XXVIII DOMINGO do Tempo Comum – Ano B Evangelho Mc 10,17-30 “Eis que deixamos tudo e Te seguimos”. O Evangelho de hoje continua com tema importante que Marcos propôs para a comunidade cristã, antes de subir para Jerusalém. O tema da cobiça, mostra com clareza o que faz o apego aos bens terrenos. Deixemos nos iluminar por esta rica e exigente proposta evangélica. Veio alguém correndo, ajoelhou-se diante de Jesus. V. 17 - O homem decidido, vibrante corre e se ajoelha, saúda Jesus de forma elogiosa “bom mestre”. Esta pessoa é apressada, reconhece Jesus como Senhor, pois se coloca de joelhos. Mas não bastam estas atitudes, nem mesmo observar direitinho os vários preceitos. Tudo isto observei. Mas o que falta então? A Lei é a base para o algo a mais. Jesus lhe diz: Uma coisa te falta. Todavia, antes de dizer o que faltava, Jesus, olhou-o com amor. Desapegar-se dos bens só se consegue fazer por uma causa muito maior. A capacidade de realizar determinadas renúncias só pode vir da certeza de um amor capaz de preencher todos os vazios existenciais. Jesus olhou-o com amor, mas este não chegou ao coração. O homem se fechou ao amor. Não pode responder às exigências do seguimento a Jesus. O homem tinha vindo a Jesus entusiasmado e voltou triste. O amor é exigente, não sabemos onde nos leva. A resposta ao amor, embora exija desapego dos bens terrenos, traz sempre alegria e preenche a vida. Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus v.24 - O dinheiro é sempre uma tentação para todos. Jesus nos alerta sobre isso. Damo-nos conta que o dinheiro nos torna escravos. Assistimos pelos meios de comunicação os escândalos da corrupção que prejudica tanto o país, que não permite a tantas pessoas ter uma vida digna, pois o dinheiro desviado falta aos que mais precisam de saúde e educação... Quem pode então salvar-se? V.26 - Jesus ficou olhando para os discípulos. Deseja comunicar-lhe algo importante, pois percebe que estão com dificuldade de compreender o valor do desapego, o valor de colocar a sua confiança unicamente em Deus e não no dinheiro. Jesus lhes faz perceber que, com Deus e com sua força é possível viver o Evangelho, é possível viver como Ele viveu. Totalmente confiado ao Pai. Eis que deixamos tudo e te seguimos (v. 28). Pedro diz a Jesus: nós deixamos tudo: Deixaram barca, casa, mulher, filhos e o seguiram. Jesus não é indiferente, lhes garante que terão o cêntuplo já nesta vida, e a vida eterna. Ainda hoje este ideal atrai tantas pessoas, que no escondimento, sem fazer barulho, deixam tudo, se unem a outros, em famílias religiosas, para se colocarem a serviço dos mais necessitados. Jesus continua garantindo que terão o cêntuplo em meio às tribulações próprias da existência humana. Conclusão O evangelho de hoje nos apresentou duas imagens bem claras: Uma em que a pessoa, embora cumprindo os preceitos da lei, continua apegada aos bens materiais. Encontrase com Jesus, mas não consegue dizer o seu sim. Esta imagem de pessoa volta para casa triste, afastando-se do seguimento a Jesus. A outra imagem e da pessoa que abandona tudo e se dispõe seguir Jesus tendo como promessa o cêntuplo nesta vida e a vida eterna. São dois caminhos: um que leva à tristeza e outro que conduz à felicidade. A escolha é pessoal. Que Jesus nos ajude a escolher sempre o caminho do seguimento que nos leva a sermos Discípulos missionários. Que, na escola de Jesus, possamos aprender a viver desapegados para sermos capazes de amar e servir quem mais necessita.