AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL: AS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS DE 2001-2014
Viridiana Alves de Lara1 - UEPG
Mary Ângela Teixeira Brandalise 2 - UEPG
Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Básica
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Esta comunicação apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado na qual foi realizado
um mapeamento das produções científicas sobre avaliação da aprendizagem nos anos iniciais
do ensino fundamental. A questão norteadora que se pretendeu responder foi: quais foram as
pesquisas realizadas sobre avaliação da aprendizagem do 1º ao 5º ano do ensino fundamental,
desenvolvidas na forma de dissertações e teses no contexto educacional brasileiro nos últimos
quatorze anos? O levantamento foi realizado em meio eletrônico nas seguintes bases de
dados: Scielo, Google Acadêmico, Portal de Periódicos da Capes, Biblioteca Digital de Teses
e Dissertações. Para fundamentar as discussões foi estabelecido diálogo com Afonso (2005),
Camargo, Justus (2013), Depresbiteris, Tavares (2009), Fernandes (2009), Ferreira (2002),
Luckesi (2011), Soares, Maciel (2000). O estado da arte, das produções acadêmicas
mapeadas, foi construído em três etapas: na primeira, as pesquisas foram organizadas por
natureza, ano de publicação, autoria e região de origem; na segunda elas foram agrupadas em
categorias conforme a similaridade dos objetos de pesquisa; e na terceira etapa os resumos
dos trabalhos foram organizados num corpus textual e processados no software IRAMUTEQ,
para realização da análise lexicográfica e a da análise de similitude. Os resultados dessa
revisão evidenciaram que as pesquisas realizadas se concentraram nas regiões sudeste e sul,
com maior produção sobre a avaliação da aprendizagem relacionada ao currículo e as práticas
pedagógicas dos anos iniciais do ensino fundamental, seguida de pesquisas relacionadas aos
instrumentos de avaliação, saberes e formação docente, avaliação e alfabetização. Destaca-se
também, nas análises lexicográfica e de similitude, a forte conexidade entre a prática social da
avaliação, o papel do professor, a organização da escola e as práticas pedagógicas.
Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem. Anos iniciais do Ensino Fundamental. Estado
da arte.
´
1
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR. Professora no Departamento de
Pedagogia da UEPG/PR. Professora da Educação Básica, na rede municipal de ensino de Ponta Grossa. E-mail:
[email protected].
2
Doutora em Educação/Currículo pela PUC/SP. Professora Associada do Departamento de Matemática e
Estatística da Universidade Estadual de Ponta Grossa e no Programa de Pós-graduação em Educação - PPGE/
UEPG. E-mail: [email protected].
ISSN 2176-1396
4053
Introdução
A mudança na forma de organizar o tempo escolar vem ocorrendo desde a
implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9.394/96,
conforme consta no art. 23:
a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade,
na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre
que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar (BRASIL, 1996,
p. 9).
Desde a promulgação da Lei 9.394/96 os ciclos de aprendizagem vêm sendo
implantados em diferentes redes de ensino. Essa forma de organização escolar propõe a
progressão continuada, ou seja, os alunos passam automaticamente de um ano para o outro,
podendo ser retidos apenas ao final de cada ciclo, que corresponde ao 3º e 5º anos do ensino
fundamental.
A nova forma de organização também exige uma reflexão quanto à concepção
avaliativa, bem como aos instrumentos que são utilizados para investigar a aprendizagem do
aluno, como se pode verificar no proposto no art. 24, inciso V, alínea “a” da Lei 9.394/96:
“avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais” (BRASIL, 1996, p. 10).
Os ciclos de aprendizagem também exigem uma nova postura avaliativa, conforme
consta no Parecer CNE/CEB nº 4/2008, que orienta que a avaliação da aprendizagem deverá
ser
processual,
participativa,
formativa,
cumulativa
e
diagnóstica
e,
portanto,
redimensionadora da ação pedagógica. Nessa perspectiva, a escola não pode repetir a prática
tradicional limitada a avaliações pontuais que valorizam apenas os resultados finais
traduzidos em notas ou conceitos, ou como mera verificação de conhecimentos.
Na avaliação da aprendizagem na escola em ciclos a postura formativa de avaliação
que se apregoa pressupõe que ela seja integrada ao processo ensino e aprendizagem, portanto,
é indispensável a elaboração de instrumentos e procedimentos de observação, de
acompanhamento contínuo, de registro e de reflexão permanente sobre o processo de ensino e
de aprendizagem. Numa perspectiva formativa de avaliação da aprendizagem a proposta da
4054
escola organizada em ciclos tem melhores condições de romper com processos de retenção e
exclusão no ensino fundamental.
A necessidade de mudança de uma cultura de avaliação centrada em notas, provas,
comparações, classificações da escola seriada, para uma cultura de avaliação formativa e
contínua prevista para a escola organizada em ciclos de aprendizagem, desencadeou nos
programas de pós-graduação stricto sensu brasileiros o desenvolvimento de estudos e
pesquisas sobre a avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental.
Considerando que há quase duas décadas foi possibilitado aos sistemas de ensino a
organização da escola em ciclos (LDBEN, 9.394/96), é que se propôs a presente pesquisa a
fim de se fazer um balanço das produções científicas, teses e dissertações, sobre avaliação da
aprendizagem no Brasil, com o propósito de expandir, organizar e difundir essa produção
acadêmica, bem como analisá-la por diferentes aspectos: os temas abordados, as contribuições
desses trabalhos para a compreensão das diferentes temáticas relacionadas a avaliação, os
avanços e as lacunas de pesquisas.
Diante do crescimento das pesquisas após a implantação dos ciclos de aprendizagem,
argumenta-se que o levantamento e a análise aprofundada dessa produção adquirem
significado e relevância porque podem subsidiar uma discussão quanto aos possíveis avanços,
e contribuições da produção acadêmica para uma maior compreensão das concepções
avaliativas e suas implicações no contexto escolar.
A revisão de literatura ou estado da arte possibilita reunir trabalhos com foco em um
mesmo objeto de estudo. São pesquisas que se constroem considerando um determinado
recorte temporal, respeitando as características teórico-metodológicas próprias de cada
período investigado. Pesquisas dessa natureza, segundo Soares, Maciel (2000, p. 9) “[...] é
que podem conduzir à plena compreensão do estado atingido pelo conhecimento a respeito de
determinado tema, sua amplitude, tendências teóricas, vertentes metodológicas”.
De natureza qualitativa, as pesquisas do tipo estado da arte têm:
[...] o desafio de mapear e de discutir certa produção acadêmica em diferentes
campos de conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo
destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que
condições têm sido produzidas dissertações de mestrado, teses de doutorado,
publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e seminários
(FERREIRA, 2002, p. 258).
Nesta comunicação apresenta-se os principais resultados dessa pesquisa, a qual
envolveu o mapeamento de teses e dissertações sobre a avaliação da aprendizagem nos anos
4055
iniciais do ensino fundamental, defendidas no período de 2001 a 2014. A questão norteadora
que se pretende responder é: quais foram as pesquisas realizadas sobre avaliação da
aprendizagem, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, desenvolvidas na forma de dissertações
e teses no contexto educacional brasileiro nos últimos quatorze anos?
Além desta introdução, que traz a contextualização do objeto de pesquisa e dos
procedimentos metodológicos adotados, o texto está estruturado em três partes. A primeira
apresenta as bases de dados utilizadas no levantamento, a organização das produções
conforme o ano de publicação e a origem regional, e a categorização das pesquisas em grupos
conforme a semelhança dos temas de pesquisa. A segunda parte é constituída pela análise
estrutural dos resumos das produções científicas mapeadas com auxílio do software
IRAMUTEQ, a partir dos relatórios de análise lexicográfica e análise de similitude. Por fim,
são tecidas as considerações finais.
Mapeamento e organização das produções
Os trabalhos que integram esta revisão da literatura abordam questões relacionadas à
avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O levantamento foi
realizado em meio eletrônico nas seguintes bases de dados: Scielo 3, Google Acadêmico4,
Portal de Periódicos da Capes5, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações6.
Na primeira etapa os trabalhos localizados foram organizados conforme a instituição e
a região de origem, o ano de publicação, a autoria e o título do trabalho. Na segunda etapa os
resumos das pesquisas mapeadas foram agrupados em categorias, conforme a similaridade
dos objetos investigados. E, na terceira, os resumos das pesquisas foram organizados em um
único corpus textual, processados no software IRAMUTEQ e analisados a partir dos
relatórios de análise lexicográfica e de análise de similitude.
A busca pelas produções científicas, teses e dissertações realizada em meio eletrônico,
foi pelo descritor “avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental"7.
3
O SCIELO - Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica em Linha) é um modelo
para a publicação eletrônica cooperativa de periódicos científicos na internet.
4
O Google Scholar (Google Acadêmico em português) é uma ferramenta de pesquisa do Google, que permite
pesquisar em trabalhos acadêmicos, literatura escolar, jornais de universidades e artigos variados.
5
O Portal de Periódicos da Capes é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a instituição de ensino e
pesquisa no Brasil e o melhor da produção científica internacional.
6
A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações disponibiliza teses e dissertações das universidades brasileiras.
7
Durante a pesquisa, foi verificado que havia um levantamento de teses e dissertações já realizado por
Mainardes; Stremel7 (2015) entre os anos de 2000 a 2014. A busca, no entanto, realizou-se com a palavra-chave
4056
Após o levantamento dos trabalhos, procedeu-se a leitura e a síntese dos resumos de cada uma
das obras selecionadas. Foram localizados 51 trabalhos, entre teses e dissertações, conforme
apresentado na tabela 1:
Tabela 1 - Produção acadêmica brasileira sobre avaliação da aprendizagem nos
anos iniciais do Ensino Fundamental - 2001-2014
Ano de publicação
Dissertações
Teses
2001
02
00
2002
01
00
2003
04
01
2004
01
00
2005
03
00
2006
11
01
2007
04
02
2008
05
01
2009
04
00
2010
01
01
2011
02
01
2012
02
00
2013
02
00
2014
02
00
Total
44
07
Fonte: Dados organizados pelas autoras, com base nos sites de busca pesquisados.
A produção acadêmica foi organizada conforme a origem regional de sua produção,
ou seja, conforme a localização dos programas de pós-graduação. Na região Sudeste foram
encontradas (39%) delas, seguidas pela região Sul (28%), Nordeste (18%), Centro-Oeste
(11%) e Norte (4%).
Os resumos dos trabalhos mapeados no período de 2001-2014 foram lidos, analisados
e agrupados conforme a semelhança de seus objetos de estudo em quatro categorias:
"Currículo e Práticas Pedagógicas", "Saberes e Formação Docente", "Instrumentos de
Avaliação" e "Avaliação e Alfabetização". Na tabela 2 está apresentada a distribuição das
produções científicas (dissertações/teses) conforme as categorias definidas.
Tabela 2 - Distribuição das produções acadêmicas conforme as categorias temáticas
n.
Categorias
Teses Dissertações Total
1
Currículo e Práticas Pedagógicas
06
25
31
2
Saberes e Formação Docente
00
08
08
3
Instrumentos de Avaliação
01
08
09
4
Avaliação e Alfabetização
00
03
03
Total
07
44
51
Fonte: Dados organizados pelas autoras, com base nas pesquisas inventariadas.
“avaliação
da
aprendizagem
no
http://www.pitangui.uepg.br/gppepe/downloads.php.
ciclo”
e
está
Total (%)
61
15
18
06
100
disponível
em:
4057
A categoria 1 foi formada a partir de resumos que tratam sobre "Currículo e Práticas
Pedagógicas". Esta categoria apresenta o maior percentual de trabalhos (61%), das quais 25
são dissertações. São elas: Concepções de alunos sobre avaliação de sua aprendizagem;
Avaliação da aprendizagem na Escola Plural: o que acontece na prática?; Avaliação da
aprendizagem: manifestações sobre a prática pedagógica e o discurso de novas possibilidades;
O ensino/aprendizagem do português e a avaliação emancipatória: repensando a experiência
da Escola Cabana; A organização escolar em ciclos na rede Municipal de Araraquara - 2001 a
2005; A progressão continuada e suas implicações na avaliação da aprendizagem; Concepções
e práticas: o dilema da avaliação da aprendizagem; Os ciclos de formação e sua repercussão
na prática pedagógica de avaliação da aprendizagem em Cáceres - MT; Uma experiência
desafiadora em relação à avaliação da aprendizagem; Organização do ensino em ciclos e
práticas avaliativas no ensino fundamental: um estudo de uma escola pública estadual
paulista; Avaliação da aprendizagem escolar: do fazer mecânico à intencionalidade teóricometodológica emancipatória; A construção do discurso oficial sobre a avaliação da
aprendizagem escolar nas políticas públicas em educação no município de Queimados/RJ
entre os anos de 2001 e 2007; A avaliação na escola: um olhar além da sala de aula; A Prática
avaliativa em uma organização escolar por ciclos de aprendizagem; Implicações da Avaliação
da Aprendizagem no ensino fundamental: série e ciclo; Concepções de avaliação da
aprendizagem: um balanço de produções de 1999 a 2008; Pais/responsáveis e a avaliação das
aprendizagens: percepções e significados; Uma análise da proposta pedagógica da avaliação
da aprendizagem no contexto dos ciclos de formação da rede municipal de educação de
Goiânia de 1998 a 2010; Ciclos de aprendizagem em São Luís: implicações nas práticas
avaliativas; Avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental: concepções
docentes no ciclo de aprendizagem; Avaliação escolar como instrumento de mediação da
aprendizagem na educação inclusiva: desafios no cotidiano escolar; Avaliação da
aprendizagem e inclusão escolar: trajetórias dos ciclos de formação; Avaliação do potencial
de aprendizagem de alunos com deficiência intelectual; A avaliação no contexto dos ciclos em
Minas Gerais nos anos 1990: política, saberes e práticas; Avaliação da aprendizagem nos
ciclos e na progressão continuada a partir das concepções de atores do processo educacional, e
6 teses: Práticas avaliativas bem sucedidas de professores dos ciclos da Escola Cabana de
Belém; Avaliação da aprendizagem: do discurso teórico ao discurso jurídico; Avaliação da
aprendizagem no contexto dos ciclos: sentidos da prática avaliativa docente; A reprovação
4058
escolar como ameaça nas tramas da modernização pedagógica; Avaliação da recuperação da
aprendizagem em escolas públicas do ensino fundamental; A avaliação da aprendizagem no
contexto da inclusão de alunos com necessidades especiais na Escola Pública.
Na categoria 2, "Saberes e Formação Docente", foram agrupados 8 trabalhos
científicos, todos dissertações, que corresponde a um percentual de 15% do material
selecionado, sendo elas: Tessituras docentes de avaliação formativa; O sistema de progressão
avaliação em Santos na voz dos professores; Avaliação da aprendizagem e formação de
professor: concepções e experiências; Saberes mobilizados pelos docentes em suas práticas
avaliativas: um estudo com professores da rede municipal de ensino de Lajeado – RS; Táticas
de professores: uma reflexão sobre o cenário avaliativo no regime de progressão continuada;
A avaliação da aprendizagem em uma “escola ciclada” de Juiz de Fora/MG: o que pensam as
professoras; O coordenador pedagógico em escolas públicas da rede municipal de Santos/SP:
contribuições nas questões da avaliação na etapa inicial do Ensino Fundamental; A
recuperação do processo ensino-aprendizagem: legislação e discurso de professor.
A categoria 3 é constituída pelas pesquisas cujo tema são os "Instrumentos de
Avaliação". Essa categoria foi constituída por 9 trabalhos científicos, sendo 8 dissertações:
Instrumentos de avaliação do processo ensino-aprendizagem no ensino fundamental;
Pareceres descritivos de avaliação da aprendizagem: conteúdo e o processo de elaboração; A
produção de sucesso e fracasso escolar por meio de fichas de avaliação: uma investigação
junto aos ciclos de desenvolvimento humano em Goiânia; Avaliação da aprendizagem na
escola ciclada de Mato Grosso: o caso dos relatórios descritivos de avaliação; Avaliação,
registro de classe e professoras: escutamento no CIEP Bento Rubião; O que dizem os
pareceres descritivos de alunos de séries iniciais do ensino fundamental sobre a aprendizagem
da língua materna?; Concepções de aprendizagem em relatórios de avaliação; Um estudo dos
mapas conceituais como instrumento de autoavaliação em ciências: concepção de alunos/as
do ensino fundamental I; e uma tese: Parecer pedagógico: um gênero textual construindo a
prática docente. Essa categoria representa 18% dos trabalhos analisados.
A categoria 4, está constituída por 6% das produções mapeadas o que corresponde a
três dissertações sobre o tema "Avaliação e alfabetização". São elas: A avaliação nas práticas
de alfabetização: um estudo sobre o processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita
em classes de ciclo básico; Avaliar na alfabetização: uma reflexão sobre as dificuldades
4059
docentes; A avaliação no bloco inicial de alfabetização: a realidade de uma escola do Distrito
Federal.
Análise estrutural dos resumos das produções científicas com o software IRAMUTEQ
A análise documental realizada nas etapas anteriores evidenciou os temas de pesquisa
desenvolvidos no contexto brasileiro sobre avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do
ensino fundamental, bem como sua origem e data de publicação. No entanto, outras
possibilidades de análise das pesquisas podem ser realizadas.
Buscando aprofundar a análise do conjunto das pesquisas mapeadas foi utilizado o
software IRAMUTEQ8, o qual possibilitou realizar uma análise lexical para identificar as
palavras de maior frequência utilizadas nos resumos dessas pesquisas e, também, a análise de
similitude, a qual possibilita identificar as coocorrências e o grau de conexidade entre as
palavras. Esse tipo de análise baseia-se na teoria dos grafos9 tendo como finalidade descobrir
a informação essencial contida no texto, através de uma análise textual. Segundo Camargo e
Justus (2013) esse tipo de análise de dados textuais embora seja quantitativo possibilita
analisar a qualidade do fenômeno estudado, conferindo um caráter inovador para análise de
dados textuais.
O software IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de
Textes et de Questionnaires) possibilita realizar análises estatísticas sobre corpus textuais,
sendo estes, resumos, tabelas, palavras, entre outros. Por meio, da análise textual é possível
comparar produções diferentes em função de variáveis específicas que descrevem quem
produziu o texto.
Inicialmente foi necessário organizar um único texto (corpus), composto pelos
resumos das dissertações e teses, os quais são denominados pelo programa IRAMUTEQ de
segmentos de texto. O corpus é organizado por linhas de comando chamadas de "linhas de
asteriscos", na qual é informado o número de identificação do texto, seguido de algumas
8
O IRAMUTEQ é um software para análise de textos e tabelas de dados, que se apoia no software R (http://www.rproject.org) e está escrito sobre a linguagem python (http://www.python.org). Ele estabelece uma interface com o software R
e prepara a análise multidimensional dos textos. O software realiza a leitura dos dados a partir de um único arquivo, que
varia conforme a natureza da pesquisa. Esse arquivo é formado por unidades de texto, chamadas de unidade de contexto
inicial (UCI), os quais coletivamente constituirão o corpus de análise do programa.
9
A teoria dos grafos estuda objetos combinatórios - os grafos - que são um bom modelo para muitos problemas em vários
ramos da matemática, da informática, da engenharia e da indústria. Muitos dos problemas sobre grafos tornaram-se célebres
porque são um interessante desafio intelectual e porque têm importantes aplicações práticas. Para aprofundamento consultar:
Uma Introdução Sucinta à Teoria dos Grafos http://www.ime.usp.br/~pf/teoriadosgrafos/ de autorias de P. Feofiloff Y.
Kohayakawa Y. Wakabayashi (2011).
4060
variáveis indispensáveis para a análise. No presente trabalho as variáveis são chamadas de
natureza (nat_01 dissertação e nat_02 tese) e as categorias são chamadas de grupo (grup_1,
grup_2, grup_3, grup_4). A linha de comando para inserção do corpus fica da seguinte
maneira:
**** *text_01 *nat_01 *grup_01
Após a preparação do corpus textual, conforme definido pelo programa, os resumos
foram processados pelo IRAMUTEQ gerando vários tipos de relatórios. Somente dois tipos
de análises integram este trabalho:
a) a análise lexicográfica, que identifica a quantidade de palavras denominadas de
"formas ativas" com maior frequência no corpus analisado;
b) a análise de similitude, que se baseia na teoria dos grafos e possibilita identificar
as coocorrências entre as palavras e traz também as indicações da conexidade
entre elas.
Análise lexicográfica
Conforme explicitado anteriormente os resumos pertencentes aos quatro grupos de
produções científicas foram organizados em único texto. O programa IRAMUTEC
reconheceu 83,78% do corpus textual processado. O relatório da análise lexicográfica
identificou a quantidade de palavras denominadas de “formas ativas”, as quais apresentaram
maior frequência no corpus textual analisado. Elas estão apresentadas no quadro 1 e
representadas na figura 1:
Quadro 1 - Formas ativas geradas no programa IRAMUTEQ – 2015
Formas ativas
Frequência
Formas ativas
Frequência Formas ativas Frequência
Professor
155
Aprendizagem
62
Publicar
32
Avaliação
146
Ciclo
56
Educação
32
Escola
135
56
Utilizar
31
Praticar
117
Avaliação da
aprendizagem
Trabalho
45
Realizar
31
Pesquisa
94
Ensino
39
30
Analisar
90
Entrevista
38
Proposta
educacional
Organização
Processo
89
Concepções
37
Presente
27
Avaliativo
74
Rede municipal
36
Considerar
26
Estudo
73
34
Resultado
25
Aluno
69
Ensino
Fundamental
Qualitativo
33
Formação
24
30
4061
Escolar
67
Docente
2
Ensino
aprendizagem
23
Fonte: IRAMUTEQ - 2015
Figura 1 - Nuvem de pontos das palavras ativas com maior frequência
Fonte: IRAMUTEQ – 2015
As palavras também são representadas numa nuvem de pontos conforme se observa na
figura 1. O tamanho da fonte é proporcional a frequência das palavras no corpus analisado.
Considerando que o levantamento realizado foi pela busca de produções científicas sobre
avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental é possível observar que
nos trabalhos analisados há uma forte ligação entre as formas ativas: "avaliação",
"professores", "escola", "praticar", "processo", "analisar", "pesquisar", "ciclo", "avaliação de
aprendizagem", "concepções", "trabalho" e "aprendizagem" no centro da figura, o que
possibilita inferir que elas são os conceitos/palavras aglutinadoras das demais no conjunto do
resumos analisados, ou seja, elas tem forte conexidade entre elas e entre as demais à elas
interligadas.
Análise de similitude
Outra análise realizada pelo IRAMUTEQ foi análise de similitude que possibilitou
observar a conexidade ou a força de ligação entre os elementos expressos nos resumos das
produções acadêmicas inventariadas. Na árvore máxima (figura 2) gerada no programa
4062
constata-se a presença de quatro blocos distintos, com alto grau de conexidade entre elas
palavras: "Avaliação", "Escola", "Professor" e "Praticar". Neles é possível identificar as
coocorrências entre elas por meio da largura das linhas de ligação com outras destacadas na
árvore. Em menor grau de aglutinação na árvore máxima estão representadas as palavras
"pesquisa", "analisar", "estudo", "escolar", "aprendizagem", "aluno", "processo", "avaliativo",
"avaliação da aprendizagem" e "ciclo".
A árvore máxima (figura 2) apresenta os resultados da análise de similitude das
produções científicas sobre avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do ensino
fundamental.
No bloco representado pela palavra "Avaliação" há uma grande concentração de
palavras relacionadas ao processo pedagógico de ensino-aprendizagem (formar, romper,
estabelecido, projeto, avaliar, mudança, vincular, sistema, entender, diagnosticar, pedagogia,
significativo, parecer, metodologia, instrumento, realizar, diferenciar e coerente). Além disso,
fica evidente a fortíssima conexidade com os demais blocos: escola, professor e praticar.
Todas essas ligações observadas, na árvore máxima, nos levam a refletir que
"podemos conceber a avaliação como forma de controle do educando ou como forma de
viabilizar satisfatoriamente sua aprendizagem" (LUCKESI, 2011, p. 159). Para tanto, é
preciso compreender que:
a avaliação que se faz no dia a dia das salas de aula talvez nunca seja demais dizê-lo,
não é uma mera questão técnica, não é uma mera questão de construção e de
utilização de instrumentos, nem um complicado exercício de encaixar
conhecimentos, capacidades, atitudes, ou motivações dos alunos numa qualquer
categoria de uma qualquer taxonomia. Não, a avaliação é uma prática e uma
construção social, é um processo desenvolvido por e para seres humanos que
envolve valores morais e éticos, juízos de valor e questões de natureza sociocultural,
psicológica e também política. (FERNANDES, 2009, p. 64).
4063
Figura 2: Árvore Máxima representando o grau de conexidade entre as palavras ativas
Fonte: IRAMUTEQ – 2015
Por isso, aparece tão forte a ligação entre os blocos: avaliação, escola, professor e
praticar, fatores essenciais para uma construção social da avaliação. Esta também envolve
uma ligação forte com a palavra "romper", em que podemos perceber a intenção ou prática
avaliativa numa perspectiva formativa, ou seja, a avaliação para além de uma escala
numérica, expressa em notas ao final do processo. Romper com uma concepção tradicional,
significa compreender que a avaliação da aprendizagem:
[...] configura-se como um ato de investigar a qualidade da aprendizagem dos
educandos, afim de diagnosticar impasses e consequentemente, se necessário, propor
soluções que viabilizem os resultados satisfatórios desejados. Significa investigar e,
com base nos conhecimentos produzidos, tomar decisões de intervenção quando
necessário. A avaliação em si, é dinâmica e construtiva, e seu objetivo, no caso da
prática educativa, e dar suporte ao educador (gestor da sala de aula) para que aja da
forma o mais adequada possível, tendo em vista a efetiva aprendizagem do
educando (LUCKESI, 2011, p. 175-176).
4064
Faz-se necessário que os alunos tenham acesso ao conhecimento mediado e também a
oportunidade de receber uma intervenção pedagógica, com intuito de aprender de forma
efetiva, sendo assim, a avaliação "ganha 'ares' de investigação-ação, observação, reflexão, e
nova ação, evitando a mecanização das ações avaliativas" (DEPRESBITERIS, TAVARES,
2009, p. 45).
A investigação desse processo de ensino-aprendizagem cabe ao "Professor", como
representado no bloco, que aglutina algumas palavras importantes como: “construir,
progresso, frente, sucesso, trabalhar, pedagógico, pesquisar, alfabetização, educação, sujeito,
realizar, atuar, programa, concepções, avaliação da aprendizagem, avaliativo, aluno, processo,
ensino, ação, política, pesquisa, aprendizagem, escola, ciclo”. O professor ao assumir esse
papel de investigador, deve possibilitar:
[...] por meio de sua prática pedagógica, ajudar o educando a construir um modo de
ser que integre o seu passado, o seu presente e seu futuro. Nesse contexto, o
educador, não tem a solução completa para todas as experiências de aprendizagem
do educando, mas deve ser aquele que, amorosamente, acolhe, nutre, sustenta e
confronta suas experiências, seus anseios e caminhos, para que o outros construa sua
trajetória pessoal enquanto aprende e se desenvolve. Assim sendo, o educador, na
prática educativa, deve garantir ao educando, por meio das múltiplas alternativas de
atividade pedagógica, a possibilidade de uma organização criativa de sua vida, o que
tem como finalidade direta a organização presente e futura de sua personalidade,
indiretamente, a restauração daquilo que não foi realizado no passado ou foi
efetivado de modo insatisfatório, impedindo a vida de fluir como deve (LUCKESI,
2011, p. 134-135).
Para que tal processo se efetive e o aluno tenha acesso a uma aprendizagem
significativa é importante o papel da instituição escolar, representado no terceiro bloco pela
palavra "Escola", com alta conexidade com o seguinte grupo de palavras: “pedagogia,
direção, trabalho, qualidade, direção, condições, projeto político pedagógico, movimento
coletivo, cidade, resistências, acreditar, implementar, ações, etapa, organizar, acompanhar,
significado”.
É função da escola organizar e acompanhar todo o processo de ensino-aprendizagemavaliação, com respaldo nas políticas educacionais vigentes, como a dos ciclos de
aprendizagem para o ensino fundamental ou como as políticas curriculares, entre outros
documentos que servem de base para a construção do Projeto Político Pedagógico – PPP. Este
precisa conter as concepções epistemológicas, filosóficas e metodológicas, que vão organizar
e direcionar o trabalho pedagógico enquanto ação-implementação-acompanhamentoresultados, portanto, devem nortear as práticas pedagógicas no contexto escolar.
4065
É possível analisar essas práticas por meio da avaliação dos alunos, porque ela "[...]
desempenha não só um papel importante na relação pedagógica como também intervém no
controle de que as instituições escolares exercem sobre os trabalhos dos professores"
(AFONSO, 2005, p. 40). Tal fato, em alguns momentos, gera resistência por parte dos
professores. No entanto, eles precisam ter conhecimento e ser orientados do que se quer
desenvolver enquanto prática pedagógica, num processo de ensino e aprendizagem que
valorize o aluno enquanto sujeito ativo do processo, e, consequentemente, a avaliação numa
perspectiva formativa e de inclusão, e não somativa e de exclusão social.
A palavra "Praticar" representa o quarto bloco também com forte ligação com as
palavras: “avaliação, professor, escola, conteúdo, linguagem, produzir, contribuição,
desenvolvimento, avaliação formativa, formações, observação, docente, avaliador, concepção,
discurso, tradicional, reflexão, paradigma, fundamento, seriado, medida”. Essa relação
existente no quarto bloco evidencia que:
[...] o educador é o líder da prática educativa, propondo conteúdos e atividades que,
respectivamente apreendidas e exercitadas, ajudem os educandos a desenvolver-se,
na perspectiva de sua própria autonomia. Para tanto, servir-se-á de todos os
mediadores anteriormente mencionados - projeto político-pedagógico, conteúdos
escolares, recursos didáticos - como meios para garantir aos educandos as
possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento significativos (LUCKESI, 2011,
p. 143).
Num segundo nível de coocorrências aparecem as palavras: “estudo, aprendizagem,
avaliativo, processo, avaliação da aprendizagem, pesquisa”.
A palavra "pesquisa" está articulada as palavras: “procedimento, ciclo, interpretação,
qualitativo, organização, formação continuada, campo, desenvolver”. A palavra "estudo" está
envolta pelas palavras “refletir, orientar, pensamento orientação, compreensão, professor,
percepções, cotidiano e também pelas palavras testes, dissertações, semiestruturadas,
entrevista, levantamento, instituição”, revelando assim os aspectos metodológicos das
pesquisas inventariadas.
A palavra "processo" está articulada as palavras: “participação, família, conhecimento,
escolarização, planejamento, desafio, intervenções, favorecer, ciclo de formação, intervenção,
inclusão, sala de aula, orientar, dialogar, condição, educação, diária, seriação, aprender,
conceito, compreender, referir, metodológico”. A conexidade dessas palavras pode evidenciar
a busca pela efetivação da avaliação da aprendizagem numa perspectiva coletiva, assentada
em processos formativos de ensino e aprendizagem.
4066
As análises lexicográfica e de similitude, dos resumos das pesquisas mapeadas,
revelam as relações estabelecidas no contexto escolar em torno da avaliação da aprendizagem
nos anos iniciais do ensino fundamental.
Considerações finais
Nesta comunicação, ao tomar como ponto de partida o levantamento de teses e
dissertações, foi possível apresentar uma breve análise das produções científicas no contexto
brasileiro sobre avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental. Os
trabalhos inventariados oferecem elementos importantes para compreender a história da
produção de conhecimento, do período 2001-2014, evidenciar os conceitos e perspectivas de
avaliação da aprendizagem, e, ao mesmo tempo, as lacunas existentes nessa área de pesquisa.
O conjunto de trabalhos analisados, ainda que de forma sucinta, revelam alguns
aspectos importantes:
a) as pesquisas realizadas no período 2001-2014 concentram-se nas regiões Sudeste
(39%) e Sul (28%);
b) a maioria das pesquisas desenvolvidas têm como tema a avaliação da aprendizagem
relacionada ao currículo e práticas pedagógicas (61%) nos anos iniciais do ensino
fundamental;
c) as pesquisas sobre os saberes e a formação de professores representam (15%), sobre
os instrumentos de avaliação (18%) e sobre a avaliação e alfabetização (6%);
d) a análise lexicográfica oriunda do IRAMUTEC permitiu identificar as palavras com
maior frequência no conjunto de resumos das pesquisas. São elas: “avaliação, professor,
escola, praticar”.
e) a nuvem de palavras ativas gerada pelo software revela que as pesquisas trazem
informações relevantes sobre a prática social de avaliação, dada a forte conexidade com as
palavras: “processo, analisar, pesquisar, ciclo, concepções, trabalho, aprendizagem, pai,
profissional, responsáveis, sociedade, cidadania”.
f) na árvore máxima gerada pela análise de similitude no IRAMUTEQ ficou evidente
que nas pesquisas mapeadas há forte relação da avaliação da aprendizagem com a organização
da escola, com as práticas pedagógicas, com o papel do professor e do aluno, com a
participação da família no processo ensino-avaliação-aprendizagem.
4067
g) que há necessidade de investigar com mais profundidade as pesquisas
desenvolvidas e mapeadas na pesquisa, considerando os aspectos contextuais, históricos e
conceituais da avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental, a partir da
promulgação da LDBEN 9394/96.
REFERÊNCIAS
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sociologia das políticas avaliativas contemporâneas. 3. ed. São Paulo Cortez, 2005.
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: 1996. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2015.
BRASIL. Parecer CNE/CBE nº/2008, de 20 de fevereiro de 2008. Salvador, 2008.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2008/pceb004_08.pdf >. Acesso
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CAMARGO, B. V.; JUSTO, A. M. IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados
textuais. Temas em Psicologia, v. 21, n. 2, p. 513-518, 2013.
DEPRESBITERIS, Léa; TAVARES, Marialva Rossi. Diversificar é preciso: instrumentos e
técnicas de avaliação da aprendizagem. São Paulo: SENAC, 2009.
FERNANDES, Domingos. Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. São
Paulo: Editora UNESP, 2009.
FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas "estado da arte".
Educação & Sociedade. Campinas, n.79. p. 257-272, 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/es/v23.n79/10857.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2015.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico.
São Paulo: Cortez, 2011.
SOARES, Magda Becker; MACIEL, Francisca. Alfabetização. Brasília: MEC/Inep/Comped,
2000. 173 p. (Série Estado do Conhecimento, ISSN 1518-3653; n. 1). Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000084.pdf>. Acesso em: 10 ago.
2015.
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