CÚRIA METROPOLITANA
DE SÃO PAULO
Sobre projeto pastoral para 2015
Aos Bispos Auxiliares,
Sacerdotes e Diáconos Leigos/as, Religiosos/as
da Arquidiocese de São Paulo
Estimados irmãos e irmãs:
A arquidiocese de São Paulo realizou sua assembleia anual de pastoral no dia 08 de novembro
passado, depois de terem sido feitas as assembleias das paróquias e das regiões episcopais.
Além de fazer a avaliação do caminho pastoral percorrido durante o ano que vai terminando,
houve a preocupação de programar para o próximo ano.
Desejo, agora, passar a toda a Arquidiocese os rumos indicados pela assembléia arquidiocesana,
para ajudar a colocar em prática o 11º Plano de Pastoral e o projeto pastoral previsto para 2015.
1. Tenhamos diante de nós o 11º Plano de Pastoral: 2013-2016, animado por este grande
propósito: “ser uma Igreja que testemunha Jesus Cristo na cidade de São Paulo”, de
muitas maneiras, conforme vem exposto no Plano.
2. Nossa fé não pode ficar escondida, sem que ninguém a perceba: sendo verdadeira e
forte, ela é testemunhada pela vida cristã convicta e coerente, nas obras que brotam da
fé e se expressa na prática das virtudes, sobretudo da fé, esperança e caridade.
3. Para dar o testemunho de Jesus Cristo na cidade de São Paulo de maneira mais eficaz,
nós assumimos, para cada ano de vigência do Plano, uma URGÊNCIA, na ação
evangelizadora e pastoral, do nosso 11º Plano (cf . nn 69-107). Em 2015, assumimos a
4ª. URGÊNCIA: ser uma Igreja “a serviço da vida plena para todos” (cf nn. 98-102).
Isto precisa aparecer na organização da vida pastoral e nos projetos da ação
evangelizadora durante o ano todo.
4. A Campanha da Fraternidade de 2015, com o tema “Fraternidade – Igreja e
Sociedade”, e com o lema – “eu vim para servir” (cf Mc 10,45) -, nos ajudará ainda
mais a assumir, ao longo do ano, a “URGÊNCIA” proposta pela Arquidiocese. A
Campanha realiza-se durante a Quaresma, mas suas implicações e ações estendem-se
para o ano todo.
5. Ao mesmo tempo, recordando os 50 anos da conclusão do Concílio Ecumênico
Vaticano II, vamos retomar a Constituição Pastoral Gaudium et Spes (“A alegria e a
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esperança”), para refletir sobre as relações da Igreja com o mundo e dos cristãos com a
sociedade. É um texto muito bonito, fundamental para compreender o Concilio.
6. Embora destaquemos esta URGÊNCIA, não deixamos de lado as outras URGÊNCIAS
pastorais na Arquidiocese, como a evangelização da juventude (2013) e a “iniciação à
vida cristã” (2014). De fato, as Regiões Episcopais, de modo geral, indicaram a
necessidade de continuar a dedicar especial atenção à evangelização da juventude. E
uma comissão especial já foi encarregada para apresentar propostas concretas para
promover, de maneira ampla e eficaz, a iniciação à vida cristã.
7. O serviço à vida plena para todos nos leva a uma ação pastoral e evangelizadora voltada
para a família, “santuário da vida e do amor”. O papa Francisco está convidando toda a
Igreja a dar renovada importância à família. Em 2014, foi realizada a assembléia do
Sínodo dos Bispos sobre “os desafios da família no contexto da evangelização”; em
outubro de 2015, o Sínodo fará nova assembléia para tratar da “vocação e missão da
família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Em setembro de 2015, haverá o
Encontro Mundial de Famílias com o Papa, em Filadélfia (USA), com o tema:
“vocacionados ao amor”.
8. Na arquidiocese de São Paulo, precisamos valorizar a família através da boa preparação
dos jovens ao casamento, do acompanhamento dos casais, depois do casamento, da
atenção pastoral às famílias em crise e em dificuldades várias; aos matrimônios
desfeitos pela separação ou o divórcio civil, às novas uniões não sacramentais. É muito
necessária a reorganização da pastoral da família.
9. O serviço à vida plena para todos requer de nós uma especial atenção pastoral pelos
pobres, doentes, idosos, dependentes químicos, pessoas em situação de risco ou vítimas
da violência. Este “olhar samaritano” para os “caídos” ao nosso redor não deve faltar
em nenhuma paróquia, comunidade ou organização eclesial. O papa Francisco disse que
a Igreja deve ser como “um hospital de campo” em tempos de guerra: sempre perto dos
feridos e caídos, pronta para socorrê-los e cuidar deles.
10. O serviço à vida plena para todos deverá nos mobilizar na defesa da dignidade de cada
pessoa, dos seus legítimos direitos e na luta contra toda forma de violência e violação da
dignidade humana. Atenção especial devem merecer as pessoas em situação de
vulnerabilidade e o direito à vida daqueles que ainda estão no ventre materno.
11. Não podemos esquecer que a promoção da vida plena para todos requer nossa
participação ativa na vida da cidade de São Paulo, apoiando iniciativas e políticas
públicas para assegurar vida digna para todos; isso requer, por exemplo, nossa
participação nos Conselhos Paritários e o apoio à promoção de projetos de lei de
iniciativa popular. As Obras Sociais e as Pastorais Sociais precisam de nossa renovada
atenção; a realização de ações concretas de solidariedade social em nossas comunidades
e organizações eclesiais, envolvendo nisso também as novas gerações, tem grande
importância para a iniciação à vida cristã e para a educação na fé.
12. O serviço à vida plena para todos nos leva a cuidar do “ambiente da vida”, da natureza e
de todos os bens colocados por Deus à nossa disposição, para serem usados de maneira
sóbria e prudente; não somos os únicos, nem seremos os últimos a viver nesta “casa de
todos”. A terra, o ar, o verde, as águas, tudo isso é bem de Deus colocado à nossa
disposição; e nós devemos administrar, de maneira responsável, esses bens necessários
à vida.
13. Em tudo isso, não perdemos de vista que somos uma Igreja “em estado permanente de
missão”, ocupada em anunciar a Boa Nova a todos e a toda hora; tentamos realizar da
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melhor maneira possível nossa missão nesta Metrópole. Como vamos dinamizar nossa
ação missionária na cidade? Continua também nosso esforço em promover a boa
iniciação à vida cristã.
14. Portanto, em base a essas indicações, convido nossas Regiões Episcopais, Paróquias,
Comunidades menores, Pastorais, Movimentos, Novas Comunidades, Associações de
Fieis, Comunidades Religiosas e todos os grupos e organizações eclesiais e pastorais de
âmbito arquidiocesano a implementarem seu plano de ação pastoral para 2015. Isto é
muito importante para que a ação evangelizadora tenha fruto. Lembremos: ninguém vai
fazer por nós o planejamento das ações de nossas comunidades e organizações
pastorais; isso depende de cada uma dessas organizações e grupos.
15. É bom colocar-se diante das perguntas: que significa concretamente a URGÊNCIA
pastoral da promoção da vida plena para todos? Onde a “vida” está ferida e pedindo
socorro? Que vamos fazer concretamente? Quem? Como? Onde? Quando?
16. No planejamento das ações evangelizadoras e pastorais, ter presente o que diz o nosso
11º Plano de Pastoral (cf. nn 98-102); ter em conta também as seguintes sugestões
concretas que vieram das assembléias:
a) Implantar e promover uma pastoral da família eficaz e envolvente em toda a
Arquidiocese, com a participação dos movimentos e associações familiares.
b) Retomar e reorganizar as visitas missionárias, envolvendo todos os agentes de
pastoral das paróquias e comunidades. Continuar o anúncio querigmático.
c) Fortalecer iniciação à vida cristã, envolvendo os pais e as famílias no processo
catequético dos filhos.
d) Articular e fortalecer as pastorais sociais na arquidiocese de São Paulo, nas regiões
episcopais e paróquias; mas também as Obras Sociais e o Vicariato para o Povo da
Rua. Dar atenção especial para aqueles que são excluídos.
e) Promover e apoiar em todas as paróquias aquelas pastorais que expressem nossa
“atitude samaritana” em relação aos que sofrem e aos grupos vulneráveis da
comunidade e da sociedade: Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral
das Pessoas com Deficiência, Pastoral Carcerária etc.
f) Estimular eventos para a juventude, com metodologia adequada.Tornar o Dia
Nacional da Juventude um evento envolvente para os jovens, integrando
espiritualidade e formação juvenil. Ouvir os jovens, compreendê-los nas mudanças
atuais, buscando uma linguagem que lhes seja apropriada.
g) Formar a consciência política, em vista do bem comum; participar dos espaços de
atuação, como nos vários Conselhos municipais... Estimular e apoiar os leigos na
sua vocação e missão na Igreja e no mundo.
h) Utilizar o texto-base da Campanha da Fraternidade de 2015, a Exortação Apostólica
“Evangelii Gaudium - A Alegria do Evangelho” e a Constituição Pastoral
“Gaudium et Spes” para a formação e organização das Pastorais Sociais.
i)
Realizar uma Semana Social, partindo da Campanha da Fraternidade “Fraternidade: Igreja e Sociedade”; trabalhar na mediação de conflitos, para a
conciliação e a superação dos conflitos,
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j)
Apoiar e favorecer a criação das Escolas de Fé e Política na arquidiocese de São
Paulo, envolvendo especialmente os leigos.
k) Em 2015, por decisão da CNBB, a Igreja no Brasil estará promovendo iniciativas
especiais em favor da cultura da paz; também isso precisa marcar as comunidades e
organizações eclesiais da arquidiocese de São Paulo.
l)
O ano de 2015 também é, para a Igreja no mundo inteiro, dedicado à Vida
Consagrada Religiosa, a pedido do Papa Francisco. Dediquemos uma atenção
especial às vocações sacerdotais e religiosas, especialmente à vocação à Vida
Consagrada Religiosa, que é chamado à doação da vida para que, em Cristo, todos
tenham vida plena.
Convido todos ao testemunho alegre e generoso das “obras da fé” na cidade de São Paulo. Com
nosso esforço e com a graça de Deus, os frutos virão. Os Santos e Bem-Aventurados, que nos
precederam no serviço à vida plena para todos nesta cidade – S.José de Anchieta, S.Paulina,
S.Antônio de Sant’Ana Galvão, Beato Pe. Mariano de la Mata, Beata Assunta Marchetti – nos
encorajam a fazermos o mesmo hoje também. Nosso Patrono, o apóstolo São Paulo, interceda
por nós! Deus abençoe a todos. Saudação e votos de todo o bem!
São Paulo, na memória litúrgica de S.Alberto Magno, Bispo e Doutor da Igreja, 15 de outubro
de 2014.
Card. Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Dom Milton Kenan Jr
Dom Edmar Peron
Região E. Brasilândia
Região E. Belém
Dom Sérgio de Deus Borges
Dom Júlio E.Akamine
Região E. Santana
Região E. Lapa
Dom Carlos Lema Garcia
Dom José Roberto.F.Palau
Vicariato-Educação/Universidade
Região E. Ipiranga
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