Prefeitura Municipal de Osasco Elaboração do Plano Diretor de Mobilidade Urbana Sustentável de Osasco Nota Técnica - 5 – Análise Urbana Abril 2015 Prefeitura Municipal de Osasco Contrato nº 094/2014 Contratada: Oficina Engenheiros Consultores Associados Ltda. Objeto: Elaboração do Plano Diretor de Mobilidade Urbana Sustentável de Osasco Nota Técnica - 5 – Análise Urbana Documento: Volume: Revisão: Emissão: Arquivo: NT-05 Único 00 30/04/2015 (PDMUS Osasco) NT-05-Análise Urbana.docx Este documento, resume a situação atual do município de Osasco, a partir da análise espacial dos aspectos urbanos, fisiográficos, demográficos, sociais e econômicos que têm relação com a mobilidade, a fim de estabelecer cenários futuros para o desenvolvimento urbano do município. Atividade 15.06.00 NT05 – Análise Urbana Sumário 1. Apresentação ....................................................................................................................................... 4 1.1. Objetivo ....................................................................................................................................... 4 1.2. Metodologia ................................................................................................................................ 4 2. Formação histórica e evolução do espaço urbano ......................................................................... 5 3. Situação socioespacial .....................................................................................................................14 3.1. População .................................................................................................................................14 3.1.1. Evolução ...........................................................................................................................14 3.1.2. Migração ...........................................................................................................................18 3.1.3. Distribuição ......................................................................................................................19 3.1.4. Estrutura etária ................................................................................................................21 3.2. Economia e renda ....................................................................................................................22 3.2.1. Economia .........................................................................................................................22 3.2.2. Renda ................................................................................................................................23 3.2.3. Empregos .........................................................................................................................25 3.2.4. Vulnerabilidade social ....................................................................................................27 3.3. Estrutura domiciliar e redes de infraestrutura ......................................................................32 3.3.1. Esgotamento sanitário ....................................................................................................33 3.3.2. Abastecimento de água ..................................................................................................35 3.3.3. Coleta de resíduos sólidos .............................................................................................37 3.3.4. Energia elétrica ................................................................................................................39 4. Análise Urbanística ...........................................................................................................................41 4.1. Legislação urbana pertinente .................................................................................................41 4.1.1. Plano Diretor vigente (Lei Complementar 125/2004) ...................................................41 4.1.2. Operação Urbana Consorciada Tietê I (LC 170/2008) ..................................................48 4.1.3. Operação Urbana Consorciada Tietê II (LC 203/2010) .................................................49 4.1.4. Operação Urbana Consorciada Paiva Ramos (LC 222/2011) ......................................50 4.1.5. Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei 1485/1978) ..........................................................51 4.1.6. Lei da Outorga Onerosa e Regularização de Construções Não Licenciadas (Lei Complementar 171/2008) .........................................................................................56 4.1.7. Plano Local de Habitação de Interesse Social (2012) .................................................59 4.2. Características físicas .............................................................................................................64 4.3. Equipamentos urbanos – Uma análise espacial ...................................................................68 4.3.1. Educação ..........................................................................................................................68 4.3.2. Saúde ................................................................................................................................70 4.3.3. Social (cultura, lazer e esporte) .....................................................................................72 4.3.4. Segurança pública...........................................................................................................77 4.4. Atividades econômicas ...........................................................................................................79 4.4.1. Comércio ..........................................................................................................................79 4.4.2. Serviço ..............................................................................................................................81 4.4.3. Indústria ...........................................................................................................................83 4.5. Centralidades polares e lineares ............................................................................................85 4.6. Projetos previstos ....................................................................................................................88 5. Síntese das Análises Urbanas .........................................................................................................90 5.1. Polos de Atração e Geração de Viagem ................................................................................90 5.2. Vetores de expansão ...............................................................................................................94 6. Bibliografia .........................................................................................................................................98 3 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 1. APRESENTAÇÃO 1.1. Objetivo O objetivo da NT05 – Análise Urbana, integrante da Etapa 15.06.00 da elaboração do Plano Diretor de Mobilidade Urbana Sustentável de Osasco, é o conhecimento da situação atual do município de Osasco, a partir da análise espacial dos aspectos urbanos, fisiográficos, demográficos, sociais e econômicos que têm relação com a mobilidade, a fim de estabelecer cenários futuros para o desenvolvimento urbano do município. 1.2. Metodologia A análise urbana desenvolvida teve como ponto de partida a base de dados fornecida pela Prefeitura Municipal de Osasco (PMO) contendo o Plano Diretor vigente e seus mapas, a Lei de Uso e Ocupação do Solo, o zoneamento, as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), as Operações Urbanas Consorciadas (OUCs), os projetos previstos, a fisiografia, os equipamentos urbanos (educação, saúde, cultura, esporte, lazer e segurança), as áreas passiveis de outorga onerosa e as centralidades municipais. Além desse conjunto de dados espaciais, foram levantados dados secundários sobre o município provindos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), dentre outros. Essa base de dados incluiu também o atendimento da infraestrutura urbana (água, esgoto, eletricidade, resíduos sólidos). Os mais recentes autores que trataram da formação urbana de Osasco também foram levantados, assim como publicações da PMO e também dados especializados de outros órgãos, como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Centro de Estudos da Metrópole (CEM). Todos os dados foram processados e analisados de forma que pudessem ser levados à PMO e apresentados no formato de uma oficina com os técnicos das mais diversas secretarias, na qual os resultados puderam ser discutidos. Como resultado da referida oficina, esses profissionais indicaram seu ponto de vista e apontaram diretrizes; assim, ao longo do presente relatório alguns pontos de ressalva ou de ratificação por parte dos técnicos da PMO foram apontados. 4 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 2. FORMAÇÃO HISTÓRICA E EVOLUÇÃO DO ESPAÇO URBANO Ao final do século XVII e ao longo do século XVIII, a região que correspondia à atual Osasco teve sua ocupação inicial dada em função do caminho de expedições que percorriam o trecho São Paulo – Porto Feliz, a fim de atingir as minas auríferas de Cuiabá. Acredita-se que nos anos 1700 [Osasco] tenha se consolidado como caminho de tropas utilizado pelos expedicionários e aventureiros que faziam o trajeto São Paulo-Mato Grosso, passando por Parnaíba e Itu para atingir Porto Feliz, e descer o rio.1 Nesse contexto de região de passagem, Iwasaki aponta a estrada correspondente à atual Avenida dos Autonomistas como um elemento histórico estruturador presente. Tal estrada fazia a ligação São Paulo-Mato Grosso e até 1962 foi denominada Estrada Velha de Itu ou Estrada São Paulo-Mato Grosso. Supõem-se então que a partir dos fins do século XVIII e começo do século XIX tenha se iniciado a ocupação de chácaras na área que hoje é o município de Osasco, em função do caminho de tropas.2 Segundo Iwasaki, as chácaras a oeste de São Paulo foram ocupadas a partir de 1779. No início do século XIX, o que era inicialmente um grande latifúndio pertencente a um único dono na região do futuro município de Osasco começou a ser vendido e configurado em grandes chácaras. Tais sítios foram sendo escassamente povoados, a exemplo do que vinha ocorrendo na porção vizinha do território. A porção da várzea do Tietê passou a ser ocupada devido à chegada da ferrovia, em 1875, visto que os trabalhadores envolvidos em sua construção, em sua maioria imigrantes europeus, viram nessas terras a possibilidade de construir e cultivar. Até então os espigões vinham sendo os principais alvos de ocupação, fato condicionado pelas planícies aluviais inundáveis. Em 1875, a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) passa por Osasco, percorrendo o vale do rio Tietê, [até então] totalmente desocupado por causa de inundações frequentes na época.3 1 Iwasaki, 1975, 7-8. 2 Iwasaki, 1975, 8. 5 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Segundo Coelho, Osasco, situada em área favorecida pelo relevo e pela hidrografia, teve seus primeiros habitantes dedicados à horticultura ao longo das áreas de várzea. Porém, os solos vieram a ser mostrar pobres, fato que, somado às constantes inundações do Tietê, fez com que tais atividades fracassassem. A presença de Antonio Agu no final do século XIX foi o que definiu o rumo das atividades econômicas, através do incentivo à atividade industrial. Este empreendedor italiano da época foi posteriormente reconhecido como fundador de Osasco, destacando-se inicialmente como agricultor, construtor e criador de gado desenvolvendo atividades diversas em função da construção da ferrovia - e, posteriormente, como industrial. A partir de experiências promovidas por Agu, as primeiras indústrias se estabeleceram em Osasco no final do século XIX e início do século XX. Em 1895, Antonio Agu construiu a Estação Ferroviária de Osasco e, com o próprio capital amortizado, pouco a pouco, fez erguer, junto à Estação, várias casas para operários, localizadas no ‘antigo núcleo’. Esse antigo núcleo, também chamado de ‘largo de Osasco’ vai se transformando, com o passar dos tempos, na porção mais movimentada, onde se concentram as principais casas comerciais, repartições públicas, alguns escritórios comerciais, consultórios médicos e dentários, bares, cafés, barbearias, etc.4 Observa-se que as grandes chácaras iniciais começaram a ser retalhadas por loteamentos após a chegada da ferrovia, que passou a comandar a ocupação industrial e das residências dos operários. Sabe-se que Antonio Agu procurou criar um núcleo habitacional nas proximidades da estação, iniciando o processo de retalhamento das grandes chácaras.5 Tal processo se inseriu no contexto da economia brasileira da época no que tange ao retalhamento da propriedade fundiária rural e o aparecimento em escala crescente da pequena propriedade como consequência da formação de aglomerados urbanos e industriais no início do século XX. 3 Iwasaki, 1975, 10. 4 Coelho, 1998, 101. 5 Iwasaki, 1975, 13. 6 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana O desenho da mancha urbanizada configurada por volta de 1899 pode ser visto no Mapa 1 do presente relatório, e tem como fonte o Museu de Osasco. Conforme apontado por Queiroga, o núcleo urbano inicial se estrutura a partir da estação ferroviária, de maneira radial, no sentido sul da ferrovia, particularmente nos terrenos mais altos (devido às enchentes). Tal núcleo se estendia pelos atuais bairros Centro e Industrial Centro, além de trecho significativo de Vila Osasco, descendo pelo córrego Bussocaba (atual Av. Bussocaba), cruzando a atual Av. dos Autonomistas. À época, o atual 4º BIL (Batalhão de Infantaria Leve) – Regimento Raposo Tavares já se constituía em um trecho urbanizado no Setor Militar, a norte da ferrovia, tratando-se originalmente, segundo Coelho, do local onde o bandeirante Raposo Tavares residiu. Quanto à população residente, Iwasaki e Coelho apontam o incentivo dado pelas indústrias então recentemente instaladas na sua constituição, através da construção de vilas operárias. Afora o incentivo em termos de moradia, a própria oferta de emprego, somada ao preço mais acessível da terra e ao atendimento pela via férrea foram determinantes na formação do núcleo. Provavelmente esta mão-de-obra [das indústrias recentemente instaladas] residia em São Paulo na sua maioria, e se locomovia aos locais de trabalho por intermédio da via férrea, mas é também provável que numerosos operários tivessem vindo fixar suas residências no próprio local de trabalho, quer em casas por eles mesmos construídas, quer em vilas operárias criadas pela fábrica.6 Segundo Coelho, os amplos vales fluviais de Osasco sempre ofereceram condições geográficas favoráveis para o estabelecimento de um grande parque industrial e, não à toa, desde a origem da cidade, a atividade econômica que obteve maior êxito foi a indústria. A atividade industrial em São Paulo cresceu muito no início do século XX devido ao desenvolvimento da lavoura cafeeira, e a 1ª Guerra Mundial impulsionou ainda mais tal crescimento. Por volta de 1915 se iniciou a metropolização de São Paulo, graças à consolidação de diversos bairros nos arredores da cidade. Dois fatores contribuíram de forma marcante neste processo [de metropolização]: os loteamentos esporádicos e a ampliação do parque 6 Iwasaki, 1975, 12. 7 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana industrial que se deu na faixa de várzeas e terraços fluviais percorridos pela ferrovia Santos-Jundiaí e Sorocabana.7 Segundo Iwasaki, em 1918, os bairros de Osasco foram elevados à categoria de Distrito de São Paulo. Em 1922, a Estrada São Paulo-Mato Grosso foi asfaltada até Itu e, em 1930, foi construída a igreja matriz. Nas décadas de 1920/30, houve um certo declínio na expansão de Osasco, sobretudo se compararmos tal período com o anterior. Teve início a ocupação de trechos das colinas locais. Nesta época, as vizinhanças da área central passaram a conter modestas habitações em loteamentos feitos na década precedente.8 No período apontado por Queiroga, os loteamentos que a princípio ocorreram nas proximidades da estação passaram a procurar os espigões da zona Sul de Osasco. No Mapa 1 é possível verificar a mancha urbanizada até 1930, cuja fonte é o Mapa do Município de São Paulo. Os núcleos ampliaram-se ao longo do eixo da ferrovia e da atual Avenida dos Autonomistas. A macha urbana precedente avançou sentido sul sobre o atual bairro de Bela Vista e novos núcleos surgiram em Presidente Altino e ao norte do rio Tietê, nos atuais bairros de Piratininga, com a atividade industrial, e Remédios, na divisa com São Paulo. Segundo o autor, a partir de 1930 o desenvolvimento industrial de São Paulo não mais estaria atrelado diretamente ao desenvolvimento da economia cafeeira, pois a partir deste período a sua metropolização propriamente dita reafirmaria a sua posição como polo nacional da indústria. Entre as décadas de 1930 e 1940, no que tange à expansão rodoviária, foi importante a efetivação da circulação de ônibus. Estes propiciaram a expansão dos subúrbios para áreas afastadas da estação de trem, fazendo, inclusive, a ligação direta desses novos subúrbios com São Paulo. Em 1944 o Distrito de Osasco foi elevado a Subdistrito do município de São Paulo. Segundo Coelho, Osasco teve o ritmo da sua industrialização e urbanização acelerado a partir das décadas de 1940 e 1950. 7 Iwasaki, 1975, 18. 8 Queiroga, 1994, 30. 8 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana O crescimento populacional de Osasco é lento até 1940, pois o desenvolvimento de suas funções urbanas, até aquele momento, davase de modo menos expressivo no contexto metropolitano, ou seja, não tão vinculado ao processo de industrialização e urbanização da Metrópole Paulistana.9 Entre 1945 e 1962, Osasco apresentou um crescimento notável e sua ocupação se efetivou. As ocupações industriais atraíram novas outras do mesmo gênero, que se instalaram no município ocupando porções ao longo da ferrovia e das rodovias, sendo estas últimas outro fator atrativo. Como pode ser visto no Mapa 1, a mancha urbanizada até a década de 1952 – que tem como fonte o Mapa do Município de São Paulo – avançou consideravelmente e ocupou praticamente todo o território ao sul do rio Tietê e a leste do córrego João Alves Pereira (atual Av. Visconde de Nova Granada). A década de 1950 marca a expansão da indústria pesada no país, concentrada sobretudo na grande São Paulo. Acarreta forte migração para esta região. A população proletária e subproletária tem como forma de moradia predominante a autoconstrução em loteamentos de periferia, que explodem em proporção muito maior que a demanda. Osasco recebe os dois fenômenos, mas a despeito do seu crescimento industrial, são os bairros dormitórios os responsáveis pela maior parte da expansão urbana do local. Decai a qualidade da urbanização, a maior parte de Osasco apresenta infraestrutura precária, sem pavimentação e rede de esgoto, pouca água, iluminação pública e coleta de lixo.10 Cada vez mais profissionais vinculados a São Paulo se estabeleceram em Osasco à medida que os terrenos aí tinham preços mais acessíveis; o povoamento se estendeu para todas as direções e a ferrovia ganhou mais estações e trens. A forte concentração humana nas áreas centrais correspondentes ao município de São Paulo provocou, naturalmente, a procura de áreas vazias na periferia, inclusive em Osasco, um bairro paulistano em 1962, pois o preço elevado dos terrenos e o regime inflacionário da época 9 Coelho, 1998, 106-107. 10 Queiroga, 1994, 40. 9 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana provocaram o loteamento das áreas suburbanas, como uma forma de assegurar o valor da moeda em deterioração.11 Segundo Coelho, a rápida expansão para a periferia de Osasco configurou loteamentos mal planejados, sem infraestrutura adequada. Foi nessa porção do território que se instalou a maioria da população migrante de menor poder aquisitivo. A população osasquense, diante da própria taxa de crescimento populacional, mais acelerada no período de industrialização de São Paulo, é constituída em grande parte por migrantes vindos da capital e de outras regiões de São Paulo e dos estados brasileiros.12 O Subdistrito de Osasco obteve autonomia e tornou-se um município em 1962 em um momento em que o núcleo habitacional atingiu altas densidades com exigências de serviços urbanos urgentes e soluções às péssimas condições de infraestrutura. No Mapa 1 é possível verificar o avanço da mancha urbanizada na década de 1960, até 1966, em direção a São Paulo no trecho sul, a oeste do córrego João Alves Pereira (atual Avenida Visconde de Nova Granada) e de forma mais considerável a norte do rio Tietê. O município de Osasco foi se compondo de bairros independentes uns dos outros, ora em função de indústrias, ora em função de loteamentos residenciais, em decorrência direta da evolução urbana de São Paulo, mantendo sempre uma relação periferia e centro.13 O processo de expansão urbana e demográfica deu origem ao fenômeno da conurbação entre Osasco e São Paulo, particularmente ao longo dos eixos da Estrada de Ferro Sorocabana, do vale do Rio Pinheiros e das estradas São Paulo-Mato Grosso e Raposo Tavares. A apropriação do solo em Osasco caracterizou-se, inicialmente, pela ocupação preferencial de espigões, perpendiculares ao vale central do Rio Tietê, a partir dos quais, pela ação isolada de empreendimentos privados, foram sendo implantados diversos loteamentos populares ao longo de meias encostas. (...) À medida que a mancha urbana foi expandindo e adensando-se, a descontinuidade entre aqueles bairros e 11 Coelho, 1998, 110. 12 Coelho, 1998, 109. 13 Iwasaki, 1975, 27. 10 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana vilas foi desaparecendo, contudo, formou-se um imenso mosaico urbano com sérios problemas de conexão.14 Ainda segundo a autora, na década de 1960, a indústria contribuía com mais de 90% da renda bruta do município de São Paulo. Em Osasco, a concentração industrial ocorria no centro do município, acompanhando as principais avenidas (Av. dos Autonomistas e Av. João Batista), ou nas proximidades da ferrovia. O sudeste do centro e a porção norte eram as mais industrialmente concentradas. Como pode ser visto no Mapa 1, o crescimento da mancha urbanizada entre 1966 e 1974 – cuja fonte é a Emplasa15 – foi mais significativo na porção norte do município, justamente onde a atividade industrial veio se expandindo. A ocupação desse trecho do território esteve atrelada também ao crescimento da população de São Paulo – e consequentemente das áreas periféricas da Metrópole – e ao intenso processo de migração no país, particularmente das camadas sociais menos favorecidas. A partir da década de 1970, com a expansão das rodovias, a valorização dos terrenos situados em áreas urbanas, e motivadas por uma política de incentivos de interiorização, algumas empresas e indústrias passaram a buscar instalações no interior do Estado. Assim como outros municípios da Região Metropolitana de São Paulo, Osasco passou a sofrer transformações em seu perfil econômico a partir da desconcentração industrial. Segundo Queiroga, na década de 1980, a crise econômica que marcou o Brasil foi sentida mais fortemente nos municípios industriais, como Osasco. Na década de 1980, com o agravamento da situação econômica nacional, a situação metropolitana piora. (...) A participação do Valor de Transformação Industrial da Região Metropolitana e da Capital em relação ao total do país caiu, já a participação do interior do Estado subiu.16 14 Coelho, 1998, 113. 15 É importante citar que a Emplasa não engloba zonas industriais em perímetros urbanizados. A Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano define como área urbanizada: áreas arruadas e efetivamente ocupadas por usos residencial, comercial e de serviços, caracterizadas por ruas e edificações. 16 Queiroga, 1994, 54. 11 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana No Mapa 1 é possível verificar o avanço da manha urbanizada de 1974 até 1980 e, posteriormente, até 1986, cuja fonte é a Emplasa15. No primeiro período a mancha urbana avançou ainda mais no sentido sul e em direção a São Paulo. Na porção norte, novos núcleos ocuparam o atual bairro Industrial Mazzei e trecho do Castelo Branco. No segundo período foram ocupados novos trechos no extremo norte e, a sul, foram loteadas a Vila Militar e Cidades das Flores e trecho de Santa Maria. Ao longo da década de 1980 e 1990, Osasco teve seu setor produtivo profundamente alterado: perdeu indústrias e se tornou um novo polo de comércio e de serviços da região Oeste da Grande São Paulo. Em 2002 é inaugurado o trecho oeste – o primeiro trecho – do Rodoanel Mario Covas, que trouxe significativas mudanças na ocupação territorial de Osasco na medida em que incentivou ainda mais o interesse pela ocupação oeste do município, na divisa com Carapicuíba. Dois novos usos se destacaram nessa porção: o uso industrial e de centros de logística e o uso residencial de condomínios fechados com várias torres. Como pode ser visto no Mapa 1 através do recurso da vista aérea, a mancha urbana avançou consideravelmente no referido trecho e em outras porções no sul do município após a década de 1990, porém alguns vazios permanecem e sua ocupação é iminente, particularmente pela facilidade de acesso pelo Rodoanel. Na foto aérea também é possível verificar o avanço da urbanização no bairro de Bonança, particularmente por ocupações irregulares de baixa renda, e o amplo parque industrial e logístico que se estende no trecho norte do município, com acessibilidade favorecida pela proximidade com a Rodovia Anhanguera, cujos primeiros lotes datam das décadas de 1980 e 1990. 12 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 1 – Evolução da área urbanizada de Osasco. (A2) 13 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3. SITUAÇÃO SOCIOESPACIAL 3.1. População 3.1.1. Evolução Constituída de 666.740 habitantes17 em uma área de 64,95 km², Osasco está na sub-região oeste da Região Metropolitana de São Paulo. Os municípios da subregião oeste, segundo a Emplasa, são: Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana de Parnaíba. A população desses municípios somada representa, em 2010, 10% da população da Metrópole. Já a população de Osasco representa 3% da população total da Metrópole e 35,2% da população da sub-região oeste, como pode ser verificado na Tabela 1. Evolução da população Período RMSP Sub-região oeste São Paulo % RMSP Osasco % RMSP % RMSP 1950 2.696.031 75.909 3% 2.198.096 82% 40.326 1% 1960 4.905.421 182.809 4% 3.824.102 78% 114.828 2% 1970 8.178.241 421.157 5% 5.924.612 72% 283.073 3% 1980 12.549.856 917.023 7% 8.493.217 68% 474.544 4% 1990 15.369.305 1.322.399 9% 9.646.185 63% 568.225 4% 2000 17.879.997 1.728.603 10% 10.435.546 58% 652.593 4% 2010 19.683.975 1.896.149 10% 11.253.503 57% 666.740 3% Tabela 1 – Evolução da população. Fonte: São Paulo Metrópole e IBGE, 2010. O crescimento populacional acelerado de Osasco, no período entre 1950 e 1970, quando a população do município cresce seis vezes o seu total (vide Tabela 1), está relacionado com o crescimento da população de São Paulo e, consequentemente, das áreas periféricas da Metrópole. A dinâmica populacional da região de São Paulo está relacionada com fatores como a expansão das indústrias e o 17 IBGE, 2010. 14 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana intenso processo de migração interna no país que teve como principal destino a região sudeste, o mais importante polo industrial.18 Durante a década de 1970, com a expansão da rede rodoviária no Estado de São Paulo e a política governamental de interiorização e desconcentração industrial, ocorrem mudanças na estrutura produtiva e consequente transformação do espaço e da sociedade.19 A transferência de indústrias vindas da capital e a implantação de empreendimentos habitacionais nos municípios vizinhos de São Paulo contribuíram para o crescimento do fenômeno de periferização da população. Como reflexo dessas mudanças observa-se, a partir da década de 1980, a dinâmica decrescente das taxas de crescimento populacional da Metrópole, que ficam abaixo da média do Estado, como pode ser visto na Tabela 2. Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (Em % a.a.) SUB-REGIÃO OESTE DA RMSP 1970/1980 1980/1991 1991/2000 2000/2010 Total do Estado de São Paulo 3,63 2,12 1,82 1,09 Região Metropolitana de São Paulo 4,40 1,86 1,68 0,97 Barueri 6,97 5,11 5,39 1,49 Carapicuíba 26,50 3,92 2,24 0,72 Cotia 7,23 6,55 3,85 3,05 Itapevi 6,70 6,60 4,72 2,16 Jandira 11,07 5,14 4,40 1,69 Osasco 5,19 1,63 1,59 0,23 Pirapora do Bom Jesus 2,51 4,70 5,07 2,44 Santana de Parnaíba 18,14 12,71 8,11 3,85 São Paulo 3,55 1,15 0,91 0,76 Tabela 2 – Taxa geométrica de crescimento anual da população (em % a.a.). Fonte: Seade. 18 Pasternak e Bógus, 2005. 19 Pasternak e Bógus, 2005. 15 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Enquanto o crescimento da Metrópole e de São Paulo foram decrescentes, chegando respectivamente a 1,82% e 1,15% na década de 1990, municípios vizinhos ainda mantinham taxas de crescimento expressivas, como é o caso de Santana de Parnaíba, que cresceu 8,11% no período (vide Tabela 2). No período analisado na Tabela 2, os municípios da sub-região oeste apresentam crescimento populacional relativo mais dinâmico que o crescimento de São Paulo. Já no município de Osasco – que, a partir da década de 1980, cresce a taxas abaixo da média metropolitana – percebe-se a desaceleração da dinâmica demográfica, assim como acontece em São Paulo, se diferenciando dos outros municípios da região. Segundo Coelho, o crescimento das cidades da sub-região oeste pode ser observado principalmente ao longo do eixo da Rodovia Presidente Castelo Branco, pela expansão de Alphaville em Barueri e Santana de Parnaíba, além de outros empreendimentos residenciais de alto padrão, assim como a implantação de loteamentos industriais em Barueri, Jandira e Itapevi e a implantação de conjuntos habitacionais, pelo poder público, em Carapicuíba e Itapevi. Na última década, a sub-região oeste é a que apresenta maior crescimento demográfico relativo da Região Metropolitana, com taxas de crescimento demográfico bastante superiores às taxas da Metrópole. 16 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 1 – Taxa Geométrica de Crescimento Anual (TGCA) da População da RMSP. 17 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.1.2. Migração No período analisado na Tabela 3, Osasco apresenta, desde a década de 1980, saldo migratório negativo, assim como São Paulo. Segundo dados do IBGE (2010), 7% da população residia no município há menos de 10 anos. Sobre o local de origem desta população residente, 18% desta provem do próprio Estado de São Paulo. Apesar de a Região Metropolitana apresentar taxa de migração negativa desde a década de 1980, os municípios da sub-região oeste apresentam taxas de migração positivas e elevadas até 2000, com a exceção de Osasco e São Paulo. Entre 2000 e 2010, Barueri e Carapicuíba também apresentam taxas negativas de migração. Segundo Bógus e Pasternak, entre 1980 e 2000 é significativa a migração intrametropolitana, com destino aos municípios da periferia. Percebe-se a continuidade do processo de crescimento radiocêntrico, que ultrapassa os limites do município e espraia-se pelos municípios vizinhos.20 Taxa Anual de Migração (Por mil habitantes) 1980/1991 1991/2000 2000/2010 Região Metropolitana de São Paulo -1,79 1,47 -1,60 Barueri 7,98 27,29 -3,19 Carapicuíba 15,47 4,48 -7,40 Itapevi 40,14 25,32 5,54 Jandira 22,80 21,54 3,02 Osasco -4,97 -0,09 -9,11 Pirapora do Bom Jesus 37,11 31,50 11,97 Santana de Parnaíba 115,32 59,14 24,64 -7,60 -5,07 -2,97 São Paulo Tabela 3 – Taxa anual de migração (por mil habitantes). Fonte: Seade. 20 Pasternak e Bógus, 2005, 23. 18 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.1.3. Distribuição Com o rápido aumento da população na década de 60, a densidade demográfica do município chega a 3.150 hab/km² e 5.500 hab/km² na área urbana central.21 Segundo dados do IBGE (2010), a atual densidade demográfica de Osasco é de 10.264,80 hab/km², sendo a quinta maior densidade demográfica do país. Como pode ser visto na Figura 2, a distribuição populacional no município é heterogênea, com maior concentração populacional na zona norte, nos bairros de Aliança, Mutinga, Helena Maria, Vila Menk, Munhoz Jr. e Jardim Elvira. Na zona sul, os bairros de maior densidade são Padroeira, Veloso e Jardim Roberto. Essas áreas de maior concentração populacional formam um anel de alta densidade ao redor das áreas centrais. Há áreas de menor concentração populacional nos extremos norte e sul do município, nos bairros de Santa Fé, Três Montanhas e Raposo Tavares. Nas áreas centrais, os bairros de menor densidade são Bonfim, Presidente Altino, Vila Campesina e Centro; e, a sudeste, os bairros de Adalgisa e City Bussocaba, onde localizam-se as áreas residenciais de médio e alto padrão. Contribuem para essa dinâmica de ocupação do território as características físicas de relevo, bastante acentuado nas extremidades norte e sul, e as implantações de áreas industriais próximas às Rodovias, além da formação das áreas residenciais de médio e alto padrão próximas ao limite com São Paulo, de forma conurbada. 21 Coelho, 1998, 113. 19 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 2 – Densidade populacional em Osasco. 20 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.1.4. Estrutura etária Ao analisar a evolução da estrutura etária de Osasco, percebe-se a diminuição do número dos menores de 10 anos de idade, que em 2000 representavam 17,8% da população (vide Gráfico 1), mas em 2010 passam a representar 13,8% (vide Gráfico 2). Com isso, a população em idade ativa (PIA), que em 2000 era de 82,2%, passa a 86,2% em 2010. Também é expressivo o aumento da população com mais de 60 anos, de 6,7% em 2000, cresce para 9,7% do total em 2010. Essa dinâmica demográfica sinaliza uma tendência de envelhecimento da população e desaceleração do crescimento demográfico, que está de acordo com a tendência nacional. Gráfico 1 – Censo demográfico 2000 – Pirâmide de distribuição da população por sexo, segundo os grupos de Idade, em Osasco. Fonte: IBGE. Gráfico 2 – Censo demográfico 2010 – Pirâmide de distribuição da população por sexo, segundo os grupos de Idade, em Osasco. Fonte: IBGE. 21 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.2. Economia e renda 3.2.1. Economia O processo de interiorização das indústrias iniciado na década de 1970, e a consequente desindustrialização da RMSP, contribuiu para a geração de novas atividades econômicas ligas à indústria, como intermediação e transporte da produção. Durante as décadas de 1980 e 1990 se estabelece na RMSP uma tendência de crescimento das atividades econômicas no setor de serviços22 e ela se transforma no principal centro terciário do país. As atividades financeiras aí concentradas potencializaram o desenvolvimento desse setor.23 Gráfico 3 – Participação no PIB do Estado (2012). Fonte: Seade. O PIB da RMSP representa, em 2012, 55,82% do PIB do Estado, sendo que a participação de Osasco no PIB da RMSP é de 4,98% do total, representando aproximadamente 3% do PIB do Estado, conforme Gráfico 3. Em 2010, o PIB per capita de Osasco (R$58.580,34), supera as médias da RMSP (R$39.377,91) e do Estado de São Paulo (R$33.593,32), conforme Tabela 4. PIB per capita Osasco RMSP Estado de SP PIB (Em milhões de reais correntes) 39.198,92 786.499,86 1.408.903,87 PIB per Capita (Em reais correntes) 58.580,34 39.377,91 33.593,32 Participação no PIB do Estado 2,78% 55,82% 100% Participação da Indústria no Total 9,12% 21,15% 24,99% Participação dos Serviços no Total 90,87% 78,8% 73,12% Tabela 4 – PIB per capita. Fonte: Seade, 2010. 22 Dedecca, 2009. 23 Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. 22 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana O perfil da contribuição dos setores da economia para o PIB de Osasco vem sofrendo alterações desde a década de 1970.24 Segundo dados do Seade, o PIB do município – historicamente composto em 90% pela atividade industrial – tem, em 2010, contribuição de 9,12% da indústria e 90,87% do setor de serviços. 3.2.2. Renda Como pode ser visto na Tabela 5 a seguir, a RMSP apresenta, segundo dados de 2010, renda per capita de R$ 948,09, renda mais alta que a média estadual, de R$ 853,75. Osasco tem renda per capita de R$ 757,55, menor que as médias citadas. Em 2010 Osasco RMSP São Paulo Renda per Capita (Em reais correntes) 757,55 948,09 853,75 Domicílios Particulares com Renda per Capita de até 1/4 do Salário Mínimo (Em %) 8,54 8,91 7,42 Domicílios Particulares com Renda per Capita de até 1/2 Salário Mínimo (Em %) 20,47 20,52 18,86 Tabela 5 – Informações de renda em Osasco. Fonte: Seade. Dados do IBGE 2010 mostram que, no universo de domicílios particulares permanentes, 29,01% dos domicílios apresentam renda per capita menor que um salário mínimo (salário mínimo 2010: R$ 510,00), sendo que 8,54% dos domicílios têm renda per capita de 1/4 do salário mínimo e 20,47% renda per capita de 1/2 salário mínimo. A Figura 3 apresenta a distribuição da renda média dos domicílios particulares permanentes no município de Osasco. As menores rendas por domicílio, de até três salários mínimos, têm maior ocorrência na zona norte, principalmente nos bairros de maior densidade populacional. Na zona sul, as menores rendas também se concentram nos bairros de maior densidade, como Padroeira, Veloso e Jardim Roberto. Nos bairros das áreas centrais como Km 18, Presidente Altino, Jardim das Flores, Vila Osasco, Bela Vista, ao longo do eixo da Avenida dos Autonomistas e na região sudeste, como Vila Yara, concentra-se a maior ocorrência de domicílios com renda acima de cinco salários mínimos, com destaque para os bairros Adalgisa, Vila Campesina e Industrial Autonomistas que concentram domicílios com renda acima de dez salários mínimos. Os 24 Coelho, 1998. 23 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana bairros onde há concentração de maior renda estão na divisa com São Paulo, e se estruturam ao longo do viário principal do município (Avenida dos Autonomistas) e do eixo de transporte de alta capacidade (CPTM). Figura 3 – Rendimentos médio dos domicílios particulares permanentes em Osasco. 24 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.2.3. Empregos O Gráfico 4 representa o crescimento de empregos na RMSP por setor entre 2003 e 2010. Segundo a Emplasa, no período, a economia metropolitana passa por transformações significativas, com ampliação do setor terciário, que cresceu 5,1% enquanto o crescimento do setor secundário foi de 0,8%. Gráfico 4 – Distribuição dos estabelecimentos e empregos por setor de atividade econômica: 2003-2010. Fonte dos dados: Ministério do Trabalho, Relação Anual de Informações Sociais – RAIS 2010; elaboração: Emplasa, 2011. Em Osasco, desde 1991, a participação do setor secundário no total de empregos formais vem diminuindo em oposição ao crescimento do setor terciário. O setor de serviços, em 2013, foi responsável por 57,2% dos empregos formais no município, enquanto os empregos formais em indústrias representaram 12,59% do total (vide Tabela 6). 25 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Participação dos Empregos Formais por setor econômico no Total de Empregos Formais em Osasco (Em %) 1991 2000 2010 2013 Construção 3,36 2,18 3,5 3,89 Indústria 33,64 24,59 15,1 12,59 Comércio Atacadista e Varejista 13,24 22,24 24,9 26,31 Serviços 44,42 50,96 56,5 57,2 Tabela 6 – Participação dos empregos formais por setor econômico no total de empregos formais em Osasco. Fonte: Seade. A Figura 4 representa a espacialização – por áreas de ponderação do IBGE – dos estabelecimentos por setor de atividade que mais empregaram no ano de 2012 em Osasco. Verifica-se que as atividades industriais oferecem grande número de empregos no extremo norte do município, no bairro Anhanguera. Nas áreas mais afastadas do centro, como nos bairros que coincidem com o anel de alta densidade populacional, são mais significativos os empregos na atividade de comércio. Já nas áreas centrais têm destaque os empregos na atividade de serviços. 26 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 4 – Setor de atividade que mais emprega em Osasco. Fonte: Observatório do Trabalho, Relação Anual de Informações Sociais, 2012. 3.2.4. Vulnerabilidade social Para caracterizar a vulnerabilidade social no município foram avaliados três índices: Índice de Gini, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), cujas leituras serão apresentadas a seguir. 27 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.2.4.1. Índice de Gini Embora o PIB de Osasco seja alto e a proporção de pessoas pobres (população com renda per capta inferior a R$ 140,00 - a preços de agosto de 2010 Fonte: PNUD, Ipea e FJP) tenha diminuído, a evolução da desigualdade no período – medida pelo chamado Índice de Gini – indica aumento da concentração de renda. Como pode ser visto na Tabela 7, a proporção de população pobre no município de Osasco diminuiu de 7,89% em 2000 para 4,80% em 2010. Porém, como indicado no Gráfico 5, o índice de Gini, que em 2000 era de 0,51, passa para 0,53 em 2010. O mesmo fenômeno, de aumento da concentração de renda, pode ser observado através do Índice de Gini para a cidade de São Paulo.25 Renda, Pobreza e Desigualdade em Osasco 1991 2000 2010 % de extremamente pobres 1,56 1,84 1,50 % de pobres 7,68 7,89 4,80 Índice de Gini 0,46 0,51 0,53 Tabela 7 – Renda, pobreza e desigualdade em Osasco. Fonte: PNUD, Ipea e FJP. ÍNDICE DE GINI 0,53 2010 0,62 0,51 2000 Osasco 0,61 São Paulo 0,46 1991 0,56 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 Gráfico 5 – Índice de Gini em Osasco e São Paulo. Fonte dos dados: PNUD, IPEA e FJP; elaboração própria. 25 Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. 28 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.2.4.2. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é uma medida composta de indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda. O critério para classificação dos municípios varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Osasco 2010 0,776 2000 0,706 1991 0,572 Tabela 8 – IDHM de Osasco. Fonte: Atlas Brasil 2013, PNDU. De acordo com a Tabela 8, o IDHM de Osasco teve aumento considerável, passando de 0,572, em 1991, para 0,776, em 2010. Há indicação de melhora na qualidade de vida quanto à expectativa de vida, acesso à educação e garantia de atendimento das necessidades básicas. 3.2.4.3. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) Podemos ver através do IPVS a distribuição da desigualdade no território de Osasco. O índice utiliza os resultados do censo do IBGE por setores censitários, para combinação de dados entre as dimensões demográficas (características das pessoas responsáveis pelos domicílios, como idade e sexo) e as dimensões socioeconômicas (renda domiciliar per capita, % de domicílios com renda domiciliar per capita ate 1/2 salário mínimo e 1/4 salário mínimo e % de pessoas responsáveis pelo domicilio alfabetizadas). A Tabela 9 apresenta a classificação dos sete grupos de vulnerabilidade social segundo seu IPVS. 29 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Grupos IPVS Situação por grupo 1 Baixíssima vulnerabilidade Urbanos e rurais não especiais e subnormais 2 Vulnerabilidade muito baixa Urbanos e rurais não especiais e subnormais 3 Vulnerabilidade baixa Urbanos e rurais não especiais e subnormais 4 Vulnerabilidade média Urbanos e rurais não especiais e subnormais 5 Vulnerabilidade alta 6 Vulnerabilidade muito alta 7 Vulnerabilidade alta Urbanos não especiais Urbanos subnormais Rurais Tabela 9 – Classificação do IPVS por grupo. Fonte: Relatório de principais resultados IPVS, 2010. Assembleia Legislativa de São Paulo e Seade. Segundo Coelho, os bairros centrais de Osasco sempre apresentaram uma melhor infraestrutura urbana e se configuram, em sua maioria, como área de residências unifamiliares de padrão médio e médio-alto padrão. Como pode ser visto na Figura 5, é nesses bairros que a densidade se mantém abaixo da média do município e onde se concentram as rendas mais altas e índices IPVS baixos ou baixíssimos. As áreas de maior vulnerabilidade estão localizadas majoritariamente na porção norte do município, no extremo sul e porção sudoeste do município, que se aproxima do Rodoanel Mario Covas e da divisa de município com Carapicuíba. Essas regiões, mais afastadas das áreas centrais são também as regiões que compõe o anel de alta densidade. 30 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 5 – Índice Paulista de Vulnerabilidade Social em Osasco. 31 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.3. Estrutura domiciliar e redes de infraestrutura A rápida expansão urbana pela qual passou Osasco, quando sua população mais do que dobrou de tamanho, com incremento de 168.245 habitantes em uma década (1950-1960), produziu impactos sobre a qualidade de sua urbanização. Foi a partir da década de 1960 que se intensificou a expansão urbana da Metrópole a oeste tendo como fator principal de indução a oferta de terras para o assentamento residencial. As classes operárias passaram a procurar os loteamentos de periferia devido ao baixo custo do lote, que em geral não possuíam qualquer infraestrutura.26 Os dados da Tabela 10 indicam a situação de inadequação dos domicílios permanentes em Osasco. Como pode ser verificado também através da espacialização dos dados do IBGE (2010), os domicílios do município encontram-se atualmente em situação favorável, com índices bastante baixos de inadequação. As redes de infraestrutura como abastecimento de água, coleta de resíduos sólidos e energia elétrica atendem quase a totalidade dos domicílios, indicando que o déficit de atendimento de infraestrutura é qualitativo. No entanto, é importante notar que apenas 9% do esgoto da cidade é tratado, existindo esgotos a céu aberto ou lançamento in natura em cursos d’água.27 Inadequação de domicílios urbanos Total de domicílios % 666.740 Esgotamento sanitário 13999 2,10% Abastecimento de água 878 0,13% Iluminação elétrica 1520 0,23% Destino do lixo 531 0,08% Adensamento em domicílios próprios 9161 1,37% Tabela 10 – Inadequação de domicílios urbanos em Osasco. Fonte: Déficit habitacional municipal no Brasil, Fundação João Pinheiro, 2010. 26 Coelho, 1998. 27 Prefeitura Municipal de Osasco, 2012. 32 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.3.1. Esgotamento sanitário Dados do IBGE (2010) mostram que 83,76% dos domicílios permanentes em Osasco são atendidos pela rede geral de esgoto, e 5,07% lançam o esgoto in natura em cursos d`água, como pode ser visto na Tabela 11. Tipo de esgotamento sanitário nos domicílios particulares permanentes em Osasco Rede geral de esgoto ou pluvial 83,76% Fossa séptica 6,42% Fossa rudimentar 1,30% Vala 1,75% Rio, lago ou mar 5,07% Outro tipo 1,66% Não tinham 0,04% Tabela 11 - Tipo de esgotamento sanitário nos domicílios particulares permanentes em Osasco. Fonte: IBGE, 2010. A Figura 6 espacializa o atendimento dos domicílios de Osasco pela rede de esgotamento sanitário, por setor censitário do Censo Demográfico do IBGE (2010). As áreas com maior carência de atendimento coincidem com as áreas ocupadas irregularmente, como favelas e loteamentos irregulares, e com as áreas predominantemente industriais. A porção norte do município é a que apresenta menores porcentagens de domicílios atendidos pela rede geral de esgoto. 33 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 6 – Rede geral de coleta de esgoto em Osasco. 34 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.3.2. Abastecimento de água O sistema de abastecimento de água em Osasco é integralmente operado pela Sabesp.28 Segundo dados do IBGE (2010), 99,12% dos domicílios particulares permanentes são abastecidos pela rede geral de água. Já a porcentagem de domicílios abastecidos por poço, nascente, rio ou outros, não chega a 1% do total, como pode ser visto na Tabela 12. Forma de abastecimento de água nos domicílios particulares permanentes em Osasco Rede geral 99,12% Poço ou nascente na propriedade 0,08% Poço ou nascente fora da propriedade 0,01% Rio, açude, lago ou igarapé 0,02% Poço ou nascente na aldeia - Poço ou nascente fora da aldeia - Outra 0,77% Tabela 12 - Forma de abastecimento de água nos domicílios particulares permanentes em Osasco. Fonte: IBGE, 2010. A Figura 7 espacializa o atendimento dos domicílios de Osasco pela rede de abastecimento de água, por setor censitário do Censo Demográfico do IBGE (2010). No bairro Bonança há concentração de domicílios não atendidos pela rede geral de abastecimento de água. 28 Plano Municipal de Saneamento Básico, 2007. 35 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 7 – Rede geral de abastecimento de água em Osasco. 36 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.3.3. Coleta de resíduos sólidos Segundo dados do Inventário de Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo (CETESB), em 2005, o município de Osasco gerava cerca de 492,5 ton/dia de resíduos sólidos domiciliares. Em 2013, o relatório da CETESB indica produção de 760,82 ton/dia de resíduos sólidos domiciliares; portanto, em oito anos, a produção de resíduos sólidos no município aumentou 50%. Há um aterro sanitário localizado no bairro Bonança. Desde 2007, a EcoOsasco Ambiental é a concessionária da PMO responsável pela coleta e tratamento de resíduos sólidos no município. Ela será a responsável pela construção de um novo aterro sanitário, ao lado do atual. Segundo o superintendente da empresa, assim que o novo aterro estiver funcionando, o atual será desativado, por estar em funcionamento desde 1989 e apresentar estrutura já ultrapassada29. Os dados do IBGE (2010) mostram que o município de Osasco tem 99,29% dos domicílios atendidos pela coleta de lixo, como pode ser visto na Tabela 13. Destino do lixo dos domicílios particulares permanentes em Osasco Coletado 99,29% Coletado por serviço de limpeza 93,08% Coletado em caçamba de serviço de limpeza 6,21% Outro destino 0,71% Tabela 13 - Destino do lixo dos domicílios particulares permanentes em Osasco. Fonte: IBGE, 2010. A Figura 8 espacializa o atendimento dos domicílios de Osasco pela coleta de resíduos sólidos, por setor censitário do Censo Demográfico do IBGE (2010). Assim como o atendimento pela rede geral de água, no bairro Bonança, há concentração de domicílios não atendidos pela coleta de resíduos. No bairro Padroeira também há trechos com baixa porcentagem de domicílios atendidos. 29 www.visaooeste.com.br – 18.10.2013. 37 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 8 – Coleta de resíduos sólidos em Osasco. 38 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 3.3.4. Energia elétrica Como pode ver visto na Tabela 14 e na Figura 9, o atendimento pela rede de energia elétrica no município de Osasco é homogêneo, abrange todo o território e quase a totalidade dos domicílios. Existência de energia elétrica nos domicílios particulares permanentes em Osasco Tinham 99,95% Não tinham 0,05% Tabela 14 – Existência de energia elétrica nos domicílios particulares permanentes em Osasco. Fonte: IBGE, 2010. Como reflexo das transformações na dinâmica econômica no município é possível analisar, a partir dos dados da Tabela 15, as mudanças no consumo de energia. No período entre 1990 e 2013, o consumo de energia das atividades industriais reduziu pela metade. Atualmente, o maior consumidor de energia em Osasco são as residências. Consumo de energia elétrica por setor de atividade em Osasco (em MWh) 1980 Industrial Comércio e Serviços Residencial Iluminação, Serviços Públicos e Outros Total 1990 2001 2010 2013 537.488 746.092 352.284 415.369 364.033 81.438 124.445 267.247 436.298 468.046 162.407 276.673 372.034 573.929 644.401 168.889 93.739 88.769 1.160.454 1.519.335 1.565.249 Tabela 15 – Consumo de energia elétrica por setor de atividade em Osasco. Fonte: Seade. 39 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 9 – Rede de energia elétrica em Osasco. 40 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4. ANÁLISE URBANÍSTICA 4.1. Legislação urbana pertinente 4.1.1. Plano Diretor vigente (Lei Complementar 125/2004) Os principais objetivos e diretrizes do Plano Diretor de Osasco são: i. Elevar a qualidade de vida da população; ii. Combater a exclusão social; iii. Conter a expansão populacional, através de: a. Redução dos índices de crescimento populacional de Osasco, que já apresenta uma das maiores densidades do Brasil e não dispõem de áreas para expansão; b. Priorização de destino dos vazios existentes para atividades econômicas, lazer e complementação de equipamentos urbanos; c. Revisão da legislação restringindo os incentivos à implantação de novos conjuntos residenciais, adotando a outorga onerosa do direito de construir. iv. Incrementar a instalação de atividades econômicas geradoras de emprego, renda e receita; v. Ordenar o uso e ocupação do solo garantindo condições para função social, através de: a. Atualização da LUOS; b. Correção do crescimento desregrado; c. Equilíbrio das novas construções com oferta de infraestrutura. vi. Promoção da distribuição justa da infraestrutura urbana; vii. Privilegiar os investimentos em habitação social; viii. Ampliar a integração viária e dos transportes coletivos em nível local e metropolitano, através de: a. Garantia do acesso a todos os bairros por via publica pavimentada e integrada à malha urbana; b. Incorporação dos novos acessos para Rodoanel, para rotas alternativas às vias pedagiadas da Rodovia Castelo Branco, para novas glebas nos extremos Norte e Sul; 41 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana c. Integração dos modos de transporte local e metropolitano considerando a possibilidade de implantação de serviços de média capacidade, intermediário entre rodoviário e ferroviário. ix. Proteger e recuperar o meio ambiente; x. Promover a participação social. Vale destacar que não consta no Plano Diretor a indicação de áreas ou vetores de estímulo ou de restrição à ocupação ou ao adensamento. A única determinação nesse sentido é aquela elencada no item iii.b. acima, que discorre sobre o destino dos vazios urbanos ao uso não residencial; contudo, não constam mapas contendo o levantamento desses vazios, tampouco propostas estruturadas para eles. As diretrizes dos objetivos norteiam a definição das Politicas Públicas de Desenvolvimento Social, Econômico, Físico-Ambiental e Institucional. Aqui destacamse as ações previstas pela Política Pública de Desenvolvimento Físico-Ambiental no que tange ao tema da mobilidade: i. Elaborar e implantar o Plano de Tráfego e Transporte Urbano; ii. Criar condições para implantar VLT; iii. Criar terminais de integração modal junto a estações ferroviárias e nos extremos da ocupação urbana; iv. Regulamentar o instrumento urbanístico EIV (Estudo prévio de impacto de vizinhança) definido no Estatuto da Cidade. As Políticas Públicas geram planos, programas, leis e ações. Aqui vale destacar os Mapas 1 e 2 do Plano Físico-Estrutural, que vêm anexos ao Plano Diretor. Pode-se dizer que a maioria das intervenções viárias previstas no Mapa 1 Sistema Viário do Plano Diretor (vide Figura 10) já foram concretizadas pelo poder público ou estão em vias de serem construídas (estão em obras ou são projetos previstos), particularmente aquelas que buscam a consolidação dos corredores NorteSul, as interligações com o Rodoanel Mario Covas e as Rodovias Anhanguera e Raposo Tavares. As intervenções previstas no Mapa 2 – Sistemas de Transportes do Plano Diretor (vide Figura 11 – Plano Diretor de Osasco – Plano Físico-Estrutural – Mapa 2 – Sistema de Transportes) são indicadas com a intenção de serem posteriormente incorporadas ao Plano de Tráfego e Transporte Urbano do município. Portanto, dado o momento de elaboração de tal Plano, é importante que sejam revistas e eventualmente incorporadas: 42 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana i. Reformulação, adequação e/ou ampliação das estações da CPTM, em especial a reconstrução da estação Gen. Miguel Costa, preparando-as para integração modal efetiva; ii. Implantação de estação da CPTM na face sul da estação Presidente Altino, interligada por passarela, criando a estação Continental, que atenderá ao parque Continental, Jaguaré, Jardim Wilson, Vila Yara, São Francisco e universidades; iii. Implantação do terminal rodoviário de integração intermodal do Km 21, junto à estação Gen. Miguel Costa; iv. Implantação dos terminais rodoviários urbanos e metropolitanos Osasco Sul e Osasco Norte da EMTU, nas praças Antônio Menk e Padre Cícero, interligados entre si, com a estação Osasco da CPTM e com a Estação Rodoviária Municipal; v. Implantação de terminal rodoviário urbano junto à estação Comandante Sampaio da CPTM, no Km 18; vi. Implantação de terminal rodoviário urbano no extremo sul do município, junto ao Jardim Santa Maria, permitindo a interligação adequada desse quadrante da cidade aos sistemas de transportes coletivos local e metropolitano; vii. Elaboração de estudo de viabilidade técnica-econômica-financeira para a implantação de sistema de transporte coletivo de média capacidade, do tipo VLT - Veículo Leve sobre Trilhos, ou similar, ligando a região sul do município à estação Comandante Sampaio da CPTM e desta, à região industrial no norte do município; viii. Elaboração de estudo de viabilidade para implantação de estação de integração intermodal entre a hidrovia do rio Tietê e o sistema rodoviário, em especial o Rodoanel Mário Covas. Vale destacar que não consta no Plano Diretor a indicação do traçado do VLT proposto citado no item vii. O Plano Diretor de 2004 trata-se do vigente, mas está em revisão pelo governo desde 2012. Em 2006, este Plano foi alvo de uma Lei Complementar (LC 152/2006) que o regulamentou no que tange às ZEIS e dispôs normas especificas para a produção de Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP), definindo os procedimentos para licenciamento desses projetos. 43 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana O Anexo único desta Lei delimitou as ZEIS 1, 2 e 3 no território de Osasco e pode ser visto na Figura 12. Segundo a LC 152/2006, as categorias de ZEIS são: i. ZEIS-1: Terrenos não edificados ou subutilizados, privados ou públicos, destinados à promoção de HIS; ii. ZEIS-2: favelas, cortiços, assentamentos informais, urbanizados ou em processo de urbanização situados em áreas públicas ou particulares; iii. ZEIS-3: loteamentos de interesse social, loteamentos irregulares ou clandestinos, urbanizados ou em processo de urbanização situados em áreas publicas e particulares, comprovadamente ocupados até junho de 2005, conforme levantamento aerofotogramétrico. A referida Lei define os seguintes parâmetros urbanísticos para o uso residencial multifamiliar horizontal, vertical e misto destinado a HIS, sendo este produzido em ZEIS ou não: i. T.O.: 75%; ii. Acréscimo de 1,5 ao C.A. existente; iii. Mínimo uma vaga de estacionamento para cada três unidades habitacionais no caso de habitação multifamiliar e no máximo uma vaga por unidade habitacional nos outros casos. Para a implantação de HMP ficam definidos os seguintes parâmetros: i. T.O.: 50%; ii. C.A. estabelecido no zoneamento; iii. Uma vaga de estacionamento por unidade habitacional. A construção de HIS e HMP pode ter seu coeficiente de aproveitamento superior ao estabelecido na legislação quando aplicada a Outorga Onerosa do Direito de Construir, conforme descrito no item 4.1.6 do presente relatório. Por fim, vale apontar também que a LC 152/2006 regulamenta a criação da Comissão de Urbanização e Regularização – que viabiliza os Planos de Urbanização e/ou Regularização Fundiária das ZEIS 2 e 3 – assim como da Comissão de Avaliação e Aprovação para Implementação de HIS e HMP – vinculada à Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano, com atribuições de órgão normativo, consultivo e deliberativo sobre legislação de habitação popular. 44 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 10 – Plano Diretor de Osasco – Plano Físico-Estrutural – Mapa 1 – Sistema Viário 45 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 11 – Plano Diretor de Osasco – Plano Físico-Estrutural – Mapa 2 – Sistema de Transportes 46 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Figura 12 – Lei Complementar 152/2006 – Anexo Único. Fonte: PLHIS, 2012. 47 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.1.2. Operação Urbana Consorciada Tietê I (LC 170/2008) Esta OUC tem por objetivo criar usos diversificados com índices urbanísticos e parâmetros compatíveis com o potencial da região em que está prevista, que se trata de um trecho entre o rio Tietê e a ferrovia (vide Figura 13). Ela pretende também implantar melhoramentos viários e promover o adensamento e reestruturação da área. Circ. Pedestres Comércio e serviço Residencial Sistema viário Área verde Figura 13 – OUC Tietê I – Anexo 04 – Plano Urbanístico. Fonte: PMO. Dentre as diretrizes urbanísticas da OUC, vale destacar a implantação de ligação viária entre a Av. Nações Unidas, à margem esquerda do rio Tietê, e a Av. dos Autonomistas na altura da Vila Militar, além de outras ligações (vide Figura 14); a implantação de um Parque linear na margem esquerda do rio Tietê, com 50m de largura; e a construção de habitação de interesse social. Figura 14 – OUC Tietê I – Anexo 03 – Projeto Viário. Fonte: PMO. 48 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana A Lei da OUC prevê o aumento do coeficiente de aproveitamento do perímetro até o máximo de 4,0, mediante a compra de outorga onerosa. Segundo o plano urbano elaborado em 2013, 53,58% do uso previsto será residencial; 23,86%, verde; e 8,22%, comércio e serviço. Portanto, consideradas as diretrizes da Lei da OUC, é importante considerar esse vetor de adensamento nas previsões de expansão de Osasco, assim como uma maior atração de viagens por conta dos novos usos. 4.1.3. Operação Urbana Consorciada Tietê II (LC 203/2010) Esta OUC, prevista em trecho entre a Rodovia Castelo Branco e a Av. dos Autonomistas, tem por objetivo consolidar seu território como Centralidade Regional, readequar o sistema viário existente, implantar áreas verdes e institucionais e novas habitações de interesse social. Como pode ser visto na Figura 15, seu programa de intervenções prevê a implementação do Complexo Metropolitano, com o novo Paço Municipal; melhoramentos viários através de aberturas e readequações; implantação de um novo sistema de áreas verdes; implantação de um Complexo Cultural; e, por fim, a reurbanização da ZEIS. Figura 15 – OUC Tietê II – Mapa 02 – Programa de Intervenções. Fonte: PMO. 49 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana A Lei da OUC prevê o aumento do coeficiente de aproveitamento em todo o perímetro, o que significa o adensamento e o aumento do número de viagens no perímetro em um futuro próximo. No caso de alguns setores da OUC, os coeficientes máximos saltarão para 6,0, ou seja, terão ampla possibilidade de verticalização. 4.1.4. Operação Urbana Consorciada Paiva Ramos (LC 222/2011) Esta OUC, prevista no extremo norte do município, tem por objetivos a ocupação controlada com uso residencial, comercial e de serviços, garantindo a área verde; a contenção do vetor de expansão com ocupações irregulares; o aproveitamento do potencial paisagístico da porção entre a Rod. Anhanguera e o Rodoanel Mario Covas; e, por fim, a implantação do Parque Ecológico e Jd. Botânico. Figura 16 – OUC Paiva Ramos – Mapa 02 – Programa de Intervenções. Fonte: PMO. O caráter da OUC Paiva Ramos é de extrema importância em um trecho do município de Osasco ainda predominantemente desocupado, mas que vive a ameaça iminente de ocupação irregular apesar do seu valor ambiental. É importante notar que apesar do caráter ambiental e de contenção da expansão horizontal, esta OUC prevê o adensamento populacional com a indicação de coeficientes de aproveitamento elevados em trechos pré-determinados, como o Setor 01 – Residencial (CA máximo = 4,0) e o Setor 02 – Comercial (CA máximo = 2,5). As principais intervenções viárias previstas na OUC são um novo anel de ligação com o Rodoanel e uma nova alça de acesso da Rodovia Anhanguera para a malha urbana de Osasco, como pode ser visto na Figura 16. 50 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.1.5. Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei 1485/1978) Após uma descrição inicial no Capítulo I acerca de seus objetivos e definições, no Capítulo II, a Lei de Uso e Ocupação do Solo de Osasco (LUOS) dá uma série de diretrizes aos novos arruamentos e loteamentos. A LUOS não permite o parcelamento de terrenos com declividade igual ou superior a 30% e não aprova arruamentos que destruam parcial ou totalmente reservas arborizadas ou florestais. Da área total do arruamento ou loteamento proposto, 15% deverão ser destinados às novas vias, sem contar as existentes; 10%, para espaços livres de uso comum; e 10%, para uso institucional. Os loteamentos industriais devem destinar 10% para espaços de uso comum e ficam desobrigados de doar área para uso institucional. O Quadro 1 (vide Quadro 1) da LUOS apresenta as características técnicas, declividades e dimensões exigidas para as vias de circulação propostas em planos de arruamento. Quadro 1 – Lei de Uso e Ocupação do Solo – Quadro 1 – Caraterísticas Técnicas das Vias de Circulação 51 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Segundo a Lei, o acesso a qualquer novo arruamento deverá ser feito por via com largura mínima de 20m. No caso de arruamentos para fins não industriais, essa exigência pode ser dispensada se a distância máxima a uma via de 20m de largura seja de no máximo 500m. É estabelecido o comprimento máximo das quadras de 200m, sendo que quadras com mais de 150m deverão ser divididas a cada 100m por vielas. No caso dos arruamentos industriais, a quadra deverá ter no máximo 400m de extensão, sendo que quadras com mais de 300m serão parceladas por vielas a cada 200m. No Capítulo III, a LUOS apresenta as zonas de uso previstas para o município, descrevendo, em seguida, cada subcategoria nos capítulos IV a XIII. As zonas de uso são: i. ZR1 - zonas de uso exclusivamente residencial, de baixa densidade demográfica; ii. ZR2 ‐ zonas de uso predominantemente residencial, de média densidade demográfica; iii. ZR3 ‐ zonas de uso predominantemente residencial, de média a alta densidade demográfica, paralelas a eixos comerciais e de serviços; iv. ZR4 ‐ zonas de uso predominantemente residencial de média a baixa densidade demográfica; v. ZECS ‐ zonas de uso em eixos predominantemente comerciais e de serviços; vi. ZCS ‐ zonas de uso predominantemente comercial e de serviço; vii. ZI ‐ Zonas de uso predominantemente industrial; viii. ZE ‐ zonas de uso exclusivamente institucional; ix. ZAV‐ zonas de uso exclusivamente recreativo, de áreas verdes e de proteção a recursos naturais; x. ZECSC ‐ Zona de Uso em Eixos Predominantemente Comerciais e de Serviço Central. No Mapa 2 a seguir pode ser verificado o zoneamento do município de Osasco resultante da espacialização das zonas de uso previamente descritas. No Mapa 3 foram indicadas as zonas cujos coeficientes e aproveitamento possuem índica 2,5 ou superior, indicando o incentivo da LUOS para a verticalização e consequente adensamento. 52 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 2 – Lei de Uso e Ocupação do Solo – Zoneamento 53 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 3 – Lei de Uso e Ocupação do Solo – Índices Altos de Coeficiente de Aproveitamento 54 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana As dimensões mínimas dos lotes, os recuos de frente, fundo e lados, bem como as taxas de ocupação e os coeficientes de aproveitamento dos lotes, consideradas as zonas de uso, constam no Quadro 3 da LUOS. Já no Quadro 4 (vide Quadro 2), constam as exigências da LUOS quanto a numero de vagas de estacionamento nas zonas de uso, sendo R = zonas de uso residencial; C = zonas de uso comercial; S = zonas de uso de serviços; I = zonas de uso industrial e E = zonas de uso institucional. Quadro 2 – Lei de Uso e Ocupação do Solo – Quadro 4 – Estacionamento, carga e descarga 55 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.1.6. Lei da Outorga Onerosa e Regularização de Construções Não Licenciadas (Lei Complementar 171/2008) A outorga onerosa é um instrumento previsto no Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) que prevê a alteração do índice urbanístico do coeficiente de aproveitamento, essencial para a configuração urbana do município na medida em que limita quantas vezes a área do terreno o interessado poderá construir, possibilitando, ou não, o fenômeno da verticalização. Em Osasco, a outorga onerosa especificada no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, poderá ser concedida, mediante cobrança, para novas construções de forma que atinjam índices de coeficiente de aproveitamento acima dos previstos na Lei de Uso e Ocupação do Solo de 1978. Também poderá ser concedida para regularização de construções edificadas sem licenciamento da PMO. A cobrança será constituída por meio de contrapartida financeira, que terá como destino o Fundo Municipal de Política Urbana e Habitacional ou construção de unidades habitacionais de interesse social que atenderão à demanda de moradores em área de risco ou projetos de urbanização. A outorga onerosa poderá ser concedida em todo o território de Osasco, excluídos os bairros Paiva Ramos, Três Montanhas, Santa Fé e o Loteamento Parque dos Príncipes. A lei de outorga onerosa não altera os parâmetros de taxas de ocupação, recuos, usos e dimensões mínimas do lote, estabelecidos na Lei de Uso e Ocupação do Solo de 1978. Segundo o parágrafo 2º do artigo 3º da LC 171/2008, o potencial construtivo adicional passível de ser obtido mediante outorga onerosa será limitado nos lotes pelo coeficiente de aproveitamento 4,0 (quatro). Ou seja, quaisquer locais do município de Osasco, exceto os bairros Paiva Ramos, Três Montanhas e Santa Fé, no extremo norte do município, são passíveis de construção até o coeficiente de aproveitamento 4,0 – mesmo aqueles cujo coeficiente de aproveitamento previsto na Lei de Uso e Ocupação do Solo seja 0,5, mediante compra da outorga onerosa do direito de construir. Pode-se dizer que a Lei da Outorga Onerosa de Osasco é bastante generosa com o mercado imobiliário na medida em que praticamente anula o Zoneamento proposto em função de eixos de alta, média e baixa capacidade e da configuração do município a partir de zonas mais ou menos densas. 56 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Contudo, é importante lembrar que a Lei da Outorga Onerosa prevê em seu artigo 4º que, para o uso deste instrumento, devem ser atendidas algumas exigências da legislação urbanística, tais como a compatibilidade com a capacidade de suporte do sistema de circulação, dos equipamentos públicos existentes e da infraestrutura instalada. Além disso, a concessão de outorgas onerosas é monitorada pela Comissão Especial de Análise de Outorga Onerosa do Direito de Construir, responsável por realizar relatórios que identifiquem áreas críticas próximas da saturação de unidades construídas. Fica sujeito à análise e parecer desta comissão o licenciamento de novas unidades residenciais quando o relatório demonstra que em um mesmo bairro o número de unidades residenciais licenciadas mediante outorga atingiu o número de 200 unidades, bem como outros usos que gerem incomodidade devido ao seu porte, em especial os que se constituem em polos geradores de tráfego. Portanto, é de suma importância a atuação da referida Comissão na tentativa de se manter o equilíbrio na ocupação do território, de forma que esta ocorra de maneira compatível com a capacidade de absorção do sistema viário e do transporte coletivo de média e alta capacidade. No Mapa 4 é possível verificar os empreendimentos residenciais e comerciais viabilizados mediante compra de Outorga Onerosa em Osasco, assim como a sua concentração por bairro. Não por acaso eles se concentram nas regiões de maior interesse do mercado imobiliário: o eixo da Avenida dos Autonomistas; o eixo do Rodoanel Mario Covas, nos bairros de Quitaúna, São Pedro, Vila Maria e Jardim Conceição; o eixo comercial do bairro de Presidente Altino; os eixos de Avenidas da porção sul do município, tais como: Av. Marechal Edgar de Oliveira, Av. Hildebrando de Lima, Av. Santo Antônio e Av. Bussocaba. 57 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 4 – Lotes que foram alvo de outorga onerosa em Osasco. 58 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.1.7. Plano Local de Habitação de Interesse Social (2012) A parte I do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) dá um panorama da formação histórica de Osasco e de seus aspectos socioeconômicos. Em seguida busca-se a compreensão de como se deu historicamente a produção da moradia pelos agentes públicos e privados no município, após a qual são apresentados os projetos e obras futuros previstos, que totalizariam 3.460 unidades habitacionais produzidas, como pode ser visto na Figura 17. Figura 17 – Empreendimentos de HIS públicos a serem entregues em Osasco. Fonte: PLHIS, 2012. 59 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana No quinto capítulo o relatório contextualiza como a nova Política Nacional de Habitação (PNH) implementada a partir de 2004 pelo governo federal – que aumentou o aporte de recursos para a habitação com a criação de programas como o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – colocou o desafio para as Prefeituras planejarem estruturas próprias de formulação e execução de políticas habitacionais locais. É contextualizada a estrutura administrativa habitacional de Osasco, que conta com a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEHDU) e seus departamentos e diretorias. Além desses órgãos o relatório aponta a Comissão de Avaliação e Aprovação para Implementação de Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP) como órgão vinculado à SEHDU criado pela LC 152/2006 (vide item 4.1.1 deste relatório), assim como a Comissão de Urbanização e Regularização. Em seguida o relatório indica os eixos de estruturação da Política Habitacional e de Desenvolvimento Urbano de Osasco e analisa os recursos orçamentários investidos pelo PMO para delinear o horizonte a ser disponibilizado para aplicação no PLHIS. Nesse momento é destacado o Fundo Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano como importante instrumento para a política habitacional, por angariar fontes próprias de recursos por meio da aplicação da Outorga Onerosa. Na parte II do Plano, que se inicia no sexto capitulo, é dado um panorama da evolução urbana do município relacionando-a à constituição da precariedade habitacional. São indicadas as principais características dos assentamentos precários de Osasco: favelas, loteamentos irregulares, conjuntos habitacionais irregulares, alojamentos, descreve-se as situações de risco, as situações fundiárias e classifica-se os assentamentos quanto ao estágio ou perspectiva de consolidação (consolidados, consolidáveis e não-consolidáveis). Tal classificação pode ser vista na Figura 18. Os assentamentos são classificados também quanto aos tipos de intervenção que dizem respeito ao processo de regularização fundiária e inserção na cidade formal, de acordo com a seguinte tabela: 60 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Consolidados -Regularização fundiária. Consolidáveis -Urbanização simples; -Urbanização complexa; Não consolidáveis -Remoção total (Reassentamento). -Remoção parcial (Remanejamento). Tabela 16 – Classificação dos assentamentos em Osasco segundo os tipos de intervenção. Fonte: PLHIS, 2012. Figura 18 – Assentamentos precários em Osasco segundo perspectiva de consolidação. Fonte: PLHIS, 2012. 61 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Por fim foi feita a classificação dos 210 assentamentos em seis tipologias com características em comum: similaridade da situação de ocupação, grau de consolidação e tipo de intervenção necessária. Tipologias de classificação para análise dos assentamentos precários Tipologia Situação de ocupação Grau de consolidação Tipo de intervenção % de remoção Tipologia 1 Grandes assentamentos não urbanizadas, com alto grau de precariedade, localizados em margem de córregos ou não Consolidáveis Urbanização complexa 30% Assentamentos urbanizadas ou não, com alto grau de precariedade, localizados em margem de córregos Consolidáveis Assentamentos não urbanizadas, com alto grau de precariedade, localizados fora de margem de córrego Consolidáveis Assentamentos urbanizadas, Consolidáveis Tipologia 2 Tipologia 3 Tipologia 4 Remoção parcial Regularização fundiária Urbanização complexa 40% Remoção parcial Regularização fundiária Urbanização complexa 20% Remoção parcial Regularização fundiária com baixo grau de precariedade, localizados fora de margem de córrego Urbanização complexa 5% Remoção parcial Regularização fundiária Tipologia 5 Assentamentos urbanizadas, localizados fora de margem de córrego Consolidados Regularização fundiária 0 Tipologia 6 Assentamentos não urbanizadas, com alto grau de precariedade, localizados em margem de córregos ou não Não consolidáveis Remoção total 100% Tabela 17 – Tipologias de classificação para a análise de assentamentos precários em Osasco. PLHIS, 2012. 62 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Concluiu-se que a principal ação para enfrentar as necessidades habitacionais de Osasco é a urbanização dos assentamentos precários, que tem a missão de beneficiar 17.117 domicílios. O atendimento da demanda de reassentamento e remanejamento deverá contemplar 12.457 novas moradias. E, por fim, a demanda para regularização fundiária é de 15.427 domicílios. No sétimo capitulo são indicadas as necessidades habitacionais de Osasco sob três aspectos metodológicos: o déficit habitacional, a inadequação de moradias e a demanda futura por moradia. O resultado foi uma análise quantitativa que orientou as metas financeiras dos próximos capítulos do PLHIS. Resumo das necessidades habitacionais de Osasco (2012-2023) Domicílios Déficit Habitacional Em assentamentos (levantamento próprio) (quantitativo) Fora de assentamentos precários 2010 (Fundação João Pinheiro) Total precários 12.214 TOTAL Inadequação (qualitativo) Habitacional Em 2010 assentamentos (levantamento próprio) 12.457 24.671 precários 32.666 TOTAL 32.666 0 a 2 s.m. 14.010 Demanda Demográfica 2 a 3s.m. Prioritária (2011-2023) TOTAL (CEDEPLAR/UFMG/MCIDADES) 6.936 20.945 Tabela 18 – Resumo das necessidades habitacionais de Osasco (2012-2023). Fonte: PLHIS, 2012. No oitavo capítulo foram propostas formas de atendimento e dimensionamento do volume de terrenos urbanos e recursos necessários. Foi feito o levantamento de terrenos vazios considerando áreas demarcadas como ZEIS 1 (vide Figura 12 do presente Relatório) e contraposto o dado de área necessária considerando 55m² por unidade habitacional. 63 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana O relatório indica que para atender 8.720 domicílios em assentamentos precários a serem reassentados serão necessários 479.600m² de terras aptas. As áreas demarcadas como ZEIS 1 no Plano Diretor totalizam 1.052.371,54m² e seriam suficientes para atender essa demanda. Como um exercício no sentido de indicar a possibilidade de atendimento do déficit habitacional fora dos assentamentos precários (12.214 unidades habitacionais = 671.770m²) e a demanda demográfica futura até 2023 (20.945 unidades habitacionais = 1.151.975m²), que somariam 1.823.745m² ao total de área necessária, foram levantadas novas áreas aptas que acresceriam 1.201.076,05m² ao total de terras disponíveis. Por fim foi feita a previsão de custos das novas moradias, da urbanização e da aquisição da terra. Na parte III do PLHIS, que se inicia no nono capítulo, são tratadas estratégias de ação para viabilizar os recursos financeiros necessários para o atendimento da demanda habitacional. Elas se estruturam em três eixos: i. Acesso à terra urbanizada; ii. Promoção pública e privada de HIS; iii. Arranjo institucional e fonte de recursos. Por fim o PLHIS estabeleceu Programas de atendimento habitacional, estipulando para cada um os agentes, as fontes de recursos e as metas de investimento. 4.2. Características físicas Osasco é um município de 64,95km² de extensão da Região Metropolitana de São Paulo, tendo como limites ao Norte o município de São Paulo; ao Sul, o município de Taboão da Serra; a Leste o município de São Paulo; e a Oeste os municípios de Carapicuíba, Barueri, Santana do Parnaíba e Cotia. A Rodovia Castelo Branco corta o município em sua porção central de leste a oeste, enquanto a Rodovia Raposo Tavares corta um pequeno trecho no sul, nessa mesma direção; o Rodoanel Mario Covas tangencia a porção sudoeste e a Rodovia Anhanguera, a porção Nordeste. Vale destacar a importância metropolitana da Avenida dos Autonomistas como eixo estruturador histórico do município e grande concentrador de atividades comerciais e de serviços. Além das vias estruturadoras citadas anteriormente, foi destacado em todos os mapas o sistema viário atual principal do município, que inclui os dois eixos longitudinais que atravessam o município, além de avenidas transversais. 64 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Quanto à hidrografia, o rio Tietê corta o município de leste a oeste. Os afluentes do rio Tietê presentes em Osasco são: Vermelho, Rico, Mutinga, Olaria (margem direita) e Bussocaba, Carapicuíba e João Alves (margem esquerda). Assim como o rio Tietê, um trecho da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), correspondente a trechos das atuais linhas 8 – Diamante e 9 – Esmeralda (apenas estações Osasco e Presidente Altino) da CPTM, também corta o município de leste a oeste. Cinco estações atendem à demanda populacional em termos de transporte metropolitano de massa: Presidente Altino, Osasco, Comandante Sampaio, Quitaúna e General Miguel Costa. As colinas elevam-se tanto a Norte (em direção à região da Cantareira) como ao Sul (em Bussocaba), ladeando as várzeas do Tietê, em contato com os terraços fluviais. Suas formas são arredondadas, com declives suaves, oscilando entre as cotas de 735 metros e de pouco mais de 800 metros acima do nível do mar, isto é, desníveis sempre inferiores a 100 metros em relação às várzeas.30 Como pode ser visto no Mapa 5, a porção norte do município é bastante acidentada e ainda não foi ocupada de maneira intensiva. Por se tratar de uma área dotada de algumas nascentes e cobertura vegetal conservada, é importante que o município desenvolva instrumentos que impeçam o avanço da mancha urbanizada de forma descontrolada. A OUC Paiva Ramos, descrita no item 4.1.4 deste relatório, tem por objetivo o controle da expansão das ocupações irregulares. Quanto ao atendimento pelo transporte coletivo, Osasco apresenta quase todo o seu território urbanizado coberto pelas redes de ônibus municipais e intermunicipais. Já a rede de transporte metropolitano de alta capacidade da CPTM atende particularmente seu trecho central. Como pode ser visto no Mapa 6, foram considerados os seguintes critérios para obtenção dos raios de atendimento das estações de trem da CPTM: Raio de Velocidade Tempo para atendimento média percorrer A pé 1 km 5 a 6 km/h 10 a 15 minutos De bicicleta 5 km 20 km/h 15 minutos Modalidade Tabela 19 – Critérios para raio de atendimento pela CPTM. Fonte: Elaboração própria. 30 Penteado e Petroni. In: Coelho, 1998, 90. 65 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 5 – Características físicas de Osasco. 66 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 6 – Atendimento do transporte coletivo em Osasco. 67 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.3. Equipamentos urbanos – Uma análise espacial 4.3.1. Educação Quanto aos equipamentos públicos de educação infantil – creches, CEMEIs, EMEIs, CEMEIEFs e EMEIEFs, é possível verificar no Mapa 7 a sua distribuição de maneira uniforme no território. Não há equipamentos desse tipo nas zonas de maior renda – o que indica a preferência desse público pelas escolas particulares – assim como nos bairros industriais. Todas as escolas infantis são atendidas pelas linhas de ônibus, localizando-se a distâncias de até 300m de via de passagem de coletivos. O restante das escolas públicas de educação, níveis fundamental e médio – EE, EMEF, EMEE e conveniadas – mostram-se distribuídas de forma equilibrada no território, indicando um bom atendimento espacial. Osasco possui duas unidades dos Centros Educacionais Unificados (CEU): José Saramago, na porção sul, e Dra. Zilda Arns Neumann, na porção norte. Ambos localizam-se em zonas de menor renda (IPVS 4 a 6) e são atendidos diretamente por linhas de ônibus. Quanto às escolas particulares, nota-se a sua maior concentração no centro expandido, nas zonas de maior renda do município (IPVS 1 e 2). Há um menor número de unidades desse tipo na porção norte de Osasco. Por fim, quanto aos equipamentos de educação de nível superior, assim como no caso das escolas particulares, verifica-se uma clara concentração na porção sul da cidade em contraposição à porção norte, particularmente no centro expandido e nos eixos da Av. Bussocaba e Av. Visconde de Nova Granada/Av. Getúlio Vargas, enquanto o restante da porção sul pode ser considerada insuficientemente atendida por esses equipamentos. A Faculdade Integração – Zona Oeste (FIZO) é atendida pelo transporte de massa da CPTM, o restante depende do atendimento por ônibus. Dois novos CEUs estão em obras, um no extremo norte (CEU das Artes Bonança) e outro no extremo sul de Osasco (CEU das Artes 1º de Maio), junto ao Terminal Rodoviário 1º de Maio. É importante destacar também a construção de uma nova unidade da UNIFESP no terreno da Vila Militar, que se encontra no raio de atendimento da estação Quitaúna da CPTM. 68 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 7 – Educação em Osasco. 69 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.3.2. Saúde Osasco possui uma subdivisão administrativa para esse tema, que pode ser vista no Mapa 8. Quanto às Unidades Básicas de Saúde (UBS), pode-se verificar uma distribuição espacial uniforme, com uma variação de 7 a 11 postos por região administrativa. Não há UBSs no centro expandido de Osasco, tampouco nos bairros de IPVS 1, de maior renda. O atendimento periférico mostra-se prioritário, exceto no extremo norte, pouco habitado. Considerando-se um raio de atendimento de 1km dessas unidades, praticamente todo o território mostra-se atendido. O município possui uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada na porção norte, e outras duas unidades previstas, uma na região central, outra na porção sul. Além disso, possui outros sete Prontos-Socorros (PS), três na porção norte e quatro na porção sul, bem distribuídos espacialmente. Osasco possui algumas Unidades Especializadas (UE), com destaque para a Policlínica Zona Norte e a Policlínica Zona Sul, sendo a Poli Norte indicada pelos técnicos da PMO como grande atrativa de viagens devido à especificidade de seus atendimentos, provenientes particularmente da porção sul do território. Quanto aos equipamentos de maior porte, os hospitais, a cidade possui três hospitais municipais: Hospital e Maternidade Amador Aguiar, Hospital Regional de Osasco Dr. Vivaldo Martins Simões e Hospital Municipal Antônio Giglio, sendo os dois últimos atendidos pelo transporte de massa, e com destaque para a Maternidade Amador Aguiar como importante atrativa de viagens. Além desses, temos quatro hospitais particulares concentrados no centro expandido do município e atendidos pelas estações da CPTM. 70 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 8 – Saúde em Osasco. 71 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.3.3. Social (cultura, lazer e esporte) 4.3.3.1. Cultura Quanto aos equipamentos culturais, verifica-se a concentração dos mesmos na porção do centro expandido do município, particularmente nos eixos da Av. dos Autonomistas, da Av. Visconde de Nova Granada e da Av. Bussocaba. Os equipamentos existentes nesse trecho incluem o Teatro Municipal, Escola de Artes Cesar Antonio Salvi (onde fica o Teatro Nivaldo Santana), Museu Municipal Dimitri Sensaud de Lavaud, Espaço Cultural Grande Otelo, Conservatório de Música e Dança Villa Lobos, Anfiteatro Maestro Jonas Christensen, Biblioteca Municipal Monteiro Lobato e a Secretaria da Cultura (com atividades como Circo Escola, centro de eventos e a Casa de Angola). Além desses, é importante destacar o SESC de Osasco. Fora do eixo principal de cultura, temos a Biblioteca Municipal Manoel Fiorita na porção norte e as Bibliotecas Municipais Ubirajara Coutinho e Heitor Sinegaglia na porção sul. Por fim, é importante citar os CEUs José Saramago, na porção sul, e Dra. Zilda Arns Neumann, na porção norte, assim como os CEUs previstos (CEU das Artes 1º de Maio e CEU das Artes Bonança), como equipamentos de cultura periféricos. Alguns equipamentos culturais são atendidos pelo transporte de alta capacidade da CPTM, são eles: Secretaria da Cultura, Museu Municipal, Escola de Artes Cesar Antonio Salvi e Biblioteca Municipal Monteiro Lobato. Afora o atendimento pelo transporte de massa, todos os equipamentos são atendidos por linhas de ônibus, exceto o CEU das Artes, em construção no extremo sul. Como pode ser visto no Mapa 9, não se pode apontar a distribuição dos equipamentos culturais em Osasco como satisfatória, visto que longos deslocamentos se fazem necessários pela população moradora das porções mais periféricas em direção ao centro. 72 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 9 – Cultura em Osasco. 73 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.3.3.2. Lazer Como pode ser visto no Mapa 10, o município de Osasco se destaca pela oferta de parques e áreas verdes. Com uma oferta atual de quatro parques na porção norte e sete na porção sul, destacam-se em área os parques municipais Jardim Bonança (norte), com 150.000m², e Chico Mendes, com 114.000m² (sul). Vale destacar também o parque estadual Tizo, no extremo sul do município, fazendo divisa com São Paulo e Cotia, com um total de 1,3km². Todos os parques são atendidos por linhas de ônibus, exceto o Parque Tizo, que fica depois da Rodovia Raposo Tavares, no sentido sul, e o parque Chico Mendes. Além dos parques existentes, há o parque Bela Vista em construção e outros quatro em planejamento: o parque Narciso Sturlini e os parques previstos nas OUCs Tietê I, Tietê II e Paiva Ramos, conforme explicitado nos itens 4.1.2, 4.1.3 e 4.1.4 deste relatório. Por fim, é importante citar as outras áreas de lazer e praças de menor porte, em menor número e com distribuição pouco homogênea, não periférica, mas que complementam o conjunto de espaços de lazer do morador de Osasco. 4.3.3.3. Esporte Os equipamentos esportivos de Osasco englobam ginásios, estádio, escolinhas de esporte, centros de treinamento, centros esportivos e poliesportivos e clubes. Como pode ser visto no Mapa 11, a distribuição desses equipamentos pelo território se mostra equilibrada. É possível verificar que não há equipamentos desse tipo no centro expandido, nem nas zonas de maior renda na porção sudeste do município. Já as academias ao ar livre aparecem em menor quantidade na porção norte da cidade, e concentradas em bairros de maior poder aquisitivo na porção sul, como Km 18, Umuarama e Jardim D’Abril. 74 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 10 – Lazer em Osasco. 75 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 11 – Esporte em Osasco. 76 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.3.4. Segurança pública Quanto ao tema da segurança pública, assim como na saúde, Osasco possui uma subdivisão administrativa para esse tema, que pode ser vista no Mapa 12. Em cada subdivisão há o atendimento por uma Delegacia Policial (DP), ou seja, a distribuição espacial foi considerada satisfatória. 77 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 12 – Segurança Pública em Osasco. 78 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.4. Atividades econômicas Áreas de concentração de atividades econômicas indicam grande potencial de atração de viagens e consequente geração de demanda de transportes. A elaboração das macroáreas de atividades econômicas de Osasco buscou identificar a distribuição destas no território. O mapeamento baseou-se nas informações do Observatório do Mercado do Trabalho, produzido pela PMO em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). No mapeamento foi identificada a localização dos estabelecimentos divididos por setor de atividade: comércio, serviço e indústria. As macroáreas foram delimitadas a partir de critérios específicos para cada setor. 4.4.1. Comércio Como pode ser visto no Mapa 13, o centro é forte concentrador de atividades comerciais, assim como seu vizinho a oeste, o bairro Km 18. A macroárea de comércio está delimitada sobre esses bairros e sobre áreas contíguas que também possuem caráter comercial, como os shoppings ao longo da Av. dos Autonomistas. De forma esquemática, é possível reconhecer na malha urbana de Osasco a concentração de estabelecimentos comerciais ao longo dos principais eixos de transporte que interligam os bairros. A ocorrência dos estabelecimentos comerciais perde intensidade nas imediações, o que conforma uma concentração linear. Essa configuração está representada no Mapa 13 pelos eixos de comércio. Optou-se pelo destaque de alguns eixos específicos, como, na porção sul, o eixo da Av. Gal. Pedro Pinho/Av. João de Andrade/Av. Valter Boveri, formando um arco até se conectar com Av. Novo Osasco, seguindo até a Av. Bussocaba. Partindo desse eixo, temos as Avenidas Benedito Alves Turíbio e Sarah Veloso e a R. Tenente Angelo Casagrande. Destacam-se também pela atividade comercial a Av. Antônio Carlos Costa partindo do centro, o eixo da R. Professor Jose Azevedo Minhoto/Av. das Flores partindo do km 18 e, por fim, a Av. Yara partindo da Av. dos Autonomistas, que se destaca por atividades comerciais específicas, como mecânicas e lojas de móveis. Na porção norte, foram indicados os eixos da Rua Presidente Costa e Silva e da Av. João Ventura dos Santos, assim como da Av. São José/Av. dos Remédios e o encontro das Avenidas das Esmeraldas, Presidente Médici e Mutinga. 79 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 13 – Macroáreas comerciais em Osasco. 80 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.4.2. Serviço Como pode ser visto no Mapa 14, há duas macroáreas que concentram atividades de serviço. A primeira é representada pelo centro e pelo bairro Km 18, de maneira semelhante às atividades comerciais. Os bairros citados delimitam o perímetro dessa macroárea, somando-se a eles o bairro de Vila Campesina, um trecho de Vila Yara e um avanço do Centro em direção ao bairro de Vila Osasco. Conforme visto no item 3.2.3 deste relatório, nos bairros centrais, a atividade de serviços foi a que mais empregou em 2012. A segunda área concentradora de atividades de serviço está localizada na porção norte do município, nos bairros Industrial Anhanguera, Platina e Industrial Mazzei, sendo representada pela grande concentração de Centros de Distribuição (CD) que buscam a facilidade de conexão metropolitana e estadual proporcionada pela Rodovia Anhanguera. Alguns eixos principais de transporte também são concentradores da atividade de serviço, mas é importante destacar que há significativa ocorrência de estabelecimentos de serviços nas vias adjacentes, conformando uma distribuição mais homogênea do que a distribuição dos estabelecimentos comerciais. Destacam-se como eixos de serviços, na porção sul, a formação de um arco entre os eixos das Avenidas Gal. Pedro Pinho/João de Andrade/Valter Boveri e Avenida Antônio Carlos Costa. Na porção norte, destaca-se a Av. São José e o entroncamento das Avenidas das Esmeraldas e Presidente Médici, que levam à macroárea de serviços identificada nessa porção do território. 81 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 14 – Macroáreas de serviços em Osasco. 82 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.4.3. Indústria Como pode ser visto no Mapa 15, foram delimitadas como macroárea de atividade industrial o bairro Industrial Centro, e a área contigua, do outro lado da ferrovia, do bairro de Piratininga. Ambas as regiões são historicamente destinadas a esse uso e estão vinculadas aos eixos da Av. dos Autonomistas, da ferrovia e da Rodovia Castelo Branco A macroárea do Distrito Industrial e Empresarial Norte trata-se de uma região consolidada cujo uso predominante inicialmente instalado era industrial, porém, com a saída de indústrias na década de 1990, passou a englobar o uso de serviços a partir da instalação de Centros de Distribuição (CD), conforme indicado no item anterior. O uso industrial ainda se mantém, conforme visto no item 3.2.3 deste relatório, é o responsável pelo maior número de empregos na porção norte, e configura essa macroárea estruturada a partir da Rodovia Anhanguera. As outras macroáreas industriais identificam-se como Subdistritos Rodoanel do Distrito Industrial e Empresarial Sul e são áreas mais recentemente ocupadas a partir do interesse desencadeado pela passagem do Rodoanel Mario Covas. 83 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 15 – Macroáreas industriais em Osasco. 84 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.5. Centralidades polares e lineares A indicação de centralidades partiu do mapeamento da PMO de áreas com dinâmicas econômicas e sociais de destaque, que apresentam usos urbanos que promovem a concentração de pessoas. São áreas que se associam aos principais eixos de transporte e, consequentemente, movimentam o público e concentram estabelecimentos comerciais e de serviços e equipamentos públicos ou privados de saúde, educação, esporte e lazer. Como pode ser visto no Mapa 16, as centralidades consolidadas foram classificadas em polares e lineares. Foram identificadas como centralidades polares consolidadas, na porção norte, Capelinha, Rochdale e Remédios; e, na porção sul, Santo Antônio e Novo Osasco. Há também uma centralidade no bairro Km 18, próxima do centro expandido, junto da estação Comandante Sampaio da CPTM. Como pode ser visto na Tabela 20, para se estabelecer a escala de abrangência das centralidades polares perante o município, foram levantados os níveis da dinâmica de cada uma a partir da proximidade de alguns equipamentoschave, que contribuem com tal dinamismo. Proximidade das centralidades de equipamentos-chave Agências bancárias Grande porte Comércio e serviços Local Igreja Faculdades Parque Esporte Cultura Educacionais Saúde Centralidade Equipamentos privados de grande porte Supermercados Equipamentos públicos de grande porte Capelinha Rochdale Remédios Km 18 Santo Antônio CEU Novo Osasco Tabela 20 – Proximidade das centralidades de equipamentos-chave. Elaboração própria. 85 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana A análise dos dados levantados indicou a centralidade do Km 18 como a de maior abrangência (Escala 1), pela proximidade com o centro expandido, com o transporte de alta capacidade, por apresentar a ocorrência de comércio específico de grande porte associados à Av. dos Autonomistas (em boa parte voltados à finalidade automotiva) e estar próxima de equipamentos como o Parque Escola e uma igreja. Mais distantes do centro, as centralidades de Capelinha, Rochdale e Santo Antônio vêm em seguida na classificação (Escala 2), estando em função de vias principais de ligação de alguns bairros mais afastados com as áreas centrais. Conforme visto no item 3.1.3 deste relatório, alguns desses bairros (Helena Maria, Padroeira e Aliança) apresentam as maiores densidades populacionais do município. Nessas centralidade verifica-se a existência de equipamentos públicos e de estabelecimentos comerciais significativos, como supermercados. Há também variedade de estabelecimentos de comércio específico como lojas de vestuário, móveis, etc. Quanto aos serviços, há agências bancárias e correios. Por fim, as centralidades polares de Remédios e Novo Osasco foram indicadas como de abrangência menor em relação às anteriores (Escala 3), principalmente pelo fato de sua atividade comercial e de serviços apresentar caráter mais local. Contudo, é importante destacar a presença da Faculdade Radial (no município de São Paulo) nas proximidades da centralidade de Remédios – que gera demandas de transporte – e do Terminal Rodoviário de Novo Osasco, que concentra nas suas imediações a maior parte de estabelecimentos de comércio e serviços da centralidade de Novo Osasco. As centralidades lineares consolidadas seguem o eixo de algumas avenidas principais, por onde circulam ônibus municipais e intermunicipais e, consequentemente, onde há significativa concentração de estabelecimentos de comércio e serviços. Na maioria dos casos, assumem configuração radial partindo da área de centralidade polar. Tais centralidades se destacam pela sua dinâmica econômica e social, com grande fluxo de pessoas, sendo elas: Av. dos Autonomistas, Av. João de Andrade, Av. Valter Boveri, Av. Antônio Carlos Costa, Av. Cruzeiro do Sul, Av. Presidente Costa e Silva, Av. João Ventura dos Santos e Av. São José. A centralidade linear consolidada de maior destaque é a Avenida dos Autonomistas, que conecta a cidade transversalmente (no sentido leste – oeste), tem grande variedade de tipos de estabelecimentos comerciais e de serviços de grande porte, além de concentrar na sua área de abrangência importantes equipamentos públicos, como hospitais e o Teatro municipal. 86 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 16 – Centralidades polares e lineares em Osasco. 87 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 4.6. Projetos previstos Os projetos relevantes previstos de equipamentos, conjuntos habitacionais ou perímetros de intervenção no município foram obtidos junto à PMO e podem ser vistos no Mapa 17. As OUCs, descritas nos itens 4.1.2 (Tietê I), 4.1.3 (Tietê II) e 4.1.4 (Paiva Ramos) do presente relatório, indicam o forte interesse governamental nas áreas correspondentes, sendo que alterações de uso do solo e adensamento são iminentes. Todas as OUCs prevêm readequações e novas interligações viárias, o incentivo ao adensamento populacional através de coeficientes de aproveitamento altos, além da previsão de equipamentos de impacto significativo em termos de mobilidade, tais como: parques lineares nas OUCs Tietê I e II, o novo Paço Municipal e um Complexo Cultural na OUC Tietê II, o Parque Ecológico e Jardim Botânico de Osasco na OUC Paiva Ramos. Através de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, a PMO tem executado gradualmente algumas urbanizações integradas, com provisão de HIS, abertura de vias, construção de equipamentos e canalização de córregos em Jd. Vicentina, Colinas D’Oeste, Portais, Área BK (PAC I), Santa Rita, Miguel Costa, Platina e Rochdale (PAC II), que podem ser vistas no Mapa 17. Ainda no tema das urbanizações, através de recursos municipais ou do Programa Minha Casa Minha Vida, estão em projeto ou com obras previstas as áreas Dersa, Flamenguinho, Santa Maria 2 e Santo Antônio AH. Podemos destacar no tema de provisão habitacional, a construção de conjuntos habitacionais verticalizados de HIS no extremo sul do município, no eixo da Avenida Transversal Sul, recém-inaugurada. O Conjunto Flor de Jasmim, com 402 unidades, foi entregue e o Conjunto Flor de Lis, com 300 unidades, está em obras. Quanto aos equipamentos públicos, estão previstas duas novas UPAs no município, sendo uma no centro (UPA Centro) e outra no sul (UPA Vila Conceição). Dois novos CEUs estão em obras, um no extremo norte (CEU das Artes Bonança), próximo às intervenções do PAC previamente relacionadas, e outro no extremo sul de Osasco (CEU das Artes 1º de Maio), junto ao Terminal Rodoviário 1º de Maio. Por fim, dentre os equipamentos de médio a grande porte em obras, é importante destacar a construção de uma nova unidade da UNIFESP no terreno da Vila Militar, que prevê, inclusive, a abertura de viário transversal. 88 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 17 – Projetos previstos em Osasco. 89 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 5. SÍNTESE DAS ANÁLISES URBANAS 5.1. Polos de Atração e Geração de Viagem Os Polos de Geração de Viagem em Osasco podem ser vistos no Mapa 18 e constituem-se pelo uso predominantemente residencial com potencial de geração de demandas de transporte. Foram identificadas as zonas residenciais mais densas (levantadas no item 3.1.3 deste relatório e apresentadas na Figura 2) e que, portanto, têm maior influencia na geração diária de viagens. Foram indicadas também as ZEIS e os projetos habitacionais previstos pela PMO e pelo PLHIS. Quanto ao uso residencial previsto pelos projetos habitacionais ou pelas ZEIS, acredita-se que deve ser considerada e seguinte ordem de importância quanto à contribuição mais imediata ao aumento de geração de viagens diárias: 1. Locais com projetos habitacionais e de urbanização e com obras previstas através de recursos do PAC, MCMV e outros; e ZEIS 2 e 3, terrenos atualmente ocupados por favelas, assentamentos informais ou loteamentos irregulares que indicam uma demanda mais imediata de atendimento habitacional (urbanização ou regularização) – Curto e médio prazos; 2. ZEIS 1 – Longo prazo – trata-se de terrenos não edificados ou subutilizados destinados à promoção de HIS, portanto passíveis de ocupação e adensamento, porém sem projetos previstos. Os Polos de Atração de Viagem são empreendimentos de grande porte e trechos urbanos determinados por um uso predominante com potencial elevado de atração de viagens, gerando demandas de transportes. O objetivo do levantamento desses usos foi o de indicar a sua distribuição no território e não avaliar, neste momento, o impacto na mobilidade proporcionado por eles. Os estabelecimentos de ensino superior, os CEUs, o SESC e o Teatro Municipal são responsáveis por demandas significativas de viagens em intervalos de tempo restritos. Os shoppings centers, hospitais e hipermercados apresentam perfis que geram demandas distribuídas ao longo do dia, com alguma concentração em horários específicos. No Mapa 19 é possível verificar a listagem dos empreendimentos considerados Polos de Atração de Viagem, assim como a sua distribuição espacial. Com exceção dos CEUs, localizados em porções mais periféricas do município, observa-se a 90 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana tendência de concentração no vetor da Avenida dos Autonomistas, na porção mais antiga e de maior renda do território. Além dos empreendimentos, concentrações comerciais e de serviços têm um grande potencial de atração de viagens. Neste sentido, é importante retomar as macroáreas dessas atividades identificadas no item 4.4 do presente relatório. O centro de Osasco, associado à Av. dos Autonomistas, concentra as mais diversas atividades de comércio e serviços e é referência perante toda a cidade. Possui unidades bancárias, comércio e serviços especializados, restaurantes, estacionamentos, etc. Além da área central, o município apresenta alguns eixos concentradores de atividades de comércio e serviços, alguns irradiando do próprio centro, que configuram eixos concentradores de viagens, são eles: Av. Gal. Pedro Pinho/Av. João de Andrade/Av. Valter Boveri e Av. Antônio Carlos Costa na porção sul; e, na porção norte, a Av. São José, a Av. das Esmeraldas e trecho da Av. Dr. Alberto Jackson Byington. No mapeamento dos Polos de Atração de Viagem foram consideradas também as centralidades identificadas no item 4.5 deste relatório, particularmente as denominadas polares, considerando que a partir delas irradiam a maioria das centralidades lineares em destaque, que também estariam contempladas neste momento. Tais centralidades foram consideradas Polos de Atração de Viagem pela atração gerada pela sua ampla dinâmica econômica e social e pela presença de equipamentos significativos em uma menor escala, conforme elencado anteriormente. Por fim, foi destacado pelos técnicos da PMO o perímetro onde se concentram os Centros de Distribuição (CD) de finalidade logística associados à Rodovia Anhanguera como Polo de Atração de Viagem significativo, particularmente em termos do alto fluxo de veículos pesados de carga ao longo do dia relacionados a esta Rodovia. 91 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 18 – Polos de Geração de Viagem em Osasco. 92 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 19 – Polos de Atração de Viagem em Osasco. 93 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 5.2. Vetores de expansão Nos bairros centrais vem ocorrendo, desde os anos 80, (...) um processo de verticalização das construções, tanto para o uso residencial como para a implantação de prestação de serviços, como médicos, dentistas e escritórios em geral.31 A verticalização do centro de Osasco, ao longo do eixo da Av. dos Autonomistas e do transporte de alta capacidade da CPTM, com exceção do bairro de Presidente Altino, foi ratificada pelos técnicos da PMO como um processo vivenciado atualmente. Apesar da não aprovação pela PMO, a área de Presidente Altino foi indicada no mapeamento como parte do processo de verticalização residencial atual e potencial do município por se mostrar um dos bairros com maior incidência de Outorga Onerosa, como pode ser visto no Mapa 4, além de possuir acessibilidade privilegiada. Além de consistir na principal referência do município, como pode ser visto ao longo deste relatório, o centro expandido de Osasco segue recebendo investimentos, como a implantação da Super Avenida que ligará o km 18 à Marginal Pinheiros, que potencializam ainda mais o interesse mercadológico e a verticalização. Assim como Presidente Altino, o eixo do Rodoanel Mario Covas também não foi ratificado pelos técnicos da PMO como passível de adensamento. Porém, é importante notar que a incidência de terrenos vazios, a acessibilidade proporcionada pelo Rodoanel vendida pelas construtoras, além de uma legislação permissiva quanto aos índices de multiplicação do solo urbano, indicam o adensamento iminente dessa porção do território. Os bairros de Quitaúna, São Pedro e Padroeira, à beira do Rodoanel, aparecem no Mapa 4 como alvos de destaque de empreendimentos residenciais viabilizados pela venda de outorga onerosa. Além dos vazios existentes ao longo do eixo do Rodoanel, outros foram levantados e indicados como passíveis de ocupação e adensamento, como aquele no extremo sul, próximo ao trevo de acesso à Rodovia Raposo Tavares, e outro no terreno vizinho à futura UNIFESP, na Vila Militar. É importante destacar que a “ocupação e adensamento” dos vazios podem ser referentes a quaisquer usos, e não somente residencial. Ao longo dos levantamentos realizados, identificou-se uma contradição quanto ao destino que pode ser esperado 31 Coelho, 1998, 114. 94 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana para esses vazios. Como pode ser visto no item 4.1.1 do presente relatório, dentre os objetivos do Plano Diretor vigente de Osasco, de 2004, consta a redução dos índices de crescimento populacional através da priorização de destino dos vazios existentes para atividades econômicas, de lazer e complementação de equipamentos urbanos. Contudo, como pode ser visto no item 4.1.7, o PLHIS, de 2012, levanta esses terrenos e os identifica como “terras aptas” a receberem empreendimentos de HIS e HMP, atendendo o déficit habitacional municipal atual fora dos assentamentos precários e a demanda demográfica futura (até 2023); ou seja, indica o uso residencial para esses vazios. Apesar da indefinição do uso final que essas porções ainda vazias em meio à malha urbana receberão, a sua ocupação e adensamento são inquestionáveis e iminentes. Outros trechos considerados vazios na atualidade e passíveis de ocupação e adensamento foram os perímetros das OUCs Tietê I e Paiva Ramos. Conforme apontado nos itens 4.1.2 e 4.1.4, respectivamente, os perímetros dessas OUCs propõem a alteração dos índices dos coeficientes de aproveitamento e, portanto, consistem em regiões onde a ocupação e o adensamento serão incentivados, até pela provisão de novos equipamentos urbanos. É importante notar que OUC Paiva Ramos prevê a contenção de ocupações irregulares através da ocupação controlada do território, mas incentiva a verticalização na medida em que estabelece índices elevados de coeficientes de aproveitamento, condicionando, dessa forma, uma menor expansão horizontal e mantendo uma área considerável de preservação. No caso da OUC Tietê II, seu perímetro foi incorporado àquele de verticalização ligado ao centro expandido, por se tratar de uma área já ocupada que sofrerá novos investimentos, conforme descrito no item 4.1.3 deste relatório. Na determinação dos eixos lineares com potencial de adensamento foram considerados os dados apresentados no Mapa 3 e Mapa 4 do presente relatório, onde é indicada a maior incidência de coeficientes de aproveitamento elevados previstos pelo Zoneamento municipal e os bairros que mais concentram empreendimentos lançados via outorga onerosa e, portanto, os maiores alvos do mercado imobiliário. Tal concentração forma uma espécie de arco na porção sul da cidade, conectando Osasco de leste a oeste. Foram consideradas também a incidência de obras de melhoramento na porção norte do município (vide Mapa 17), obras viárias conhecidas previstas na porção norte – como a Av. Bandeirantes (integra a chamada Vianorte e compreende a duplicação da Av. Pres. Costa e Silva) e a Av. Braço Morto do Rochdale (integra as 95 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana obras de urbanização do Rochdale) – e na porção sul – como a extensão da Av. Visconde de Nova Granada e a sua conexão com Av. Sarah Veloso através de um túnel – além do eixo de abrangência da linha de transporte metroferroviária metropolitana que ligará Alphaville (Barueri) à Vila Sonia (São Paulo). Essa linha de transporte de alta capacidade cortará Osasco de forma análoga à Av. João de Andrade, contemplando, não por acaso, todos os bairros com maior incidência de outorga onerosa e confirmando o interesse mercadológico nessa porção do município. Por fim, em Março de 2015, a PMO inaugurou, na porção sul da cidade, a Av. Transversal Sul, que, juntamente com a breve inauguração da Av. Panorâmica na porção norte – que faz parte da urbanização do Jd. Santa Rita e ligará o Jd. Bonança ao Industrial Anhanguera, sendo uma nova alternativa de acesso à Rodovia Anhanguera – consistirão em dois novos eixos de ocupação e adensamento em porções extremas do município. 96 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana Mapa 20 – Vetores de expansão de Osasco. 97 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco NT05 – Análise Urbana 6. Bibliografia Coelho, Maria Inês Zampolim. A estruturação do município de Osasco no contexto da Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo, 1998. Dedecca, Claudio, Lilia Montali, e Rosana (orgs.) Baeninger. Regiões metropolitanas e pólos econômicos do Estado de São Paulo: desigualdades e indicadores para as políticas sociais. Campinas, 2009. Emplasa. Por dentro da Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo, 2011. Iwasaki, Lidia. Estudos sobre a organização territorial municipal de Osasco. São Paulo, 1975. Langenbuch, Richard. A estruturação da grande São Paulo - Estudo de geografia urbana. Rio Claro, 1971. Meyer, Regina M. Posperi, Marta Dora Grostein, e Ciro Biderman. São Paulo Metrópole. São Paulo, 2004. Osasco, Prefeitura Municipal de. O curto, o médio e o longo prazos de Osasco. Projeto Osasco 50 Anos. Osasco, 2012. Pasternak, Suzana, e Lucia M. Machado Bógus. “Migração no Metrópole.” São Paulo em Perspectiva, 2005: 21-27. PNUD, IPED, FJP. Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras. Brasília, 2014. Queiroga, Eugenio. Produção da paisagem habitacional metropolitana: três estudos de caso no município de Osasco. São Paulo, 1994. Sites: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (http://www.atlasbrasil.org.br/2013); Observatório do Mercado de Trabalho de Osasco (http://geo.dieese.org.br/osasco); Fundação João Pinheiro (http://www.fjp.mg.gov.br). Leis: Lei 1.485/1978 LC 125/2004 Decreto 9.758/2007 LC 170/2008 LC 171/2008 LC 203/2010 LC 222/2011 98 Prefeitura do Município de Osasco – Contrato No. 094/2014 - Elaboração do PDMUS de Osasco