OS PREJUÍZOS DA SECA NA BAHIA EM 2012 Várias as razões que levaram a FAEB - Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia a tomar a iniciativa de publicar os prejuízos da seca relativos ao ano de 2012, que influenciaram de forma intensa a queda no PIB agrícola do Estado no ano passado em mais de 9%. À medida que as informações chegam a público, é impossível fugir da constatação que estamos nos aproximando da dimensão de uma verdadeira catástrofe. A FAEB sentiu-se no dever de soar o alarme para ajudar a criar uma mobilização geral da sociedade baiana, em defesa das regiões atingidas pela seca e, também, em defesa da economia do nosso Estado, que está a sofrer um impacto profundo, ainda não compreendido em sua totalidade. Por falta de informações nem todas as regiões e cadeias produtivas foram analisadas (por exemplo, ficaram de fora do estudo os impactos na cana de açúcar, silvicultura, apicultura, hortaliças, entre outros). Atentamo-nos, apenas, para as atividades de maior peso no PIB agrícola do Estado, buscando informações através dos Sindicatos de Produtores Rurais, de Associações e Cooperativas de Produtores, IBGE e CONAB. Sabemos que esses dados são estimativas, mas retratam a realidade vivenciada por produtores e toda a população dos municípios atingidos pela seca. Chamamos a atenção de que o prejuízo é muitas vezes maior do que a bilionária perda de lavouras e rebanhos. A seca impacta todos os nossos biomas e começa a afetar duramente os demais setores da economia (indústria, comércio, serviços, etc.). O trabalho que a FAEB está apresentando é um retrato apenas parcial dessas perdas. Registramos que os dados ora publicados, em si extremamente impactantes, não cobrem os prejuízos ocorridos durante o ano de 2013, tão importantes quanto os de 2012 - lembrando ainda que a longa estiagem, pelo menos em boa parte do semiárido baiano, deve perdurar até o mês de novembro, na melhor das hipóteses. Ao tomar a iniciativa de publicar dados sobre o prejuízo da seca em 2012, a FAEB deixa claro que visa apenas lançar um alerta e um apelo à mobilização de todos os baianos (autoridades, empresários, políticos, universidades e centros de pesquisa, produtores, imprensa e movimentos sociais), conclamando a uma ampla união de todas as lideranças, não apenas para poder enfrentar a dramática situação atual, emergencial, mas, sobretudo, mesmo estando em plena seca, para a necessidade imperiosa de construção, pela primeira vez, de um projeto de futuro para o semiárido. Um projeto estratégico de desenvolvimento, progressivo, continuado, envolvendo infraestrutura, políticas públicas, e outras que se façam necessárias. Apesar de todos os esforços governamentais, levando água para as populações urbanas no interior, precisamos também, gerar algo completamente diferente e específico para o setor produtivo. PERDAS POR SEGMENTO PRODUTIVO: PECUÁRIA PRODUÇÃO QUANTIDADE TOTAL PERCENTUAL DO PREJUÍZO (%) REDUÇÃO BOVINOS (Região Semiárida) 3.200.000 cabeças 20 640.000 cabeças CAPRINOS 2.741.818 cabeças 40 1.096.727 cabeças 1.260.000.000 litros 35 441.000.000 litros LEITE TOTAL: PREJUÍZO (em milhões de R$) 640,0 109,6 352,8 R$ 1,1 bilhão GRÃOS PRODUÇÃO ALGODÃO QUANTIDADE TOTAL PERCENTUAL DO PREJUÍZO (%) REDUÇÃO PREJUÍZO (em milhões de R$) 1,5 milhão de toneladas 6 96 mil toneladas 308,0 CAFÉ Arábica 60 mil toneladas 60 36 mil toneladas 500,0 CAFÉ Conillon 48 mil toneladas 23 11 mil toneladas FEIJÃO (sequeiro) 132 mil toneladas 90 119 mil toneladas 357,5 MILHO (sequeiro) 500 mil toneladas 90 450 mil toneladas 230,8 3,7 milhões de toneladas 10 370 mil toneladas 106,1 SOJA TOTAL: 44,0 R$ 1,5 bilhão FRUTICULTURA PRODUÇÃO QUANTIDADE TOTAL PERCENTUAL DO PREJUÍZO (%) REDUÇÃO PREJUÍZO (em milhões de R$) ABACAXI 100 mil frutos 70 70 milhões de frutos 80,0 BANANA 1,2 milhão de toneladas 36 446 mil toneladas 535,0 1 milhão de toneladas 40 412 mil toneladas 174,0 MANGA 731 mil toneladas 55 402 mil toneladas 477,0 MARACUJÁ 181 mil toneladas 21 37 mil toneladas 72,0 UVA 280 mil toneladas 30 84 mil toneladas 200,0 LARANJA TOTAL: R$ 1,5 bilhão OUTRAS LAVOURAS PRODUÇÃO QUANTIDADE TOTAL PERCENTUAL DO PREJUÍZO (%) REDUÇÃO PREJUÍZO (em milhões de R$) BATATA 240 mil toneladas 17 40 mil toneladas 64,0 MAMONA 123 mil toneladas 60 74 mil toneladas 57,7 3 milhões de toneladas 33 1 milhão toneladas 133,5 275 mil toneladas 60 165 mil toneladas 181,5 MANDIOCA SISAL TOTAL: Total das perdas parciais ( 2012): R$ 4,6 bilhões R$ 436,7 milhões