HISTÓRIA – Professor Diogenes Modelo UERJ – Questões inéditas Tema: Estado e economia no Brasil república: modelos, fenômenos e representações Questão 01 Política emissionista na República da Espada Ciclo de superprodução do café na República do “café com leite” Compare as charges acima. A alternativa que indica de forma correta a representação políticoideológica de uma das charges no contexto do golpe republicano é: A) O emissionismo florianista fazia parte da visão liberal republicana. B) A valorização artificial do café era um mecanismo ideológico jacobinista. C) O Positivismo alavancou a política inflacionária do Exército durante a república da espada. D) A valorização do café decorreu dos investimentos internos, privados e públicos, decorrentes da política emissionista populista. Questão 02 “... é, então, um sistema político nacional, baseado em barganhas entre o governo e os coronéis. O governo estadual garante, para baixo, o poder do coronel sobre seus dependentes e seus rivais, sobretudo cedendo-lhe o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de votos...” Vitor Nunes Leal “Este talvez seja o conceito que mais se aproxime do de caciquismo na literatura hispano-americana. Refere-se à existência local de estruturas oligárquicas e personalizadas de poder. O mandão, o potentado, o chefe, ou mesmo o coronel como indivíduo, é aquele que, em função do controle de algum recurso estratégico, em geral a posse da terra, exerce sobre a população um domínio pessoal e arbitrário que a impede de ter livre acesso ao mercado e à sociedade política. O mandonismo não é um sistema, é uma característica da política tradicional. (José Murilo de Carvalho, comentando o conceito de Vitor Nunes Leal) Os textos apresentados referem-se a fenômenos políticos expressivos durante a república velha. A associação entre tais fenômenos e os textos, respectivamente, está representada: A) A influência social decorrente do conjunto de benefícios estendidos a população das áreas rurais e a subseqüente dependência da mesma – Clientelismo – Texto I. B) A influência regional do poder em virtude de uma combinação de fatores políticos, econômicos, sociais e culturais – Mandonismo local – Texto II. C) Na relação de aproximação entre a esfera federal de poder e os poderes estabelecidos nas regiões da federação – Coronelismo – Texto II D) A força da estrutura fundiária no controle do comportamento coletivo local – Clientelismo – Texto I Questão 03 Índices da exportação de café e gêneros do Rio de Janeiro na República Velha Base: 1903= 100 (Em toneladas) Produto Café Açucar Arroz Feijão Farinha Carnes Batata Milho Hortifruti Gado 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 100 74,1 73,1 86,3 92,4 73,5 76 60,7 52,9 66,4 61,8 60,9 100 166,6 265,6 232,8 156,9 255,4 335,4 345,3 303,9 282,1 363,6 512,2 100 1498,3 1923,3 2624,9 3978,1 4937,3 7985 5046,4 5040,3 8308,2 3067,2 1460,5 100 333,7 299,6 141,3 241,4 465,1 470,5 528,9 587,4 222,7 199,9 230 100 1216,2 429,2 316,2 98,8 175,3 179 348,9 254,4 133,3 195 125,6 100 267,2 449,8 430,3 423,3 448,5 394,3 593,7 762 605,6 522,6 414,5 100 198 219,2 116,8 167,9 137,2 267 442,8 1004,6 568,8 765,4 592,3 100 499,9 398,2 1230,4 1943,9 2499,5 2283,3 2613,3 3087 2790,3 2865,6 2389 100 140,3 171,2 332,1 390,6 406,1 532,7 536 701,7 802 1005 942,9 100 1270,7 1319,1 1020,3 605,8 955,6 1212 1323,3 1493 1556 -------- 904,7 Fonte: AALERJ (1900-14) e MPERJ (1896-1914) “Levantados os fundos para empresa, já durante o segundo semestre de 1906, o governo de São Paulo, ainda sozinho, através da firma contratante THEODOR WILE & Cia, deu inicio as compras no mercado, ao preço estipulado de 7$000 por arroba, dos café superiores, basicamente do tipo 7.” Sônia Regina Mendonça “A limitação das compras ao mercado de santos gerava, já bem cedo, uma dissidência entre os próprios estados convencionalistas, uma vez que não tinham seus cafés – em sua maioria inferiores ao tipo 7 – adquiridos” Sônia Regina Mendonça Na concepção de Karl Marx de dialética, a luta de classes não se estabelece apenas entre Capital x Trabalho, mas sim e até sobretudo, entre Capital x Capital; Gramsci afirmava que para cada Hegemonia no interior do Estado, sobressalata uma Contra-Hegemonia, fração da classe dominante . Avaliando o gráfico, os textos e esses conceitos e atentando que as oligarquias paulistas tinham o controle do Convênio de Taubaté (1906) e as oligarquias fluminenses da Sociedade Nacional de Agricultura, reconhecemos que no Estado oligárquico: A) Não existia Contra-Hegemonia ao monopólio paulista na valorização do café (1906), nem na ocupação do Estado oligárquico. B) Foi construído sobre acordos sólidos, que inviabilizaram essa dialética entre capital x capital nas atribuições da hegemonia. C) Foi marcado pela incapacidade das oligarquias paulistas de estabelecerem sua hegemonia na prática econômica. D) Não podemos reconhecer só a hegemonia paulista, mas a força das oligarquias fluminenses, com investimentos na diversificação agrícola e sua participação na burocracia estatal. Questão 04 A tabela anterior, referente a diversificação agrária na república velha, permite inferir que: A) O Convênio de Taubaté foi um fiasco político e econômico, isolando as oligarquias paulistas dos círculos de poder e lucro. B) As estratégias das oligarquias fluminenses representavam as evidentes diferenças de influência nos círculos de poder durante a república velha. C) A agricultura no Brasil perdeu força na gerência econômica do país durante a República Velha. D) A Valorização do café limitou a expansão do mercado interno agrário na economia nacional. Questão 05 “ A idéia de pacto procurava enfatizar a relação entre atores desiguais, mas onde não há um Estado todo-poderoso nem uma classe passiva porque fraca numérica e politicamente... O pacto trabalhista tem nele tanto a palavra e ação do Estado, quanto a palavra e ação da classe trabalhadora” Ângela de Castro Gomes Pela contraposição das fontes históricas, a categoria política que a questão propõe criticar é: A) Trabalhismo. B) Populismo. C) Caudilhismo. D) Clientelismo. Questão 06 “Para Celso Furtado, intelectual ido CEPAL, a industrialização no Brasil durante a 1º Guerra mundial, foi fruto de uma relação de oposição. Só a crise do café pode fomentar a industrialização e prover a substituição de importações.” Sérgio Silva, Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. “Durante a República Velha a expansão do café leva a acumulação de capital. A burguesia cafeeira passaria a ter condições para prover o processo de industrialização. Através do ônus aos importados, houve o fomento a produção nacional. O café e a indústria geravam uma “relação de complementação” Warren Dean, O debate temático apresentado nos textos acima não possibilita apenas o acesso a informações históricas, mas nos permite identificar: a) A variedade de versões que os fenômenos históricos possibilitam a partir das escolhas das fontes e interpretações. b) A lacuna entre os fatos históricos e as pesquisas, sempre generalizadoras. c) A memória nacional como o produto estático do acesso ao passado. d) A precisão do conhecimento na construção de uma memória social unilateral. Questão 07 O impacto do Plano de metas na economia e sociedade brasileira foi substancial. J.k e o Plano de Metas Setores 1956 Energia Elétrica Produção de carvão mineral Produção de petróleo Celulose e papel Produção siderúrgica 1960 3.000.000 kw 2.000.000 t 6.800 barris/dia 90.000 t 1.000.000 t 5.000.000 kw 3.000.000 t 75.500 barris/dia 200.000 t 2.000.000 t Fonte: Nacional-desenvolvimentismo A análise desses dados determina a compreensão de uma conjuntura que associava: A) Estado – Capital privado nacional – industrialização de bens de capital. B) Capital privado nacional – capital privado estrangeiro – indústria de bens de consumo não duráveis. C) Capital privado estrangeiro – indústria de bens de consumo não duráveis D) Estado – Capital privado nacional\capital privado estrangeiro indústria de bens de consumo duráveis. Questão 08 A ideologia que fomenta o processo apresentado, fundamental para o “boom” industrial na gestão de J.K, indicamos: A) B) C) D) Nacional – populismo. Nacional- estatismo Liberalismo Nacional – desenvolvimentismo. Questão 09 Os dados da tabela apresentam que a economia do Brasil: A) Manteve o padrão de desenvolvimento e investimentos nos últimos 50 anos B) Oscilou perante conjunturas internas e internacionais, tendo em vista a recessão do país nos anos 80 C) Valorizou o setor primário em detrimento da indústria e dos serviços. D) Foi gestada nos últimos 50 anos pelo mesmo modelo de desenvolvimento Questão 10 A charge acima apresenta uma visão político- social explícita sobre o neoliberalismo no Brasil. Essa visão pode ser traduzida como: A) B) C) D) Incompreensão de seu sentido e potencial modernizador. Reação político-partidária sem fundamentação social. Reflexo dos abismos sociais provocados pela adesão a tendência. Manifestação de setores isolados da sociedade civil. Questão 11 A charge sugere que, atualmente, nas relações sócio-econômicas globais, há um intenso volume de: A) B) C) D) Catástrofes ambientais, decorrentes da ação humana Mundialização das possibilidades de modernização econômica Ampliação dos fluxos de desigualdade capitalista Necrose tecnológica nas dinâmicas financeiras mundiais Questão 12 “Os anos 90 têm sido marcados por um intenso debate acerca do futuro dos direitos sociais e trabalhistas e da estrutura sindical brasileira. A ascensão do neoliberalismo no início da década produziu profundas mudanças na sociedade e na economia nacional, mediante a adoção de políticas de privatização, abertura comercial e desregulamentação do mercado financeiro.” Andréia Galvão. “Sob o ponto de vista econômico, Vargas pode consolidar a sua política intervencionista, reguladora e estatizante, onde o Estado deveria ser não só o indutor e planejador do crescimento, mas também o proprietário direto dos setores considerado estratégicos para o desenvolvimento, tais como os de energia, transporte e infra-estrutura, assumindo plenamente o papel de empreendedor.” http;//blogdofasoares.blogspot.com A mensagem dos textos apresenta uma visão comparativa sobre o papel do Estado, o desenvolvimento econômico e os direitos sociais na história do Brasil durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Getúlio Vargas Aproximando essas conjunturas podemos contrapor essas variáveis e notar que no período nacional-desenvolvimentista foram elementos determinantes: A) O peso da grande depressão – o populismo – a industrialização nacionalista. B) A abertura neoliberal – desestatização econômica – desregulamentação trabalhista. C) O dirigismo estatal – o corporativismo sindical – o industrialismo de bens de capital. D) O industrialismo cosmopolita – o intervencionismo estatal – modernização conservadora. Questão 13 (Adaptado de LEOPOLDI, M. A. In: PANDOLFI, Dulce (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV,1999.) A partir da análise das tabelas, pode-se afirmar que, no período de 1930 a 1945, identifica-se uma característica econômica expressa na seguinte afirmativa: A) A modernização econômica brasileira seguiu diretrizes distributivas. B) A concentração de capital resulta em desequilíbrio sócio-econômico regional. C) A industrialização nacional-estatista sublimou com as heranças oligárquicas no setor primário da economia. D) Os investimentos financeiros feitos pelo Estado consolidaram a “vocação” agrária brasileira. Observe os quadros abaixo para as próximas questões: Eurico Gaspar Dutra Juscelino Kubitschek Fernando Henrique Questão 14 Essas respectivas personalidades políticas correspondem a paradigmas de desenvolvimento econômico gestados em contextos externos distintos, entretanto, interligados pelo conceito de: A) Imperialismo. B) Política externa. C) Soberania nacional. D) Sindicalismo. Questão 15 Buscando suas distinções nessa mesma temática, outro conceito determinante é o de: A) B) C) D) Doutrina econômica Movimentos sociais. Manifestações culturais. Modelo político-institucional. Questão 16 “Depois nós tivemos reivindicações setoriais (...) nós conquistamos, lá na ilha, através do Conselho Sindical, do qual eu era o presidente, o serviço de sanitários modernos, pra gente não precisar ir no mar, né? (...) Conseguimos na ilha, também, criar nossa praça de reuniões, que não tinha. (...) quando aterraram lá na ilha da conceição, que deixou de ser ilha (...), tinha saído só para Niterói, aí o pessoal que morava no Rio tinha que dar uma volta (...) então nós conseguimos uma lancha pra ir da ilha pro Rio. Conseguimos o que mais? Ah, oficializamos o lanche às 3 horas, porque antigamente tinha que ser escondido. (...) Conseguimos 15 minutos. Conseguimos a água. (...) Ela vinha de barcaça, mas quando a barcaça quebrava (...) era um deus nos acuda , ninguém tomava banho, não tinha comida...E nós conseguimos ligação da Ponta d”areia. A pressão era direta dos operários sobre a direção da empresa, não era do sindicato, mas usava o nome do sindicato.” (entrevista realizada no Grêmio dos Aposentados do sindicato dos metalúrgicos. Trecho citado no artigo Classe trabalhadora e Populismo: reflexões a partir de duas trajetórias sindicais do Rio de Janeiro; Elina G. da Fonte Pessanha e Regina Lúcia M. Morel). “Em primeiro lugar, o populismo é uma política de massas, vale dizer, é um fenômeno vinculado à proletarização dos trabalhadores na sociedade complexa moderna, sendo indicativo de que tais trabalhadores não adquiriram consciência e sentimento de classe: não estão organizados e participando da política como classe. As massas, interpeladas pelo populismo, são originadas do proletariado, mas dele se distinguem por sua inconsciência das relações de espoliação sob as quais vivem.” (O populismo e as ciências no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito.” Ângela de castro Gomes A associação entre os textos acima, que apresentam percepções diferentes sobre o papel da classe trabalhadora na história do movimento operário no Brasil, com o respectivo conceito político e sua correlata explicação, pode ser identificada, respectivamente: A) Debatem a influência do Estado no controle dos trabalhadores – Populismo – “política de articulação trabalhista”. B) Apresentam a força dos sindicatos na formação da classe trabalhadora – Nacional\estatismo – “ideologia conciliatória das relações entre a burguesia e o proletariado.” C) Retratam a temática da consciência de classe no movimento operário – Populismo – “fenômeno apresentado como manipulação das massas através da associação entre o paternalismo e o assistencialismo.” D) Ilustram apenas a política brasileira na conjuntura do crescimento industrial – Trabalhismo – “relação de associação de interesses e necessidades entre o Estado, as elites a ele associadas e a classe trabalhadora.” Questão 17 Observe a charge abaixo que diz respeito a satirização de um dos pactos políticos construídos pelo “Estado oligárquico” na história republicana do Brasil: A fundamentação jurídica para a construção desse “pacto” oligárquico está presente na seguinte afirmativa: A) Política dos Governadores, sustentação demográfica dos interesses oligárquicos paulistas e mineiros. B) Federalismo, garantia constitucional para o liberalismo político. C) Política do Café com leite, aproximação do poder federal com uma grande força regional. D) Voto de cabresto, controle regional das intenções eleitorais. Questão 18 “é uma ferramenta muitas vezes utilizada para enfraquecer o capital social e humano de uma determinada localidade, ou de uma nação por inteiro. Ao se privilegiar a obtenção de benefícios oriundos de entes externos a uma localidade, ocorre o enfraquecimento das relações horizontais, homem a homem; cidadão a cidadão, diminuindo a capacidade de colaboração destes indivíduos e ampliando a competição por mais recursos exógenos, e que não geram riquezas locais. Este processo gera um ciclo vicioso que ao longo do tempo é capaz de desmobilizar completamente uma comunidade” Wikpédia “[...]Bem que eu me lembro a gente sentado ali na grama do aterro sob o sol Observando hipócritas disfarçados, rondando ao redor Amigos presos, amigos sumindo assim, prá nunca mais Nas recordações, retratos do mal em si, melhor é, deixar prá trás Não, não chores mais [...] Bem que eu me lembro a gente sentado ali na grama do aterro sob o céu Observando estrelas junto à fogueirinha de papel Quentar o frio, requentar o pão e comer com você Os pés, de manhã, pisar o chão, eu sei a garra de viver Mas se Deus quiser Tudo, tudo, tudo vai dar pé, tudo, tudo, tudo vai dar pé [...] Não, não chores mais.” Gilberto Gil. As proposições acima retratam fenômenos políticos separados substancialmente pelo tempo. O primeiro texto é uma versão “científica” sobre um determinado fenômeno da república velha (1889-1930). O segundo fragmento é uma poesia musicalizada sobre circunstâncias geradas pela Ditadura Militar (1964-85). Apesar da distância temporal entre os momentos históricos, há uma correlação temática entre as análises, chamadas por vezes de fenômenos de “longa duração”. O tema retratado no campo da política republicana e suas terminologias, respectivamente, estão retratados na seguinte afirmativa: A) Autoritarismo - Clientelimo (república velha)\ repressão institucional (Ditadura militar). B) Coronelismo – Mandonismo Local (república velha)\ Censura política (Ditadura militar) C) Nepotismo – Coronelismo (república velha)\perseguições políticas (Estado-Novo). D) Intervencionismo – Populismo (República Velha\ Coronelismo (Ditadura militar) Questão 19 A análise da tabela permite estabelecer uma relação direta entre a modernização econômica brasileira com a gestão do Estado na conjuntura da década de 90, podendo ser formulada corretamente como: A) Crescimento da internacionalização da economia brasileira, mediante a implementação da ideologia neoliberal. B) Ampliação da intervenção do Estado, fator preponderante pela restauração do populismo. C) Fortalecimento da associação entre o intervencionismo do Estado e o capital nacional, decorrente da introdução do nacionaldesenvolvimentismo. D) Isolamento da economia nacional, contrapondo os investimentos internos aos fluxos mundiais de produção e circulação do capitalismo. Questão 20 Observe as letras de música abaixo e atente para o comentário subseqüente: “Cidade Maravilhosa cheia de cantos mil Cidade Maravilhosa coração do meu Brasil Cidade Maravilhosa cheia de cantos mil Cidade Maravilhosa coração do meu Brasil Berço do samba e das lindas canções que vivem na alma da gente és o altar dos nossos corações que cantam alegrimente Jardim florido de amor e saudade terra que a todos sedus que Deus te cubra de felicidade ninho de sonho e de luz Cidade Maravilhosa cheia de cantos mil Cidade Maravilhosa coração do meu Brasil Cidade Maravilhosa cheia de cantos mil Cidade Maravilhosa coração do meu Brasil” “A história de Cidade partida publicado exatamente um ano após a tragédia de Vigário Geral (noite de 28 para 29/8/93) - começa 40 anos antes do dia em que homens fortemente armados invadiram a favela para descontar em quem encontrassem pela frente. uma rixa envolvendo drogas. Zuenir parte da década de 50 para mostrar que, já nos anos dourados, havia ingredientes para uma futura cisão social no Rio. Esta primeira parte ela chama de A idade da inocência. Mas é a partir da página 53 que o livro embala. Até o escritor e amigo Rubem Fonseca, ao fazer uma primeira avaliação da obra, comentou: “A segunda parte é tão boa que você pode jogar a primeira fora.” O autor resolveu dar ao segundo conjunto de capítulos o titulo de O tempo dos bárbaros - o termo que permite, ao final da leitura, várias interpretações: favelados excluídos, favelados violentos, cidadãos que excluem os favelados, cidadãos que desejam a morte violenta dos mesmos favelados etc.” A aplicação do termo “cidade partida”, do escritor Zuenir Ventura, à realidade social do Rio de Janeiro é uma contraposição ao idealismo do mito implícito em uma outra conhecida expressão: a “cidade maravilhosa”. Na própria construção da identidade nacional brasileira essa contraposição, respectivamente, produz: A) Ufanismo – Indignação coletiva B) Patriotismo – Alienação cultural C) Denúncias críticas – Passividade social D) Preconceito com os moradores das favelas – Senso político nas massas urbanas Questão 21 “Aprendemos que somos ‘um dom de Deus e da Natureza’ porque nossa terra desconhece catástrofes naturais (...) e que aqui, ‘em se plantando, tudo dá’. (...) Aprendemos também que nossa história foi escrita sem derramamento de sangue, (...) que a grandeza do território foi um feito de bravura heróica do Bandeirante, da nobreza de caráter morai do Pacificador, Caxias, e da agudeza fina do Barão do Rio Branco; e que, forçados pelos inimigos a entrar em guerras, jamais passamos por derrotas militares. (...) Não tememos a guerra, mas desejamos a paz. (...) somos um povo bom, pacífico e ordeiro, convencidos de que ‘não existe pecado abaixo do Equador. (...) Em suma, essa representação permite que uma sociedade que tolera a existência de milhões de crianças sem infância e que, desde seu surgimento, pratica o apartheid social possa ter de si mesma a imagem positiva de sua unidade fraterna.” (Adaptado de CHAUÍ, Marilena. Brasil-mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000) A idéia central desse texto é: (A) Evidenciar que nosso patrimônio cultural e natural é tão vasto, que os problemas sociais são irrelevantes. (B) Mostrar que o nacionalismo ufanista é fundamental para a construção de cidadãos críticos. (C) Estabelecer a distância entre as representações culturais feitas do Brasil e as nossas questões sociais. (D) Estabelecer que nossa realidade social é compatível com nossas representações culturais. Questão 22 O registro eleitoral apresentado no gráfico acima permite os observadores a inferir que: A) A relação entre o prestígio do presidente Lula e sua popularidade é homogênea dentro do território brasileiro. B) A base eleitoral do presidente Lula se configurou nas áreas mais estruturadas do país. C) As informações do gráfico não permitem uma leitura realista das proporções regionais de voto do presidente Lula. D) A vitória eleitoral do presidente Lula baseou-se nas regiões mais pobres do Brasil, curral eleitoral neopopulista do PT. Questão 23 O espaço geográfico precisa ser melhor observado. Nele, encontramos inúmeras conjunturas políticas, econômicas e culturais, representando variadas temporalidades. Nem sempre essa diversidade de aspectos se manifesta dentro dos “padrões contemporâneos de utilidade ou função do espaço”, podendo assim, não serem mantidos ou preservados, de acordo com as configurações que os “novos tempos” exigem. A figura mostra como diversos períodos da história da cidade do Rio de Janeiro se justapõem no Largo da Carioca. Convivem ali, por exemplo, construções surgidas em diversos momentos do século XX com a arquitetura colonial. Dentro dessas premissas temos a convicção de que: a) As metrópoles não absorvem a confluência de arquiteturas modernas com outros modelos que retratem as memórias sociais daquele espaço. b) O desenvolvimento capitalista eliminou os espaços sociais que possuíam a função de preservação da memória histórica. c) No caso específico do Largo da Carioca, a predominância da arquitetura clássica, reforça a influência política de instituições seculares como a Igreja Católica e o Exército. d) O espaço geográfico é alterado, em larga escala, pela ação do homem, a partir dos seus objetivos e metas, dialeticamente, ou mesmo, em função da causualidade