurfe, além de quatro restaurantes. Aos sábados, os hóspedes são brindados com um jantar na praia. Informações: www.breezes.com OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 28/41 O incrível mar de Bora Bora Já o segundo oferece uma diária e um day use em Papeete, três diárias com meia pensão em Moorea e três diárias com meia pensão em Bora Bora, traslado de chegada e saída e o bilhete interno (Papeete, Moorea e Bora Bora). A Polinésia Francesa também é famosa pelo casamento polinésio, cerimônia típica, com trajes tradicionais e troca de tiaras de flores entre os noivos. Na ilha, os casamentos não têm valor legal, mas os muitos hotéis locais se encarregam de torná-los possíveis. Esse serviço também ser adquirido na CVC, que oferece ainda uma lista de casamento, possibilitando que amigos e familiares contribuam com cotas para custear a viagem do casal. Informações: www.cvc.com.br Casamento dos sonhos na Polinésia Francesa “Tahiti e Bora Bora” e “Tahiti, Moorea e Bora Bora” são os dois novos roteiros da CVC, para casais que sonham em casar ou renovar os votos matrimoniais na Polinésia Francesa, um paraíso no meio do Oceano Índico. Com duração de nove dias, o primeiro inclui seis diárias com meia pensão em Bora Bora e uma diária e um day use em Papeete, capital da Ilha do Tahiti, traslado de chegada e saída e o bilhete interno (Papeete a Bora Bora). OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 29/41 Trecho da Praia do Forte, na Costa dos Coqueiros, Bahia Para alegrar a Páscoa da garotada Vai viajar com a família na Semana Santa? O Tivoli Ecoresort Praia do Forte pode ser uma boa. Entre 29 de março e 5 de abril, está com uma programação especial para a garotada, incluindo uma divertida busca pelos ovos de Páscoa ao ar livre com a Turma do Jornaleco, mascotes infantis do hotel. Para os adultos, o resort oferece SPA, com salas de terapias, espaços de relaxamento, academia, piscina, mergulho e pesca, além de aulas de ioga, dança. Com 12 quilômetros de areias brancas e 30 hectares de jardins, possui oito piscinas, campo de futebol, quadras de tênis e de vôlei de areia, anfiteatro e quatro restaurantes. Na Semana Santa as diárias do pacote de no mínimo quatro noites custam a partir de R$ 1.300 e incluem hospedagem em apartamento duplo, café da manhã e jantar com bebidas não alcoólicas. Informações: www.tivolihotels.com/pt/hoteis/bahia/tivoli-ecoresort-praia-do-forte/o-hotel.aspx OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 30/41 Panorama do Castelo Parque Aquático, em Cesário Lange, São Paulo dimento tem nas divertidas atrações aquáticas o seu ponto alto. O Half Pipe é uma delas. Com 12 m de altura, é similar a uma rampa de skate, onde a descida em dupla é feita em boia. Outras atrações são o Rio de Correnteza, o Lago do Tubarão e as piscinas com cascata, de Ondas e de Bolhas, cujas águas proporcionam relaxantes massagens. Feriadão na água Para quem gosta de adrenalina, há vários toboáguas: desde o de 6 m de altura com descida em caracol até o radical de 21 m de altura e 60 m de descida, além de outros dois toboáguas, o azul com 6 m altura, e o vermelho com 9 m de altura. Para os bebês e crianças de pouca idade, o parque oferece duas piscinas de 60 cm de profundidade. Informações: www.casteloparkaquatico.com.br Se você quer curtir o finzinho do calor e se divertir com os pimpolhos, o Castelo Park Aquático é uma opção. Como fica em Cesário Lange, a 140 km da capital paulista, dá para você ir e voltar no mesmo dia. Se preferir passar o feriadão da Semana Santa por lá, pode se hospedar no hotel do parque. Com equipe permanente de monitores, praça de alimentação, restaurante, lanchonete, vestiários, guarda-volumes, ambulatório e estacionamento gratuito, o empreenOÁSIS . VIAGEM OÁSIS 31/41 Azul Viagens abre loja em São Paulo Desde o dia 9, os paulistanos podem conhecer os destinos turísticos do Brasil e do Exterior da Azul Viagens na primeira loja aberta pela operadora na capital paulista. Anote: ela atende no Shopping Tietê. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 32/41 Seu cachorro já pode viajar na Gol tado de saúde do animal. Este último precisa ter validade para dez dias e ser apresentado no embarque no máximo 72 horas após sua emissão. Mais detalhes no link: www.voegol. com.br/pt-br/viaje-sem-duvidas/ viaje/passageiros-especiais/Paginas/ animais-de-estimacao.aspx Gol libera embarque de bichos de estimação Cães e gatos já podem viajar na cabine de passageiros da companhia aérea em voos domésticos. Para isso, é preciso cumprir alguns requisitos, como o animal ter idade mínima de quatro meses e estar acomodado dentro de uma caixa de transporte própria. Na hora do check-in, o dono deve apresentar o comprovante de vacina contra a raiva, aplicada há mais de 30 dias e menos de um ano da data do embarque, e o atesOÁSIS . VIAGEM OÁSIS 33/41 Pousada Maravilha, em Fernando de Noronha Novos membros do Hotels & Sports As pousadas Maravilha e Vila Itaqui são as mais novas associadas do e-group Hotels & Sports, responsável pela promoção de pousadas e hotéis de charme no Brasil e que também atua nos segmentos de ecoturismo e esportes náuticos. A Pousada Maravilha fica na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha (PE). Com cinco bangalôs para casais e três apartamentos de luxo para famílias, conta com piscina de borda infinita, varandas amplas, SPA e restaurante. Já a Pousada Vila Itaqui, na Praia do Itaqui (PI), está próxima ao Delta do Parnaíba, o arquipélago formado por mais de 70 ilhas, dunas e lagoas. Disponibiliza escola de kitesurfe, piscinas, espaços de relaxamento, restaurante e bar. Seus bangalôs com varandas de frente para o mar têm ar-condicionado e frigobar. Informações: www.egroup.net.br (*) Correspondência para esta seção: https://fabiolamusarra.wordpress.com/ OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 34/41 OÁSIS . SAÚDE SAÚDE O PODER DA IMUNIDADE COLETIVA O poder das vacinas 35/41 Há um conceito chamado “imunidade coletiva”. É a vacinação em massa de uma comunidade, de modo que se interrompa a cadeia de infecção. A especialista em saúde Romina Libster nos mostra como a imunidade coletiva evitou um surto de H1N1 em sua cidade natal R VÍDEO: TED – IDEAS WORTH SPREADING TRADUÇÃO: FERNANDO GONÇALVES. REVISÃO: FABRICIO CASSILHAS omina Libster, cientista médica, investiga a gripe e outras moléstias respiratórias provocados por vírus, com foco em vacinas que efetivamente impeçam a dispersão desses agentes infecciosos. Romina Libster é pesquisadora do Conselho Nacional de Ciência e tecnologia, em Buenos Aires, Argentina. OÁSIS . SAÚDE A cientista médica Romina Libster 36/41 Vídeo integral da palestra de Romina Libster OÁSIS . SAÚDE 37/41 Tradução integral da palestra de Romina Libster Um dos primeiros pacientes que eu atendi como pediatra foi Sol, uma linda bebê de um mês de vida que deu entrada com sinais de infecção respiratória grave. Até então, eu nunca tinha visto um paciente piorar tão rápido. Em dois dias, ela estava ligada a um respirador e no terceiro dia ela morreu. Sol tinha coqueluche. Após discutir o caso, e passar por uma catarse angustiante, eu lembro que o meu chefe-residente disse: “Tudo bem, respire fundo. Lave o rosto. Agora vem a parte mais difícil. Temos que falar com os pais.” Naquele momento, milhares de questões vieram à minha mente: “Como uma bebê de um mês de vida pode ser tão infeliz?” “Poderíamos ter feito algo a respeito?” Antes de existirem as vacinas, várias doenças infecciosas matavam milhões de pessoas por ano. Durante a epidemia de gripe de 1918, 50 milhões de pessoas morreram. Isso é mais do que a atual população da Argentina. Talvez os mais velhos se lembrem da epidemia de pólio que ocorreu na Argentina em 1956. Naquela época, não existia vacina disponível contra a pólio. As pessoas não sabiam o que fazer, estavam desoladas. Elas pintavam as árvores com cal. Colocavam bolsinhas de cânfora nas roupas íntimas das crianças, como se isso pudesse ajudar. Durante a epidemia de pólio, milhares de pessoas morreram. E milhares de pessoas ficaram com danos neurológicos graves. Eu sei disso porque li a respeito, pois graças às vacinas, minha geração teve a sorte de não viver uma epidemia tão terrível quanto essa. te preveníveis, mas para que isso aconteça, algo deve ser feito. Você precisa se vacinar. Eu imagino que a maioria, se não todos que estão aqui hoje, foi vacinada em algum momento da vida. Agora, eu não tenho tanta certeza se muitos de nós sabemos quais vacinas ou reforços deveríamos receber depois da adolescência. Você já se perguntou, quem estamos protegendo quando nos vacinamos? O que eu quero dizer com isso? Existe algum outro efeito além da nossa própria proteção? Deixe-me mostrar algo. Imagine por um momento que nós estamos numa cidade que nunca teve um caso de uma doença em particular, como, por exemplo, o sarampo. Isso significa que ninguém na cidade teve contato com a doença. Ninguém tem defesas naturais nem foi vacinado contra o sarampo. Se um dia, uma pessoa com sarampo aparecer na cidade, a doença não encontrará muita resistência. Ela começará a ser transmitida de pessoa para pessoa e, em pouco tempo, se disseminará por toda a comunidade. Depois de um tempo, grande parte da população As vacinas são um dos grandes feitos da saúde pública do século 20. Depois da água potável, elas são as intervenções que mais reduziram a mortalidade, mais até do que os antibióticos. As vacinas erradicaram doenças terríveis do planeta, como a varíola, e conseguiram reduzir, significativamente, a mortalidade causada por outras doenças, como o sarampo, coqueluche, pólio, entre outras. Todas essas doenças, estão dentro do grupo de doenças consideradas imunopreveníveis. O que isso quer dizer? Que elas são potencialmenOÁSIS . SAÚDE 38/41 Tradução integral da palestra de Romina Libster estará doente. Isso acontecia quando não existiam as vacinas. Agora, imagine o caso totalmente oposto. Estamos numa cidade, onde mais de 90% da população têm defesas contra o sarampo, o que significa que já tiveram a doença e desenvolveram defesas naturais, sobreviveram ou foram imunizados contra o sarampo. Se um dia, uma pessoa com sarampo aparecer na cidade, a doença encontrará maior resistência e não será transmitida facilmente de pessoa para pessoa. A disseminação, provavelmente, será contida e um surto de sarampo não ocorrerá. Preste atenção a isto: As pessoas que estão vacinadas não estão apenas se protegendo, mas ao impedir a disseminação da doença, dentro da comunidade, estão, indiretamente, protegendo as pessoas dessa comunidade que não estão vacinadas. Elas criam uma espécie de escudo protetor que as protegem de entrarem em contato com a doença, assim elas estão protegidas. Esta proteção indireta, que as pessoas não vaci- nadas dentro da comunidade recebem simplesmente por estar cercadas por pessoas vacinadas, se chama imunidade coletiva. Muitas pessoas na comunidade dependem, quase que exclusivamente, dessa imunidade coletiva para se proteger contra doenças. Essas pessoas não são desenhos num gráfico. Elas são nossos sobrinhos, nossos filhos que talvez sejam muito novos para ter tomado as primeiras vacinas. São nossos pais, nossos irmãos, nossos conhecidos que talvez tenham uma doença ou tomam remédios que diminuem suas defesas. Existem também pessoas que são alérgicas a uma determinada vacina. Elas poderiam estar entre nós, qualquer um que foi vacinado, mas que a vacina não produziu o efeito esperado, porque nem todas as vacinas são 100% efetivas. Todas essas pessoas dependem, necessariamente, da imunidade coletiva para se proteger contra doenças. Para conseguir o efeito da imunidade coletiva, é necessário que uma porcentagem da população esteja vacinada. Esta porcentagem é chamada de limiar. O limiar depende de muitas variáveis: das características dos germes; das características das respostas imunes geradas pela vacina. Mas todas elas têm algo em comum: Se a porcentagem da população em uma comunidade que está vacinada estiver abaixo desse número limiar, a doença começará a ser transmitida livremente e poderá gerar um surto dentro da comunidade. Mesmo doenças que, de certo modo, estavam controladas podem reaparecer. Isso não é só uma teoria. Isso aconteceu e ainda acontece. Em 1998, um pesquisador britânico publicou um artigo em uma das mais importantes revistas de medicina, dizendo que a vacina tríplice viral, dada contra o sarampo, caxumba e rubéola, estava associada ao autismo. Isso gerou um impacto imediato. As pessoas pararam de se vacinar e de vacinar seus filhos. E o que OÁSIS . SAÚDE 39/41 Tradução integral da palestra de Romina Libster aconteceu? O número de pessoas vacinadas, em muitas comunidades pelo mundo, caiu abaixo desse limiar. E houve surtos de sarampo em várias cidades do mundo, nos Estados Unidos, na Europa. Várias pessoas adoeceram. Pessoas morreram de sarampo. O que aconteceu? Esse artigo também gerou uma grande comoção na comunidade médica. Dezenas de pesquisadores começaram a avaliar se isso era verdade. Não apenas ninguém encontrou uma relação entre a vacina tríplice viral e o autismo em termos populacional, mas também foi descoberto que o artigo possuía alegações incorretas. Mais do que isso, era fraudulento. Era fraudulento. Na verdade, a revista se retratou publicamente pelo artigo em 2010. Uma das principais preocupações e desculpas para não se vacinar são os efeitos colaterais. As vacinas, como outros medicamentos, podem ter efeitos colaterais. A maioria é leve e temporário. Mas os benefícios são sempre maiores do que as possíveis complicações. Quando estamos doentes, queremos melhorar rápido. Muitos de nós aqui, tomamos antibióticos quando temos uma infecção, tomamos anti-hipertensivos quando nossa pressão está alta, tomamos remédios para o coração. Por quê? Porque estamos doentes e queremos melhorar rápido. E não questionamos isso. Por que é tão difícil pensar em prevenção de doenças e nos cuidarmos quando estamos saudáveis? Cuidamos de nós quando estamos doentes ou em situações de perigo iminente. trabalhava como pediatra em domicílio para uma operadora de plano de saúde. Eu lembro que o meu turno começava às 8h, e às 8h já tinha uma lista de 50 visitas agendadas. Era um caos. Ninguém sabia o que fazer. Me lembro dos tipos de pacientes que eu examinava. Eram um pouco mais velhos do que aqueles que costumávamos ver no inverno, com quadros de febre mais prolongados. E lembro de ter comentado com o meu orientador, e ele também ouviu de um colega, sobre o grande número de mulheres grávidas e adultos jovens sendo hospitalizados na UTI com quadros de difícil tratamento. Naquele momento, procuramos entender o que estava acontecendo. Na segunda-feira, pegamos o carro e fomos para um hospital na Província de Buenos Aires que era referência para os casos do novo vírus influenza. Chegamos ao hospital, e estava lotado. Toda a equipe de saúde estava Eu creio que a maioria dos que estão aqui, se lembra da pandemia de gripe A que eclodiu em 2009 na Argentina e no mundo todo. Quando os primeiros casos vieram à tona, nós, aqui na Argentina, estávamos entrando no inverno. Não sabíamos absolutamente nada. Estava um caos. As pessoas usavam máscaras nas ruas, corriam às farmácias para comprar álcool em gel. Formavam filas nas farmácias para se vacinar, mesmo sem saber se estavam tomando a vacina correta que as protegeria contra o novo vírus. Não sabíamos absolutamente nada. Naquela época, além da minha bolsa de estudos na Fundação INFANT, eu OÁSIS . SAÚDE 40/41 Tradução integral da palestra de Romina Libster vestida com roupas de biossegurança, tipo NASA. Nós tínhamos máscaras para o rosto no bolso. Eu, hipocondríaca, não respirei por duas horas. Mas podíamos ver o que estava acontecendo. Imediatamente, começamos a entrar em contato com pediatras de seis hospitais na capital e na Província de Buenos Aires. Nosso principal objetivo era descobrir como esse novo vírus se comportava em contato com as nossas crianças, Um trabalho desgastante. Em menos de três meses, conseguimos ver quais características tinha este novo vírus H1N1 nas 251 crianças internadas nos hospitais por causa dele. Podíamos ver quais crianças que mais adoeciam: crianças abaixo dos quatro anos, especialmente aquelas menores de um ano; pacientes com doenças neurológicas; crianças com doenças pulmonares crônicas. Identificar esses grupos de risco foi muito importante para poder inclui-los como grupos prioritários nas recomendações da vacina contra a gripe, não apenas aqui na Argentina, mas também em outros países onde a epidemia ainda não tinha chegado. Um anos depois, quando a vacina contra a epidemia do vírus H1N1 estava disponível, quisemos ver o que tinha acontecido. Depois de uma enorme campanha de vacinação, destinada a proteger os grupos de risco, esses hospitais, com 93% dos grupos de risco vacinados, não receberam mais nenhum paciente por causa da pandemia do vírus H1N1. (Aplausos) Em 2009: 251. Em 2010: zero. A vacinação é um ato de responsabilidade individual, mas tem um grande impacto coletivo. Se eu me vacino, não estou apenas me protegendo, mas também protegendo os outros. Sol tinha coqueluche. Sol era muito jovem e ainda não tinha tomado a primeira vacina contra a coqueluche. Mesmo assim, ainda me pergunto, o que teria acontecido se todos, ao redor de Sol, tivessem sido vacinados. OÁSIS . SAÚDE 41/41