EM JESUS, DEUS VEM AO NOSSO ENCONTRO 19º Domingo do Tempo Comum – A 7 de agosto de 2011 I Rs 19,9-13; Sl 84; Rm 9,1-5; Mt 14,22-33 O encontro com Deus não acontece na violência de ventos ou no furor de tempestades ameaçadoras. Deus está presente na carícia de uma brisa e na mão estendida de Jesus Cristo para nos salvar de todos os afundamentos existenciais. Como no início de junho, voltamos a refletir o encontro com Deus em Jesus Cristo. Deus tem um modo especial de encontrar-se conosco e somos convidados a aprender o modo como Deus promove seus encontros. É preciso compreender que raramente Deus promove uma relação violenta com quem ama porque respeita a liberdade e o caminho natural da vida humana. É importante, igualmente, compreender que a fé em Deus não se decide com prodígios e milagres, mas na capacidade de reconhecer a presença discreta de Deus na vida pessoal. A lamentação de Paulo, de seu povo não ser capaz de fazer essa experiência de Deus em Jesus Cristo, vale também para nós. Elias ficou com medo da violência de Jesabel, ameaçando-o de morte. Não encontrando proteção divina, decepcionado, foi refugiar-se na montanha em busca da segurança e desejando a morte. Na montanha, Elias passa pela experiência mística de quem “Deus não é”: não é vento impetuoso, não é ciclone que faz tremer a natureza e nem é a destruição provocada pelo fogo. Ao contrário disso, Deus vem ao encontro na brisa acariciadora e silenciosa. Para o encontro acontecer, Elias precisou sair da gruta, ouvir e sentir o silêncio divino. Deus é silenciosamente quieto e nos encontra no mistério da debilidade através da Palavra silenciosa; é no silêncio que nos encontramos com Deus, é no espaço do silêncio que Deus fala de paz e nos coloca no conforto seguro da paz interior. É preciso reconhecer que não é fácil acreditar num Deus débil, que se manifesta na derrota da Cruz. Este é o motivo da lamentação de Paulo, constatando a impossibilidade dos judeus não compreenderem os caminhos que favorecem o encontro com Deus em Jesus Cristo. Paulo depara-se com a incapacidade de reconhecer Deus na fragilidade de Jesus. É quase eco da experiência do encontro de Pedro com sobre as águas: a fraqueza na fé provoca a dúvida, e a dúvida provoca o afundamento da vida. Mas, como podemos, gente de pouca fé, encontrar Deus em nossas vidas? A volta dos discípulos, numa barca em meio ao mar agitado, simboliza o caminho da fé e a necessidade de ir em busca de uma fé madura. Para isso, os discípulos de Jesus precisam enfrentar as tormentas do mundo, remando contra correntes (filosofias, ideologias, modas...) da sociedade. A força da fé não está no remo dos discípulos, tentando superar o vento que sopra contrário, mas na Palavra de Cristo que, ainda hoje, repete o mesmo convite que fez a Pedro: “vem”, caminhe sobre todas essas águas que ameaçam te afundar. É a Palavra de Cristo que fez Pedro caminhar sobre as águas; Palavra poderosa, capaz de enfrentar todo tipo de tempestade. Deus não é um fantasma que assusta, mas é presença que acalma. Quem sem encontra com Deus deixa a desconfiança da noite, a insegurança do medo — que promove fantasmas — e assume a garantia de poder enfrentar tudo, até mesmo as águas das tempestades mais agressivas, sem afundar, porque a mão de Deus, Jesus, sempre está estendida para vir ao nosso encontro. Homilia Pe. João Luiz ( ARQUIVO: LUIZ ANTONIO PETROCINO – M.E.C.E. MISSA 08:30h )