INDICADORES Brasil Econom ico Ações da OGX ON (em R$) 0,81 0,81 0,77 0,70 0,69 www.brasileconomico.com.br 21/08 22/08 23/08 26/08 27/08 PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . QUARTA-FEIRA 28 DE AGOSTO DE 2013 . ANO 5 . Nº 1.004 . R$ 3,00 Eletrobras tenta estancar sangria de R$ 1,2 bi por ano As seis empresas que abastecem estados do Norte e Nordeste que ficaram sob o controle da estatal após a privatização tiveram, no primeiro semestre, prejuízo de R$ 645 milhões, provocado por altos níveis de inadimplência e ingerência política. A Eletrobras busca agora um modelo de venda para reduzir as perdas. P17 Marcello Casal Jr./ABr BNDES não teme calote de Eike Segmento que mais cresceu em receita em 12 meses (18%), principalmente no Nordeste, está desbancando os modais aéreo e rodoviário. O seu desempenho supera até mesmo serviços de peso na atividade econômica, como os prestados às famílias e o de comunicações. P4e5 Rio negocia com empresas criação de polo O projeto tocado pela Secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico prevê a unificação das compras e a instalação de fornecedores em Cabo Frio, por onde também entrariam as peças importadas, que hoje chegam por Campinas. P12e13 Divulgação O ministro convocou ontem os bancos privados a participar dos financiamentos de infraestrutura, junto com as instituições públicas. P20 Transporte aquaviário cresce acima da média do setor TURBINAS Em audiência no Senado, Luciano Coutinho, presidente do banco, disse acreditar que as empresas que comprarão os negócios do grupo X vão honrar as dívidas. Até agora o desembolso foi de R$ 6 bilhões. P14e15 Mantega pede crédito para concessões SERVIÇOS AUTO Eficiência energética está na ordem do dia das montadoras, que testam modelos como o elétrico Twizzy. P19 SÍRIA Ataque iminente dos EUA após massacre mobiliza mundo e derruba bolsas. P29 CÂMBIO Estudo mostra que alta do dólar não altera o perfil das exportações brasileiras. P9 PONTO FINAL Eduardo Saboia resolveu dois problemas com uma tacada só no episódio Bolívia. P32 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 MOSAICO POLÍTICO GILBERTO NASCIMENTO [email protected] PATRIOTA NÃO AVISOU DILMA “ O Congresso vai colocar o Brasil acima de disputas políticas e disputas partidárias” A demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi decidida por que ele não avisou a presidente Dilma Roussef sobre a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina. A presidente soube do fato e esperou que o ministro ligasse. Como não veio o telefonema, tomou a decisão. Patriota soube da fuga depois de ter ocorrido. Mas não avisou imediatamente a presidente. Ela ficou sabendo por outras vias. Depois, ligou para ele. Inicialmente, o governo brasileiro recebeu a informação de que o senador estaria em um hospital em Campo Grande (MS). O boliviano foi procurado na cidade, mas não encontrado. Nos momentos seguintes à descoberta da operação, quem esteve o tempo todo ao lado de Dilma foi o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Antonio Cruz/ABr presidente do Senado, ao receber a presidente Dilma Rousseff Caiado irritado O líder da bancada do DEM, Ronaldo Caiado (GO), estava irritado ontem com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pelo fato de ter sido cancelado debate da comissão geral, hoje, em plenário da Câmara, para discutir o programa Mais Médicos. A discussão foi transferida para a próxima quarta-feira, dia 4. Padilha estaria no debate. Divulgação “Governo sabota discussão”, diz deputado Quebra de hierarquia Bom negociador Embaixador punido Para o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), o Itamaraty não podia manter um embaixador com postura ideológica contrária ao governo da Bolívia, com o qual o País mantém boas relações. “Houve quebra de hierarquia”, diz o senador. Especialista em meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o novo ministro dasRelaçõesExteriores,Luiz Alberto Figueiredo, é considerado um excelente negociador e, segundo governistas, tem “clareza sobre o papel político do Itamaraty”. O embaixador Marcel Biato, que ajudou na fuga do senador na Bolívia, já foi punido. Não deve mais seguir para a Suécia, para onde havia sido indicado. A mensagem que estava no Senado para analisar e aprovar sua indicação, já foi retirada. CARTAS Renan Calheiros (PMDB-AL), Pedro Ladeira/AFP Oministro nãofoi chamado para tomar decisão sobre o assunto – ressaltam governistas -, por não ser a sua área. Mas não deixou de marcar presença ao lado da presidente. Isso é mais uma evidência de que ele — que deve ser o indicado para concorrer ao cargo de governador em São Paulo pelo PT — está cada vez mais fortalecido no governo. O ministro da Defesa, Celso Amorim, também foi chamado no momento. Dilma manifestou irritação com Patriota. Já estava contrariada com ele há muito tempo, por vários motivos. Dessa vez, não admitiua realização dessa operação sem seu conhecimento e aprovação – e também do próprio ministro. Outras decisões do ex-ministro provocaram contrariedade em Dilma, como a demora na manifestação do Itamaraty contra a decisão de governos europeus de negar o pouso ao avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, em julho. O adiamento foi decidido depois que os líderes da base governista decidiram ouvir o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) e o deputado Rogério Carvalho (PT-SE), presidente e relator da comissão que analisa a MP 621/13, que institui o Mais Médicos. “O ministro da Saúde agora agenda a Câmara. Não quer a reunião. O governo está sabotando a discussão”, reclamava. Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). E-mail: [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Questões sobre ICMS não são esclarecidas Reforma tributária para desoneração de preços Empresas privadas trabalham com objetivos próprios Infelizmente, o governo federal não esclarece a população sobre as reais dificuldades de se chegar a um acordo sobre as alíquotas do ICMS. O pouco que estudei em Direito Tributário tive noção dos embates contra os estados para se reduzir as alíquotas. Nesse caso, não caberia PEC, mesmo sabendo que poderá ser derrotada no Congresso? O Brasil precisa, com urgência, de uma ampla reforma tributária, não só para desonerar os preços dos produtos, mas, especialmente, a nossa remuneração dos absurdos 27,5% do imposto de renda. Qual o motivo dos produtos brasileiros serem tão caros, chegando até a ser 5 vezes mais elevados do que os preços nos Estados Unidos? Empresas privadas nem sempre trabalham afinadas com as necessidades do país, já que, na maioria das vezes, os custos de concessões são altos. As concessionárias não são salvadoras da pátria. Diga-se de passagem o serviço do metrô de São Paulo é o mais eficiente das Américas e o fato de ser público não quer dizer que seja ruim. Jurandir Cavalcante Carlos Pereira Júnior Luis São Paulo, SP Brasília, DF Via site INDICADORES A aversão ao risco tomou conta dos mercados por conta da expectativa de que potências ocidentais organizem um ataqaue contra a Síria, em resposta a utilização de armas químicas. TAXAS DE CÂMBIO ▼ Dólar comercial (R$ / US$) COMPRA VENDA 2,3675 2,3683 ▼ Euro (R$ / E) 3,1681 3,1719 JUROS ■ Selic (ao ano) META EFETIVA 8,50% 8,40% BOLSAS ▼ Bovespa - São Paulo ▼ Dow Jones - Nova York ▼ FTSE 100 - Londres VAR. % ÍNDICES 2,60% 50.091 1,14% 14.776.13 0,79% 6,440.97 Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 3 ▲ BRASIL Divulgação ÉTICA Garibaldi advertido por usar avião da FAB A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu advertir o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, por ter usado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar de Fortaleza ao Rio de Janeiro e assistir à final da Copa das Confederações, disputada em 30 de junho, entre Brasil e Espanha, no Estádio do Maracanã. ABr Editor: Paulo Henrique de Noronha [email protected] Centrais sindicais atravessam crise de representatividade Preparando mais uma paralisação geral no dia 30, pulverização do movimento sindical diminui seu poder e sindicatos são utilizados como trampolim político. Sindicalista vê relação com o PT ruim para os trabalhadores ABr André Pires [email protected] São Paulo Pela segunda vez desde que a população brasileira decidiu se mobilizar nas ruas por um país melhor, as centrais sindicais preparam uma paralisação geral para defender uma pauta trabalhista. Depois da pequena repercussão do ato do dia 11 de julho, os sindicalistas querem provocar um impacto maior na sexta-feira, dia 30, com o Dia Nacional de Mobilização e Luta. No entanto, mais uma vez a adesão parece longe do esperado pelos dirigentes. A crise de representatividade pelas instituições sindicais é cada vez mais evidente. Entre os próprios líderes há divergências de ideias e uma aliança considerada perigosa com partidos políticos. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), há 12 centrais sindicais com registro efetivo, reunindo 7.643 sindicatos filiados. No fim de 2012, mais de 15 mil sindicatos tinham seu registro ativo junto ao MTE. Ou seja, muitos não tem relação com alguma central. Apesar dessa pulverização, o controle fica nas mãos de poucos: a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical representam 51% dos sindicatos. “Acredito que seria melhor ter uma central só para reunir as pautas trabalhistas, mas a vida não é como a gente quer. Para superar isso criamos os fóruns das centrais, que buscam uma unidade para grandes atos, como no próximo dia 30”, comenta Wagner Gomes, líder da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Dois grandes problemas atingem o movimento sindical, a relação íntima das centrais com parti- Três pautas trabalhistas serão priorizadas na paralisação do dia 30: o fim do fator previdenciário, mudanças na PL 4330 (terceirização) e a redução da jornada de trabalho para 40 horas As centrais conseguem construir pautas de consenso, mas têm muitas divegências que dificultam a realização de grandes mobilizações dos políticos, como sempre existiu na história dessas entidades no Brasil, e a criação de sindicatos “fachadas” para abocanhar as verbas sindicais dadas pelo governo. A primeira crise é evidenciada em todos os encontros das centrais. A CUT, que conta com os líderes ligados ao PT, procura sempre amenizar as críticas ao governo federal, o que irrita as outras centrais, algumas delas ligadas a partidos de extrema esquerda. “O governo do PT levou algumas centrais a deixar de representar os trabalhadores. Elas são muito ligadas ao governo e dependem do financiamento do estado. Com isso, não colocam o real peso que a reivindicação deveria ter. A central precisa escolher um lado”, critica Zé Maria, presidente da CSP/ Conlutas, que é ligada ao PSTU. A criação de sindicatos tem sido combatida pelo governo com mais normas restritivas. No entanto, os sindicatos continuam sendo De centro-esquerda, o PSDB tenta há alguns anos se aproximar do movimento sindical. Em 2011, os tucanos paulistas chegaram a criar uma divisão sindical, mas o projeto não decolou um trampolim político para os dirigentes. Candidaturas de líderes sindicais ganham força a cada eleição. “Eles conseguem a representatividade política pagando uma campanha caríssima. Eles não representam os trabalhadores, mas possuem um poder econômico decisivo para a eleição com a verba sindical”, enfatiza Paulo Baía, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro. PULVERIZAÇÃO DE CENTRAIS ■ CUT - Central Única dos Trabalhadores: É a maior central sindical e reúne 2.247 sindicatos. O atual presidente é Vagner Freitas. Tem uma relação histórica com o PT e procura amenizar as críticas ao governo Dilma Rousseff. ■ Força Sindical: Presidida pelo deputado federal PauloPereira, a Força Sindical tem uma relação próxima com o PDT, mas recebe o assédio de vários partidos, como oPSB. Reúne 1.676sindicatos. ■ NCST - Nova Central Sindical de Trabalhadores: Com 1.078 sindicatos filiados, representa apenas 8,1% dos trabalhadores. É considerada uma central ligada ao poder, apoiando sempre o governo. ■ UGT - União Geral dos Trabalhadores: Os líderes estão todos ligados ao PSD e o presidente Ricardo Patah prepara sua candidatura. ■ CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil: Com678sindicatos,nãoesconde suarelaçãocomoPCdoB,que tembanneremseusite. ■ CSP/Conlutas: Cresce com o discurso de ser o oposto da CUT e é liderada pelo PSTU, que participou das manifestações. ■ CGTB - Central Geral dos Trabalhadores do Brasil: Vive uma crise interna de briga entre os dirigentes. Ligada ao PMDB, reúne apenas 282 sindicatos pelo Brasil. 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ BRASIL Aline Salgado [email protected] Serviço que mais cresceu em receita no período de 12 meses até junho — com alta de 18%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — o transporte aquaviário permanece desbancando os modais aéreo e rodoviário. O desempenho do transporte de cargas e passageiros por barcos e navios supera até mesmo serviços de peso na atividade econômica, como os prestados às famílias (9,7%) e de comunicações (6,3%) e avança com folga acima da média do setor (8,9%), considerando a mesma base de comparação. “O fluxo industrial e comercial de importação e exportação , em especial, com a Europa e Estados Unidos, é o motor desse crescimento”, avalia o pesquisador do IBGE Roberto Saldanha. Ele acredita que as ações de modernização nos portos, por causa da nova Lei dos Portos, e o maior movimento de mercadorias entre os estados da costa brasileira explicam o bom resultado do transporte aquaviário. Segundo o instituto, 96,8% da receita do modal, no primeiro semestre deste ano, são relativas ao transporte de carga. Dentro desse grupo, sobressaem a navegação de apoio a plataformas e o transporte marítimo de cabotagem de longo curso. Juntos, os dois segmentos responderam por 76,7% do total da receita do transporte de carga. No caso da cabotagem, o maior crescimento foi observado nos estados da região Nordeste, com destaque para Maranhão, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Embora o Rio de Janeiro e São Paulo, tradicionais polos de circulação de mercadorias, tenham mantido taxas importantes de crescimento. O Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, por exemplo, expandiu em 3,3% o movimento de cargas no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2012. Ao todo, 5,5 milhões de toneladas circularam no período, em 665 navios, 2,6% mais embarcações, considerando a mesma base de comparação. Chapas de aço, granéis líquidos de combustíveis e contêineres Maranhão, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, além do Rio de Janeiro e São Paulo foram os estados com maior circulação de mercadorias por cabotagem RAIO-X DO SEGMENTO 8,6 % Taxa dareceita dosetor de serviços em geral, em junho, comparado a igual mês do ano passado. 12% Crescimento do setor em junho de 2013 ante igual período de 2012. 96,8% Fatia da navegação por carga no total da receita do transporte aquaviário no semestre. 3,3% Expansão do movimento de carga no Porto de Suape (PE) no primeiro semestre do ano. foram os principais bens transportados, segundo a administração de Suape. Leonardo Cerquinho, diretor de gestão portuária do porto pernambucano, atribui o crescimento à mudança na cultura logística do empresariado. “As empresas estão aumentando o interesse pela cabotagem em função da desburocratização do processo e o consequente ganho de tempo no despacho das cargas. Além disso, os armadores vêm colocando mais navios no mercado”, avalia. Ele também aponta a segurança do deslocamento da carga e a redução de avarias como explicação pela preferência pelo modal. A Lei do Caminhoneiro, que estabelece descanso de 30 minutos a cada quatro horas de direção, também é vista como uma das causas para a perda de competitividade do transporte rodoviário frente ao aquaviário. Diretor comercial da empresa de logística Log In, Fabio Siccherino, destaca que, por conta da lei, empresários vêm repensando suas estratégias logísticas. “Dependendo da rota, a economia com o modal aquaviário ultrapassa 20%. Muitas empresas não estão esperando a fiscalização apertar para mudar do rodoviário para o aquaviário”, diz. E a perspectiva é de crescimento, afirmam especialistas. Está prevista para hoje a liberação dos 20 primeiros terminais portuários de uso privado para a segunda etapa do processo de autorizações para operação por, pelo menos, 25 anos. O processo é organizado pela Secretaria Especial de Portos (SEP). A previsão é de assinatura dos primeiros contratos de adesão até outubro deste ano. NoNordeste,o Porto deSuape movimentou 3%amais nos primeirosseis mesesdo ano Aquaviário é a cereja do bolo do setor de serviços Crescimento de 12% em junho, na comparação com o mesmo mês de 2012, revela mudança de cultura de empresários frente a modal. Novos terminais e Lei do Caminhoneiro impulsionam alta Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 5 Daniela Conti VENDAS Comércio do Rio segue crescendo As vendas do comércio lojista do Rio de Janeiro registraram crescimento de 5,8% em julho, em comparação com o mesmo mês de 2012, de acordo com a pesquisa do Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio). Esse foi o sétimo resultado positivo consecutivo. Em comparação com junho, o índice foi de alta de 6,6% e no acumulado do ano, de 5,6%. ABr Divulgação Avanço do modal esbarra no investimento DESTAQUES POR ESTADO ■ Transporte marítimo de cabotagem e longo curso: Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. ■ Navegação por interior de carga (fluvial): Rondônia, Amapá, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, Sergipe. ■ Navegação de apoio a plataformas: Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. ■ Navegação por interior de passageiros: Rondônia, Amazonas, Maranhão, Rio de Janeiro, Bahia. Comuns nos Estados Unidos e Europa, os navios do tipo feeder são tendência nos grandes portos e devem impulsionar ainda mais o setor de transporte aquaviário no Brasil, nos próximos anos, diz Fabio Siccherino, diretor Comercial da Log In, empresa de logística intermodal. Usados no escoamento de cargas de navios de grande calado, que não conseguem atracar em qualquer tipo de porto, o uso desse tipo de embarcação cresceu 140% em 2012. “É um modelo de distribuição diferente, que vai aumentar e muito a movimentação portuária no Brasil”, aposta Siccherino. Apesar das perspectivas animadoras, o setor encontra ainda fortes entraves. Dentre eles, a limitada capacidade e sobrecarga dos portos, os poucos navios de cabotagem disponíveis e o baixo patamar tecnológico dos terminais. “O que move o empresário, em primeira instância, é o custo e, nesse sentido, o modal rodoviário continua sendo um grande concorrente do aquaviário. Na prática, o empresário corre sempre o risco do seu contêiner não embarcar no dia, especialmente, se ele tem uma carga menor que 400 contêineres por mês. Espera-se de três a quatro dias no porto e isso é perda de dinheiro. Já no caminhão, o custo é maior, mas o empresário tem a certeza de que a carga vai chegar no tempo previsto”, avalia o gerente de Projetos da consultoria de logística Imam, Antônio Carlos Rezende. A falta de ações do governo para o incremento da navegação por interior é um dos entraves ao desenvolvimento do modal aquaviário apontado pelo diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. Segundo ele, as hidrovias são hoje subaproveitadas e esbarram num vazio de investimentos. “Há uma tendência no Centro-Oeste de navegação para o escoamento de grãos, mas faltam investimentos . Há 50 anos, só nas hidrovias gaúchas, tínhamos 1,2 mil quilômetros de rios navegáveis. Hoje, temos no máximo 800 quilômetros”, critica Manteli. 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Divulgação ▲ BRASIL PREÇOS Inflação sobe em SP, puxada por habitação O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo subiu 0,23% na terceira semana de agosto, ante alta de 0,17% da semana anterior, com destaque para os preços de Habitação e Despesas Pessoais. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o grupo Habitação registrou alta de 0,31%, respondendo por 0,0955 ponto percentual do IPC-Fipe. Reuters A luta contra a fumaça preta Após 16 anos, Contran regulamenta fiscalização da emissão de poluentes, mas cumprir a lei não será fácil ABr Daniel Carmona [email protected] São Paulo O próprio Conselho Nacional de Trânsito (Contran) diz que, na prática, pouco (ou nada) vai mudar. Mas, ao menos no papel, entra em vigor na próxima segunda-feira, 1º de setembro, a Resolução 427, que estabelece as condições para a fiscalização de veículos, especialmente caminhões, que emitem a chamada “fumaça preta”. De 1997, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) através do Artigo 231, inciso III, já estabelecia a infração grave, sob pena de multa e retenção, para os veículos que transitassem em níveis superiores aos fixados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). No entanto, somente após 16 anos essa diretriz recebeu a formalização legal para ser zelada. Seja pelo atraso em relação aos padrões internacionais de emissão de poluentes, seja pela falta de preparação dos setores de transporte, não faltam críticas à medida. Publicada em 5 de dezembro do ano passado, a Resolução 427 passaria a vigorar no início de junho, mas, de acordo com o próprio Contran, foi necessário atender a um pedido da Polícia Rodoviária Federal. “A entidade solicitou um prazo maior para adquirir os equipamentos necessários para a fiscalização”, disse o Contran, em nota, ao Brasil Econômico. O aparelho que faz a medição dos gases emitidos pelo escapamento do veículo é o opacímetro que, segundo Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), não foi adquirido em larga escala desde a publicação da medida. Além da Polícia Rodoviária Federal, os órgãos que fiscalizam o trânsito nos estados e municípios também precisariam adquirir os equipamentos. “O que a gente consegue mapear é que não há preparação algu- Cerca de 40% dos veículos em circulação no país têm mais de 20 anos. O custo para regularizar um caminhão pode chegar a R$ 6 mil O aparelho que mede os gases emitidos pelo escapamento do veículo é o opacímetro, que não foi adquirido em larga escala pela Polícia Rodoviária Federal e pelos órgãos estaduais e municipais TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DIRETORIA DE LICITAÇÕES AVISO DE ALTERAÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO n.º 86/2013 Objeto: fornecimento, montagem e instalação de poltronas para o público do Plenário do Edifício Sede do Tribunal de Contas da União, em Brasília-DF. A data da Sessão Pública foi adiada para o dia 09/09/2013, às 14 horas. Local: sítio www.comprasnet.gov.br. Edital à disposição dos interessados no mencionado endereço ou no sítio www.tcu.gov.br, opção “Licitações”. Leonardo Anthony Costa de Araújo Bezerra Soares Pregoeiro ma para a fiscalização. Eles vão precisar de equipamentos e isso não está ocorrendo”, diz Bocuhy. Essa mesma crítica é compartilhada por Claudinei Pelegrini, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam). “O Governo Federal se comprometeu a fornecer um volume suficiente de opacímetros para a realização dos testes junto aos sindicatos locais. Devido a questões alheias ao nosso entendimento, muito pouco foi feito até agora. Poucos aparelhos foram entregues, o que tem dificultado a identificação dos caminhões com problemas”, explica Pelegrini. Ele ainda critica a falta de atuação dos órgãos governamentais na divulgação da medida, além da ausência de políticas de incentivo à regularização da frota. “O custo de uma operação dessas para o caminhoneiro pode chegar a R$ 5 mil ou R$ 6 mil, isso sem falar que ele tem recebido um frete cada vez menor somado a despesas cada vez maiores”. Os limites para emissão de poluentes foram estabelecidos pela Resolução 418 do Conama, de 25 de novembro de 2009. Mas, sem fiscalização, não há controle em relação ao cumprimento da legislação, que prevê tanto índices má- ximos de particulas sólidas quanto do nível de ruído. No Brasil, cerca de 40% dos caminhões da frota em circulação — que representam mais de um milhão de veículos — têm mais de 20 anos de uso e ainda contam com injeção mecânica, o sistema que produz maior quantidade de fumaça preta. A frota em circulação no país é de 2,3 milhões de caminhões e tem idade média de 12 anos, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Como há uma renovação muito intensa da frota de ônibus por causa das polí- No Brasil, cerca de 40% dos caminhões da frota em circulação têm mais de 20 anos de uso e ainda contam com injeção mecânica, o sistema que produz maior quantidade de fumaça preta ticas públicas, a idade desses veículos é algo que preocupa bem menos. A idade média da frota em São Paulo, por exemplo, está na casa de 5 anos. E a tendência é cair”, diz Bocuhy. Por fim, o especialista ainda questiona o histórico de metas ligado ao setor de transportes na comparação com países desenvolvidos: “Os índices de poluição que hoje estão em vigência no Brasil são quatro vezes maiores que os da Europa. Estamos adotando no país hoje índices que eram usados internacionalmente nos anos 1990. Será que é tão difícil integrar os setores para uma caminhada em conjunto?”. Na avaliação do presidente executivo da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, a renovação da frota tem ocorrido de modo gradativa. Da mesma forma, a fiscalização tende a se adaptar cada vez mais em uma crescente. “A indústria se adaptou naturalmente para o crescimento das encomendas, que neste ano estão 20% em média acima do ano passado. O crédito para o setor está em nível elevado e é bastante acessível através do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e do Finame”, finaliza. Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 7 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Marcello Casal Jr/ABr ▲ BRASIL MULHERES Política de Estado contra a violência A presidente Dilma Rousseff recebeu ontem (27), no Congresso Nacional, o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, e informou que utilizará as propostas para implementar políticas de Estado. Dilma elogiou o trabalho do Congresso e disse que trabalhará com todos os Poderes e movimentos sociais pela proteção às mulheres. ABr Uma trama difícil de aceitar Presidente, membros do executivo e do legislativo questionam até motivos que levaram à concessão do asilo Alan Marques/Folhapress Gustavo Machado [email protected] São Paulo Cada vez mais soa absurda para o governo a decisão do diplomata Eduardo Saboia de retirar o senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz e trazê-lo para o país sem salvoconduto. Tanto no Executivo, quanto no Legislativo, membros alinhados ao discurso da Presidente Dilma Rousseff não encontram motivos para Saboia assumir tamanho risco e deflagrar a maior crise diplomática do atual governo. Até mesmo os motivos para que Pinto tenha pedido asilo na embaixada são questionados. O imbróglio, assumido por Saboia e tutelado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores, já levou à demissão do então chanceler Antonio Patriota. No entanto, há pressão sobre o Ministério da Defesa e a carreira do ex-embaixador brasileiro na Bolívia Marcel Biato deve ser afetada. A arquitetura da fuga de Saboia começou após a visita dos presidentes das comissões de relações exteriores do Senado e da Câmara, Nelson Pellegrino (PT-BA), à capital boliviana há dois meses. Eles foram questionar o governo local sobre a detenção dos 12 torcedores do Corinthians em Oruro, após a morte do garoto Kevin Spada durante uma partida contra o time da cidade, o San José. Pellegrino conta que indagou Patriota após tomar conhecimento da situação de Pinto, que já completava um ano. Suas dúvidas eram sobre o motivo para não trazê-lo ao país, mas também por que o Brasil havia concedido o asilo. “À época da concessão de asilo, não havia motivos. Não havia nenhuma prisão decretada, sua família estava bem em Pando. Sinto que ele foi à embaixada para criar um fato político, para ganhar uma aura de refugiado político”, afirma o deputado. Hoje, sua família também está refugiada no Brasil. Mulher, filhos e netos cruzaram a fronteira do Acre com a província de Pando no final de 2012 . Agora, Pellegrino pede explicações, não só de Saboia — ele será chamado hoje para prestar esclarecimentos à Câmara —, mas também a Ferraço, que recepcionou Pinto quando ele desembarcou em Brasília. “Esse fato pegou todos de surpresa. Até mesmo quem sabia da situação do senador está contrariado. Poderia ter sido iniciado um confronto militar, caso A operação capitaneada pelo diplomata Eduardo Saboia está sendo questionada e o Congresso deverá convocá-lo para se explicar Valter Campanato/ABr Antonio Patriota, até agora, é a principal “vítima” da operação A presidente Dilma contestou as palavras de Saboia: “Eu estive no DOI-CODI e asseguro que é tão distante da Embaixada brasileira em La Paz como é distante o céu do inferno” o carro da embaixada fosse parado. Quando estive em Oruro, passamos por diversas barreiras militares no país”, conta. Ontem, a Presidente Dilma Rousseff também questionou as motivações de Saboia. Em entrevista ao Fantástico, veiculada no último domingo, o diplomata afirmara que a sala onde estava instalado Pinto era como o DOI-CODI, órgão de repressão da ditadura militar. Dilma contestou: “Eu estive no DOI-CODI,eu sei o que é o DOICODI, e asseguro que é tão distan- Valter Campanato/ABr Na Bolívia, Pinto Molina é acusado de tentativa de golpe de estado te o DOI-CODI da Embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno. O Brasil jamais poderia, em momento algum, sem salvo-conduto do governo boliviano, colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sob sua guarda”. Os deputados Cláudio Puty (PTPA) e Ivan Valente (Psol-SP) sustentam a tese de que a fuga do senador boliviano, que é um dos líderes da oposição ao presidente Evo Morales, não foi obra individual do diplomata Eduardo Sa- boia. No entanto, após conversa com o embaixador boliviano, Jerjes Talavera, não souberam dar nomes a outros possíveis integrantes da suposta trama. No Itamaraty, já é vista como certa a suspensão da transferência de Marcel Biato para a embaixada na Suécia. Bastavam poucos trâmites, entre eles, a aprovação de seu nome pelo Congresso. Enquanto Dilma encaminha solicitação para suspenderem o processo no Senado, o Itamaraty deve retirar o pedido junto à Suécia. Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 9 OLHAR DO PLANALTO SÔNIA FILGUEIRAS [email protected] EXPORTAÇÕES EMPOBRECIDAS Hippertt O novo patamar da taxa de câmbio é ainda uma incógnita. Mas, a julgar pelas conclusões de uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), em fase final de elaboração, será preciso bem mais que a desvalorização cambial recente para reverter processo de primarização pelo qual passou a indústria exportadora brasileira nos últimos anos. A pesquisadora Fernanda de Negri, diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do instituto, aponta que a participação brasileira nas exportações mundiais de commodities primárias mais que dobrou nos últimos anos: subiu de 2,88% em 2000 para 6,51% em 2011 (veja a tabela). No mesmo período, a participação do país no nicho mundial de produtos de elevada intensidade tecnológica caiu de 0,56% para 0,50%. No grupo de commodities estão soja e minério de ferro, por exemplo. O conjunto de alta intensidade tecnológica inclui fármacos, aviões, telecomunicações e informática, dentre outros. Embora o Brasil venha ganhando participação nas exportações mundiais (do total exportado no mundo, a participação brasileira subiu de 0,93% para 1,77%), esses ganhos estão fortemente concentrados em commodities primárias e, mais recentemente, também em petróleo, classificado no conjunto “outros” da tabela. Fernanda de Negri diz que a expansão da presença das commodities é bemvinda. “O Brasil sempre foi e continua sendo competitivo nessa área”. O que preocupa é a redução da presença brasileira na disputa por mercados de bens de maior valor agregado, que expõe o país a uma situação de progressiva dependência de um mercado exportador cujos preços são extremamente competitivos e oscilam excessivamente. A oscilação de preços leva a um impacto idêntico nos resultados da balança comercial, gerando vulnerabilidade. Um mercado ultracompetitivo, por sua vez, dá ao Brasil pouquíssimo controle sobre os preços praticados. Além de dados pelo mercado, eles são baixos. Trata-se de um ramo do comércio no qual a batalha por margens de lucro é encarniçada. Outros aspectos do estudo chamam a atenção. O market share brasileiro no segmento de elevada intensidade tecnológica é bastante concentrado em produtos aeronáuticos. Em consequência, é volátil e fortemente influenciado pelo desempenho desse único setor. Os produtos de média intensidade tecnológica — onde estão incluídos automóveis, linha branca, máquinas e equipamentos - até elevaram sua participação mundial, mas em proporções bem menores que a fatia de commodities. Um ponto importante do estudo do IPEA é que, ao decompor a fatia brasileira de exportações no mercado internacional, o impacto do efeito “preço” das commodities é mitigado, ao contrário das análises que levam em considera- ção o peso de cada segmento na pauta de exportações do país. Como se sabe, a elevação do preço das commodities no mercado internacional nos últimos anos expandiu o volume das exportações, fazendo com que elas elevassem sua participação relativa no volume exportado. Fica claro que a primarização da pauta de comércio do país nos últimos anos não foi apenas resultado de um desempenho excepcional das exportações brasileiras de commodities (e com benefícios extras em razão da elevação dos preços mundiais desses produtos), mas também reflexo da perda de competitividade brasileira, em especial no caso dos setores mais intensivos em tecnologia. Um novo patamar da taxa de câmbio poderá ajudar na reversão do processo a médio prazo, já que a desvalorização do real torna as exportações mais competitivas. E, de acordo com Fernanda de Negri, beneficiaria, principalmente, as exportações da indústria — segmento que mais perde competitividade por conta do câmbio. “No curto prazo, entretanto, a instabilidade da taxa de câmbio acaba dando uma freada nas decisões dos agentes econômicos que aguardam um pouco mais para saber qual o nível em que essa taxa vai se estabilizar. Não sabemos se o movimento é temporário ou se a taxa tende a se estabilizar nesse patamar de R$ 2,40. É algo a ver”, diz a economista.De acordo com alguns analistas, é exatamente a imprevisibi- Nosso market share no segmento de elevada intensidade tecnológica é muito concentrado em produtos aeronáuticos. Por isso, é volátil e influenciado por esse único setor lidade e o adiamento de decisões econômicas que estaria levando a um impacto inflacionário da desvalorização cambial recente mais lento do que o esperado. O curto prazo não favoreceria o Brasil no comércio internacional por outro motivo: fortes competidores internacionais, como os EUA, tendem a retomar mercados externos perdidos durante a crise. Assim, o primeiro impacto da recuperação norte-americana tenderia a ser muito mais desafiador que confortador. As encomendas de produtos brasileiros por consumidores americanos se fortaleceria sim, mas no médio prazo. Coluna publicada às quartas-feiras 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO SERVIÇO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ▲ BRASIL Rua Prof. Rodolpho Paulo Rocco, 255 - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro/RJ AVISO DE LICITAÇÃO Pregão Eletrônico - SRP Descrição Valor Nº 028/2013 REAGENTE PARA DIAGNÓSTICO CLÍNICO PARA ANÁLISE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO, COM CESSÃO DE EQUIPAMENTO R$ 25.190,00 Data Hora 09/09/13 10:00 h Edital disponível a partir de 28/08/2013 no COMPRASNET ou junto ao HUCFF-SLC, trazendo um CD. Esclarecimentos através do tel. (21) 2562-6297 ou, no que couber, no Serviço de Patologia Clínica. Marco Antonio de Souza - Pregoeiro Divulgação No acumulado do ano, as vendas dos supermercados já acumulam alta de 4,16% sobre 2012 Supermercados têm aumento de vendas em julho Associação do setor, entretanto, avalia que o ano vai fechar com desempenho modesto, em função de instablidade da economia A Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) manteve a expectativa de crescimento mais modesto para o setor neste ano, mesmo após o avanço de dois dígitos observado nas vendas de julho, que subiram 11,59% sobre igual período de 2012. De acordo com o o presidente da Abras, Fernando Yamada, julho no ano passado havia sido o pior mês para o setor, com queda de 0,1% na comparação anual, o que teria favorecido o resultado “até certo ponto surpreendente” apresentado no mesmo período deste ano. Na comparação com junho, houve alta de 3,45% nas vendas. Já no acumulado do ano, o crescimento foi de 4,16% ante igual etapa de 2012. Em nota à imprensa, Yamada afirmou que o segundo semestre deve apresentar um desempenho melhor que o primeiro em função do calendário de festas, que tradicionalmente beneficia os supermercados. Mesmo assim, a entidade não revisou a meta de crescimento para 2013, que permanece em 3,5% , abaixo do avanço de 5,3% nas vendas reais apresentado pelo setor em 2012. “Os desafios no cenário econômico e o forte resultado apresentado na segunda metade do ano passado alicerçam a manutenção das expectativas”, disse o gerente do departamento de economia e pesquisa da Abras, Flávio Tayra. “Vivemos uma fase instável da economia, as previsões do PIB estão piorando e espera-se mais uma Avaliação da Abras indica que previsões do do PIB para baixo, associadas às altas na taxa básica de juros e na cotação do câmbio deverão impactar as encomendas do setor para o final do ano alta na taxa básica de juros”, disse Tayra, acrescentando que as empresas ainda vão lidar com a alta do dólar frente ao real, dimensionando melhor esse impacto a partir do próximo mês, quando começam a fazer encomendas para o final do ano. “O segundo semestre do ano passado também foi bom, então, por conta disso, a gente não verá a venda nos supermercados disparar", afirmou. De acordo com a associação, o preço da cesta de 35 produtos de largo consumo subiu 11,45% em relação ao mesmo período de 2012, mas caiu 1,15% sobre o mês anterior, chegando a R$ 356,43. A queda na comparação mensal foi impulsionada pelo recuo nos preços de tomate (-34,41%), cebola (-20,5¨%), batata (-6,63%) e frango congelado (-3,52). Por outro lado, os produtos com maiores altas foram o queijo prato, com aumento de 5,06%, seguido pela farinha de trigo e pelo leite longa vida, que subiram 4,58% e 4,16%, respectivamente. Reuters Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 11 Divulgação CONSTRUÇÃO CIVIL Confiança das empresas cai 4,7% O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), apresentou queda de 4,7% no trimestre encerrado em agosto, ante um recuo de 4% na apuração dos três meses encerrados em julho. Foi o segundo mês consecutivo em que a pesquisa Sondagem da Construção revela queda de confiança dos empresários do setor na economia. ABr Mais escolaridade, mais saúde Pesquisa do governo mostra que quanto mais anos de estudo da pessoa, melhores seus hábitos saudáveis Elza Fiuza/ABr Os hábitos alimentares saudáveis e a prática de exercícios físicos regulares são comportamentos que se relacionam ao grau de escolaridade. A constatação está na pesquisa Vigitel 2012, realizada pelo Ministério da Saúde, que ouviu 45 mil pessoas acima de 18 anos. O consumo regular de frutas e hortaliças é menor entre as pessoas que têm menos escolaridade. Entre os que estudaram até oito anos, 34% consomem regularmente esses alimentos. Na faixa dos que têm entre 9 e 11 anos de estudo, o percentual é 31%. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, 45% consomem frutas e hortaliças regularmente. Entre os avanços apontados pela pesquisa Vigitel 2012 está o aumento no consumo recomendado de frutas e hortaliças pela população e da prática de atividade física no tempo de lazer entre os homens. Um desafio apontado é a alta frequência de consumo abusivo de bebidas alcoólicas, especialmente entre homens e jovens. Na área da atividade física, os homens são mais ativos no tempo livre (41,5%) que as mulheres (26,5%). Nesse grupo, os mais jovens se exercitam mais e o percentual de prática de atividade física reduz à medida que aumenta a idade. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que é importante começar a melhorar os hábitos alimentares e incentivar os exercícios físicos ainda na infância. “Os pais precisam ajudar na alimentação das crianças e no estímulo à atividade física. É preciso orientar dentro da escola a ter uma merenda escolar adequada”, disse. Ele acrescentou que também é necessário que, nas empresas, haja estímulo à atividade física para os adultos e, por parte do Quem estudou menos, tende a comer menos frutas e hortaliças SIC-2004 - EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. CNPJ/MF nº 06.166.379/0001-90 - NIRE nº 33.2.0728316-5 ATA DE REUNIÃO DE COTISTAS REALIZADA EM 27 DE AGOSTO DE 2013. Aos vinte e sete dias do mês de agosto do ano de 2013, às 10:00 horas, reuniram-se na sede social da empresa, localizada na PraçaAntônio Calado nº 175Apto. 601 - Barra da Tijuca, na cidade e Estado do Rio de Janeiro - Cep: 22793-081, os senhores José Joaquim Ferreira Martins, português, natural de Arco de Baúlhe/Cabeceiras de Basto (República Portuguesa), casado, empresário, residente e domiciliado na PraçaAntônio Callado nº 175 Apto. 601 - Barra da Tijuca, nesta cidade - Cep: 22793-084, portador da carteira de identidade nº V417482-9, expedida pelo CGPI/ DIREX/DPF, inscrito no CPF sob o nº 059.501.597-21; Maria da Graça Costa de Oliveira Vaz, portuguesa, natural de B. São José de São Lázaro/Braga (República Portuguesa), casada, empresária, residente e domiciliada na Praça Antônio Callado nº 175 Apto. 601 - Barra daTijuca, nesta cidade - Cep: 22793-084, portadora da carteira de identidade nº V417441-N, expedida pelo CGPI/DIREX/ DPF, inscrita no CPF sob o nº 059.501.587-50; José Ricardo Oliveira Martins, português, natural de B. São José de São Lázaro/Braga (República Portuguesa), solteiro, nascido em 25/12/1981, empresário, residente e domiciliado na Praça Antônio Callado nº 175 Apto. 601 - Barra da Tijuca, nesta cidade - Cep: 22793-081, portador da carteira de identidade nº V417267-D, expedida pelo CGPI/ DIREX/DPF, inscrito no CPF sob o nº 059.501.567-06; Maria Isabel Carvalho Gomes Oliveira, portuguesa, natural de Morreira/Braga (República Portuguesa), casada, empresária, residente e domiciliada na Praça Antônio Callado nº 175 Apto. 601 - Barra da Tijuca, nesta cidade - Cep: 22793-084, portadora da carteira de identidade nº V417459-4, expedida pelo CGPI/DIREX/DPF, inscrita no CPF sob o nº 059.506.757-38; CarlaAlexandra Carvalho Gomes Oliveira Flores, portuguesa, natural de B. São José de São Lázaro/Braga (República Portuguesa), casada, empresária, residente e domiciliada na Praça Antônio Callado nº 175 Apto. 601 - Barra da Tijuca, nesta cidade - Cep: 22793-084, portadora da carteira de identidade nº V417461-H, expedida pelo CGPI/DIREX/DPF, inscrita no CPF sob o nº 059.500.107-60; João Pedro Carvalho Gomes Oliveira, português, natural de B. São João do Souto/Braga (República Portuguesa), solteiro, nascido em 06/07/1978, empresário, residente e domiciliado na PraçaAntônio Callado nº 175Apto. 601 - Barra daTijuca, nesta cidade - Cep: 22793-084, portador da carteira de identidade nº V417472-C, expedida pelo CGPI/DIREX/DPF, inscrito no CPF sob o nº 059.499.977-43; e João Gomes de Oliveira, português, natural de Esporões/Braga (República Portuguesa), casado, empresário, residente e domiciliado na Praça Antônio Callado nº 175 Apto. 601 - Barra da Tijuca, nesta cidade - Cep: 22793-084, portador da carteira de identidade nº V417478-0, expedida pelo CGPI/DIREX/DPF, inscrito no CPF sob o nº 059.500.067-39; na qualidade de cotistas representantes da totalidade do capital social da sociedade SIC-2004 - Empreendimentos Imobiliários Ltda., totalidade dos cotistas. Iniciada a sessão, foi pelos presentes eleito para presidir os trabalhos o sócio José Ricardo Oliveira Martins, que convidou a mim, João Filipe Matos da Costa Flores para secretariá-lo. Dando início aos trabalhos, o Presidente procedeu à leitura da ordem do dia que consistia na aprovação da redução do capital social da sociedade de R$25.000.000,00 (Vinte e cinco milhões de reais) para R$300.000,00 (Trezentos mil reais). Dando prosseguimento, o senhor Presidente esclareceu que o capital social atual da sociedade apresenta-se excessivo em relação ao objeto da sociedade, razão pela qual se faz necessária a redução do mesmo de R$25.000.000,00 (Vinte e cinco milhões de reais) para R$300.000,00 (Trezentos mil reais) com a consequente redução do valor nominal das cotas de R$1.000,00 (Um mil reais) para R$12,00 (Doze reais) cada uma. Após discutida a matéria, foi aprovada a redução do capital social proposta, com o pagamento aos sócios das seguintes quantias: a)Ao sócio José Joaquim Ferreira Martins foi pago a quantia de R$4.199.000,00 (Quatro milhões, cento e noventa e nove mil reais); b) À sócia Maria da Graça Costa de Oliveira Vaz foi pago a quantia de R$4.075.500,00 (Quatro milhões, setenta e cinco mil e quinhentos reais); c) Ao sócio José Ricardo Oliveira Martins foi pago a quantia de R$4.075.500,00 (Quatro milhões, setenta e cinco mil e quinhentos reais); d) À sócia Maria Isabel Carvalho Gomes Oliveira foi pago a quantia de R$3.793.920,00 (Três milhões, setecentos e noventa e três mil e novecentos e vinte reais); e) À sócia CarlaAlexandra Carvalho Gomes Oliveira Flores foi pago a quantia de R$3.793.920,00 (Três milhões, setecentos e noventa e três mil e novecentos e vinte reais); f)Ao sócio João Pedro Carvalho Gomes Oliveira foi pago a quantia de R$3.793.920,00 (Três milhões, setecentos e noventa e três mil e novecentos e vinte reais); e g) Ao sócio João Gomes de Oliveira foi pago a quantia !!! "# % & ' para R$300.000,00 (Trezentos mil reais), dividido em 25.000 (vinte e cinco mil) cotas de R$12,00 (Doze reais) cada uma, a saber: a) 4.250 (quatro mil, duzentas e cinquenta) cotas de R$12,00 (Doze reais) em nome do sócio José Joaquim Ferreira Martins, totalmente integralizadas; b) 4.125 (quatro mil, cento e vinte e cinco) cotas de R$12,00 (Doze reais) em nome da sócia Maria da Graça Costa de Oliveira Vaz, totalmente integralizadas; c) 4.125 (quatro mil, cento e vinte e cinco) cotas de R$12,00 (Doze reais) em nome do sócio José Ricardo Oliveira Martins, totalmente integralizadas; d) 3.840 (três mil, oitocentas e quarenta) cotas de R$12,00 (Doze reais) em nome da sócia Maria Isabel Carvalho Gomes Oliveira, totalmente integralizadas; e) 3.840 (três mil, oitocentas e quarenta) cotas de R$12,00 (Doze reais) em nome da sócia Carla Alexandra Carvalho Gomes Oliveira Flores, totalmente integralizadas; f) 3.840 (três mil, oitocentas e quarenta) cotas de R$12,00 (Doze reais) em nome do sócio João Pedro Carvalho Gomes Oliveira, totalmente integralizadas; e g) 980 (novecentas e oitenta) cotas de R$12,00 (Doze reais) em nome do sócio João Gomes de Oliveira, totalmente integralizadas. Nada mais havendo a ser tratado, o Senhor Presidente solicitou a todos que permanecessem no local para assinatura da ata aprovada. Após tudo lavrado, lido e aprovado, vai esta ata assinada por todos os presentes. José Joaquim Ferreira Martins, Maria da Graça Costa de Oliveira Vaz, José Ricardo Oliveira Martins, Maria Isabel Carvalho Gomes Oliveira, Carla Alexandra Carvalho Gomes Oliveira Flores, João Pedro Carvalho Gomes Oliveira, João Gomes de Oliveira, João Filipe Matos da Costa Flores. poder público, ampliação de ações como as academias de saúde ao ar livre. Já em relação às bebidas alcoólicas, a pesquisa mostra que o consumo abusivo é maior entre quem tem mais escolaridade. É considerado consumo abusivo a ingestão de cinco doses ou mais entre homens e quatro doses ou mais entre mulheres nos últimos 30 dias. De acordo com a pesquisa, 22% da população com 12 anos ou mais de estudo e 15% dos que têm até oito anos de estudo tiveram consumo excessivo. Entre os homens com 12 anos ou mais de estudo está o maior percentual dos que dirigem após o consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica. O consumo abusivo de bebida ocorre principalmente na faixa etária de 25 a 34 anos, com 24,7%. Em seguida está a população entre 18 e 24 anos (21,8%). ABr 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck [email protected] Rio quer ser nova rota para turbinas Para resolver o gargalo logístico que hoje existe no setor, governo elege município de Cabo Frio como polo para receber empresas de produção e ser o destino de peças importadas US$ 250 milhões res nacionais e estrangeiros do setor de turbinas, segundo informações de fontes do setor, está marcada para o início de 2014. No momento, o governo e as empresas estão apresentando o projeto para os fornecedores. Incentivos fiscais serão oferecidos às empresas que se instalarem em Cabo Frio e o pagamento pelos lotes terá a parte do valor do terreno repassada à massa falida de Álcalis. Entre as empresas que deverão se instalar no distrito logístico, está a Libra, operadora do aeroporto local, que tem como projeto criar voos cargueiros internacionais diretos para atender ao setor. O outro ponto que o governo trabalha é a mudança de rota dos produtos importados por esses fabricantes, que hoje chegam por Campinas (SP) e são transportados em caminhões pela Via Dutra até as empresas fluminenses. A ideia é que o material desembarque no aeroporto de Cabo Frio. “Estamos estabelecendo um regime fiscal para que as importações de peças para fabricação de turbinas aconteçam pelo Rio e não mais por Campinas. Isso vai aumentar a movimentação financeira no estado”, diz o secretário Julio Bueno. A formatação do regime fiscal está na área jurídica do governo para que seja decidido se a mudança será por projeto de lei ou decreto, o que deverá acontecer em outubro. Para o presidente da GE Celma, Julio Talon, a criação de um polo de turbinas no Rio de Janeiro traria benefícios para a empresa, como a atração de mais fornecedores e parceiros para o país, o que reduziria o custo de manutenção das turbinas, já que grande parte de seus componentes ainda são importados. Total de investimentos necessários para a estruturação do polo. GE Celma quer aumentar número de clientes nacionais Erica Ribeiro [email protected] Gabriela Murno [email protected] A Secretaria de Desenvolvimento Econômico estuda a eliminação dos gargalos logísticosdo setor de turbinas, que vem se desenvolvendo no estadodoRio nos últimos anos e hoje conta com três empresas: RollsRoyce, Turbomeca e GE Celma. O principal objetivo é reduzir prazo e custosdotransporte depeçaseequipamentos, tanto na importação quanto na exportação, e também no transporte interestadual. Um dos principais avanços será a instalação do distrito logístico de Cabo Frio (RJ), que ocupará uma área próxima ao aeroporto local. A maior parte da área faz parte da massa falida da Álcalis, recentemente desapropriada. Segundo o subsecretário estadual de Desenvolvimento do Rio, Marcelo Vertis, as empresas fabricantes estão conversando com o governo para que os subfornecedores de peças do setor se instalem no local, assim como as empresas que atuam na área de testes destes equipamentos. Uma auditoria vai calcular o valor do terreno onde o polo industrial será instalado. Para preparar o local com a estrutura necessária para os fornecedores, o governo deve investir US$ 250 milhões. A licitação dos lotes para fornecedo- NÚMEROS US$ 1 bi Faturamento anual da GE Celma. A empresa tem capacidade de reparar 350 turbinas por ano e espera chegar a 500 até 2020. Com uma carteira de clientes composta por 95% de estrangeiros, a GE Celma, empresa de revisão de turbinas aeronáuticas, espera expandir seu número de clientes no Brasil, já que o mercado de aviação nacional cresce acima do resto do mundo. “Somos uma empresa eminentemente exportadora. Entre os “ Estamos estabelecendo um regime fiscal para que as importações de peças de turbinas aconteçam pelo Rio e não mais por Campinas, que vai aumentar a movimentação financeira no estado” Julio Bueno Secretário Estadual do RJ “ Nossa carteira é saudável, com contratos de longo prazo. Nossa meta é continuar crescendo cerca de 5% ao ano até 2020 e aí aumentar a participação do mercado nacional” Julio Talon Presidente da GE Celma principais clientes estão a Southwest, FedEx, US Airways e United Airlines. Estes quatro representam cerca de 70% do nosso volume de trabalho”, diz Talon. A empresa ainda tem clientes como Ryanair, Avianca, Latam e grandes companhias aéreas nacionais, como Gol, TAM e Azul, além da Força Aérea Brasileira. “Temos uma carteira saudável, com grandes clientes com contratos de longo prazo”, completa o executivo. A GE Aviation firmou recentemente contrato com a Latam, no valor de US$ 500 milhões, que em parte serão convertidos em prestação de serviços de revisão e reparo de turbinas pela GE Celma. O contrato tem a validade de 10 anos ou 200 manutenções. Para atender às novas demandas, a GE Celma planeja expandir de 350 para 500 sua capacidade de revisões anuais até 2020. “Nossa meta é continuar crescendo cerca de 5% ao ano até 2020 e aí aumentar naturalmente a participação do mercado nacional”, diz Talon. Atualmente, a empresa é capaz de revisar motores CF6 das aeronaves 747, 767, MD11, DC-10; CFM56 dos 737, A319; CF34 do Embraer 190. “Temos planos de trazer novos produtos e novos clientes. Estamos trabalhando para trazer a revisão do motor GEnx usado no 787 para o Brasil. Futuramente, ele pode ser uma das nossas bases de crescimento”, conta Talon. Com faturamento anual de cerca de US$ 1 bilhão, segundo Talon, a competitividade de seu prazo de entrega, entre 60 e 65 dias, e de seus custos faz com que a empresa saia na frente de seus concorrentes. “Conseguimos entregar motores de 15 a 20 dias mais rápido do que a concorrência”, destaca o executivo. Atualmente, as turbinas de clientes externos chegam ao país por meio de Campinas, no interior de São Paulo. “Para termos velocidade na entrega, temos um processo logístico muito bom, que traz um motor em uma semana. Além de um alto índice de verticalização. Quando desmontamos uma turbina, temos milhares de peças e mais de 90% recuperamos em casa”, completa. Oficina de reparação de turbinas da GE Celma em Petrópolis, no Rio. Abaixo, o presidente da empresa Julio Talon Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 13 Mario Proenca/Bloomberg AVIAÇÃO TAP tem prejuízo de ¤ 111 mi no semestre Fotos João Laet A TAP fechou o primeiro semestre de 2013 com prejuízo de ¤ 111 milhões, uma melhoria residual face às perdas de ¤ 112 milhões no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre deste ano as receitas chegaram a ¤ 1.094 milhões. Apesar da melhora nas receitas, a variação cambial e o aumento de custos com pessoal pressionaram os resultados. Diário Econômico Rolls-Royce e Turbomeca investem R$ 232 milhões em suas unidades fluminenses A britânica Rolls-Royce está no Brasil há 50 anos e inaugurou em abril uma nova planta em Santa Cruz, na zona Oeste do Rio. A unidade será responsável pela montagem e teste das turbinas industriais a gás RB211. O investimento foi de R$ 200 milhões e, segundo a companhia, pode dobrar caso seja aprovado o projeto de instalação de um centro de treinamento, que seria o quarto no mundo, além de uma unidade anexa. Além da capital fluminense, o grupo tem unidades em Niterói e Macaé (RJ) e em São Bernardo do Campo (SP). Segundo a RollsRoyce, o primeiro lote de equipamentos produzido em Santa Cruz, que soma 32 turbogeradores, foi pedido pela Petrobras em um contrato de R$ 1,3 bilhão, assinado em 2011. Com investimento de R$ 32 milhões, a Turbomeca, considerada uma das maiores fabricantes de turbinas de helicópteros do mundo, inaugurou no final do ano passado, a ampliação de suas instalações que abrigam a linha de montagem e banco de provas de turbinas, em Xerém, na Baixada Fluminense. A produ- ção da fábrica equipará helicópteros de clientes civis e das Forças Armadas Nacionais. A empresa, do grupo francês Safran, emprega 240 funcionários, que são responsáveis por apoiar a operação das 1.400 turbinas Turbomeca atualmente em uso na América Latina, incluindo o México, e a revisão e reparo de turbinas que voam nas Américas, Europa, Ásia e Oceania. A partir da sua base em Xerém, a empresa também fornece motores, acessórios e peças de reposição, dando suporte técnico e treinamentos. 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Divulgação ▲ EMPRESAS Edla Lula [email protected] Erica Ribeiro [email protected] O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho não teme sofrer um calote nos empréstimos feitos pelo grupo EBX. Coutinho acredita que os investidores que herdarem as empresas de Eike Batista financiadas pelo banco de fomento honrarão a dívida. Segundo ele, o BNDES aprovou contratos no valor de R$ 10 bilhões, especificamente às empresas MPX, LLX e MMX. Deste total, foram efetivamente desembolsados R$ 6 bilhões. “Uma parcela majoritária deste valor já está em outra empresa”, afirmou o presidente, referindo-se à alemã E.ON, que assumiu o controle da empresa de energia MPX. Coutinho, no entanto, não quantificou o valor já transferido. “As outras duas empresas que têm empréstimos com o BNDES possuem ativos e planos muitos sólidos. Na medida em que elas estão sendo publicamente negociadas, outros investidores levarão os projetos adiante e essas dívidas serão não mais do grupo X, mas de outras empresas”, reforçou Coutinho. O presidente do BNDES ressaltou que o banco não financiou a empresa OGX, do setor de óleo e gás, que deu início ao processo de crise de confiança no grupo. “A causa dos problemas principais foi o empreendimento em óleo e gás, por causa da forte frustração da perspectiva de produção do OGX, que não aconteceu e levou à depreciação do valor das ações”, disse o economista. Ele lembrou que a empresa não foi financiada por bancos, mas pela emissão de bônus e de ações. Convidado a prestar esclarecimentos sobre as operações envolvendo as empresas do grupo X na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, o presidente do BNDES, estranhamente, citou os valores apenas após a audiência pública na comissão. Indagado por três senadores — Ana Amélia (PP/RS), Álvaro Dias (PSDB/PR) e Pedro Taques (PDT/MS) — sobre os valores repassados e as garantias exigidas na operação Coutinho preferiu não dar detalhes. Limitou-se a reafirmar que as empresas financiadas pelo banco são sólidas, possuem ativos atraentes e, por isso, confia na equalização pelo próprio mercado. Afirmou ainda que as garantias oferecidas pelo grupo o deixam tranquilo e não haverá impacto sobre a capacidade do banco de emprestar. “As garantias bancárias foram rigorosamente exigidas nos empréstimos ao grupo. Temos todas as garantias, inclusive fianças bancárias que protegem o crédito do BNDES”, acrescentou. BNDES já liberou R$ 6 bi a empresas de Eike Batista Em audiência no Congresso, o presidente do banco, Luciano Coutinho, disse não temer calote e negou favorecimento ao grupo “ A causa dos problemas foi o empreendimento em óleo e gás, por causa da forte frustração da perspectiva de produção, que levou à depreciação do valor das ações” As garantias bancárias foram rigorosamente exigidas nos empréstimos ao grupo. Temos todas as garantias, inclusive fianças bancárias que protegem o crédito do BNDES” Luciano Coutinho Presidente do BNDES Os senadores também quiseram saber de possíveis alterações no contrato com a empresa MPX, que teriam possibilitado o alargamento dos prazos para pagamento dos empréstimos. “Asseguro que não houve alteração de contratos, não houve tratamento privilegiado fora da regra a qualquer operação do grupo”, respondeu aos parlamentares. Coutinho explicou que o mecanismo usado foi um empréstimo ponte, modalidade de empréstimo de curto prazo feito com as empresas enquanto elas aguardam a aprovação definitiva do financiamento de longo prazo. “Esta é uma prática normal do banco, feita com qualquer empresa. Quando o empréstimo definitivo fica pronto, ele substitui o empréstimo ponte. Ao substituir, naturalmente, o ponte vira um empréstimo de longo prazo”, detalhou Coutinho. Entre as operações de financiamento contratadas pelo Grupo EBX junto ao BNDES, a partir de 2005, há valores de R$ 1,3 bilhão à LLX Minas-Rio Logística, em 2009; R$ 518 milhões à LLX Operações Portuárias S/A e uma sequência de contratações aprovadas à MMX Porto do Sudeste, em 2009, 2010 e 2012, que somam R$ 1,8 bilhão. Para analistas que acompanham a movimentação das empresas X no mercado, as garantias que OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO (Valores em R$) CIDADE 2005 2006 AVG MINERACAO S/A 2.237.926 COMPANHIA INDUSTRIAL DE GRANDES HOTEIS LLX ACU OPERACOES PORTUARIAS S/A LLX MINAS-RIO LOGISTICA COMERCIAL EXPORTADORA S/A MINERMINAS MINERADORA MINAS GERAIS LTDA 331.200 MMX CORUMBA MINERACAO S/A 13.410.754 MMX PORTO SUDESTE LTDA MPX PECEM II GERACAO DE ENERGIA S/A OSX CONSTRUCAO NAVAL SA PEDREIRA SEPETIBA LTDA 428.000 PORTO DO PECEM GERACAO DE ENERGIA S/A UTE PARNAIBA GERACAO DE ENERGIA S/A UTE PORTO DO ITAQUI GERACAO DE ENERGIA LTDA. TOTAL’ 759.200 15.648.680 TOTAL GERAL 10.082.751.923 2007 o BNDES tem de que não sofrerá calotes está mesmo no futuro das empresas do grupo que estarão em outras mãos. No entanto, afirmam que os mecanismos que identificam em que momento os desembolsos precisam ser travados são sempre uma “caixa preta” , já que, por conta da lei que garante o sigilo bancário, não é necessário abrir informações desse tipo. Outro assunto abordado durante a audiência foi o financiamento do setor de infraestrutura. Ele informou que este ano o banco atingirá pelo menos R$30 milhões de desembolsos em infraestrutura,com a maior parte direcionada ao setor de energia, que continuará crescendo graças aos leilões e ao crescimento da carteira de projetos em energia em várias regiões do país. Mas o destaque, disse, serão os investimentos em logística que, segundo suas projeções, irão acelerar fortemente nos próximos anos, impulsionados pelo pacote de infraestrutura do governo. “Estimamos chegar a um desembolso de R$ 40 a R$ 45 bilhões por ano nos próximos anos, divididos igualmente entre energia e logística, em função do programa de concessões já em curso”, disse. Coutinho negou que o BNDES assumirá sozinho os riscos das concessões de ferrovias. Mas ressaltou que o banco terá papel relevante nos empréstimos. 2009 2010 2011 2012 200.000.000 518.587.322 1.321.132.000 70.900.000 805.057.000 735.713.545 934.000.000 399.999.996 1.344.266.018 875.000 1.410.199.000 400.000.000 887.516.000 1.038.098.162 875.000 3.840.329.162 1.740.770.545 799.999.996 3.684.369.340 Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 15 AÇO Retomada na exportação de sucata As exportações de sucata de ferro, matéria-prima usada na fabricação de aço, voltaram a se recuperar em julho, após queda no primeiro semestre. As vendas externas totalizaram 22,5 mil toneladas, alta de 74,4% em relação a junho, segundo dados do Instituto Nacional das Empresas de Sucata Ferrosa (Inesfa). Os dados de julho indicam melhora no mercado externo de commodities. Wilson Dias/ABr Coutinho, em audiência no Senado: BNDES não concedeu empréstimos à OGX, empresa mais endividada do grupo OGX desiste de nove blocos e economiza R$ 280 milhões A petroleira OGX, de Eike Batista, economizará R$ 280 milhões com a desistência da aquisição de nove blocos dos 13 que arrematou na 11ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A empresa afirmou ontem que desistiu dos blocos porque o momento não é de correr riscos em novas áreas exploratórias. Mas o mercado já temia a falta de recursos em caixa para o pagamento dos bônus oferecidos pelas áreas. A resistência da malaia Petronas em fechar o acordo de compra de fatia de dois blocos da OGX na Bacia de Campos, negócio de US$ 850 milhões, pode ter influenciado a decisão de abandonar os blocos, segundo relatório do Deutsche Bank. “Os recursos obtidos com a venda são a principal fonte de financiamento para a OGX neste momento... Sem os recursos provenientes da venda do BM-C-39 e BM-C-40, a OGX deve ficar sem dinheiro durante o terceiro trimestre”, comentou o banco. A OGX informou que vai assinar contratos de outros quatro blocos arrematados no leião — três deles em parceria com outras petroleiras A Petronas, uma das maiores companhias de petróleo da Ásia, espera a reestruturação da dívida da petroleira de Eike Batista para prosseguir com o negócio. A OGX informou que vai manter os pagamentos e a assinatura dos contratos dos outros quatro blocos arrematados na 11ª rodada - três deles adquiridos em parceria com outras petroleiras. A desistência dos blocos implicará no pagamento de R$ 3,42 milhões às autoridades federais. “A diretoria executiva concluiu não ser recomendável, no momento atual, assumir risco exploratório de novas áreas”, disse a empresa em fato relevante. A lista de devoluções inclui quatro blocos na Bacia do Parnaíba, com participações negociadas com a MPX em maio. A legislação prevê que, em caso de desistência, o segundo lugar na disputa tem direito de assumir a concessão — neste caso, a decisão caberá a BP, Ouro Preto, Maersk e Petra. Reuters 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ EMPRESAS Mobilidade de ponta a ponta renova o fôlego da IBM A empresa americana aposta na oferta de um portfólio de softwares e serviços para ajudar as corporações na transição tecnológica para os dispositivos móveis, que promete ganhos de produtividade e de redução de custos Patricia Stavis Moacir Drska [email protected] São Paulo Mais que em outras indústrias, a rapidez com que as inovações se tornam obsoletas é uma dinâmica muito peculiar do mercado de tecnologia da informação (TI). Diante desses ciclos constantes de mudanças — cada vez mais curtos e velozes —, não é raro que a grande empresa de ontem desapareça hoje, sem deixar vestígios. A centenária IBM é um dos nomes que desafiam essa corrente. Para manter-se relevante, a companhia investiu em uma série de guinadas no decorrer de sua trajetória. Agora, a “Big Blue” enxerga nos dispositivos móveis uma das novas frentes para continuar a rejuvenescer os seus negócios. “A mobilidade abre uma imensa oportunidade para que as empresas transformem seus negócios e processos, e entreguem melhores serviços e experiências para os seus clientes. Não se trata apenas de tecnologia, do dispositivo, mas do que você pode fazer com ele”, afirma Marie Wieck, gerentegeral de mobilidade da IBM. No rastro dos dispositivos móveis, as possibilidades são infinitas, diz Marie. Além de ganhos de produtividade e de redução de custos, a lista inclui o grande potencial para desenvolver ofertas personalizadas e aprimorar a experiência dos usuários, entre outras vertentes. Mas é nos desafios inerentes à transição das empresas para esse novo modelo que a IBM vislumbra um caminho de crescimento na mobilidade. “Há uma série de questões que as empresas precisam considerar nesse processo, como a gestão dos dispositivos móveis usados por seus funcionários e a necessidade de integração dessas novas tecnologias com o restante das operações”, observa. Partindo dessa premissa, a ideia da IBM é investir na oferta de um portfólio de softwares e serviços — batizado de IBM Mobile First — capaz de cobrir todos os elos e gargalos dessa cadeia. Como parte desse esforço, a companhia fez dez aquisições relacionadas à mobilidade nos últimos quatro anos. Entre outras ferramentas, a plataforma inclui sistemas de segurança, de análise de com- Para Marie, a disseminação de dispositivos móveis e as perspectivas de novos serviços móveis com o 4G criam oportunidades “ A mobilidade abre uma imensa oportunidade para que as empresas transformem seus negócios e processos. Não se trata apenas de tecnologia, do dispositivo, mas do que você pode fazer com ele” Marie Wieck Gerente-geral de mobilidade da IBM portamento e serviços de consultoria para auxiliar as empresas a desenvolver estratégias e acelerar a entrega de aplicativos móveis. Marie cita alguns exemplos de aplicações móveis que podem aprimorar a experiência dos usuários e, por consequência, criar uma relação mais consistente com as marcas. O primeiro deles é a possibilidade de seguradoras de automóveis oferecerem aplicativos para que os seus clientes, em caso de um acidente, consigam tirar fotos do veículo no local, entrevistar testemunhas e integrar, em tempo real, esses dados aos sistemas dessas empresas. Juntamente com as informações de localização do segurado, diz ela, as seguradoras podem personalizar o atendimento a essa ocorrência em diversos níveis. No varejo, uma aplicação possível seria a oferta, também em tempo real, de promoções e descontos personalizados para o dispositivo do consumidor, com base em dados de geolocalização e em informações específicas, como por exemplo, o tempo em que esse cliente gastou em frente a um determinado produto naquela loja. Outra frente para a IBM são as aplicações de comunicação entre máquinas (M2M, na sigla em inglês). Além da mobilidade, a companhia tem ampliado seus investimentos em tecnologias de cidades inteligentes. para ela, a junção dessas duas correntes traz boas perspectivas para a oferta de serviços em tempo real para a resolução de problemas nas grandes cidades, como por exemplo, o tráfego. Primeiro país a receber, em 1917, uma operação direta da IBM — além da matriz americana —, o Brasilé um dos mercados-chave para a companhia impulsionar as ofertas de mobilidade. Segundo Marie, a explosão da adoção de dispositivos móveis no país e as perspectivas do crescimento exponencial de novos serviços móveis a partir da implantação das redes de quarta geração (4G) são alguns dos fatores que justificam esse interesse. Para acompanhar as perspectivas de crescimento da demanda no mercado brasileiro, uma das pontas de investimento da IBM é um centro de excelência e serviços em mobilidade, como parte dos aportes recentes que a companhia realizou no Brasil para criar uma estrutura de pesquisa e desenvolvimento local. Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 17 Reuters/Jon Blacker TELEFONIA BBM, da Blackberry, pode virar empresa Dado Galdieri/Bloomberg A BlackBerry está considerando transformar seu serviço de mensagens instantâneas, o BBM, em uma empresa separada, publicou o Wall Street Journal. A canadense tem feito mudanças na equipe de gestão das operações do serviço e estuda a oferta de outros produtos, incluindo algumas ferramentas já disponíveis para usuários do smartphone, como conversa por vídeo. Reuters Herança da privatização do setor elétrico, distribuidoras federalizadas sofrem com altos índices de inadimplência e ingerência política em suas áreas de atuação Eletrobras tenta última cartada contra perdas de distribuidoras Com prejuízo de mais de R$ 1 bilhão por ano, seis empresas com atuação no Norte e Nordeste podem ser vendidas Nicola Pamplona [email protected] A contratação de uma consultoria para encontrar alternativas para as distribuidoras federalizadas é a última cartada da Eletrobras para tentar estancar uma sangria que vem provocando rombo superior a R$ 1 bilhão por ano em seu patrimônio. Herança das privatizações no setor elétrico, são seis empresas que abastecem estados do Norte e Nordeste e enfrentam altos níveis de inadimplência e sofrem com ingerência política em suas áreas de atuação. Para tentar reverter o quadro, a estatal busca um modelo de venda de participação nas empresas à iniciativa privada. No primeiro semestre de 2013, o prejuízo das empresas já soma R$ 645 milhões. Mantido o ritmo, há chances de superar as perdas do ano passado, que foram de R$ 1,3 bilhão, uma alta de 30% com relação ao ano anterior, resultado de uma receita que inclui aumento do consumo com preços mais altos da energia. Desde que assumiu as distribuidoras, a estatal já acumula perda, apenas com essas operações, superior a R$ 9 bilhões. A situação passou a ser vista com mais atenção pelo mercado após a edição da lei 12.783, que reduziu os preços da energia, com impacto sobre as receitas da estatal com seus ativos de geração. “Ou a Eletrobras acaba com essa sangria ou vai morrer de inanição”, alerta o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ (Gesel). A empresa teve uma redução de receita de 27,5% no primeiro semestre, ampliando o peso das perdas com as distribuidoras em seu resultado. “Antes, era mais fácil diluir, porque tinha outras fontes de lucro. Agora, a empresa não tem tantos recursos”, completa Castro. As seis distribuidoras, que abastecem 3,7 milhões de consumidores em Rondônia, Piauí, Alagoas, Acre, Amazonas e da cidade de Boa Vista (RR), têm um nível de perdas de energia de 30%, comparável no país apenas à Light, que abastece a região metro- politana do Rio e sofre com altos índices de furto. Além disso, segundo especialistas, enfrentam uma série de dificuldades operacionais ligadas às características de suas áreas de atuação e também à pressão de políticos locais. Depois de anos sem obter sucesso nas tentativas de sanear as operações, a empresa comunicou ontem ao mercado a contratação do banco Santander para buscar um modelo de venda das empresas. “Pedimos uma avaliação sem preconceitos, para que tenhamos alternativas viáveis para apresentar aos acionistas”, afirmou o diretor financeiro da companhia, Armando Casado, em apresentação para investidores na noite de anteontem. De venda em fatias à alienação total dos ativos, o executivo não descartou nenhuma opção. Qualquer que seja a escolha, porém, a operação dependerá de decisão a respeito da renovação das concessões das distribuidoras de energia — as que estão sob o controle da Eletrobras vencem em 2015. Analistas do mercado, porém, acreditam que o governo não colocará obstáculos ao modelo indicado pela estatal. A avaliação é que uma gestão privada pode garantir maior eficiência às operações, além de blindar as empresas contra pressões políticas locais. Embora lute para se livrar das empresas hoje sob seu controle, a Eletrobras tem sido pressionada a aceitar em troca de assunção de dívidas, outras três distribuidoras estaduais, que abastecem Goiás, Amapá e o interior de Roraima. A estatal já vêm contribuindo com a gestão compartilhada das companhias, mas impôs condições para assumir o controle. “Elas precisam ter patrimônio líquido positivo para que a Eletrobras possa entrar”, afirmou Casado. 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Divulgação ▲ EMPRESAS ARQUITETURA Prédio de Hadid em Miami atrai brasileiros Zaha Hadid, primeira mulher a receber o prêmio Pritzker de Arquitetura, parece estar agradando aos brasileiros, que já compraram 30 das 83 unidades do One Thousand Museum, em Miami. Com 60 andares, o edifício oferece metragens que variam de 920 m² a 442 m² e preços entre US$ 5 milhões a US$ 15 milhões. As vendas estão a cargo da ONE Sotheby's International Realty. Aeroportos disputam voos O consórcio que administra Viracopos, em Campinas (SP), oferece isenção temporária de tarifas para Gol e TAM. Com um novo terminal em 2014, local quer atrair também os voos internacionais mais procurados no país O Consórcio Viracopos, que administra o aeroporto de Campinas (SP) após sua concessão para a iniciativa privada, negocia incentivos como a redução ou a isenção temporária de tarifas com as empresas Gol e TAM para atrair mais voos domésticos, segundo seu diretor comercial, Aluizio Margarido. As negociações com as companhias ocorrem em meio aos pedidos do setor de redução das tarifas aeroportuárias e outros incen- Demissão voluntária da TAM tem 50% de adesão Além disso, aérea reduziu, desde 2011, 12% de sua oferta de voos domésticos A TAM, empresa aérea do grupo Latam Airlines, disse que seu programa de reestruturação de adesão voluntária teve adesão de mais de 50% dos tripulantes envolvidos. A empresa havia adotado o programa formado por licença não-remunerada e desligamento voluntário de funcionários para cortar 811 postos de trabalho em meio à redução da oferta de voos no Brasil, para fazer frente ao aumento de custos. O programa de adesão voluntária foi acordado entre a empresa e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) em primeiro de agosto. Em nota enviada à imprensa, a TAM considerou o índice de adesão alto e ressaltou que isso lhe permite reduzir os desligamentos compulsórios. “Com o ajuste, a companhia vai adequar o quadro de comandantes, copilotos e comissários à realidade operacional em vigor na empresa — funcionários de outras áreas não foram afetados. A companhia convive com alta significativa dos custos, o que a levou a reduzir a oferta, no acumulado de 2011 até agora, em 12% no mercado doméstico”, afirmou a TAM no comunicado. Reuters tivos, como a unificação do ICMS, junto ao governo federal. Atualmente, a Azul é a principal empresa aérea que opera voos de passageiros no aeroporto. Margarido também não descartou dar incentivos a empresas estrangeiras para elevar o número de voos internacionais ali. Tanto é que a concessionária já negocia com duas empresas da América Latina. A inauguração de um novo terminal previsto para 2014 deverá auxiliar na atração das aéreas estrangeiras. Entre os incentivos considerados estão a isenção ou redução temporária de taxa de pouso, entre outros. “Estamos negociando com duas empresas que querem fazer voos já com as instalações existentes, mas grandevolumemesmo a gente sóvai conseguir com o novo terminal, por causa da infraestrutura”, afirmou. Os destinos mais procurados pelos brasileiros, como Buenos Aires, No- va York e Miami estão no radar do consórcio. Atualmente, Viracopos conta apenas com um voo internacional, ligando Campinas a Lisboa. SegundoMargarido,asaéreasestrangeiras trazem passageiros que movimentam a parte comercial e tem a possibilidade de atrair cargas de alto valor nos aviões, o que elevam as receitas”. O executivo estima que, com três voos internacionais por semana, é possível elevar em 1% a 2% a receita anual do aeroporto. No curto prazo, a intenção da concessionária é atrair voos fretados durante a Copa do Mundo de 2014. “Para a Copa existem muitos voos charters. Só a Aeroméxico vai fazer 120 voos desse tipo para diversas capitais brasileiras e nós queremos capturar parte disso”. O Consórcio Viracopos é formado por Triunfo Participações, UTC Participações e pela francesa Egis Airport Operational. Reuters Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 19 AUTOMANIA MARCELLUS LEITÃO [email protected] Fotos Divulgação Harley-Davidson vem com três rodas A Harley-Davidson confirmou a importação do triciclo Tri Glide Ultra e mais três novas motos. O curioso Tri Glide tem seu público nos EUA e pode levar até 190 litros de bagagens. Só não é bom no engarrafamento e fica deven do um pouco nas curvas, mas é charmoso. O motor é o novo bicilíndrico da Harley com 1.687 cc. A HORA DA EFICIÊNCIA E stá sendo lançada hoje em Curitiba a Aprove Diesel, uma entidade que pretende defender a produção de carros de passeio movidos a diesel no Brasil. Na ponta do discurso está a eficiência dos motores, maior economia e durabilidade, sobre o pano de fundo da perda de musculatura do etanol. De novo. E por falar no assunto, semana passada, nós participamos de um Techno Day de eficiência energética, promovido pela Fiat no que restou do autódromo de Jacarepaguá, para mostrar a importância de procedimentos básicos na direção e manutenção. Nos testes instrumentados conseguimos visualizar diferenças de 23% de consumo com as várias conduções, com acelerações, retomadas e ‘pé pesado’ do motorista, além de comprovar, nas contas do computador, o quanto custa andar em um carro com os pneus descalibrados, direção desalinhada, filtro de ar e velas sujas. Foram 38% de consumo a mais, em média, o que, ao longo do ano, implica em mais reais por quilômetro, sem esquecer o excessivo desgaste de pneus e peças da suspensão. Na ocasião, foi possível confrontar o Uno 1.4 Attracticve com o novo Economy 1.4, que recebeu relações de câmbio alongadas, pneus supercalibrados e suspensão adequada para as libras a mais, além do econômetro no painel. A vantagem da novidade foi clara. A eficiência é a bola da vez e a Renault também promove a partir de amanhã, em Porto Alegre, seu seminário sobre o assunto, com o uso do Clio em condições de máxima economia, além dos contatos com modelos elétricos puros da marca, o Fluence, o Twizzy (foto) e o Kangoo ZE. Mas ainda falta muito para que essa palavra, a eficiência, atinja sua plenitude. Precisamos de melhor asfalto, mais sinalização e treinamento para os motoristas, porque se a indústria busca a eficiência na produção e consumo, os governos e os motoristas estão ainda na época das diligências e o Brasil guarda números vergonhosos de acidentes e mortes no trânsito. Sem capota, mas com aquecimento Os dois novos Classe E chegam nas versões Turbo Coupé e Cabriolet, por preços de R$ 240 mil e R$ 300 mil, respectivamente. Em destaque, no Cabrio, o sistema Airscaf, um cachecol de ar quente que permite a capota aberta em dias frios. A marca ainda não confirma, mas está escolhendo o local da nova fábrica do CLA brasileiro. PONTO-A-PONTO ■ Confirmada a produção do SUV Everest na Argentina. O modelão, derivado da Ranger, vai ser vendido no Brasil para competir com a GM Trailblazer. ■ A Toyota irá mostrar em estreia mundial, durante o próximo Salão de Frankfurt, o modelo conceitual Yaris Hybrid-R, que une o motor 1.6 a gasolina com dois motores elétricos e tração integral inteligente. O modelo está entre os 16 híbridos que a marca promete lançar até 2015. ■ Expectativa para o lançamento do novo Ford Focus, que, não por acaso, é o carro mais vendido do mundo hoje. O Ford, montado na Argentina, será lançado em setembro, em Mendoza, e promete continuar com sua carreira de sucesso. Os motores disponíveis serão dois: o Sigma 1.6 Flex e o Duratec 2.0 de 125 cv ou 170 cv, este com válvulas variáveis, o Ti-VCT e câmbio sequencial de seis marchas e dupla embreagem. ■ A Nissan festeja 80 anos nos EUA, país onde tem grande expressão, com a mostra de modelos históricos e apostas no futuro. Em destaque o Leaf que já vendeu 75 mil unidades em 17 países e lidera com folga entre os elétricos puros. Na ocasião foi confirmado o SUV Juke e mais sete novos modelos no Brasil. ■ O diretor de competição da Michelin, Couasnon Pascal, não descarta o retorno à Formula 1 em 2014. “Seria extremamente interessante”, disse. Mas o fabricante francês se opõe aos pequenos aros de 13 polegadas de hoje e gostaria de participar com pneus de 18 polegadas. Audi volta ao Paraná, junto com o VW Golf A Audi confirmou que voltará a montar o A3 no Paraná. Sem querer. A notícia vazou do presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Mauro Borges Lemos, durante simpósio da AEA, em São Paulo. Com o A3, a plataforma MQB vai abrigar também o Golf VII, que chega importado este ano. Coluna publicada às quartas-feiras 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ FINANÇAS Editora: Eliane Velloso (interina) [email protected] Mantega convoca bancos privados a financiar projetos Governo oferece aval e sugere consórcios para garantir sucesso do megaprograma de leilões de infraestrutura Murillo Constantino A ideia é que as instituições privadas se juntem aos bancos públicos . O governo pode garantir parte dos projetos com o fundo de aval de R$ 11 bilhões criado em abril para este fim Léa De Luca [email protected] São Paulo O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou ontem os bancos privados a participarem mais ativamente dos financiamentos dos clientes nos leilões de infraestrutura. O governo precisa que esses bancos assumam um compromisso de longo prazo para garantir o sucesso da nova rodada do megaprograma de leilões que começa na semana que vem. A ideia é que as instituições privadas se juntem aos bancos públicos em consórcios. Em troca, o governo acenou com a possibilidade de garantir parte dos projetos com o fundo de aval criado em abril para este fim. Detalhes da estruturação desses consórcios e do funcionamento do novo fundo de aval serão revelados daqui a 15 dias. A proposta foi colocada na mesa ontem, em reunião do ministro com cinco dos maiores bancos brasileiros — Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e BTG. Os leilões devem movimentar R$ 400 bilhões, dos quais R$ 300 bilhões necessitarão de financiamentos, conforme antecipou o Brasil Econômico em reportagem publicada no último dia 23. “Vamos trabalhar para estruturar um consórcio de bancos públicos e privados, pois o país precisa se modernizar, se tornar mais eficiente e competitivo, para poder crescer”, disse em nota Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco. “Mas é um desafio que exige esforço e união de todos, da- Trabuco Cappi, do Bradesco: “Vamos trabalhar por um consórcio de bancos públicos e privados” “ Analisamos todas as possibilidades junto com os bancos públicos. O Santander está comprometido com o tema e apoiará todas as iniciativas para o desenvolvimento da infraestrutura do País” Jesús Zabalza Presidente do Santander do que o processo de concessão, pelo seu tamanho, envolve valores superlativos. A questão dos riscos também merece uma abordagem cuidadosa, para evitar insegurança às partes”, completou. “O crescimento do Brasil nos próximos anos estará vinculado principalmente aos investimentos em infraestrutura. Vamos continuar expandindo a oferta de crédito para o fortalecimento e o crescimento da economia brasileira”< disse, também em nota, o presidente do Itaú, Roberto Setubal. “Os bancos públicos e privados analisaram os diferentes as- pectos dos futuros leilões, em especial o do próximo dia 18 de setembro, de rodovias. Foram debatidas diversas ideias para garantir que os leilões sejam um grande sucesso. O Santander está comprometido com o tema e apoiará todas as iniciativas para o desenvolvimento da infraestrutura do País”, diz o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza. Ao final da reunião ontem, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Henrique Silveira, disse que o governo está pronto a oferecer garantias a esses con- sórcios, citando o Fundo Garantidor de Infraestrutura (FGIE), com recursos de R$ 11 bilhões e ligado à Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e de Garantias (ABGF), criado em abril deste ano pelo decreto 7.976. O fundo deve entrar em operação até o final do ano, e vai consolidar outros menores que estão espalhados e somam hoje aproximadamente R$ 22,5 bilhões em recursos aportados pelo Tesouro Nacional. “Mas não existe discussão sobre o governo eliminar todos os riscos dos financiamentos”, afirmou o secretário. A reunião em um consórcio — modalidade conhecida no exterior como empréstimo sindicalizado — ajuda a diluir os riscos associados aos projeto, que é a preocupação principal dos bancos. Márcio Giannico, gerente executivo da diretoria comercial do Banco do Brasil, lembra que esses consórcios já existem mas, dado o volume a ser leiloado em prazo tão curto, como nunca antes aconteceu no país, é preciso garantir a participação, compromisso e envolvimento de todos os grandes players. Giannico explica ainda que esses consórcios devem decidir depois quais modalidades de financiamento são mais adequadas a cada projeto, dependendo da área, prazos e taxas de retorno. “A ideia é boa, mas os bancos privados não vão entrar em nenhum projeto sem antes fazer uma análise de viabilidade financeira e dos retornos”, diz o advogado Fernando Henrique Cunha, sócio do escritório FHCunha. Cunha, que atua há mais de 20 anos na área, boa parte deles na Camargo Correa, diz que problemas nos editais e na própria formatação dos leilões podem ter deixado os bancos privados (principalmente os estrangeiros) reticentes em participar. Outro advogado, que preferiu não se identificar, disse que o fundo de aval de R$ 11 bilhões parece pequeno demais para as necessidades. “Pode ser um modelo do tipo Finep, que garante o principal do investimento sem os juros. Para ele, a ideia dos consórcios pode funcionar, mas como os projetos são de longo prazo, “nenhuma banco vai ficar sentado sobre os empréstimos”, disse, sugerindo que haverá securitização. Com Natália Flach e agências Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 21 O MERCADO COMO ELE É... LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES [email protected] O JOGO DE ‘RENTABILIZAR’ SWAP Hippertt O dólar permaneceu em alta ontem até ser divulgada pelo Banco Central a taxa oficial de câmbio do dia, a Ptax. A moeda chegou a encostar em R$ 2,4150, ante R$ 2,3840 no fechamento da véspera, e persistia acima de R$ 2,40 até por volta das 14h30. Divulgada a Ptax (R$ 2,3998), o dólar desabou. E fechou vendido a R$ 2,3680, em desvalorização de 0,67%. A justificativa para o movimento ascendente que prevaleceu até o início da tarde era a tensão geopolítica envolvendo a Síria. A moeda persistia em elevação contrariando os seus formadores primários de preço. Os rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro americano recuaram de 2,79% para 2,71% e o Dollar Index cedeu 0,29%. Os operadores alegavam que havia uma “fuga do risco” por causa das incertezas advindas com a agudização da crise síria. O investidor global estaria fugindo das aplicações mais arriscadas feitas em países emergentes e voava para o refúgio seguro das treasuries. Convenientemente, o mercado ignorava que esse antigo truísmo financeiro está sendo posto em dúvida pela porção mais sofisticada dos analistas. Nos EUA, retornou aceso o debate em torno da sustentabilidade da dívida e da possibilidade de um calote. Enquanto os embates políticos entre republicanos e democratas inviabilizam a costura de uma solução consistente e permanente para o ajuste fiscal, o governo precisa elevar o teto do endividamento pois se aproximam do limite os cortes de investimentos em fundos de pensão. O secretário do Tesouro, Jack Lew, já advertiu que os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas contas em outubro se nada for feito. A dívida, já astronômica, na casa dos US$ 17 trilhões, só será passível de rolagem sem muita asfixia enquanto os juros permanecerem baixos. Enquanto não for solucionado o impasse fiscal e os limites ao endividamento, o Federal Reserve (FED) nem poderá pensar em reduzir suas injeções de liquidez, pois isso provocaria altas ainda mais acentuadas dos juros, agravando o custo de rolagem. Sem contar com a ampliação de gastos necessária para financiar uma incursão militar na Síria. Prato cheio para as agências de rating baixarem a nota de risco de crédito dos EUA. Onde há qualidade nesse voo? A perspectiva de quebra da safra americana de soja e milho por causa dos rigores da seca no Meio-Oeste americano é outro fator que deveria contribuir para um declínio do dólar frente ao real. Afinal, a visão é de um aumento das exportações de commodities brasileiras. A tendência é de fortalecimento da balança comercial e menor necessidade de financiamento do déficit em transações correntes. Atenua-se o motivo essencial da escalada do dólar de maio para cá. Mas a moeda persistiu em alta até ser formada a Ptax, taxa utilizada para o cálculo da rentabilidade dos swaps cambiais e dos contratos futuros de dólar. A razão deve ser buscada no próprio meca- nismo prioritário utilizado pelo Banco Central em suas intervenções cambiais. Depois de terem atingido a cifra recorde de US$ 10,96 bilhões no dia 16, as posições “compradas” em contratos de dólar futuro negociados na BM&F carregadas por investidores estrangeiros caíram gradualmente até chegarem a US$ 4,80 bilhões na segunda-feira, 26. Os hedge funds globais já não estão recorrendo ao pregão da BM&F para fazer suas apostas contra o real. Usam agora os swaps cambiais vendidos diariamente pelo BC. Como os fundos gringos fazem para “rentabilizar” a cota diária de 10 mil swaps, equivalente a US$ 500 milhões, que o BC leiloa todos os dias (exceto às sextas-feiras)? Ao vender o swap, o BC assume posição passiva em dólar e ativa em Selic. Ele terá lucro se o juro for, durante o período de vigência do swap, maior que a alta do dólar. O investidor externo ganha na hipótese inversa. Portanto, interessa a este que o dólar-ptax suba à vista (e também, como subproduto, no mercado futuro onde são negociados os swaps) mais do que renderá a Selic. E como, atualmente, está em curso um ciclo de aperto monetário, há a possibilidade de o BC fazer um choque de juros para combater a inflação (ameaçada pela própria alta do dólar, pela seca americana, pelo avanço do petróleo em consequência da crise síria, pela necessidade de aumento dos preços dos combustíveis) e para aumentar o poder de atração de investidores estrangeiros assustados com a perspectiva de calote americano. Para não correr o risco de perder a batalha em torno da rentabilidade dos swaps, os fundos externos que compram esses papéis tratam de agir para elevar o preço à vista do dólar. Há várias operações de day trade (compra O dólar chegou a encostar em R$ 2,41, ante R$ 2,38 da véspera, e persistia acima de R$ 2,40 até 14h30. Divulgada a Ptax (R$ 2,3998), a moeda desabou e fechou a R$ 2,36, caindo 0,67% e venda de um mesmo lote de dólares num mesmo pregão) feitas entre parceiros conhecidos que favorecem a ampliação do giro de negócios e as puxadas artificiais de preço. Ontem, quem vendeu na alta e comprou na baixa teve um lucro de 2,05%. Para analistas, há uma justificativa moral para os hedge funds fazerem isso. Afinal, enquanto jogador em um dos lados da mesa, o BC detém o poder discricionário de definir uma das variáveis-chave na definição da rentabilidade da operação, a taxa Selic. Um BC inteiramente ortodoxo não teria a menor dúvida de desfechar um choque de juros, impor perdas aos compradores de swaps e, num segundo momento do jogo, derrubar o câmbio via atração de capitais externos de portfólio. Não é o caso atual. Como o objetivo do BC com a venda de sua ração diária de swaps é baixar a febre cambial, ele se mostra propenso a arbitrar uma perda para si mesmo. Uma perda que considera menor e menos dolorida do que a queima de reservas internacionais. Por falar em choque de juros, o mercado futuro de DI da BM&F persistiu ontem em sua campanha pela não alteração do comunicado pós-Copom. Quer que hoje, ao final da reunião que irá elevar a Selic de 8,5% para 9%, o comitê mantenha a nota utilizada nas duas reuniões passadas para indicar a continuidade do aperto no ritmo de 0,50 ponto. É melhor um choque diluído no tempo do que nenhum. E as taxas para janeiro de 2014 e janeiro de 2015 caíram menos do que o necessário para acompanhar o tombo do dólar. A primeira cedeu de 9,22% para 9,20%. E a segunda, de 10,34% para 10,30%. O contrato para janeiro de 2017 nem se deu ao trabalho. Fechou em alta de 11,52% para 11,53%. 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ FINANÇAS Bolsas recuam mundo afora com crise na Síria Ibovespa, principal índice acionário da BM&FBovespa, tem desvalorização de 2,6% Scott Eells/Bloomberg Redação [email protected] São Paulo A possibilidade de um ataque iminente de potências ocidentais contra a Síria para punir o presidente Bashar al-Assad pelo suposto uso de armas químicas contra civis levou investidores a fugirem de aplicações mais arriscadas, como ações. “O índice está refletindo a forte aversão ao risco que prevalece no mundo todo em relação à Síria, o que está mexendo com as principais bolsas, os metais e as commodities”, afirma Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos. Nataniel Cezimbra, chefe da área de análise do BB Investimentos lembra que ontem, o preço do petróleo teve forte alta, próximo de 3%, enquanto o ouro fechou no maior nível em três meses, cotado a US$ 1.420,20 a onça-troy. As bolsas europeias tiveram sua maior queda diária em dois meses e os principais índices dos EUA caíram mais de 1%, com investidores buscando refúgio em ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro americano. Em paralelo, os indicadores econômicos continuam sendo acompanhados de perto pelos investidores. No mercado imobiliário, o índice S&P Case Shiller Composto 20 teve alta de 12,07% em junho na comparação anual, abaixo dos 12,2% de maio e do esperado de 12,15%. Já o índice de atividade manufatureira do FED de Richmond ficou em 14 em agosto, acima dos — 11 de julho e das expectativas de leitura de -3. Segundo Thiago Montenegro, operador da Quantitas Asset Ma- As bolsas europeias tiveram sua maior queda diária em dois meses e os principais índices dos EUA caíram mais de 1%, com investidores buscando refúgio em ativos mais seguros Índices acionários americanos perdem mais de 1% em meio à forte aversão ao risco dos investidores nagement, alguns investidores aproveitaram o ambiente mais adverso para dar continuidade à realização de lucros que caracterizou a sessão de segunda-feira. Das 71 ações que compõem o Ibovespa, apenas 3 registraram alta ontem: Marfrig ON, Oi ON e CPFL Energia ON . “Hoje a maioria das quedas foi de papéis de beta alto (mais voláteis), o que indica uma realização, como os de construtoras e os do ‘grupo X’ (EBX)”, afirmou. Lideraram as perdas do índice acionário as ações da OGX, petroleira do grupo EBX, em meio à notícia de que a empresa enfrenta dificuldades para vender uma fatia em blocos de petróleo para a malaia Petronas. “Um eventual atraso no recebimento do valor da venda para Petronas é uma péssima notícia para a OGX. A empresa encerrou o segundo trimestre deste ano com caixa de apenas R$722 milhões e financiamentos com vencimento no curto prazo de R$ 739 milhões. Isso sem contar outros débitos de difícil gestão, como uma dívida com Das 71 ações que compõem o Ibovespa, apenas 3 papéis encerraram o dia em alta: Marfrig ON, Oi ON e CPFL Energia ON. Na ponta oposta, OGX e construtoras foram o destaque de queda fornecedores de R$ 1 bilhão. Os financiamentos de longo prazo no final do segundo trimestre somavam R$8 bilhões. Assim, os recursos provenientes da venda do Campo de Tubarão Martelo são cruciais para a sobrevivência da empresa no curto prazo”, destaca a equipe de análise da Planner Corretora, em relatório. Além, disso, a empresa informou ter desistido de comprar blocos que arrematou sozinha na 11ª rodada de leilões de áreas de petróleo, em maio. “A notícia por um lado é positiva, pois mostra preservação de caixa, o que tem deixado o mercado receoso. No entanto, a companhia perde em relação à possibilidade de novos acionistas entrarem na empresa”, pontua Luiz Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora. Já os papéis da OSX, companhia de construção naval do grupo EBX da qual a OGX é cliente, tombaram mais de 20%. Assim como na véspera, construtoras como PDG Realty e Brookfield também foram destaques de baixa, com percentuais de queda superiores a 5%. As ações ordinárias da BM& FBovespa também recuaram mais de 5%. Na segunda-feira, a companhia americana Direct Edge disse acreditar que pode ser um participante de mercado mais fortalecido no Brasil, após a fusão com a Bats Global Markets. A concorrente tem planos de entrar no mercado brasileiro em 2015. Com Reuters e Niviane Magalhães SEC se reunirá com bolsas sobre falha na Nasdaq Em 12 de setembro, regulador questionará dirigentes sobre paralisação A Securities and Exchange Commission (SEC), reguladora do mercado de capitais americano, vai se reunir com os dirigentes das principais bolsas de valores em 12 de setembro para discutir a paralisação das negociação na Nasdaq na semana passada, disse o regulador ontem. A reunião com a presidente da SEC, Mary Jo White, vai abordar “o sistema de divulgação dos mercados envolvidos na paralisação da semana passada, assim como outros sistemas críticos do mercado e questões de infraestrutura”. A Nasdaq suspendeu a negociaçãode milharesde ações listadas em suas plataformas na quinta-feira passada, incluindo nomes conhecidos como Apple, Facebook, Google e Microsoft. Isso ocorreu após a bolsa descobrir que um sistema que consolida os preços das ações proveniente de diferentes plataformas de negociação, conhecido como Securities Information Processor, não estava divulgando as cotações de preços. A SEC pediu à Nasdaq e à Nyse Euronext para apresentarem as razões da parada de três horas. A interrupção é parte de uma série de falhas e nãoestáclaro se o problema foi causado por erros noArcaou porfalhas técnicas no processador. O Arca é o mercado acionário eletrônico da Nyse. Por causa das repetidas tentativas de se conectar ao SIP, a memória do processador atingiu a capacidade máxima, seus servidores ficaram sobrecarregados e ele foi incapaz de reverter as operações para o backup de sistemas, disseram fontes próximas à Nasdaq. Já as pessoas próximas à NYSE sustentaram que o Arca teve dificuldades para se conectar ao SIP. Na segunda-feira, a operadora de bolsas Deutsche Boerse também suspendeu as negociações em sua plataforma de derivativos Eurex por uma hora depois deproblemastécnicos.Tambémnasemanapassada,umproblema técnico no Goldman Sachs resultou numa enxurrada de ordens erradas nos mercados de opções de ações nos EUA. Em 6 de agosto, a Bats Global Markets enfrentou interrupção que durou quase uma hora. Reuters Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 23 SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EUA Justiça mantém processo contra BofA EDITAL PROCESSO nº E-09/094/636/2013 PREGÃO ELETRONICO: 069/2013-PMERJ - Tipo Menor Preço Global por Item. OBJETO: Sistema de Registro de Preços para aquisições de Equipamentos (VENTILADORES MICROPROCESSADOS NÃO INVASIVOS – BIPAPS), a serem distribuídos no HCPM, HPM-Nit e DAS, com vistas ao atendimento dos Policiares Militares e seus dependentes que são beneficiários do FUSPOM (Fundo de Saúde da Polícia Militar). REALIZAÇÃO: 10/09/2013 - 10:00 horas. LOCAL: https://www.compras.rj.gov.br (PE nº069/2013). INFORMAÇÕES: Rua Evaristo da Veiga, nº 78 - Centro. TEL.: 2333-2709 FAX: 2333-2708 Q.G. – DL/3 - FUSPOM O Bank of America (BofA) não convenceu a Justiça dos Estados Unidos a encerrar um processo em que o banco é acusado de ter provocado perdas de mais de US$ 1 bilhão a contribuintes na venda de empréstimos vinculados a hipotecas de alto risco às empresas Fannie Mae e Freddie Mac. O juiz distrital Jed Rakoff, de Manhattan, decidiu manter o caso, que será julgado em 23 de setembro. Reuters MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N° 12/2013 Abrapp quer mais prazo para fundo reduzir déficit Entidade pede à Secretaria de Previdência Complementar para vincular o tamanho do déficit ao prazo de equacionamento Murillo Constantino Vanessa Correia [email protected] São Paulo A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) deu o pontapé inicial nas discussões sobre a alteração na regra que trata dos déficits dos fundos de pensão e enviou um documento com as propostas de mudança à Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC). De acordo com Silvio Rangel Silveira, coordenador da comissão técnica criada para esse propósito e diretor-superintendente da Fibra — Fundação Itaipu Brasil, as propostas sugeridas pelo grupo vinculam o tamanho do déficit ao prazo de equacionamento. Ou seja, caso o déficit acumulado seja de até 10% do exigível atuarial, a fundação precisará equacioná-lo se a condição perdurar por cinco exercícios consecutivos; se o déficit for maior que 10% e menor que 20%, a fundação precisará equacionar se registrar tal condição por três exercícios seguidos; e, no caso de o déficit acumulado seja igual ou maior que 20% do exigível atuarial, a solução terá que vir no exercício seguinte ao de sua apuração. “Quanto maior o déficit da fundação, mais cedo terá que equacioná-lo”, diz. Hoje, pela resolução CGPC nº 26/2008, a entidade deve equacionar imediatamente o déficit se este for estrutural, como por exemplo, o causado por um taxa de mortalidade diferente da projetada inicialmente. No caso de um déficit conjuntural, ligado a uma menor rentabilidade dos investimentos, pode equacioná-lo em até dois anos, desde que seja inferior a 10% do exigível atuarial. “Seria precipitado obrigar os participantes a elevar suas contribuições em função de um cenário momentâneo”, diz Luís Ricardo Marcondes Martins, sócio do escritório Messina, Martins e Lencioni Advogados Associados. Segundo o advogado, o assunto deve ser discutido de forma urgente, dada às condições de Roberto Messina: seria precipitado elevar contribuições mercado. “Muitos fundos de pensão se mostraram preocupados com o tema, uma vez que a dificuldade de obtenção de retornos satisfatórios dos investimentos, em função do ambiente macroeconômico mundial, pode levá-lo a apresentar uma fotografia deficitária ao final do ano”, diz Messina. “ Como as fundações irão alocar seus recursos visando o longo prazo se a régua de medida é de curto prazo? A questão é que o modelo regulatório atual não dá conta de atender as perspectivadelongoprazo” Silvio Rangel Silveira Diretor-Superintendente da Fibra Silveira fez questão de destacar que a discussão não é casuísta e sim estrutural. “Como as fundações irão alocar seus recursos visando o longo prazo se a régua de medida, que é a apuração de déficit ou superávit, é de curto prazo? A essência desta discussão é que o modelo regulatório atual não dá conta de atender as perspectiva de longo prazo”, aponta diretor-superintendente da Fibra. Ainda de acordo com o especialista, aSPPCsemostrousensível à necessidade de revisão da regra. “O assunto ainda precisa ser discutido de forma madura e ser refletido por todos os agentes de mercado”, pondera ocoordenador da comissão técnica da Abrapp,quecontoucomespecialistas das áreas de investimentos, jurídica, contábil e atuarial. O Relatório de Atividades da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), mostra que foram apurados R$ 9,07 bilhões em déficit em 2012. OBJETO: PEÇAS DE UNIFORMES (METÁLICOS) EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das proposições de preços até às 10:00 horas do dia 10/09/2013, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 10/09/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0812 ou Fax (21) 2101-0815 Acesso ao Edital no site - www.comrj.mar.mil.br MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N° 116/2013 OBJETO: AQUISIÇÃO DE MATERIAL MÉDICO CIRÚRGICO E ODONTOLÓGICO EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das proposições de preços até às 10:00 horas do dia -10/09/2013, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 10/09/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0812 ou Fax (21) 2101-0815 Acesso ao Edital no site - www.comrj.mar.mil.br 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ FINANÇAS Alerta sobre seguradora dos EUA Relatório do Financial Stability Board aponta que país deve melhorar supervisão e considerar estrutura mais simples Nos últimos três anos, os Estados Unidos apresentaram progresso nos acordos de supervisão de risco sistêmico e de infraestruturas do mercado financeiro, mas ainda precisam melhorar a supervisão de seguro, segundo relatório divulgado ontem pelo Financial Stability Board (FSB). O estudo aponta que as autoridades americanas deveriam considerar uma estrutura mais simplificada e eficaz para alcançar maior uniformidade regulamentar. Entre as propostas, estão dar mais poderes pa- ra os supervisores avaliarem as condições financeiras dos grupos seguradores e modernizar os requerimentos de solvência. Ontem, o Comitê da Basileia também divulgou relatório sobre o progresso dos países na implementação das reformas regulatórias da Basileia 3. Dos 27 integrantes do Basel Committee, 11 entraram na fase final da regulação de capital, enquanto 14 emitiram as regras finais mas ainda não colocaram em vigor. É o caso do Brasil, Argentina, Estados Unidos e O Comitê da Basileia também divulgou relatório sobre o progresso na implementação das reformas regulatórias. Dos 27 integrantes, 11 entraram na fase final nove membros da União Europeia. Apenas Indonésia e Turquia estão um passo atrás. De dezembro a junho, o patrimônio líquido médio comum Tier 1 (Common Equity Tier 1 — CET1) dos bancos de grande atuação internacional subiu de 8,5% para cerca de 9% dos ativos ponderados pelo risco. Além disso, o déficit do agregado de capital desses bancos — que ainda estão abaixo dos requisitos plenos — continua a diminuir, segundo o Bank for International Settlements (BIS). Agora, está bem abaixo dos lucros anuais da indústria, que, no ano passado, atingiram € 400 bilhões. Stefan Ingves, presidente do Comitê de Basileia, comentou que, apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito. “Por exemplo, em relação a ponderação de risco, excessivas variações entre bancos foram identificadas e o Comitê está analisando as opções políticas para reduzir isto”, afirma sobre a finalização das reformas pós-crise, que fazem parte do quadro regulamentar da Basileia. JP pode ter de pagar US$ 6 bi por repassar títulos podres Banco omitiu a venda de US$ 33 bilhões de bonds hipotecários para Fannie Mae e Freddie Mac O regulador americano está atrás de pelo menos US$ 6 bilhões do JP Morgan Chase & Co. para acertar um processo civil por falso testemunho. Segundo Federal Housing Finance Agency (FHFA), o banco omitiu a venda de US$ 33 bilhões de títulos hipotecários podres de 2005 a 2007 para companhias financeiras apoiadas pelo governo: a Fannie Mae e Freddie Mac que receberam US$ 187,5 bilhões de ajuda. O banco também voltou às manchetes pela prisão do espanhol Javier Martín-Artajo Rueda, ex-corretor, que era procurado pelos Estados Unidos por ter ocultado perdas de mais de US$ 6 bilhões. Ele foi detido ontem em Madri e ficará à disposição do Juizado de Instrução Número 1 da Audiência Nacional, principal instância penal espanhola. Os Estados Unidos iniciaram em meados de agosto um processo penal contra dois ex-corretores do JPMorgan, Martin-Artajo Rueda e o francês Julien Grout. O caso ficou conhecido como a “Baleia de Londres”, o apelido de Bruno Iksil, um trader francês que causou perdas milionárias ao banco e que chegou a um acordo com as autoridades em troca de não ser processado. Reuters e Bloomberg Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 25 Matthew Lloyd/Bloomberg BANCOS LLoyds vende unidade na Austrália O britânico Lloyds Banking acertou a venda de sua carteira de crédito de US$ 335,74 milhões de dólares da unidade BOS International Australia à Sankaty Advisors, da Bain Capital. A venda faz parte da decisão do banco de sair do mercado australiano à medida que reduz suas filiais estrangeiras, de 14 para menos de 10 países até 2014, para cortar custos e fortalecer seu balanço. Reuters Rede de ensino Ser Educacional registra IPO Com forte atuação no Norte e Nordeste, declara ter 76 mil alunos matriculados em graduação, pós e cursos técnicos de nível médio A rede de ensino Ser Educacional pediu registro para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), conforme prospecto preliminar disponibilizado ontem no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa fará uma distribuição primária de ações ordinárias, com os recursos destinados ao caixa da companhia, além de uma distribuição secundária, em que o dinheiro captado vai para os acionistas vendedores. No prospecto, a companhia se apresenta como a maior organização privada no setor de ensino superior nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, em número de unidades e de alunos. No fim do primeiro semestre, a Ser Educacional contava com 76 mil alunos matriculados em cursos de graduação, pós-graduação e técnicos de nível médio. De janeiro a junho, a empresa teve receita líquida de R$ 220,6 milhões e lucro de R$ 68,8 milhões, altas de 61,9% e de 82,6%, respectivamente, sobre igual período de 2012. No prospecto do IPO, ainda não havia informações sobre a quantidade de ações, a faixa indicativa de preço por papel e o cronograma da operação. O BTG Pactual será o coordenador líder da operação, que também contará com a coordenação do Credit Suisse, Goldman Sachs e Santander. Além da Ser Educacional, outras três empresas aguardam aval da CVM para ingressar no mercado: Ouro Verde, Unidas e Sascar Participações. Reuters O banco BTG Pactual será o coordenador líder da operação do Ser Educacional, que também contará com a participação do Credit Suisse, Goldman Sachs e Santander GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS DO DISTRITO FEDERAL SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA DO DISTRITO FEDERAL AVISO DE ABERTURA CONCORRÊNCIA PÚBLICA N.º 003/2013 – SLU/DF O SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA DO DISTRITO FEDERAL – SLU/DF, por meio de sua Comissão Permanente de Licitação, TORNA PÚBLICO que realizará Concorrência n.º 03/2013, processo 094.000.955/2013, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para prestação de serviços de coleta, transporte e descarga de Resíduos Sólidos Domiciliares, Institucionais e Comerciais Recicláveis, nas áreas urbanas e rurais do Distrito Federal, distribuídos em 4 (quatro) lotes distintos, conforme relacionados no item 2 do Anexo I – Projeto Básico. Tipo: menor preço. Regime de execução: forma indireta, sob o regime de empreitada por preço unitário por tonelada para cada lote. Valor estimado do contrato: R$ 15.735.386,55 (quinze milhões, setecentos e trinta e cinco mil, trezentos e oitenta e seis reais e cinquenta e cinco centavos). Unidade orçamentária: 21203. Fontes de recursos: 100 e 114. Programa de Trabalho: 15.452.6212.2079.6117 – Manutenção das Atividades de Limpeza Pública – Distrito Federal. ND: 339039 – Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica. Prazo de vigência do contrato: 12 meses. A sessão terá início às 9h30min do dia 27 de setembro de 2013, no Auditório do Núcleo de Limpeza Sul, Av. das Nações s/nº, Brasília - Distrito Federal. O edital e seus anexos poderão ser retirados no site www.slu.df.gov.br. Outras informações e esclarecimentos poderão ser obtidos no telefone nº (61) 3213-0179, no horário das 9h às 12h e das 14h às 17h. Brasília, 26 de agosto de 2013. CARLA PATRÍCIA B. RAMOS ANDRADE Presidente 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ MUNDO Editor: Gabriel de Sales [email protected] Aumenta o otimismo com a economia da Eurozona Indicadores oficiais e privados mostram que ganha ritmo a recuperação da confiança das empresas e dos consumidores do bloco A confiança econômica na zona do euroemagostoestáemseumaiornível em 17 meses, aumentando os sinais de que a recuperação da moeda apósumalongarecessãorecordeesteja tomando ritmo. Pesquisa da BloombergNews mostra que o índicede confiança subiude 92,5 em julho para 93,8 atualmente, de acordo com a mediana de 26 estimativas doseconomistas. Esseindicadorsegue emlinhacomodaComissãoEuropeia que, no dia 23 deste mês, informouqueaconfiançadoconsumidor nos 17 países do bloco aumentou para um pico de 25 meses. O desemprego provavelmentese manteve num recorde de 12,1% em julho, deacordocomumapesquisaseparada da Bloomberg. O impulso na economia, desde que voltou a crescer no segundo trimestre, estimulou as ações europeias, com o índice Stoxx Europe 600 subindo 11% nos últimos dois meses eempresasda Alemanha eIrlanda elevaram as previsões. No entanto, a Europa continua tendo dificuldadescomolegadodacrisedadívida agora em seu quarto ano, incluindo uma taxa de desemprego cujaprevisãoé quesemantenhaacima de 12% até 2015. “Ascoisastalveznãosejamsódesgraçaetristezacomoaspessoaspensaram por um longo tempo”, disse ChristophVonReiche,chefedaGoldman Sachs Asset Management, na Alemanha.“Apesardeenfrentarmos enormesproblemasnaEuropa,asensação é de que houve umavanço.” A economia da Eurozona cresceu 0,3% nos três meses até junho, liderada pela Alemanha e pela França,depoisde seiscontraçõestrimestrais.Somando-seaosindíciosderecuperação, os serviços e a produção industrial se expandiram mais do que os economistas previam em agosto, mostram dados da Markit. Neste mês, Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), disse que embora os riscos para a economia continuem sendo negativos,ele espera uma recuperação gradual no segundo semestre do ano. O BCE, com sede em Frankfurt,informou em julhoque manteria as taxas de juros baixas por um longo período após ter cortado sua taxa de referência para um recorde de baixa de 0,5% em maio. “Osnúmerosreaissãoimpressionantes”,disseDraghi em1º de agosto.“Houveumforteaumentodasexportações, não só na Alemanha, mas também na Espanha e na Itália, oquemostraquealgumacoisaaconteceu para reformar e aumentar a competitividade”. Ewald Nowotny, membro do Conselho de Administração do BCE, disse na semana passada que o recente “fluxo de boas notícias” da economia da zona do euro eliminou qualquer necessidade de cortar as taxas de juros. Ao mesmo tempo, descartou um ajuste monetário prematuro, dizendo que “os acontecimentos mais recentes não terão efeitos imediatos na política do BCE”. “A economia da zona do euro vai continuar se expandindo no segundo semestre doano”,disse oeconomista Matteo Cominetta da HSBC Holdings. “Não espero um retorno às taxas de crescimento mais rápido acimade 1%tãocedo, mas pelomenos o crescimento na zona do euro se manterá estável e por enquanto o medo da recessão está descartado”. Stefan Riecher, Bloomberg News Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 27 Remo Casilli/Reuters RANKING DA FORBES Madonna é a celebridade mais bem paga A cantora Madonna, de 55 anos, lidera a edição de 2013 do ranking da Forbes com a renda de celebridades, depois de faturar estimados US$ 125 milhões no ano encerrado em junho. O cineasta Steve Spielberg ficou no segundo lugar, com US$ 100 milhões e, em terceiro empatados com rendimento de US$ 95 milhões, ficaram a escritora E.L. James, de “50 Tons de Cinza”; o radialista Howard Stern; e o músico e produtor de TV Simon Cowell. Reuters Hannelore Foerster/Bloomberg Coalizão italiana tenta chegar a acordo sobre imposto imobiliário Tributo, que deve render 4 bilhões de euros por ano, é criticado pela direita, de Berlusconi, e defendido pela esquerda, do primeiro-ministro Enrico Letta Indicadores mostram que economia na zona do euro continua crescendo neste semestre Cada país tem que cumprir seu dever, alerta Schaeuble Em uma Europa forte, cada país tem que cumprir seu dever e não pedir a seus sócios que lhes ofereçam mais dinheiro, afirmou ontem o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, em entrevista à CNN International. “Esse é o caminho equivocado para conseguir uma Europa forte, esse é o incentivo equivocado”, disse ele durante a entrevista da qual a rede de televisão publicou trechos em seu site. Nos últimos dias, a chefe de governo alemão, Angela Merkel, tentou de apaziguar o debate sobre a ajuda à Grécia, a um mês da realização de eleições gerais e em um momento em que diminui a vontade do contribuinte alemão de pagar mais resgates europeus. Este tema se ressurgiu na semana passada quando Schaeuble admitiu em um ato de campanha que a Grécia precisaria de outro resgate além de 2014. O ministro informou à CNN que, se Merkel ganhar as eleições para um terceiro mandato após a votação de 22 de setembro, está certo “de que continuarão trabalhando por uma Europa mais forte”. “Não queremos uma Europa alemã, mas queremos uma Europa forte. Isso significa que cada Estado membro, incluindo a Alemanha, tem que aumentar sua competitividade.” AFP A dividida coalizão que governa a Itália tentava ontem superar divergências a respeito de um imposto imobiliário que pode ser o estopim de uma nova crise, num momento em que o processo de cassação do senador e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi já ameaça derrubar o governo de coalizão entre a esquerda e a direita. A instabilidade política deixa os mercados financeiros nervosos. A bolsa de Milão caiu pelo segundo dia consecutivo, e os juros dos títulos públicos subiram à espera de um leilão amanhã. O gabinete deve se reunir hoje para decidir o que fazer com o imposto imobiliário, proposto pelo governo de Enrico Letta. O partido Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi, ameaça deixar a coalizão liderada pelo Partido Democrático (PD) se o tributo não for revogado. Essa polêmica se arrasta desde a formação da frágil coalizão dos partidos rivais, em fevereiro. Líderes políticos, incluindo o premiê Enrico Letta, alertam que a instabilidade pode levar a Itália de volta à turbulência financeira em que se viu no auge da crise da dívida na zona do euro. O Partido Democrático diz que é impossível abolir o imposto sobre imóveis, embora aceite negociar uma eliminação parcial que poupe a maioria dos italianos, mas continue onerando os mais ricos zão se Berlusconi tiver seu mandato parlamentar cassado, em decorrência de uma condenação por fraude tributária. O processo de cassação deve ser votado em setembro pelo Senado. Na terça-feira, Berlusconi pediu a radicais do PDL que parem de fazer ameaças ao governo por causa do imposto tributário. O Partido Democrático diz que é impossível aboli-lo, embora aceite negociar uma eliminação parcial que poupe a maioria dos italianos, mas continue onerando os proprietários mais ricos. James Mackenzie, Reuters Tony Gentile/Reuters Governo precisa achar de onde tirar 4 bilhões de euros Em 2011, Berlusconi teve de deixar o cargo de primeiro-ministro para dar lugar a um governo tecnocrata que evitasse uma moratória da dívida pública. Mas, apesar de alguns sinais de progresso, incluindo propostas para substituir o imposto por uma nova taxação local sobre serviços, não houve um acordo concreto sobre de onde tirar os 4 bilhões de euros anuais (US$ 5,35 bilhões) que seriam necessários para cobrir a arrecadação prevista com o novo imposto. “Essa é uma questão administrativa fundamental”, disse o deputado Renato Brunetta, seguidor de Berlusconi, à rádio pública RAI. “O fato de o governo ter até agora deixado de apresentar uma proposta sólida criou muitas dúvidas, não é sério proceder dessa forma”, alertou o parlamentar. Contribuindo para a crise política, membros do PDL ameaçaram nesta semana deixar a coali- Condenação de Berlusconi pode derrubar governo de coalizão 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ▲ MUNDO O vigia da maior refinaria de petróleo da Alemanha, a usina MiRO, em Karlsruhe,esperavaatéqueumcolega segurança na guarita estivesse longe de sua visão antes de enviar uma mensagem de texto dizendo que era seguro dirigir o caminhão tanque com 10.000 litros de diesel roubado até fora dos portões. A pista lhe rendeu propina de 300 euros (US$400)paracadaumdos87caminhões carregados que foram roubados ao longo de um período de mais de um ano, a partir do início de 2011. Ogolpe não foi detectado até que um dos três empregados, envolvidos, daempresade limpezados tanques, foi demitido e informou o caso à polícia. Somada a evidência das imagens das câmeras dos pedágios, a revelação levou os quatro à prisão, em junho. O assalto destacou o crescente roubo de combustível, contrabando e a fraude na Europa,onde osgovernos da Polônia ao Reino Unido estão perdendo entre 100 milhões de euros e 1,3 bilhão de euros em ingressos fiscais por ano. Combustível ilegal, o novo desafio europeu Contrabando causa perdas de até 4 bilhões de euros/ano às refinarias da Europa Bartek Sadowski/Bloomberg O mercado ilegal está contribuindo para os tempos difíceis nas refinarias europeias já que a menor demanda em duas décadas mina o retorno financeiro Ocrimeestáseespalhandonaregião em parte porque os preços do combustível no varejo subiram 52% desde 2009. “Esta atividade criminosa está minando a legitima rede da indústria de petróleo e do estado, num momento no qual os desafios econômicos nunca foram tão grandes”, disse Tom Noonan, presidente da Associação da Indústria de Petróleo da Irlanda e CEO do Maxol Group, varejista do setor com sede em Dublin. “A atividade ilegal tem permitido o crescimento a uma escala desenfreada”. Embora a Comissão Europeia, a Europol, a agência européia para a aplicaçãoda lei,ea Europia,associaçãocomercialdasrefinarias,comsede em Bruxelas,não forneçamestatísticas sobre a fraude com combustíveisemtodaa região,dadosindividuais dos governos mostram a extensão do crime. A fraude fiscal na Polônia saltou 47% entre 2010 e 2012, segundo umaauditoriajuntoamaisdemilcomerciantesevarejistasdecombustíveis, disse Wieslawa Drozdz, portavoz do Ministério das Finanças, em Varsóvia, por email, no dia 24 de julho. A Polônia perdeu 3 bilhões de zloty(US$943milhões),noanopassado, de acordo com a Organização daIndústria edoComérciodoPetróleo do país. O Reino Unido perdeu mais de 1,1 bilhão de libras (US$ 1,7 bilhão) com as fraudes no setor no ano fiscal2008-2009,de acordocom rela- Somente a Polônia perdeu mais de US$ 900 milhões com as fraudes fiscais no comércio de combustíveis no ano passado tório da comissão parlamentar, no ano passado. Na Grécia, o mercado ilegal de combustível cresceu para 600 milhõesdeeurosporano,disseoMinistro das Finanças, sem dar dados sobre os anos anteriores. O mercado ilegal da Europa está contribuindo para os tempos difíceis para as refinarias já que a menor demanda em duas décadas mina o retorno financeiro, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA). Uma média de 11,6 milhões de barris de petróleo, por dia, foi processada de janeiro a maio nas economias mais ricas da região — o nível mais baixo de qualquer período desde 1989, disse a IEA, com sede em Paris, em um relatório de 11 de julho. Afraude decombustíveisempaíses como a Áustria e a Alemanha é mínima em comparação aos golpes em lugares do Leste Europeu, de acordo com a maior refinaria da Polônia, a PKN Orlen. Tom Noonan O mercado de diesel da Polônia conta com mais de 13% do abastecimento ilegal, de acordo com estimativas da indústria. É ilegal cerca de 20% do combustível consumido na República Tcheca, segundo dados do governo. Afraude com combustíveis também está atingindo os países da Europa Ocidental. Fraudadores da Irlanda do Norte podem vender diesel ilegal por cerca de 40 pence (US$ 62 cents) por litro a menos que o litro do combustível legítimo e ainda assim saem lucrando. Na refinaria MiRO, em Karlsruhe, a segurança está sendo reforçadaapósoassaltoem2011,disseaempresa em seu site, em primeiro de agosto. Aempresa perdeu912 mil litros de diesel e gasóleo, em roubos entre o inicio de 2011 e junho de 2012, de acordo com dados de Jochen Herkle, porta-voz da justiça distrital confirmados à Bloomberg. Presidente da Associação da Indústria de Petróleo da Irlanda Konstantin Rozhnov e Marek Strzelecki, Bloomberg News “ Esta atividade criminosa está minando a legitima rede da indústria de petróleo e do estado, num momento no qual os desafios econômicos nunca foram tão grandes” Tecnologia e novas leis contra a sonegação Os governos da Europa estão tentando responder com medidas firmes aos constantes casos de comercialização ilegal de combustíveis. O presidente tcheco, Milos Zeman, assinou uma lei mudando o código tributário do país. A Câmara de Deputados da Polônia adotou medidas semelhantes. A Irlanda introduziu um sistema eletrônico, este ano, para monitorar os movimentos dos combustíveis, disse Tom Noonan, presidente da Associação da Indústria de Petróleo da Irlanda. Bloomberg News Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 29 Kim Kyung-Hoon/Reuters CHINA Terceira plenária vai aprofundar reformas Líderes chineses vão realizar a terceira Sessão Plenária do 18º Comitê Central do Partido Comunista em novembro para discutir o aprofundamento das reformas no país, informou a agência oficial Xinhua. Historicamente, terceiras plenárias têm sido importantes pontos de mudança no país. Numa dessas reuniões, nos anos 1990, foram estabelecidas reformas econômicas introduzidas pelo então premiê Zhu Rongji. Reuters EUA e aliados preparam ataque à Síria, mas sem o objetivo de derrubar Assad Operação deve ser limitada, com disparos de mísseis a partir de navios americanos no Mediterrâneo, durando no máximo dois dias Andrew Harrer/Bloomberg Um ataque contra o regime sírio, acusado de ter utilizado armas químicas em sua guerracontraosrebeldes, parecia iminente ontem, com Washingtoneseusaliadospreparando o terreno para uma ação militar contra Damasco, que prometeu se defender. “O regime sírio é responsável pelo uso de armas químicas no dia 21 de agosto perto de Damasco, não há dúvida”, declarou o portavoz do presidente americano Barack Obama, Jay Carney, que prometeu divulgar um relatório de inteligência provando a utilização desse tipo de armamento nesta semana. Antes, o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, indicou que seu país havia “posicionado elementos para ser capaz de atender a qualquer opção escolhida pelo presidente” Obama. “Estamos preparados”, completou. Segundo a imprensa americana, Obama pensa em um ataque limitado, que, provavelmente, não vá durar mais de dois dias, segundo o Washington Post. Já o New York Times também fala de uma possível operação limitada, com disparos de mísseis de cruzeiro a partir de navios americanos no Mediterrâneo, sem o objetivo de derrubar o presidente Assad. O objetivo não é mudar a relação de forças entre os rebeldes e o regime, mas “dissuadir” o presidente sírio de recorrer novamente às armas químicas e de “degradar” O objetivo não é mudar a relação de forças entre os rebeldes e o regime de Bashar al-Assad, mas “dissuadir” o presidente sírio de recorrer novamente às armas químicas sua capacidade de efetuar tais ações no futuro, de acordo com autoridades americanas. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também afirmou que uma intervenção desse tipo teria como objetivo “reduzir as capacidadesde utilização” de armas químicas do regime. Mais cedo, Londres indicou que o Exército britânico se prepara para a eventualidade de uma ação militar, ressaltando também que o Reino Unido “não tenta derrubar” o regimesírio.CameronconvocouoParlamentoparaumavotaçãonaquintafeira sobre“arespostadoReinoUnido a ataques com armas químicas”. A França se declarou “preparada” para intervir militarmente na Síria ao lado de seus aliados para “punir” o regime sírio, acusado de ter atacado com gases tóxicos a sua população. O presidente François Hollande disse que tomará sua decisão “nos próximos dias”. AFP Chuck Hagel: posicionando elementos para atender a qualquer opção escolhida pelo presidente Obama Divulgação Oposição apoia a reabertura da troca de dívida argentina proposta por Cristina Proposta tenta atrair os fundos especulativos, que não participaram das negociações anteriores Lavedra: partido não vai dificultar aprovação da troca de dívida Dirigentes opositores anteciparam seu apoio ao projeto de lei de reabertura da troca da dívida da Argentina, que a presidente Cristina Kirchner apresentou ontem no Congresso, em uma trégua na dura disputa política a dois meses de eleições legislativas cruciais. Kirchner anunciou na segundafeira que estimulará, pela terceira vez, uma troca da dívida que ainda está em default, para 7% dos credores, incluindo os chamados fundos especulativos que não en- traram nas negociações anteriores. A presidente também anunciou que se dispõe a pagar na Argentina as dívidas que até agora estavam sendo pagas em Nova York. A iniciativa oficial foi lançada após um decisão contrária da Câmara de Apelações de Nova York que deu razão aos fundos, chamados de ‘abutres’ por Buenos Aires, pois compraram a dívida já em default, e pedem à Argentina o pagamento à vista de US$ 1,4 bilhão. Ricardo Gil Lavedra, presidente do bloco de deputados da União Cívica Radical, a segunda força no Congresso, antecipou que seu partido “não vai dificultar” o tratamento parlamentar da iniciativa oficial, apesar de considerar tar- dia a reabertura da troca da dívida. “É preciso votar a favor, dar este instrumento (ao governo), para que este problema possa ser resolvido”, disse o deputado Oscar Aguad, do mesmo partido, em declarações a Radio 10. A possibilidade de mudar o local dos pagamentos a Buenos Aires para evitar possíveis embargos foi criticada pelo ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, que realizou a operação de troca de títulos em 2005 durante o mandato de Néstor Kirchner (2003/2007), mas depois passou à oposição. A decisão final após a da Câmara de Apelações de Nova York agora está nas mãos da Suprema Corte dos Estados Unidos. AFP 30 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 OPINIÃO Hippertt A cobrança indevida do ISS sobre a silvicultura David Borges Isaac e Gabriela Ricarte Ferraro* [email protected] Constituição outorgou aos municípios e ao Distrito Federal competência para instituir impostos sobre serviços, o ISS. E cuidou de estabelecer alguns limites, a saber: I) o município só pode exigir o imposto daquilo que corresponda a serviço (não poderá tributar, por exemplo, venda de mercadoria); II) não pode tributar serviços de comunicação e transportes interestadual e intermunicipal (são de competência dos Estados); e III) só pode tributar os serviços que estiverem taxativamente previstos na Lei Complementar, hoje a de nº 116/2003. Sabe-se que silvicultura é serviço e não é da competência dos Estados. Cumpre verificar se está na lista anexa à lei complementar. Tudo porque, é certo, só se pode tributar o que estiver na referida lista. Ao cotejá-la, verifica-se que a atividade de silvicultura não está no rol dos serviços que foram inseridos pelo legislador em seu texto. Apesar de não estar incluída entre os serviços tributáveis, alguns municípios vêm exigindo imposto sobre essa atividade, entendendo se tratar de atividade assemelhada ao florestamento, o que de logo se afasta, pois são atividades absolutamente distintas. Para melhor compreensão da controvérsia, vale citar a definição de silvicultura: “1. Ciência que tem por finalidade o estudo e a exploração das florestas. 2. Cultura de árvores florestais”. (Aurélio Buarque Ferreira de Holanda, Novo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, p. 1.846, Curitiba, Positivo, 2004). Com base nesse conceito, é importante estabelecer que as atividades de silvicultura são diferentes das atividades de florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, as quais constam na lista de serviços sujeitos à tributação pelos municípios. Tais atividades — florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres —, previstas na tal lista, referem-se à recomposição da cobertura vegetal com o intuito de preservar o meio ambiente. A silvicultura, por sua vez, relaciona-se ao estudo de métodos para regeneração e melhor utilização de florestas, e a aplicação desse mesmo estudo para melhor utilização da própria vegetação. A A silvicultura, por não estar relacionada na lista anexa à lei complementar e também porque não se trata de atividade similar ou congênere ao florestamento, não se submete e nem pode sofrer incidência do ISS Em outra palavras: I)reflorestamento é a implantação de florestas em áreas naturalmente florestais; II) florestamento é a implantação de florestas em áreas que não eram naturalmente florestadas; e, III) silvicultura é o estudo e a aplicação de métodos para regeneração e melhor utilização das florestas. As duas primeiras são atividades constantes da lista e se submetem à incidência do ISS. A última, todavia, não presente no rol da lei, não se sujeita à exação tributária. Alguns municípios vão mais além, e a pretexto de exigir o ISS da atividade de silvicultura, se utilizam do termo congêneres constante da lista (florestamento, reflorestamento e congêneres) para cobrar o ISS das atividades de silvicultura. O termo congêneres autorizaria, segundo os municípios, a equiparação das duas atividades. O que se refuta igualmente desde logo: a silvicultura não está prevista na referida lista, como também se trata de atividade distinta daquelas lá elencadas. Assim, ainda que se admita a inter- pretação extensiva do rol taxativo constante da lista anexa, justificando tal interpretação pelo uso do vocábulo “congêneres”, os conceitos acima descritos afastam a silvicultura dessa extensão. Nessa linha, é o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Seção de Direito Público (Apelação nº 724.000-5/8-00 - 17.1.2008): “silvicultura é uma atividade de exploração florestal, destinada à industrialização e comercialização do produto, o florestamento ou reflorestamento são atividades destinadas à proteção e recuperação do meio-ambiente”. Em resumo, a atividade de silvicultura, por não estar relacionada na lista anexa à lei complementar e também porque não se trata de atividade similar ou congênere ao florestamento, não se submete e nem pode sofrer incidência do ISS. *David Borges Isaac é advogado do Brasil Salomão e Matthes Advocacia, e Gabriela Ricarte Ferraro é advogada especializada em Direito Civil e escrevente do Tribunal de Justiça de São Paulo em Sertãozinho, SP Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 Brasil Econômico 31 CLÁUDIO CONZ MARCELO COSTA MASCARO NASCIMENTO Presidente da Anamaco - Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção Advogado, é diretor do escritório Mascaro Nascimento Advocacia Trabalhista Volta do IPI causará aumento de preços Momento propício para uma reforma trabalhista Como representante do varejo de material de construção, lembro que venho trabalhando há anos pela desoneração tributária dos produtos do setor. Ainda em 2006, a Anamaco — Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção já batalhava junto ao então ministro da Fazenda, Guido Mantega, por pacotes habitacionais que incluíssem a redução de impostos, já com sucesso, como a anunciada em setembro daquele ano. Em março de 2009, o governo anunciou a tão esperada redução do IPI — Imposto Sobre Produtos Industrializados. O mês de junho de 2013 foi de especial importância. Mais do que um mês comum, já ficou registrado para a história brasileira como um momento em que as “vozes das ruas” reverberaram em alto e bom som a ponto de serem ouvidas dentro e fora do país. Na seara trabalhista, sempre um campo acentuado de conflitos, as centrais sindicais tentaram colocar em discussão a sua agenda de reformas. No entanto, não é mais possível olhar o Direito do Trabalho unicamente como instrumento de proteção ao trabalhador. A redução envolveu 30 produtos do setor e funcionou positivamente como medida para enfrentar a crise internacional. Esta foi uma das estratégias adotadas pela política econômica federal para minimizar os efeitos da tensão da economia mundial. Nessa época, a medida anunciada em abril valeria até o fim do ano. Suas funções na sociedade contemporânea também estão relacionadas à maior competitividade do país e ao desenvolvimento econômico. O Direito do Trabalho possibilitou a harmonização das relações entre trabalhadores e empregadores, dando previsibilidade e segurança ao contratualizar a compra e venda da força de trabalho, afastando a legalidade das formas primitivas de trabalho. Também contribuiu para a racionalização dos processos de trabalho nas fábricas, o que elevou os níveis de produtividade e os lucros das empresas, permitindo o reinvestimento do excedente e a expansão da economia. Além disso, promoveu uma maior distribuição da renda e uma melhoria na condição de vida dos trabalhadores pela via dos direitos a estes assegurados, o que permitiu maior consumo e, por consequência, incentivou o desenvolvimento econômico, gerando um círculo virtuoso. A não prorrogação do IPI terá impacto de 8% nos custos dos produtos e prejudicará as obras do Minha Casa Minha Vida, cujos contratos não preveem estes aumentos nos preços Resultado dos esforços do setor, em novembro de 2009, o governo anunciou mais uma prorrogação, desta vez até junho de 2010. Aí começamos outra batalha, e em abril, durante a FeiconBatimat, pudemos conversar novamente com o ministro e ele anunciou a manutenção da redução até dezembro do mesmo ano. No fim de novembro de 2010, em almoço com o ministro Mantega na Fiesp, tivemos o anúncio da prorrogação até dezembro de 2011. E em agosto do ano passado, tivemos o anúncio da manutenção da medida até o fim deste ano. A manutenção desta redução é muito é positiva para o nosso setor e estamos levando ao Ministro da Fazenda nossa preocupação para que seja definido o mais rápido possível a extensão da prorrogação. Levando em conta o que aconteceu com a linha branca e, recentemente, com chuveiros e luminárias, há uma tendência do governo em não prorrogar a redução de IPI para além de dezembro. Desde o início, defendemos que a redução fosse permanente, principalmente porque o nosso setor ainda está bastante fragilizado. Estamos buscando o diálogo, apresentando inclusive pesquisas que comprovam que a redução da carga tributária acarretou maior arrecadação por parte do Governo. O nosso esforço é pela prorrogação. Desde o início do ano, o setor de material de construção não vem tendo o desempenho esperado. Agora no mês de julho apenas que tivemos uma retomada interessante nas vendas e estamos otimistas em relação ao desempenho deste segundo semestre. Uma eventual volta do IPI poderia encarecer os produtos ao consumidor final e isso acarretaria possivelmente queda de vendas. De acordo com a Anamaco, o impacto da não prorrogação do IPI será de 8% no aumento dos custos dos produtos imediatamente e prejudicará muito as obras do Minha Casa Minha Vida, cujos contratos não preveem estes aumentos nos preços. É importante que o Governo compreenda mais uma vez a importância da continuidade da desoneração do IPI. Desde sua implementação, ainda em 2009, a medida beneficia o consumidor, a construtora e, principalmente, o comércio de material de construção, onde está concentrada a maior fatia de empregos do segmento. Como membro do CDES — Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República — , pretendo atuar fortemente junto ao Governo Federal neste sentido. A reforma de que o Brasil precisa, nos campos trabalhista e sindical, foi postergada por inúmeras vezes por ausência de vontade política e visão estratégica As mudanças sociais aceleradas têm demandado mudanças mais profundas também nos campos jurídicos, ainda muito estáticos e rígidos. Já não prevalece o operário-padrão que inspirou o texto da CLT — razão pela qual o modelo protetivo e altamente interventor do passado, que cumpriu sua importante função histórica, precisa ser matizado e enri- quecido, para que o Direito do Trabalho possa, na sua condição de compromisso que une e regula o conflito entre trabalho e capital, favorecer tanto a proteção do empregado quanto o desenvolvimento da empresa. Essa reforma é fundamental, para que retomemos seu potencial modernizante e deixemos de lado elementos anacrônicos. Já temos a maturidade suficiente para avançar rumo a uma reforma capaz de atualizar a legislação à realidade cada vez mais complexa do nosso país. A Constituição Federal de 1988, a despeito das novidades que trouxe, manteve praticamente intocado o direito individual do trabalho, além de manter a unicidade sindical e a obrigatoriedade da contribuição sindical do corporativismo. É preciso aproveitar a oportunidade atual, com tantas manifestações pedindo mudanças, para modernizar nossa legislação trabalhista. Não porque se deva legislar apenas a partir de pressões políticas e sociais ocasionais, mas pela simples razão de que a reforma de que o Brasil precisa, nos campos trabalhista e sindical, foi postergada por inúmeras vezes por ausência de vontade política e visão estratégica. Fato é que não se pode prescindir da razoabilidade e do bom senso que a moderação demanda para a ação reguladora do Estado. Nesse sentido, a agenda dessas reformas e suas etapas precisam ser amplamente discutidas entre os atores sociais envolvidos, para que se atinja maior grau de flexibilização e de democratização das relações de trabalho. Dessa maneira o Direito do Trabalho poderá dar uma grande contribuição ao país. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcelos Diretor Presidente José Mascarenhas BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Publisher Ramiro Alves Chefe de Redação Octávio Costa Editora-Chefe Sonia Soares Editora-Chefe (SP) Adriana Teixeira Diretor de arte André Hippertt Editora de arte Renata Maneschy Redação (RJ) Rua dos Inválidos, 198, Centro, CEP 20231-048, Rio de Janeiro Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 Redação (SP) Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo E-mail [email protected] CONTATOS Redação Tels.: (21) 2222-8000 e (11) 3320-2000 Administração Tels. : (21) 2222-8050 e (11) 3320-2128 Publicidade Tels.: (21) 2222-8151 e (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Tel.: (11) 3320-2017 (circulação de segunda à sexta, exceto nos feriados nacionais) Atendimento ao assinante / leitor Rio de Janeiro (Capital) — Tels.: (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades — Tels.: 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira — das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados — das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Tel.: (11) 3320-2112 Impressão Editora O DIA S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) 32 Brasil Econômico Quarta-feira, 28 de agosto, 2013 ASSINE JÁ! São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) : (21) 3878-9100 [email protected] Empresa Jornalística Econômico S. A. Rua dos Inválidos, 198, Centro - CEP: 20231-048, Rio de Janeiro (RJ) - Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 www.brasileconomico.com.br PONTO FINAL OCTÁVIO COSTA Chefe de Redação [email protected] SABOIA DEVIA SER CONDECORADO A presidente Dilma Rousseff reagiu com veemência à declaração do ministro de segunda classe do Itamaraty Eduardo Saboia que comparou as condições da sala do telex da embaixada do Brasil em La Paz aos porões do DOI-Codi na ditadura militar. A declaração do encarregado de negócios na Bolívia é, sem dúvida, despropositada. O senador Roger Pinto Molina, confinado há 455 dias, era vigiado 24 horas por fuzileiros navais e vivia sob condições difíceis, num espaço exíguo, sem direito a banho de sol. Mas nada a ver com as torturas, os suplícios e as humilhações infligidas aos presos políticos nos anos de chumbo. O diplomata, de fato, escorregou feio ao afirmar que se “sentia como se fosse o carcereiro dele, como se estivesse no DOI-Codi”. E Dilma, que sofreu na pele os horrores da ditadura, não poderia deixar o disparate passar em branco. Mas, feita a reparação histórica, a presidente da República bem que poderia agradecer a Eduardo Saboia pela iniciativa no comando da representação brasileira. Na frente diplomática, o jovem ministro solucionou um problema que se arrastava há mais de ano e meio. A presença de Roger Molina AROEIRA na embaixada significava um transtorno para as relações BrasilBolívia. Os dois governos se faziam de mortos, mas havia uma pedregulho no caminho. O que fazer com o senador, que se considera perseguido político em seu país? Por mais que o governo Evo Morales diga que Molina é um fugi- Ele fez o que fez e tirou uma batata quente das mãos do Itamaraty. Com o senador Molina no Brasil, o caso agora vai parar no Supremo tivo da Justiça que tem contra si quatro ordens de prisão, o Brasil recebeu-o como asilado e, desde então, fazia tratativas pelo salvo conduto. Movido por sentimento humanitário, Saboia organizou a sensacional operação de fuga. E assume seu ato. “Eu decidi que tinha de fazer alguma coisa”. Saboia fez o que fez e tirou uma batata quente das mãos do Itamaraty. Com o senador Molina no Brasil, o caso agora vai parar no Supremo Tribunal Federal. Eis, portanto, um bom motivo para a presidente Dilma estar feliz da vida. O outro motivo de satisfação é público e notório. A repercussão da operação Bolívia permitiu que Dilma finalmente se livrasse de Antonio Patriota. Foi a gota d'água. A presidente nunca mostrou satisfação com o trabalho do chanceler,. Dizem que ela não o demitia pela falta um substituto. As broncas em público no subordinado eram comuns. A mais famosa, na frente de jornalistas, ocorreu na visita aos Estados Unidos, em 2012, quando Patriota ouviu poucas e boas na frente dos jornalistas. Na Rio+20, foi testemunhado um ácido bate-boca pelo telefone. Para Dilma, Patriota pecava também pela timidez e pela desinformação. Ela não aceitou que o Itamaraty fosse pego de pego de surpresa com o golpe parlamentar que derrubou Fernando Lugo da presidência do Paraguai. E depois fez pressão pelo ingresso da Venezuela no Mersocul, apesar das objeções de seu chanceler. Recentemente, ao saber que o Brasil é alvo dos programas de espionagem dos EUA, a presidente pediu que Patriota fizesse um protesto enérgico, mas achou a reação tíbia. Também ficou irritada com a atuação do chanceler no caso da detenção em Heathrow do brasileiro David Miranda. Cobrou um tom mais forte , também sem êxito. O destino de Antonio Patriota, portanto, estava selado. Só faltava um empurrãozinho. Logo, em vez de punição, Eduardo Saboia deveria ser condecorado pelos serviços prestados. SOBE E DESCE ■ Ex-representante do Brasil na ONU, Luiz Alberto Figueiredo Machado será empossado hoje no Ministério das Relações Exteriores, após a queda de Antonio Patriota depois do episódio na embaixada da Bolívia. ■ Os contratos sem licitação feitos pelo Ministério da Agricultura de Antonio Andrade (PMDB) estão na mira de partidos de oposição, que pedem investigação ao TCU. As empresas contratadas também são de peemedebistas.