ID: 35324161 05-05-2011 Tiragem: 20126 Pág: 42 País: Portugal Cores: Preto e Branco Period.: Diária Área: 26,09 x 30,85 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 2 Martifer investiu 250 milhões na Roménia nos últimos cinco anos A Prio Foods, detida em 49% pela Martifer, inaugura hoje uma nova fábrica na Roménia. Um investimento 93 milhões de euros, com financiamento do BEI. Elisabete Felismino [email protected] APOSTAS DA MARTIFER A Roménia é uma das principais apostas internacionais da Martifer, que hoje irá inaugurar mais um projecto neste mercado. Nos últimos cinco anos, a empresa investiu, no total, 250 milhões de euros naquele país do Leste europeu, revela o presidente da Martifer, Carlos Martins, ao Diário Económico. Este montante integra o investimento de 93 milhões de euros na fábrica de extracção de óleos e farelos da Prio Foods, participada em 49% pela Martifer, que será hoje inaugurada nos arredores de Bucareste. “Esta fábrica vem juntar-se a uma outra, também da Prio Foods, de ‘biodiesel’”, avança o presidente do conselho de administração da Martifer e presidente executivo da Prio Foods, Carlos Martins. Além destes dois projectos, acrescenta o mesmo responsável, “a Martifer tem neste país uma fábrica de estruturas metálicas e um parque eólico que está em construção de 42 megawatts”. A construção do parque eólico obteve recentemente o financiamento de 23 milhões de euros de uma instituição romena, o Banca Comerciala Romana. A entrada da Roménia na União Europeia, em 2007, e o crescimento económico esperado para aquele país levam a empresa de Oliveira de Frades a classificar este país como um dos seus “mercados estratégicos”. “Apesar do crescimento não ser hoje em dia da mesma ordem de grandezas, é um mercado que continua a ter um crescimento significativo. E, portanto, continuamos em força naquele mercado”, justifica, por sua vez, o presidente executivo da Martifer, Jorge Martins, ao Diário Económico. O líder da empresa explica ainda que, além dos projectos que já foram desenvolvidos “quer ao nível do ‘biodiesel’, quer ao nível das eólicas, estruturas metálicas e agora com a fábrica de extracção”, a Marti- Áreas de negócio A Martifer está presente na Roménia ao nível das infra-estrutas metálicas, eólicas, biodiesel e extracção. fer tem “ainda em vista novos projectos em fase inicial de desenvolvimento”. Jorge Martins assume: “Estamos interessados em desenvolver projectos para venda ao nível das eólicas.” Esta pretensão vai, assim, ao encontro do que tem sido o alinhamento das novas orientações estratégicas do grupo Martifer. MARTIFER CAI 4,70% As acções da empresa acumulam uma perda de 4,70% desde o início do ano. Ontem, fecharam a sessão bolsista inalteradas a cotar 1,42 euros. 1,50 BEI financia nova fábrica da Prio em 40 milhões de euros A Prio Foods, detida em 49% pela Martifer, inaugura hoje, na Roménia, uma unidade fabril de extracção de óleos e farelos para fins industriais e alimentares a partir de sementes oleaginosas (colza, girassol e soja). O novo projecto da Prio Foods, situado em Lehiu, perto de Bucareste, incorporou um investimento de 93 milhões de euros. No entanto, 40 milhões de euros – ou seja, 43% do investimento global – foram suportados pelo Banco Europeu de Investimentos (BEI). O restante foi aplicado com capital próprio. “O objectivo é tornarmos a Prio num ‘player’ integrado europeu de referência no sector”, assume o presidente da Prio Foods. Com uma situação geográfica estratégica, a nova unidade de extracção poderá vir a abastecer-se de matérias-primas na Ucrânia e na Bulgária. “Esta fábrica vai abastecer não só o mercado doméstico na Roménia, como o resto da Europa e ainda o Médio Oriente. Para Portugal serão reencaminhados óleos para a nossa fábrica de ‘biodiesel’”, adianta Carlos Martins. A nova fábrica tem capacidade para processar diariamente 2.600 toneladas de oleaginosas, podendo produzir 316 mil toneladas de óleo para alimentação humana e produção de ‘biodiesel’, e 340 mil toneladas de farelo que será usado em rações animais. Serão ainda processadas 750 mil toneladas por ano de sementes de oleaginosas. A nova unidade romena emprega 121 trabalhadores. ■ 1,37 1,24 03 Jan 11 04 Mai 11 Fonte: Bloomberg TRÊS PERGUNTAS A... CARLOS MARTINS Presidente executivo da Prio Foods “Esperamos o retorno do investimento para dentro de oito anos” O presidente executivo da Prio Foods, Carlos Martins (ao centro na foto), acredita que a nova fábrica romena vai dar um novo impulso à empresa. E espera obter o retorno do ID: 35324161 05-05-2011 Tiragem: 20126 Pág: 43 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 26,39 x 30,85 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 2 João Paulo Dias A Roménia é uma das maiores apostas internacionais da Martifer, liderada pelos irmãos Jorge (à esquerda) e Carlos Martins (ao centro). Prio quer fábrica de cereais em Portugal Investimento já apresentou candidatura ao QREN. investimento no prazo de oito a dez anos. Quando é que espera alcançar o retorno do investimento realizado neste fábrica? Acabámos de investir 93 milhões de euros numa unidade fabril de extracção de óleos e farelos para fins industriais e alimentares, a partir de sementes oleaginosas. E esperamos ter o retorno deste investimento dentro de oito ou dez anos. Qual é o objectivo desta nova unidade? Esta fábrica fica situada num eixo considerado por nós estratégico, uma vez que está próxima do rio Danúbio e do porto de Constança, pelo que se torna estratégica quer para a cobertura do mercado doméstico romeno, quer para o resto da Europa e também para o Médio Oriente. De resto, esta fábrica de extracção fica situada ao lado da nossa fábrica de ‘biodiesel’, pelo que o óleo produzido na extracção vai não só para esta fábrica como também para Portugal. “ Esta fábrica é estratégica quer para a cobertura do mercado doméstico romeno, quer para o resto da Europa e também para o Médio Oriente. A Prio Foods tem mais algum grande investimento previsto para os próximos tempos? Não. O nosso objectivo, a partir de agora, é consolidar os investimentos que temos realizado quer, na Roménia, em Moçambique, Brasil e em Portugal. Não quer dizer que não avancemos com mais alguns investimentos, mas todos de mais pequena dimensão. Vamos investir, por exemplo, na actividade de produtos alimentares, em Portugal, nomeadamente os derivados de soja. ■ A Prio Foods quer investir na criação de uma unidade fabril para produção própria, baseada nos cereais e oleaginosas com incidência na soja. O investimento será realizado em Portugal e a empresa já apresentou uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional - QREN, estando a aguardar decisão. “Este investimento faz parte de um conjunto de pequenos investimentos que poderemos realizar, uma vez que o nosso objectivo agora é consolidarmos os projectos que a Prio tem feito até aqui nos três continentes [Europa, América e África]”, revela o presidente executivo da Prio Foods. Carlos Martins recorda que a empresa já tem “vindo a desenvolver estes produtos, como seja leite e sumos, manteigas, bolachas, refeições ultracongeladas e sobremesas, mas através da subcontratação. Agora, o objectivo é “fazê-lo através de uma fábrica própria”. A par da criação desta unidade fabril no País, a empresa pretende ainda desenvolver uma rede logística de distribuição. APrio está presente em Portugal, Romónia, Polónia, Brasil e Moçambique. Mais recentemente a empresa constituiu uma operação logística no perímetro africano. Assim, além de Angola – onde tem uma pequena indústria de enchimento de água e óleo alimentar, em parceria com uma empresa local –, a Prio quer apostar no Senegal e no Gana, mas em operações de ‘trading’. A exemplo do que acontece no mercado angolano, também nestes dois países a empresa recorrerá a parceiros locais. A Prio Foods tem, actualmente , 80 mil hectares de terra agrícola. Carlos Martins assegura que o “objectivo é gerar ‘cash flow’ para financiar todas estas terras”. ■ E.F. ÁREA AGRÍCOLA 80 mil hectares Valor da terra agrícola detida pela Prio Foods.