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autor exclusivamente para o conto de
sua autoria, exceto para as citações
incorporadas em críticas ou resenhas.
EDITORES: Gianpaolo Celli
Richard Diegues
REVISÃO: Camila Fernandes
PROJETO GRÁFICO: Richard Diegues
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: Verena Peres
DIAGRAMAÇÃO: Richard Diegues
1ª edição no outono de 2012
Impresso no Brasil
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NÃO PUBLICAÇÃO (CIF)
Paradigmas Definitivos/ Richard Diegues, org. -- São Paulo : Tarja Editorial, 2012.
ISBN 978-85-61541-46-0
1. Contos brasileiros: Literatura brasileira: Coletâneas - I. Lasaitis, Cristina. II.
Diegues, Richard. III. Alliah. IV. Barcia, Jacques.V. Stockler, Saint-Clair.VI. Fernandes,
Camila. VII. Rodrigues, Adriana. VIII. Souza, Ronaldo. IX. Peleteiro, Ubiratan. X.
Medeiros, Flávio. XI. Reis, Leandro. XII. Amado, Marcelo Dias. XIII. Hashimoto,
Ludimila. XIV. Côdax, Sandro. XV. Celli, Gianpaolo. XVI. Heredia, Alexandre. XVII.
Martins, Romeu. XVIII. Vieira, Leonardo Pezella. XIX. Pineiro, Rober. XX. Nunes,
Roberta. XXI. Boz, Gabriel. XXII. Cobbi, Bruno. XXIII. Vera, Hugo. XXIV. Reis,
Osíris. XXV. Yamabuchi, Viviane. XXVI. Abreu, Carlos. XXVII. Série.
ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO:
1. Contos : Antologia : Literatura brasileira
869.9308
LITERATURA FANTÁSTICA
MUITO ALÉM DOS GÊNEROS
[2012]
Noster Anno Mirabilis
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CDD-869.9308
Todas as citações e nomes incidentes neste livro são fruto do inconsciente coletivo de seus autores, devendo ser encarados como não intencionais. Ainda assim,
caso sinta-se ofendido com algo nestas páginas, basta fechar a obra. Todavia, se resolver insistir, compreenda que muita vezes as coincidências realmente ocorrem.
Todas as opiniões expressas nessa obra
pertencem aos seus autores. Os animais
que eventualmente foram feridos, molestados e traumatizados durante a produção desta obra receberam um funeral decente. A cola usada na lombada pode conter glúten. Sim, exercício provoca enfarto
e TV causa retardamento mental. Vá ler!
A palavra paradigma
se origina do grego
parádeigma, que em
seu sentido literal quer
dizer modelo, um padrão a ser seguido. Na
literatura seria algo
partilhado por diversos
autores, como um fluxo de pensamentos que
culmina em idéias
semelhantes. É um
termo complexo que
aponta para algo simples: os limites de uma
idéia, o molde para se
manter dentro dessa
balizas.
...Uma Ordem ao Caos
9
Cristina Lasaitis
Sinfonia Para Narciso
23
Richard Diegues
Uma Flor a Gambô
31
Alliah
Moleque
47
Jacques Barcia
Vento, Seu Fôlego. O Mundo, Seu Coração
53
Saint-Clair Stockler
Kandahar
63
Camila Fernandes
Em Berço Esplêndido
73
Adriana Rodrigues
O Diamante Laranja
83
Ronaldo Luiz Souza
Reminiscências de um Mundo Verde
89
Ubiratan Peleteiro
O Fazedor de Terra
101
Flávio Medeiros
Efeitos Adversos
117
Marcelo Dias Amado
O Pão Nosso de Cada Dia
121
Ludmila Hashimoto
O Mágico
135
Sandro Côdax
Barquinhos de Papel e Outros Origamis
139
Gianpaolo Celli
O Cavaleiro e o Senhor do Inverno
153
Alexandre Heredia
O Cegonho
161
Leonardo Pezzella Vieira
12 Vidas
175
Rober Pinheiro
De Traição e de Sombras
187
Carlos Abreu
A Tal Aranha-da-Lua
197
Gabriel Boz
O Deus de Muitas Faces
205
Bruno Cobbi
O Mendigo e o Dragão
217
Hugo Vera
O Homem Bicorpóreo
231
Viviane Yamabuchi
De Vento e Pedra
241
Osíris Reis
Queda
9
Sinfonia Para Narciso
Cristina Lasaitis
Para mim, o mito de Narciso é a história de amor mais
trágica que existe, uma das mais belas, e com certeza a
mais curiosa forma de se morrer por amor. Os arquétipos
mitológicos são extremamente versáteis, permitem infinitas formas de se reviver o mesmo mito. Convenhamos, ninguém pode se dar mal todas as vezes.
UM DIA SE LEMBRARIAM DELE. Suas músicas invadiriam todas as salas de concerto, seriam ouvidas através dos séculos. E entre os nomes de
Bach, Mozart, Beethoven, Chopin... haveria
Alberto. Alberto Weischel. Era só uma questão
de tempo, ele ainda era jovem. Em seus 28 anos,
transpirava genialidade. A grande promessa da
música erudita do século XXI. O conservatório era a sua casa; a orquestra era a sua família; a
música, a sua religião; a sala de concertos, o seu
templo. E, no centro do altar: Alberto. Pronto
para ser ovacionado, querido, amado. A plateia
prorrompia em aplausos: bravo! bravo!
Sua estrela brilhava. Um convite para se
apresentar na Espanha. Uma bolsa para estudar na Alemanha. Um prêmio para jovens talentos da composição. Uma homenagem da
Ordem dos Músicos. Um beijo da violinista.
Uma entrevista exclusiva. Admiração.
S INFONIA P ARA N ARCISO
E mais aplausos.
– Uma foto, Alberto!
– Um autógrafo, maestro!
– Um brinde a você, querido!
Lá ia Alberto, abençoado pelas musas em mais uma noite.
E que noite!
Chegou em casa de madrugada, flutuando numa nuvem
de felicidade. O gato veio saudá-lo em mi menor:
– Miaaaaau!
– Ah, Frederico...
Ganhou a sala, largou o gato e o paletó em qualquer
lugar e deixou-se cair no sofá como um homem realizado.
Uma euforia, um contentamento que não cabia em si. A
vida tinha atingido sua plenitude: era jovem, e feliz, e
talentoso, e amado, e recompensado. Que mais podia querer? Não queria mais nada. Ficou no sofá entregue ao imenso prazer de ser ele mesmo, experimentando a indizível satisfação de não querer nada.
Frederico I se aproximou miando por colo. Não havia
mais ninguém com quem compartilhar esse discreto momento de glória. Só você, Frederico.
Seria um desperdício passar o resto dessa noite linda
dormindo. Não. O show só estava começando. Alberto tocou o gato para fora do colo e foi flertar com seu amante de
longa data: o piano de cauda.
Algo estava despertando, ele sentia. Vinha emergindo
das profundezas, fervilhava, evadia pelos poros. Uma conjunção cósmica, um êxtase, um transe irresistível... Num
arroubo, os dedos começaram a escorrer pelo teclado, dando vida a uma melodia espontânea, que foi crescendo, aumentando, e desabrochou numa sinfonia belíssima,
apaixonante, colorida. E Alberto tocou para si como jamais
tocara para ninguém. Apaixonado, dedicou a composição
àquele que era a razão de toda a sua felicidade: uma sinfonia
para Alberto.
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Paradigmas 4 - Alliahverso