ISSN 1645-9032
Número 21
l
Setembro de 2005
ALTERAÇÃO DE PRÁTICAS DE CUIDADOS
Promoção do desenvolvimento
nos recém-nascidos
RUI MATOS
QUANDO SE PERDE UM FILHO
O adeus ao enfermeiro “brincalhão”
Um berço vazio
notas locais
“SEPARAR PARA AJUDAR”
Dê tampas a quem
mais precisa
“Separar para ajudar” é uma iniciativa que tem
por objectivo juntar o maior número de tampas
possíveis para reciclar, que servirão como “moeda
de troca” na compra de material ortopédico.
À imagem de muitas outras instituições e de particulares, também o nosso Hospital está a aderir a
esta iniciativa. O empurrão foi dado pelo pessoal dos
Recursos Humanos, local onde existe um garrafão
destinado a depositar as agora valiosas tampinhas
de plástico (de água, refrigerantes, iogurtes líquidos,
detergentes, shampoos, desodorizantes, etc.).
A empresa responsável por esta campanha na
zona metropolitana de Lisboa, a Valorsul, ao receber
um determinado volume de tampas, compra material
ou equipamento ortopédico a pessoas necessitadas
que se tenham inscrito nesta acção.
De cada vez que se enche um camião com cerca
de 7 ou 8 toneladas de tampas, estamos a contribuir
para ajudar aqueles que mais precisam.
São muitas toneladas mas a vontade e a solidariedade de ajudar o próximo tem de ser ainda
maior ou, neste caso, mais pesada.
Por isso, já sabe, todas as tampas com que se
cruzar no seu dia-a-dia, entregue-as nos Recursos
Humanos. Estas, serão depois depositadas no
Centro de Triagem e Ecocentro, que as enviará
para a Valorsul.
Contactos:
Centro de Triagem e Ecocentro
Vale do Forno, Estrada Militar ao Lumiar
1750-164 Lisboa. Tel: 21 754 22 50
VALORSUL
Direcção de Comunicação, Imagem
e Documentação. Tel: 21 953 59 00
Para saber mais informações consulte o site:
www.valorsul.pt
O Serviço de Recursos
Carlos Aurélio Santos
Humanos não poderia
- Chefe de Serviço e
deixar de referenciar, à
Director do Serviço
semelhança do que fez
de Cirurgia Geral
para outros trabalhaEugénia Nunes
dores, o falecimento
Alcobia - Enfermeira
do Enfermeiro Rui
Graduada (Bloco de
Matos, que vimos
Partos)
ALICE LUCAS
partir no passado mês
Graciete Pereira Silva
Chefe de Repartição
de Julho.
- Auxiliar de Acção
A curta frase com que
Médica Principal
nos presenteava quando, por (Esterilização)
qualquer motivo nos deslocá- Isilda Fernanda Lobo - Enfervamos ao Serviço de Urgência - meira Graduada (Cirurgia Geral)
‘Precisa de ajuda?’ -, é bem o sinal
da sua humanidade e o sentir da Felicidades para esta nova etapa
sua profissão.
das suas vidas.
O Enfermeiro Rui deixou-nos mas
o seu exemplo, não!
LEGISLAÇÃO:
Portaria n.º 685/2005 de 18
CONCURSOS
de Agosto - Aprova as quantias
DE PROMOÇÃO:
devidas pelos exames e perícias
O actual Conselho de Admi- médico-legais e forenses realinistração autorizou a abertura zados pelos peritos contratados
de concursos de promoção nas para o exercício dessas funções.
carreiras dos funcionários com
vínculo à Função Pública, inserido Decreto-Lei n.º 157/2005 de 20
no Plano de Concursos para 2005, de Setembro - Altera o regime da
tendo presente a valorização dos aposentação e pré-aposentação
seus trabalhadores e procurando do pessoal com funções policiais
corresponder às expectativas dos da PSP.
mesmos.
Estes concursos (22), que abrangem Decreto-Lei n.º 158/2005 - Aprova
todos os grupos profissionais, o regime jurídico de assistência na
irão permitir que cerca de 81 doença da GNR e PSP.
funcionários possam progredir
nas suas carreiras.
NOTA FINAL :
Para todos os trabalhadores que
APOSENTAÇÕES:
pretendam saber a data a partir da
Por motivo de aposentação, qual poderão aposentar-se, tendo
despedimo-nos de:
por base a nova legislação, poderão
Balbina Guiomar Carrelo - Enfer- fazê-lo através do site: http://www.
meira Especialista (Cirurgia Geral) cga.pt/simuladorAnoPC.asp
A Ponte
ficha técnica
2
Propriedade Hospital
de São Francisco Xavier, Estrada
do Forte do Alto
do Duque, 1449 - 005,
Lisboa Codex
Telefone: 21 300 03 00
Telefax 21 301 75 33
Redacção Helena Pinto,
Isabel Marcus
e Thereza Vasconcellos
Edição Nuno Miguel Mota
Distribuição Serviços Gerais
Revisão Alexandra Flores
Fotografia Thereza Vasconcellos
e Nuno Miguel Mota
Concepção Gráfica Paulo Reis
Impressão Grafivedras – Torres Vedras
Tiragem 2 000 exemplares
ISSN 1645-9032
Distribuição gratuita
Depósito Legal 207196/04
SITE www.hsfx.pt
O HSFX tem preocupações
ambientais: esta publicação
é impressa em papel
reciclado
editorial
DESDE HÁ VÁRIOS ANOS QUE EXISTEM MOVIMENTOS no
sentido de levar a efeito reformas profundas na gestão hospitalar,
através da introdução de diversos instrumentos e mecanismos, com a
JOSÉ MIGUEL BOQUINHAS
Presidente do Conselho
de Administração
finalidade de torná-la mais expedita e capaz de responder de uma forma
mais eficiente aos grandes desafios que hoje se colocam à moderna
administração hospitalar. Desde as diversas alterações legislativas
dos últimos anos que culminaram na chamada empresarialização
dos hospitais, seja sob a forma de S.A., seja de E.P.E., até à forte
intervenção que se tem vindo a processar a nível dos sistemas de
informação, tudo tem sido feito no sentido de conseguir dotar os hospitais públicos de serviços,
na vertente administrativa, que sejam capazes de dar respostas adequadas aos grandes desafios da
eficiência e do combate ao desperdício.
No entanto, as preocupações com a reforma da gestão hospitalar não têm levado em conta as alterações
ao modelo de gestão dos serviços clínicos, porventura as mais determinantes e sem as quais nenhuma
reforma poderá ter êxito assegurado. Trata-se, no fundo, de mexer com a estrutura daquilo que é o
“core-business” da organização hospitalar, e sem cuja alteração o êxito da reforma ficará certamente
comprometido. A criação de centros de responsabilidade e a implementação de instrumentos como
a contratualização interna, auditorias clínicas, elaboração de protocolos clínicos e terapêuticos,
auto-avaliação, entre outros, e a sua ligação a modelos de incentivos equilibrados e justos, são absolutamente
necessários numa gestão hospitalar moderna. A preocupação dos vários governos, que sucessivamente
têm produzido alterações legislativas, tem apenas sido focada nos serviços mais periféricos da organização
hospitalar, enquanto a gestão fundamental e central a nível dos serviços de prestação de cuidados de
saúde, mantém, no essencial, o mesmo modelo de organização interna desde há mais de 30 anos. É este o
grande desafio que falta lançar, em particular, aos responsáveis pela “produção” final dos serviços, sendo
junção dos três hospitais da área ocidental de Lisboa.
A Ponte
este também o objectivo que é preciso traçar, aproveitando a grande oportunidade que nos é dada pela
3
ALTERAÇÃO DE ALGUMAS PRÁTICAS DE CUIDADOS
Promoção
do desenvolvimento
nos recém-nascidos
Nas últimas duas décadas, um número cada vez maior de investigadores tem-se
debruçado na necessidade da alteração de algumas práticas de cuidados, assim como
do ambiente envolvente mais apropriado para a promoção do desenvolvimento no
recém-nascido. Tem sido demonstrado que estes bebés obtêm melhores resultados
quando nos preocupamos em reduzir o stress causado pelo excesso de estímulos
no meio ambiente, tais como a luminosidade e o ruído, em conjunto com o
posicionamento e manipulações apropriadas.
O
trabalho pioneiro de Als et al
demonstrou que a avaliação
das capacidades individuais
da criança, em resposta aos
estímulos excessivos, proporciona ao
prestador de cuidados informação para
modificar o ambiente e as estratégias do
cuidar. Verificaram que:
- O número de dias de ventilação era
menor
- O êxito na amamentação era mais
precoce
- O número de dias de internamento
era menor
- Houve uma redução no número de
complicações
- Melhores resultados no desenvolvimento
neural nos primeiros 18 meses de vida
A Ponte
1 - Algumas práticas
dos cuidados directos
ao recém-nascido:
4
1.1 - O Posicionamento
Está comprovado que o posicionamento
e a manipulação correctos e/ou incorrectos interferem nos diversos parâmetros
fisiológicos e neurocomportamentais da
criança prematura.
Não se consegue atender às necessidades do sistema músculo-esquelético sem
incorporar o sentido do tacto.
Sem tocar na criança, não
conseguimos posicioná-la, garantindo assim um alinhamento do
sistema músculo-esquelético.
O feto dentro do útero está
continuamente flectido, contido
e alinhado. A superfície corporal
da criança está banhada pelo
líquido amniótico. Este ambiente
líquido permite movimentos livres
dentro do saco uterino. O desenvolvimento músculo-esquelético
é estimulado quando a criança se
estica no ambiente uterino, estimulando
as terminações nervosas sensoriais das
mãos ou pés, cabeça ou costas.
Estes movimentos promovem comportamentos auto reguladores, contribuindo
assim para o desenvolvimento neurocomportamental.
O posicionamento correcto do corpo
pode evitar deformações de postura,
como a abdução dos quadris com rotação
externa, eversão do tornozelo, ombros
em abdução ou retracção, aumento da
hiperextensão do pescoço com elevação
dos ombros e moldagem do crânio.
Existem estudos que nos dizem que a
posição de decúbito ventral aumenta a
oxigenação, o volume respiratório do ar
corrente e a flexibilidade dos pulmões, relativamente ao decúbito dorsal. O decúbito
lateral também auxilia a oxigenação e, por
sua vez, diminui a incidência da rotação
externa das extremidades. Além disso,
favorece a flexão e o alinhamento médio.
A contenção corporal é um factor
importante, uma vez que contribui para
a segurança, reduz o stress e promove a
auto regulação. As crianças a quem se
proporciona a contenção são geralmente
mais calmas, exigem menos medicação e
aumentam de peso mais rapidamente.
1.2 - O toque/manipulação
O tacto é o 1º dos sentidos a desenvolverse in útero. Tão precocemente quanto às 8
Long et al, observaram que 75% dos
episódios de hipoxémia ocorreram durante
a prestação de cuidados numa Unidade de
Neonatologia. A equipa de Saúde destas
Unidades deverá ter em conta a individualização de cuidados e a identificação
dos sinais de stress, programação das
intervenções, proporcionando períodos
de descanso para as crianças poderem
recuperar o seu bem-estar.
1.3 - Sucção não nutritiva
Field et al demonstraram os benefícios
da sucção não nutritiva para a alimentação
por gavagem. As crianças a quem lhes são
oferecidas uma chupeta durante a alimentação, ganham peso mais rapidamente,
passando a coordenar o reflexo de sucção/
deglutição/respiração mais precocemente,
favorecendo assim um internamento mais
curto. Outros estudos também demonstraram outros benefícios:
- Frequência cardíaca estável
- Melhor oxigenação
- Melhor organização dos estados
- Maior socialização
- Menos sinais de stress
O tipo de chupeta para proporcionar
uma sensação positiva é muito importante.
Deverá ter forma e tamanho apropriado
para encorajar a maturação normal da
coordenação da sucção/deglutição/respiração, diminuindo o período de transição
até à alimentação oral.
2 - Factores ambientais que
interferem na qualidade de
cuidados
2.1 - Luminosidade
A luz, na maioria das Unidades de
2.2 - Ruído
Quando nascem, os recém-nascidos de
termo já têm 12 semanas de experiência
auditiva, conseguindo discriminar aquilo
que gostam de ouvir. A voz materna é
o som favorito, especialmente se ela
falar num tom alto, cantar num estilo
melodioso e suave.
As crianças ouvem bastante bem ao
nascer e as suas capacidades auditivas
continuam a melhorar até à idade
escolar. A audição desenvolve-se
gradualmente, em paralelo com as
capacidades linguísticas.
A Ponte
semanas de idade gestacional, o embrião
responde ao toque suave na face e por volta
das 32 semanas cada parte do seu corpo é
sensível ao toque, dor e temperatura. Às 12
semanas de idade gestacional, o feto pode
começar a chuchar nos polegares e, em
breve, explorará o que o rodeia através do
toque. Muito deste mundo é o seu próprio
corpo.
O excesso da manipulação pode ser
sobre estimulante para os recém-nascidos,
em particular, os doentes ou prematuros.
Esta sobre estimulação pode apresentar
diversas formas:
- As práticas de rotina na admissão
- A mudança de fraldas
- Os procedimentos invasivos de diagnóstico
- Todos eles expõem a criança a experiências tácteis nocivas ou negativas.
Cuidados Intensivos Neonatais,
costuma ser contínua, forte e
fluorescente.
Rivkees (2004) estudou
bebés com menos de 32
semanas. O grupo de bebés
sujeito a ciclos alternados
de luz, mostrou períodos de
alerta-repouso bem distintos.
Os ritmos diurno-nocturno
foram também observados no
feto, sendo estes regulados
pela mãe. Estes ritmos servem
o propósito de sincronizar e
coordenar funções fisiológicas
compatíveis. Estas funções
incluem a frequência cardíaca,
temperatura corporal, ciclos de
alerta-repouso e a secreção de
várias hormonas (cortisol, ACTH
e melatonina).
Também num estudo feito por
Glass et al, foi descoberta uma
menor incidência de retinopatia em crianças com um peso inferior
a 2000g, quando a luminosidade na
incubadora foi reduzida para cerca de 270
lux (cerca de 25W).
A criança continuamente exposta à
luz, despende uma maior quantidade de
energia e fica sujeita a mais stress.
Quando se preconiza, pelo menos um
ciclo de dia/noite, a criança apresenta
ciclos de sono mais prolongados, menor
tempo consumido na alimentação e um
ganho de peso mais rápido. Têm mais
facilidade em sincronizar os ritmos
comportamentais e hormonais com o
ambiente externo.
5
PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO…
O ouvido humano é sensível às ondas
de pressão entre os 20 e as 20.000
vibrações por segundo, ou hertz.
A velocidade do desenvolvimento
auditivo está exposta ao padrão de
mielinização individual.
Podem ocorrer estragos auditivos na
audição das crianças prematuras.
O período de grande susceptibilidade
para os danos auditivos inicia-se aos 6
meses de gestação e prolonga-se até aos
primeiros meses após o nascimento. Estes
danos irão ter influência na linguagem/
comunicação e, consequentemente, na
socialização.
Os prematuros, sem a protecção das
paredes uterinas e do corpo da mãe, nesse
período crítico, estão sujeitos ao barulho
das incubadoras e de todo o ruído que
existe numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN). Podem apresentar
reacções fisiológicas e de comportamento
adversas, incluindo hipóxia, aumento da
pressão intracraneana e pressão arterial,
apneia e bradicárdia
de sono profundo, menos períodos de
choro e diminuição dos níveis de stress
(Strauch, Brandt et al, 1993). Zahr e
Traversay (1995), num estudo idêntico,
verificaram que quando a média das
saturações de oxigénio aumentava, as
crianças apresentavam comportamentos
mais organizados.
Alguns melhoramentos nas UCIN podem
também diminuir o ruído ambiente. Cada
vez mais se preconiza quartos individuais
ou salas com menos postos de internamento, bem como a divisão entre a
- Executar alguma contenção sempre que
for necessário estabilizá-lo
- Respeitar os períodos de sono
- Planear os cuidados com toda a equipa
de Saúde
- Ajudar os pais na identificação das
reacções do seu bebé
Este tipo de cuidados provou ter impacto
no desenvolvimento e bem-estar das
crianças, tais como:
- Redução do tempo de ventilação
assistida
- Menor taxa de complicações
Têm sido realizados diversos estudos
que demonstram os níveis sonoros nas
zona onde estão as crianças e a zona de
trabalho dos profissionais. A utilização de
painéis visuais para avisar os profissionais
do nível de ruído existente no ambiente
é também muito importante para a
sensibilização dos mesmos.
A Ponte
Unidades de Neonatologia, entre 50 a 90
decibéis, com picos de 120 decibéis. Foi
estabelecido como padrão de segurança
para níveis sonoros os 80 decibéis.
6
Pequenas alterações na prática de
cuidados e na estrutura física destas
Unidades podem trazer grandes
benefícios para estas crianças.
Ao protocolar uma só “hora do silêncio”
por dia, em que não se toca no recém-nascido, se não houver uma situação
emergente ou prioritária, consegue-se
que a criança apresente mais períodos
Cuidados para promover
o desenvolvimento
e o seu impacto na criança
- Redução da iluminação ambiente
- Escurecimento da incubadora com
coberta apropriada
- Diminuição do ruído na sala
- Falar suavemente com a criança antes
e durante os cuidados
- Ajudar a criança a manter uma postura
flectida
- Facilitar a actividade de levar a mão
à boca
- Identificar as reacções de cada criança
durante os cuidados
- Menor incidência de hemorragia intraventricular
- Redução da incidência e gravidade das
displasias broncopulmonares
- Diminuição de casos de retinopatias
- Menor necessidade de sedação
- Redução do período até conseguir
alimentação oral exclusiva
- Aumento de peso mais rápido
- Melhores laços de vinculação entre a
tríade (pais/criança)
Os cuidados de suporte para
promover o desenvolvimento destas
crianças devem ser resultado de um
processo individualizado, procurando
satisfazer as suas necessidades individuais. Esta filosofia de cuidar requer
uma equipa de saúde que partilhe os
mesmos objectivos. A educação e a
cooperação entre os vários técnicos
são primordiais.
Thereza Vasconcellos
Rui Matos
(1954 – 2005)
O nosso Rui Manuel Perdigão Matos, nasceu no
último dia do ano de 1954. Era a primeira marca
que o diferenciava de todos os elementos da equipa.
“Por direito” tinha feriado sempre na passagem de
ano quando a sua equipa fazia noite. Era um facto,
indiscutível, que hoje nos faz sorrir....
Graduado da Escola de Enfermagem Bissaya Barreto
de Coimbra, iniciou o seu percurso profissional em
1980, nos Hospitais Civis de Lisboa. Veio para este
hospital, à data da sua abertura, para o serviço de
Cirurgia e posteriormente, em 1995, para a nossa
urgência. Aqui desenvolveu o gosto pela intervenção
de emergência.
vvv
O sorriso permanente, a afabilidade contagiante, o trabalhador
inesgotável e finalmente a dignidade e a serenidade perante
um destino anunciado.
A nós resta-nos a nossa memória de ti, sempre carregada de
afecto, a ti ninguém devolve os beijos que deixaste por dar, a
vida que deixaste por viver.
“De morte natural nunca ninguém morreu”, dizia o poeta,
muito menos a tua, cruelmente absurda.
Aqui nos deixas sobre o nosso fio da navalha, entre momentos
em que tudo faz sentido e outros em que os deuses nos deixam
desamparados...
Luís Campos
Querido Rui:
Todos te amamos nas diferentes e múltiplas formas de
amar.
Estás sempre connosco e a cada segundo ouvimos as tuas
gargalhadas.
Os teus colegas, os teus amigos, sempre contigo.
Equipa de Urgência
vvv
Obrigado Rui!
É esmagador. Ver-te assim, sem vida. Sem a vida a que nos
habituaste durante tanto tempo. Sentimos muito a falta do
teu riso, das tuas partidas, da alegria que transmitias a todos
quantos te rodeavam. Nos momentos de brincadeira, eras o
primeiro a brincar. Naqueles momentos mais difíceis, eras o
primeiro a ter uma palavra de encorajamento.
É esmagador ver o nosso serviço sem ti.
Como vai isso aí por cima? Tenho a certeza que tens uma
nuvenzinha especial só para ti. Como devem estar contentes os
anjos por te ter por perto! De estar perto das tuas gargalhadas
e das tuas partidas. De estar perto de tudo aquilo que sentimos
saudade.... Mas que prometemos preservar. Porque a melhor
maneira de homenagear a tua vida é preservar tudo aquilo
que ajudaste a construir.
A tua última palavra para comigo foi “Obrigado”. Mas sou
eu que te tenho de agradecer. Eu e todos nós que contigo
convivemos e que ensinaste a crescer. Obrigado Rui! Por tudo
aquilo que foste... e que sempre serás nos nossos corações.
Pedro Vasconcelos
A Ponte
Se é certo que os sítios por onde passamos como
profissionais nos marcam, é também verdade que
neles deixamos alguma coisa de nós.
Connosco, do Rui, ficaram marcas do profissional, do seu
espírito de liderança, de personalidade forte, espírito combativo
e defensor dos interesses dos utentes e dos colegas, mas
sobretudo da pessoa: o ar afável, as gargalhadas infindáveis
e mais que tudo o grande, grande amigo.
A saudade imensa que nos molha a alma e os olhos, porque
ele não está fisicamente, é compensada pela lembrança
permanente desse sorriso brincalhão que não nos larga, a
todos nós equipa da Urgência, a todos nós seus amigos... a
cada minuto!
Até sempre!
Lurdes Almeida
7
A Ponte
Rui Matos
8
“Quando alguém morre, uma nuvem transforma-se em
anjo e voa pelo ar dizendo a Deus que coloque outra flor
no travesseiro. Um pássaro transporta a mensagem para
o mundo e canta uma oração silenciosa que faz chorar a
chuva. As pessoas desaparecem mas, realmente, nunca se
vão embora. Os espíritos, lá em cima, põem o Sol na cama,
acordam a relva e percorrem a Terra em círculos vertiginosos.
Por vezes, podem ser vistos a dançar numa nuvem durante
o dia, quando se supunha que estariam a dormir. Pintam
o arco-íris e também o por do Sol e criam o ruído das ondas
e as correntes das marés. Lançam as estrelas cadentes e
escutam os desejos e, quando cantam as músicas do vento,
sussurram-nos para não o lamentarmos demasiado. A vista
é linda e eu sinto-me tão bem.”
Alguns dias depois da morte do Rui, uma aluna que estagiava
no Serviço veio entregar-me este pequeno trecho (taduzido
aqui do inglês para o português) dizendo-me: “tenho ali
uma pequena coisa para lhe dar, se quiser pode ficar com
ela; acho que vai gostar”. Tinha-se apercebido o quanto me
tinha tocado esta perda.
De facto ao Rui ligam-me dezoito anos, os mesmos que tem
este Hospital, apesar de contemporâneos em S. José não
tínhamos ideia de nos termos conhecido por lá.
Durante os últimos cinco anos privamos mais, fruto de
organizarmos actividades em conjunto integrados num grupo
com uma forma muito própria de estar em que o trabalho,
a boa disposição, a diversão e a amizade se misturam de
modo peculiar.
As brincadeiras de um grupo de miúdas e miúdos já com
idade para terem juízo proporcionaram momentos que estarão
certamente na memória de todos nós, sei que a partir do dia
28 de Julho nada será igual, mas também sei que aquilo que
o Rui gostaria era que continuássemos, da mesma forma,
como se ele estivesse presente. Por mim assim farei.
Ao contrário do que diz a sabedoria popular não sou dos que
pensam que somos substituíveis; cada um de nós tem uma
individualidade própria que ninguém é capaz de substituir
por isto teremos que manter o seu lugar ocupado com ele, com
as recordações que temos, com aquilo que ele nos deixou. Há
sempre algo daqueles que partem que fica presente nos que
permanecem, todos somos fruto das experiências de vida e as
experiências de hoje não são as mesmas de amanhã; estamos
em permanente construção.
Acompanhando o seu processo da doença conheci outra face
do Rui, alguém que dizia se um dia tiver um tumor não
quero fazer nada; e lutou com quantas forças tinha. Apesar
de todos os contratempos que foram surgindo, demonstrou a
coragem de alguém que, em determinada altura reconhece
a irreversibilidade da situação e tenta fazer umas quantas
coisas que estavam à espera de uma oportunidade como por
exemplo uma simples visita ao Oceanário. De facto, cada
dia que vivemos será sempre uma ocasião especial e nunca
sabemos se esse será o último. Lembro-me que na véspera
do desencadear de todo o processo de intervenção cruenta,
fomos ao Alentejo onde almoçamos e nada fazia supor o
que viria a seguir.
Falar do Rui, para quem o conhece é perfeitamente
desnecessário mas, para aqueles que o conheceram menos
que fique a imagem de alguém muito dinâmico, que gostava
do que fazia, que mobilizava, motivava, dinamizava,
trabalhava, divertia e se divertia; de alguém que tinha um
grande mau feitio quando se aborrecia, de alguém afável
mas que raramente exprimia os seus sentimentos (como bom
capricorniano!) e que era extremamente prestável.
Numa época em que multiplicamos os nossos bens mas
reduzimos os nossos valores humanos, em que chegamos à
Lua mas temos problemas em conhecer o nosso vizinho, valeu
a pena conhecer o Rui. Disso foi prova toda a solidariedade
que recebeu de diversos sectores durante este período.
Voltando ao trecho que me ofereceram e dentro do seu espírito,
espero que a vista seja linda e que o Rui se sinta muito bem.
Obrigado por seres meu amigo e por me teres deixado ser
teu amigo.
João Fernandes
vvv
Rui
Como explicar com palavras aquilo que sinto… Já não estás…
aqui ficamos nós, sozinhos… A vida é um momento. A tua
passagem pela minha, deixa lembranças inesquecíveis.
Agora caminho pelo Serviço de Urgência e sinto saudades
da tua presença, do teu riso, do teu bom humor. Muitos
foram os momentos partilhados, as alegrias e as tristezas,
mas sobretudo foram alegrias, e isso é o que fica, o teu eterno
sorriso que não esquecerei. Eras um excelente profissional
mas antes de tudo eras um excelente Amigo.
Como nobre guerreiro nunca te queixaste das tuas feridas,
porque não é próprio de cavalheiros queixar-se e sempre
que te visitava recebias-me com uma piada das tuas. Para
mim és o meu Quixote, meu herói de carne e osso. Travaste
a maior das batalhas, sempre lutando, mesmo até ao fim.
Nós como fiéis Sanchos acompanhámos-te, amigo, com a
esperança que nossa história tivesse um final feliz.
Não foi possível, mais aí onde tu estás, fica a saber que no nosso
coração partido ficou gravado o teu nome para sempre.
Virgínia Bombassaro
Ao longo da vida, há pessoas que passam e não deixam
nada...
Há pessoas que passam e deixam muito...
E há outras que não passam, ficam para sempre!
Luísa Garcia
vvv
Para ti, Rui Matos
Adeus...
Um último Adeus
Adeus jamais esquecido
Estendeu-se a mão de Deus
Para acolher o nosso Amigo
Ficou então a lembrança
Em cada gesto ou improviso
Fecho-me então na esperança
De rever o teu sorriso
Olho a noite pela janela
Teu sorriso preenche a escuridão
Como uma figura numa tela
Moldada com o coração
Despeço-me com Homenagem
Do Profissional, do Amigo
Homem que lutou com coragem
Até ao dia do Adeus Sentido.
Mónica Perfeito
vvv
É com muita saudade que dedicamos estas poucas palavras
ao Enf. Rui Matos, de quem nunca nos esquecemos.
Sentimos muito a sua falta. De ouvir as suas palavras, as
suas gargalhadas, a sua boa disposição, o seu companheirismo
e o lado humano que o caracterizava.
Estás sempre entre nós!
Carla Barros
Sofia Barroso
Sónia Brito
“Se conhecesses o mistério imenso do Céu onde agora vivo,
não chorarias se me amas.
Já estou no encanto de Deus, da Sua beleza sem fim...
Lembra-te dos bons momentos que vivemos juntos
E verás que a saudade também é presença.
Quando estiveres triste, infeliz, chama-me...
Eu irei ajudar a consolar-te
E verás como é bom ter um amigo do outro lado.
E quando chegar a tua vez, não chorem os que ficam
Porque não será um adeus
Mas simplesmente um até à vista
E Eu estarei lá para te receber...”
Da Dulce, em nome do Rui,
para todos os que me amavam
A Ponte
“Não chores se me Amas”
9
QUANDO SE PERDE UM FILHO
Berço vazio de afectos
A Ponte
Há alguns meses atrás
escrevi para este jornal
um artigo que tinha
como objectivo dar a
conhecer melhor a Saúde
Materna, as alegrias,
o empenhamento e a
realização pessoal que
um serviço nesta área nos
pode dar.
Hoje, escrevo para dar a
conhecer a parte menos
boa, a dor, o sofrimento, a
impotência que sentimos
quando nos chega ao
serviço uma mãe de olhos
“inchados” de tanto
chorar, acompanhada de
um pai a tentar conter
as suas lágrimas, que
por vezes rolam cara
abaixo com um soluço,
e percebemos naquele
instante que aqueles pais
perderam o seu maior
sonho: um filho.
10
A
qui percebemos
natureza cruel, que não
que algo que
avisou e deixa aqueles
não foi sonhado,
pais à deriva nos seus
aconteceu, talvez
afectos que, perplexos,
o pior pesadelo tenha
recusam-se muitas vezes
tomado conta daquela
a aceitar a realidade que o
família.
futuro lhes reservou. Estas
E pergunto-me nessa
palavras podem parecerLEONTINA RAMOS
altura ”O que é que posso
-vos amargas, tristes
Enfermeira
fazer para ajudá-los?”.
e até talvez um pouco
Dificilmente encontro resposta,
violentas, mas têm uma razão de
pois estas situações são delicadas
ser, pois quando resolvi escrever este
e muito difíceis de ultrapassar,
artigo, sabia que viriam ao de cima
mas no mínimo tenho que tentar
sentimentos que já me foram famifazer alguma coisa, nem que seja
liares enquanto mãe, ao ter perdido
dar um pouco de conforto! Então,
um filho, e que os continuo a viver
tento encontrar um espaço vazio e
enquanto Enfermeira.
proporcionar aos dois privacidade
Lembro-me, também, de um caso
para poderem chorar, gritar, extraque me tocou particularmente, no
vasar todas as emoções que estão
dia em que nasceu a minha filha.
presas naqueles corações desfeitos
Umas horas antes do seu nascimento,
por desgosto. Em seguida, poucas
uma grávida em trabalho de parto
são as palavras que profiro, apenas
no quarto ao lado do meu, desceu
digo: ”Se precisarem de alguma coisa,
para o bloco operatório para ser
eu estou aqui!”. E fecho a porta do
submetida a cesariana. A cesariana
quarto. Saio em silêncio e frustrada,
correu bem, mas à nascença o
por vezes também de
lágrimas nos olhos por
não conseguir fazer
mais nada para aliviar
aquela dor, e só penso
”Porque é que isto tem
que acontecer? ”Não é
justo!”
É que também na
obstetrícia se lida com a
dor da perda, até talvez
do modo mais forte que
existe.
O mais doloroso revelase quando uma família
planeia, anseia, sonha,
muda de vida, enfim,
faz tudo para receber de
braços abertos aquele
filho tão desejado e,
abruptamente, esse
sonho esvai-se por uma
Esta foi uma situação complicada
que vivi enquanto mãe, e que me
marcou para sempre.
Como enfermeira, episódios
idênticos a este também estão
na minha memória e, sempre que
acontecem, fazem-me parar, pensar
e repensar, que enquanto profissional de saúde, por muito que
queira estar preparada para estas
situações e interiorizar que são
situações que acontecem, nunca o
vou conseguir!
O que mais quero quando tenho uma
mãe nesta situação é dar-lhe todo o
carinho, apoio, ou qualquer outra coisa
que a possa fazer sentir um bocadinho
melhor. Aqui o toque terapêutico
revela-se extremamente importante.
Por vezes esta é a ”porta” para que a
mãe manifeste tudo o que lhe vai no
coração e, muitas vezes, inicia-se assim
um processo de consciencialização e
consequente processo de luto.
Para mim, é difícil gerir todos
estes sentimentos. Não é fácil, no
dia-a-dia, conseguir ultrapassar
sentimentos tão divergentes que, de
alguma forma, influenciam a nossa
forma de estar, o nosso trabalho e
até a nossa vida, quando transpomos
para nós todo aquele sofrimento.
Não sei se, passados cinco anos,
já consegui fazer uma consciencialização dos meus sentimentos
e consigo separar na totalidade os
papéis de mãe e enfermeira, talvez
por isso ainda me seja tão difícil
enfrentar situações como estas.
É assim que amadurecemos pessoal
e profissionalmente, e tentamos de
alguma forma encontrar estratégias
para nos defendermos um pouco
destas situações, que nunca nos
“irão passar ao lado”.
Não é fácil entrarmos num quarto
e encontrarmos mães enamoradas
pelos seus fi lhos, com todos os
sentimentos de amor e alegria
que as envolve, e logo no quarto
seguinte encontramos uns pais com
tanto amor para dar, mas com um
“berço vazio de afectos!“
NO HSFX, A PARTIR
DE 17 DE OUTUBRO
Vacine-se
contra
a gripe
O
s trabalhadores do nosso
Hospital vão ter à sua disposição a vacinação contra a
gripe, de 17 de Outubro a
30 de Novembro. Para tal, deverão
inscrever-se nos seus respectivos
serviços. Uma medida de extrema
importância para os profissionais
de saúde, não só para
protecção individual
mas também porque
contactam diariamente com grupos
considerados de
maior risco.
O vírus da gripe
pode atingir
qualquer grupo
etário, estando
as crianças e as
pessoas com idade
superior a 65 anos mais vulneráveis,
bem como os doentes imunocomprometidos e/ou com doenças crónicas.
A Organização Mundial de Saúde
recomenda esta vacina a todas as
pessoas, visto tratar-se do método
mais eficaz para a prevenção da
doença e das suas complicações
severas.
A acção de vacinação levada a cabo
no HSFX é desenvolvida pela Saúde
Ocupacional. De modo a permitir
um planeamento eficaz, pede-se a
todos os trabalhadores do Hospital
que informem nos próprios serviços
– aos Directores e/ou Enfermeiros
Chefes – se pretendem ser vacinados.
Esta informação deverá ser posteriormente encaminhada, por escrito,
para a Saúde Ocupacional, até ao dia
7 de Outubro do presente ano.
A Ponte
recém-nascido apresentava alguns
problemas e foi transferido para a
neonatologia.
O internamento decorreu durante
dois dias sem intercorrências, a mãe
visitava o seu bebé, e tudo parecia bem
encaminhado. Numa noite, lembro-me
que, de repente, começo a ouvir gritos
aflitivos acompanhados de um choro
desmedido. Não estava a entender
nada, pois os gritos vinham do piso
de cima. Levantei-me e fui tentar saber
o que se estava a passar. Foi então que
soube que aquela mãe que tinha estado
ao meu lado tinha perdido o seu filho,
e eu não parava de pensar “E se fosse
eu?” “Eu morria, não ia aguentar!”
Num momento de alegria tão
grande que era ter a minha filha
comigo, aquela foi sem dúvida, uma
das piores noites da minha vida;
ainda hoje consigo ouvir os gritos
daquela mãe desesperada!
Na manhã seguinte, encontrei-a
no corredor, pronta para se ir embora
e, quando a vi, frente a frente, não
sabia o que fazer; ali não estava a
Enfermeira a pôr as suas competências em prática, estava uma mãe
igual a ela que apenas conseguiu
dizer:”Tenha coragem!”
11
L
CARTAS AO HOSPITAL
Venho por esta via, felicitar a equipa que se encontrava de urgência na sala de pequena cirurgia, cerca
das 21h30, no dia 30 de Agosto, pelo carinho e extremo sentido de humor que revelaram quando estive a acompanhar a
minha filha menor Beatriz Leite Pinto.
Devo confessar que nunca tive razão de queixa sempre que acorri a este Hospital, quer à urgência, quer a outro tipo de
serviços do HSFX, bem pelo contrário!
Frequento o Hospital desde há 18 anos, com o nascimento da minha filha mais velha e que aí foi operada pelas mãos
miraculosas do Dr. Fernando Ferreira, a quem se deve o facto de ela hoje em dia se encontrar com saúde.
Mas o que me leva agora a escrever, foi o facto de ter entrado na urgência, no citado dia (por sorte a urgência não estava
saturada!) com a minha filha de 13 anos. Embora o problema não fosse grave, o facto é que nunca tinha assistido a um
atendimento tão carinhoso e bem disposto… devo dizer “Exposto”! A médica que a assistiu – Dra. Isabel Melo – foi de
um carinho extremo, ao mesmo tempo que o Dr. José Exposto conseguiu transformar um ambiente que, normalmente
é taciturno, numa alegre cavaqueira, aliviando o sofrimento de quem estava a receber tratamento. E, inclusivamente,
uma senhora que tinha recebido curativo disse que não se queria ir embora, porque se estava a sentir muito bem ali.
Esta passagem pela urgência foi uma lição de vida e deveria ser ressalvada e aproveitada, dado que a boa disposição,
sentido de humor e carinho são meio caminho para a cura. A minha filha, que até aí se encontrava enervadíssima,
não conseguia parar de rir, conseguindo abstrair-se do tratamento a que estava ser sujeita.
Mais uma vez, Muitos Parabéns!
Continuem assim!
Melhores cumprimentos,
Mª DA CONCEIÇÃO LEITE PINTO
1 de Setembro de 2005
P.S: A ideia das obras de arte, também é uma excelente terapia!
Exmos. Senhores,
Venho por este meio agradecer e louvar os vossos Serviços, pela organização, competência, eficiência e amenidades.
Fui submetida a intervenção cirúrgica no dia 18 de Maio de 2005, tendo estado internada no Serviço de Cirurgia, entre
17 e 19 de Maio. Tanto na Consulta Externa como no Serviço de Cirurgia e Bloco Operatório, gostaria de enaltecer o
profissionalismo e eficiência de médicos e enfermeiros. O restante pessoal – auxiliares, pessoal da alimentação e da
higiene – primaram igualmente pela simpatia e afabilidade no trato, aspectos que são importantes e complementam
os cuidados de saúde.
Quero agradecer particularmente ao Dr. Carlos Neves, cuja competência e simpatia é bem conhecida, mas que quero
sublinhar. E também uma palavra de agradecimento à sua equipa, ao Dr. Pais Martins e à Enfermeira Susana Lavinha.
A Ponte
Ao Hospital de São Francisco Xavier deixo os meus agradecimentos e votos de que continue assim.
12
MARIA CRISTINA ROBALO FERREIRA
29 de Maio de 2005
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Promoção do desenvolvimento nos recém-nascidos