MINUTA DO PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Comissão Consultiva: Alden Peres de Oliveira da Silva (Secretária) Prof. Alexandre Fortes Prof. Alexandre Monteiro de Carvalho Prof. Aléxis Rosa Nummer Prof. Aloísio Jorge de Jesus Monteiro Profa. Aparecida Cayoco Ikuhara Ponzoni Prof. Antonio Assis Vieira Prof. Mauro Antonio Homem Antunes Profa. Miliane Moreira Soares de Souza Prof. Ricardo de Oliveira Profa. Solange Viana Paschoal Blanco Brandolini Prof. Valdomiro Neves Lima Seropédica 24 de Outubro de 2007 2 Apresentação O processo metodológico desenvolvido pela UFRRJ, no que diz respeito aos encaminhamentos do Programa de Reestruturação e Expansão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro teve como base a própria manifestação de diferentes setores desta Universidade,1 que apresentaram como proposta, a formação de uma Comissão Consultiva, coordenada pela Administração Central. Após a constituição da Comissão Consultiva por parte da Reitoria, as reuniões para a elaboração do Plano de Expansão e Reestruturação da UFRRJ tiveram lugar na Sala dos Órgãos Colegiados, no terceiro andar do Prédio Principal. A primeira reunião da comissão teve como foco o debate ampliado sobre o Programa de Reestruturação e Expansão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a conseqüente definição do cronograma e procedimentos metodológicos a serem adotados. Do ponto de vista da estruturação metodológica, a Comissão entendeu que os pontos centrais do Projeto podiam ser fundamentalmente identificados nos itens que contemplavam as diferentes dimensões propostas pelo MEC. A Comissão, neste sentido, optou pela divisão da mesma em grupos, que se responsabilizaram pelos trabalhos específicos de cada dimensão. Primeiramente, no que diz respeito ao levantamento diagnóstico nos setores competentes da UFRRJ e, em segundo lugar, as possíveis propostas de viabilização de cada item, sem, no entanto, perder a perspectiva global do trabalho, que se dava através do debate em cada novo encontro geral, em que as propostas particulares eram articuladas a uma visão mais geral e universalizada. Compreende-se que o Documento Base tem um perfil e direção clara de atendimento das demandas e necessidades internas desta Universidade, onde nossa perspectiva foi a de elaboração de propostas que apontassem para: a construção coletiva, através de uma reestruturação de Projetos Pedagógicos de Cursos (presentes ou não no PDI), reestruturação de setores administrativos fundamentais, ampliação e reestruturação de infra-estrutura, etc. Entendemos que a UFRRJ deve, cada vez mais, ser pensada na sua nova realidade, como uma universidade presente em diversos espaços geográficos e que expande significativamente suas áreas de atuação. Portanto, sua estratégia institucional deve contemplar tanto o atendimento das exigências históricas de nossa sede (Campus de Seropédica), quanto o pleno desenvolvimento dos potenciais dos novos Campi (Nova Iguaçu e Três Rios). Partimos também da premissa de que o conceito de expansão, somente pode ser entendido, a partir de um sólido e conseqüente projeto de reestruturação universitária, tanto do ponto de vista quantitativo (pessoal, infra-estrutura, etc.) quanto qualitativo (qualidade acadêmica, produção científica, etc.). O Documento Base proposto pela Comissão Consultiva tem como referência o Plano de Desenvolvimento Institucional 2006-2011, fundamentando-se em: Amplo debate na comunidade acadêmica; Entendimento de que não se pode expandir sem uma sólida base de reestruturação; Compreensão de que somente se pode expandir com contratação efetiva de pessoal docente e técnico-administrativo, como também, sem a exploração e sobrecarga de trabalho das categorias em questão; 1 3 Perspectiva de melhoria e ampliação de qualidade das atividades: acadêmicocientíficas e administrativas; Garantia dos aportes financeiros necessários e incluídos na matriz orçamentária da UFRRJ, para além de 2012. Ampliação da inserção da UFRRJ nas regiões geográficas sob sua influência de modo a contribuir para o desenvolvimento sócio econômico e cultural. Assim, a Comissão Consultiva, muito mais do que realizar um mero projeto de reestruturação expansão universitária, com base nas diretrizes do MEC, entendeu este espaço, como um espaço de ação política institucional, no sentido de intervir de forma coerente, visando a busca e a garantia das demandas históricas da UFRRJ, preservando os devidos espaços de diálogo e democracia. O foco principal do documento proposto pela UFRRJ é o de entender que os lugares institucionais são também espaços de luta e construção contra-hegemônicas. Buscamos garantir, também neste campo, o conceito ampliado de autonomia e de garantia de manifestação política, em relação à garantia de uma universidade pública, gratuita, de qualidade e referenciada socialmente. 4 Caracterização atual da Instituição: A UFRRJ tem origem na criação, em 1910, da Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária, vinculada ao Ministério da Agricultura, pelo Decreto 8.319 de 20 de outubro, sendo inaugurada oficialmente em 10 de julho de 1912, entrando em funcionamento no ano seguinte com 60 alunos matriculados, dos quais 52 no curso de engenheiros agrônomos e oito no curso de médicos veterinários. Durante a Primeira República, a Escola esteve direcionada para a formação de quadros administrativos, com o objetivo de qualificar técnicos que integrariam a burocracia do Estado. Nas décadas seguintes, a Escola passou por sucessivas transferências de sua sede. Em 1943, foi efetivamente criada a Universidade Rural, englobando a Escola Nacional de Agronomia e a Escola Nacional de Veterinária, desde 1938, subordinada ao Ministério da Educação e Saúde. Em 1948, a Universidade foi transferida para o Campus definitivo nas margens da Antiga Rodovia Rio-São Paulo, hoje BR-465. Em 1963, pelo Decreto 1.984, a Universidade Rural passou a denominar-se Universidade Federal Rural do Brasil, integrando a Escola Nacional de Agronomia, a Escola Nacional de Veterinária, as Escolas de Engenharia Florestal, Educação Técnica e Educação Familiar, além dos cursos técnicos de nível médio, dos Colégios Técnicos de Economia Doméstica e Agrícola "Ildefonso Simões Lopes”. A partir dos anos 60, incentivou-se um lento processo de expansão dos cursos de graduação. Em 1969, foram criados os cursos de Licenciatura em História Natural e Ciências Agrícolas, em Engenharia Química. Em 1970, eram oferecidos os cursos de Geologia, Zootecnia, Administração de Empresas, Economia e Ciências Contábeis. Em 1976, foram criados os cursos de Licenciatura plena em Educação Física, Matemática, Física e o Bacharelado de Matemática. Em 1991, foi criado o curso de Engenharia de Alimentos. Em 1999 foram criados os cursos de Engenharia Agrícola, Engenharia de Agrimensura e Química (Noturno). Já em 2000, criam-se os cursos de Arquitetura e Urbanismo e de História. Em 2005, a Universidade foi incluída no Programa de Expansão do Ensino Superior do Governo Federal e instala, a partir de 2006, um Campus em Nova Iguaçu, com a criação do Instituto Multidisciplinar, que passa a se constituir no décimo Instituto em sua estrutura acadêmica. São incorporadas as duas turmas de Administração, oriundas do Consórcio Universidade Pública da Baixada, que passam a integrar um dos seis cursos de graduação então criados: Matemática, História, Pedagogia, Ciências Econômicas e Turismo e Hotelaria, hoje curso de Turismo. Em 2007 é criado, na sede da Universidade, o curso de Licenciatura em Pedagogia. Com esse curso a Universidade passa a oferecer à comunidade 10 cursos com funcionamento noturno, sendo 04 na sede (Administração e as Licenciaturas em História, Química e Pedagogia) e os demais em Nova Iguaçu, além das turmas de Três Rios e de Quatis. Outro desafio que se coloca à Universidade é o de que, com a realização de concursos públicos para a contratação de novos docentes destinados a atuar em Três Rios, abre-se a possibilidade de outra Unidade de expansão da UFRRJ, em bases sólidas e na perspectiva de efetivar o pressuposto fundamental da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e 5 extensão. Assim se constroem as bases do campus do Vale do Paraíba, com ampliação de vagas docentes e técnicas, e recursos para construção de sede própria, incluída no Programa de Expansão do Ensino Superior, do Governo Federal. Cabe destacar que, ainda em 2006, começou a ser oferecido o Curso de Administração a Distância, junto ao Consórcio CEDERJ. Em 1965, foram oferecidos os três primeiros cursos pós-graduação: Medicina Veterinária-Parasitologia Veterinária (atualmente mestrado e Doutorado em Ciências Veterinárias), Agronomia-Ciência do Solo e Química Orgânica, dando origem a cursos de doutorado nos anos de 1977, 1979 e 1993, respectivamente. De 1976 a 1988 foram implantados os cursos de mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Patologia Veterinária (Mestrado em Medicina Veterinária Patologia e Ciências Clínicas), Microbiologia Veterinária, Desenvolvimento Agrícola e Fitotecnia. Em 1993, entrou em atividade o curso de mestrado em Ciências Ambientais e Florestais. Em 1995, o curso de mestrado em Fitotecnia criou a área de Agroecologia. Foram criados em 1994 e 1995 os cursos de mestrado e doutorado em Biologia Animal, doutorado em Ciências e Tecnologia de Alimentos, doutorado em Sanidade Animal e mestrado em Zootecnia. Em 1999 foi criado o Mestrado em Engenharia Química e, em 2000, foi criado o Curso de Mestrado Profissional em Gestão e Estratégia em Negócios. Em 2003, foi criado o mestrado em Educação Agrícola. Recentemente, foram criados os Mestrados em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada (2005) e História (2007). Hoje, a UFRRJ oferece 29 cursos de graduação e 16 programas de pós-graduação strictu sensu (8 de mestrado e doutorado, 7 mestrados acadêmicos e 1 mestrado profissionalizante. Súmula do plano: Justificativa, conceitos e fundamentos A UFRRJ possui o seu Campus principal localizado em uma região bastante peculiar da geografia do Estado do Rio de Janeiro. Está situado, aproximadamente, a 80 km da Capital do Estado. Situado em terras que formaram no passado colonial a antiga Fazenda Jesuítica, o perímetro da Universidade compreende uma vasta região a partir do Município de Seropédica, recente desmembramento da antiga Vila, atual município, de Itaguaí. Todavia, com a criação de seus dois novos Campi, nos Municípios de Nova Iguaçu e Três Rios, a área de influência da Universidade abrange vastos e importantes setores do Estado do RJ, tanto na região metropolitana quanto no interior do Estado. Podemos dizer que a UFRRJ atualmente é a principal possibilidade de oferta de ensino superior publico para regiões como a Baixada Fluminense, Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro, Vale do Paraíba, Costa Verde, Sul Fluminense e parte significativa da Região Serrana. É significativo recordar que, há pelo menos quatro ou cinco décadas, essa a grande área poderia realmente ser considerada um "Sertão Carioca" , pois eram zonas eminentemente rurais. No passado, essas regiões estiveram voltadas para o desenvolvimento das economias açucareira, cafeeira e, mais recentemente, no século XX, o chamado "ciclo da laranja". Entretanto, a realidade atual apresenta um quadro completamente diverso, pois a configuração econômico-social desses espaços tem sofrido intensas transformações. Hoje, os indicadores populacionais, apontam para uma população de aproximadamente 8 milhões de habitantes. Nos últimos anos, os 6 investimentos na modernização do porto de Sepetiba, na Industria Naval, em Energia Nuclear, a construção de indústrias siderúrgicas, como previsto para os próximos anos em Itaguaí e Santa Cruz, o pólo petroquímico localizado no município de Duque de Caxias, a modernização das estradas que atravessam a região a partir da construção do Anel Rodoviário que ligará o Recôncavo da Guanabara ao porto de Sepetiba, articulando a região onde será construída uma grande refinaria de petróleo no município de Sepetiba, o crescimento significativo do setor de serviços, dentre outros investimentos públicos e privados, evidenciam novo cenário para as regiões vizinhas à UFRRJ. Entretanto, observamos que em quase todas essas regiões são constatados as menores taxas de desenvolvimento humano do Estado, sendo gravíssimos problemas como falta de saneamento básico, habitação, transporte de massas, educação de qualidade e segurança pública. Notemos que todo esse processo tem causado um extraordinário impacto. O primeiro fator que assinala essa mudança é a crescente e a intensa urbanização da periferia da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, que durante boa parte do século passado constituiu-se por bairros e municípios dormitórios, os quais viviam permanentemente o movimento diário dos caminhos entre a casa e o trabalho. Essa posição de periferia em relação ao centro da cidade do Rio de Janeiro, apesar de ser ainda uma realidade, apresenta, hoje, demandas notadamente novas, fruto do processo de acelerada e desordenada urbanização. Assim, as crescentes necessidades por serviços públicos básicos e por educação de qualidade são os principais pontos de uma agenda social para essas regiões. O panorama desse diagnóstico geral no setor educacional é a carência de professores e profissionais bem qualificados em diversas áreas. A procura pelo Ensino Superior é, sem dúvida, parte importante do compromisso de melhoria da qualidade de vida da população que habita a região em que Universidade está inserida. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a partir de sua missão expressa em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), qual seja: “Gerar, socializar e aplicar o conhecimento nos diversos campos do saber, através do ensino, da pesquisa e da extensão, indissociavelmente articulados, de modo a contribuir para o desenvolvimento do País, ressaltando o interior do Estado do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense, visando à formação de profissionais-cidadãos com autonomia para o aprendizado contínuo, socialmente referenciados para o mundo do trabalho e capazes de atuar na construção da justiça social e da democracia.” E tendo como um dos seus princípios fundamentais, também destacados no mesmo documento: “compromisso com a formação de profissionais-cidadãos qualificados, críticos e socialmente engajados.”, a UFRRJ vem, através deste, afirmar sua iniciativa de inserção na Política de Expansão Universitária desenvolvida pelo Governo Federal, a partir da Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação. Nesse sentido, cabe ressaltar que a UFRRJ, já vem desenvolvendo atividades acadêmicas de formação universitária, em seus novos campi, nos municípios de Nova Iguaçu e Três Rios. Entretanto, todas estas ações enfrentam grandes dificuldades devido ao caráter precário de qualidade de estrutura e infra-estrutura em seu campus sede (Seropédica), não somente no que tange às atividades de ensino, mas principalmente, às de pesquisa e extensão universitárias. Sofremos um processo constante e cíclico de instabilidade e solução de continuidade das atividades acadêmicas. Uma ação no sentido da 7 transformação desta lógica histórica se faz necessária, mas deve, concomitantemente, se apresentar e estar atenta para a garantia e manutenção da autonomia universitária. Tal iniciativa, deve assim contemplar as possíveis demandas acadêmicas, sociais e políticas da UFRRJ, bem como a metodologia definida para a construção de seu projeto específico. Do ponto de vista do diagnóstico, a UFRRJ, em função do exíguo espaço de tempo para formulação do projeto, entende que a não realização de um processo de diagnose mais amplo, compromete diretamente, tanto as possibilidades reais de reestruturação e expansão de nossa universidade quanto a qualidade científico-acadêmica, já que a UFRRJ se fundamenta na defesa intransigente da articulação entre pesquisa, ensino e extensão, não cabendo, no entanto, uma perspectiva que se reduza estritamente ao campo do ensino. Nesse sentido, a UFRRJ, propõe o ano de 2008, como o ano base para discussão e redefinição do projeto, a partir de: • Levantamento diagnóstico amplo; • Redefinição de estratégias e metas; • Consolidação e ampliação da estrutura e infra-estrutura necessária; • Definição ou reestruturação dos Projetos Políticos Pedagógicos dos diferentes cursos (atuais e de expansão), que ainda não estejam estruturados; • Efetivação da abertura de concursos públicos para pessoal docente e técnicoadministrativo; • Avaliação dos índices de evasão gerais e específicos por curso. A Universidade, em função de sua defesa histórica por uma gestão democrática e participativa, busca na construção de um processo qualificado e democrático (ano base 2008), apontar as direções possíveis de nosso desenvolvimento institucional. Tanto no que diz respeito a questão de infra-estrutura e ampliação das condições acadêmicas quanto na efetivação do quadro de pessoal necessário, a UFRRJ somente detalhará o Plano de Trabalho (PTA) conclusivo, nestas áreas, a partir da estruturação de um quadro diagnóstico conseqüente, a partir dos diferentes desenhos curriculares e projetos políticos pedagógicos específicos. No interior dessa lógica, a UFRRJ propõe o ano de 2008, como ano base de definição das dimensões estruturais e acadêmicas, em uma perspectiva participativa. 8 I. Ampliação da Oferta de Educação Superior Pública I.1 Aumento de vagas de ingresso, especialmente no período noturno. Diagnóstico da situação atual Até o ano 2000, a UFRRJ abrigava 17 cursos de graduação. Ao longo dos anos seguintes, foram criados 12 novos cursos de graduação. Ao mesmo tempo, alguns cursos já existentes ampliaram o número de vagas. Entre 1998 e 2004, a UFRRJ também expandiu vagas, de modo significativo, ao criar novas turmas do Curso de Administração, em cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro, através de convênios com as prefeituras de Paracambi, Quatis, Três Rios, Volta Redonda e por meio do Pólo UFF-UFRRJ-CEFET, em Nova Iguaçu. Novas turmas do Curso de Ciências Econômicas também foram criadas em Três Rios. Em 2004, foram oferecidas 180 vagas nas turmas de Nova Iguaçu, Três Rios, Volta Redonda e Quatis. No total, a UFRRJ ofereceu 1.720 vagas em 2004. Todavia, esse processo de Expansão caracterizou-se pela precariedade e instabilidade Institucional devido ao modelo adotado. A criação do Instituto Multidisciplinar (IM), em Nova Iguaçu, dentro de um novo modelo de Expansão, significou uma grande transformação no processo de crescimento da Universidade, com seis novos cursos de graduação e entrada de 500 novos alunos/ano a partir de 2006. O IM, além de abrigar quatro cursos já existentes na UFRRJ (Administração, Ciências Econômicas, História e Matemática) conta com dois novos cursos: Pedagogia e Turismo. No ano de 2006, foi criado o curso noturno de Pedagogia no campus de Seropédica, com 40 vagas. Ainda em 2006, começou a ser oferecido o Curso de Administração à distância, junto ao Consórcio CEDERJ, em 05 Pólos no Estado do Rio de Janeiro (Angra dos Reis, Piraí, Saquarema, Itaperuna e São Fidelis), cada um deles com 40 vagas e entrada no primeiro e segundo períodos de cada ano. Evidencia-se a partir dos dados apontados que o crescimento da oferta de vagas novas na Universidade deu-se, fundamentalmente, através da criação de novos cursos de graduação. Considerando a série histórica entre 1994 e 2006, verifica-se que a UFRRJ ampliou em 72% o número de vagas oferecidas e de ingressantes, e em 66,2% o número de alunos matriculados em seus cursos de graduação. Em 2005, o número de concluintes foi 147,5% maior do que no ano de 1994. Alguns cursos tradicionais ampliaram o número de vagas, com um total de 9,1% de expansão no período. É importante enfatizar que o maior potencial de crescimento da oferta se dará com a criação de novos cursos de graduação, distribuídos em seus três Campi. A crescente diversidade de áreas de conhecimento na UFRRJ aponta para alterações do contexto social em que a Universidade está inserida. As transformações da sociedade brasileira, e especialmente, o impacto do ritmo do processo de globalização indicam novas configurações do rural e do urbano, do local e do universal. Esses processos de mudança indicam transformações abrangentes e importantes da modernidade tardia. Se a modernidade pode ser caracterizada como um processo ininterrupto de fragmentações e rupturas, a região em que se insere a UFRRJ apresenta uma geografia fortemente assinalada pela interiorização urbana do Rio de Janeiro, deslocando também a relação centro e periferias. Assim, a UFRRJ, em decorrência da sua localização geográfica, possui um papel estratégico na interiorização da educação e no papel da universidade pública na promoção da qualificação profissional. Enfim, a oferta de novas vagas na Universidade, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo PLANO DE EXPANSÃO E REESTRUTURAÇÃO DA UFRRJ, passa necessariamente pela abertura de novos cursos de graduação. E o que se pode perceber nesse breve diagnóstico é que a Universidade apresenta reais potencialidades de crescimento nas áreas Tecnológica e Humanidades (esta principalmente na licenciatura - Noturna) além da ampliação da área de Saúde. Abre-se então a oportunidade para que o processo de expansão concentre suas ações no fortalecimento e crescimento das áreas já existentes. O diagnóstico mostra cursos que apresentam uma alta procura nos vestibulares e que oferecem um número reduzido de vagas, com 9 possibilidade de viabilizar a sua expansão. Cursos como História, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Florestal, Geologia, Engenharia Química e Ciências Biológicas, todos em funcionamento na Sede, serão os primeiros a atender essa demanda. O aumento de novas vagas, dentro do projeto do PLANO DE EXPANSÃO E REESTRUTURAÇÃO DA UFRRJ, deve estar vinculado ao aumento do corpo docente, de técnicos-administrativos e ampliação e melhoria de infra-estrutura. Distribuição dos Cursos de Graduação por áreas ÁREAS Ciências Agrárias Campus Sede Engenharias Sede Licenciaturas Sede Ciências Exatas e da Vida Sede Ciências Sociais Aplicadas Sede Nova Iguaçu Três Rios (*) Quatis (*) Nova Iguaçu Cursos Agronomia, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, Zootecnia Engenharia Agrícola, Engenharia de Agrimensura, Engenharia de Alimentos, Engenharia Química Ciências Biológicas, Ciências Agrícolas, Economia Doméstica (também Bacharelado), Educação Física, Física, História (noturno), Matemática (também Bacharelado), Química (diurno e noturno), Pedagogia (noturno)História (noturno), Matemática (também Bacharelado - noturno), Pedagogia (noturno) Biologia, Geologia, Química Industrial, Matemática Aplicada e Computacional. Administração (diurno e noturno), Arquitetura e Urbanismo, Ciências Econômicas, Administração (noturno), Ciências Econômicas (noturno), Turismo (noturno), Administração (noturno), Ciências Econômicas (noturno), Administração (noturno) . (*) Turmas vinculadas à sede até 2007 e, a partir daí, ao Instituto Multidisciplinar, em Nova Iguaçu,. 10 Quadro populacional das regiões sob a influência direta da UFRRJ Regiões sob a influência da UFRRJ Município Costa Verde e Sul Fluminense Mangaratiba Angra dos Reis Parati Baixada Fluminense/ Região Metropolitana do Rio de Zona Oeste do Rio de Janeiro* Janeiro Seropédica2 Itaguaí Nova Iguaçu3 Duque de Caxias Queimados Belford Roxo Mesquita São João de Meriti Nilópolis Magé Japeri Vale do Paraíba Paracambi Vassouras Valença Engenheiro Paulo de Frontin Rio das Flores Paraíba do Sul Quatis Três Rios4 Comendador Levy Gasparian São José do Vale Rio Preto Sapucaia Miguel Pereira Paty do Alferes Mendes Duas Barras Itatiaia Pinheiral Rio Claro Barra Mansa Piraí Resende Barra do Piraí Volta Redonda Região Serrana Petrópolis Teresópolis Guapimirim Total População 26.785 135.794 32.105 2.200.540 66.072 83.861 844.583 855.010 120.137 489.002 185.552 466.996 145.998 237.000 85.758 37.642 32.343 66.479 12.577 8.086 38.094 11.960 71.252 8.319 19.035 16.657 23.240 25.146 17.165 10.335 25.665 19.905 16.001 176.151 22.719 108.919 86.548 258.145 310.216 145.263 41.484 7.584.541 Fonte: IBGE. 2007 – registrado em 14/09/07 2 Campus Sede Campus Avançado I - Instituto Multidisciplinar 4 Campus Avançado II – Projeto de Implantação em Execução 3 11 Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro * Região Administrativa Bairros XVIII - RA - Campo Grande XVII - RA – Bangu XXVI - RA – Guaratiba XVI - RA – Jacarepaguá Campo Grande, Cosmos, Inhoaiba, Santíssimo, Senador Vasconcelos Bangu, Padre Miguel, Senador Câmara Barra de Guaratiba, Pedra de Guaratiba, Guaratiba Anil, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Jacarepaguá, Pechincha, Praça Seca, Tanque, Taquara, Vila Valqueire Barra da Tijuca, Camorim, Grumari, Itanhangá, Joá, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande, Vargem Pequena Campo dos Afonsos, Deodoro, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Vila Militar Paciência, Santa Cruz, Sepetiba XXIV - RA - Barra da Tijuca XXXIII - RA – Realengo XIX - RA - Santa Cruz Total População 484.362 420.503 101.205 469.682 174.353 239.146 311.289 2.200.540 Fonte: Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, a partir de Censo Realizado em 2000. 12 Metas a serem alcançadas com cronograma de execução Oferta de novas vagas de ingresso à Universidade, tanto com a criação de novos cursos de graduação quanto com o aumento de vagas em cursos que a Instituição já oferece, projeta-se que sejam criadas 1045 novas vagas, o que corresponderá a 4180 novas matrículas projetadas no período de quatro anos. QUADRO GERAL DE NOVAS VAGAS DE INGRESSO Curso Local Turno Arquitetura e Urbanismo Engenharia Química Geologia Engenharia Florestal Ciências Biológicas História Biomedicina Farmácia Comunicação Ciências Sociais Matemática Aplicada e Computacional Sistemas de Informação Hotelaria Química Filosofia História Letras Relações Internacionais Direito Educação Artística Geografia Ciências Contábeis Administração Pública Fisioterapia Ciências Biológicas Fonoaudiologia Fioterapia Letras Direito Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Seropédica Nova Iguaçu Nova Iguaçu Nova Iguaçu Nova Iguaçu Nova Iguaçu TOTAL Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Noturno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Modalidade Bacharelado Bacharelado Bacharelado Bacharelado Bacharelado Licenciatura Bacharelado Bacharelado Bacharelado Licenciatura Bacharelado Bacharelado Bacharelado Bacharelado Licenciatura Licenciatura Licenciatura Licenciatura Licenciatura Licenciatura Licenciatura Bacharelado Bacharelado Bacharelado Bach./Licenciatura Bacharelado Bacharelado Licenciatura Bacharelado Novas vagas 25 20 15 10 10 40 40 40 40 40 20 20 40 5 40 10 90 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 90 50 1045 13 NOVAS MATRÍCULAS PROJETADAS Curso Arquitetura e Urbanismo Engenharia Química Geologia Engenharia Florestal Ciências Biológicas História Biomedicina Farmácia Comunicação Ciências Sociais Matemática Aplicada e Computacional Sistemas de Informação Hotelaria Química Filosofia História Letras Relações Internacionais Direito Educação Artística Geografia Ciências Contábeis Administração Pública Fisioterapia Ciências Biológicas Fonoaudiologia Fioterapia Letras Direito Local Turno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Diurno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Diurno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Seropédica Noturno Nova Iguaçu Diurno Nova Iguaçu Diurno Nova Iguaçu Diurno Nova Iguaçu Diurno Nova Iguaçu Diurno TOTAL 2008 2009 2010 2011 2012 - 20 20 15 10 10 40 40 5 40 10 90 40 40 - 20 20 15 10 10 40 40 40 40 20 20 40 5 40 10 90 40 40 40 40 40 40 40 40 90 50 20 20 15 10 10 40 40 40 40 40 20 20 40 5 40 10 90 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 90 50 20 20 15 10 10 40 40 40 40 40 20 20 40 5 40 10 90 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 90 50 - Novas Matrículas Projetadas 80 80 60 40 40 160 80 120 120 160 60 60 120 20 160 40 360 120 120 160 160 120 120 80 80 120 120 270 150 4180 Estratégias para alcançar a meta 1. Realização de concurso público, para contratação de professores em Regime de Dedicação Exclusiva (DE 40 horas), para atender a execução plena do Projeto de Reestruturação e Expansão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A previsão inicial é que serão necessários 367 novos professores para atender execução plena do Projeto de Reestruturação e Expansão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2. Contratação de servidores para o quadro técnico-administrativo, através de concurso público. 3. Construção e Reestruturação dos Projetos Pedagógicos de Cursos, com Coordenadores de Curso de Graduação e Pós-Graduação, Diretores de Instituto, representantes dos Departamentos, representantes estudantis e técnico-administrativos vinculados aos cursos. 4. Implantação do Fórum de Auto-Avaliação Institucional, com a finalidade de elaboração de políticas e ações institucionais. 5. Criação de Workshop no âmbito dos cursos para discutir e implementar o PPC de modo coletivo, estabelecendo um calendário para diagnóstico, levantamentos, debates e consolidação dos PPCs para os cursos existentes. 14 6. Construção de Pavilhões de Salas de Aulas Teóricas, Laboratórios de Informática, Laboratórios de Línguas, segunda etapa do programa de recuperação e modernização dos laboratórios de aulas práticas. 7. Reforma dos Anfiteatros existentes. 8. Ampliação da oferta de vagas para cursos de graduação que efetivamente apresentam grande demanda no vestibular e possuem reais condições de atender às necessidades de aumento de ingressantes sem o comprometimento da qualidade desses cursos, com contratação de Professores e pessoal Técnico-Administrativo. 9. Criação de novos cursos de graduação, fundamentalmente das áreas de Humanas, Engenharia e Saúde, a partir de 2009. 10. Aperfeiçoamento dos cursos de pós-graduação strictu sensu, principalmente, aqueles cursos de mestrado que atualmente estão classificados com Grau 3, que, obtendo melhora na avaliação passarão a preencher os requisitos necessários à criação de cursos de Doutorado. 11. Construção de prédios para abrigar as aulas das novas turmas (novas Salas de Aulas Teóricas e Práticas equipadas com recursos de multimídia, Laboratórios de Informática, Laboratórios de Línguas). 12. Melhoria na Biblioteca Central, tanto no em questões estruturais quanto a aquisição de acervos. I.2 Redução das taxas de evasão Diagnóstico da situação atual A evasão universitária vem se impondo, ao longo do tempo, como uma realidade cada vez mais ostensiva no âmbito do ensino de graduação. Esta constatação, reafirmada por números alarmantes, torna necessário o esforço efetivo no sentido de entender e explicar as possíveis causas e conseqüências da evasão. A evasão de alunos dos cursos de graduação das universidades brasileiras ainda não foi tratada com o rigor e o empenho analítico necessários ao seu entendimento. A tendência dos estudos sobre evasão, de um modo geral, é buscar o dimensionamento ou quantificação da evasão. Existem poucos estudos que tratam, qualitativamente, a questão. Essa tendência norteou, por exemplo, a pesquisa conduzida pela Comissão Especial de Estudos sobre a Evasão nas Universidades Públicas Brasileiras, instituída em 1995, pela Secretaria da Educação Superior do Ministério de Educação e Desportos - SeSu/MEC. É neste aspecto, fundamentalmente, que a orientação acadêmica contínua e sistemática ao estudante poderia ser vista em seus efeitos. Analisando-se os números da evasão no ano de 2006, na UFRRJ, verifica-se que as taxas variam de curso para curso. A evasão média na Instituição foi de 7,4 %, enquanto que os trancamentos atingiram 12,5 % dos estudantes matriculados. Os cursos de Engenharia Florestal, Geologia, Medicina Veterinária, Ciências Econômicas, Administração (Diurno) e Engenharia Agrícola estão situados abaixo da média de evasão que a Universidade apresenta. Já os cursos com taxas de evasão acima da média neste período foram: Agronomia, Licenciatura em Ciências Agrícolas, Economia Doméstica, Arquitetura e Urbanismo, Física, Química, Matemática, Ciências Biológicas, Zootecnia, Administração (Noturno), História (Seropédica). Os principais fatores desta elevada 15 evasão também diferem de curso para curso e precisam ser devidamente apurados no âmbito de cada um. As causas da evasão são diversas e estudos precisam ser aprofundados na UFRRJ. Porém sabemos que muitos estudantes evadem motivados por não vislumbrarem perspectivas futuras na profissão, por falta de afinidade as características do curso, devido ao insucesso em disciplinas chave do curso, pela desmotivação em superar suas dificuldades, devido à distância e aos custos do deslocamento entre a sua moradia e a universidade, devido à incompatibilidade entre seus horários de trabalho e os horários do curso, devido a mudanças em suas condições sócio-econômicas ou porque optaram curso em outra IES. No início do segundo período letivo de 2007 (agosto), durante á prématrícula on line dos alunos do campus de Seropédica foi aplicado um questionário sócio-econômico. No campus de Seropédica, a maioria dos cursos é oferecida em turno integral. O perfil do estudante do campus sede apresentou as seguintes características: 84,5% das famílias têm renda de 1 a 10 salários mínimos e 12,3% das famílias têm renda entre 10 e 20 salários mínimos; 50,3% nunca exerceram atividade remunerada e 67,5% depende exclusivamente de recursos da família para a sua manutenção na Universidade durante a realização do curso; 61% vêm à Universidade de ônibus e 44,2% definem a localidade em que habita como bairro popular em zona urbana e 28,3% como bairro de classe média. Quando perguntados sobre o motivo da escolha do curso, 47,4% se disseram motivados pela possibilidade de cursar algo que gosta e 16,9% foram motivados pelo mercado de trabalho e questões salariais. Com relação à possível organização dos cursos em turnos, 39,7% dos estudantes declaram preferir o turno da manhã; 17,5% o integral e 16,4% o noturno. Em relação ao tempo dedicado para estudos extraclasse 38,4% declarou estudar de 3 a 5 horas por semana e 24,9% de 1 a 2 horas. No que se refere ao fator que interfere negativamente no desempenho acadêmico não se observou nenhuma tendência com relação às opções apresentadas, evidenciando que para cada grupo de estudante existe um fator específico. (Esses dados estão disponíveis no sítio da Graduação na página da Universidade). Tais dados indicam que o fator socioeconômico tem um peso decisivo na permanência do estudante na Universidade. As mesmas motivações interferiram no trancamento da matrícula no ano de 2006 que atingiu a 12,5 % das matrículas da graduação. A evasão na UFRRJ pode ser reduzida com a ampliação da assistência estudantil (bolsas moradia, alimentação), exigindo investimento e recursos de custeio para os alojamentos e restaurantes universitários; com ações institucionais visando à melhoria do acesso pelo transporte público, o desenvolvimento de ações de apoio didático pedagógico aos estudantes e aos docentes, com a implementação de práticas pedagógicas em que o aluno tenha maior participação nos processos de ensino-apredizagem, com o uso de novas tecnologias da informação e da comunicação, com a racionalização dos horários das aulas em turnos, com o incentivo ao ingresso de estudantes da região circunvizinha à Universidade e ao Colégio Técnico da UFRRJ, por projetos acadêmicos em parceria com as escolas de ensino fundamental e médio da região. Metas a serem alcançadas com cronograma de execução 16 Para redução dos atuais índices de evasão pretende-se fazer um estudo diagnóstico dos motivos, para subsidiar as ações a serem adotadas. Provavelmente, as causas irão variar de acordo com os cursos. A) 2008 - Realizar estudos quali-quantitativos das causas de evasão por curso de graduação. B) A partir de 2009 - Atuar de modo direcionado sobre as causas de evasão em cada curso, com a implementação das medidas, abaixo relacionadas: 1. Criar o Programa de Bolsas para estudantes de graduação (PROGRAD) pretende-se desenvolver novas metodologias de ensino-aprendizagem no âmbito das disciplinas oferecidas para a graduação. Com esta medida busca-se reduzir a evasão, motivando o educando e o docente a executarem melhorias na realidade das disciplinas de graduação. 2. Reorganização dos horários das disciplinas dos cursos preferencialmente em turnos. 3. Criação de um PROGRAMA DE TUTORIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA (PROAPRENDIZAGEM) em disciplinas que apresentem elevado índice de reprovação utilizando tecnologias da informação e da comunicação com bolsas para alunos de graduação e pós-graduação. 4. Criação de espaços multimídia para o desenvolvimento das tutorias didáticopedagógicas. 5. Criação de Programa de Orientação e acompanhamento de estudantes com baixo desempenho geral nas disciplinas num trabalho conjunto das Coordenações de Curso e o Setor de Apoio Pedagógico do Decanto de Ensino de Graduação em fase de estruturação. 6. Implementação de Programas de apoio didático-pedagógico aos docentes e a sua capacitação para o uso das tecnologias da informação e da comunicação. 7. Implementação da avaliação docente e das disciplinas. 8. Implementação de projetos de extensão e acadêmicos em colaboração com o corpo docente das escolas da região e convênios com as prefeituras para contribuir para a melhoria da educação formal e complementar dos estudantes, e para a capacitação dos professores do ensino fundamental e médio. 9. Aumentar a mobilidade dos estudantes entre cursos de graduação da Universidade. Cronograma de Execução METAS 2008 2009 2010 2011 Primeira Segunda Terceira X X X X X X X X X X 17 Quarta Quinta Sexta Sétima Oitava Nona X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Estratégias para alcançar a meta • • • • • • • Ampliação dos Programas de Assistência Estudantil. Criação de um Programa de Bolsas para estudantes de graduação (PROGRAD) com vistas ao desenvolvimento de projetos específicos para a melhoria da qualidade do ensino na graduação nas disciplinas ou grupo de disciplinas. Reorganização dos horários das disciplinas dos cursos preferencialmente em turnos. Criação de um PROGRAMA DE TUTORIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA (PROAPRENDIZAGEM) em disciplinas que apresentem elevado índice de reprovação utilizando tecnologias da informação e da comunicação com bolsas para alunos de graduação e pós-graduação. Criação de espaços multimídia para o desenvolvimento das tutorias didáticopedagógicas (2008 e 2009). Criação de Programa de Orientação e acompanhamento de estudantes com baixo desempenho geral nas disciplinas num trabalho conjunto das Coordenações de Curso e o Setor de Apoio Pedagógico do Decanto de Ensino de Graduação em fase de estruturação. (2008 e 2009) Implementação de Programas de apoio didático-pedagógico aos docentes e a sua capacitação para o uso das tecnologias da informação e da comunicação (2008 em diante). • Implementação da avaliação das disciplinas pelos estudantes (a partir de 2008). • Implementação da auto-avaliação Docente ( a partir de 2008). • • Implementação de projetos de extensão e acadêmicos em colaboração com o corpo docente das escolas da região e convênios com as prefeituras para contribuir para a melhoria da educação formal e complementar dos estudantes, e para a capacitação dos professores do ensino fundamental e médio (a partir de 2008). Implementação de Convênios com as Prefeituras do entorno a Universidade visando minimizar os problemas relacionados ao transporte. 18 • A ampliação a mobilidade dos estudantes entre cursos de graduação da Universidade deverá implicar em mudanças nas normas que regulam as transferências internas, tornando-as mais flexíveis. I. 3 Ocupação de vagas ociosas Diagnóstico da situação atual Atualmente o preenchimento de vagas ociosas na Universidade, decorrentes da evasão e da ocupação incompleta das vagas ofertadas no concurso vestibular é realizado, a cada período letivo, por meio de edital próprio, nas modalidades de transferência interna, externa e reingresso para diplomados. Em 2007, foi lançado um edital de vagas remanescentes para ocupação de vagas não preenchidas no processo seletivo do vestibular, apresentando resultados iniciais satisfatórios. A otimização da ocupação dessas vagas será alcançada pela alteração nas formas de preenchimento de vagas de ingresso, ampliação das modalidades de seleção de novos ingressantes e a implementação de políticas de ações afirmativas direcionadas ao ensino público da região. Já no vestibular de 2007 a Universidade adotou a medida de permitir que o candidato pudesse optar por um segundo curso. A tabela abaixo apresenta o quadro de ocupação de vagas ociosas através dos processos de transferência interna e externa, e reingresso no período de 2000-2007. Ano Reingresso Transf. Externa Transf. Interna Total 2000 42 59 38 139 2001 34 35 40 109 2002 11 46 52 109 2003 23 57 101 181 2004 14 54 36 104 2005 2 23 57 82 2006 18 17 39 74 2007 44 18 26 88 Total 188 309 389 886 Metas a serem alcançadas com cronograma de execução A partir de 2008, com vistas à otimização da ocupação das vagas ociosas, pretende-se implementar as seguintes ações: 1. Modificação da deliberação sobre as transferências interna e externa, permitindo maior flexibilidade na movimentação entre cursos de graduação. 2. Modificação da deliberação sobre as vagas de reingresso. 19 As medidas de ocupação de vagas ociosas através de transferência e reingresso são consolidadas no âmbito da UFRRJ. A partir do ano de 2007 foi implementado o edital de vagas remanescentes e a escolha de segunda opção de curso no vestibular, o que vem apresentando resultados satisfatórios. Estratégias para alcançar a meta Com vistas à ocupação das vagas ociosas, pretende-se implementar as seguintes ações: 1. Modificação da deliberação sobre as transferências interna e externa, permitindo maior flexibilidade na movimentação entre cursos de graduação. 2. Modificação da deliberação sobre as vagas de reingresso. 3. Estratégias para Ampliação das Formas de Acesso: 3.1. Flexibilização das modalidades de ingresso na Universidade .3.2. Ampliação do Pré-Vestibular Comunitário. 3.3. Ação institucional junto poder público local para melhor as condições de acesso à Universidade. 3.4. Ação institucional junto as Secretarias de Educação dos Municípios sob o raio de influência da Universidade. 3.5. Maior e melhor divulgação da Instituição nos meios de Comunicação e nas Escolas. II. Reestruturação Acadêmico-Curricular I.1 Revisão da estrutura acadêmica buscando a constante elevação da qualidade Diagnóstico da situação atual A estrutura acadêmico-curricular deve assegurar a articulação entre o ensino, pesquisa e extensão, garantindo um ensino crítico, reflexivo e criativo, que leve à construção do perfil almejado, estimulando a realização de projetos de pesquisa, socializando o conhecimento produzido, utilizando diferentes cenários de ensino-aprendizagem permitindo ao aluno conhecer e vivenciar situações variadas de vida, da organização da prática e do trabalho em equipe multiprofissional. É necessária a implementação de metodologias no processo ensinar-aprender que estimulem o aluno a refletir sobre a realidade social e aprender a aprender; a definição de 20 estratégias pedagógicas que articulem o saber; o saber fazer e o saber conviver, visando seu desenvolvimento integral. No entanto, observa-se, atualmente, que grande parte dos cursos apresenta currículos estruturados dentro de uma visão conteudista, trabalhando o conhecimento como produto e não como processo, valorizando a quantidade de conteúdo específico e especializado. Observa-se ainda que, algumas matrizes curriculares apresentam-se “envelhecidas” e “engessadas”. Outro aspecto preocupante nos cursos de graduação é a reprovação, muitas vezes maciça, em algumas disciplinas. Verifica-se uma alta incidência de reprovações nos primeiros períodos letivos. Disciplinas-chave do ciclo básico, importantes para consolidar a formação científica e cultural dos graduandos passam a ser vistas como obstáculos a serem vencidos e não como oportunidades de aprendizado. Desmotivação, desencanto, ansiedade e baixa auto-estima são algumas das conseqüências do insucesso, com repercussões negativas sobre a formação cidadã e o desempenho geral no decorrer da graduação. Outro aspecto a ser considerado é a deficiência crônica de docentes, resultante da não reposição ao longo da última década, trazendo graves dificuldades para o adequado funcionamento e a qualidade dos cursos de graduação. Até 2004, o quadro docente efetivo sofreu redução de 15,4% e as demandas dos cursos de graduação passaram a ser crescentemente atendidas por professores substitutos, que tiveram seu número multiplicado por 5,9 entre 1994 e 2004. Em adição, detectou-se que parte do corpo docente não tem acompanhado o fluxo de renovação conceitual e metodológica, refletindo em pouca produtividade científica e desmotivação do corpo discente para com disciplinas obsoletas, tal fato não é privativo de uma área. É possível perceber pouca inserção da UFRRJ na comunidade do entorno, considerando especificamente o município de Seropédica e adjacências, o que é notório pelo baixo índice de aprovação dos candidatos da região no concurso de acesso aos cursos da UFRRJ. Metas a serem alcançadas com cronograma de execução 1- Consolidar e ampliar a inserção da UFRRJ no desenvolvimento sócio-econômico, cultural, político e científico em níveis local, regional e nacional, com ênfase no interior do Estado do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. 2- Mudar a concepção pedagógica dos cursos de graduação, de modo a melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis através do envolvimento de docentes e estudantes em processos e práticas pedagógicas, nas quais ambos se reconheçam como produtores de conhecimento no âmbito da experiência de ensinar-aprender-pesquisar 3 - Privilegiar a formação de cidadãos qualificados para o trabalho e aptos a refletir e produzir novos conhecimentos acerca de sua prática profissional 4 – Expandir o quadro de docentes efetivos 5 – Valorizar as Coordenações de Cursos de Graduação, inserindo-as concretamente no planejamento, acompanhamento e avaliação da vida acadêmica da instituição. Fortalecimento do papel dos Colegiados de Cursos, através da reformulação de suas representações Estratégias para alcançar a meta 1 - Reestruturação dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) dos cursos de graduação, com dinamização e melhor planejamento das matrizes curriculares. 2 - Flexibilização curricular. 21 3 - Implantação de disciplinas de recuperação utilizando tecnologias de informação de comunicação (TIC) para estudantes com dificuldades de aprendizagem em disciplinas específicas, principalmente na área de formação básica. 4 - Estímulo a práticas de estudos que facilitem a aquisição de autonomia. 5 - Implantação das novas matrizes curriculares. 6 - Implementação de novo componente curricular para os cursos de graduação denominado “Atividades Acadêmicas”. 7 - Ampliação de ofertas das disciplinas optativas. 8 - Introdução de disciplinas que estimulem o trabalho individual e em grupo, e que permitam o desenvolvimento da capacidade de expressão e do espírito crítico entre os jovens. 9 - Implantação de ciclos básicos comuns. Proposta piloto nos cursos da área de Engenharia. 10 - Adequação de espaços físicos e aquisição de equipamentos para o uso das tecnologias da informação comunicação (TIC) para fins didático-pedagógicos nos cursos presenciais 11 - Aumento no número de Monitorias de 250 em 2007 para 450 em 2011. 12 - Implantação de oficinas de leitura, metodologia de estudo e pesquisa, línguas estrangeiras e disciplinas de recuperação, com a participação de tutores e docentes, para estudantes dos primeiros períodos dos cursos de graduação. II.2 Reorganização dos cursos de graduação Diagnóstico da situação Ao fazer uma avaliação do perfil dos 29 cursos de graduação da UFRRJ é possível diagnosticar as seguintes situações: 1. Existem alguns cursos que apresentam uma baixa procura frente ao número de vagas ofertadas. Dentre os possíveis fatores associados a esse fenômeno identificamos: a) mudanças na sociedade que pressionam para o desenvolvimento de novas áreas do conhecimento; b) desconhecimento da população jovem por determinadas profissões vistas como "antiquadas" ou de difícil inserção no mercado de trabalho; c) os problemas que educação básico apresenta nas áreas de ciências biológicas, exatas e matemática. Faz-se necessária uma avaliação criteriosa dos motivos que levam a pouca procura por alguns cursos e a tomada de ações, no sentido de implementar as mudanças necessárias. 22 2. Outra realidade a ser destacada é a dos cursos que embora tenham boa relação candidato/vaga, e num primeiro momento preencham a oferta de vaga, apresentam elevado índice de evasão ao longo do curso. Entre os possíveis motivos apontamos: a) escolha precoce de carreira por parte de jovens ainda em processo de amadurecimento que constatam posteriormente a falta de vocação para a carreira escolhida; b) desconhecimento da natureza do curso antes do ingresso; c) a deficiência da educação básica no país dificulta o pleno acompanhamento dos cursos; 3. Detecta-se que a Universidade possui alguns cursos que apresentam oferta de vagas insuficiente frente à demanda da social. Alguns cursos mantêm elevada relação candidato/vaga, como são os de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas. Já outros cursos recentemente vêm apresentando substantivo aumento da procura como é o caso dos cursos de Geologia e Engenharia Florestal. Deve-se avaliar criteriosamente a possibilidade de ampliação de vagas, sem comprometer a reconhecida qualidade dos cursos, mas permitindo um melhor aproveitamento da infra-estrutura disponível. A criação de novos cursos, com especial ênfase àqueles das áreas de humanidades, engenharia e saúde, é fator importante para o desenvolvimento humano da região, permitindo assim que a população do entorno tenha acesso a cursos de elevado interesse público, criados sob a filosofia da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão. 4. A UFRRJ abriga cursos quase centenários com forte tradição e reconhecimento acadêmico. Da década de 1970 em diante houve uma significativa ampliação de cursos em todas as áreas do conhecimento. Por sua localização, a 80 km do centro do Rio de Janeiro, uma significativa parcela dos docentes, técnico-administrativos e estudantes moram no Campus de Seropédica nos Próprios Residenciais Nacionais, na Residência Estudantil (2000 vagas) e nas cercanias da Instituição. Esta característica confere uma grande interação entre os segmentos da comunidade universitária e intensa participação na vida institucional, fazendo da Universidade Rural um grande espaço de vivências acadêmicas, humanas e sociais, em muito contribuindo para a formação humana e cidadã dos estudantes, fato freqüentemente ressaltado pelos nossos concluintes no momento de sua formatura. 5. A partir de 2005, várias iniciativas do Decanato de Ensino de Graduação vêm sendo direcionadas para ampliar a participação das Coordenações de Curso na gestão acadêmica da graduação. O Fórum das Coordenações de Curso então criado é integrado por Coordenadores e representantes estudantis. Várias mudanças com vistas à flexibilização curricular e à maior inserção do discente em atividades formativas extraclasse foram debatidas, encaminhadas pelo Fórum e implementadas pelo CEPE. Neste sentido foram criadas as disciplinas de Livre Escolha, as Atividades Acadêmicas de diferentes naturezas (estágios, monografias, pesquisa e práticas pedagógicas nas Licenciaturas, tutoria em prática de ensino, trabalhos de final de graduação) bem como as Atividades Complementares. O desenvolvimento de temas transversais nas Licenciaturas é uma realidade na forma de atividades extracurriculares no âmbito do Programa PRODOCÊNCIA. Os cursos vêm sendo estimulados a formularem Projetos PET o que resultou na implantação do PET-Física em 2006 e PET-História em 2007. 6. A infra-estrutura do Decanato de Ensino de Graduação foi modernizada com uma reforma física e com a informatização integral do seu funcionamento. Em 2006 foi implantada a pré-matrícula on line, criado o quiosque do aluno e do professor, que representam interfaces on line amigáveis para uso didático-pedagógico. Estamos 23 implantando a Ouvidoria on line da Graduação e um setor de pesquisa e apoio pedagógico ao discente e ao docente, em fase inicial de organização. 7. Com o objetivo de cumprir as diretrizes curriculares nacionais e às exigências da avaliação externa, alguns cursos sofreram mudanças nos últimos anos, porém, em sua maioria, as matrizes curriculares existentes são fortemente calcadas em disciplinas obrigatórias, com grande carga horária em aulas teóricas tradicionais, cadeias de prérequisito e em disciplinas oferecidas em período integral o que significa que o aluno tem seus horários condicionados à oferta dos departamentos. Resulta desse quadro uma maior retenção do aluno na sala de aula, dificultando sua trajetória de autonomia e formação extracurricular e cultural. 8. Outro aspecto preocupante nos cursos de graduação é a reprovação, muitas vezes maciça em algumas disciplinas. Verifica-se uma alta incidência de reprovações nos primeiros períodos letivos. Disciplinas-chave do ciclo básico, importantes para consolidar a formação científica e cultural dos graduandos passam a ser vistas como obstáculos a serem vencidos e não como oportunidades de aprendizado. Uma das conseqüências do insucesso é a desmotivação, desencanto, ansiedade e baixa auto-estima, com repercussões negativas sobre a formação cidadã e o desempenho geral no decorrer da graduação. Tal situação colide com a tarefa fundamental dos educadores que é, segundo Paulo Freire1, a de contribuir para a autonomia, liberdade e desenvolvimento daqueles que são educados. Por outro lado, há um desafio permanente, em todos os níveis de ensino, que é a busca do desenvolvimento da capacidade inata de aprendizado de todo ser humano. Dentre as inúmeras razões para o insucesso dos estudantes destaca-se, como referimos, as deficiências trazidas da educação básica, o não reconhecimento da existência destas lacunas pela instituição e docentes, a postura dos estudantes frente às dificuldades e a deficiências na metodologia de estudo e pesquisa adotada pelos alunos, dentre outras razões. Em estudo recente, constatamos que 1093 estudantes de graduação apresentam índice de aproveitamento acumulado (IAA) igual ou inferior a um, ou seja, um desempenho geral altamente insuficiente que encaminha para a evasão voluntária ou desligamento do curso 9. O Ensino de Graduação da UFRRJ vem sendo desafiado a se repensar por um turbilhão de demandas da sociedade, das políticas de Estado, do Governo Federal e do compromisso que temos com “a formação de profissionais-cidadãos com autonomia para o aprendizado contínuo, socialmente referenciado para o mundo do trabalho, e capazes de atuar na construção da justiça social e da democracia”1. O Brasil precisa de profissionais socialmente responsáveis, capazes de atuar propositivamente e construtivamente num contexto social complexo e dinâmico do mundo contemporâneo, marcado pela vertiginosa geração de novos conhecimentos, tecnologias e pela alta velocidade de circulação de informações2. Nossos egressos precisam ter formação social e humana para atuar numa realidade desigual, injusta, marcada por conflitos, e muitas vezes violência; precisam ter conhecimento e consciência sobre as questões ambientais que comprometem o futuro da humanidade. “A graduação deve deixar de ser apenas o espaço da transmissão e da aquisição de informações para transformar-se no lócus da construção/produção do conhecimento, em que o aluno atue como sujeito da aprendizagem”2. Além destes enfoques de caráter formativo, os Cursos de Graduação da UFRRJ também precisam se repensar. 24 Metas a serem alcançadas com cronograma de execução 1. Reestruturação de todos os Projetos Pedagógicos de Cursos de Graduação, processo em que os respectivos PPCs serão adequados aos Parâmetros Curriculares Nacionais. 2. Elaboração dos Projetos Pedagógicos dos Cursos a serem criados, igualmente adequados aos Parâmetros Curriculares Nacionais e a uma nova filosofia formativa. 3. Implementação de Ciclo Básico Comum envolvendo todos os Cursos da Área de Engenharia. 4. Implementação de Ciclo Básico Comum envolvendo todos os Cursos das Áreas de Filosofia, História, Ciências Sociais, Letras, Geografia e Relações Internacionais. 5. Flexibilização das Grades Curriculares visando oportunizar ao educando mais oferta de disciplinas optativas e de livre escolha. 6. Avaliar o perfil do egresso de hoje e do futuro. 7. Ampliar as possibilidades de mobilidade entre os cursos da universidade. 8. Ampliar a reflexão e a formação na área de humanidades nos cursos tecnológicos e de caráter científico. 9. Reorganizar a sua matriz curricular de modo a abrir espaço para que o discente possa alocar mais tempo em trabalhos de pesquisa e projetos associados à própria formação curricular, para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão junto ao corpo docente, para desenvolver vivências em estágios de diferentes naturezas, participar da vida institucional e para a sua formação cultural, artística e humanística. CRONOGRAMA METAS 2008 Reestruturação dos X Projetos de Cursos de Graduação. Criação dos novos X Projetos Pedagógicos de Curso. Ciclo Básico Comum nas Engenharias. Ciclo Básico Comum nas Ciências Humanas 2009 2010 X X X X X X 2011 X 2012 25 e Sociais. Flexibilização das X Grades Curriculares. X X Estratégias para alcançar a meta 1. Reestruturação e atualização dos Projetos Pedagógicos de Cursos, com Coordenadores de Curso de Graduação e Pós-Graduação, Diretores de Instituto, representantes dos Departamentos, representantes estudantis e técnico-administrativos vinculados aos cursos. 2. Adequação de todos os PPCs aos Parâmetros Curriculares Nacionais. 3. Implantação do Fórum de Auto-Avaliação Institucional, com a finalidade de elaboração de políticas e ações institucionais. 4. Criação de Workshop no âmbito dos cursos para discutir e implementar o PPC de modo coletivo, estabelecendo um calendário para diagnóstico, levantamentos, debates e consolidação dos PPCs para os cursos existentes. 5. Criação de Ciclo Básico na área de Humanidades, a partir de 2009. 6. Aperfeiçoamento dos canais de diálogo entre a pós-graduação e a graduação. 7. O calendário de implantação de cursos novos entre 2009 e 2011, com o planejamento de suas demandas de infra-estrutura acadêmica, corpo docente e técnico-administrativo, assistência estudantil, pesquisa e extensão deverá ser aprovado junto com o PPC e matriz curricular Dezembro de 2008. III. Renovação Pedagógica da Educação Superior : Articulação da educação superior com a educação básica, profissional e tecnológica. O Projeto de Expansão e Reestruturação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro propõe como forma de unificar todas as dimensões do sistema educacional, articulando a educação básica, profissional e tecnológica à criação de um Colégio de Aplicação a partir da federalização do Centro de Apoio Integral a Criança – CAIC, e ampliação do Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR). Esta medida permitirá a completa articulação entre estes níveis educacionais, criando um espaço importante para as ações das Licenciaturas e total integração da formação tecnológica de nível média com a educação superior. IV. Mobilidade Intra e Inter-Institucional 26 IV.1 Promoção da ampla da mobilidade estudantil mediante o aproveitamento de créditos e a circulação de estudantes entre cursos e programas, e entre instituições de educação superior Diagnóstico da situação atual Desde a sua criação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro recebe estudantes oriundos de diferentes regiões do país. A UFRRJ tradicionalmente realiza concursos Vestibulares em vários Estados brasileiros. Na atualidade, cerca de 15% do corpo discente é oriundo de outros Estados da Federação com contingente mais expressivo de outros Estados do Sudeste. Pode-se também destacar a presença de estudantes originários de outros países conveniados ao Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), com grande presença de estudantes africanos. A mobilidade estudantil interna tem ocorrido por meio de editais de transferência interna, obedecendo a normas específicas estabelecidas pelo CEPE. As disciplinas de Livre Escolha foram implantadas a partir de 2005 permitindo ao estudante cursar disciplinas extra-curriculares de qualquer área do conhecimento na UFRRJ. A UFRRJ tem recebido e enviado estudantes de graduação no âmbito do Convênio Mobilidade Estudantil da ANDIFES. Um fator limitante ao aumento do número de estudantes em mobilidade é a inexistência de apoio financeiro, sendo o custeio destes estudantes arcado pela família. Outro tipo de mobilidade, ainda restrita, é dada pela complementação da formação por meio de disciplinas específicas cursadas em outras IFES do Rio de Janeiro. A instituição também recebe alunos de outras IES por meio de editais de transferência externa como forma de ocupação de vagas ociosas. A UFRRJ mantém convênio para intercâmbio de estudantes de graduação, pós-graduação e docentes com Universidades da Alemanha, Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Metas a serem alcançadas com cronograma de execução a) Reestruturação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos colocando em destaque o aumento da flexibilidade curricular, viabilidade de um ciclo básico e mobilidade estudantil - 2008. b) Implementação de debates acadêmicos sobre a articulação entre disciplinas e áreas do conhecimento de modo a rever seus conteúdos e interdependências - 2008 no processo de auto-avaliação institucional. c) Revisar e flexibilizar as deliberações que normatizam as transferências e mobilidade internas - 2008/2009. d) Estruturar um setor para estudo, estímulo e proposição de convênios de cooperação técnico-científico-cultural com Instituições de Ensino e Pesquisa nacionais e estrangeiras - 2008/2009. e) Propor a realização de um Seminário entre as IES Públicas do Estado do Rio de Janeiro para debater e estabelecer as bases para a ampliação da mobilidade estudantil inter-institucional – 2008/2009. 27 Estratégias para alcançar a meta Ampliação da mobilidade interna: A) aumento da oferta e da diversidade de disciplinas optativas nas matrizes curriculares; B) realizar estudos sobre a pertinência dos pré-requisitos das disciplinas C) criação de ciclos básicos comuns dentro de áreas do conhecimento; D) revisão e flexibilização dos atuais critérios e modalidades de transferência interna; E) flexibilização dos currículos através da criação de eixos temáticos contemplando diferentes áreas da formação específica segundo o interesse e vocação do estudante. Ampliação da mobilidade interinstitucional Criação de um setor na universidade destinado a estudar, propor e encaminhar A) convênios de cooperação técnico-científico-cultural com Instituições de Ensino e Pesquisa nacionais e estrangeiras. B) Proposição de Convênio entre as Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro para intensificar e ampliar o intercâmbio de estudantes de graduação com possibilidades de complementação curricular. C) Propor ao MEC a destinação de recursos adicionais para o custeio e deslocamento do estudante de mobilidade. V. Compromisso Social da Instituição V.1 Políticas de inclusão Diagnóstico da situação atual A UFRRJ está situada na Baixada Fluminense e por meio de seus projetos de pesquisa e extensão, vem crescentemente assumindo um papel relevante na inclusão social, no desenvolvimento regional e no resgate cultural e histórico de sua população. Inúmeros programas e projetos têm buscado uma interface com instituições públicas, organizações da sociedade civil, empresas públicas e privadas e com estabelecimentos de ensino da Educação Básica, objetivando estabelecer um diálogo profícuo, capaz de viabilizar ações que garantam tanto a disseminação do conhecimento e a melhoria da qualidade de vida, quanto a atualização dos currículos dos cursos de graduação. No início do século XXI, entre as muitas concepções existentes sobre universidade, é preciso destacar que a instituição social universitária articula o ensino, a pesquisa e a extensão nos níveis mais elevados da política educacional de um país. O compromisso com a humanidade, com a construção de um conhecimento que inova e que possa trazer soluções para os problemas sociais, só pode ser cultivado em um ambiente de investigação e pesquisa. O documento editado pela UNESCO em 1998, com a Declaração Mundial sobre a Educação Superior no século XXI, considerou como missão da educação superior educar, formar e realizar pesquisas; e como funções a ética, a autonomia, a responsabilidade e a função preventiva. O desenvolvimento do espírito investigativo é de fundamental importância na busca permanente de uma educação de 28 qualidade. Por meio do incentivo à pesquisa e às práticas inovadoras cotidianas, os docentes da UFRRJ procuram motivar o corpo discente a produzir e a buscar o saber, a desenvolver uma visão crítica das principais questões de sua área. Neste sentido, a UFRRJ se compromete com a formação de profissionais comprometidos com os avanços, capazes de identificar as principais questões de seu campo de atuação e de buscar soluções que contribuam para o crescimento científico, que possibilitarão as transformações e os progressos necessários. Assumindo que o compromisso social implica na luta pela diminuição das desigualdades, pela extensão do acesso ao ensino, em todos os níveis, pelas melhorias das condições de ensino, a Universidade não tem se isolado da sociedade. O primeiro e talvez o maior compromisso social daqueles que atuam na Universidade é trabalhar no sentido de que seus esforços reflitam a luta pela justiça social almejada para a sociedade como um todo. O Brasil apresenta os maiores índices de desigualdade social da América Latina e, portanto, cresce cada vez mais a compreensão de que a Universidade pode e deve dar a sua contribuição para a inclusão social e redução das desigualdades; pode ter uma atuação mais fraterna diante de uma realidade social desigual que exclui talentos por absoluta falta de oportunidades e perspectivas. É através da adoção de políticas afirmativas, a partir de discussões que nascerão os rumos de muitas questões que hoje se colocam quase sem solução. Segundo Roland (2003) as profundas desigualdades raciais existentes no Brasil se expressam nos inaceitáveis números da desigualdade no acesso à Universidade. Políticas de inclusão não buscam apenas angariar novos alunos para a Universidade e consequentemente aumentar as taxas de ocupação dos cursos de graduação. A inclusão, também deve ser entendida, como uma forma de “incluir” pessoas no conhecimento gerado na instituição. Neste sentido, vários programas de extensão desenvolvidos atualmente pela UFRRJ, proporcionam não só a “saída” do conhecimento, mas também trazem a população para o aprendizado de novas técnicas e aplicações práticas do “saber universitário”. A inclusão social conduz invariavelmente à introdução de novas demandas sociais na Universidade, que acabarão resultando em novos olhares sobre as instâncias sociais e políticas da sociedade. A inclusão implica também na democratização social da Universidade devido, entre outros aspectos, à presença dos excluídos, suas demandas e análise de suas necessidades, permitindo assim o reconhecimento social e institucional das competências dos excluídos sociais, gerando uma Universidade socialmente mais justa e democrática. Na UFRRJ, dentre as atividades ligadas essencialmente à Inclusão, pode-se destacar o curso Pré-vestibular comunitário mantido pelo Decanato de Extensão. Atualmente, o projeto atende a 475 alunos da rede pública, através de aulas semanais em horário noturno, ministradas por aproximadamente 30 alunos de diversos cursos de graduação que recebem uma bolsa de auxílio. O objetivo do programa é proporcionar aos participantes o preparo necessário para os processos seletivos para ingresso no ensino superior, não somente através do vestibular da UFRRJ, com o também em outros estabelecimentos de ensino, que apresentem o curso de seu interesse. Outra iniciativa a ser citada como parte da política de inclusão da UFRRJ é o projeto “Caminhar”, de educação de jovens e adultos, destinado aos servidores técnico-administrativos. O “Caminhar” visa qualificar o servidor que freqüenta diariamente o Campus, mas que, de certa forma, está excluído do processo de agregação de conhecimento. No ano de 2006, existiam 190 servidores com 1º grau incompleto, 137 com apenas o 1º grau, 459 com 2º grau e 298 com nível superior. Metas a serem alcançadas com cronograma de execução As políticas de inclusão da UFRRJ deverão ser incrementadas, valorizadas e diversificadas através de modalidades e procedimentos facilitadores para o ingresso dos excluídos sociais na Universidade. Neste sentido, será fundamental agregar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ao processo atual de vestibular, reservando um percentual de vagas para grupos socialmente excluídos, que possuem grande dificuldade em enfrentar o “funil” do vestibular atual. 29 São eles oriundos da população de baixa renda, os estudantes do ensino público, os negros, os indígenas. Devem ser adotadas estratégias de ingresso e apoio ao ensino semelhante às existentes para os estudantes estrangeiros. A inclusão social via universidade pressupõe reconhecimento de competências do excluído, sistema de ensino diferenciado, pedagogia apropriada e demais soluções correlatas. Todos esses mecanismos permitem construir, na melhor das hipóteses, um sistema de ensino compatível com as demandas sociais e educacionais do excluído. Como metas concretas para a ampliação da inclusão social na UFRRJ, podem ser listadas as medidas abaixo: 1. Ampliação do curso Pré-Vestibular comunitário proporcionalmente ao aumento no número de vagas ao longo dos próximos cinco anos. Deverão ser criadas XXX vagas em 2008, com incremento de XXX % ao ano até 2012; 2. Ampliação do Projeto: Caminhar, “Educação de Jovens e Adultos para Servidores TécnicoAdministrativos da Universidade”, visando sensibilizar os Servidores para a crescente necessidade de qualificação. Deverão ser criadas XXX vagas em 2008, com incremento de XXX % ao ano até 2012; 3. Ampliar significativamente, conforme listado nos itens a seguir (programas de assistência estudantil) as condições de amparo e apoio, para a permanência no Campus, do estudante da UFRRJ; 4. Estreitar o contato com a rede pública de ensino da região do entorno da UFRRJ, através de “feiras de profissões”, organização de “semanas de ciências”, palestras, cursos e mini-cursos, dia da universidade aberta, organização de jogos esportivos escolares nas dependências da universidade com a participação de docentes e alunos da UFRRJ na organização. Tais atividades deverão ser discutidas pela comunidade universitária e Decanato de Extensão, sendo implantadas no segundo semestre de 2008; 5. Ampliar o conhecimento dos estudantes em término do ensino médio sobre os cursos de graduação existentes na UFRRJ através da divulgação via folders, manuais e visitas à universidade. Criar, em 2008, materiais informativos de cada curso e/ou Instituto da UFRRJ como parte de uma estratégia de estímulo ao ingresso de estudantes na Universidade Rural; 6. Iniciar em 2008 a discussão sobre a política de cotas no vestibular e na UFRRJ. Implantar o sistema de cotas a partir de 2009. Avaliar este processo ainda em 2009 para aprimorá-lo e concretizado no prazo de implantação do PLANO DE EXPANSÃO E REESTRUTURAÇÃO DA UFRRJ; 7. Em 2008 iniciar a discussão interna propondo a incorporação do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, ao vestibular da UFRRJ. Incorporar o ENEM ao vestibular até o ano de 2010. Estratégias para alcançar a meta Para que as metas propostas possam ser alcançadas deverão ser desenvolvidas estratégias específicas para cada uma delas: 1. Ampliação do curso Pré-vestibular comunitário: para a ampliação das vagas oferecidas, proporcionalmente, o número de estudantes bolsistas da graduação, que participam como professores do pré-vestibular, também deverá aumentar. Da mesma forma, deverão ser criadas bolsas para os estudantes da pós-graduação, que poderão também ministrar aulas no curso, em seus horários vagos, em horário noturno, sem prejuízo para seus projetos de pesquisa. Deverá ser construído um pavilhão específico para o curso Pré-Vestibular, com salas adequadas e infra-estrutura multimídia; a localização deverá ser estratégica, com fácil acesso por parte dos alunos. Esta infra-estrutura deverá promover o estímulo ao acesso à Universidade e ao ensino superior; 2. Ampliação do Projeto: Caminhar, “Educação de Jovens e Adultos para Servidores Técnico-Administrativos”: com caráter social importante, e dentro da ótica da inclusão no 30 3. 4. 5. 6. 7. conhecimento, o Projeto Caminhar deverá ser reestruturado com a oportunidade dos recursos advindos do Plano de Expansão e Reestruturação da UFRRJ. Deverá ser estruturada uma sala para o desenvolvimento do projeto, também dotada do suporte de materiais e equipamentos necessários. Deverão ser destinados recursos para o pagamento de bolsas-trabalho ou bolsas-monitoria, para estudantes da graduação ou pós-graduação envolvidos no ensino dos servidores; Ampliar os programas de assistência estudantil: conforme será tratado nos itens seguintes, as estratégias de aumentar a inclusão social na UFRRJ deverão tratar, obrigatoriamente, a ampliação das condições de assistência ao estudante. Estas práticas envolvem resumidamente: o aumento de bolsas de custeio de todos os tipos (alimentação, trabalho, cultural, emergencial, monitorias, e outras); a melhoria das condições e do número de vagas nos alojamentos e no restaurante universitário; a melhoria das condições de assistência médica e odontológica; e a melhoria das condições de transporte dentro do Campus e em seu entorno; Contato com a rede pública de ensino: para o incremento da participação e visibilidade da UFRRJ dentro das instituições de ensino público localizadas no entorno do Campus, deverão ser programadas e estabelecidas atividades do tipo: feira de profissões; semana de ciências; palestras ilustrativas; cursos e mini-cursos; dia da universidade aberta; jogos esportivos que utilizem a infra-estrutura para esportes da UFRRJ; atividades culturais para os alunos da rede pública; estímulo e apoio a iniciativas como o projeto “Jovens Talentos”, financiado pelo CNPq (bolsas para alunos do ensino médio que desenvolvem atividades junto a projetos de docentes da UFRRJ); Divulgação dos cursos de graduação: através do Decanato de Ensino de Graduação,dos Institutos e Coordenações de Cursos deverão ser elaborados materiais de divulgação e esclarecimentos sobre as profissões (tipo folders ou manual dos candidatos/estudantes), para distribuição junto as escolas da região. Também deverão ser estruturadas visitas orientadas em cada Instituto preferencialmente para os alunos da rede pública da Baixada Fluminense; Ações afirmativas: discutir de forma ampla e democrática, ao longo do primeiro ano de implantação do Plano de Reestruturação e Expansão, a política de ações afirmativas, dentre estas a política de cotas no vestibular. Incorporação do ENEM ao vestibular: ao longo do ano de 2008 uma comissão especial deverá discutir a incorporação dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio ENEM ao concurso de vestibular para ingresso aos cursos da UFRRJ. Seguindo a tendência de várias Universidades que já utilizam essa importante ferramenta para o preenchimento de suas vagas, a UFRRJ deverá, ao longo da implantação do Plano de Expansão e Reestruturação, estabelecer a sistemática de contabilização das notas no ENEM, dos alunos que pretendem ingressar em algum de seus cursos. V. 2 - Programas de assistência estudantil Diagnóstico da situação atual As políticas de assistência ao estudante têm como finalidade garantir a igualdade de oportunidades aos estudantes das IES públicas na perspectiva do direito social; proporcionar condições básicas para sua permanência na instituição; assegurar os meios necessários ao pleno desempenho acadêmico; contribuir na melhoria do sistema universitário, prevenindo e erradicando a retenção e a evasão escolar, quando decorrentes 31 de dificuldades sócio-econômicas (Gatti & Sangoi, 2000). A evolução promovida ao longo desses 30 anos levou a UFRRJ de uma instituição de pequeno porte (cerca de 2 mil alunos no final dos anos de 1970), para uma Universidade de médio porte, com os atuais 8.000 alunos de graduação (em 30 cursos), 1.000 alunos de pós-graduação (em 15 cursos de Mestrado e Doutorado), 440 estudantes do Ensino Médio regular e Ensino Técnico, oferecido pelo Colégio Técnico (CTUR), 140 crianças na Educação Infantil e 380 no Ensino Fundamental, em seu Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC Paulo Dacorso Filho). Quanto à assistência ao aluno da graduação, a UFRRJ possui um Decanato (DAE - Decanato Assuntos Estudantis) específico para a coordenação dos alojamentos, refeições, apoio psicológico e social e demais atividades de suporte a manutenção do aluno dentro do Campus e atendimento de suas necessidades. Quanto à moradia existem 5 alojamentos femininos, que agregam 115 quartos e 6 alojamentos masculinos, com 222 quartos. O total de 337 quartos representa uma quantidade de 1.869 vagas, das quais 1.419 estão ocupadas e 450 ociosas. O restaurante universitário funciona de segunda a sexta-feira oferecendo café da manhã, almoço e jantar e aos sábados e domingos somente com café da manhã e almoço. Existem atualmente quatro modalidades de bolsa: carência/permanência (495), cultural (38), emergencial (8) e atividade no RU (103), totalizando 644 bolsas. A assistência social/psicológica aos discentes está em fase de concretização, contando com a participação de voluntários e bolsistas. A assistência médico/odontológica funciona no atendimento geral, casos que demandam maiores cuidados são encaminhados para assistência médica da região (na maior parte dos casos pública).Quanto à assistência cultural, o Decanato de Extensão tem amparado e apoiado grupos organizados de iniciativas culturais, embora as bolsas para este fim sejam poucas. Na modalidade cultural existem atualmente 38 bolsas de alimentação para alunos vinculados a grupos de atividades culturais como mencionado acima. Quanto a atividades esportivas, o Campus de Seropédica oferece uma boa infra-estrutura, que conta com piscinas, plataforma de salto, ginásio de esportes, quadras poli-esportivas, quadras de tênis, campo de futebol e pista de atletismo. Todas estas, porém necessitam de reparos emergências que deverão ser inseridos dentro do Plano de Expansão e Reestruturação da UFRRJ. Não existem bolsas para atletas universitários ou amparo de recursos para times organizados em qualquer esporte. (confirmar esta informação) A qualidade de vida no campus universitário tem sido uma constante preocupação, no sentido de oferecer melhores condições de permanência, um número significativo de projetos voltados ao bem estar individual e coletivo, estão sendo realizados. Entre eles podem ser destacados: a instalação de um Setor de Atenção Especial ao Estudante, ligado ao Decanato de Assuntos Estudantis, com o oferecimento de apoio psicológico e terapias alternativas; a realização de melhorias nas instalações dos alojamentos, femininos e masculinos e do restaurante universitário, o apoio à realização de eventos artístico-culturais, o término da obra para a construção de um novo prédio para a biblioteca, que através do aumento e informatização de seu acervo possibilitará maior comodidade e acesso aos discentes; aumento do número de bolsas, nas suas diferentes modalidades, para os alunos de graduação. Esses aspectos são de alta relevância e que possibilitarão um melhor desempenho durante a realização dos cursos. Na UFRRJ, dentre as atividades ligadas essencialmente à Inclusão, pode-se destacar o curso Pré-vestibular comunitário mantido pelo Decanato de Extensão. 32 Atualmente, o projeto atende a 475 alunos da rede pública, através de aulas semanais em horário noturno, ministradas por aproximadamente 30 alunos de cursos de graduação que recebem uma bolsa de auxílio. O objetivo do programa é proporcionar aos participantes o preparo necessário para os processos seletivos para ingresso no ensino superior, não somente através do vestibular da UFRRJ, como também em outros estabelecimentos de ensino, que apresentem o curso de seu interesse. Outra iniciativa a ser citada como parte da política de inclusão da UFRRJ é o projeto “Caminhar”, de educação de jovens e adultos, destinado aos servidores técnico-administrativos. O “Caminhar” visa qualificar o servidor que freqüenta diariamente o Campus, mas que, de certa forma, está excluído do processo de agregação de conhecimento. No ano de 2006, existiam 190 servidores com 1º grau incompleto, 137 com apenas o 1º grau, 459 com 2º grau e 298 com nível superior. Metas a serem alcançadas com cronograma de execução Os números mostram que a assistência estudantil oferecida pela UFRRJ hoje representa uma estrutura enorme, principalmente no que se refere a moradia estudantil e alimentação. O Campus de Seropédica encontra-se certamente entre os primeiros colocados, entre todas as IFES, quanto ao amparo ao estudante carente, oferecendo alojamento e restaurante, dentre outros benefícios. Porém, se perguntarmos se esta estrutura atual é suficiente, a resposta certamente será negativa, pois as particularidades da UFRRJ são muitas, a começar pela localização na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, uma região pobre, com problemas graves de condições de moradia e com infra-estrutura precária em diversos aspectos. Nesta situação particular, a falta de uma boa assistência ao estudante está intimamente ligada às taxas de abandono dos cursos (evasão), à redução dos índices de conclusão dos cursos e a uma série de outros indicadores importantes para a Universidade. Frente a isto, foram estipuladas as metas abaixo, a serem alcançadas ao longo dos próximos anos no decorrer do Programa de Reestruturação: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Recuperação anual e ampliação dos prédios utilizados como residência estudantil, a partir de 2008; Oferta gratuita de residência estudantil a, pelo menos, 20% do corpo discente regularmente matriculado no campus sede, acompanhando proporcionalmente o aumento de oferta de vagas proposto nos cinco anos de implantação do Plano de Expansão e Reestruturação da UFRRJ; Reativação das portarias dos prédios da residência estudantil, como forma de controlar o acesso, melhorar a manutenção, higiene e segurança, até 2011; Criação e ampliação do espaço físico e melhorias no atendimento do Setor de Atenção Especial ao Estudante, até 2008; Construção de um prédio para sediar o Centro de Convivência da UFRRJ, destinado aos eventos artístico-culturais de lazer da Comunidade Acadêmica, até 2011; Reforma geral da infra-estrutura do restaurante universitário, até 2008 (incluindo os setores de pré-preparo, objetivando a diminuição do nível de ruídos no ambiente de trabalho e melhoria da higiene, da copa, e substituição por gás da fonte de energia das caldeiras de lenha), e realização de obras de ampliação, até 2011; Aumento de 100% no número de bolsas de alimentação, até 2008, com relação aos alunos matriculados em 2007, e ampliação proporcional destas bolsas com a ampliação do número de vagas oferecidas pelos cursos da UFRRJ; Aumento de 100% no número de bolsas de monitoria, PIBIC e PROIC (recursos do CNPq) e incentivo à concretização dos grupos PET; 33 9. Reforma geral e ampliação do ambulatório médico e das dependências do serviço odontológico, incluindo equipamentos; Contratação de médicos e odontologistas, até 2010; Reforma geral das dependências de práticas esportivas, até 2009. 10. 11. Estratégias para alcançar a meta Para que as metas possam ser alcançadas foram estabelecidas as seguintes estratégias: Metas 1, 2 e 3: • • • • • • Remodelagem paisagística dos arredores dos alojamentos, com a implantação de jardins, canteiros, passarelas e bancos. Ampliação do número de plantas de espécies frutíferas no bosque próximo aos prédios de alojamentos; Recuperação e ampliação da infra-estrutura do setor de Manutenção dos Alojamentos;− Recuperação anual dos espaços de convívio e lazer da residência estudantil, como forma de se dispor de um espaço em condições para a realização de eventos de interesse dos estudantes e dos servidores do DAE; Recuperação do sistema interno de segurança contra incêndio, com a instalação de hidrantes, ao lado de cada prédio da residência estudantil, e reinstalando mangueiras d’água, machados e extintores nas caixas distribuídas nos corredores dos prédios; Instalação de filtros com capacidade de até 3.750 litros/hora, na entrada das caixas d’água de todos os prédios da residência estudantil, até 2.011; Construção de abrigos para bicicletas junto a cada um dos prédios da residência estudantil (100 vagas por bicicletário); Reativação das portarias dos prédios da residência estudantil, como forma de controlar o acesso, melhorar a manutenção, higiene e segurança, até 2011. Metas 4 e 5: • • • Instalação de pontos de Internet e aquisição de computadores para uso na Sala de Estudos, até 2008; Criação e ampliação do espaço físico e melhorias no atendimento do Setor de Atenção Especial ao Estudante, até 2008; Construção de um prédio para sediar o Centro de Convivência da UFRRJ, destinado aos eventos artístico-culturais de lazer da Comunidade Acadêmica, até 2011. Meta 6: • • Reforma geral da infra-estrutura do restaurante universitário, até 2008 (incluindo os setores de pré-preparo, objetivando a diminuição do nível de ruídos no ambiente de trabalho e melhoria da higiene, da copa, e substituição por gás da fonte de energia das caldeiras de lenha), e realização de obras de ampliação, até 2011. Informatização do sistema de catracas giratórias, utilizando cartões magnéticos para o controle de entrada dos estudantes que freqüentam o Restaurante Universitário, até 2008. Meta 7: • Ampliação do fornecimento de bolsas de alimentação através do aumento de recursos para este fim e reforma ampliação do restaurante universitário. 34 Meta 8: • Ampliação do fornecimento de bolsas de monitoria, bolsas de incentivos a cultura (culturais), PIBIC e PROIC (recursos do CNPq) e incentivo à concretização dos grupos PET, através do fortalecimento e aumento de recursos repassados ao Decanato de Pesquisa e Pós-graduação. Meta 9 e 10: • Ampliação da capacidade de atendimento do ambulatório médico e do serviço odontológico através da reforma e reestruturação das dependências além da aquisição de novos equipamentos e contratação de pessoal. Abertura de concurso para contratação de dois médicos e dois odontologistas. (confirmar/discutir estes dados) Meta 11: • Realização da reforma geral das dependências destinadas à prática esportiva. E.3 Políticas de extensão universitária Diagnóstico da situação atual A extensão universitária ganhou importância no meio acadêmico brasileiro, especialmente a partir da década de 80, no contexto da discussão do compromisso social da universidade publica. Para a delimitação de uma política de extensão universitária compromissada com a realidade social é necessária uma reflexão acerca das práticas do ensino, pesquisa e extensão orientada pela indissociabilidade entre essas atividades acadêmicas. O que se constitui na afirmação de um paradigma de universidade que deve produzir conhecimentos e, efetivamente torná-los acessíveis aos mais variados segmentos da sociedade. Nesta perspectiva cabe, prioritariamente, à extensão, buscar alternativas que possibilitem o diálogo entre o saber popular e o saber acadêmico. Esse diálogo é um requisito fundamental para materializar parcerias com segmentos da sociedade que por fatores políticos, econômicos e éticos não podem ser ignorados pela universidade. Neste sentido, a extensão universitária tem como referência as reflexões sobre a relação entre a UFRRJ e seu entorno, articulada às dimensões do conhecimento histórico, científico e cultural produzido pela humanidade, exigindo o real envolvimento de todos os setores da universidade. Nesta perspectiva, a Universidade deverá estar aberta à comunidade e a concretização da relação de parceria e de convivência com a sociedade deverá consistir-se em um processo dinâmico e dialético, consubstanciado pelo compromisso político e técnico assumido na prática e pela prática de docentes, discentes e comunidade dentro de uma pluralidade cultural e política. Neste sentido, a extensão universitária é multidimensionada, podendo ser compreendida enquanto estratégia para promover a articulação das diferentes áreas de conhecimento com os diversos segmentos da sociedade, levando em consideração a realidade social, numa perspectiva transformadora. Por outro lado, poderá ser assumida como fonte de ensino, proporcionando aos docentes e discentes um contato direto com a realidade social. Poderá ser entendida enquanto serviços que a Universidade presta à sociedade, gerando alternativas de ação que atendam às reais expectativas e problemáticas da população e, ainda, ser considerada um espaço fértil para o 35 exercício e conquista da emancipação crítica tanto da comunidade acadêmica quanto da sociedade. As atividades de extensão incluíam tradicionalmente o oferecimento de cursos de capacitação, assessorias técnicas e serviços, o que vem se modificando nas últimas décadas com a busca de maior interação com a comunidade circunvizinha, através da realização de programas e projetos voltados para a melhoria das condições de vida, da produção e da cidadania. Tem havido uma preocupação bastante efetiva com a própria qualidade de vida no campus, com a promoção de atividades artístico-culturais e desportivas que, naturalmente, são estendidas à população circunvizinha. Cada vez mais, são procuradas parcerias com instituições públicas municipais, estaduais e federais, com organizações da sociedade civil e empresas públicas e privadas, preocupadas em fazer a ponte entre o saber acadêmico e a sociedade, num processo de constante realimentação, o que pode permitir uma maior oxigenação dos currículos acadêmicos e da própria prática pedagógica da instituição. Atualmente, existe uma série de programas e projetos de extensão em andamento, coordenados pela UFRRJ, além daqueles com caráter de inclusão social podem ser destacados: programa Conexão de Saberes; programa de Bolsas institucionais de extensão; programa de acompanhamento dos Grupos Organizados da UFRRJ (32 grupos folclóricos, artístico-culturais, religiosos e de integração pesquisa-extensão); projeto Solo, Saúde, Alimento e Vida, realizado junto a escolas públicas do município de Itaguaí e apoiado pelo PROEXT/SESu/MEC; projeto de apicultura com abelhas sem ferrão, desenvolvido na região da Costa Verde; projeto de Escolinhas de Educação Física e de Caminhadas orientadas; projeto Semeando o Verde, com reflorestamento de áreas degradadas, desenvolvido em diferentes locais do Estado; o Cinema na Praça, em parceria com a Prefeitura Municipal de Seropédica e a Usina Termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho; projeto Magnética, voltado para adolescentes gestantes; projeto de controle de população de animais domésticos; programa Redes Interdisciplinares em Espaços Populares, realizado em Nova Iguaçu, apoiado pelo PROEXT/MEC/SESu; programa Olhares (com o projeto Reencantar a Educação); Programa Prodocência Rural (coordenado pelo Decanato de Graduação e apoiado pelo MEC/SESu); o projeto Sala Verde – Centro de Atenção Sócio-Ambiental, apoiado pelo MMA; o programa Tekoha-Guarani, em parceria com a UERJ, a UNI-RIO, a UFF e a FUNASA; projeto de Formação de Multiplicadores em Educação Ambiental; Formação de Agentes Sociais para a Gestão da Política de Saneamento Ambiental, apoiado pelo PROEXT/MEC/MCidades e a implantação do projeto Coletivo de Educadores da Baixada Fluminense, apoiado pelo MMA, que congregará os municípios de Japeri, Mesquita, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Paracambi e Seropédica, devendo receber adesões de Queimados e Nilópolis. Metas a serem alcançadas com cronograma de execução Como metas concretas voltadas para a política de extensão na UFRRJ, podem ser listadas as medidas abaixo: 1. Articular o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade, através do comprometimento da comunidade acadêmica com os interesses e necessidades da sociedade, estabelecendo um fluxo bidirecional entre o conhecimento acadêmico e o saber popular. Dessa forma, o conhecimento resultante será fruto do confronto com a realidade e da permanente interação entre teoria e prática; 2. Incentivar a prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política, formando profissionais-cidadãos, promovendo atividades de apoio e estímulo à organização, participação e desenvolvimento da sociedade, a partir de propostas oriundas de uma convivência aberta e horizontal com a comunidade; 36 3. Reformulação do conceito de "sala de aula", que deixa de ser o lugar privilegiado para o ato de aprender, adquirindo uma estrutura ágil e dinâmica, caracterizada pela interação recíproca de professores, alunos e sociedade, ocorrendo em qualquer espaço e momento, dentro e fora dos muros da universidade; 4. Incentivar a expressão da diversidade artístico-cultural; 5. Contribuir para o desenvolvimento sustentável social, econômico e ambiental; Estratégias para alcançar a meta Para que as metas propostas possam ser alcançadas foram estabelecidas as seguintes estratégias: 1. Consolidação do Conselho de Extensão, com o fim de discutir e promover a política de extensão da UFRRJ; 2. Implementação das “Atividades Acadêmicas”, que se constituem em um novo componente curricular que agrega um conjunto de atividades extraclasses visando a participação ativa dos discentes, em atividades de ensino, pesquisa e extensão (estágio supervisionado, monografias, trabalho de conclusão de curso, tutoria em prática de ensino, prática e pesquisa pedagógica, prática de ensino, atividades acadêmico-científicoculturais); 3. Implantação de oficinas de leitura, metodologia de estudo e pesquisa, línguas estrangeiras e disciplinas de recuperação, com a participação de tutores e docentes, para estudantes dos primeiros períodos dos cursos de graduação; 4. Racionalização dos horários dos cursos de graduação, buscando o funcionamento em turnos, de modo a abrir espaços para atividades extracurriculares e a garantir condições para aqueles profissionais que já incluídos no mercado de trabalho querem ingressar no ensino superior; 5. Consolidação do Programa de Bolsas Institucionais de Extensão: através de Edital específico com normas e critérios que nortearão o processo seletivo e acompanhamento de bolsistas, com a expectativa de ampliar o número de bolsas; 6. Modernização da gestão das informações sobre as ações de extensão: utilizando uma base de dados nacionais, articulada com o sistema SIEXBRASI, em fase de implantação; 7. Programa de apoio institucional para a realização de Semanas Acadêmicas: apoio financeiro aos discentes que participarem das comissões organizadoras, assim como também a Instituição buscará mecanismos para que estes alunos possam desenvolver suas ações junto às comissões organizadoras sem prejuízo para as disciplinas em curso; 8. Incentivo a projetos e disciplinas de graduação de caráter interdisciplinar: o intercâmbio de conhecimentos de áreas distintas levando a um maior aproveitamento e detalhamento de conteúdos programáticos, 9. Programa “Mídias na Educação”: através da utilização de ferramentas deste programa do MEC, possibilitar a capacitação de professores e estudantes. VI. Suporte da pós graduação ao desenvolvimento e aperfeiçoamento qualitativo dos cursos de graduação VI.1 Articulação da graduação com a pós-graduação: expansão quali-quantitativa da pós graduação orientada para a renovação pedagógica da educação superior. 37 Diagnóstico da situação atual Considerando-se que as atividades de ensino, pesquisa e extensão são indissociáveis, e que este fato faz a diferença entre uma Universidade de excelência, com destaque na geração de conhecimento e formação cidadã de profissionais qualificados, e uma instituição com grande número de alunos, a Câmara de Pesquisa e Pós-graduação da UFRRJ discutiu e entendeu a importância da contribuição da pós-graduação no projeto do PLANO DE EXPANSÃO E REESTRUTURAÇÃO DA UFRRJ. A qualidade da graduação é inseparável da qualidade da pesquisa, da pósgraduação e extensão, e estas, por sua vez, devem estar associadas à contribuição efetiva para o desenvolvimento cientifico e tecnológico resultando em um desenvolvimento social sustentável. Para que se tenha uma expansão não apenas na quantidade, mas, principalmente, de qualidade, os recursos envolvidos devem contribuir para a infra-estrutura de ensino (graduação e pós-graduação), para a pesquisa e a extensão e para o bem estar dos estudantes e funcionários da UFRRJ (docentes e técnico-administrativos). A UFRRJ teve seus primeiros cursos de pós-graduação implantados em 1965, em nível de Mestrado, em Medicina Veterinária - Parasitologia, Agronomia - Ciência do Solo e Química Orgânica, todos mais tarde passando a Programas com Mestrado e Doutorado. Outros foram criados ao longo dos anos, sendo os mais recentes os de Educação Agrícola, Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada e o de História. Hoje a UFRRJ têm 16 cursos de pós-graduação stricto sensu, nas áreas de Agrárias, Humanas, Exatas e da Terra (tabela 1), sendo 8 com Mestrado e Doutorado e 8 com Mestrado. Os cursos contavam no primeiro semestre de 2007, com 994 alunos regularmente matriculados, dos quais 662 são de mestrado e 332 de doutorado (tabela 1). A UFRRJ possui ainda cursos de especialização latu sensu, em andamento, na modalidade presencial e a distância. Destaca-se, ainda, o Instituto Multidisciplinar, unidade de expansão da UFRRJ no município de Nova Iguaçu, em pleno funcionamento desde 2006 e já com a aprovação de dois editais do CT-INFRA, específicos para as unidades de expansão das IFES, já está contribuindo com 50% do corpo docente permanente no curso de mestrado em Historia, credenciado pela CAPES em 2007, além da crescente qualificação, em nível de doutorado, de seus professores com futura inserção na pós-graduação. Em 2005, a UFRRJ recebeu o Prêmio de Iniciação Cientifica do CNPq na modalidade Instituição, devido destaque nacional da inserção dos alunos de graduação ex-bolsistas do Programa PIBIC/CNPq-UFRRJ na pós-graduação em todo o País. A integração entre a graduação e a pós-graduação tem ocorrido na UFRRJ através da orientação dos alunos de iniciação cientifica e da participação dos docentes na lecionação e orientação na pós-graduação. No entanto, esta forma não e suficiente e, visando tanto a melhoria do ensino de graduação como da formação didático-pedagógica dos alunos da pós-graduação, será importante aumentar a participação destes últimos no estagio a docência. Para essa maior interação será fundamental o aumento do número de bolsas de iniciação cientifica, mestrado e doutorado, bem como a criação de programas institucionais envolvendo cursos interdisciplinares com a participação dos alunos da 38 graduação e pós-graduação objetivando maior motivação para a pesquisa científica, tecnológica e humanística. Pretende-se garantir aos programas de pós-graduação já existentes na UFRRJ sua melhoria quali-quantitativa, bem como as condições de crescimento para novos cursos em média de 20%. Programas de Pós-graduação na UFRRJ Nível Conceito No alunos No alunos Total ME DO Agronomia-Ciência do Solo M/D 6 35 46 81 Biologia Animal M/D 4 45 29 74 Ciência e Tecnologia de Alimentos M/D 4 44 15 59 Ciências Ambientais e Florestais M/D 4 51 19 70 Ciências Veterinárias- Parasitologia e Sanidade M/D 5 46 78 124 Animal Ciências Sociais em Desenvolvimento, M/D 5 62 93 155 Agricultura e Sociedade Educação Agrícola M 3 96 96 Engenharia Química - Tecnologia Química M 3 18 18 Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada M 3 13 13 Fitotecnia M/D 5 20 23 43 Gestão e Estratégia em Negóciosa M 3 108 108 Historiab M 3 Medicina Veterinária-Patologia e Ciências M 3 30 Clinicas Microbiologia Veterinária M 3 26 26 Química Orgânica M/D 4 17 29 46 Zootecnia M 4 51 51 Total Geral 662 332 994 a Mestrado profissional; b Início em 2008. Programa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Metas a serem alcançadas com cronograma de execução Expansão qualiquantitativa da pós-graduação orientada para a renovação e transferência de conhecimento, formando profissionais plenos e fortalecendo práticas pedagógicas atuais e interativas. Têm como eixo central a Expansão de Vagas na Pósgraduação, Melhoria Qualitativa dos Cursos e a Interação da Graduação com a Pósgraduação. Diante do diagnóstico apresentado, as metas propostas para a pesquisa e o ensino de pós-graduação na UFRRJ são: 1. Garantir aos programas de pós-graduação já existentes sua melhoria qualiquantitativa, ou seja, o aumento do número de alunos de pós-graduação stricto e lato sensu, bem como 39 o aumento da qualidade dos cursos levando ao aumento de conceito na CAPES para os cursos stricto sensu. 2. Apoiar os docentes no desenvolvimento das atividades de pesquisa possibilitando a formação de novos grupos e linhas de pesquisa garantindo as condições de crescimento para a criação de novos cursos com uma média de 20% no período de 2008 a 2012. Estratégias para alcançar a meta a) Apoio com recursos materiais e humanos os cursos de pós-graduação existentes; b) Incentivo a formação de novos núcleos de pesquisa com vista à criação de cursos novos stricto sensu acadêmicos e profissionalizantes; c) Ampliar a divulgação dos Programas, com elaboração de material publicitário, catálogos, melhoria da home-page etc.; d) Apoio a projetos inovadores e programas que favoreçam a integração da graduação e da pós-graduação visando promover a inserção social; e) Criação de cursos de latu sensu voltados para treinamento especializado de profissionais, já no mercado de trabalho ou não, buscando o suporte de empresas e associações diversas; f) Incentivar a participação de estudantes de PG no ensino de graduação quer através de aulas supervisionadas (estágio à docência) quer através da tutoria de estudantes de graduação; g) Melhorar as condições para a permanência diária do aluno de PG na instituição, por exemplo, através da criação de laboratórios de informática multiusuários; h) Ampliar o Programa de Moradia Estudantil para alunos de Pós-graduação, em face da localização especial da UFRRJ; i) Ampliar a infra-estrutura de salas de aula e laboratórios para os cursos da PG; j) Apoiar a edição dos periódicos já existentes e incentivar a criação de novos, bem como a publicação de livros; l) Expandir as iniciativas de divulgação interna da pesquisa, tais como fóruns científicos, semanas acadêmicas, e outras, com integração da graduação e pós-graduação. VII. Plano geral de implementação da proposta 40 Reordenação da Gestão acadêmica da IFES A implementação do Programa de Reestruturação e Expansão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro necessariamente suscitará um processo de importantes transformações em seu atual modelo de gestão acadêmica e administrativa. Tanto seu Estatuto quanto o Regimento, que datam de 1977, apresentam hoje sensíveis problemas. Criados 30 anos atrás, ainda sob a Ditadura Militar, estes documentos há muito não respondem à realidade cotidiana da Universidade. Prova disso são os inumeráveis documentos (portarias, deliberações de órgãos superiores, etc) que ao longo desses anos foram sendo instituídos visando solucionar questões que surgiam e não eram contempladas nessas cartas básicas que regulam a vida universitária. Somado a isso, o crescimento pelo qual a Instituição foi levada a realizar no período de 1994 até 2004, feito de forma pouco planejada e sem metas claramente estabelecidas. Infelizmente, esse modelo expansão não foi acompanhado de necessários investimentos em recursos humanos e infra-estrutura. A conseqüência perversa dessa situação é a aceleração de um processo de sucateamento e fragilidade acadêmica da Universidade. Vieram os momentos de crise, aposentadorias, falecimentos de servidores e docentes. Mas, devido a política de governo que se implementava na altura, esses postos de trabalho não foram repostos, gerando o famigerado "passivo" que atinge a todas a Instituições Federais de Ensino. Na UFRRJ, em particular, a expansão não planejada de cursos de graduação gerou a precarização e instabilidade na oferta das disciplinas dos ciclos básicos dos cursos o que resultou em salas de aula superlotadas, estrangulamento do fluxo de alunos nos cursos por falta de vagas nas disciplinas obrigatórias, turmas sem professor, sobrecarga de trabalho dos docentes envolvidos nas disciplinas e a descaracterização da função do Professor Substituto, que passou a ser opção barata e prática para solucionar esses problemas. Considerando uma série histórica de dados no período de 1994-2004, verifica-se que o quadro docente efetivo sofreu redução de 15,4 % (Tabela Abaixo), e as demandas dos cursos de graduação passaram a ser crescentemente atendidas por professores substitutos, que tiveram seu número multiplicado por 5,9, no período. Tal situação resultou em instabilidade e heterogeneidade no oferecimento das disciplinas para a graduação, ameaça à continuidade aos projetos de pesquisas e a atividades de extensão. A redução contínua do quadro de docentes efetivos associada à expansão de matrículas e cursos resultou no aumento da razão alunos/docentes, na falha no oferecimento de algumas disciplinas, em diferentes momentos, e na superlotação de salas de aula, principalmente nos departamentos que oferecem disciplinas básicas aos cursos de graduação, comprometendo seriamente a qualidade do ensino. Em dez anos (1994-2004), a razão entre matrículas ativas e docentes efetivos cresceu 90 %, enquanto a razão entre matrículas ativas e total de docentes, aumentou em 60 %. A situação de carência de docentes tornou-se crônica, de modo geral na instituição, e dramática nos departamentos que oferecem disciplinas básicas. O Departamento de Matemática, por exemplo, oferece disciplinas para 21 cursos de graduação, atendendo a 13,2 % das matrículas do ciclo básico. No início de 2005, mais de 50 % do seu quadro docente era constituído de professores substitutos, que recebiam salário mensal de cerca de R$ 780,00. Esta deficiência crônica de docentes, resultante da não reposição, num quadro de expansão de matrículas, vem trazendo graves dificuldades e distorções para o adequado 41 funcionamento e à qualidade dos cursos de graduação. Além disso, esse modelo de expansão gerou outras gravíssimas distorções. A Universidade tem hoje cursos em que os coordenadores não recebem qualquer forma de gratificação por atividade reconhecidamente fundamental para o sucesso dos cursos de graduação. Lembremos das responsabilidades que incidem sobre as coordenações de curso nos momentos de avaliação (Provão, ENADE), reconhecimento de cursos, matricula e acompanhamento de estudantes. Neste sentido, algumas ações serão implementadas no sentido de superar essas dificuldades, corrigindo assimetrias e distorções. Outra ação urgente será a reforma do Estatuto e do Regimento da Universidade, que será fruto de um processo de discussão com todos os seguimentos da Universidade, durante ainda este ano e no próximo. Matrículas ativas na UFRRJ, número de docentes efetivos, número total de docentes, relação professor efetivo/matrículas ativas e relação total de docentes/matrículas ativas. Ano MatrículasAtivas Docentes efetivos Total docentes Relação matrículas/docente efetivos Relação matrículas/docentes total 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 4336 4681 4709 4832 5107 5380 5824 6095 6396 6515 6917 553 516 502 530 525 512 499 490 499 476 468 573 611 553 592 577 575 578 566 592 580 585 7,8 9,1 9,4 9,1 9,7 10,5 11,7 12,4 12,8 13,7 14,8 7,6 7,7 8,5 8,2 8,9 9,4 10,1 10,8 10,8 11,2 11,8 Formação Docente para a Proposta Observando-se o quadro evolutivo do processo de qualificação do corpo docente da Universidade percebemos que há uma política acertada de buscar permanente o aperfeiçoamento dos professores. A filosofia que orienta a implementação do Programa de Reestruturação e Expansão da UFRRJ, no que se refere a formação docente desejada, têm como estratégia os seguintes pressupostos: 1. Contratação de, no mínimo, 80% de doutores. 2. Possibilidade de contratação de, no máximo, 20% de mestres. 3. Uso de, no máximo, 10% de professores substitutos, a partir do total de docentes da Universidade. 42 EVOLUÇÃO DA QUALIFICACÃO DOCENTE ANO 2002 2003 2004 2005 2006 Mestres 164 143 135 116 152 Percentual 31,9 30,1 28,9 24,4 25,8 Doutores 279 285 290 322 403 Percentual 55,9 59,87 61,96 67,62 68,32 IQD 3,97 4,07 4,12 4,25 4,29 Total/ Doc. Efetivos 499 476 468 476 590 Plano de contratação de pessoal docente e técnico PLANO DE CONTRATAÇÃO DE DOCENTES Curso Local 2008 2009 2010 Arquitetura e Urbanismo Seropédica 4 4 1 Engenharia Química Seropédica 2 1 Geologia Seropédica 2 1 Engenharia Florestal Seropédica 2 1 Ciências Biológicas Seropédica 2 1 História Seropédica 5 5 4 Biomedicina Seropédica 5 5 Farmácia Seropédica 5 5 Comunicação Seropédica 5 4 Ciências Sociais Seropédica 4 4 2 Matemática Aplicada e Computacional Seropédica 4 4 4 Sistemas de Informação Seropédica 5 5 3 Hotelaria Seropédica 02 02 Química Seropédica 5 5 2 Filosofia Seropédica 4 4 2 Letras Seropédica 7 6 6 Educação/Licenciaturas Seropédica 6 4 2 Relações Internacionais Seropédica 4 4 Direito Seropédica 5 5 Educação Artística Seropédica 5 4 Geografia Seropédica 5 4 2 Ciências Contábeis Seropédica 5 3 Administração Pública Seropédica 3 5 Fisioterapia Seropédica 5 5 Ciências Biológicas Nova Iguaçu 5 5 Fonoaudiologia Nova Iguaçu 5 5 Fisioterapia Nova Iguaçu 5 5 Letras Nova Iguaçu 7 7 Direito Nova Iguaçu 5 5 Educação/Licenciaturas Seropédica 3 2 57 125 97 Total 2011 1 3 3 3 2 2 2 1 1 1 2 3 2 2 3 2 1 1 1 3 3 3 3 6 3 57 2012 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 3 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 5 2 41 TOTAL 10 3 3 3 3 18 15 15 12 12 15 15 06 14 13 23 14 10 15 12 13 10 10 15 15 15 15 23 15 5 367 QUADRO SÍNTESE 1.º ANO/2008 2.º ANO/ 2009 3.º ANO/2010 4.º ANO/ 2011 5.º NO/2012 TOTAL Professores DE 40 Horas 57 125 97 57 41 367 Servidores de nível superior 20 20 10 5 5 60 Servidores de nível médio 80 60 50 - - 190 43 VIII. Cronograma geral de implementação e execução AÇÕES 2008 Revisão e Elaboração dos X PPC Construção de Pavilhões X de aulas teóricas e práticas Construção de X Laboratórios de Informática e de Línguas Reforma e Ampliação de X Laboratórios Reforma dos Anfiteatros X do Pavilhão Central Construção de Centro de Convivência Ampliação do Restaurante X Universitário Ampliação dos X Alojamentos Discentes Reforme e Ampliação do X Hotel Universitário Implantação de Novos Cursos Ampliação de Vagas em Cursos de Graduação Contratação de X Professores Contratação de Pessoal X Técnico-Administrativo Aquisição de Acervo X Bibliográfico Aumento no número de X bolsas de assistência estudantil Aumento do Número de X PIBIC e PROIC Criação de Modalidades X de Bolsas para a Melhoria do Ensino de Graduação – PROGRAD e PROAPRENDIZAGEM 2009 2010 2011 2012 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 44 IX. Impactos globais A Universidade deve ser compreendida como um patrimônio cultural de valor universal. Em seu processo de construção, que no Ocidente dura mais de 800 anos, constitui-se no lócus por excelência em que a experiência humana radicaliza sua busca por desvendar os fenômenos da natureza, do espaço, das sociedades, do passado e do presente. Conforme reiteradas vezes frisou o filósofo Ernst Cassirer, é através da filosofia, da ciência, da história e das artes que o homem consegue ter acesso a mais elevada forma de conhecimento, isto é, o conhecimento de si mesmo5. Além disso, conforme indicam diversas pesquisas, em um país como o Brasil, o simples fato de se obter um diploma de ensino superior determina invariavelmente a melhor forma de se romper com o circulo vicioso da pobreza. Neste sentido, o acesso ao ensino superior deve ser concebido como um direito universal, caminho de plenitude cidadã em forma de libertação espiritual e intelectual. É na responsabilidade pelo nosso próprio caminhar, que a estrada de retorno aos valores individuais e coletivos pode ser construída. Este caminho se realiza quando o educador percebe que a sua forma de agir, nas mais simples atividades cotidianas, nada mais é que uma parte do processo educativo, que flui constantemente através de suas atitudes. A partir de então, a visão do que é ensino e do que são métodos de ensino se transforma, e o educador assume verdadeiramente o papel de agente do processo educacional e não, simplesmente esta como uma atividade meio. Quando os educadores investem nesta perspectiva, outras possibilidades surgem na educação. O desenvolvimento global do indivíduo e a criação de situações de aprendizagem que desenvolvam qualidades fluem de uma forma contínua no cotidiano escolar. Os valores são as bases de nossas ações cotidianas e podem direcionar para o avanço das condições de sobrevivência humana. Compreende-se que uma boa formação baseia-se em um processo claro de compreensão de valores e saberes, que sustentem o humano, no sentido da melhoria das condições de relacionamentos e vida. Acreditamos ser necessário, através de uma estrutura curricular coerente, buscar um eixo e a definição de um sentido, de um objetivo, que não seja a submissão simples a idéias-padrão universais, nem uma simples adaptação estrita às perspectivas estabelecidas pelo mercado e propagadas pelo pouco ético senso comum da presente sociedade. O desafio da formulação de uma estrutura curricular qualificada tem sido desenvolver processos nos quais haja o envolvimento da equipe docente, dos discentes, do quadro de funcionários e da comunidade. Duas questões de primeira ordem precisam ser enfrentadas neste debate: a) apreensão e compreensão da complexidade das transformações históricas que a humanidade e o próprio conhecimento atravessam nos dias atuais; b) discernir e propor novos rumos para a educação superior e conseqüentemente a definição de uma política plural, de respeito às diferenças culturais, étnicas e de referenciais teóricos. Em um mundo marcado por violências crescentes e profundas desigualdades humanas e sociais, onde, de um lado do hemisfério, avistamos um “norte” desenvolvido, e de outro, nos deparamos com um “sul” pobre, estratificado e marcado por imensas diferenças de qualidade de vida, perguntamos: Ao tratar da ética no mundo atual, 5 CASSIRER, Ernst. Ensaio Sobre o Homem. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 45 articulada a estrutura curricular, não estaríamos no que concerne à formação em nível superior, articulando os dois itens anteriores? Não estaríamos aí propondo novos rumos para a educação superior e para formação profissional? A Universidade, no que tange ao seu compromisso com a formação, tem assim, um importante papel na construção de alternativas individuais e plurais, que visem à superação das condições de exclusão, miséria e pobreza, trilhando assim, o caminho do resgate dos valores de tolerância, solidariedade, inclusão, autonomia, cooperação e liberdade. Devemos apontar na direção de três eixos básicos, no que diz respeito à formação: a) Do papel e função da educação Superior. b) De um novo olhar para a Universidade. c) De um novo fazer acadêmico-científico. A primeira trata de uma formação entre saberes competentes, articulados aos princípios e valores éticos da autonomia e da responsabilidade humana e social. A segunda fundamenta-se no princípio da Alteridade, ou seja, uma visão de Universidade que não se detenha ao simples resgate das diferenças, mas que conjugue a isto, a superação das desigualdades. Em suma, uma Universidade inovadora, aberta, autônoma, participativa, diversificada e acessível. Uma Universidade que tenha a preocupação com a Formação Integralizada, que busque tecer conhecimentos científicos e valores éticoculturais. Com certeza, a complexidade da sociedade contemporânea, nos impõe hoje, um compromisso de reflexão no sentido de encontrarmos o caminho fértil para o fortalecimento da ação pedagógica de formação universitária em escala global, a partir da consistência de sua estrutura curricular (não fragmentada, não modular e não precarizada), associada aos interesses de um grande número de excluídos em nossa sociedade. Sem dúvida, é da maior relevância no interior desse processo de transformação, a tessitura entre o acadêmico-institucional e a realidade político-cultural da comunidade, uma vez que estes, necessariamente, deverão estar pautados na habilidade de articulação entre o local e o global, entre o específico e o plural. Acreditamos que somente quando identificarmos educar enquanto o desenvolvimento de potencialidades internas e não meras imposições ou simples transmissões de informação, compartilharemos responsabilidades concernentes à formação da cidadania, e agiremos verdadeiramente como facilitadores no caminho de construção de uma sociedade, onde também, e fundamentalmente a partir da educação, se recuse o processo de exclusão social. A implementação do Projeto de Reestruturação e Expansão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, orientada pela filosofia de democratização do acesso ao ensino superior, e do permanente aperfeiçoamento institucional e defesa intransigente da relação entre ensino-pesquisa-extensão e da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade, permite que projetemos impactos sociais e institucionais da mais alta relevância para uma macroregião que possui cerca de 8 milhões de habitantes e apresenta as maiores demandas por ações do poder público que visem superar os desafios pela melhoria da educação, saúde, segurança pública e cultura. Alguns fatores podem ser descritos como pontos fundamentais da proposta, concebida pela Comunidade Acadêmica e que representarão, certamente, ações de suma importância para a região em que se insere a UFRRJ. 46 1. Observando-se as metas gerais enunciadas, percebe-se que o crescimento da oferta de vagas novas para o ingresso na Universidade possui no crescimento das licenciaturas a primeira das opções que norteia o espírito de compromisso social da Proposta. Com a criação dos cursos de Ciências Sociais, Filosofia, Letras (nas modalidades Português e Literatura, Português e Inglês, Português e Espanhol), Geografia, Educação Artística, além do crescimento da oferta e consolidação das licenciaturas em História e Ciências Biológicas, fundamentalmente no período noturno, preenchem uma lacuna histórica que o ensino público superior mantém com a região em que a Universidade se insere. A implementação dessa política voltada para ofertar de todos os cursos de licenciatura vêm ao encontro de iniciativas que buscam solucionar os graves problemas que afligem a educação básica no país, pois os dados indicam que cerca de 50% dos professores que atuam nas primeiras séries do ensino, isto é, na alfabetização (na primeira série do ensino fundamental que as taxas de repetência são mais elevadas), não possuem formação de superior, contrariando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, que instituiu em suas disposições transitórias o decênio de 1997 a 2007 como a década da educação e fixou, no artigo 87, que, ao final desse período, só seriam admitidos "professores habilitados em nível superior". 2. A UFRRJ apresenta reais potencialidades de crescimento das Humanidades em uma dimensão maior do que nas licenciaturas. Neste sentido, através da criação dos cursos de Direito, Relações Internacionais e Comunicação fornecemos respostas à crescente demanda por essas áreas em todas as Universidades, públicas ou privadas. Aqui, novamente o diagnóstico da ausência indicou o caminho a seguir, pois não há oferta pública para essas relevantes áreas do conhecimento no âmbito das Humanidades. Assim, abre-se a oportunidade para que o processo de expansão da Universidade concentrando uma de suas ações no fortalecimento e crescimento da grande área de Ciências Humanas, com a criação de novos cursos principalmente na modalidade de Licenciaturas, venha a ser fator de maior oxigenação para as demais áreas em que a Universidade desde sempre atua com qualidade e competências publicamente reconhecidas. 3. Fruto da dedicação intelectual e vontade política de professores de vários departamentos da Universidade, a criação do Curso de Graduação em Educação Artística será uma ação fundamental no sentido de inserir contundentemente a Universidade em outras linguagens e saberes. Diversos indicadores assinalam que a cultura é uma forma privilegiada de combate à violência e fator decisivo no pleno desenvolvimento humano e construção da cidadania. Assim, imaginamos extremamente positivo o impacto que a implantação de mais esse campo de pesquisa, ensino e extensão trará para a Universidade e Comunidade do seu entorno. 4. A ampliação da Área de Saúde é outra ação essencial do Projeto de Reestruturação e Expansão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seguindo a lógica da ausência, que conduziu a política de expansão das licenciaturas visando a atender a crescente demanda social por professores bem qualificados que atuarão no ensino básico, a expansão da área de saúde, inicialmente com quatro novos cursos: Biomedicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Farmácia, além de aproveitar reais potencialidades humanas que possui a Universidade, criará reais condições para a oferta desses serviços à Comunidade. A concentração dos cursos da Área de Saúde oferecidos por Universidades Públicas no centro da Cidade do Rio de Janeiro é fato que reflete a 47 histórica política de “esquecimento”, descaso e aprofundamento das desigualdades sociais e econômicas, a partir da relação perversa de acumulação das riquezas no centro e do aprofundamento da pobreza nas periferias. A Baixada Fluminense, como é de conhecimento geral, é uma das regiões metropolitanas do país que apresenta as maiores demandas por esses serviços públicos. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, na contramão desse processo histórico, abre-se para possibilidade de estreitar seus vínculos com a sociedade que lhe cerca. 5. Do ponto de vista das transformações que esperamos promover na Instituição após a Implementação do Plano de Reestruturação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ao término do ciclo de 5 anos esperamos: • • • • • • • • • • • • Ter realizado a revisão e a implantação de todos os Projetos Políticos dos Cursos de Graduação, adequando-os aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ter consolidado a expansão da Grande área de Ciências Humanas na Universidade, principalmente, na modalidade de licenciaturas ofertadas no período noturno. Ter expandido a oferta de Cursos de Graduação na área de Engenharia respondendo à crescente demanda social por essas formações. Ter expandido significativamente os cursos de graduação que servirão de base para a consolidação da Área de Saúde. Essa iniciativa orienta-se pela filosofia de buscar construir as fundações de uma grande Faculdade de Saúde Pública da Baixada Fluminense, cuja vocação será aprofundar os compromissos sociais da Universidade, intervindo, através da pesquisa, do ensino e da extensão nos graves problemas que afligem as populações de seu entorno. Ter expandir qualiquantitativamente a estrutura física da Universidade, através da realização de novas construções e reformas de instalações a muito precarizadas. Ter munido todos os cursos de graduação a serem criados e aqueles que passarão por processo de crescimento de corpo docente qualificado e pessoal técnico administrativo, através de concurso público. Ter qualificado o corpo docente e pessoal técnico-administrativo para os desafios do tempo presente. Ter aprofundado ações e políticas de assistência estudantil. Ter reduzido as taxas de evasão. Ter elevado os índices globais de conclusão de curso tendo como meta própria e realista 80% de concluintes. Ter atingido o índice global de 1 professor para 18 alunos, de forma equilibrada e em toda a Universidade. Ter criado as condições básicas para o crescimento e expansão de cursos de pósgraduação. 6. Todas as expectativas no cumprimento de tantas metas, algumas ambiciosas, apontam para o início de processos transformadores que impactarão sensivelmente a estrutura acadêmica da Universidade, gerando um ciclo virtuoso de debates na Comunidade Acadêmica entorno dos novos rumos que deveremos tomar diante do fenômeno irreversível do crescimento qualiquantitativo da UFRRJ. Um resultado importante desse fenômeno será a construção tanto de um novo Regimento quanto de 48 novo Estatuto, documentos básicos que regulam a vida acadêmica, mas, conforme já referimos, encontram-se completamente superados pela realidade cotidiana. 7. Todavia, o impacto de maior relevância que sentiremos daqui alguns anos na vida Universitária com a implementação do Projeto de Reestruturação e Expansão, será perceber a UFRRJ, definitivamente, como uma Universidade moderna, produzindo respostas aos desafios do tempo presente e preocupada com o futuro do planeta e do país. Uma Universidade que aprofunda suas relações com a sociedade onde ela se insere. A UFRRJ transformar-se-á, verdadeiramente, na grande Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade que necessitam a Baixada Fluminense e toda a Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Uma Universidade de todos e para todos.