HISTÓRIA – Professor Diogenes
Modelo UERJ – Questões inéditas
Tema: Estado e economia no Brasil república: modelos,
fenômenos e representações
Questão 01
Política emissionista na República da Espada
Ciclo de superprodução do café na
República do “café com leite”
Compare as charges acima.
A alternativa que indica de forma correta a representação políticoideológica de uma das charges no contexto do golpe republicano é:
A) O emissionismo florianista fazia parte da visão liberal republicana.
B) A valorização artificial do café era um mecanismo ideológico
jacobinista.
C) O Positivismo alavancou a política inflacionária do Exército durante a
república da espada.
D) A valorização do café decorreu dos investimentos internos, privados e
públicos, decorrentes da política emissionista populista.
Questão 02
“... é, então, um sistema político
nacional, baseado em barganhas
entre o governo e os coronéis. O
governo estadual garante, para
baixo, o poder do coronel sobre
seus dependentes e seus rivais,
sobretudo cedendo-lhe o controle
dos cargos públicos, desde o
delegado de polícia até a professora
primária. O coronel hipoteca seu
apoio ao governo, sobretudo na
forma de votos...”
Vitor Nunes Leal
“Este talvez seja o conceito que mais se
aproxime do de caciquismo na literatura
hispano-americana. Refere-se à existência
local de estruturas oligárquicas e
personalizadas de poder. O mandão, o
potentado, o chefe, ou mesmo o coronel
como indivíduo, é aquele que, em função
do controle de algum recurso estratégico,
em geral a posse da terra, exerce sobre a
população um domínio pessoal e arbitrário
que a impede de ter livre acesso ao
mercado e à sociedade política. O
mandonismo não é um sistema, é uma
característica da política tradicional.
(José
Murilo
de
Carvalho,
comentando o conceito de Vitor
Nunes Leal)
Os textos apresentados referem-se a fenômenos políticos expressivos
durante a república velha. A associação entre tais fenômenos e os textos,
respectivamente, está representada:
A) A influência social decorrente do conjunto de benefícios estendidos a
população das áreas rurais e a subseqüente dependência da mesma –
Clientelismo – Texto I.
B) A influência regional do poder em virtude de uma combinação de
fatores políticos, econômicos, sociais e culturais – Mandonismo local
– Texto II.
C) Na relação de aproximação entre a esfera federal de poder e os
poderes estabelecidos nas regiões da federação – Coronelismo –
Texto II
D) A força da estrutura fundiária no controle do comportamento coletivo
local – Clientelismo – Texto I
Questão 03
Índices da exportação de café e gêneros do Rio de Janeiro na República Velha
Base: 1903= 100 (Em toneladas)
Produto
Café
Açucar
Arroz
Feijão
Farinha
Carnes
Batata
Milho
Hortifruti
Gado
1903
1904
1905
1906
1907
1908
1909
1910
1911
1912
1913
1914
100
74,1
73,1
86,3
92,4
73,5
76
60,7
52,9
66,4
61,8
60,9
100
166,6
265,6
232,8
156,9
255,4
335,4
345,3
303,9
282,1
363,6
512,2
100
1498,3
1923,3
2624,9
3978,1
4937,3
7985
5046,4
5040,3
8308,2
3067,2
1460,5
100
333,7
299,6
141,3
241,4
465,1
470,5
528,9
587,4
222,7
199,9
230
100
1216,2
429,2
316,2
98,8
175,3
179
348,9
254,4
133,3
195
125,6
100
267,2
449,8
430,3
423,3
448,5
394,3
593,7
762
605,6
522,6
414,5
100
198
219,2
116,8
167,9
137,2
267
442,8
1004,6
568,8
765,4
592,3
100
499,9
398,2
1230,4
1943,9
2499,5
2283,3
2613,3
3087
2790,3
2865,6
2389
100
140,3
171,2
332,1
390,6
406,1
532,7
536
701,7
802
1005
942,9
100
1270,7
1319,1
1020,3
605,8
955,6
1212
1323,3
1493
1556
--------
904,7
Fonte: AALERJ (1900-14) e MPERJ (1896-1914)
“Levantados os fundos para empresa, já durante o segundo semestre de 1906, o
governo de São Paulo, ainda sozinho, através da firma contratante THEODOR WILE
& Cia, deu inicio as compras no mercado, ao preço estipulado de 7$000 por arroba,
dos café superiores, basicamente do tipo 7.” Sônia Regina Mendonça
“A limitação das compras ao mercado de santos gerava, já bem cedo, uma
dissidência entre os próprios estados convencionalistas, uma vez que não tinham
seus cafés – em sua maioria inferiores ao tipo 7 – adquiridos”
Sônia Regina Mendonça
Na concepção de Karl Marx de dialética, a luta de classes não se
estabelece apenas entre Capital x Trabalho, mas sim e até sobretudo,
entre Capital x Capital; Gramsci afirmava que para cada Hegemonia
no interior do Estado, sobressalata uma Contra-Hegemonia, fração da
classe dominante .
Avaliando o gráfico, os textos e esses conceitos e atentando que as
oligarquias paulistas tinham o controle do Convênio de Taubaté
(1906) e as oligarquias fluminenses da Sociedade Nacional de
Agricultura, reconhecemos que no Estado oligárquico:
A) Não existia Contra-Hegemonia ao monopólio paulista na
valorização do café (1906), nem na ocupação do Estado
oligárquico.
B) Foi construído sobre acordos sólidos, que inviabilizaram essa
dialética entre capital x capital nas atribuições da hegemonia.
C) Foi marcado pela incapacidade das oligarquias paulistas de
estabelecerem sua hegemonia na prática econômica.
D) Não podemos reconhecer só a hegemonia paulista, mas a força
das oligarquias fluminenses, com investimentos na diversificação
agrícola e sua participação na burocracia estatal.
Questão 04
A tabela anterior, referente a diversificação agrária na
república velha, permite inferir que:
A) O Convênio de Taubaté foi um fiasco político e
econômico, isolando as oligarquias paulistas dos
círculos de poder e lucro.
B) As estratégias das oligarquias fluminenses
representavam as evidentes diferenças de influência
nos círculos de poder durante a república velha.
C) A agricultura no Brasil perdeu força na gerência
econômica do país durante a República Velha.
D) A Valorização do café limitou a expansão do mercado
interno agrário na economia nacional.
Questão 05
“ A idéia de pacto procurava
enfatizar a relação entre atores
desiguais, mas onde não há um
Estado todo-poderoso nem uma
classe passiva porque fraca
numérica e politicamente... O
pacto trabalhista tem nele tanto
a palavra e ação do Estado,
quanto a palavra e ação da
classe trabalhadora”
Ângela de Castro Gomes
Pela contraposição das fontes históricas, a categoria
política que a questão propõe criticar é:
A) Trabalhismo.
B) Populismo.
C) Caudilhismo.
D) Clientelismo.
Questão 06
“Para Celso Furtado, intelectual
ido CEPAL, a industrialização no
Brasil durante a 1º Guerra
mundial, foi fruto de uma
relação de oposição. Só a crise
do café pode fomentar a
industrialização e prover a
substituição de importações.”
Sérgio Silva, Expansão cafeeira e
origens da indústria no Brasil.
“Durante a República Velha a
expansão do café leva a
acumulação
de
capital.
A
burguesia cafeeira passaria a ter
condições para prover o processo
de industrialização.
Através do ônus aos importados,
houve o fomento a produção
nacional.
O café e a indústria geravam uma
“relação de complementação”
Warren Dean,
O debate temático apresentado nos textos acima não possibilita apenas
o acesso a informações históricas, mas nos permite identificar:
a) A variedade de versões que os fenômenos históricos possibilitam a
partir das escolhas das fontes e interpretações.
b) A lacuna entre os fatos históricos e as pesquisas, sempre
generalizadoras.
c) A memória nacional como o produto estático do acesso ao passado.
d) A precisão do conhecimento na construção de uma memória social
unilateral.
Questão 07
O impacto do Plano de metas na economia e sociedade brasileira foi
substancial.
J.k e o Plano de Metas
Setores
1956
Energia Elétrica
Produção de carvão mineral
Produção de petróleo
Celulose e papel
Produção siderúrgica
1960
3.000.000 kw
2.000.000 t
6.800 barris/dia
90.000 t
1.000.000 t
5.000.000 kw
3.000.000 t
75.500 barris/dia
200.000 t
2.000.000 t
Fonte: Nacional-desenvolvimentismo
A análise desses dados determina a compreensão de uma conjuntura
que associava:
A) Estado – Capital privado nacional – industrialização de bens de
capital.
B) Capital privado nacional – capital privado estrangeiro – indústria de
bens de consumo não duráveis.
C) Capital privado estrangeiro – indústria de bens de consumo não
duráveis
D) Estado – Capital privado nacional\capital privado estrangeiro indústria de bens de consumo duráveis.
Questão 08
A ideologia que fomenta o processo apresentado, fundamental para o
“boom” industrial na gestão de J.K, indicamos:
A)
B)
C)
D)
Nacional – populismo.
Nacional- estatismo
Liberalismo
Nacional – desenvolvimentismo.
Questão 09
Os dados da tabela apresentam que a economia do Brasil:
A) Manteve o padrão de desenvolvimento e investimentos nos últimos
50 anos
B) Oscilou perante conjunturas internas e internacionais, tendo em vista
a recessão do país nos anos 80
C) Valorizou o setor primário em detrimento da indústria e dos serviços.
D) Foi gestada nos últimos 50 anos pelo mesmo modelo de
desenvolvimento
Questão 10
A charge acima apresenta uma visão político- social explícita sobre o
neoliberalismo no Brasil. Essa visão pode ser traduzida como:
A)
B)
C)
D)
Incompreensão de seu sentido e potencial modernizador.
Reação político-partidária sem fundamentação social.
Reflexo dos abismos sociais provocados pela adesão a tendência.
Manifestação de setores isolados da sociedade civil.
Questão 11
A charge sugere que, atualmente, nas relações sócio-econômicas globais,
há um intenso volume de:
A)
B)
C)
D)
Catástrofes ambientais, decorrentes da ação humana
Mundialização das possibilidades de modernização econômica
Ampliação dos fluxos de desigualdade capitalista
Necrose tecnológica nas dinâmicas financeiras mundiais
Questão 12
“Os anos 90 têm sido
marcados por um intenso
debate acerca do futuro dos
direitos sociais e trabalhistas
e
da
estrutura
sindical
brasileira. A ascensão do
neoliberalismo no início da
década produziu profundas
mudanças na sociedade e na
economia nacional, mediante
a adoção de políticas de
privatização,
abertura
comercial
e
desregulamentação
do
mercado financeiro.”
Andréia Galvão.
“Sob o ponto de vista
econômico,
Vargas
pode
consolidar a sua política
intervencionista, reguladora e
estatizante, onde o Estado
deveria ser não só o indutor e
planejador do crescimento,
mas também o proprietário
direto
dos
setores
considerado estratégicos para
o desenvolvimento, tais como
os de energia, transporte e
infra-estrutura,
assumindo
plenamente
o
papel
de
empreendedor.”
http;//blogdofasoares.blogspot.com
A mensagem dos textos apresenta uma visão comparativa sobre o papel
do Estado, o desenvolvimento econômico e os direitos sociais na história
do Brasil durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Getúlio
Vargas
Aproximando essas conjunturas podemos contrapor essas variáveis e
notar que no período nacional-desenvolvimentista foram elementos
determinantes:
A) O peso da grande depressão – o populismo – a industrialização
nacionalista.
B) A abertura neoliberal – desestatização econômica –
desregulamentação trabalhista.
C) O dirigismo estatal – o corporativismo sindical – o industrialismo de
bens de capital.
D) O industrialismo cosmopolita – o intervencionismo estatal –
modernização conservadora.
Questão 13
(Adaptado de LEOPOLDI, M. A. In: PANDOLFI, Dulce (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV,1999.)
A partir da análise das tabelas, pode-se afirmar que, no período de 1930 a 1945,
identifica-se uma característica econômica expressa na seguinte afirmativa:
A) A modernização econômica brasileira seguiu diretrizes distributivas.
B) A concentração de capital resulta em desequilíbrio sócio-econômico
regional.
C) A industrialização nacional-estatista sublimou com as heranças
oligárquicas no setor primário da economia.
D) Os investimentos financeiros feitos pelo Estado consolidaram a
“vocação” agrária brasileira.
Observe os quadros abaixo para as próximas questões:
Eurico Gaspar Dutra
Juscelino Kubitschek
Fernando Henrique
Questão 14
Essas respectivas personalidades políticas correspondem a
paradigmas de desenvolvimento econômico gestados em contextos
externos distintos, entretanto, interligados pelo conceito de:
A) Imperialismo.
B) Política externa.
C) Soberania nacional.
D) Sindicalismo.
Questão 15
Buscando suas distinções nessa mesma temática, outro conceito
determinante é o de:
A)
B)
C)
D)
Doutrina econômica
Movimentos sociais.
Manifestações culturais.
Modelo político-institucional.
Questão 16
“Depois nós tivemos reivindicações setoriais (...)
nós conquistamos, lá na ilha, através do Conselho
Sindical, do qual eu era o presidente, o serviço de
sanitários modernos, pra gente não precisar ir no
mar, né? (...) Conseguimos na ilha, também, criar
nossa praça de reuniões, que não tinha. (...)
quando aterraram lá na ilha da conceição, que
deixou de ser ilha (...), tinha saído só para Niterói,
aí o pessoal que morava no Rio tinha que dar uma
volta (...) então nós conseguimos uma lancha pra ir
da ilha pro Rio. Conseguimos o que mais? Ah,
oficializamos o lanche às 3 horas, porque
antigamente tinha que ser escondido. (...)
Conseguimos 15 minutos. Conseguimos a água. (...)
Ela vinha de barcaça, mas quando a barcaça
quebrava (...) era um deus nos acuda , ninguém
tomava banho, não tinha comida...E nós
conseguimos ligação da Ponta d”areia. A pressão
era direta dos operários sobre a direção da
empresa, não era do sindicato, mas usava o nome
do sindicato.”
(entrevista realizada no Grêmio dos Aposentados do
sindicato dos metalúrgicos. Trecho citado no artigo
Classe trabalhadora e Populismo: reflexões a partir
de duas trajetórias sindicais do Rio de Janeiro;
Elina G. da Fonte Pessanha e Regina Lúcia M. Morel).
“Em primeiro lugar, o populismo é uma política de
massas, vale dizer, é um fenômeno vinculado à
proletarização dos trabalhadores na sociedade
complexa moderna, sendo indicativo de que tais
trabalhadores não adquiriram consciência e
sentimento de classe: não estão organizados e
participando da política como classe. As massas,
interpeladas pelo populismo, são originadas do
proletariado, mas dele se distinguem por sua
inconsciência das relações de espoliação sob as quais
vivem.”
(O populismo e as ciências no Brasil: notas sobre a
trajetória de um conceito.”
Ângela de castro Gomes
A associação entre os textos acima, que apresentam percepções
diferentes sobre o papel da classe trabalhadora na história do
movimento operário no Brasil, com o respectivo conceito político e sua
correlata explicação, pode ser identificada, respectivamente:
A) Debatem a influência do Estado no controle dos trabalhadores –
Populismo – “política de articulação trabalhista”.
B) Apresentam a força dos sindicatos na formação da classe
trabalhadora – Nacional\estatismo – “ideologia conciliatória das
relações entre a burguesia e o proletariado.”
C) Retratam a temática da consciência de classe no movimento operário
– Populismo – “fenômeno apresentado como manipulação das
massas através da associação entre o paternalismo e o
assistencialismo.”
D) Ilustram apenas a política brasileira na conjuntura do crescimento
industrial – Trabalhismo – “relação de associação de interesses e
necessidades entre o Estado, as elites a ele associadas e a classe
trabalhadora.”
Questão 17
Observe a charge abaixo que diz respeito a satirização de um dos pactos
políticos construídos pelo “Estado oligárquico” na história republicana
do Brasil:
A fundamentação jurídica para a construção desse “pacto” oligárquico
está presente na seguinte afirmativa:
A) Política dos Governadores, sustentação demográfica dos interesses
oligárquicos paulistas e mineiros.
B) Federalismo, garantia constitucional para o liberalismo político.
C) Política do Café com leite, aproximação do poder federal com uma
grande força regional.
D) Voto de cabresto, controle regional das intenções eleitorais.
Questão 18
“é uma ferramenta muitas vezes utilizada para enfraquecer o capital social e humano de
uma determinada localidade, ou de uma nação por inteiro. Ao se privilegiar a obtenção de
benefícios oriundos de entes externos a uma localidade, ocorre o enfraquecimento das
relações horizontais, homem a homem; cidadão a cidadão, diminuindo a capacidade de
colaboração destes indivíduos e ampliando a competição por mais recursos exógenos, e
que não geram riquezas locais. Este processo gera um ciclo vicioso que ao longo do tempo é
capaz de desmobilizar completamente uma comunidade”
Wikpédia
“[...]Bem que eu me lembro a gente sentado ali na
grama do aterro sob o sol
Observando hipócritas disfarçados, rondando ao
redor
Amigos presos, amigos sumindo assim, prá nunca
mais
Nas recordações, retratos do mal em si, melhor é,
deixar prá trás
Não, não chores mais [...]
Bem que eu me lembro a gente sentado ali na
grama do aterro sob o céu
Observando estrelas junto à fogueirinha de papel
Quentar o frio, requentar o pão e comer com você
Os pés, de manhã, pisar o chão, eu sei a garra de
viver
Mas se Deus quiser
Tudo, tudo, tudo vai dar pé, tudo, tudo, tudo vai dar
pé [...]
Não, não chores mais.” Gilberto Gil.
As proposições acima retratam fenômenos políticos separados
substancialmente pelo tempo. O primeiro texto é uma versão “científica”
sobre um determinado fenômeno da república velha (1889-1930). O
segundo fragmento é uma poesia musicalizada sobre circunstâncias
geradas pela Ditadura Militar (1964-85).
Apesar da distância temporal entre os momentos históricos, há uma
correlação temática entre as análises, chamadas por vezes de fenômenos
de “longa duração”.
O tema retratado no campo da política republicana e suas terminologias,
respectivamente, estão retratados na seguinte afirmativa:
A) Autoritarismo - Clientelimo (república velha)\ repressão institucional
(Ditadura militar).
B) Coronelismo – Mandonismo Local (república velha)\ Censura política
(Ditadura militar)
C) Nepotismo – Coronelismo (república velha)\perseguições políticas
(Estado-Novo).
D) Intervencionismo – Populismo (República Velha\ Coronelismo
(Ditadura militar)
Questão 19
A análise da tabela permite estabelecer uma relação direta entre a
modernização econômica brasileira com a gestão do Estado na
conjuntura da década de 90, podendo ser formulada corretamente
como:
A) Crescimento da internacionalização da economia brasileira, mediante
a implementação da ideologia neoliberal.
B) Ampliação da intervenção do Estado, fator preponderante pela
restauração do populismo.
C) Fortalecimento da associação entre o intervencionismo do Estado e o
capital nacional, decorrente da introdução do nacionaldesenvolvimentismo.
D) Isolamento da economia nacional, contrapondo os investimentos
internos aos fluxos mundiais de produção e circulação do capitalismo.
Questão 20
Observe as letras de música abaixo e atente para o comentário
subseqüente:
“Cidade Maravilhosa cheia de
cantos
mil
Cidade Maravilhosa coração do
meu
Brasil
Cidade Maravilhosa cheia de
cantos
mil
Cidade Maravilhosa coração do
meu
Brasil
Berço do samba e das lindas
canções
que vivem na alma da gente
és o altar dos nossos corações
que
cantam
alegrimente
Jardim florido de amor e saudade
terra
que
a
todos
sedus
que Deus te cubra de felicidade
ninho de sonho e de luz
Cidade Maravilhosa cheia de
cantos
mil
Cidade Maravilhosa coração do
meu
Brasil
Cidade Maravilhosa cheia de
cantos
mil
Cidade Maravilhosa coração do
meu Brasil”
“A história de Cidade partida publicado exatamente um ano após a
tragédia de Vigário Geral (noite de 28
para 29/8/93) - começa 40 anos antes
do dia em que homens fortemente
armados invadiram a favela para
descontar em quem encontrassem
pela frente. uma rixa envolvendo
drogas.
Zuenir parte da década de 50 para
mostrar que, já nos anos dourados,
havia ingredientes para uma futura
cisão social no Rio. Esta primeira
parte ela chama de A idade da
inocência. Mas é a partir da página 53
que o livro embala. Até o escritor e
amigo Rubem Fonseca, ao fazer uma
primeira avaliação da obra, comentou:
“A segunda parte é tão boa que você
pode jogar a primeira fora.” O autor
resolveu dar ao segundo conjunto de
capítulos o titulo de O tempo dos
bárbaros - o termo que permite, ao
final da leitura, várias interpretações:
favelados
excluídos,
favelados
violentos, cidadãos que excluem os
favelados, cidadãos que desejam a
morte violenta dos mesmos favelados
etc.”
A aplicação do termo “cidade partida”, do escritor Zuenir Ventura, à
realidade social do Rio de Janeiro é uma contraposição ao idealismo do
mito implícito em uma outra conhecida expressão: a “cidade
maravilhosa”.
Na própria construção da identidade nacional brasileira essa
contraposição, respectivamente, produz:
A) Ufanismo – Indignação coletiva
B) Patriotismo – Alienação cultural
C) Denúncias críticas – Passividade social
D) Preconceito com os moradores das favelas – Senso político nas massas
urbanas
Questão 21
“Aprendemos que somos ‘um dom de Deus e da Natureza’ porque nossa
terra desconhece catástrofes naturais (...) e que aqui, ‘em se plantando,
tudo dá’.
(...) Aprendemos também que nossa história foi escrita sem
derramamento de sangue, (...) que a grandeza do território foi um feito de
bravura heróica do Bandeirante, da nobreza de caráter morai do
Pacificador, Caxias, e da agudeza fina do Barão do Rio Branco; e que,
forçados pelos inimigos a entrar em guerras, jamais passamos por
derrotas militares. (...) Não tememos a guerra, mas desejamos a paz. (...)
somos um povo bom, pacífico e ordeiro, convencidos de que ‘não existe
pecado abaixo do Equador. (...) Em suma, essa representação permite
que uma sociedade que tolera a existência de milhões de crianças sem
infância e que, desde seu surgimento, pratica o apartheid social possa
ter de si mesma a imagem positiva de sua unidade fraterna.”
(Adaptado de CHAUÍ, Marilena. Brasil-mito fundador e sociedade autoritária.
São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000)
A idéia central desse texto é:
(A) Evidenciar que nosso patrimônio cultural e natural é tão vasto, que os
problemas sociais são irrelevantes.
(B) Mostrar que o nacionalismo ufanista é fundamental para a
construção de cidadãos críticos.
(C) Estabelecer a distância entre as representações culturais feitas do
Brasil e as nossas questões sociais.
(D) Estabelecer que nossa realidade social é compatível com nossas
representações culturais.
Questão 22
O registro eleitoral apresentado no gráfico acima permite os observadores
a inferir que:
A) A relação entre o prestígio do presidente Lula e sua popularidade é
homogênea dentro do território brasileiro.
B) A base eleitoral do presidente Lula se configurou nas áreas mais
estruturadas do país.
C) As informações do gráfico não permitem uma leitura realista das
proporções regionais de voto do presidente Lula.
D) A vitória eleitoral do presidente Lula baseou-se nas regiões mais
pobres do Brasil, curral eleitoral neopopulista do PT.
Questão 23
O espaço geográfico precisa ser melhor observado. Nele,
encontramos inúmeras conjunturas políticas, econômicas e culturais,
representando variadas temporalidades. Nem sempre essa diversidade
de aspectos se manifesta dentro dos “padrões contemporâneos de
utilidade ou função do espaço”, podendo assim, não serem mantidos ou
preservados, de acordo com as configurações que os “novos tempos”
exigem.
A figura mostra como diversos períodos da história da cidade do Rio
de Janeiro se justapõem no Largo da Carioca. Convivem ali, por exemplo,
construções surgidas em diversos momentos do século XX com a
arquitetura colonial.
Dentro dessas premissas temos a convicção de que:
a) As metrópoles não absorvem a confluência de arquiteturas
modernas com outros modelos que retratem as memórias
sociais daquele espaço.
b) O desenvolvimento capitalista eliminou os espaços sociais que
possuíam a função de preservação da memória histórica.
c) No caso específico do Largo da Carioca, a predominância da
arquitetura clássica, reforça a influência política de instituições
seculares como a Igreja Católica e o Exército.
d) O espaço geográfico é alterado, em larga escala, pela ação do
homem, a partir dos seus objetivos e metas, dialeticamente, ou
mesmo, em função da causualidade
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SIMULADO TEMATICO CHUVAS II