Geranção Nova do Movimento dos Focolares
G
n. 7-8 julho-agosto 2012
Alfredo «Alemão» Socorro da Silva Neto, gen que
ofereceu os últimos dias da sua vida pelo Genfest.
Genfest
a preparação nos
Centros gen
Quando o jogo
se torna Ideal...
Obrigado Alfredo
pela sua contribuição
para o Genfest
CARTA ABERTA
2
Dar a vida
onde estivermos
Caríssimas e caríssimos,
Em muitos países estamos no período das férias, do repouso: em várias regiões estão acontecendo as
Mariápolis Férias, acampamentos de verão... Certamente queremos que também o repouso seja sempre
mais expressão do nosso ser gen, fruto de Jesus em meio. Gostamos do que está escrito no regulamento
sobre este aspecto (vide art. 32 – 39): nutrir-se da eucaristia; repeitar o corpo como templo de Deus; cuidar
da saúde com o esporte, o jogo, o repouso, uma alimentação regular, a higiene pessoal; amar e salvaguardar a natureza; compartilhar os sofrimentos dos outros gen.
Sumário
Como vocês sabem, nos meses de julho e agosto conclui-se o ano «ideal» e em setembro começará o
novo ano, com o encontro dos responsáveis das regiões. Isto nos convida a fazer um pequeno exame de
consciência, principalmente sobre os pontos principais que vivemos com toda a Obra: a Palavra de Deus
e o Alaranjado.
No que se refere a nós, graças aos relatórios e também às várias conferências skype que fizemos durante
o ano, constatamos que a vida da Palavra gerou muitos frutos através da vida de vocês, tanto pessoalmente quanto em conjunto. Jesus em vocês e entre vocês realizou muitos «milagres» e talvez muitos tenham
experimentado, pelo menos em alguns momentos, que «a Palavra nos vive», como Chiara costumava
dizer.
Além disso, vivendo a Palavra «acendemos o fogo do Idea» principalmente entre os jovens, que são
confiados a nós de modo todo especial. Quantas atividades, quantas iniciativas, quantos relacionamentos
pessoais vividos como Jesus, «sendo Jesus».. Quantos corações tocados pelo Seu amor. Constatamos
com alegria que o viver pelos outros fez crescer a união com Deus e a unidade entre todos nós.
Por estes – e por tantos outros frutos – agradeçamos juntos a Deus.
Até breve no Genfest, que já está às portas, prontos a dar a vida onde estivermos.
4
O triunfo
do Amor
6
Objetivos 2012
8
De olho no Centro
DA REDAÇÃO
3
Olá gen, como estão?
Vocês gostaram da edição especial de preparação ao
Genfest? PRONTOS PARA PARTIR?!
Então, juntos, prossigamos esta viagem rumo ao Genfest.
Outro dia, no encontro da redação, pareceu-nos muito
claro que as «pontes de relacionamentos autênticos»
devem começar antes de tudo, nas nossas unidades gen,
depois entre os e as gen, focolarinas e focolarinos aqui no
Centro etc..., até chegar a todos vocês das várias regiões
do mundo. E de novo GEN retoma a sua importância em
ser sempre mais um instrumento para construir pontes
entre nós e para fazer circular a vida do nosso Movimento:
tudo depende de cada um de nós!
Também depende de cada um de nós, cuidar bem do
nosso corpo, templo do Espírito Santo, principalmente no
período das férias. Queremos propor de modo especial
nesta edição – através de artigos de Sportmeet e da breve
apresentação da vida de Alfredo, gen brasileiro que partiu
para a Mariápolis Celeste – uma reflexão sobre a importância que damos à nossa saúde.
Todos nós estamos vivendo um momento de grande expectativa pelo Genfest e a meditação de Chiara nos ajudará a sermos fiéis ao momento presente, sabendo que
seremos todos atores, protagonistas deste evento
extraordinário. Assim, lembraremos de viver com vocês
cada aspecto da nossa vida gen, para chegarmos juntos
ao Genfest com toda energia e alegria.
Olá a todos!
Obrigado pelas orações e pela unidade!
Contamos para vocês o que está acontecendo
aqui com este terremoto que não quer terminar,
mas estamos confiantes no amor de Deus que
está por trás de cada coisa!
Em Parma nos encontramos com os Gen e os
Jovens por um Mundo Unido para entender
como poderíamos ajudar as cidades atingidas.
Alguns já foram e outros ainda irão ajudar a separar tudo o que chega de gêneros alimentícios
e outras coisas para as pessoas desalojadas;
enquanto outro grupo, formado por focolarinos,
gen e amigos que querem ajudar, irá aos acampamentos para dar uma mão! Entre outras coisas um grupinho de gen foi também à Ligúria,
nas cidades onde estivemos para ajudar nas
enchentes, porque também ali estão precisando de ajuda!
Por enquanto é tudo, manteremos vocês informados.
Toda unidade para a preparação do Genfest!
Os e as gen da região da Emília Romana
Até breve. Let’s bridge!!!
Os nossos contatos: [email protected]
e para as fotos [email protected]
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Sportmeet:
Quando o jogo se
torna um ideal
12
Sportmeet:
perguntemos a:
14
Eu sou de Deus
4
COM CHIARA
Genfest:
O Triunfo do Amor
Caríssimos atores do Genfest,
Está chegando a hora!
Coragem! Não é um momento de vocês, não pode ser:
estariam enganando todos aqueles jovens.
Deve ser o momento de Deus como eu já disse antes.
E então, o que fazer?
Tenham Jesus no meio durante todas as quatro horas,
sem ceder jamais.
O desanimar de um, pode ser a causa de uma graça a menos
para uma ou mais pessoas que nos escutam.
Com o céu azul Nossa Senhora sorri e envolve os seus
filhos da 2ª geração.
Portanto não tenham medo! Quando Ele está presente o
demônio foge e o amor triunfa.
E o Genfest será o triunfo do Amor!
Estou com vocês espiritualmente. E vocês não imaginam
o quanto eu rezo.
Amanhã espero estar com vocês fisicamente.
Avante ao ataque: 20.000 jovens = 20.000 conversões e
novas conversões.
(ou assim, ou nada!)
Rocca di Papa, 1° de março de 1975.
Em GEN, abril 1975 p. 3
5
6
ESPECÍFICO GEN
Objetivos 2012
Uma experiência de
unidade gen a 360°
«… se viverem a vida gen vocês
estarão construindo o Genfest»
(Emmaus, cfr. box em GEN 5-6,
p 11). Dedicamos estas duas páginas ao objetivo unidade gen
(procurar os objetivos 2012 em
GEN 1-2, p. 2-3), apresentando
a experiência que Benedetta, da
região de Roma, colocou em comum conosco:
«Uma vez feita a experiência de
viver com Jesus em meio, você
não pode mais viver sem Ele. Assim é para mim. Foi tão forte este
ano, que agora, quando não existe, é como se me faltasse o ar nos
pulmões.
É estranho dizer isso quando na
sua cidade não existem os gen...
mas o amor aguça a criatividade. Fiquei responsável pelas gen
que moram em lugares diferentes
na minha cidade e cada vez que
devemos nos encontrar fazemos
um grande esforço: cada uma
deve conseguir encontrar uma
tarde livre; depois escolhemos um
lugar intermediário que seja melhor para todas e nos encontramos. Eu passo com o carro para
buscar quem não consegue pegar
A direita:
Benedetta;
ao lado no
alto: as gen
da região
de Abruzzo
e Molise.
o transporte coletivo e, muitas vezes, passamos mais tempo nos
locomovendo do que propriamente no encontro. Mas o importante
é estar ali, mesmo que seja somente para um passeio juntas; o
importante é olhar uma para a outra e dizer: «Conte comigo, estou
pronta a dar a vida por você!».
A experiência de unidade vivida
quotidianamente com a unidade
dos brancos da sub-região foi e
continua sendo fundamental para
mim. Torpedos, toques no celular,
telefonemas, um café ou um jantar
no focolare, um feriado juntas ...
são todos momentos que encontramos para manter sempre viva
e acesa a chama de Jesus entre
nós, para que seja somente Ele a
viver, a falar, a escolher e escutar.
Coloco tudo em unidade.
Às vezes acontece de telefonar
somente por alguns segundos
para dizer: «Reza comigo por
esta realidade», ou então, «Queimo isto com Jesus no meio entre
nós», e ainda, «...Vou optar por
isso, vou fazer esta determinada
coisa... O que você acha?”. Todas
as vezes é como recolocar o foco
no que realmente conta, em nos-
so Ideal, que redescubro sempre
mais maravilhoso: o ut omnes
verdadeiro e autêntico.
Cada uma de nós leva esta
«carga», na unidade gen e
na cidade onde vive e trabalha
como gen a 360 graus; as gen
de cada unidade são as gen de
todas e nós podemos ser mães
umas das outras. Esta «abertura» refletiu-se também em um
relacionamento muito especial
com os gen e isso possibilitou o
nascimento de inúmeras iniciativas com os Jovens por um Mundo Unido, que dão vida nova às
cidades e novo impulso à identidade própria dos gen e das gen:
amar. Aquele amor que você não
pode guardar só para si, mas que
chega até os confins da terra!
Num dos últimos dias da faculdade, por exemplo, eu devia apresentar um artigo científico diante
dos meus colegas e da professora sobre a desumanização.
Decidi tornar a apresentação
interessante montando um vídeo
e inserindo no final o spot dos Jovens por um Mundo Unido. Queria apresentar o outro «lado da
medalha»: a nossa humanidade,
Aconselho vocês se encontrarem todas as vezes que for possível: contar as próprias experiências e estar sempre dispostas
a morrer uma pela outra, de modo a construir focolares temporários, estações de Deus. Então façam assim, porque deste
modo vocês mantêm sempre vivo o Ideal e são totalitárias.
Chiara al Congresso gen, 19.1.88. GEN 6-7, ‘88.
7
em contraposição à desumanização. Foi um super sucesso!!
No mês passado eu senti que
Deus «me pedia» para viver uma
experiência incomum: candidatar-me como vereadora da
minha cidade. Sou uma pessoa
muito reservada, gosto de certa
rotina de vida, mas justamente por
esta forte experiência de Jesus
em meio, principalmente depois
do Congresso da Grande Região
da Itália, senti que tinha chegado
o momento de me lançar. Tendo
a oportunidade de conhecer muitas pessoas, juntamente com as
mais variadas situações da minha
cidade, experimentava sempre
mais o vazio de Deus na política,
o grito de Jesus Abandonado forte
e claro: mesmo se eu tinha oportunidade de dar a minha opinião,
venciam sempre os interesses
dos mais fortes e menos honestos, como uma forma de manifestar o próprio poder e não como
um serviço. Não obstante todas
as ocupações que não me davam
tréguas, a unidade foi a âncora
de salvação para não afundar no
vazio; em primeiro lugar estava a
vontade de Deus para mim, que
algumas vezes significou deixar
tudo para me encontrar com as
gen. Não faltaram as oportunidades para colocar em comum
o que eu estava vivendo com todos os gen e as gen da Grande
Região da Itália, que estiveram
sempre ao meu lado com um
entusiasmo incomparável e aos
quais digo um grande OBRIGADA!
A experiência mais forte eu
vivi antes do segundo turno. O
candidato a prefeito a quem eu
apoiava me chamou e perguntou
se eu queria ir com ele gravar
um programa de televisão junto
com os secretários de todos os
partidos que o apoiavam... Mesmo se eu não era secretária de
nenhum partido, ele gostaria que
eu aceitasse o convite; disse-me
ainda que estariam presentes representantes da oposição. Para
fazer um ato de amor a Jesus
nele eu aceitei. Enquanto estava indo, escrevi uma mensagem
para as gen para pedir o Espírito
Santo. Chegando lá, o clima era
«gelado»... Durante o programa
Art. 56:
Os gen firmam entre si um pacto de
unidade, prontos a dar a vida uns pelos
outros, para ter sempre Jesus em meio
e serem iluminados e guiados por Ele.
Regulamento gen 2, art. 56.
os candidatos dirigiam aos seus
respectivos opositores perguntas
cheias de agressividade. Chega
a minha vez. Olho nos olhos da
candidata da oposição e penso:
é Jesus... e repito dentro de mim:
«Olá Jesus!». Começo a fazer
uma pergunta de modo pacato,
pronunciando bem as palavras,
olhando-a nos olhos sem colocála em dificuldade. Ela me olha e
ao vivo me diz: «Obrigada Benedetta por aquilo que você
está dizendo! Você é jovem e
transmite muita positividade!».
Quando terminou o programa, ela
me abraçou na frente de todos.
Agora sinto que a minha unidade
gen se alarga sempre mais e, em
vista do Genfest, superou também
os confins da Itália. Todos os dias,
depois de receber Jesus Eucaristia, renovo o Pacto com todos:
próximos e distantes, com quem
consigo encontrar e com quem
já não vejo há tanto tempo. Sinto muito forte que somos sempre
«um» naquele sim a Deus, no momento presente».
Benedita Ferrone(Itália)
e redação
Art. 57:
(...) Comunicam as próprias experiências para o encorajamento recíproco, para que a vida quotidiana
seja uma contínua verificação e testemunho da própria escolha de Deus.
Regulamento gen 2, art. 57.
8
MUNDO GEN
De olho no Centro
IDEIA! No número passado entrevistamos os gen de Florença, Nova Iorque, Budapeste, Trento e Rio,
para ver como estão se preparando para o Genfest! Agora voamos para Grottaferrata entre os gen dos
Centros Gen. São 18: uma verdadeira task force proveniente de 9 Países. Deixaram tudo (família, estudo,
oportunidades de trabalho...) pelo Movimento Gen. Para saber como acontecem os trabalhos no Centro,
perguntamos a alguns deles: no que consiste o seu trabalho para o Genfest? E qual é a experiência
que você está fazendo? Além disso, com as fotos, mostramos alguns flashes de como eles também estão
trabalhando para pagar as próprias passagens para Budapeste.
MACARENA: O meu trabalho para o Genfest é um trabalho de equipe:
trabalho com a Comissão Anil. A nossa função é ter um olhar global sobre todos os conteúdos do Genfest, por isso trabalhamos, por exemplo, na
programação minuto por minuto, no Concerto Mundial e no United World
Project.
Para mim este trabalho é, acima de tudo, a concretização do mundo unido.
Acredito que não foi por acaso que Deus pensou que eu estivesse aqui
neste ano tão particular no qual aprofundamos a vida da Palavra. No último
dia do mês de maio me propus a viver durante todo o dia a Palavra de vida.
Durante o nosso encontro de trabalho eu lancei esta proposta a todos e assim fizemos: lançamos todas as nossas ideias, pensamentos, contribuições
e as «queimamos» no fogo de Jesus no meio, com a certeza que o trabalho
era fruto da palavra vivida.
NATALIA: Faço parte do Comitê Central do Genfest junto com outros gen.
Para mim este trabalho significa procurar fazer toda a minha parte para
escutar profundamente cada um e doar tudo, todas as minhas ideias e os
meus pensamentos, para que tudo o que nasce não seja o que eu quero
ou o que o outro quer, mas seja o próprio Jesus a trabalhar em todos os
detalhes do Genfest.
LUCA: Trabalho na Comissão Azul do Genfest. Depois de procurar pessoas
que pudessem realizar com competência o que nós jovens queríamos ver
em Budapeste, nasceram grupos de diferentes competências para idealizar
o palco, para a preparação cenográfica do Ginásio, para criar a camiseta
oficial do Genfest... Ajudamos a concretizar e organizar o trabalho incansável de muitos de nós aqui no Centro Gen e no mundo inteiro. É uma grande
responsabilidade, tendo em vista a montanha de propostas que chegam de
todos!!!
Pensar de um modo «universal» é realmente um empreendimento heroico. Saber perdoar-se quando é necessário e conseguir manter a agulha
da nossa bússola mirando sempre para o Alto é algo extraordinário; mas
principalmente poder experimentar a unidade e o amor a Jesus Abandonado (o nosso compromisso) no dia a dia, dispostos a fazer muito e, ao
mesmo tempo, a perder tudo, «tomar a Sua cruz» e continuar a segui-lo; e,
principalmente, fazer este caminho sempre juntos é uma verdadeira obra
de santidade coletiva! Estamos para vivenciar algo irrepetível, que deixará
mais uma vez «novos sinais».
9
MARU: A minha contribuição para o Genfest é no Violeta. Estudei publicidade
e um pouco de desenho gráfico e aqui tenho a oportunidade de ajudar com
o que sei para o www.genfest.org e para as redes sociais: seja inserindo as
news e o material organizativo, seja toda a gráfica das redes sociais.
Para mim este trabalho é muito importante: descobri que não só o mundo
unido será possível em Budapeste, mas que já começa a ser sentido e vivido
com a equipe de trabalho durante a preparação. Somos provenientes de diferentes partes do mundo e trabalhar juntos é uma oportunidade maravilhosa
para vivermos juntos a Palavra, fazendo o possível através da comunicação:
a unidade.
MARCO (GENS): Trabalho no Amarelo. Trabalhamos para fornecer às e os
gen do mundo inteiro o suporte para poder rezar e preparar-se espiritualmente
para chegar bem firmes ao Genfest. Temos no coração a Missa de domingo, 2
de setembro, nos seus vários aspectos, os ritos das diversas Igrejas cristãs e
um encontro para os que pertencem às diferentes religiões.
Encontrei-me a trabalhar pelo Genfest depois de ter decidido oferecer «um
ano por Jesus» no Centro gens onde, com sacerdotes e seminaristas, sem
diferenças, no empenhamos na vida da Palavra. Nestes meses eu tive que
concluir os estudos de filosofia e assim me exercitei em escutar aquela «Voz»,
deixando de lado o estudo no tempo oportuno para poder trabalhar pelo Genfest, experimentando que não é somente um empenho pessoal, mas é algo
compartilhado com os outros do Centro e com os gens do mundo inteiro.
ELIS: Trabalho na preparação da Escola pós Genfest para as gen e gen em
formação dos Continentes (menos Europa) que virão para Roma depois desta
festa mundial! Trabalho junto com outras 6 gen: é uma bela experiência de
amor recíproco, concreta e de construção real de Jesus no meio, que me deu
a possibilidade de doar tudo de mim – mesmo se os meus talentos são pequenos – por Deus, por Chiara e também para construir o mundo unido.
ARK: Trabalho na programação do Genfest (comissão Anil). Pra mim isto significa sair de mim mesmo para poder dar a minha vida por este trabalho. Sou
enfermeiro, não tenho experiência de um profissional que organiza grandes
eventos, mas tenho a experiência de formação e de unidade que posso transmitir no meu trabalho para o Genfest. Assim, viver a Palavra no trabalho me
ajuda muito a ver cada momento (seja positivo ou negativo) como uma oportunidade para amar e construir a unidade com quem devo trabalhar.
MARINA: Como estudei economia, vimos que eu podia ajudar no aspecto do
Vermelho do Genfest. Ajudo no controle de tudo que recebemos de todas as
partes do mundo. Um trabalho lindo, mas muito intenso, porque deve ser feito
com extrema atenção e também porque, como todos sabemos, não temos
ainda todo o dinheiro necessário; de modo que dentro de mim há sempre esta
preocupação. A experiência que procuro fazer é lembrar-me de viver a Palavra de Vida do Vermelho: «Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça
e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo» (Mt 6,33). Assim, mesmo
se falta o dinheiro, procuro amar em cada momento e sinto a segurança que
Deus nos mandará todo o necessário; mas que, ao mesmo tempo, Ele conta
com todo o meu amor e a minha doação em viver buscando o Seu Reino.
IRENE LOMBARDO
10 INUNDAÇÕES
Sportmeet:
quando
se torna
Ideal...
Em pleno verão de
grandes eventos
esportivos (Torneio
Europeu de Futebol e
as Olimpíadas às portas)
e tendo como pano
de fundo: escândalos,
mortes suspeitas, o império
do espetáculo televisivo;
qual é o destino do esporte?
É o momento de dar
a nossa opinião!
Giovanni Morasso
Stefano Crepaz, treinador de futebol
11
Giovanni, gen de Sena, em 2002 escreveu a Chiara: «Quando eu era criança eu
gostava de um famoso desenho animado
“Holly e Bengi”: além da habilidade dos
personagens em jogar futebol, tocava-me
o espírito positivo com o qual o esporte era
vivido. Eu estava certo que o encontraria
jogando futebol, mas logo me dei conta
que a realidade era muito diferente (...).
Ao meu redor via jovens impulsionados
somente pela vontade de vencer e brigas
contínuas entre os colegas». Giovanni não
se abateu e se distinguiu sempre pelo espírito esportivo chegando até mesmo aos
jornais. Entretanto, depois de alguns anos
(mesmo tendo chegado – com apenas 17
anos – a jogar num time muito importante), entendeu que o esporte do «vencer
a todo custo» não era para ele. Deixou a
sua equipe e fundou outra junto com seus
amigos e com o seu irmão, que também
é um gen. «À medida que o tempo passa
vejo que a equipe entendeu o espírito que
nos liga, e reage em conformidade com
este espírito: não existem mais blasfêmias,
palavrões, insultos... conseguimos ser corretos no campo» No final: «Conseguimos
também ótimos resultados. Depois de
muitos anos finalmente consegui realizar o
sonho que trazia dentro de mim desde a
infância e que já considerava impossível».
Poucos meses depois, impressionada com
esta experiência e iluminada sobre quanto
o esporte é capaz de criar relacionamentos
e de veicular uma mensagem de unidade,
Chiara Lubich lança Sportmeet, a inundação do Ideal no mundo do esporte. A recuperação da dimensão lúdica do esporte no
lugar da cultura da vitória; a regra de ouro
expressa em um dado, através dos conteúdos esportivos; a criação de uma rede com
os vários setores que trabalham na difusão
de um esporte ‘positivo’ e – no verdadeiro sentido da palavra – a fraternidade
em movimento com e através deste; são
alguns dos objetivos de Sportmeet. «O
esporte é uma grande oportunidade, uma
janela aberta a mil encontros». «O ‘algo a
mais’ a ser focalizado é fazer com que se
trate de um encontro, não entre corpos,
mas entre pessoas». É o que evidenciam
os membros de Sportmeet, que dirigindose a nós acrescentam: «Muitas vezes os
gen nos veem como um ‘patrocinador’ para
as suas atividades; entretanto, trata-se de
uma revolução cultural que, muito além da
promoção do fair play, foi vista por Chiara
expressa em um dos aspectos, o verde. Se
o considerarmos assim, e o assumirmos,
o esporte faz parte da vida Ideal de cada
um de nós!». Até mesmo uma tese ou uma
profissão, podem dar uma contribuição importante para difundir esta cultura. Esta é
a experiência que Stefano, gen da região
dos Castelos Romanos e treinador de futebol está fazendo: «O meu primeiro objetivo
é sempre o de criar e “defender” o clima
positivo e de ajuda recíproca no time,
não somente para alcançar resultados
comuns, mas para o próprio crescimento
dos adolescentes! Muitos são os obstáculos culturais e sociais, mas até hoje, o
trabalho positivo cotidiano sempre superou
tudo...». Nas páginas seguintes propomos
um aprofundamento sobre como nós gen
podemos também dar a nossa contribuição
ao atual mundo do esporte e lembramos o
site www.sportmeet.org que justamente
nestes meses foi renovado e agora espera
ser enriquecido pelas nossas experiências
e contribuições!
TOMASO COMAZZI
12 Perguntemos a...
Givanni Bettini, ciclista
Sportmeet/2
Por ocasião do encontro dos responsáveis do 5° diálogo conhecemos e entrevistamos
PAOLO CIPOLLI, presidente da inundação Sportmeet, e GIOVANNI BETTINI, gen di Pádua
(Região deTrento) que está trabalhando muito por esta realidade. Com eles, nasceu um
diálogo que lhes apresentamos agora.
O que é hoje Sportmeet e para PAOLO: Não basta chegar priquem é dirigido?
meiro em uma disciplina: pois o
confronto com a derrota pode ser
GIOVANNI: É uma rede mundial muito duro; além do mais o indiviaberta aos mais diversos campos dualismo nos faz correr o risco de
(atletas, dirigentes, etc) cujo obje- perder os relacionamentos humativo é criar uma cultura do esporte nos, que são parte integrante do
voltada para o relacionamento.
esporte. Se ao contrário damos a
palavra aos valores que contam
PAOLO: Através desta dinâmica no esporte, além de colocarmos
são potencialmante criados mo- em evidência gestos positivos,
delos de cidadania, são introduzi- mas principalmente contribuimos
dos estilos de vida saudáveis, não para que quem os vive não fique
somente em nível motor.
nunca isolado.
Jogar e praticar esporte são uma
ajuda concreta para o desenvolvi- GIOVANNI: Neste aspecto, Sportmento da pessoa, qualquer que meet pode ser o alto-falante para
seja a sua condição social.
um esporte positivo, inclusive profissional, que trabalha cotidianaPara vocês quem é o modelo mente por valores éticos. Esta é a
vencedor?
vitória verdadeira.
É possível ser Palavra viva no
mundo do esporte?
PAOLO: Chiara nos indicou o caminho a seguir. Ela também jogava e seguia o esporte com muito
interesse. Através dos seus conselhos hoje podemos dizer que a
atividade esportiva, se vivida com
e por Deus, tem a mesma relevância que outros afazeres cotidianos
como o estudo, o trabalho e a oração.
GIOVANNI: tenho certeza que
sim. Olhem o exemplo da Bíblia,
onde muitas vezes encontram-se
paralelismos entre o esporte e a
vida: estes mostram que podemos
e devemos sempre tender a algo
grande, e que é necessário, antes de tudo, a confiança em nós
13
«Vocês não sabem que no
estádio todos os atletas correm, mas só um ganha o prêmio? Portanto, corram, para
conseguir o pêmio. Os atletas se abstêm de tudo; eles,
para ganhar uma coroa perecível; e nós, para ganharmos
uma coroa imperecível».
(I carta de São paulo ao Corítios, 9, 2425)
mesmos para poder alcançar os
nossos objetivos!
Entre os Gen e Jovens por um
Mundo Unido não faltam iniciativas que evidenciam o valor do esporte em viver com atos concretos
o Ut omnes.
Entre as estas queremos aprofundar uma, VOLLEY DAY, que há 10
anos acontece na Suíça. Entramos
em contato com GABRIELE, que há
muito tempo segue a preparação
desta atividade.
Você pode nos falar sobre o torneio que vocês realizam?
O Volley Day nasceu em 2001
para possibilitar a um número
maior de pessoas de diferentes
ambientes e diversos níveis de
preparação atlética, a ocasião de
encontrarem-se, compartilharem
uma experiência esportiva, criar
relacionamentos e contribuir para
projetos de educação e ajuda
econômica para crianças e adolescentes de países em via de desenvolvimento. É um evento que
envolve diferentes gerações da
nossa região.
Como se estrutura?
Cada time procura um patrocinador, que trabalha para contribuir economicamente segundo a
pontuação do time. Parte-se de
um único bloco para depois criar
duas categorias determinadas pelos pontos obtidos; este ano tinha
um grupo a mais de adolescentes
com menos de 17 anos. No final,
além de premiar os vencedores do
torneio, é dada uma taça para o
time que totalizou o maior número
de pontos (cujo patrocinador contribuiu mais).
Quais são os princípios do Volley Day?
Desde os primeiros anos do torneio introduziu-se o dado de
Sportmeet: era lançado no início
do dia e nos empenhávamos em
viver a frase que saísse. Recentemente esta prática não se repetiu
mais, mas permaneceu o sentido
profundo; isso é demonstrado não
somente no comportamento entre
os jogadores. Vai-se além do resultado: assim como se aprende
a vencer, aprende-se também a
perder e a respeitar o adversário
como um companheiro de time.
Como vocês explicam o sucesso desta atividade?
É um modelo que atrai: cada edição
teve a participação de pelo menos
100 jovens (este ano eram mais
de 170) de Zurique, Berna e outras regiões da Suíça. Para alguns
deles é um encontro imperdível!
Muitos apreciam a organização e
nos dizem: «A atmosfera é bela»,
ou «Eis o que significa ir além do
esporte!». Graças aos conselhos
deles conseguimos também melhorar: oferecem-nos pontualmente indicações sobre a escolha de
quais projetos devemos financiar
ou sobre a preparação técnica...
uma belíssima oportunidade para
crescermos juntos!
LUCA CARLETTI
De cima para baixo: Paolo em uma
maratona em Florença; dado do
Sports 4 Peace; Volley Day na Suíça.
14 Mariápolis Celeste
Eu sou de Deus
O LUMINOSO
CAMINHO DE
ALFREDO
Alfredo nasceu no dia 24 de julho de 1989. Quando tinha 11 anos, através da sua
avó, conheceu o Movimento dos Focolares. Alfredo aderiu a esta espiritualidade
como gen 3.
Participou do nascimento da Banda gen 3, na qual tocava guitarra. Ali ele encontrou
a «possibilidade de dar Deus às pessoas e de melhorar a cada dia», como escreveu. Nesta banda iniciou um relacionamento profundo com outros adolescentes
que depois perdurou para sempre. Era um adolescente tímido, tranquilo e simples.
O seu modo de ser mariano, discreto, mas imediato e concreto no amor, marcou a
todos que o conheceram.
Cresceu como um jovem normal, com as dificuldades e as alegrias típicas da idade. Mas viveu tudo intensamente, procurando permanecer sempre unido a Deus e
fazendo a Sua Vontade.
A sua sede de infinito o levou a querer mais. Por isso, em 2008, decidiu fazer uma
experiência que revolucionou a sua vida. Foi morar na Mariápolis Lia, na Argentina,
para aprofundar o carisma da unidade. Como ali existe uma única lei - a lei do Amor
- fez muitas descobertas: adquiriu forças no amor ao próximo, alargou ainda mais o
seu coração, experimentando profundamente o Amor de Deus e a Unidade.
Foi um ano especial no qual Alfredo construiu grandes amizades e consolidou-se no
seu coração a escolha de Deus.
Em uma carta para um gen que estava deixando a Mariápolis permanente, Alfredo
escreveu: «sabemos que Deus preparou tudo para cada um, e se agora pede
para você voltar para sua casa, é porque já está lhe preparando para levar ao
mundo tudo o que você aprendeu aqui» (13/02/09).
Em outra carta diz que aprendeu «como ser um gen pronto a tudo o que Deus
pede», e fala de unidade e de «prontidão em dar a vida». Esta era a sua medida
no relacionamento com o outro – pronto a dar a vida – nas atividades com os outros
jovens, nos relacionamentos, na família, na faculdade (estudava agronomia). Hoje
vemos que Deus o preparava espiritualmente para o último período da sua vida; um
período que enfrentou com serenidade e alegria, mesmo na dor.
Foi tudo muito inesperado. Alfredo adoeceu e foi para o hospital, onde os médicos
diagnosticaram uma pulmonite. O seu quadro de saúde tornou-se muito complicado
e depois de diversos exames, chegou a notícia para todos: Alfredo tem um linfoma,
um câncer que prejudica gravemente as defesas imunológicas.
Depois deste diagnóstico, para confortar a sua namorada, que também é uma gen,
Alfredo sugere abrirem juntos o Evangelho para entender o que Deus queria di-
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zer para eles. E abre-se num trecho de Lucas: «E eu lhes declaro: assim,
haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que
por noventa e nove justos que não precisam de conversão» (Lc 15,7). E
juntos, com Jesus no meio, entendem que esta doença serviria para a conversão de muitas pessoas. «Mas a primeira conversão é a minha, a nossa»,
diz Alfredo.
Alfredo, de fato, mantém o sorriso e continua a amar todos que entram em
contato com ele. Seguro que Deus o ama imensamente, entende que esta
doença tem um grande objetivo e procura, desde o primeiro momento, encorajar e consolar a sua família e seus amigos.
Improvisamente inicia a quimioterapia, que o debilita fisicamente e lhe causa
muitas dores e sofrimentos. Mesmo assim Alfredo sorri; não se lamenta de
nada e continua a animar todos os que estão ao seu redor. Cada dia a sua
situação se agrava ainda mais, mas – conta uma enfermeira – Alfredo lhe diz
sorrindo: «hoje melhorei 10%» e no dia seguinte: «Hoje melhorei 20%»; e
no dia da sua partida, já muito grave: «Estou melhor 30%, logo vou para
casa», sempre encorajando a todos.
Com o físico debilitado pela quimioterapia e com as defesas imunológicas
comprometidas pela doença, Alfredo adquire uma infecção que progride de
maneira agressiva até levá-lo a morte.
Da sua internação até a sua partida para o Céu passaram-se 38 dias. Muito
rápido para que todos nós pudéssemos entender o que estava acontecendo.
Durante este tempo, desde o início, formou-se uma rede de oração e solidariedade ao redor de Alfredo. Jovens de várias cidades e também de outros
países uniram-se para rezar por ele.
Juntos rezaram o terço via Skype, fizeram doações de sangue, ofereceram
atos quotidianos de conversão e amor, muitos rasparam a cabeça em solidariedade ao amigo que tinha perdido os cabelos por causa da quimioterapia.
Chegaram do mundo inteiro manifestações de afeto.
Ele mesmo dizia: «Durante todo este tempo que estive aqui no hospital a
coisa mais bela foi sentir a unidade de todos e as orações... estou muito
contente por isto e tenho certeza que o que estou vivendo é por algo
muito maior».
O seu funeral foi um momento de Paraíso. Profundo e indescritível. Vários
jovens viajaram centenas de quilômetros para estar presentes, agradecer pela
vida do amigo e consolar a família que sofria. Os familiares ficaram impressionados, dizem que são plenos de gratidão para com estes jovens, por terem
preparado para Alfredo um funeral digno de como ele tinha vivido. Os seus
amigos passaram toda a noite cantando e rezando ao lado do corpo de Alfredo, sem deixá-lo sozinho nem mesmo por um minuto.
O seu perfil no social network tem centenas de mensagens que nos mostram
como foi um jovem autêntico, radical no amor a Deus e ao próximo, exemplo
para muitos: deixou um rastro de luz.
Ao lado: foto de Alfredo; com o seu
time de futebol; na Mariápolis Lia.
Nesta página, de cima para baixo:
Alfredo no hospital; mensagens
de encorajamento da parte dos
gen, de Emmaus e de Giancarlo;
gen da região rasparam a cabeça
em sinal de solidariedade a Alfredo que provavelmente perderia o
cabelo devido a quimioterapia.
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