Vertigem digital Por que as redes sociais estão nos dividindo, diminuindo e desorientando Andrew Keen As redes sociais têm servido de importante instrumento articulador de rebeliões e movimentos políticos pelo mundo, como a Primavera Árabe e o Occupy Wall Street. Nesse sentido, lembra-nos Andrew Keen, elas representam uma transformação dos meios de informação comparável apenas à Revolução Industrial, que mudou o mundo no século XIX. Contudo, essas grandes alterações na forma de se comunicar estão nos fragilizando, desorientando e dividindo, ao contrário do que prometem seus criadores. 256pp Tradução: Alexandre Martins O brilhante polemista Andrew Keen (de O culto do amador) analisa em Vertigem digital o que está acontecendo conosco – os conectados às redes sociais – quando, impensadamente, divulgamos pela web os mais completos detalhes de nossas vidas. Lançando mão de uma das obrasprimas do cineasta Alfred Hitchcock, Um corpo que cai, como ponto de partida, Keen argumenta que a mídia social, com sua imensa geração de dados pessoais, nos leva a julgar que nossas verdadeiras identidades hoje só se realizam pela internet. A Web 3.0 (Facebook, Twitter, LinkedIn etc.), em seu sedutor e impositivo processo de recrutamento e exposição, oferece aos usuários a oportunidade de fazer amigos, formar grupos de interesse, coparticipar de processos de criação, tudo isso qualificado pelo adjetivo “social”. A “obrigatoriedade do social”, no entanto, leva as pessoas, estimuladas pela rede, a um excesso de transparência que Keen chama de “publicalidade” – mistura de publicação e publicidade –, em que todos sabem tudo sobre os outros, onde se localizam e o que estão fazendo. A superexposição significa abdicar da privacidade, da vida própria e da intimidade; mais ainda, representa submeter-se ao contínuo escrutínio público, nem sempre bem orientado e livre de preconceitos. Essa é a primeira crítica bem-fundamentada à Web 3.0 e seu autor fala com conhecimento de causa. Escrito com muito humor e leveza, o livro irá fazer com que pensemos com mais rigor a respeito desse mundo em rede no qual, para o bem ou para o mal, todos nos vemos enredados. ANDREW KEEN é um dos empreendedores pioneiros do Vale do Silício. Seus artigos sobre mídia, cultura e tecnologia digital são publicados nos periódicos Los Angeles Times, The Wall Street Journal, The Guardian, The Independent, Forbes, entre outros. Keen tem um programa de entrevistas na Techcrunch TV, dirigido sobretudo à análise da internet. Seu livro O culto do amador, best-seller internacional que produziu uma fértil polêmica no meio midiático, foi publicado no Brasil pela Zahar em 2009.