10º FESTIVAL DE BALÕES DE AR QUENTE - SERENIDADE E MUITA COR NOS
CÉUS ALENTEJANOS
Os céus do Norte Alentejano ganharam durante uma semana, e até amanhã, um colorido diferente daquele que é
habitual. Por aqui passaram 35 balões que, nos concelhos que sobrevoaram, chamaram a atenção. No entanto, a sensação
principal é vivida lá no alto, a 1500 pés do chão ou mais. Viajar de balão é como "flutuar", ao mesmo tempo que se
aprecia a beleza da paisagem, com uma visão real de 360º. Estamos a falar do 10º Festival Internacional de Balões de Ar
Quente, um dos eventos mais antigos de balonismo em Portugal.
Trinta e cinco tripulações de balonistas, oriundos de 10 países mundiais viajaram pelos céus do Norte Alentejano
descobrindo a beleza do território que a todos encantou. Com este número, a organização do Festival Internacional de
Balões de Ar Quente - Publibalão, Lda. - conseguiu atingir o objectivo inicialmente proposto de juntar no Alto Alentejo "a
maior e melhor participação de balonistas de sempre". Vindos de África do Sul, Austrália, Bélgica, França, Portugal,
Espanha, Inglaterra, entre outros países, alguns dos balonistas já participam no evento desde a sua primeira edição,
sendo que, de acordo com Sandro Camarate, organizador da Publibalão, "das 35 equipas, 80 por cento são
estrangeiros". Neste sentido, reitera que, em termos de pilotos "já estamos bem representados", na medida em que "é
difícil reunir tantas nacionalidades diferentes, como também conseguir um número tão elevado de participantes". De
futuro, a ambição é conseguir aumentar este número. Este ano tal não aconteceu devido à falta de infra-estruturas, em
termos de unidades hoteleiras, "não só para alojamentos, mas também alimentações", conta Sandro Camarate,
salientando que a organização teve de cancelar inscrições. "Não podíamos aceitar mais do que 35 porque não havia de facto
condições", justifica. Sobrevoando a região alentejana desde terça-feira, uma vez que na segunda as condições climatéricas
não permitiram a realização dos voos, Sandro Camarate adianta que os pilotos gostaram de tudo que encontraram, desde
a paisagem até à comida do povo português. Segundo Sandro Camarate, para além de "transmitirem uma boa imagem
daquilo que é Portugal", os pilotos "adoram a região para voar", uma vez que apresenta uma floresta "muito
diversificada" e, num único voo, "apanhamos várias situações". As condições climatéricas são "óptimas", permitindo voar
quase o ano inteiro, ao contrário do que acontece nos outros países, na medida em que "nesta altura do ano, quase
nenhum consegue voar no seu país de origem", frisa o organizador. Considerado como o mais antigo festival de
balonismo do País, organizado desde 1997, concelhos como Avis, Alter do Chão, Castelo de Vide, Crato, Fronteira,
Monforte, Ponte de Sor e Nisa foram já presença constante neste evento. Agora, na 10ª edição, as 35 tripulações foram
acolhidas pelos concelhos de Al-ter do Chão, Fronteira, Crato e Sousel). Condições climatéricas influenciam voos O mau
tempo que assolou o País no fim e no início da semana também influenciou a realização do Festival de Balões de Ar
Quente. Com início no Domingo, 5 de Novembro, dia que ficou marcado pela acreditação das equipas participantes, os
voos estavam reservados apenas para segunda-feira, em Cabeço de Vide. No entanto, "e como não havia condições", a
organização decidiu partir em direcção ao Crato, onde as condições estavam "ligeiramente melhores, mas não as ideais para
fazer um voo livre", isto é, um voo feito "ao sabor do vento", onde a subida e a descida são controladas mediante o
aquecimento do ar dentro do balão. Nem os voos cativos, nos quais o balão está preso ao solo e a subida e a descida
são controladas através de um cabo de 30 metros, puderam ter lugar. Para compensar as crianças da região, a
organização realizou algumas acções na carrinha Sapo, que acompanhou o Festival de início ao fim. "Este acabou por ser
um dia de descanso da viagem longa que os balonistas fizeram", sublinha Sandro Camarate.Com a melhoria do tempo,
os céus de Sousel ganharam uma nova vida, durante a manhã, sendo que os voos "correram extremamente bem". No
entanto, da parte da tarde, as condições climatéricas pioraram, o que impediu que os balões sobrevoassem o Concelho. A
partir de quarta-feira o tempo melhorou, permitindo a realização de todas as actividades previstas. Reunir 50 balões é o
objectivoConsiderando que a Publibalão é uma organização "ambiciosa", Sandro Camarate afirma que o Festival "correu
bem". Ano após ano, a organização tem conseguido melhorar alguns aspectos, "mas não nos damos por contentes e
queremos cada vez mais melhorar nalguns pontos", porque "pequenos pormenores poderão marcar a diferença", frisa.
Futuramente, "e se a região o permitir e tivermos condições, principalmente em termos de alojamento", Sandro Camarate
adianta que pretende trazer cada vez mais pilotos até ao Norte Alentejo, sendo que a meta, para o próximo ano, será de
50 balões. "Gostaríamos muito que a região apoiasse o balonismo", dado que "queremos fazer desta região a sede
daquilo que é o balonismo em Portugal", declara. Apesar de o Festival de Balões de Ar Quente não apresentar um
espírito competitivo, outra das finalidades é enquadrar no evento, durante um ou dois dias, uma Prova Ibérica.
"Percebemos que as câmaras têm algumas limitações na disponibilidade de verbas para puderem apoiar o Festival",
confessa Sandro Camarate, acrescentando que "vai ser fundamental que estejam preparadas para que este aqui possa
continuar nas condições que nós queremos que esteja", permitindo uma divulgação internacional da região. No seu entender
é necessário haver uma colaboração "mais activa" das câmaras, apesar do empenho que têm vindo a demonstrar, ao
longo dos anos. "As pessoas têm que estar sensibilizadas e demonstrar nitidamente se querem ou não que seja aqui a
capital do balonismo em Portugal" e "isto é uma opção que vai caber às câmaras", salienta.Aníbal Soares, um dos pilotos
mais antigosAníbal Soares, instrutor na Publibalão, é um dos pilotos mais antigos de Portugal. Já passaram 14 anos
desde que tirou o curso de pilotagem. O gosto surgiu porque era militar e paraquedista. Nessa altura "fizeram a aquisição
de um balão para andar a promover a imagem dos paraquedistas e eu fui um dos escolhidos para tirar esse curso",
conta. A paixão era tão forte que o levou a comprar um balão, cujo preço ronda os 40 mil euros. Formou uma empresa e,
nos dias que correm, já trabalha com uma quantidade considerável de balões. Na sua opinião viajar de balão "é quase
como flutuar" e onde se consegue ter uma visão real de 360º que permite observar tudo o que nos rodeia. A preparação
para colocar um balão nos céus é um pouco morosa. Os preparativos iniciam-se com a montagem do queimador sobre
o cesto. Seguidamente estende-se o envelope (parte de tecido do balão) no solo e insufla-se com ar, utilizando um
ventilador. Segundo Aníbal Soares durante o voo não existem desvantagens. "O único inconveniente que o balão tem é
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antes do voo", na medida em que está sujeito às condições meteorológicas. "O balão não pode voar com ventos muito
fortes ou chuvas", explica, acrescentando que, muitas vezes têm de cancelar actividades com os balões, como
consequência do mau tempo. Depois de estar no ar confessa que "são só vantagens". "É um prazer indescritível, é como
flutuar no vento e onde se pode tocar nas árvores ou numa nuvem", exprime Aníbal Soares que deixa o conselho de
que as pessoas devem viver esta experiência. No que diz respeito à aterragem "tudo depende do vento", sendo que,
normalmente "é extremamente segura", mesmo que "haja um ligeiro arrastamento nunca haverá, de certeza absoluta,
perigo para os passageiros e pilotos", garante. Normalmente não se efectuam as viagens com crianças, porque "os
ventos terão de ser os ideais, quase nulo" e tudo "por motivos de segurança", uma vez que "as crianças ainda são
pequenas e não têm força suficiente para se segurar", explica Aníbal Soares. Catarina LopesEscola de Balonismo
poderá ter sede em FronteiraA antiga Estação dos caminhos-de-ferro de Fronteira que, de momento, se encontra a
sofrer uma recuperação por parte da Autarquia local e onde já se encontra instalada a sede social da empresa First Coy,
poderá vir a acolher a sede da primeira Escola de Balonismo. Sandro Camarate declara que "já houve conversações
nesse sentido", sendo que "nós também estamos agradados com essa possibilidade". Como já existe "alguma tradição",
a organização considera que "seria o ideal estarmos aqui", na medida em que "as pessoas já identificam o balonismo
nesta região". Em Portugal existem apenas dois festivais dedicados ao balonismo: Travessia de Portugal em Balão e o
Festival Internacional de Balões de Ar Quente - Norte Alentejano. No entanto, o primeiro já não teve lugar este ano, nem
terá para o próximo. Tal situação leva Sandro Camarate a dizer que o Festival Internacional "passará a ser o único
evento de nome e com pilotos estrangeiros em Portugal", logo, se tudo corre bem, Fronteira poderá ser o "sítio ideal"
para instalar a sede da Escola de Balonismo. Ballons Night GlowA noite de hoje ser em "apoteose" em Alter do Chão.
Aqui irá ter lugar um espectáculo nocturno de balões de ar quente que, segundo a organização é "imperdível". Quinze
balões irão estar alinhados no chão e, conforme o som da música, vão subir ou descer, formando o efeito de um
equalizador. Este even-to, a ter lugar no Mercado Municipal, encerrará o Festival. o efeito de um equalizador. Este
even-to, a ter lugar no Mercado Municipal, encerrará o Festival.A organização agradece o apoio e a colaboração de todos
os patrocinadores no 10º Festival Internacinal de Balões de Ar Quente
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