- É verdade! Ainda mais comparado com uma vaca
que eu tenho!
- Ela é grande? - perguntou o rapaz.
- Enorme! - respondeu a bela – Tão grande que todo
dia enche de leite quatro tonéis que são maiores que o
palácio do Rei!
E o rapaz falou:
- Ah... então é isso!!
- Isso o quê? - quis saber a jovem.
E o rapaz continuou explicando. Falava sem parar
nem para respirar:
- Eu encontrei um desses tonéis, mas como não sabia
o que tinha dentro, fui ver e cai no leite! Quase me
afoguei! Fui salvo pelo vento Norte que soprou seu ar
quente e fez o leite ferver! Fui subindo com o vapor até
chegar numa nuvem. Fiquei por lá um tempo. Até que o
vento veio de novo. Ele não gostou de me ver lá, porque
aquela nuvem era a cama dele. O vento precisa
descansar, não é? Ele me botou pra correr! Fui pulando
de estrela em estrela até que cheguei na lua. Estava
com uma fome louca! Mas como a lua é feita de queijo
pude me alimentar. Já estava chateado de comer tanto
queijo quando passou um cometa. Agarrei no rabo do
cometa e fui guiando ele até ficar justinho em cima do
tonel de leite! Larguei a cauda do astro celeste e achei
que ia cair no leite e me salvar. Mas o vento Norte, que
estava dormindo e roncando, bufou justamente quando
eu ia passando por sua nuvem! Desviou meu caminho,
né? Aí eu fui cair num buraco de um casal de raposas.
Mas eu fiquei feliz porque as raposas eram o seu pai, o
Rei, junto com sua mãe, a Rainha! E eu ainda dei mais
sorte: todo mundo sabe que o seu pai não toma banho,
não é? E imagina que caiu uma semente de figo na
cabeça dele e cresceu uma figueira. E estava uma
beleza! Cheio de frutos! Foi muito bom porque a minha
viagem foi longa e eu estava de novo com fome. Foi só
colher os frutos para comer e depois...
O rapaz não pode continuar. Furiosa a bela Princesa
gritou:
- Meu pai toma banho todo dia e nunca cresceu figo
na cabeça dele!
O Rei e a corte saíram do esconderijo na maior festa.
O rapaz venceu! O caçula dos irmãos ganhou a metade
do reino e a mão da Princesa que desse dia em diante
nunca mais mentiu.
TEXTO 1
É MENTIRA (conto popular)
Era uma vez, em algum tempo, um Rei que tinha uma
filha. A Princesa se orgulhava de ser uma grande
mentirosa e de nunca dizer a verdade. O pai não gostava
dessa fama da filha e fez um decreto:
“Quem contasse uma mentira maior que as mentiras
de sua filha e ainda fizesse ela dizer a verdade ganharia
metade de seu reino e a mão da Princesa!”
Muitos homens tentaram. Todos queriam ganhar
metade daquele vasto reino e ainda se casar com a
Princesa que, apesar de mentirosa, era linda que dava
gosto de ver. Mas ninguém conseguia. A bela Princesa
parecia imbatível.
Bem, morava próximo ao reino, três irmãos muito
pobres. Os rapazes decidiram tentar a sorte. O caçula
quis ir também, mas os dois mais velhos não deixaram.
Eles é que iriam tentar vencer a Princesa. E foram.
Chegaram no castelo e o primogênito se apresentou ao
Rei e sua filha dizendo:
- Tenho tanta força nos dentes que consigo mastigar
uma barra de ferro como se fosse água! Acredita nisso,
bela Princesa?
E a Princesa fez pouco caso:
- Claro que acredito! Eu mesmo tenho um touro que
mastiga ferro, prata e ouro! Depois ele cospe tudo em
forma de joias! Os meus anéis, pulseiras e tiaras foram
todos cuspidos por ele!
O rapaz baixou a cabeça. Mas o irmão do meio tomou
a palavra:
- Meu irmão tem força nos dentes, mas eu tenho força
nos braços! Levanto com um braço duas carroças cheias
de ouro e com o outro mais duas cheias de prata. A linda
Princesa acredita nisso?
E a jovem suspirou:
- Não vejo dificuldade em acreditar nisso! Outro dia,
esse meu touro sozinho trouxe para terra vinte navios
repletos de ouro, prata e diamantes!
O irmão do meio ainda insistiu:
- Isso não é vantagem! Um touro é mais forte que um
homem! Pode realmente arrastar navios até o porto!
A Princesa riu:
- Mas não foi só até o porto! Ele arrastou os navios
até o castelo! As embarcações fizeram sulcos na terra
que se encheram da água do mar e transformaram-se
em rios! Ah... e os navios foram desmontados! Suas
madeiras ajudaram a construir várias casas do reino!
O irmão do meio também baixou a cabeça. Os dois
derrotados voltaram para casa. E ai foi a vez do caçula.
Ele partiu para o palácio e se apresentou ao Rei. Disse
que realizaria a tarefa, mas não ali na sala do trono.
Queria encontrar a Princesa no estábulo e pediu ao Rei e
sua corte para ficarem escondidos e ouvir tudo. E assim
foi feito. O Monarca arrumou um jeito de mandar a filha
ao estábulo. Ele e sua corte ficaram escondidos para
ouvir tudo. E o caçula apareceu na frente da Princesa
que estava cuidando de um touro enorme.
- Bom dia, bela Princesa!
- Bom dia! - respondeu a jovem.
- Que touro mais pequenino! Acho que nunca vi um
touro assim tão pequeno!
A Princesa ficou espantada. O touro era enorme. Mas
a moça disfarçou e foi dizendo:
Aprovação em tudo que você faz.
Adaptação de Augusto Pessôa
http://augustopessoacontadordehistorias.blogspot.com/2011/07/ementira-conto-popular.html
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1
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Papel de madeira de reflorestamento
TEXTO 2
TEXTO 3
1) Discurso deve ser entendido como a maneira que o
narrador "deixa" a fala de suas personagens serem
reproduzidas ou reproduz o que falam. São três os tipos
de discurso: direto, indireto e indireto livre. Retire do
texto, quando houver, um exemplo de cada tipo.
2) Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia,
entonação e até mesmo, silêncio - que só estão
presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para
substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação.
Estes são também usados para destacar palavras,
expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases,
a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.
Justifique o emprego das aspas no texto 1.
3)Derivação é o processo pelo qual se obtém uma
palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já
existente, chamada primitiva.
No texto 2, há uma palavra formada por derivação.
Aponte-a, destacando o seu afixo. Em seguida, diga se é
um prefixo ou um sufixo e dê o seu valor semântico.
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4) Os pronomes, em relação ao verbo, podem ocupar a
posição anterior, posterior ou no meio do verbo.
Segundo a norma gramatical, o emprego do pronome no
texto 3 em: “Quero dedicar-me a mim mesmo” está
adequado? Comente.
QUANDO SE JUSTIFICA MENTIR?
Para o texto NARRATIVO, atente para as seguintes
instruções: redija a narrativa em 1.ª ou 3.ª pessoa, de
forma que o conflito seja desencadeado por uma
MENTIRA; além do conflito, o texto deverá
ter
personagens e desfecho adequados ao tema.
Aprovação em tudo que você faz.
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