Página 4 Embarques de arroz devem ultrapassar 700 mil toneladas A meta dos orizicultores gaúchos e catarinenses é exportar mais de 700 mil toneladas de arroz neste ano. Para tanto, a Câmara Setorial Nacional do Arroz criou um grupo de trabalho que apresentará ao Ministério da Agricultura, no prazo de dez dias, projeto para criação de mecanismos de apóiem os embarques. O presidente da câmara e da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong, explica que o objetivo é reduzir os estoques. A decisão foi tomada em encontro da cadeia realizada durante a 18ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, no dia 29 de fevereiro, na estação Experimental do Irga, em Cachoeirinha. Também ficou definida a ampliação em 15 meses do prazo para entrada em vigor da portaria 269, que prevê nova classificação do grão. A cadeia aguarda, para o iní- cio de março, a votação do Orçamento da União. Está no projeto a liberação de R$ 1,34 milhão para mecanismos de equalização de preço (para todas as culturas) e R$ 300 milhões para AGF (250 mil toneladas) e contratos de opção (400 mil toneladas). Bancos privados devem ofertar até R$ 200 milhões. Tecnologias As novidades em tecnologia para a orizicultura foram apresentadas pelos técnicos e pesquisadores do Irga. A instituição demonstrou as tecnologias propostas pelo Projeto 10, com os princípios e as práticas preconizadas de Manejo Integrado da Cultura do Arroz. Os experimentos deram destaque para as cultivares Irga 423 e 424 e o Híbrido 9. A cultivar Irga 423 apresenta alta qualidade dos grãos, tolerância à toxidez por excesso de ferro no solo e a resistência a bru- Schardong (ao microfone) coordenou reunião da Câmara Setorial sone, com alto potencial produtivo. O Híbrido 9 tem destaque para o crescimento rápido, além de boa capacidade de perfilhamento. Selo de responsabilidade O Irga lançou o Selo Responsabilidade Socioambiental durante o evento. De acordo com o presidente do Irga, Maurício Fischer, o selo tem como objetivo promover a sustentabilidade ambiental, desencadear o processo de Certificação e Rastreabilidade, além de garantir aos pro- dutores o reconhecimento quanto ao uso de práticas ambientais na lavoura de arroz. Os agricultores gaúchos podem solicitar o selo, desde que estejam cumprindo a legislação trabalhista, ambiental e fiscal. Outro critério para a aquisição do selo é que cada produtor adote o Projeto Tecnologias mais Limpas na propriedade rural e na lavoura de arroz. Segundo Fischer, o processo de credenciamento acontecerá por meio de uma avaliação realizada pelas entidades. “A atividade visa avaliar se o produtor está ou não de acordo com as práticas que regem a legislação ambiental”, explica. O selo é anual e a inscrição deve ser renovada uma vez ao ano. Entre as principais vantagens de adquirir a marca, está o reconhecimento do processo de produção de forma sustentável, além de melhorias na visibilidade do produto no mercado consumidor interno e externo e a ampliação de 30% nos valores de custeio. Para o secretário da Agricultura, João Carlos Machado, o reconhecimento significa que os produtores querem ir além. “Nossos arrozeiros estão em busca de melhores resultados para uma lavoura sustentável, demonstrando um trabalho de qualidade e de sustentabilidade ambiental para a orizicultura gaúcha”, afirma.