Você não é a única pessoa que sofre perseguição dos dirigentes do CRT. Eu sou uma delas, mesmo sendo membro do Conselho Gestor do CRT (Coges) eleita por voto direto dos usuários. Aproveito a ocasião e lhe informo que o referido Conselho se reúne toda última terça-feira do mês, das 15h às 17h, no auditório do CRT. Todos podem participar, mas só conselheiros têm direito a voto. Att Glória Souza Membro do Coges À Maria Clara Gianna, DD Presidente do Conselho Gestor (Coges) e Diretora Geral do CRT, CC aos demais membros do Coges Venho por meio desta mensagem eletrônica pedir esclarecimentos quanto ao conteúdo da ata da reunião plenária extraordinária promovida pelo Conselho Gestor do CRT ocorrida no último dia 12 de março passado, visto que a mesma não espelha o que realmente aconteceu naquele encontro. Para tal elenco os seguintes questionamentos: 1 – Por que não consta em ata a ofensa proferida pelo senhor Paulo Giacomini contra a minha pessoa ao fazer referência sobre minha identidade de gênero, incluindo menção a voz, por ato discriminatório, punível conforme descrito no inciso I do artigo 2.º da lei estadual n.º 10.948, de 5 de novembro de 2001? 2 – Por que não consta em ata a solicitação feita pelo senhor Paulo Giacomini para que a conselheira Glória de Oliveira Souza fosse expulsa do Conselho Gestor? 3 – Por que não consta em ata a solicitação feita pela senhora Mylva Fonsi para que a conselheira Glória de Oliveira Souza fosse substituída como membro do Conselho Gestor pela suplente Brenda do Amaral? 4 – Por que não consta em ata a pergunta feita pelo senhor Artur Kalichman para a conselheira Glória de Oliveira Souza se ela tinha algum transtorno mental? 5 – Por que não consta em ata a acusação feita pela senhora Mylva Fonsi de que a conselheira Glória de Oliveira Souza era uma pessoa traiçoeira? 6 – Por que não consta em ata o pedido feito pelo senhor Paulo Giacomini para que o ASITT (Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais) fosse retirado do CRT? 7 – Por que não consta em ata a acusação feita pelo senhor Artur Kalichman de que a conselheira Glória de Oliveira Souza é uma disseminadora de impasses? 8 – Por que não consta em ata o movimento feito pelo senhor Ricardo Nary que, em tom colérico, levantou-se e ameaçou ir ao encontro da conselheira Glória de Oliveira Souza, sendo contido por pessoas ao seu redor, evitando, possivelmente, uma agressão física? 9 – Por que não consta em ata o seu pronunciamento de que não abriria mão de participação de seus subordinados no Coges em razão do que eu escrevo nos emails, e que, se preciso fosse, tomaria decisão para por fim na situação? 10 – Por que não consta em ata que fui submetida a constrangimento violento, intimidatório, questionamentos da minha vida moral e pressão psicológica por duas horas seguidas, ações tipificadas como incursos vedadas pela lei estadual 10.948 de 2001? 11 – Qual é a base legal para que a senhora, na qualidade de presidente da reunião e do Conselho Gestor, omitisse na ata fatos e acontecimentos, graves, ocorridos na referida reunião, desvirtuando a realidade presenciada por grande número de pessoas, contrariando, inclusive, decisão da Comissão Executiva sobre o tema? Aguardo pronta resposta aos questionamentos acima, visto que os mesmos estão amparados pelo inciso IV do artigo 4.º do Regimento Interno do Conselho Superior do CRT (Centro de Referência e Treinamento) e na Emenda Constitucional (Lei da Transparência), o que antecipadamente agradeço, Att Glória Souza Conselheira Eleita por Voto Direto dos Usuários do CRT junto ao Coges e agora SOFRENDO PRESSÃO, AMEAÇAS E ATOS DISCRIMINATÓRIOS ET: E para que não me acusem, posso dar ampla divulgação desta mensagem devido ao interesse coletivo, espírito público e compromisso com a transparência. ATA DA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO GESTOR DO CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO DST/AIDS, REALIZADA EM 12 de março de 2013 Aos 12 dias do mês de março de dois mil e treze, reuniram-se, em segunda convocação, às quinze horas e quinze minutos os membros do Conselho Gestor do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS, doravante simplesmente denominado Coges, no Auditório do CRT, situado à Rua Santa Cruz, número 81, bairro Vila Mariana, São Paulo-SP, com a participação dos que assinaram a lista de presença para a reunião, tendo como moderador Paulo Giacomini e a seguinte Pauta: Ambulatório. A conselheira Dra Maria Clara Gianna inicia a reunião justificando o não comparecimento da Diretoria do Ambulatório para a discussão da referida pauta que foi inviabilizada diante das observações sobre o texto enviado pela Dra. Rísia para suporte das discussões sobre a estrutura e funcionamento do ambulatório de saúde integral para a pessoas vivendo com HIV/Aids do Centro de Referência e Treinamento DST/AIds. As observações foram feitas pela conselheira Glória W de Oliveira Souza e encaminhadas por e-mail no dia 11 de março. A conselheira Dra Maria Clara Gianna, informa que a Diretoria do Ambulatório se sente totalmente desrespeitada com a agressão verbal recebida via e-mail e sem condições de comparecer à reunião. Dessa forma, a conselheira Dra. Maria Clara coloca que é urgente e necessário encontrar uma saída democrática para o processo de construção do Conselho Gestor do Centro de Referência. Lamenta o tom de chacota e desrespeito empregado pela conselheira Glória W. de Oliveira Souza nas suas considerações, sem levar em conta a realidade do Centro de Referência e dos técnicos que aqui trabalham, que se encontram revoltados solicitando providências. A senhora Cármen Lucia Soares, responsável pelo Laboratório, funcionária há 30 anos coloca que sempre considerou muito importante a participação no Conselho Gestor como um avanço e forma de incorporação do olhar do usuário e da sua crítica para melhorar sempre o atendimento. Ressalta a importância da crítica para o aprimoramento, mas não a grosseria e desrespeito. A conselheira Dra. Milva Fonsi também se mostra indignada e a favor da diretoria do ambulatório, colocando que os e-mails circulam fora do Centro de Referência, criando um ambiente difícil para o desenvolvimento do trabalho. O conselheiro Ricardo Nary também coloca seu repúdio a forma agressiva da conselheira com relação à diretoria do Ambulatório. Utiliza-se do Manual dos Usuários, lendo itens onde fica clara a necessidade de cordialidade e respeito com a equipe de atendimento do Serviço. A conselheira Denise Cordeiro da Silveira dá seu depoimento salientando a necessidade das discussões continuarem, dos usuários terem as respostas que não estão claras no relatório apresentado pela Dra. Rísia. Sente muito a diretoria do ambulatório não estar presente e coloca que já pediu para as discussões serem menos agressivas e que a falta de educação de algumas pessoas vem inviabilizando os trabalhos e fazendo o grupo perder tempo. Dra. Rejane Fraissat informa que a conselheira Dra. Denise Lotufo também não compareceu em solidariedade a diretoria do Ambulatório. Coloca que a questão profissional no Centro de Referência é bastante complexa, que os profissionais são sérios e afirma que a ausência da diretoria é o ônus que o conselho está pagando pelo desrespeito. Ainda coloca que considera normal a divergência e discussão de idéias, até mesmo sobre a concepção de Conselho Gestor (que não se constitui em espaço terapêutico), mas em espaço político de discussão do Sistema único de Saúde. Estamos correndo o risco de esse conselho ficar sem representatividade, já que tem se tornado opressivo. A conselheira Maria Filomena Aoki, se penaliza com o que está ocorrendo, sugerindo a conselheira Glória W de Oliveira Souza que traga as críticas para dentro do Conselho e não expressá-las por meio de email. Diante do que já foi dito até agora, o conselheiro Paulo Giacomini propõe a dissolução do Conselho Gestor corroborando com o já dito até então. Dirige-se a conselheira Glória W de Oliveira Souza e pergunta o que ela quer mais já que o solicitado foi encaminhado pela Dra. Rísia, que a crítica por si só não é construtiva, que a crítica tem no Conselho Gestor o objetivo de ajudar na gestão. A senhora Cármen Soares, propõe um pacto de não agressão e bom senso. A conselheira Dr. Mylva Fonsi coloca que as agressões vêm acontecendo há dois anos e que isso inviabiliza o trabalho, que as pessoas sentem as agressões e de certa forma desanimam. A conselheira Dra. Maria Clara Gianna discorda do conselheiro Paulo Giacomini colocando a importância da participação de todos no Conselho e que é preciso lidar com as nossas diferenças. Discorda da dissolução do Conselho e sua proposta é tentarmos sempre o entendimento e fala em nome da diretoria do Centro de Referência. Dessa forma, reafirma sua proposta reforçando as palavras de ordem: entendimento, respeito, aceitação das diferenças e consideração aos sentimentos das pessoas (gestores também sentem). Aposta no entendimento – “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” a conselheira Maria Filomena Aoki concorda, e ressalta a necessidade de continuarmos com quem quer participar com respeito, sem divisão desse espaço democrático. Dra Rejane Fraissat demonstra que tem dúvidas e pondera se a conselheira Glória W. de Oliveira Souza estaria disposta a auto crítica e a repensar sua postura. O conselheiro Antônio Alberto Pinto coloca que quando não vê esse movimento todo e nenhuma abertura para tal, não consegue ver luz no final do túnel. O conselheiro Paulo Giacomini esclarece que quando propôs a dissolução do Conselho era para após dissolução, iniciar novo processo de construção. Dr.Artur Kalichman ressalta que comportamentos agressivos despertam a ira, a misericórdia ou então o cinismo e esse tipo de postura inviabiliza e não constrói, coloca que não dá para continuar assim, todos são sérios aqui no Centro de Referência e precisam trabalhar, que o impasse atrapalha. A conselheira Dra. Rosa Alencar lembra que na reunião sobre humanização no atendimento foi lembrado que se você não se abrir para os fatos e mudanças e se deixar afetar, nada acontece e nada vai ser possível. O conselheiro José Carlos Gonçalves coloca que não podemos julgar com base no certo e errado; o Centro de Referência cresceu e se 90% do atendimento é bom, os outros 10% temos que procurar acertar com reflexão e de forma respeitosa. A conselheira Mylva Fonsi propõe repensarmos a participação. O conselheiro Paulo Giacomini e Dra. Rejane propõe que a conselheira Glória W de Oliveira Souza se manifeste. A conselheira Dra. Maria Clara concorda desde que sem opressão. A conselheira Glória W. de Oliveira Souza se coloca surpresa com a reação de todos, que seu objetivo foi sempre o de querer ajudar e não de criar impasse. Propõe-se a deglutir, conforme disse a conselheira “seu pensamento é mais rápido que seus dedos” para evitar daqui prá frente o emocional. Todos concordaram que não seria pertinente naquele momento que a conselheira Glória W. de Oliveira Souza justificasse uma a uma suas considerações que acabaram por levar a suspenção da pauta ambulatório. A mesma colocou que precisa rever a sua atuação e pede desculpas pelos termos utilizados na mensagem e que foram considerados desrespeitosos pela diretoria do ambulatório. A conselheira Denise Cordeiro da Silveira insiste na marcação de nova data já que as questões levantadas ainda estão sem resposta. A conselheira Dra. Maria Clara Gianna considera uma nova reunião, mas com a condição do respeito ser a palavra de ordem, coloca que ninguém quer mais receber mensagens com conteúdos desrespeitosos, solicita cuidado para que todos possam participar. Precisamos firmar esse compromisso. Questiona se todos concordam e se existe a possibilidade da conselheira Glória W de Oliveira Souza aceitar as críticas e se propor a mudar com relação ao tratamento dado até então e do relacionamento ser respeitoso daqui prá frente. Informado que a Reunião de Políticas Públicas sobre Internação e Ambulatório de Especialidades será dezenove de março às 14 horas no anfiteatro e na próxima ordinária – última terça feira do mês – voltar a Pauta – Ambulatório. x-x-x-x-x-x-x-xx-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-xx-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-xSão Paulo, 01 de março de 2013 Maria Clara Gianna Presidente Maria Alice Olivieira Secretária do COGES Sonia Pizarro Souza Redatora