ZOOM Este mês fica o registo de uma receção feita, em Valadares, no ano de 1948, ao valadarense José Diogo de Vasconcelos, residente no Brasil, que se deslocou à sua terra natal. Na fotografia estão presentes alguns elementos da Banda de Música de Valadares, que também esteve presente. São eles: atrás da esquerda para a direita, Fernando da Silva, António da Casa de Baixo (pai), o Luís da Eugénia, o Jaime Latoeiro e o Laurentino Duarte. De trás para a frente, um elemento da Banda de Oliveira de Frades, que veio ajudar, o Diamantino do Castro, à frente, outro elemento da Banda de Oliveira de Frades, o Herculano Duarte, o Horácio Martins e, o mais novo, o José da Cruz do Alqueve. h P R A RRIBA Não há dúvida que o verão traz consigo vida, alegria, cor, movimento, que alteram, em muito, a pacatez da nossa terra nas demais alturas do ano. Faz-nos recordar os tempos antigos em que os caminhos nunca estavam vazios e a mocidade enchia as nossas aldeias, alegrando o mundo rural. Os que por razões de trabalho estão longe, espalhados pelo país e pelo mundo fora, regressam agora em força, procurando junto dos seus matar as saudades de um ano inteiro, recordar lugares, cheiros, sabores, respirar fundo, que o ar puro por estas paragens ainda é de graça. Não há dúvida de que, para esta roda-viva, contribuem também muitas das iniciativas levadas a cabo pelas associações locais. Uma verdadeira agenda estival, com as festas anuais em quase todas as aldeias, com as actividades do Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia, que este ano trouxeram os turcos e as suas tradições, do Grupo de Jovens Val´Amar com o seu 4º Convívio, da Paróquia com a 2ª edição do dia do Doente/Idoso, do Ecos da Gravia com o seu dia de aniversário, do Centro Social com a magia e o hipnotismo, da Junta de Freguesia com a Feira Anual e Mercado Tradicional, do grupo Acoustica que dá uma mãozinha a todos, animando a festa. É um ver se te avias. Pena é que algumas das actividades se sobreponham, impedindo a adesão da população a todas. P R A BA IXE Não será difícil conciliar. Para isso se pensou a agenda Valadares cultural, tentando evitar a dispersão. Tirando este senão, para toda esta vida, para todo este trabalho associativo vai direitinho o nosso PRARRIBA i O crime violento aumentou em Portugal nos últimos tempos. As razões não são conhecidas. Terão a ver com a crise e a depressão que lhe está associada? Parece uma razão demasiado simplista. Por dá cá aquela palha não se esmurra, não se bate, não se injuria, mata-se…. A vida não tem para estes homicidas qualquer valor. Atente-se apenas, a título de exemplo, no caso do indivíduo que incendiou o elevador onde se encontrava a cunhada, uma sobrinha e o seu segurança, atirando lá para dentro sacos de álcool e um fósforo. A explicação que deu para este resultado de três vítimas mortais, carbonizadas, é exemplar: só queria assustar! Na base desta animosidade estão promessas de negócio. Para esta falta de valores, que nos remetem para os tempos das sacholadas, às vezes mortais, por causa de um rego de água entre proprietários vizinhos, só pode ir um imenso PRABAIXE 4 20 Nº lho . Ju 12 20 o t s go /A X oX n A . 5€ 0,9 l a s en I. M Nota de Redação Sumário Nota da Redacção ................................................... 3 Pontos de Vista........................................... 4 e 5 Mundo Real – S. Pedro Sul S. Pedro do Sul tem gabinete de apoio ao emigrante....................... 6 Ao sabor dos tempos Este mês do ano contraria uma tendência cada vez mais evidente: a desertificação. Uma desertificação que se acentua fortemente, sobretudo, nas aldeias do interior. Este mês, as aldeias enchem-se de gente, há movimento, há correrias e gritos das crianças, há música, há festa, há muita alegria. Este mês de Agosto é uma amostra do que deveria ser, na realidade, o país. Mas, infelizmente, a atual situação económica está a Mundo Real – Oliveira de Frades 800 idosos do concelho aderiram ao passeio sénior …...........................….. 8 “atirar” centenas de portugueses para fora de Portugal. São aos Mundo Real - Vouzela Espetáculo de solidariedade ajuda animais abandonados ............................... 9 No nosso país é cada vez mais difícil os jovens conseguirem um Mundo Real – Viseu Viseu, cidade portuguesa com melhor qualidade de vida …....................…… 10 Pela região de Lafões as festas da cidade de S. Pedro do Sul e Mundo Real ACROF Mais de três décadas a fomentar o desporto e a cultura ..................... 12 Mundo Real Por Valadares Grupo Turco deu a conhecer tradições e cultura do seu país ... 13 Roteiros Buçaco ……...............................................….... 15 Actualidade .................................................. 19 milhares, e cada vez mais, os que procuram noutros países o que lhes falta no seu: um emprego, alguma estabilidade económica. emprego permanente que lhes traga alguma estabilidade e em breve esperam-se novas medidas de austeridade… Este mês faz-nos esquecer um pouco tudo isto. das vilas de Oliveira de Frades e de Vouzela proporcionaram momentos de muita animação aos visitantes. Pelas aldeias, o cenário é idêntico. As muitas festas e romarias proporcionam momentos de alegria e descontração. Valadares recebeu, este ano, um grupo folclórico vindo de Istambul, Turquia, que deu a conhecer as tradições e a cultura do seu país. Este género de iniciativas promove o intercâmbio cultural entre os grupos, o visitante e o grupo anfitrião, muito valioso e enriquecedor. Ainda no distrito, em Viseu foi promovido, pelo segundo ano consecutivo, a iniciativa Jardins Efémeros, que levou, durante uma semana, ao Centro Histórico desta cidade uma atividade cultural intensa e muitos espaços verdes. A iniciativa foi, uma vez mais, muito bem acolhida pela população, tendo levado milhares Um acontecimento / uma personalidade... Vá para fora, por dentro! Agosto, mês por excelência de férias, de paragem, de dizer basta, de recarregar baterias, de mudar, de nos reinventarmos… Deixamos para trás um ano de trabalho intensivo, de canseiras, de rotinas e procuramos alterar hábitos e fazer tudo aquilo que prometemos fazer nas férias! Saímos… da nossa casa, da nossa terra, do nosso país! E, de nós? Do nosso lado mais amargo, mais vulnerável, mais inquieto, será que também nos conseguimos libertar? Neste mês de descanso, seria bom descansarmos também um pouco desta nossa dimensão menos cor-de-rosa e irmos para fora, mas por dentro de nós mesmos em busca da calma e do equilíbrio, porque precisamos acreditar em nós e ter confiança nas nossas capacidades. Os mais batidos nas múltiplas vivências da vida sabem que nada se faz sem esforço e que nada, ou quase nada, cai do céu e mesmo que caia é fundamental não o deixar cair “em saco roto”. Zangados? Acho que estamos todos. Nada está fácil e são muitas as famílias à nossa volta, algumas bem perto de nós em amizade ou parentesco, a viver em sérias dificuldades. Direito a estarmos zangados? Temos todos, mas também temos o dever de mudar a nossa vida e não ficar à espera que alguém resolva por nós, porque, ou muito me engano, ou se for o caso, o melhor mesmo é esperarmos sentados. Todos os momentos de crise, reza a História, criaram grandes oportunidades, só temos de as identificar, agarrar e vencer. Não temos muitas hipóteses e, além disso, não podemos abdicar de ser felizes e de criar crianças e jovens igualmente felizes. Vamos mesmo ter de reaprender a viver a baixo custo e com menos quantidade, mas acredito que com mais qualidade. Por isso, da próxima vez que sair, nunca se esqueça de viajar também pelo seu lado de dentro!! 31 de Agosto de 1997– Morte de Diana, Princesa de Gales A 31 de agosto de 1997, Diana, Princesa de Gales, foi morta num acidente de carro dentro do túnel da Ponte de l’Alma, um túnel parisiense, juntamente com o seu namorado, Dodi Al-Fayed e com o seu motorista, Henri Paul, enquanto estavam a ser perseguidos por paparazzi. O guarda-costas de Fayed, Trevor Rees-Jones, foi o único ocupante do carro que sobreviveu ao acidente. Uma investigação francesa de dezoito meses concluiu, em 1999, que o acidente de carro que matou Diana foi causado pelo próprio chauffeur, que perdeu o controlo do veículo em alta velocidade enquanto estava embriagado e sob forte efeito de anti-depressivos. Desde fevereiro de 1998, o pai de Dodi, o empresário Mohamed al-Fayed alega que o acidente foi obra de uma conspiração, executada a mando do Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, ex-sogro de Diana. Entretanto, as ideias de Mohamed foram desmentidas pela mencionada investigação, bem como pela Operação Paget, que foi finalizada em 2006. U m n o vo i n q u é r i t o, chefiado pelo juiz Scott Baker, foi criado na Real Corte de Justiça, em Londres, a 2 de outubro de 2007, sendo uma continuação do inquérito original criado em 2004. O juiz decidiu, em abril de 2008, que Diana tinha sido ilicitamente morta pela negligência do motorista e dos paparazzi que seguiam o casal. DIAS INTERNACIONAIS… •12 de Agosto– Dia Internacional da Juventude A 17 de Dezembro de 1999 a Assembleia-Geral das Nações Unidas declarou 12 de Agosto como Na memória... o Dia Internacional da Juventude, em resposta •6 de Agosto de 1966– à recomendação da Conferência Mundial de Inauguração da Ponte Ministros Responsáveis pela Juventude, reunida Salazar, hoje Ponte 25 em Lisboa, de 8 a 12 de Agosto de 1998. de Abril, em Lisboa. Um “outro” olhar sobre António Nazaré de Oliveira ..………….………....………… 21 de visitantes a esta parte da cidade. •31 de Agosto– •15 de Agosto de 1948– Observatório …………………………………………………….…… 22 Mateus que conta já com 620 anos de existência. São 45 dias de festa, onde ocorrem milhares de pessoas. Dia Internacional da Solidariedade A Coreia é dividida em Efeméride proclamada pela Organização das Coreia do Sul e Coreia Um estudo da Deco revelou que Viseu é a cidade portuguesa Nações Unidas (ONU) com o objectivo de do Norte, separadas pelo Saúde…..………………………………………………………………….24 onde se vive com melhor qualidade de vida, ocupando também promover e fortalecer os ideais de solidariedade e paralelo 38º N. no ranking internacional a 10ª posição. entrega ao próximo - nações, povos e indivíduos Social............................................................28/29 Esse estudo reforça a ideia de que o interior do país é bom para Ecos do Nosso Passado...........................................23 Gentes e Vidas.....................................................30 Baú de Memórias ……………………………………………………….31 (Capa: Paia fluvial do Vau, freguesia de S. João da Serra). 2 Mas a cidade está de novo em festa. Já começou a Feira de S. de forma dedicada. A solidariedade foi •19 de Agosto de 1965– reconhecida como um dos valores fundamentais Nascimento da actriz e para as relações internacionais no século XXI, cineasta portuguesa Maria tal como atesta a Declaração do Milénio da ONU. de Medeiros. - se viver, não pode é ser esquecido e abandonado. Boas férias. Boa leitura! por: Judite Almeida, Professora A Redação por: Inês Tavares 35 Diversos Vende-se Casa de habitação em Pereiras – Oliveira de Frades Vários anexos; Eira/ Canastro; Com terreno (1500 m2); Água de nascente Contactar: 934 982 555 Telefones Úteis S. Pedro do Sul Câmara Municipal 232 723 003 Bombeiros Voluntários 232 720 110 Bombeiros Vol (S.C.Trapa)232 798 115 Bombeiros Salva. Pública 232 711 115 Guarda Naci. Republicana 232 720 060 Vende-se Uma casa com loja e primeiro andar num quintal fechado no fundo do lugar do Covelo – Valadares Contactos: 969 166 729 210 874 616 Vende-se Moradia T 4 com quintal, pronta a estrear. àrea 200 m2 Situa-se a 5 km de Oliveira de Frades. Contato: 917535910 Vende-se Caravana Adria (pouco uso) para 3+1 (pessoas), com WC (sanita tipo cassete), frigorífico, fogão, antena TV, avançado e engate rápido. Preço: 7000,00€ Contacto: 962 332 582 Vende-se Casa de habitação de r/chão com loja (cave) e anexos para arrumos, situada no largo da capela, no lugar do Preguinho, freguesia de Valadares, concelho de S. Pedro do Sul. Contacto: 962 417 627 Ficha Técnica Amigos do ECOS João Rodrigues Luxemburgo 20€ Serafim Francisco Rodrigues Vilarinho 10€ Isabel Rodrigues Ferreira Vilarinho 10€ Manuel José Rodrigues Loureiro França 20€ Fernando de Jesus Rodrigues Vilarinho 20€ Hilário de Matos Brasil 100€ Diamantino de Matos Sacavém 40€ Octávio Ribeiro Corroios 10€ Manuel João de Jesus António Valadares 10€ Maria da Piedade Vasconcelos Estarreja 10€ Maria Olinda Vasconcelos Montijo 30€ Judite Palma Ferreira Tondela 10€ Rogério Gonçalves Inglaterra 20€ Conceição Martins R. de Almeida Paredes 10€ Centro de Saúde 232 720 180 Centro de Emprego 232 720 170 Centro Termal 232 720 300 Segurança Social 232 723 085 Complexo Desportivo 232 724 375 Posto Turismo 232 711 320 Biblioteca Municipal 232 723 601 Protecção Civil 232 723 280 João Eduardo Beato Serra Manhouce 20€ Misericórdia 232 720 460 Adelino Almeida Pereira Valadares 10€ Posto de Saúde S.C. Trapa232 798 008 Augusta Fernandes Boavista 10€ Amarilis da Silva Tavares Couço 10€ Alfredo Tavares Lopes Podence 20€ Oliveira de Frades Câmara Municipal 232 760 300 José Fernandes Oliveira Prezinha 10€ Bombeiros Voluntários 232 760 230 Manuel Correia dos Santos Vila Maior 20€ Guarda Naci. Republicana 232 761 236 António Henrique Silva Montenegro 15€ Centro de Saúde 232 760 400 Celso Tavares Vasconcelos Valadares 20€ Pavilhão Desportivo 232 760 302 José Casimiro Rodrigues Covelo 20€ Cine-Teatro 232 760 301 Valentina Santos Sousa Mariano Rinchoa 10€ Biblioteca Municipal 232 760 300 Brígida Benta Santos Sousa Gonçalves Damaia 10€ Central de Camionagem 232 760 304 Sara Santos Sousa Freixo 10€ Misericórdia 232 760 330 Agostinho Tavares Cruz de Pau 10€ Segurança Social 232 761 122 Manuel Joaquim Tavares Torre Marinha 10€ Clinica KliFrades 232 762 762 Maria de Lurdes Tavares Rana 10€ Vitor Lima Seixal 10€ Ana Maria dos Santos Rosinha Brasil 20€ Odete Gonçalves Seixal 20€ José Soares Ferreira Valadares 15€ Silvano de Almeida Vasconcelos Brasil 10€ Idalina de Almeida Valadares 10€ Viriato Correia Canadá 40€ Aníbal Fernandes Brasil 10€ Germano Fernandes Lisboa 10€ Maria Fernandes Valadares 10€ João Paulo Fernandes da Silva Funchal 10€ Maria Lúcia Pinho França 10€ Liliana Isabel Silvestre Martins Manhouce 10€ Vouzela Câmara Municipal 232 740 740 Bombeiros Voluntários 232 748 112 Guarda Naci. Republicana 232 740 730 Centro de Saúde 232 772 089 Segurança Social 232 748 052 Museu Municipal 232 740 579 Cine-Teatro 232 772 634 Parque de Campismo 232 740 749 Central de Camionagem 232 771 482 Posto de Turismo 232 771 515 E-mail: [email protected] Telefones: 232 708 369 / 966 490 178 DIRECTOR: José Manuel S. Tavares (TE-100) DIRECTOR-ADJUNTO: José Manuel Paredes REDACÇÃO: Maria José Lindo (CP 8502); Noémia Gonçalves; Piedade Loureiro; Otília S. Loureiro; Maria José Matela; Liliana Matos; Judite Almeida CORRESPONDENTES: Adelaide Gouveia – Paradela; Liliana Matos – Pedreira; Prazeres A. F. Lopes – Covelo; Cecília Rodrigues – Vilarinho; Luís Soares – Preguinho; Ricardo Ferreira e José Fernandes – Sejães; José G. Almeida – Brasil; Lídia R. Almeida – Valadares; Maria de Fátima Matos – Granja; José Correia – S. Cristóvão de Lafões; Gabriel Lomba – S. João da Serra FOTOGRAFIA: Maria José Lindo; José Manuel Paredes PUBLICIDADE: Lídia R. Almeida COLABORADORES PERMANENTES: Alexandre G. Loureiro Vasconcelos; João Gonçalves; Paulo Adolfo; Olegário S. Ribeiro; Moisés S. Sousa; Octávio de Sousa Ribeiro; José Manuel Gonçalves; José F. Tavares; Domingos Araújo; Marisa S. Monteiro; Isabel Rodrigues; Natália Isabel Vasconcelos Loureiro; Inês Aidos; Custódio S. Sousa; Amélia Silva Teixeira; Celeste Santos; Paula Alegria; Aline Denise Maia; Helena Pinto; Dália Pereira ESPAÇO JOVEM: Judite Almeida DESPORTO: Álvaro Barreto; Paulo Alexandre Tavares. PROPRIETÁRIO E EDITOR: Centro Social da Freguesia de Valadares – Associação Cultural e Recreativa – Valadares – S. Pedro do Sul – 3660-673 Valadares SPS – Pessoa Colectiva nº 501 177 647 – Presidente da Direcção: José Manuel S. Tavares SEDE, REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Centro Social da Freguesia de Valadares – 3660-673 Valadares DESIGN E PAGINAÇÃO: Bruno Filipe Correia | www.sitempresas.net IMPRESSÃO: Tipografia Ocidental - Rua do Castelo nº17 Repeses - Viseu - 232 422 823 APOIO: Junta de Freguesia de Valadares PERIODICIDADE: Mensal ASSINATURA ANUAL: 10,00€ Inscrito no I.C.S. com o nº 115722 Depósito Legal N. 52317/92 Todos os artigos assinados, ou sob pseudónimo, são da exclusiva responsabilidade dos seus autores A tiragem do “Ecos da Gravia”, no mês de Junho foi de 1600 exemplares, não se registando quaisquer sobras. 34 Pontos de Vista Ideias e Razões UMA QUESTÃO DE FINANCIAMENTO O problema do País resume-se a uma questão de financiamento. Costuma-se dizer em economia que o nosso património (pessoal ou colectivo) pode ser contabilizado como aquilo que possuímos mais a nossa capacidade de endividamento, isto é, aquilo que podemos comprar a crédito. O problema de Portugal é que atingiu e ultrapassou o tecto máximo e muito dificilmente vai poder aumentar a sua dívida. Este é o resultado de muitos anos de sucessivos deficites nas contas, a empurrar para o futuro a resolução do problema de consumirmos mais do que produzimos, tanto ao nível do Estado, como da sociedade civil. Uma espécie de Letras a Pagar a 5 e a 10 anos, que governos de Cavaco a Sócrates endossaram para quem vinha a seguir. É, no entanto, uma ilusão, pensar que agora podemos fazer sacrifícios, ficar a pão e água, para conseguir reduzir a zero nos próximos anos o que devemos ao estrangeiro. O caminho é controlar as contas do Estado e pôr a produzir a agricultura, a indústria, o turismo e os serviços, de modo a que consigamos controlar a dívida global dentro de limites razoáveis, e a médio prazo, pagar o que compramos no estrangeiro com o que vendemos lá para fora. Mas dívida sempre a teremos, o que queremos é que ela volte para os 60% do PIB, como estava antes da malfadada crise dos mercados financeiros em 2008. Há necessidade de produzir bens, energia e serviços não só para os vender ao estrangeiro mas também para evitar a sua importação e consequente desequilíbrio da balança comercial. Por exemplo, sabemos quão pesada é a factura dos combustíveis para Portugal e tudo o que se fizer para a diminuir, desde as eólicas aos carros eléctricos, deveria ser fomentado. O PROBLEMA DA BANCA Estão actualmente os Bancos portugueses em condições de financiar a economia para a produção destes bens? Na realidade, a banca é dos sectores que mais têm sido atingidos por esta crise. Primeiro os colossais prejuízos provocados pelo estoiro dos fundos mobiliários no seguimento da falência do Lehman Brothers. A seguir as imparidades (diminuição da cotação) das acções que detinham nos grupos económicos (EDP, GALP, BRISA) e que valem hoje muito menos. Depois a crise na construção civil e nas empresas em geral que gerou um aumento substancial do incumprimento, tendo deixado por pagar muitos empréstimos. Agora, a exigência por parte da comunidade europeia do reforço dos seus capitais sociais que imobiliza fatias importantes de dinheiro que poderia estar a ser investido na economia. Por último, as 4 grandes dívidas do sector público empresarial que não se vê como irão ser liquidadas. Por estes motivos, não têm razão os que à esquerda criticam os capitais canalizados para o reforço dos capitais dos Bancos, porque sem bancos sólidos, não haverá capacidade de financiamento. A Banca é dos sectores mais patrióticos do nosso país. Já disso deu provas, evitando por duas vezes a bancarrota em Portugal: em 1977 e em 1983. Nesses tempos, com grande ajuda da emigração com quem hoje não podemos contar tanto. Chegou agora também a hora de ser compreendida e ajudada. Como? Diria que as pessoas patriotas trariam os seus capitais dos offshores do estrangeiro. Toda a poupança, traduzida em depósitos nos balanços dos bancos é bem vinda. O pagamento das prestações de crédito também é condição necessária. E assim criaremos condições para que os bancos possam cumprir o seu principal objectivo de financiar a economia. O CRESCIMENTO ECONÓMICO Tem-se diabolizado muito o investimento feito através das parcerias público-privadas, mas, o que é verdade, é que sem elas, nós não teríamos as infraestruturas que foram construídas: as rodoviárias, os hospitais, as energias renováveis, etc. Eu diria mesmo mais – é que o Governo não tem alternativa e se quiser que o país não fique parado, tem de voltar a chamar os grupos privados para investir. Parar toda a actividade económica interna não é solução e já se viu que a recolha dos impostos também está relacionada com ela e que, sem actividade económica, não há receita fiscal. Na construção e obras públicas, por exemplo, estão a acabar as últimas obras lançadas ainda no tempo do governo anterior e obras novas - NADA! As coisas vão ainda complicar-se mais… Um outro aspecto importante é o investimento nas EMPRESAS. Muito se poderia dizer sobre este assunto. Fico-me pelo reforço dos capitais próprios dos sócios e dos accionistas que tem de ser incentivado. As empresas não podem ficar só à espera do financiamento dos bancos. Actualmente ninguém arrisca um tostão de capitais próprios, estão sempre a contar com a banca e /ou os fundos comunitários. Existem hoje poucos empresários à maneira antiga (os Alfredo da Silva ou os Champalimaud) : os que reaplicam no crescimento das suas empresas os lucros da sua actividade – ano após ano a fazer a sua empresa mais forte. A maioria dos actuais empresários descapitaliza as empresas, para comprar, na primeira oportunidade o seu BMW ou o seu iate… Também aqui o Governo poderia fazer alguma coisa: por exemplo, isentar de IRC os lucros que fossem reaplicados no aumento dos capitais das empresas. O apoio directo dos bancos aos grupos económicos também não pode ser retirado sob pena de perdermos as últimas empresas competitivas a nível internacional. Vou aqui só citar dois exemplos que nos ficam próximos – A Martifer e a Visabeira. Retirar a participação da banca no capital destas empresas é a breve prazo arrastá-las para uma incapacidade de auto-financiamento das suas encomendas e o progressivo esvaziamento da sua actividade, com o consequente despedimento massivo de milhares de trabalhadores. E não sei se a Segurança Social estará em breve em condições de pagar o desemprego de toda a gente… Existem outros bloqueios significativos ao nível do investimento - no sector dos transportes, por exemplo. Desde logo, pelas enormes dívidas acumuladas. Este sector, que está agora a ser dirigido por um Secretário de Estado com origens em Valadares, é dos mais difíceis porque gera prejuízos crónicos. Penso que o Dr. Sérgio Monteiro é das pessoas mais inteligentes e competentes que conheço (passou como estagiário pela CGD) e que é um economista capaz de dar a volta às coisas. Para já, permitia-me dar-lhe um conselho: consolidar toda a dívida feita na rede em infraestruturas. Se os hospitais são investimento público porque é que as carruagens não o são? E melhorar as contas de exploração, inevitavelmente também através do aumento das tarifas para níveis suportáveis. Aqui estamos chegados à renegociação dos Quadros Comunitários de Apoio, que poderiam ser chamados no futuro a financiar estes avultados investimentos: nos transportes e noutras actividades, como a economia social, financiando o futuro lar de Valadares, por exemplo. Para concluir, pretendo deixar claro que a austeridade por si só não é solução nem caminho para a resolução dos nossos problemas e que cada um de nós tem de dar o seu contributo para produzir mais… e gastar menos produtos estrangeiros. Prefira nacional. Também é lógico que, sem investimento não haverá crescimento e, consequentemente, mais receita fiscal e mais emprego. Se isto se fará com a cooperação de todos os partidos políticos, com o empenhamento dos empresários e dos trabalhadores, com uma efectiva solidariedade europeia, com as medidas de investimento propostas por François Hollande, se com um novo Plano Marshal para a Europa, ainda não se sabe. Talvez com tudo isto conjugado. Oxalá! Messias Sousa 33 Pontos de Vista AGÊNCIA FUNERÁRIA DE S. PEDRO DO SUL, Lda. Rua Além da Fonte Nº 212, 3660-462 S. Pedro do Sul Telef: 232711043 Filial Vouzela: 232771839 Serviço Permanente: 917554462 / 918789283 Funerais | Transladações | Cremações | Artigos Religiosos Tratamos de toda a documentação Falecimentos Faleceu, no Hospital de S. Teotónio em Viseu, no dia 16 de Julho, a senhora Helena da Silva Loureiro, com 81 anos de idade, viúva, natural e residente em Valadares. Era mãe de Maria de Fátima, Eduardo, Aurora, Felismina, António, Alexandrina, Alcina e Maria de Lurdes da Silva Tavares. O seu funeral realizou-se no dia 18, às 18h30, saindo do salão paroquial, onde o corpo esteve em câmara ardente, para a igreja de Nossa Senhora da Expetação. Após celebrada missa de corpo presente foi a sepultar no cemitério local. A toda a família, nomeadamente seus filhos, sentidos pêsames. -//Faleceu na sua residência, no Preguinho, a senhora Maria Custódia Ferreira de Almeida, com 56 anos de idade, solteira, natural e residente no lugar do Preguinho, freguesia de Valadares. O seu funeral realizou-se no dia 12 de Julho, às 17h00, sendo celebrada, na capela de Preguinho, missa de corpo presente, seguindo o cortejo fúnebre para o cemitério de Valadares, onde foi a sepultar. A toda a família, sentidos pêsames. -//Faleceu na sua residência, na Gralheira, a senhora Lucinda Ferreira White, com 84 anos de idade, viúva, natural da Gralheira, freguesia de S. Cristóvão de Lafões. O seu funeral realizou-se no dia 31 de Julho, às 16h00, saindo da capela da Gralheira, onde o corpo esteve em câmara ardente e foi celebrada missa de corpo presente, para o cemitério de S. Cristóvão de Lafões, onde foi a sepultar. A toda a família, sentidos pêsames. Hoje eu tive um sonho “ Tu vês coisas e perguntas: porquê. Mas eu sonho coisas que nunca existiram - e pergunto: porque não?” (G. Bernard Shaw) Uma frase simples, mas com uma intensidade e voluntariedade tal que não pode deixar ninguém indiferente. E não podia ser mais adequada ao que sonhei e ao que escrevo hoje. O tema remete-nos para o futuro, para o sonhar de acontecimentos que ao existirem poderiam mudar o mundo e a vida dos que nele querem viver. E o meu sonho também. No meu sonho existia amor; amor e respeito entre as pessoas; paz e serenidade; entreajuda e reciprocidade. Mas sonhei ainda uma coisa estranha. Sonhei que na próxima geração o que os pais vão dar aos filhos é AMOR. Amor, tempo para amar desinteressadamente, tempo para acarinhar, tempo para estar presente, tempo de afecto, tempo de mimo e de colo. Sim, porque amor é a única coisa que os filhos de hoje não têm dos pais. Perdoem-me as excepções. Mas a realidade é esta, na minha humilde opinião. O Amor de hoje não se sente, vê-se – nas calças ou ténis de marca; no telemóvel e iPOD, no carro, mal completam os 18 anos, nas horas tardias em que os “escravos” dos pais os vão buscar à porta das discotecas…. O amor de hoje não se sente, vê-se na materialidade das coisas que cada um possui ou conquista aos seus pais. Então, eu sonhei. Sonhei que as novas gerações vão dar aos seus vindouros amor, amor sentido, e não destrói; amor coisas simples, pelos pela delicadeza das pelo sorriso e brilho Sonhei que o ser vai Agradecimento Helena da Silva Loureiro Seus filhos, genros, noras, netos e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vêm, por este meio, agradecer a todos os que estiveram presentes, ou que de qualquer outra forma manifestaram o seu sentimento de pesar, neste momento de grande dor e participaram no seu funeral e missa de 7º dia. A todos, muito obrigado. (Funeral a cargo de: Agência Funerária Sampedrense Lda) ou parecer. E como será possível, O amor de hoje não se sente, vê-se na materialidade das coisas que cada um possui ou conquista aos seus pais. o amor? (perguntará o amor que faz crescer pela vida, amor pelas gestos, pela atenção, palavras, pelos afectos, nos olhos. valer mais do que o ter se não sabem o que é leitor) Como poderão dar uma coisa que não sabem o que é? Não é verdade que em todas as gerações ouvimos dizer “eu quero dar ao meu filho aquilo que não tive oportunidade de ter; que não me deram; que não consegui ter; que os meus pais não me puderam dar, etc., etc., etc.”? Então, foi simples, no meu sonho. Tal como hoje, haverá quem invente, quem crie. Nesta geração criaram objectos, que os pais deram sem saber o que estavam a dar, mas alguém os criou e muitos Agradecimento Maria Custódia Ferreira de Almeida os deram sem saber, nada de nada. Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem, por este meio, agradecer a todos os que manifestaram o seu sentimento de pesar neste momento de grande dor e participaram no seu funeral e missa de 7º dia. A todos, muito obrigado. brilho nos olhos; de paz…muita paz. (Funeral a cargo de: Agência Funerária Sampedrense Lda) No futuro, no meu sonho, Alguém começará a dar e a semear o Amor e esse passará a ser moda, uma moda bonita de afecto e ternura; de sentimentos; de E os pais vão dar Amor aos filhos, e vamos ter um futuro harmonioso, onde se irá de novo valorizar o ser, em vez do parecer, o ser em vez do ter… E quando o amor voltar, o “eu” não estará mais no centro da vida. Na verdade, o amor vai fazer com que percebamos que existe o outro, também ele com querer e sentimento, a querer sentir-se vivo, humano, respeitado, querido Agradecimento Lucinda Ferreira White A sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem, por este meio, agradecer a todos aqueles que estiveram presentes, ou que de qualquer outra forma manifestaram o seu sentimento de pesar, neste momento de grande dor e participaram no seu funeral e missa de 7º dia. A todos, muito obrigado. e amado. E aí o Amor multiplicar-se-á. A lógica do eu quero, do ter, passará para a lógica do amor e que é a lógica da graça e da gratuidade. “Eu sonho coisas que nunca existiram - e pergunto: porque não?” Não quero acordar. Maria Fernandes (Funeral a cargo de: Agência Funerária Sampedrense Lda) 32 5 Mundo Real / São Pedro do Sul ESSPS participa em Concurso de Projetos Tecnológicos A Escola Secundária de S. Pedro do Sul (ESSPS) esteve representada na 4ª edição do Concurso de Projetos Tecnológicos – APTIPRO, com trabalhos dos alunos do Curso de Técnico de Eletrónica, Automação e Instrumentação. O concurso, que se realizou, no dia 10 de julho, em Águeda, e cuja organização é da responsabilidade da Associação Nacional de Professores de Eletrotecnia e Eletrónica e da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, integrada na Universidade de Aveiro, teve como finalidade a divulgação da qualidade de formação adquirida pelos alunos dos cursos profissionais da área da Eletrotecnia, manifestada nos artefactos tecnológicos concebidos e produzidos no âmbito das provas de aptidão profissional. Os alunos participantes apresentaram três trabalhos a concurso: Linha de seleção de peças; Automação de um processo de reciclagem; Parque de estacionamento automatizado. Este último projeto foi selecionado pelo júri para integrar os seis trabalhos finalistas. Por votação dos participantes, valorizando a qualidade global dos trabalhos apresentados, a ESSPS recebeu a menção de “Escola Preferida”. CLDS promove formação em Plano de Negócios Transformar ideias em potenciais negócios, pela aprendizagem dos passos essenciais ao desenvolvimento de um Plano de Negócios eficaz num processo empreendedor, foi o objetivo da ação de formação “Plano de Negócios”, enquadrada no âmbito da ação “Marketing Laboral” do projeto, promovida pelo CLDS de São Pedro do Sul. A iniciativa que decorreu, entre os dias 23 e 27 de julho, na sede do CLDS de São Pedro do Sul, teve como público-alvo “desempregados que queiram ou precisem de desenvolver um Plano de Negócios como ferramenta de criação de novos negócios”. EPC participou no Optimus Alive Um grupo de sete alunos finalistas do curso de Termalismo da Escola Profissional de Carvalhais teve a oportunidade de trabalhar num dos maiores festivais de música do país. 6 Durante três dias, duas equipas puseram à prova as competências técnicas adquiridas ao longo da sua formação na EPC. Deste modo, três alunas trabalharam no backstage do festival com a produção e com os artistas e outros quatro no recinto, num espaço direcionado para o público. A iniciativa resulta de uma parceria entre a EPC e a promotora do Optimus Alive, a Everything is New, que levou à criação de duas zonas de bem-estar, neste evento de grandes dimensões. S. Pedro do Sul tem Gabinete de Apoio ao Emigrante S. Pedro do Sul já tem um Gabinete de Apoio ao Emigrante. Assinado, no dia 28 de Julho, o protocolo entre o município e a Direcção-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, pelo Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, este novo serviço tem o objetivo de apoiar e promover a integração da comunidade emigrante residente no concelho. O Gabinete de Apoio ao Emigrante, que tem como destinatários emigrantes, ex-emigrantes e descendentes, disponibiliza aos portugueses informação gratuita sobre os seus direitos nos países de acolhimento, apoio no regresso e reinserção em Portugal, facilitando o seu contacto com outros serviços da administração pública portuguesa. O Gabinete situa-se nas instalações da Câmara Municipal, no Edifício Jardim, e vai funcionar em colaboração com a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP). Festival Vozes do Magaio na serra do S. Macário A serra e a música tradicional marcaram mais uma edição do Festival Vozes do Magaio. Numa organização da Binaural – Associação Cultural de Nodar, da Casa Recreativa Macieirense, da Junta de Freguesia de Sul e da Associação Cultural Recreativa e Desportiva da aldeia da Rompecilha, a iniciativa, que decorreu de 26 a 29 de Julho, este ano “surgiu, pela primeira vez, associado à peregrinação anual ao Monte de São Macário”, que se realizou no domingo, dia 29. Neste festival de música tradicional, os sons da música tradicional estiveram a cargo de grupos locais do maciço da Gralheira, da serra de Montemuro e das montanhas italianas do Gran Sasso. Covas do Monte, Macieira, Sul, aldeias Baú de Memórias por: Octávio Ribeiro plantadas nesta serra, e o alto do monte de S. Macário foram os locais escolhidos para o Festival, porque antigamente “Os romeiros que vinham a pé das aldeias perdidas na serra, chegavam perto do monte de São Macário e eram recebidos com animados bailes nas aldeias de Macieira, Sul, Aldeia, Rompecilha, Sequeiros, etc. A romaria do São Macário era um ponto de encontro entre gente de terras distantes, em tempos em que a mobilidade era limitada ao andar a pé. A música das concertinas, dos tocadores de instrumentos de corda e das vozes que entoavam cantigas dedicadas ao Santo São Macário protetor do juízo, envolvia aqueles dias de festa”, refere a organização. Foi no sentido de reativar “esta ligação autêntica entre território, religião, cultura musical e oral e comunidades rurais “ que os promotores associaram o Festival Vozes de Magaio a esta peregrinação. Exposição mostra potencialidades do concelho As potencialidades turísticas do concelho de S. Pedro do Sul estiveram em exposição, de 5 a 25 de julho, no Welcome Center em Viseu do “Turismo do Centro de Portugal”. Com 19 freguesias, o concelho alia património, paisagens, história, arquitetura e gastronomia. Para os organizadores da exposição, intitulada S. Pedro do Sul… Com Vida, “o concelho de S. Pedro do Sul é cada vez mais um destino turístico de qualidade e eleição. A grande vantagem deste concelho é a sua localização geográfica e a quantidade de experiências diferentes que pode proporcionar a quem o visita. Num raio de 25 quilómetros, os visitantes podem usufruir das águas terapêuticas das Termas de S. Pedro do Sul, a maior estância termal da Península Ibérica, com programas inovadores de saúde, beleza e bem estar; é possível desfrutar da exuberância natural das serras da Freita, Arada e S. Macário e das águas límpidas dos rios Vouga, Paiva e Teixeira. As inúmeras aldeias típicas de granito e xisto, o vasto património arqueológico e os desportos de aventura, que os parques naturais oferecem, são também opções interessantes a ter em conta quando se trata de fugir do bulício dos grandes centros urbanos. É possível afirmar, com toda a certeza, que, a cada ano que passa, mais turistas procuram o concelho para participar em programas termais, passeios na serra, eventos temáticos, atividades radicais, encontros de empresas e associações e programas lúdicos e pedagógicos”, referem. CRÓNICAS AVULSAS “As pessoas envelhecem quando deixam de sorrir” Bernard Show. Prémio Nobel da Literatura em 1925,Irlandês O Ti Bernardino da Pedreira era um madeireiro sério, com quem ninguém tinha dúvidas em negociar. Atributo mais que abonatório, outras singularidades o notabilizavam, a mais saliente das quais era o modo desassombrado com que retorquia ao mais pintado, fosse qual fosse o seu estatuto social. Num dia em que, pela segunda ou terceira vez, abordou o Ti Custódio da Boavista, para que lhe vendesse um pinheiro, com que completaria uma camioneta de rolos, ouviu dele mais uma negativa: -- Homem, já lhe disse que não vendo! Ou você está disposto a dar-me setecentos mil réis pelo pinheiro? -- Então não dou, c…? Até lhe dou mais. Pois ele vale-os! Pegue lá um conto de réis pelo pinheiro, c…! E o carregamento ficou completo. Os dois rapazes, seus regulares colaboradores nos pinhais, desentenderam-se. Quando viu o nariz do mais fracote a sangrar, o patrão descontrolou-se: -- Olha o que tu fizeste ao rapaz, c…! Então isso faz-se? Estendeu-lhe a vara de medir rolos nos costados, com tanta força, que o condenado agarrou na machada ao alto, e … -- Ah, que se não fosse por ainda ser meu parente, etc… etc… -- Pois realmente, c…! Pois podias-me ter matado podias, c…! Como se bendissesse aquele raciocínio milagroso, que lhe salvara a vida, ia repetindo: -- Pois podias-me ter matado, podias… Quando uma patrulha da GNR foi ter com ele a um pinhal, onde trabalhava com os seus ajudantes, o cãozito embirrou com as fardamentas, e a autoridade preocupou-se: -- Então, manda calar esse cão, ou não manda? -- Ora, pois o cão ladra, porque é a fala dele. O que é que quer que eu faça, se o animal não tem outro falar? -- O senhor pensa que está a falar com quem? Não sabe falar de outra maneira? -- Pois eu estou a falar com pessoas iguais a mim, de carne e osso como eu, ora o c…! Abordado por uns engravatados que, ao serviço da Nação, vieram ao lugar fazer inquirições sobre os direitos (ou a falta deles) de alguém que andava a beneficiar de certo rendimento estatal, foi deste modo que os informou: -- Então não conheço, c…? Pois toda a gente sabe que ele é um dos mais ricos cá do lugar! Desenrolava-se o questionário, já aquele “exclamativo” que, aquém e além, ilustrava o colóquio, incomodava os senhores da Lei, tentaram estes moderar o vocabulário: -- O senhor não pode falar de outra maneira, com pessoas que não conhece? -- Pois eu tenho boca é para falar, falo como eu sei, para os senhores e para as outras pessoas, olha o c…! -//Nas obras do combro da leira nova, na Cavadinha, o grupo de três ensaiava o melhor jeito de tombar a pedra grande, quando o mestre Zé Ribeiro teve um repente: debruçando-se, a toda a pressa, por sobre o rochedo, fez soar algo parecido com um pano a rasgar-se, e clamou: -- Ora agarrem aí todos! Um achou graça, o outro abespinhou-se: -- Coma-o você, seu porco! Ressentindo-se com o desabafo, o mestre explicou-se: -- Sabes do que é isto, meu amigo? É dos comeres quentes… O triunvirato retomou a tarefa de dar a volta ao calhau, e o conflito esfumou-se… No adro de cima, em manhã de domingo, os barbeiros, pai e filho, atendiam a freguesia, sobrante dos dois dias anteriores. Mestre Zé Ribeiro era um cidadão “enxuto de carnes” – como costuma ser dito pelos brasileiros – e o Abel da Travessa quis exibir-se: -- Ó Ribeiro, você está mesmo a ficar com a barriga colada às costas… -- Pois estou, pois estou. E é colada às suas costas… Bem quis fugir o engraçadinho àquela insinuação, mas ficou à vista que a barriga era dum mas as costas eram doutro… -// Seu Baltazar, homem estudado e respeitável autarca de carreira, atravessava o Largo das Quintãs, quando o Ti António do Paredes o interpelou: -- Você não me arranja um terreno, para eu despor uns tomates que eu tenho para plantar? Com a sua proverbial cortesia, seu Baltazar deu a resposta: -- Está bem, sr. António, está bem. Vá lá plantando os seus, que eu planto os meus atrás dos seus… -//Na tasca do Serafim do Alqueve, no adro de cima, o Abílio do Barro Vermelho mastigava uma posta de carne dentro de metade de um trigo, e meteu-se com o Ti Adolfo Soares: -- Vocês não viram por aí o Formigão? Sem precisar que acudissem por ele, o Ti Adolfo foi concreto: -- Olha, sque vinha ali no caminho do Alqueve, para cá da casa do Jaime Latoeiro, a cavalo num da Pedreira chamado Abílio, sque vinha para este lado… -//Ocorrera, em Stª Cruz, um facto grave em que um homem matara a mulher. Não se falava noutra coisa, os ajuntamentos que se viam eram quase todos a falar no mesmo. Em Valadares, a escola dos rapazes, num dos seus intervalos lectivos, debatia o caso, em sinédrio de ocasião: -- Agora, ele vai preso! – voz unânime, e repetida. E mais unanimidade ganhou quando o Manel do Correia, à vista de perda tão específica, sentenciou: -- Sim senhor, vai preso! Vai preso, sim senhor! Matou-lhe lá o ”tartarano” ! (Traduza quem quiser…) Achado o veredicto, misturou-se o riso com o aplauso, e da tragédia se fez comédia… 31 Gentes e Vidas Manuel Fernandes 77 anos Chão do Coto Manuel Fernandes nasceu no dia 30 de Maio de 1935 em Santa Cruz da Trapa, numa família de seis irmãos. Frequentou a escola primária em Santa Cruz da Trapa, onde fez “o exame da 3ª classe aos 10 anos”. Terminada a escola foi trabalhar para a resina “recolhia as latas e passava-as para o barril”. Um trabalho duro para o corpo franzino de uma criança “as latas eram muito pesadas e custava muito”. Mais tarde começou também a na raspa. “Raspávamos os pinheiros para recolher a resina”. Ganhava 12$00 por dia. Trabalhou na resina até aos 13, 14 anos, não se recorda com precisão. Nesta altura, juntamente com um vizinho, começou a trabalhar no carvão. “Íamos para o monte da Landeira e do Dianteiro. Mas não era fácil. Andar no monte todo o dia, cheios de sede, porque nem sempre tínhamos nascentes por perto e suportar aquele calor, era uma vida triste e amargurada. E além disto, porque havia muito gado e não queriam que estragássemos o mato, os zeladores às vezes tiravam-nos os enxadões e o carvão. Depois tínhamos de ir à assembleia de freguesia para nos darem os enxadões”. O lucro dependia dos quilos de carvão que conseguissem arranjar. Por isso, “havia dias que se ganhava 15$00, outros 18$00…, conforme”. Após um ano decidiu abandonar esta tarefa e arranjou emprego na empresa Castela em Santa Cruz da Trapa, como servente de caiador. “Fazíamos muitas obras, uma delas o Campo de Jogos Almeida Sobrinho, em Sta Cruz”. 30 Mundo Real Tinha 16 anos quando foi, pela primeira vez, com o pai para Lisboa, para a seca do bacalhau. “O meu pai era escolhedor de bacalhau e a minha tarefa era com o carrito de mão passar o bacalhau para o armazém. Ele estava a secar em cima de arames e paus e o que estava seco nós empilhávamo-lo no armazém e o que ainda não estava era também recolhido e guardado à noite e era posto a secar outra vez de manhã. Estávamos lá aos quatro meses”. No tempo em que não ia para a seca do bacalhau dedicava-se “à arte”, ia trabalhar na construção de casas. Andou na seca do bacalhau dois anos. “Quando vim, da última vez, viemos numa camionete que parou em Fátima. Andavam a construir a Basílica. Eram ainda só árvores naquele recinto. Era tão diferente”. De novo em Santa Cruz, começou a trabalhar com o “Diamantino que era pedreiro”. Faziam trabalhos por toda a parte. Um dia ajustaram uma obra no Chão do Coto. “Vínhamos todos os dias de bicicleta”. Nesta altura, enamorou-se por uma menina, que era filha dos donos da obra. “Gostámos um do outro e começámos a namorar. Depois fomos trabalhar para o Covelo e vinha sempre vê-la ao fim do dia”. O namoro terminou em casamento, tinha 19 anos. Pouco depois de ter casado ingressa na vida militar. “Cumpri serviço militar na Cavalaria 7, na Calçada da Ajuda. Estive lá 24 meses. Mas foram tempos bons”. Esteve ainda na iminência de ir para as Colónias, o que não se concretizou. “Eu era faxina de um Primeiro e um dia ele disse-me que eu ia ser chamado para ir para Angola. Eu disse-lhe que era casado e já tinha um filho e pedi-lhe para me livrar. Ele disse-me para lhe levar uma certidão de como era casado e tinha um filho e livrou-me”. Cumprido o dever à Nação, foi trabalhar outra vez para a “arte”. Agora por conta própria. “Fazia trabalhos por todo o lado: em Manhouce, Bustarenga,….” A sogra que tinha ido para o Brasil ter com o marido “que andava lá há mais de 40 anos”, também o convenceu a ir. “A minha sogra e os meus cunhados lá nos convenceram a ir ter com eles e fomos. Partimos em janeiro de 1961, altura em que roubaram o Santa Maria. Nós fizemos a viagem no Vera Cruz”. Quando chegou, os cunhados arranjaram “uma freguesia para eu fazer a distribuição de pão doce, bolos. Cada um tinha uma clientela fixa, por isso não podia falhar”. Vivia ainda longe e tinha de apanhar vários meios de transporte até chegar à padaria para iniciar a distribuição. “Saía de casa à meia noite e à uma da manhã já estava a carregar os bolos para sair. Nós tínhamos um triciclo com três rodas que tinha uma caixa grande onde levava os bolos. Dava a volta e chegava a casa por volta do meio dia”. Era uma tarefa árdua, já que percorria muitos quilómetros para fazer chegar os produtos à sua clientela. “Era cansativo. Mas chegava a casa, estávamos em casa dos meus sogros e a minha sogra sempre me ajudou muito, tomava um banho, comia e a maior parte das vezes ia ajudar os meus cunhados na construção civil. Eles andavam a construir um pavilhão e eu ia para lá e tinha dias que dormia apenas duas horas e muitos que nem dormia, era directo”. Em 1965 regressa a Portugal. Instalou-se no Chão do Coto e decide arranjar um contrato de trabalho para a França. “Fui várias vezes a Arouca para conseguir um contrato. Consegui e fui então para a França. Lá arranjei trabalho para muita gente”. Trabalhava nas obras e era já chefe de equipa quando sofreu um acidente. “Estavam a descer uma barra de ferro com 700 kg eu estava a encostá-la às outras quando o rapaz da grua a soltou. A barra caiu em cima da minha mão esquerda. A sorte foi ter uma outra barra pequena se não ficava com a mão esmagada”. Ficou com problemas na mão e após um ano de baixa médica foi reformado. “Deram-me uma pensão muito pequena e acabei por vir embora”. Cá, regressou às obras, tendo também construído a casa onde mora hoje. A saúde também lhe foi faltando e teve de ser já submetido a diversas cirurgias. No seu dia a dia vai fazendo alguma coisa na agricultura, mas pouco, apenas para ajudar a passar o tempo. “Já trabalhei muito e passei por muito na vida, por isso agora já é tempo de descansar um pouco”. Aos 77 anos e com muitas histórias de vida, agora vive só com a esposa. A casa é grande, mas enche quando junta os seus seis filhos, os 15 netos e os já sete bisnetos. Em Manhouce Ditoso Saber recria tradições A Ditoso Saber, Associação Cultural de Manhouce, promoveu, uma vez mais, a malha do centeio. Com a qualidade que já habituou a quem participa, foi recriada, o mais fielmente possível, a malha de outros tempos. Na eira, as mulheres entoam cânticos enquanto os homens malham o centeio. Nas pedras (talhadas para o efeito) batem com as “fachas” do centeio, retiradas dos “rolheiros”, até o grão se soltar e cair ao som das cantigas tradicionais da aldeia. Após esta tarefa, mais masculina, entram as mulheres em ação. Com vassouras de mato e de giesta juntam o centeio, que depois é “erguido ao vento” para sairem as impurezas. Com a palha do centeio é improvisada, no terreiro, contíguo à eira, uma mesa. Sobre ela é posta uma merenda, em que não faltam as sopas de vinho, para retemperar as forças. No final, a eira enche-se de gente, homens e mulheres que cantam e dançam, alegres, as modas de roda e os viras. Outrora a tarefa era árdua, mas o sentimento de partilha e entreajuda era uma constante e, assim, no fim de um dia de labuta havia sempre forças para cantar e dançar, como se este fosse um modo de agradecer a vida, a amizade e o pão de cada dia. São sempre de louvar iniciativas como esta, pois é assim que a tradição se mantém viva na memória das comunidades. Aniversário Ecos A revista Ecos da Gravia assinalou, no dia 28 de julho, o seu vigésimo primeiro aniversário. Para comemorar a data, a Redação deste órgão de informação organizou um jantar convívio, que decorreu no salão do Centro Social da Freguesia de Valadares, onde marcaram presença assinantes, colaboradores e anunciantes. Após o jantar, o grupo valadarense Acoustica deliciou a plateia com uma atuação de grande qualidade musical. Foi uma noite muito agradável, que promoveu o convívio entre todos. Estrada alcatroada Paradela é hoje uma aldeia diferente onde gostamos de brincar. Brincamos em casa e nas leiras mas brincamos muito mais na rua com os nossos amigos. É que as nossas ruas agora não têm buracos! O mês de Junho foi para Paradela um mês festivo não só porque se comemorou o dia do seu padroeiro, o S. Pedro, mas também porque, por esta altura, aconteceu a realização de um sonho que parecia impossível: o alcatrão chegou finalmente! As nossas ruas tornaram-se transitáveis, com óptimos acessos às nossas habitações e a nossa aldeia recuperou a dignidade merecida. Mas esta realidade teve um rosto: Pedro Soares, o presidente da Junta de Freguesia de Valadares. O Pedro na sua forma de estar, de homem de luta, na defesa do bem-estar das suas gentes, insistiu e persistiu junto da entidade municipal, que na pessoa do seu presidente, o dr. António Carlos Figueiredo, esteve receptiva permitindo a concretização desta obra. Por todo o empenho, por acreditar, mesmo em tempos de crise, as gentes de Paradela agradecem, publicamente, ao Pedro, o nosso presidente. Por: crianças de Paradela Escuteiros fizeram acantonamento em Valadares Nos passados dias 27/28/29 de julho, os escuteiros do agrupamento 1313 de S. Pelágio-Oliveira de Frades fizeram acantonamento em Valadares e gostaram muito do espaço disponibilizado pela junta de freguesia a pedido dos escuteiros de Oliveira de Frades. É um espaço agradável, com uma bela vista sobre Oliveira de Frades. Fizeram um percurso pela capela do Gamoal, o rio Almoínhas onde almoçaram e saborearam a sua vista magnífica para o ribeiro e a sua muita sombra. Também gostaram de participar na missa dominical. Foi uma boa experiência para os escuteiros do agrupamento 1313 de S. Pelágio-Oliveira de Frades que apreciaram muito estar em Valadares e gostariam mesmo de lá acampar no próximo ano. Francisco Teixeira Agrupamento 1313 de S. Pelágio-Oliveira de Frades Em S. Cristóvão de Lafões Ruas limpas As ruas da nossa freguesia estão com outra aparência! Os nossos autarcas, mais uma vez, tiveram a brilhante ideia de mandar limpar as ruas nas nossas povoações, fazendo-as parecer mais largas e com outra dignidade. As ruas são a sala de visita de qualquer povoação e mostra o interesse, brio e o zelo dos nossos autarcas. Parabéns, tudo isto é desenvolvimento. Festa em honra de S. Bento Celebrou-se, no lugar das Chousas desta freguesia, no dia 21 de Julho, a festa em honra do seu padroeiro S. Bento. Pelas 11 horas houve missa celebrada pelo pároco da nossa paróquia, Padre Elias Raimundo, seguida de procissão. À tarde houve alegria. Após o almoço, os filhos da terra com os seus convidados, conversavam e tiravam as suas conclusões sobre a vida quotidiana. À noite, isso já foi para a juventude, o arraial com o conjunto “João Paulo e Flávio”. Parabéns aos mordomos. Esta festa, talvez já centenária, não sabemos quem teve a culpa, mas era no dia 21 de Março, mas o dia de S. Bento é a 11 de Julho e é padroeiro da Europa, quem sabe no tempo dele já existiu a União Europeia!... O correspondente José Correia de Almeida 7 Mundo Real / Oliveira de Frades 800 idosos do Concelho aderiram ao passeio sénior e dos Membros dos Órgãos Executivos e Deliberativos das Freguesias dos Municípios abrangidos pela proposta de encerramento dos seus tribunais, que decorreu no dia 28 de Junho, no Terreiro do Paço, em Lisboa, em frente ao Ministério da Justiça. Neste encontro liderado pela ANMP, onde participaram os 54 Municípios visados pela extinção dos tribunais nas Linhas Estratégicas para a Reforma da Organização Judiciária, foi entregue um documento à Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, com as alterações propostas pela ANMP. Exposição de Pintura e Escultura no Museu Municipal Foi no passado dia 30 de Junho que cerca de oito centenas de seniores do concelho de Oliveira de Frades participaram no passeio sénior, organizado pelo Município. O dia começou com uma missa celebrada na Sé Nova, em Coimbra, e continuou com um almoço-convívio em Montemor-o-Velho e animado pela Tocata do Rancho Folclórico de Nespereira. Durante a tarde, os participantes fizeram uma visita à praia de Buarcos, Figueira da Foz. “Esta iniciativa permitiu assim que esta faixa etária desfrutasse de alegres momentos de partilha, convívio e animação que certamente ficarão na sua memória e contou com a colaboração dos funcionários desta Autarquia que, com o seu empenho, dedicação, trabalho e, de uma forma alegre e divertida, proporcionaram mais um dia diferente à população sénior do nosso concelho. O nosso agradecimento vai para todos os que participaram neste evento (idosos, colaboradores, Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades e de Montemor-o-Velho e Tocata do Rancho Folclórico de Nespereira) que para além de contribuir para a socialização, presta um importante papel na defesa desta faixa etária, combatendo assim a solidão e o isolamento a que, infelizmente, está sujeita”, refere a organização. Encontro em Lisboa pela manutenção do tribunal Numa organização da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), o Município de Oliveira de Frades esteve representado num encontro de eleitos das Câmaras Municipais, Assembleias Municipais 8 Esteve patente de 4 de junho até 1 de julho, na Sala de Exposições Temporárias do Museu Municipal, a Exposição: abrir “locus solus” da arte (um único lugar da arte). Esta exposição de pintura e escultura, organizada pelo Grupo de Educação Visual do 8º ano do Agrupamento de Escolas de Oliveira de Frades em coordenação com o Município oliveirense, teve como objetivo mostrar os trabalhos realizados durante o ano letivo na referida disciplina. Na parte da pintura, a exposição era constituída por diversos desenhos, a lápis de cor, a guache e acrílico, em que os alunos reinventaram nesta última técnica os artistas de arte contemporânea. Por sua vez, na escultura os trabalhos apresentados eram bonecas, com a aplicação de materiais tradicionais. Festas do Concelho com grande êxito Social Gastrónomos de Lafões. Oliveira de Frades Capital Nacional do Frango do Campo é uma iniciativa conjunta entre o município, a Confraria dos Gastrónomos da Região de Lafões e a empresa avícola Campoaves, que pretende, através da divulgação do frango do campo a nível gastronómico, contribuir para o desenvolvimento económico da região. Associada à parte gastronómica, o certame contou com vários showcookings com os chefs João Moreira, Luís Almeida e Chakall, que apresentaram diversos pratos confecionados com o frango do campo. Quanto à música, esta edição contou com as presenças de Miguel Gameiro, da Banda “The Piclkes”, “Banda Europa”, “Banda Play”, também com a final do concurso de Karaoke” e ainda com o “Spectaculum momento” com Sérgio Lucas, a sua banda e o grupo de dança da ACROF, encerrando em grande com um espetáculo piro musical. Também o desporto marcou presença com os jogos tradicionais inter-freguesias, que propiciaram noites divertidas e ainda o Oliveira Racing Day, que trouxe grandes acrobacias proporcionando momentos de grande adrenalina a todo o público. 15º Torneio de Natação Prof. Afonso Saldanha No dia 23 de junho, no âmbito do Circuito Municipal de Escolas de Natação, decorreu o 15º Torneio de Natação Prof. Afonso Saldanha na Piscina Municipal de Oliveira de Frades, com o objetivo de despertar as crianças e os jovens para o gosto de competição da modalidade de natação. A iniciativa contou com a participação dos Municípios de Oliveira de Frades, Vouzela, Mangualde, Nelas, Tábua, Aguiar da Beira, Vila Nova de Paiva, Castro Daire, Associação de Educação Física e Desporto de S. Pedro do Sul e Associação ARCA (Carregal do Sal). Fotografia Biblioteca As Festas do Concelho de Oliveira de Frades, que decorreram de 11 a 15 de julho, encerraram com um balanço muito positivo. Com uma grande afluência de público, incluíram na programação do dia 15, a 3ª Mostra Gastronómica de Frango do Campo, este ano com um maior impacto, já que Oliveira de Frades foi proclamada, em Maio, a Capital Nacional do Frango do Campo, aquando do 15º Capítulo da Confraria dos na O átrio da Biblioteca Municipal recebeu de 1 a 31 de julho, uma mostra fotográfica da autoria de José Miguel Maia Figueirinhas, intitulada “Too Many Days Without Thinking” (Demasiados dias sem pensar). a confraternizar, matar saudades e cimentar amizades. Foi um convívio muito saudável e muito divertido, que estas povoações têm repetido ao longo dos anos. Também no dia 12 a festa da Senhora da Boa Viagem, na igreja paroquial onde os nossos emigrantes deram graças por mais um ano de bom regresso. Em todas houve a parte religiosa com missa cantada e procissão. Muitos dos nossos conterrâneos que estão fora, estiveram presentes, dando vida e animação às nossas aldeias. Foram dias e momentos vividos com muita música e alegria. Aniversário Completou os seus 89 anos de idade, em 5 de Junho, o senhor Silvano de Almeida Vasconcelos, valadarense residente em Santos, Brasil. Para assinalar a data, serviu um aperitivo na sua residência a alguns familiares e amigos, nomeadamente Dr. Raimundo Macedo, Dr. Carlos Henrique Alvarenga, Dr. José Eduardo Vasconcelos Fernandes, Dr. João Teixeira, Dr. Dolores e sua esposa, Dr. Delfim, Dra. Andreia, D. Alice, Maria da Glória Vasconcelos e sua mãe Jorgina. A organização da festa esteve a cargo da sua secretária Maria Aparecida Almeida Santos. A este conterrâneo, um abraço de parabéns. Conclusão de curso Concluiu o curso em Administração Pública, neste ano letivo de 2011/2012, na Universidade de Aveiro, a jovem Tânia Cristina Fernandes dos Santos. A jovem licenciada é filha de Manuel Gomes dos Santos e de Paula Maria Fernandes Mota da Boavista. É neta paterna de Lídia Gomes Paraduça e de José Azevedo dos Santos (já falecido), naturais do Carregal de Manhouce e materna de Paulo Rodrigues Mota (já falecido) e de Maria Augusta Fernandes residente na Boavista. -//Concluiu a licenciatura em Enfermagem, a 16 de Julho de 2012, na Escola Superior de Saúde de Viseu, o jovem de Valadares, Fábio Martins. O Fábio é filho de José Manuel de Pinho Martins e Emília Balbina Lopes Soares Martins, residentes em Valadares. É neto materno de António Soares (já falecido) e de Emília Braga e neto paterno de Olinda de Pinho e Horácio Martins (já falecido). -//Concluiu a licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, no dia 13 de Julho, a jovem Sara Isabel Silva Rodrigues, 22 anos, filha de José Pereira Rodrigues e Dina Maria Lopes Silva, residentes em Valadares. É neta materna de Arminda Lopes Ribeiro e de José da Silva (já falecido) e neta paterna de Maria Augusta Pereira e Manuel Rodrigues (já falecido). Para os jovens licenciados, desejos de uma vida profissional cheia de sucesso. Doentes Por estarem a passar mal de saúde foram sujeitos a internamento D. Mécia Pereira, D. Idalina de Jesus Fernandes, Augusto Fernandes Almeida, Maria de Lurdes Alves Alexandre e, por acidente, Rafael Gomes Pinho, de Paradela, o senhor Manuel Fernandes do Chão do Coto, o senhor Manuel Soares Ladeira, do Covelo e ainda o senhor António Jacinto de Vasconcelos de Valadares. Já se encontram todos em suas casas. Para todos votos de um rápido restabelecimento. Centro Social de Valadares Direção, Funcionárias e Voluntários À Direção, Funcionárias e Voluntários do centro Social de Valadares, que, durante todos estes anos, apoiaram e ajudaram a minha mãe, Helena Silva Loureiro, e a minha tia, Custódia Rodrigues Ferreira, gostaria de deixar o meu mais sincero agradecimento e reconhecimento. Estou muito grata a todas as funcionárias e voluntários do Centro por todo o apoio que dispensaram à minha mãe e tia. Estiveram sempre disponíveis para prestar toda a assistência necessária. Foram incansáveis em todos os momentos, tanto nos bons como nos mais difíceis. Desempenharam as suas tarefas com grande competência, profissionalismo e, sobretudo, sempre de forma afetuosa e dedicada. Tanto a minha mãe como a minha tia, e, certamente, muitos dos nossos idosos, se sentiram muito acarinhadas por estas maravilhosas pessoas, sempre compreensivas e amigas, que para além dos cuidados prestados trazem consigo um pouco de Alegria. Nunca será demais louvar a apoiar todo o trabalho desempenhado pela Direção, Funcionários e Voluntários, bem como o empenho, a dedicação e a pertinácia de quem começou com tão poucos recursos e ao longo dos anos se organizou, desenvolveu, cresceu e aspira, justamente, a abrir um Centro de Dia, que, indubitavelmente, permitirá continuar a melhorar, significativamente, a qualidade de vida dos nossos idosos. O enorme êxito com que o Centro tem sido dirigido e o trabalho árduo e meritório desenvolvido por toda a equipa não deixam margem para dúvidas de que são capazes de prestar um serviço de excelência e profissionalismo e colmatar muitas das carências desta população, maioritariamente, envelhecida. Um bem-haja a todos e desejos de muito sucesso. Maria de Fátima Tavares Meirinho 29 Social Mundo Real / Vouzela Batizados Foi batizada, no passado dia 23 de Junho, na igreja paroquial de Valadares, a menina Carolina Almeida Dias. É filha dos nossos conterrâneos de Paradela senhor Vítor Manuel Rodrigues Dias e de D. Ana Cristina Gouveia Tavares de Almeida. É neta paterna do senhor Rui Rodrigues Dias e D. Maria Augusta de Jesus Dias e neta materna do nosso conterrâneo e anunciante de Paradela José Tavares de Almeida e de D. Maria Eufémia Gouveia de Almeida. Foram padrinhos o senhor José Tiago Palma Gouveia de Almeida e D. Susana Isabel Bastos Silva. -//- do menino Marco da Silva Martins realizado também na igreja do Nossa senhora de Expectação de Valadares. É filho de D. Anabela Fernandes da Silva e do senhor Marcelo Coutinho Martins e neto materno do senhor Manuel Fernando da Silva Cipriano (já falecido) e de D. Maria da Conceição Fernandes da Silva e neto paterno do senhor Francelino da Costa Martins e de D. Idalina de Sousa Coutinho. Foram padrinhos o senhor João Paulo Fernandes da Silva D. Catarina Coutinho Martins. Ainda no mesmo dia 23 de Junho, na mesma igreja paroquial de Valadares, recebeu o batismo a menina L e o n o r Ro d r i g u e s Ferreira. É filha dos nossos conterrâneos da Pedreira Vítor Manuel Soares Ferreira e de D. Ana Sofia Rodrigues Caldeira e neta paterna do senhor Manuel Rodrigues Ferreira e D. Maria do Céu Soares Almeida Ferreira e neta materna de D. Maria de Lurdes Rodrigues Coelho Caldeira e do senhor José Marques Caldeira. Foram padrinhos seu tio senhor José Henrique Soares Ferreira e D. Patrícia Ferreira Rodrigues. No passado dia 4 de Agosto foi o batizado da menina Inês Alexandra Almeida Vasconcelos realizado também na igreja do Nossa senhora de Expectação de Valadares. É filha dos nossos conterrâneos do Vilarinho D. Marina Alexandra da Conceição Almeida e do senhor Mário José Ferreira Vasconcelos e neta materna do senhor Luís Alberto de Almeida e de D. Ana Maria Conceição Almeida e neta paterna do senhor Alberto Mário Pereira Vasconcelos e de D. Aldina Rodrigues Ferreira Martins (já falecida). Teve como padrinho o senhor Pedro Miguel de Jesus Tavares e como testemunha D. Maria Teresa Almeida Rosa. -//- -//- No passado dia 22 de Julho foi a vez de ser batizado, na igreja da Nazaré, Funchal, o menino João Gonçalo Andrade Silva. É filho de D. Ana Isabel Barros Andrade e do senhor João Paulo Fernandes da Silva e neto materno do senhor José Manuel Geraldo Andrade e de D. Teresa do Rosário Barros e neto paterno do senhor Manuel Fernando da Silva Cipriano (já falecido) e de D. Maria da Conceição Fernandes da Silva. Foram padrinhos o senhor João Alexandre Nicolau e D. Anabela Fernandes da Silva. Recebeu o sacramento do batismo, no dia 04 de Agosto, na igreja de Nossa Senhora da Expectação de Valadares, o menino David de Andrade Almeida, filho do senhor Bruno Almeida e de D. Sónia de Andrade. É neto paterno dos nosso s conterrâneos senhor Manuel Vasconcelos Almeida e de D. Alice Maria Silva Sousa Almeida e neto materno do senhor José de Andrade e de D. Maria de Andrade. Foram padrinhos seu tio Pedro Ricardo Sousa Almeida e D. Cristine Bexiga. -//- -//No passado dia 28 de Julho foi o batismo -//- Também no dia 12 de Agosto, recebeu o sacramento do batismo, na igreja paroquial de Valadares, a menina Diane Julia Lou Sousa Barros. É filha de Ana Cristina Soares Sousa Barros e Patrique Gomes Barros. A Diane é neta materna dos nossos conterrâneos Rosa Maria Pinho Sousa e de Abel da Silva Sousa e é neta paterna de Prazeres Gomes Barros e Horácio da Conceição Barros. Foram padrinhos Adília de Jesus Barros e Carlos Gomes Barros. Parabéns a todos os páis e avós e que Jesus proteja sempre estas crianças. Primeira Comunhão Foi, no passado dia 27 de Maio, que o menino Marcelo Oliveira Ferreira fez a sua Primeira Comunhão, na igreja de Bordonhos. O Marcelo é filho de José Carreiro Ferreira e de Anabela Santos Oliveira, a residirem em Várzea, S. Pedro do Sul. É neto paterno de Armando da Conceição Ferreira e de Maria Faustina Ferreiro Carreiro (já falecida). É neto materno de Fernando Lopes de Oliveira e de Maria Olinda dos Santos Ferreira, natural de Vilarinho, freguesia de Valadares. Que este Jesus que o Marcelo recebeu pela primeira vez, passe a ser o seu companheiro de todas as horas. Festas na freguesia de Valadares Nos meses de Julho e Agosto realizaram-se, uma vez mais, no Covelo, as festas em honra de Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora das Neves. Nos dias 3,4 e 5 de Agosto foi a vez da padroeira da povoação, Nossa Senhora das Neves. No dia 7 de Agosto as povoações de Granja, Pedreira e Boavista celebrarem o seu padroeiro, São Caetano. No dia 10 os emigrantes do Preguinho e do Chão do Coto organizaram um jantar convívio com todos os familiares e amigos, de modo Centenas de pessoas passaram pelo Festival de Doçaria Centenas de pessoas passaram, no fim de semana de 28 e 29 de julho, pelo Festival de Doçaria “Doce Vouzela”, que além da vertente gastronómica contou também com exposições e vários espetáculos musicais. O certame decorreu na Alameda D. Duarte de Almeida e durante dois dias os turistas e população em geral puderam desfrutar do melhor da doçaria regional trazida por cerca de 20 produtores de doces, vindos não só do concelho, como também de Oliveira de Frades e S. Pedro do Sul. Presente na abertura do Festival, José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas realçou a importância da iniciativa. “É nestas alturas de crise que estas iniciativas são necessárias. Verifico que em Vouzela há uma preocupação com os pequenos artesãos desta atividade tão digna e que tanta gente atrai aqui, até porque Vouzela é a capital de um dos melhores pastéis que temos em Portugal”, referiu. Opinião também partilhada por Pedro Machado, Presidente da Turismo Centro de Portugal, que destacou a vertente económica da iniciativa. Satisfeito pela adesão das pessoas à iniciativa, Telmo Antunes, Presidente da Câmara de Vouzela, salienta que esta iniciativa é para continuar “com mais novidades e com maior qualidade”. Novidade no cartaz deste ano foi o 1º Encontro de Colecionadores de Pacotes de Açúcar, que reuniu 90 colecionadores na Av. João de Melo e a 2ª Exposição de Cake Design, composta por 22 peças e cedida gratuitamente pela Associação Nacional de Cake Design. Estágio da equipa sénior de andebol do Benfica Pelo terceiro ano consecutivo, a equipa sénior de Andebol do Benfica realizou em Vouzela um estágio de preparação para a época 2012/2013. De 5 a 11 de agosto, a comitiva, constituída por 24 elementos, entre atletas e equipa técnica, desenvolveu treinos físicos para preparação da nova época. O ponto alto do programa deste ano aconteceu no dia 11 de agosto, com o jogo amigável entre o Benfica e o ABC de Braga, uma das melhores equipas de andebol do país. A partida teve lugar no Pavilhão Gimnodesportivo de Vouzela. Do programa do estágio fez ainda parte uma visita às Festas do Castelo, no dia 5 e a receção da comitiva no Salão Nobre, no dia 6. O 3º Estágio de Andebol da equipa sénior do Benfica contou com o patrocínio da Constálica, CPL – Serviços de Plantação e Limpeza, T&T, Meu Super e com o apoio da Estalagem Quinta do Vale, Casa Museu Hospedaria, Sequeira & Sequeira, Inatel Viseu, Visabeira – For Life, Município de S. Pedro do Sul, Município de Viseu e Associação de Andebol de Viseu. Espetáculo de solidariedade ajuda animais abandonados A Lexvis - Associação Cultural, Desportiva Círculo Judicial de Viseu, em parceria com a Câmara Municipal de Vouzela, promoveu, no dia 6 de julho, um espetáculo de solidariedade para angariação de fundos para alimentar cães e gatos abandonados. O evento que decorreu no Cine-Teatro de Vouzela foi marcado pelo sucesso, tendo conseguido angariar 300 quilos de ração. Este foi um evento musical em prol de uma causa a que se dedica Clara Simões Fernandes, de Paços de Vilharigues, que, há 15 anos, acolhe animais abandonados. Atualmente tem 60 cães e 30 gatos abandonados e suportando os custos na sua maioria. O espetáculo esteve a cargo de dois grupos musicais ligados à justiça, criados no seio da Lexvis: o “Band’habilus” de música tradicional e o “Filios Legis” de jovens talentos. 28 Mundo Real / Disto e Daquilo Viseu Viseu cidade portuguesa para se viver com melhor qualidade de vida Trata-se pois de concorrência desleal em relação aos proprietários de stands. Mas há quem defenda que um proprietário de um veículo pode anunciar a sua venda, pois não é negociante de venda de viaturas usadas, mas sim quer vender o que lhe pertence e isso é que a Polícia Municipal tem de levar em conta e averiguar se na realidade é assim ou não. Dia da Unidade da GNR É um estudo da Deco que o diz. Viseu lidera na qualidade de vida entre 21 cidades analisadas em 2011. A partir de uma lista de vários critérios, foi pedido aos inquiridos para indicar três que mais influenciam a qualidade de vida na cidade e as respostas ajudaram a atribuir pontos que totalizaram sessenta e quatro, os quais mostram que o Planeamento e Gestão Municipal é o critério mais positivo para os viseenses. É a cidade melhor avaliada quanto à mobilidade e transportes e a quinta mais segura. No tocante aos cuidados de saúde Viseu ocupa o segundo lugar. No tocante ao emprego é o principal aspecto negativo face aos resultados nacionais. No fundo da lista está Viseu apenas em relação à adaptação de casas para o frio. No fundo da tabela está Setúbal o que menos agrada, logo seguida da cidade de Lisboa. Este estudo é um motivo de orgulho para todos os viseenses e se antes a cidade ocupava o 17º lugar no ranking internacional, agora está em 10º lugar. Polícia Municipal fiscaliza viaturas à venda na via pública A Polícia Municipal de Viseu rebocou 10 viaturas que estavam à venda na via pública junto ao Continente, tendo sido retiradas por infração ao regulamento municipal. A mesma recebeu queixas de que havia muitos carros na zona de grande movimento e alguns proprietários dos mesmos tiveram de pagar a multa pelo bloqueamento no valor de 60 euros. Para os que foram rebocados a multa é mais elevada, já que o valor do bloqueador se soma ao do reboque de 75 euros e do parque de 15 euros por dia. 10 A GNR de Viseu inaugurou o Auditório no Dia da Unidade, um espaço que vem colmatar a necessidade sentida pelos militares. O Comandante da Unidade disse que o espaço era originalmente dedicado ao exercício físico (era um pequeno ginásio) e foi adaptado às necessidades dos militares, tendo sido transformado num auditório a usar em ações de formação. O Coronel Eduardo Seixas, há dois anos à frente do Comando Territorial, fez um balanço positivo apesar das dificuldades e problemas que surgem no dia-a-dia, mas o grande desafio é lutar contra todos os problemas que surgem. “A criminalidade tem vindo a descer no distrito e está abaixo da média nacional, o que não quer dizer que não se trabalhe ainda mais para a reduzir e para criar um sentimento de segurança. Há um grande esforço para garantir aquilo que é primordial, mais concretamente a actividade operacional, pois devemos e queremos estar presentes nos locais onde a GNR é precisa”. IV Mostra Social do concelho no Parque da Cidade O Parque Aquilino Ribeiro, mais conhecido pelo Parque da Cidade de Viseu, deu a conhecer a IV Mostra Social, trabalho desenvolvido por Associações e Entidades, que mostrou o bom trabalho que é prestado na área social. Ao longo de 3 dias as instituições presentes e que trabalham na área social, deram a conhecer o que levam a cabo no dia a dia junto dos grupos mais vulneráveis da população, seniores, crianças e pessoas portadoras de deficiência. Este evento justifica-se numa altura em que o País atravessa graves problemas financeiros e económicos, e se assegura qualidade do serviço prestado ás populações por todas as instituições que estiveram presentes na Mostra. Presentes quase duas dezenas de instituições, permitiu sensibilizar a comunidade em geral para as questões da exclusão social e pobreza e para as situações do envelhecimento das populações. Auto-Estrada Viseu/ Coimbra, para quando? Viseu continua a reivindicar a ligação em Auto-Estrada para Coimbra. O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, já reuniu com o Secretário de Estado dos Transportes para tratar deste assunto e prometeu não deixar cair a AE, por se tratar de uma promessa pública. Numa próxima reunião o projecto voltará a estar em cima da mesa para ser discutido, uma vez que o governante é da região, mais concretamente de Mangualde e é preciso esclarecer o Governo da importância da obra. Vamos continuar à espera que esta obra se realize num curto espaço de tempo, pois a AEViseu-Coimbra é uma necessidade para o trânsito rodoviário, uma vez que o IP 3 não satisfaz em pleno e recentemente os automobilistas tiveram obras em duas pontes o que desesperava qualquer um que fosse obrigado a transitar na mesma via. Gala ANIM’ARTE distinguiu 20 instituições e personalidades A Gala Ani´marte um espectáculo anual de atribuição de prémios realizou-se na Aula Magna do Instituto-Politécnico de Viseu e contou com a actuação do Grupo de Concertinas de Lafões e do Grupo de Fados Senhora da Beira e 20 personalidades foram premiadas. A Assoc. Humanitária Cultural e Recreativa Beselguense – Penedono – foi distinguida com o prémio Associação Cultural; na categoria Mecenato Cultural foi distinguida a Estrelas da Moda de Viseu; na produção artística foi distinguido o Teatro Mais mais Pequeno do Mundo. No desporto foi distinguida a Equipa de Futsal feminino Unidos da Estação de S.Pedro do Sul, além de outras instituições. O Juiz Conselheiro Armando Acácio Gomes Leandro, Pres. da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, de Tabuaço, recebeu o Galardão na categoria de Prestígio-Carreira. Todos os prémios são um reconhecimento público do trabalho realizado por todo o tipo de agentes culturais e sociais. A revista ANI´MARTE é um projecto editorial do GICAV que, ao longo de vários anos, tem prosseguido um dos seus objectivos principais através da divulgação de projectos culturais e artísticos, quer colectivos ou individuais das associações e artistas do distrito de Viseu. O SINO ANEDOTAS Há muito tempo, quando a luz eléctrica ainda não iluminava as nossas noites, quando não havia relógios digitais, quando não se usavam relógios de pulso e os telemóveis não faziam parte dos sonhos de ninguém, as horas eram contadas nas badaladas do sino. Durante o dia, também o tempo era “medido” pelo relógio da torre e pelo comboio do vale do Vouga. O som do sino ficava na nossa memória e eram associadas palavras, imaginando “conversas” entre todos os que se ouviam, vindos de outras igrejas: uns mais finos, outros mais graves, outros intermédios. Mais ou menos assim, do mais agudo para o mais grave: “Tem lêndeas, tem lêndeas!” “Eu tiro-lhas, eu tiro-lhas!” “Com quê? Com quê?” “Com um farpão, com um farpão!” E a história que vinha no meu livro da terceira classe, cujo título era: “O relógio da saudade” e contava como um emigrante matou as saudades do sino da sua aldeia, com um relógio, cujo toque se assemelhava ao dele. O sino tinha ainda como missão principal avisar as pessoas da hora da missa, tocando uma hora antes, depois dava a picada quando faltava meia hora e as três pancadas, quando o padre estava a subir ao altar. Tocava a rebate se era necessário juntar o povo, para acudir ao fogo. Tocava, e toca, quando morre alguém, sabendo distinguir-se se é homem ou mulher. E ainda um toque festivo nos baptizados. Quem tocava eram rapazes que eram recompensados, pelo padrinho do batizando, com algumas moedas. Agora é tudo automatizado, já não é o sr. Vigário que puxa o arame da janela da residência para chamar para a missa da semana. Tudo bem. Mas, é que, durante a semana, nunca se toca a meia hora antes e deixa de saber-se se há missa ou não. (O meu Prabaixe!) Será que não dá para se programar também, no domingo anterior? Lembram-se desta quadra do nosso livro de leitura da escola? Na altura não a percebi, mas mais vale tarde que nunca. Sino, coração da aldeia, Coração, sino da gente. Um a sentir quando bate, Outro a bater quando sente. [email protected] Horizontais: 1 – Rasto luminoso dos cometas. Pequenino (bras.) 2 – Declínio gradual e lento da febre. camada de coisas macias para colocar frutos ou objetos frágeis (fig.). 3 – Pequeno marsupial da América e da Austrália, do tamanho de um gato, com focinho pontiagudo, orelhas nuas e comprida cauda escamosa. Política Agrícola Comum. 4 – Casamento. Pequeno pássaro brasileiro, da família dos Fringilídeos, semelhante ao pardal. 5 – Ordem dos mamíferos adaptados ao meio aquático, a que pertencem as baleias e os golfinhos, entre outros, e que possuem barbatanas anteriores e uma barbatana caudal horizontal. 6 – Fruto do cajueiro. Substância que se põe no anzol para engodo dos peixes. 7 – Vila do distrito de Aveiro famosa pelas suas enguias. 8 – Planta herbácea, da família das Crucíferas, cuja raiz é um pequeno tubérculo comestível, de cor vermelha e gosto picante. Símbolo químico do crómio. 9 – Parte da armação dos óculos que circunda a lente. dor de ombro. 10 – Maquinismo para tecer. Quadril. 11 – Irmão de Moisés e descendente de Jacob, foi o primeiro sumo-sacerdote de Israel, segundo o Antigo Testamento. O mesmo que maçarico-real, ave comum em Portugal durante o outono e o inverno (começa por “G”). Verticais: 1 – Indivíduo ou conjunto de células reproduzido por partenogénese tornando-se uma cópia física exata do dador. Metal branco, muito maleável e dúctil, ótimo condutor da corrente elétrica, muito usado em ligas de moedas, em joalharia e em fotografia. 2 – O mesmo que salsa-dos-pântanos, planta herbácea, odorífera, da família das Umbelíferas, espontânea ou cultivada, com um caule grosso e suculento, e com subespécies cultivadas para fins culinários. Superfície. 3 – Hábito antigo e enraizado. Apor ao carro duas ou três juntas de bois para subir encostas (tem a ver com cambão). 4 – Ato de desjejuar, o mesmo que desjejum. Aparelho utilizado para compactar o solo (também é nome de batráquio). 5 – Deus das sementeiras, entre os romanos (também é nome do 6º planeta do sistema solar). 6 – Parte posterior e superior do pescoço, sobre a vértebra chamada atlas. Assunto de que se trata ou que se quer desenvolver. 7 – Macieza. 8 – Noventa e nove (rom.). Tornar a selar. 9 – Pândega, farra, patuscada. O mesmo que guelengue, mamífero artiodáctilo, da família dos Bovídeos, que habita especialmente o Sul da África. 10 – Aquilo que atrai irresistivelmente (fig.). Adstringência de certos frutos ainda verdes. 11 – Foi colonizado e administrado por Portugal durante mais de 400 anos, passando para a administração chinesa em 20 de dezembro de 1999. por: Alexandre Loureiro 27 Mundo Real / por Fernando Morgado Viseu Jardins Efémeros aliou natureza e cultura no centro histórico Um pórtico de sete metros de altura a formar um jardim suspenso, no topo da rua do Comércio era a entrada para uma Praça D. Duarte diferente, inundada de verde, com jardins de oliveiras, romãzeiras, tapetes de relva natural e sem trânsito. Mas os jardins não se confinaram apenas a este espaço. Houve mais espaços verdes noutros locais da cidade, como um jardim à luz da época romântica no Largo Pintor Gata que tinha o objetivo de potenciar e valorizar a Porta do Soar com esculturas românticas, árvores, relva e heras. Foi este o cenário que os viseenses e todos os visitantes encontraram, de 17 a 22 de Julho, em pleno coração do Centro Histórico da cidade de Viriato. No entanto, os Jardins Efémeros não trouxeram apenas o verde. Proporcionaram também seis dias de grande atividade cultural. Na sua segunda edição, os Jardins Efémeros apresentaram exposições, espetáculos de música, teatro, cinema e oficinas. Mas nesta iniciativa, que tem como objetivo dinamizar o centro histórico, devolvendo-lhe vida, houve muito mais para ver e ouvir: artes visuais, gastronomia e livros, são alguns exemplos. Os comerciantes deste centro histórico foram também chamados a intervir, recebendo nos seus estabelecimentos variadas exposições. De salientar, nesta iniciativa, a realização do mercado efémero, nos dias 20 a 22, Diocese tem já dez diáconos permanentes A diocese de Viseu tem, desde o dia 22 de Julho, dez diáconos permanentes. Estes foram os primeiros a serem ordenados na diocese, numa cerimónia que decorreu na Sé Catedral da cidade. D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, na cerimónia, salientou a responsabilidade dos novos diáconos. “Numa proximidade muito pequena, não aconteça que algumas paróquias tenham de ser entregues ou confiadas a diáconos permanentes. Neste momento, os diáconos permanentes vêm colaborar com os padres, um mercado de produtos endógeno muito variado, proveniente de vários produtores do distrito. Vender o que a terra produz e dar a conhecer os produtos da região foram os grandes objetivos da organização e dos participantes deste mercado. Foi grande a adesão do público à iniciativa e a satisfação era recíproca. Quer organização, quer os visitantes esperam pela terceira edição do evento. Numa organização da Cul de Sac em parceira com a empresa Cria Verde, responsável pela decoração do evento, a iniciativa contou com o apoio da ADDLAP do Município de Viseu, entre outras entidades parceiras. com os presbíteros, e vêm sobretudo trabalhar naqueles espaços para os quais o padre já não tem tempo.” Com a falta de vocações sacerdotais com que a Igreja se tem vindo a deparar e a “ocupação nas paróquias a aumentar”, D. Ilídio realça que o diaconado “vem preencher um lugar absolutamente importante”. A cerimónia de ordenação foi integrada na celebração dos 496 anos da dedicação da catedral de Viseu e, segundo o site da diocese de Viseu, os diáconos permanentes ordenados, que iniciaram a sua preparação formativa para o diaconado permanente há cerca de 4 anos, são “todos homens casados, a maioria em plena atividade profissional e alguns aposentados, mas todos destinados ao serviço da solidariedade, da justiça social, dos pobres e doentes, à evangelização e à pastoral das famílias”. Requalificação ambiental das margens do rio Dão Já tiveram inicio as obras de requalificação ambiental das margens do rio Dão/Termas de Alcafache. Numa área total de 15.145 m2, tem um prazo de execução previsto de 365 dias é um investimento que ascende aos 700 mil euros por parte da Câmara Municipal de Viseu. A obra está a cargo da EmpreigaldeEngenharia e Construção SA e prevê toda a requalificação paisagística das margens do rio Dão, iluminação pública, construção de parque de lazer/merendas, arruamentos, passeios e percursos pedestres. Na zona fluvial, é realizado o melhoramento dos açudes, aumento do espelho de água, infra-estruturas de apoio à prática balnear, espaços de estar e lazer, parques de merendas, percursos pedonais, parque infantil e mobiliário urbano. O projecto prevê a repavimentação quase total da área, aumenta o estacionamento, ecopontos e ainda novo mobiliário e beneficiação do espaço utilizado por vendedores ambulantes. Um benefício para as Termas de Alcafache cuja visita recomendamos aos nossos leitores. 11 Mundo Real Educação Associação Cultural e Recreativa de Oliveira de Frades Mais de três décadas a fomentar o desporto e a cultura São frequentes e já estão enraizados no panorama cultural de Oliveira de Frades as múltiplas apresentações dos grupos de dança, ginástica, teatro, ténis de mesa…. da escola ACROF. A Associação Cultural e Recreativa de Oliveira de Frades conquistou, ao longo de mais de 30 anos, um lugar de destaque no quotidiano dos oliveirenses, mas não só. Tornou-se numa associação de referência em toda a região de Lafões. Com cerca de 100 alunos, desde os três aos 50 anos, divididos pelas várias atividades, a ACROF “tem na sua génese a dinamização de várias atividades tanto a nível desportivo como a nível artístico (dança, música, teatro) tentando envolver a população do concelho desde os mais pequenos aos mais velhos, trabalhando para eles e com eles. Por esta casa já passaram diferentes gerações de Oliveirenses e nenhum fica indiferente aos sucessos e retrocessos desta instituição”, referem Clara Vieira e Júlia Henriques, elementos da atual direção. Fundada em 29 de Fevereiro de 1980, as preocupações desta associação vão mais além da dinamização das suas atividades. Existe uma forte vertente social. Há uma grande preocupação com as pessoas. A atual situação financeira do país pode colocar em risco a participação das pessoas nas atividades da ACROF. “Para fazer face à atual situação tentámos criar soluções. Por isso a ACROF oferece um pacote de benefícios para que as pessoas possam permanecer connosco, para lhes dar a possibilidade de continuar a frequentar as atividades de que tanto gostam. Para além de não haver aumento nas mensalidades, temos o desconto multi-atividade, para o sócio que frequenta mais do que uma atividade; o desconto família, para dois ou mais elementos que frequentam atividades da ACROF; um desconto de dez por cento para os sócios, que se traduz numa mensalidade gratuita. E temos ainda descontos ao abrigo de protocolos com clínicas médicas, óticas, de modo a que os sócios tenham descontos nesses locais”, explicam. Estas medidas mostraram já resultados que deixam as responsáveis satisfeitas. “Verificamos que não houve quebra no número de alunos, tem-se mantido. Isso era o que realmente se pretendia, não queríamos que a crise afetasse assim a vida das pessoas”. Também em parceria com o Agrupamento de Escolas de Oliveira de Frades, a Associação de Pais (APAOF), o Município e Juntas de Freguesia do concelho, está a promover uma campanha de recolha de manuais escolares, que se destinam àqueles com mais dificuldades económicas. Além de ajudar as famílias com baixos recursos, este é também um 12 meio de “criar um espírito de solidariedade entre a comunidade. No dia 1 de Setembro a ACROF abre as portas da sua sede para distribuir manuais a quem precisar”, adiantam. Ainda em colaboração com outras entidades dão apoio noutras vertentes. A Martifer, no âmbito do centro Novas Oportunidades, a funcionar na empresa, propôs-lhes um protocolo de cooperação. “A empresa lançou-nos o desfio e aceitámos. Não houve aqui quaisquer incentivos monetários. Aceitámos porque era mais fácil as pessoas virem aqui inscreverem-se e pedir informações e nós queremos chegar a toda a gente, queremos estar mais próximos da comunidade. Mas temos protocolos com outras empresas, que nos procuram para colaborarmos com elas. As instituições vêm ter connosco, veem-nos como uma força viva”, afirmam. Em relação ao futuro, a direção está com os “pés bem assentes na terra. Não há lugar para grandes investimentos, não nos podemos estender. A crise afeta tudo e todos. A nossa preocupação é, pelo menos, conseguir manter a ACROF com a mesma dinâmica”, revelam. A situação económica pode mesmo agravar-se devido à nova lei das finanças para as associações. “Essa lei vai trazer, a nós e a todas as associações, muitas dificuldades financeiras. As associações são instituições sem fins lucrativos, mas têm de ter dinheiro para poder organizar as suas atividades. As receitas provêm, apenas, das quotas dos associados e de subsídio da Câmara e da Junta de Freguesia. Agora esta situação com as finanças, o IVA, vai trazer-nos certamente grandes dificuldades”, asseguram. Para a atual direção, que cumpre um segundo mandato, estar à frente de uma associação com esta dinâmica e idade é uma grande responsabilidade. “São mais de três décadas de atividade e de história. É uma associação com um impacto muito grande na vida desta comunidade”. Para Clara Vieira que, anteriormente, era apenas uma espetadora atenta e uma admiradora do trabalho desenvolvido pela ACROF, sentia, já nesta altura, a importância do papel desempenhado pela associação na comunidade. “Acompanhava a ACROF devido à minha filha frequentar as atividades. Agora estando aqui, neste lugar, reforço a ideia que tinha desta associação. Não há quase ninguém desta terra que não tenha passado pela ACROF, de várias formas. Há aqui formação a todos os níveis. Ensina-se a estar e ser grupo. Já ouvi, às agora pessoas adultas, comentários a referir que aprenderam a estar em grupo na ACROF. É sem dúvida uma escola para a vida”. Actividades desenvolvidas pela ACROF: - Aeróbica - Ballet - Danças Latinas No que diz respeito às danças, estes grupos fazem inúmeras apresentações, não só nas festas promovidas pela ACROF, mas em vários locais a convite de outras instituições ou grupos. A sua mais recente apresentação foi, durante as festas da vila de Oliveira de Frades, onde interagiram com o espetáculo do cantor Sérgio Lucas. - Ginástica Infantil - Ténis de Mesa (este grupo tem-se destacado. Participa em campeonatos distritais, regionais e nacionais tendo já alcançado grandes resultados e arrecadado vários prémios) - Teatro (Já foi a atividade com mais impacto e dinamismo dentro da ACROF. Com uma paragem de alguns anos, recomeçou recentemente com um grupo de dez elementos, mostrando, de novo, um grande talento e capacidade para as artes da representação) - Yoga - Karaté Shotokan - Vólei Sénior (este grupo participa frequentemente em competições, tendo também arrecado vários prémios) Corpos Sociais da ACROF (biénio 2012-2014) Direção Presidente: Clara Margarida Evangelista de Oliveira Vieira Vice-Presidente: Ana Paula Santos Marques Pinheiro Secretário: Maria Júlia Anjos Marques Henriques Tesoureiro: António José Cardoso Ferreira Vogal : Susana Maria Santos Loureiro Assembleia Geral Presidente: Hilário Anjos Henriques 1º Secretário: Paula Maria Fe r n a n d e s d e A l m e i d a Rodrigues 2º Secretário: Érica Daniela Dias Correia de Oliveira e Silva Conselho Fiscal Presidente: Jorge Manuel Lopes Santos Vogal: Isabel Maria da Silva Nunes Farreca Vogal: Filomena Maria Santos Loureiro PENSO… E NÃO SEI SE DESISTO OU INSISTO! O tempo finalmente melhorou. Pelo menos no minho, os céus perderam a cor cinzenta, a brisa fria que nos fazia tiritar em plena primavera e verão seguiu para outras paragens e as pingas de chuva que foram caindo desapareceram com as nuvens. E, agora que o tempo de aulas terminou, devia eu – como seria habitual – deixar-me imbuir da paz e do silêncio dos corredores de uma escola quase vazia, devia apreciar a frescura sombria dos edifícios, a sensação de dever cumprido, a descontração ligada ao sentimento de pré-férias… Mas não! Neste final de ano letivo 2011/2012, as escolas e os professores enchem-se de incertezas, angústias, às vezes, desespero… Quando pensávamos que, após a Milú e as suas maldades, nada mais, ou pouco mais nos poderia afetar a nós, classe humilhada, maltratada, desprezada e achincalhada, eis que vêm novidades terríveis e que, se nos afetam a nós, terão infelizmente reflexos na educação no nosso país. Sou professora e sou mãe, vivo estes momentos nas duas perspetivas e quer uma e quer outra me enchem de apreensão. Sou professora. A escolha desta profissão fez-se por acaso: uma fuga à matemática (a sempre temida!), a escolha de um percurso de letras e, depois, a inevitabilidade: prosseguir pela via do ensino. Olhando para os vinte anos passados, assinalo a ingenuidade de início de carreira, as viagens longas para o Alentejo, o regresso ao norte e a «casa». Centenas de alunos que nos passam pelas mãos, rostos que se tornam indistintos, nomes que esquecemos, colegas que desaparecem no fundo da memória… Mas sempre pensei que, no percurso da minha vida tal como deveria acontecer com os outros, à medida que a idade avançasse, aumentaria a experiência e, consequentemente, a qualidade do meu trabalho, melhoraria as minhas condições de vida, teria o necessário para oferecer à minha (vasta) descendência – coisas que eu via acontecer aos colegas mais velhos, às pessoas da família. Porém, a nível profissional, as deceções vão-se acumulando, com as sucessivas perdas de dignidade, com as reduções salariais, com o aumento do trabalho e do desgaste. E as perspetivas, neste momento em que escrevo, são as mais negativas: os horários desaparecem, devido às medidas puramente economicistas deste governo e começa a aparecer no horizonte o fantasma, por todos temido, do desemprego. E, para além desta perspetiva de âmbito pessoal, acresce a realidade do costume: a diminuição da qualidade do ensino, porque ninguém – pais e sociedade – pode pensar que é possível manter a qualidade do ensino com 30 alunos numa sala de aula: o dito número de alunos por turma vai prejudicar o melhor apoio a quem tem mais dificuldades e prejudicar o tempo dedicado à preparação de aulas, à correção de testes de avaliação e, consequentemente, à própria avaliação dos alunos. O senhor ministro não ficou satisfeito com os resultados dos exames nacionais e está à espera de melhorias, no próximo ano letivo? Desengane-se, senhor ministro, os resultados vão piorar, porque, para além do atrás referido, os professores, nem ninguém, não são de ferro e o desalento, a tristeza e a depressão não nos fazem melhores profissionais! Vamos assistir, este ano, ao seguinte cenário nas escolas do nosso país: por um lado, turmas gigantescas e respetivos professores assoberbados de trabalho; por outro lado, professores – com 15, 20 anos de serviço, do «quadro» - pasmando para a sua situação inacreditavelmente precária, sem turmas, sem alunos, à espera de uma qualquer vaga transitória que lhe permita sair desse sentimento humilhante de inutilidade e de ausência de esperança no futuro. Uma perspetiva aterradora! Sou mãe! E preocupo-me e muito! Os meus filhos irão fazer parte de turmas de 30 alunos, bons ou maus estudantes, mais ou menos disciplinados. Os professores dos meus filhos terão de se desdobrar por mais turmas e cada uma delas com 30 alunos. Os professores dos meus filhos terão de manter a disciplina na sala de aula, terão de dar os conteúdos, não terão grandes hipóteses de acorrer em quantidade e qualidade às dificuldades que estes possam sentir. Os meus filhos que frequentam o ensino secundário vão deixar de ter turnos nas disciplinas com a vertente prática de Biologia e Geologia e Física e Química, disciplinas cujos conteúdos complexos arrasam os estudantes menos preparados. Tudo isto, «cozinhado» pelo nosso governo para poupar uns milhões e, assim, hipotecar o futuro dos meus filhos! Corrijo: dos nossos filhos! Sou mãe e sei (mesmo sendo professora também) que os professores dos meus filhos estarão pouco disponíveis, pouco motivados, que estarão tristes, desanimados, deprimidos. Sei de tudo isto e não posso compreender, porque sou mãe, mas não posso deixar de compreender, porque sou professora. Vai ser complicado… Sei que demasiados portugueses estão a passar por dificuldades tremendas. Somos todos vítimas de sucessivas más governações e da falta de uma estratégia nacional, de uma visão de futuro para o país. Mas somos também culpados pela nossa ignorância, pelo nosso abstencionismo, pela nossa indiferença, pelo «deixa andar» do costume. Quero sacudir este pessimismo de cima de mim! Procuro continuar a sonhar e penso naquilo que gostaria que acontecesse. Gostaria de viver num país em que os centros de saúde e hospitais não fechassem e em que as crianças de algumas regiões não tivessem de nascer numa ambulância; gostaria de viver num país em que as pessoas não precisassem de ir de madrugada para ter uma consulta num centro de saúde que fica a quilómetros de distância; gostaria de viver num país onde os meus filhos pudessem beneficiar da melhor educação/formação, para, depois e de acordo com as suas capacidades, poderem escolher o curso que os levasse à profissão dos seus sonhos; gostaria de viver num país onde eu não tivesse de dizer aos meus filhos que só poderão ir para a Universidade X ou Y, porque certamente não terei condições financeiras para que eles possam frequentar uma outra instituição superior; gostaria de viver num país onde os meus filhos pudessem fazer as suas escolhas profissionais e aí desenvolverem o seu trabalho, contribuindo para a sua realização pessoal e profissional, e para o desenvolvimento do mesmo país; gostaria de viver num país onde nenhum filho não tivesse de emigrar se não fosse por gosto; gostaria de viver num país em que as pessoas tivessem voz e erguessem essa voz nos momentos fulcrais; gostaria de viver num país onde a política servisse os cidadãos e os seus interesses. Finalmente, gostaria de viver num país onde, olhando para o futuro, eu pudesse dizer: vale a pena viver em Portugal. Inês Aidos, professora 25 Saúde Mundo Real Como organizar um piquenique ou uma ida à praia… para manter uma boa hidratação num dia que se prevê activo. Não esqueça a água e diversifique com sumos de frutas naturais, chá frio ou leite. Não se esqueça que a escolha da comida que irá levar é fundamental para o sucesso do piquenique. Por isso, aqui vão algumas regras: •Procure levar praticamente tudo feito, para não estar com trabalho na hora de comerem; No campo, na praia, ou nos vários parques e jardins espalhados pelo país, os Piqueniques são iniciativas excelentes para desfrutar de bons momentos em família e amigos. Organizar um piquenique deve ser uma tarefa agradável, e não mais um motivo de stress, só por receio de se esquecer de levar o essencial. Deixo-lhe algumas sugestões para que o seu piquenique seja um sucesso… Piquenique tem que ser sinónimo de diversidade! Mas não leve a mercearia inteira! •Um bolo caseiro, sanduíches e frutas. •Um bolo de laranja ou de iogurte são opções óptimas, com a vantagem de não exigir que seja grande profissional de cozinha para ter sucesso •Sandes variadas, no tipo de pão e no recheio: pão de mistura, pão de sésamo, ou outros, com queijo, frango, ovo cozido, alface, tomate e cenoura ralada, fazem as delícias de todos. •Para a sobremesa, escolha fruta variada. Pode também preparar espetadas ou gelatinas com frutas. •Biscoitos, que preparou antecipadamente com a ajuda das crianças! •As bebidas são indispensáveis 24 pois irão solidificar quando arrefecerem e tornar-se desagradáveis; •Não utilize alimentos confeccionados com muita gordura pois podem pingar e sujar tudo; •Tudo o que possa ser comido à mão, é óptimo. Pauzinhos de cenoura, sandes, bolachas e biscoitos, etc. •Não faça as sandes com ingredientes tipo maionese pois, além de se degradarem com o calor, o pão fica mole e com um aspecto pouco apelativo; •Coloque a comida e as bebidas no saco térmico depois de colocadas as placas É obrigatório: •Não utilize molhos com gordura frias no fundo; •Organize a comida de forma a deixar por cima aquilo que irá utilizar primeiro; •Não coloque o saco térmico na mala do carro, pois estará mais exposta ao calor. O local ideal é no chão do banco de trás do carro; •Mantenha o saco térmico à sombra, sempre que possível e evite abri-lo sem que seja necessário. Esqueça as tradicionais sandes de fiambre queijo e fiambre até aos frutos secos, legumes e fruta... atreva-se, puxe pela imaginação e experimente. Em vez de manteiga, use azeite (só por dentro); em vez de maionese, faça um molho de iogurte natural batido com um pouco de pimenta ou alho esmagado e salsa. Como conduto pode usar: atum, frango, ovos mexidos, carne assada, peixe (qualquer um, desfiado e sem espinhas), legumes gratinados, legumes frescos, fruta ou qualquer coisa que tiver no frigorífico. Para contrastar com o conduto, ponha queijo, Entre duas fatias de pão quase tudo fica bem! Numa sande cabe tudo, desde os habituais Grupo turco deu a conhecer tradições e cultura do seu país O Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia recebeu, entre os dias 03 e 06 de agosto, o Grupo Folclórico “UHOT – ÜSKÜDAR Folk Dance Association” da Turquia (Istambul). Este Grupo foi fundado em 1981 e tem como grande objetivo levar às mais diferentes partes do mundo, a sua cultura e tradições, facto que se orgulha de fazer de uma forma muito ativa provada pelas inúmeras atuações nos mais diversos países (Espanha, França, Itália, Noruega, Suécia, Holanda, Finlândia, Canadá, Inglaterra, Estados Unidos, Estónia, Grécia, Alemanha e Polónia). Trata-se de um grupo formado por 46 elementos, todos muito jovens, representando hábitos e costumes de um povo em tantos aspetos diferentes de nós (religião, hábitos alimentares, …), mas extremamente simpáticos e prestáveis. O Grupo esteve presente na Animação Termal (Termas de S. Pedro do Sul) no dia 03 de agosto, no Jantar Convívio do Grupo Val’Amar em Valadares, no dia 04 e no Festival Internacional de Folclore integrado nas Festas da Castelo em Vouzela, no dia 05 de agosto. Valadares, através do Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia, procurou receber este Grupo da melhor forma, à semelhança do que tem vindo a fazer em anos anteriores, permitindo que as memórias perdurem sempre no seu lado mais positivo e consigamos ter a coragem e a humildade de nos unir em prol de um objetivo comum. Foi, sem dúvida, uma experiência extremamente enriquecedora com um balanço muito positivo em todas as suas dimensões culturais, sociais e afetivas. No entanto, o Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia não conseguiria trilhar este caminho sozinho, pelo que, a Direção agradece de forma carinhosa e sentida à Junta de Freguesia de Valadares, à Direção do Centro Social de Valadares (e às suas funcionárias), ao Agrupamento de Escolas de Santa Cruz da Trapa, à Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, ao Grupo de Jovens Val’Amar, à Dona Alcina Duarte, a todos os elementos do Grupo e a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram de forma generosa quer através de géneros alimentícios, dinheiro e/ou trabalho para que este sonho fosse uma realidade. Bem Hajam Judite Almeida, presidente da direção do Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia rúcula, manjericão, cebolinho, uma mistura de especiarias, noz-moscada... Pode fazer sandes doces com qualquer fruta, IV CONVÍVIO VAL’AMAR com morangos, maçã cozida ou assada, queijo e doce ou mel, canela... e dependendo do recheio, pode acrescentar um pouco de alho, orégãos, pimenta... Abri-lhe o apetite? Então, prepare a merenda e aproveite o bom tempo! Divirta-se!!! e queijo. Atreva-se a experimentar com os ingredientes que tem no frigorífico. Por Valadares Aline Denise Maia, Nutricionista Pelo 4º ano consecutivo realizou-se, em Valadares, o IV Convívio Val’Amar desta feita, organizado pelo Grupo de Jovens Val’Amar e pelo Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia. Foram muitos os que acorreram ao recintos de festas para o jantar-convívio e mais ainda os que chegaram e ficaram para ver a animação da noite, constituída pelas atuações do grupo de danças e cantares da nossa freguesia e do Grupo Folclórico ÜHOT, vindos de Istambul, Turquia. Todos ficámos maravilhados com os trajes, cultura e alegria que mostraram em palco, convidando à participação do público presente. E para terminar a noite em beleza, foi a vez dos Acoustica fazerem magia com as suas vozes e instrumentos. Pelo divinal jantar, o Grupo de Jovens Val’Amar agradece às cozinheiras e aos meninos dos grelhados; por todo o material simpaticamente cedido sem entraves, agradecemos à Direção e funcionárias do Centro Social, à Direção dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades e à nossa Junta de Freguesia. A todos, o nosso incondicional bem-haja. Sara Rodrigues, Grupo Val’Amar 13 História por: Custódio Sousa, Professor de Filosofia ECOS DO NOSSO PASSADO Do antigo concelho da Trapa na Corografia Portuguesa do P.e António Carvalho da Costa Em grafia atual, mas respeitando a estrutura frásica, reza assim o autor da supracitada “Corografia Portuguesa e Descrição Topográfica do famoso Reino de Portugal com as notícias das fundações das Cidades, Vilas, e Lugares que contém; Varões ilustres, Genealogias das Famílias nobres, fundações de Conventos, Catálogos dos Bispos; antiguidades, maravilhas da natureza, edifícios, e outras curiosas observações”, no capítulo XXIII do Tomo II (dedicado ao centro do país), publicado em 1708, numa obra em três tomos, escritos entre 1706 e 1712: Quatro léguas a noroeste de Viseu, em lugar áspero e fragoso, onde começa a Serra de Manhouce, tem seu assento a Vila da Trapa, que consta de cento e sessenta vizinhos, pessoas maiores quinhentas e doze, menores cento e dez, com uma Igreja Paroquial da invocação de São Mamede, abadia que foi de Padroeiros, e hoje está na Mitra pelas muitas renúncias que tem havido. É abundante de caça, gado e vinho; tem dois juízes ordinários, três Vereadores, um Procurador do Concelho, Escrivão da Câmara, um Tabelião, um Meirinho, e duas Companhias da Ordenança. O seu termo tem estas Freguesias: S. Pedro de Manhouce, Curado, que apresenta o Abade de S. Mamede, com cento e trinta e seis vizinhos, pessoas maiores trezentas e dezasseis, menores oitenta. São Salvador de Serrazes, Vigairaria do Padroado Real, tem cento e noventa e seis vizinhos, pessoas maiores quinhentas e vinte, menores cento e dez. Santa Eulália de Baiões, Abadia do Bispo, tem cinquenta vizinhos, pessoas maiores cento e sessenta, menores trinta. São Carlos de Folgosa, Abadia do Padroado Real, tem duzentos vizinhos, pessoas maiores seiscentas e dezoito, menores cem. Meia légua desta Vila para o Sul, e légua e meia de Vouzela para o Norte, entre altíssimas serras de grandes matas, se levanta um monte, em que está situado o Convento de S. Cristóvão de Lafões, de Religiosos de S. Bernardo, que fundou D. João Peculiar, Bispo do Porto, para Monges de S. Bento. Depois, pelos anos de mil cento e vinte, foi ampliado por El-Rei D. Afonso Henriques, e dado aos Monges de S. Bernardo com seu território próprio, coutado pelo mesmo Rei, aonde os Abades têm toda a jurisdição temporal, e espiritual ordinária, como senhores, e como se fossem Bispos daquele seu território, que é pequeno, mas todo povoado de muitas árvores, assim frutíferas de espinho, e das outras, como loureiros, buxeiros, e murtas, que parecem um jardim mui vistoso, e tem excelentes hortas. Num projeto tão vasto e ambicioso (atente-se no título) como pioneiro e dotado de tão escassos meios, como é este do 14 Padre Carvalho da Costa (1650-1715), não admira que surjam erros e imprecisões; mas nada disso põe em causa a importância desta peça monumental da historiografia portuguesa, unanimemente reconhecida por quem se dedica à história local do século XVIII como uma fonte incontornável. Um exemplo do que acabámos de referir: o autor inclui erradamente a freguesia de Folgosa (atual Fataúnços) no concelho da Trapa e não menciona Carvalhais e Candal, referindo-as mais adiante, quando trata das outras freguesias do concelho de Lafões, onde atribui a Carvalhais 260 fogos (700 pessoas maiores de idade e 200 menores) e ao Candal (que tinha um cura apresentado pelo abade de Carvalhais) 40 fogos, sendo 150 maiores e 12 menores. (1) Não encontrámos qualquer documento que indique a data da criação do município da Trapa. Na sua monografia “A Trapa”, o Cónego José Simões Pedro diz apenas que “nem só o governo central concedia carta foral a erigir concelhos no reino. Esse mesmo poder era atribuído a ordens religiosas que dele usavam, por vezes, nas suas terras coutadas, para as quais traziam colonos a povoá-las. Eram (…) concelhos-enclaves adentro dos concelhos da Coroa. Por isso não admira que até meados do século passado, aproximadamente (este texto é publicado em 1-ª edição de 1956), coexistissem nesta mesma região os concelhos de Lafões e da Trapa”. O que sabemos é que o concelho da Trapa tal como o de Lafões, entre outros na região, desaparecem com as reformas administrativas do liberalismo. Manuel Barros de Mouro, no seu livro A Região de Lafões, transcreve da Coleção de Leis de 1764 a relação dos concelhos e vilas da comarca de Viseu, onde se inclui ainda, entre outros, a vila da Trapa e seu termo. O decreto de 6 de Novembro de 1836 em que aparecem os três concelhos (S. Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades) extingue definitivamente o concelho de Lafões e algumas centenas de outros, entre eles, o da Trapa. Fig.1- Edifício a que se refere o Cónego Simões Pedro na obra supracitada quando diz: “Ainda hoje existe, e os habitantes mais velhos sabem onde se encontra situado, o último edifício que servira de Câmara Municipal da Trapa”. Fig.2- Capa da obra “Corografia Portuguesa” do Padre António Carvalho da Costa. Fig.3- Antigo pelourinho do Município da Trapa num há muito esperado restauro (e reposição, pouco credível), datada de 15.08.2009). Em geral, uma coluna de pedra, colocada em frente aos Paços Municipais (Casa da Câmara) ou das Cadeias Públicas das vilas ou cidades, assinalando a sua criação e simbolizando a sua autonomia administrativa. Nota (1): Aires Gomes Fernandes, Professor de História e Investigador (Terras do Baroso, Ano III, nº 24) inclui estas duas freguesias no termo da antiga vila da Trapa. 23 Observatório A liberdade do diálogo A ausência de constrangimentos internos (impulsos incontroláveis ou doença psíquica) e externos (coação ou a força de uma arma) criam a absoluta sensação de liberdade, que dura enquanto durar a facilidade de movimento e de vontade. Ambos se deterioram com a idade, num processo de aceitação pessoal e social. Contudo, o desenvolvimento de todo o movimento humano pode deparar-se com a desmesurada resistência do meio natural ou cultural. Uma alta montanha, um largo rio, uma densa floresta, uma remota interioridade atira povoações para uma existência comunitária natural, perfeitamente suportável, se o Estado estender os seus suportes de assistência social. Uma grande malha urbana, uma crescente necessidade de consumo, uma forçada dependência económica, uma escassez de oferta de trabalho, condena milhares de pessoas a uma existência comunitária não-natural, insuportável, mesmo que o Estado estenda a sua esmola da caridade. E a razão é porque os primeiros têm a natureza ao seu dispor, os segundos, porque depressa se apercebem que do cimento nada cresce. Agora imagine-se que o Estado se afasta cada vez mais destes espaços de existência comunitária. No interior, encerra escolas, centros de saúde, creches, tribunais, polícias; nas cidades, privatiza escolas, hospitais, creches, segurança e a própria justiça. O absoluto estado de abandono dos primeiros cria uma sensação de injustiça; a quase absoluta exclusão económica dos segundos cria uma sensação de insegurança e desespero. Esta ausência do Estado na existência das comunidades naturais e não-naturais resulta de um fosso, cada vez maior, entre representantes e representados, entre políticos e eleitores, entre elites e populaça, entre oligarquias e a população em geral. Esta ausência do Estado é já resultado de uma outra ausência, a do diálogo: em campanha eleitoral, os políticos prometem mundos e fundos e, depois, fazem o contrário do que disseram; na televisão, as elites apresentam ideias reformistas, mas, na realidade, tudo fica na mesma ou pior; na vida das grandes empresas os donos do país dizem que amanhã é que vai ser, mas os seus “colaboradores” continuam a não usufruir das mais-valias… E a primeira incomunicabilidade reside exatamente aqui, uns falam e prometem, os outros ouvem na ilusão de ser ouvidos. Mas, em rigor, nada acontece. A estridência comunicacional e informativa rouba-nos o diálogo e a confinada liberdade do nosso espaço existencial. “Vai-se perdendo a liberdade do diálogo. Antigamente era natural, entre pessoas que dialogavam, ir ao encontro do ponto de vista do outro; hoje, pergunta-se logo pelo preço dos sapatos ou do guarda-chuva. Qualquer conversa cai fatalmente no tema das condições de vida e do dinheiro.”(1) E o mais desesperante, segundo o autor, é que a discussão destas condições nada diz sobre as preocupações e sofrimentos de cada um, mas rodopiam todas no mesmo tom geral, o de querer ter e ser o que não se tem e não se é. Lá para trás, foi a casa de um familiar e não houve objeto do dito recheio que não soubesse o preço e o valor; num jantar, num espaço que Roteiros por: Maria José Matela me ultrapassava em etiqueta e luxo, a entrada repentina de uma dondoca, com o seu vestido escuro pintalgado e em roda, seguida da sua serviçal negra, espantou-me pelo simbolismo comunicacional da pose; nesse mesmo espaço, a comunicação dos silêncios pelo olhar quase absorviam a curiosidade e o interesse do diálogo, mas, fatalmente, lá caíamos na maldição do filósofo, o dinheiro e o poder. E, em rigor, tivemos sempre dificuldade em colocarmo-nos no ponto de vista do outro. É lá possível pensar somente no trabalho, no dinheiro e no poder! É lá possível imaginar-se daqui a dez anos de papo para o ar sem fazer nenhum! É lá possível ter prazer da bebida na conversa, sem pensar em mais nada! É lá possível viver na materialidade, sem pensar em Deus! Cada um na sua perspetiva, cada um no seu enquadramento, cada um no seu mundito. Terá havido verdadeira compreensão? Terá havido verdadeiro diálogo? Mas talvez estas ausências resultem de uma letargia, de um cansaço, de uma estupidificação televisiva, de um correr citadino sem sentido, da lei da inércia. Quando os corpos repousam no seu estado natural, mais nítidos e distintos surgem a um externo olhar. Foi nesse inerte abandono, ou desinteresse, que assisti ao mais despudorado ataque à cidade. Nesse profundo vale, verdejante e de águas límpidas, sem volta, pois a estrada ali termina, alguém, em forma de orgulhosa gente, obrigou-me a ouvir o que não queria: a cidade é caótica, poluída, sem qualidade de vida, asfixiante, má, competitiva, faz mal à saúde das pessoas; a civilização mora aqui, na natureza, neste espaço que é tudo e que é nosso, neste olhar e sentir a natureza que somos. Fiquei estonteado, não queria acreditar: então eles não têm nada, nem escola, nem centros de saúde, nem centros comerciais, nem farmácia, nem cinema, nem correios, e dizem que têm tudo, a própria civilização?! Tal diferença obrigou-me a colocar-me no seu ponto de vista, obrigoume a reconsiderar todas as minhas convicções, obrigou-me a um exercício de tolerância a que já não estava habituado. Portanto, é nesta condição de absoluta novidade e choque que o diálogo poderá ser retomado. Quando sentirmos, indivíduo e cidadãos, que as coisas não são inevitáveis, que as alternativas, mesmo as económicas, não se esgotam num (falso) dilema, que teimando e resistindo é que podemos algum dia forçar o outro a olhar o nosso ponto de vista, talvez, somente aí, os políticos, os poderosos, as elites, as oligarquias, as famílias, os indivíduos, por mais estranhos que sejam, comecem verdadeiramente a comunicar, comecem verdadeiramente a colocarse no lugar do outro, comecem verdadeiramente a reconquistar a liberdade do diálogo. Lugar à Poesia BUÇACO Apesar de todos conhecermos este local, de nome, se calhar desconhecemos como surgiu aquele espaço, com aquelas características. Esta mata foi doada pelo bispo de Coimbra, em 1628, aos Carmelitas Descalços, para construírem o seu “Deserto”, À avozinha em Portugal. Construíram o convento, capelas de devoção e ermidas de habitação, Olhinhos azuis cor do Firmamento O busto curvado sempre sorrindo As faces rugadas pelo sofrimento Pétalas de rosa que vão caindo Anda ligeira como uma avezinha Sempre em muitas lides ocupada Mãos finas e secas, pobre velhinha Pelos setenta anos a fronte nevada Ergue-se das manhãs sempre aos alvores Quando os galos cantam em sua aldeia E em lágrimas a Deus e em ternos louvores Aves traquinas nos ramos chilreiam manifestando, em tudo, o maior despojo dos bens materiais. Em 1644, ergueu-se uma Via Crucis (Via Sacra), a mando do Reitor da Universidade de Coimbra, apenas com cruzes de madeira. Foram substituídas por capelas representando os passos de Cristo, a mando do Bispo de Coimbra. São de especial importância as estações do Pretório e do Calvário. Também ali se deu a Batalha do Buçaco, em 1810. Entre 1888 e 1907, foi edificado o Palace Hotel, cujo projecto se deveu a um italiano, Luigi Manini. É uma construção romântica e nacionalista, cruzando com os estilos manuelino e renascentista. A mata resultou da presença dos Carmelitas Descalços que tentaram representar o Monte Carmelo, local originário da Ordem. Era proibido cortar ou desbastar as árvores, protegidas pela Santa Sé. É um local muito aprazível, onde podemos seguir vários trilhos, apreciando toda a biodiversidade, respirando um bom ar, fruindo do silêncio e saindo cheios de boa energia. Seus enlevos os pequeninos netos Meiga acaricia em doces festinhas E encantada por entes tão diletos Bendi-los feliz a querida avozinha Fernando César, S. João da Serra Domingos Manso de Araújo, mestre em filosofia 1- Walter Benjamim, Imagens de pensamento, Assírio & Alvim, Lisboa, 2004, p.21 15 Formação Formação Profissional – Formações Modulares Certificadas Considerando o atual contexto socioeconómico existente em Portugal, bem como as dificuldades que se verificam no âmbito do emprego, a Formação Profissional assume uma importância cada vez maior, tornando-se uma ferramenta de apoio essencial à aquisição de novas competências ou aperfeiçoamento das mesmas. De facto, mais do que nunca, é essencial que os Recursos Humanos apresentem competências e conhecimentos atualizados e que potenciem às entidades empregadoras apresentar soluções de qualidade na prestação dos seus serviços. Consciente dessa realidade, a Ambiformed – Ambiente, Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho, Lda, desenvolve desde o ano de 2005 Formação Profissional Certificada, disponibilizando a todos os seus clientes e público em geral ações de formação certificada, passando a partir de 2006 a ser Entidade Acreditada. Atualmente, a Ambiformed apresenta uma diversidade de oferta formativa que permite responder às diferentes necessidades identificadas, quer no que respeita a clientes da empresa, quer no que concerne o público em geral. Neste momento, e reconhecendo que o nosso país atravessa um período particularmente difícil, apresentando taxas de desemprego como nunca antes, bem como dificuldades acentuadas na continuidade de empresas (especialmente as micro e pequenas que representam a maioria do tecido empresarial da região Dão Lafões), a Ambiformed aposta cada vez mais em proporcionar Formação Profissional Certificada Gratuita, oferecendo dessa forma uma possibilidade aos seus formandos de aumentarem as suas competências e assim se tornarem peças mais fortes num mercado laboral tao exigente. Apresentamos de seguida uma breve explicação referente a este tipo de Formação. Formações Modulares Certificadas O que são? - As Formações Modulares Certificadas são unidades de formação de curta duração (UFCD), de 25 ou 50 horas, constantes do Catálogo Nacional de Qualificações. Objetivos: - Aperfeiçoar conhecimentos e competências; - Reciclagem e reconversão profissional; - Aquisição de conhecimentos necessários à integração no mercado de trabalho; Destinatários: - Adultos ativos, com idade igual ou superior a 18 anos, que pretendam aperfeiçoar conhecimentos para o desempenho no mercado de trabalho; - Desempregados - Adultos que pretendam elevar as suas qualificações e concluir ciclos de ensino (3º ciclo ou ensino secundário) ou inseridos em processos de RVCC; Áreas de Formação Disponíveis 341 – Comércio 761 – Serviços de Apoio a Crianças e Jovens 762 – Trabalho social e Orientação 815 – Cuidados de Beleza 814 – Serviços Domésticos 862 – Segurança e Higiene no Trabalho Documentação de Inscrição: - Cópia de BI e NIF ou CC - Certificado de Habilitações - Comprovativo de situação profissional (empregado ou desempregado) - Comprovativo de NIB Funcionamento das ações: - Horário Laboral ou Pós Laboral - Nº mínimo de inscritos: 15 formandos - Pagamento de subsídio de Alimentação €4,27/dia (mediante aproveitamento no curso e para formação em horário pós laboral). Para mais informações não hesite em contactar-nos. Liliane Pimenta Departamento de Formação Profissional da Ambiformed Um (outro) olhar sobre António Nazaré de Oliveira. Nasceu em S. Pedro do Sul, em 1929. Licenciou-se em Histórico-Filosóficas, apresentando como dissertação “Lafões – Subsídios para a sua História”. No Colégio de S. Tomás de Aquino, iniciou a sua carreira docente. Em 1956, foi um dos fundadores do Colégio de Santos Agostinho, em Viseu, que dirigiu durante 10 anos. Em 1971, procedeu à instalação e dirigiu a Escola Preparatória D. João Peculiar, em S. Pedro do Sul. Após 24 anos no Ensino Particular, ingressou definitivamente no Ensino Oficial. Na Escola Secundária de Emídio Navarro se manteve como Como avalia os seus tempos de menino? Nasci em S. Pedro do Sul, no Bairro da Negrosa. Perto de minha casa, ficava a Escola e, entre esta e o Hospital, uma vasta área conhecida por “O Terreiro”. Casa, Escola, Terreiro foi o triângulo onde, praticamente, se desenrolam a minha infância. Nos tempos livres, jogávamos futebol, quase sempre com a bola de trapos (às vezes, lá aparecia uma bola de borracha) jogávamos o pião, a bilharda, o berlinde e outras brincadeiras da época, permutávamos cromos de jogadores de futebol, na esperança de completar a coleção que nos daria uma bola a sério. Na transição da infância para a adolescência, estoirou a Guerra Mundial. Quando da infância lembranças e imagens de personagens e factos que já descrevi e retratei em escritos nos jornais regionais. Trilhou os caminhos que quis? Penso que ninguém trilhou plenamente os caminhos que quis. Não se definem de uma vez para sempre os caminhos a seguir. É evidente que é preciso “querer” seguir caminhos. Mas há que conjugar o que se quer com aquilo que é possível. A isto se chama realismo. A vida nos vai mostrando, em cada momento e circunstância, a diversidade de caminhos e é aí que entra o nosso querer, mas também a nossa racionalidade e, feita a escolha, a nossa persistência. E não podemos esquecer que os nossos caminhos se cruzam com os caminhos dos outros. Pela parte que me toca, procurei trilhar os caminhos que me propus, nem sempre como quis, mas como foi possível. Gosta de ler? O que lê? Qual a obra literária mais marcante? Gosto muito de ler e a maior parte da minha vida tem sido passada a ler, por gosto, por formação e por profissão. Na minha adolescência, deliciei-me com Júlio Dinis, Júlio Verne, Emílio Salgari, Alexandre Dumas e tantos outros. Na fase imediata, as minhas leituras alargaram-se: Camilo, Eça, Torga, Aquilino, Vitor Hugo e muitos outros. Depois, por razões de formação académica e profissional, mas sempre por gosto: Filosofia, História, Psicologia, Sociologia, Literatura, etc. Qual a viagem da sua vida? E a que lhe falta fazer? A viagem da minha vida foi feita em 1959. Nessa altura, dirigia eu o Colégio de Santo Agostinho, em cujo internato tinha comigo muitos alunos do Ultramar e do Brasil. Entre eles, três filhos de um casal de portugueses professor efetivo até à aposentação, após a qual recebeu do secretário dos Recursos Educativos louvor publicado no Diário da República “pela elevada formação científica e pedagógica, permanente disponibilidade, excelente relacionamento humano, total empenho e elevadíssima competência profissional”. Culminou a sua ação na Escola Emídio Navarro, com a investigação da sua História e a sua publicação em livro, no ano do Centenário. Colaborador de várias revistas, especialmente da revista “Beira Alta”, nelas tem deixado variados trabalhos sobre a História da Região de Lafões. Sobre este assunto tem publicado vários livros. Nos jornais locais, escreveu variadas crónicas, sob o título “Coisas e Gentes da Minha Terra”. Pelo conjunto dos seus trabalhos, foi-lhe atribuído o “Prémio ANIM’ART 2004 – Investigação” (o marido era Lafonense) radicados no Brasil. Pela forma como eu e a minha mulher tratávamos os seus filhos, quiseram oferecer-nos um longo passeio em sua companhia, um périplo pela Espanha e Norte de África. Como tínhamos casado há pouco tempo, foi praticamente uma segunda lua-de-mel. Pelo significado que tem, considero-a a viagem da minha vida. Quanto à segunda parte da pergunta “a viagem que me falta fazer”, é melhor não falar. Que manifestação artística mais o impressiona? A música. Mas também aprecio muito a pintura, a escultura e a arquitetura. Escolha o que mais gosta nestas artes. Na música, a minha falta de cultura musical torna-me difícil escolher. Gosto de boa música clássica, (estou a lembrar-me dos “Coros de Nabuco”, do “Bolero de Ravel”). Gosto de música portuguesa dos anos 50/60, do fado e das baladas, nomeadamente de Coimbra (estou a lembrar-me do Zeca Afonso, que foi meu colega). Na pintura, na arquitetura e na escultura, um só nome: Miguel Ângelo, com as pinturas da Abóboda da Capela Sistina, a Basílica de S. Pedro e a Pietá. Como se manifesta a sua consciência ambiental? Como a de todo o cidadão que tem consciência de que a vida não se limita à relação com os outros, mas também à relação do homem com o ambiente físico, que temos obrigação de preservar e não degradar, até para que ele não nos degrade a nós. O desporto tem lugar na sua vida? Como todo o jovem, pratiquei desporto. Fiz parte das equipas de futebol, voleibol e ping-pong que disputavam os campeonatos da Mocidade Portuguesa, na qual todo o estudante era obrigado a estar filiado. No rio Vouga, praticava natação. Passado o tempo de estudante do ensino secundário, nunca mais pratiquei qualquer desporto, continuei, contudo, a interessar-me por alguns desportos, nomeadamente o Hóquei em Patins, na transição dos anos 40 para os anos 50, quando Portugal ganhava em série campeonatos da Europa e do Mundo, pelo ciclismo, especialmente nos tempos do Alves Barbosa e do Joaquim Agostinho, e pelo futebol, que é, praticamente, o único desporto que, hoje sigo com interesse, especialmente o Campeonato Nacional e Seleção quando é chamada à liça. Qual a sua maior virtude? E o seu maior defeito? É difícil responder, porque ninguém é bom juiz em causa própria. Se virtudes tenho, uma delas é a honestidade. Quanto a defeitos, não sei se tenho consciência de todos eles, que são bastantes. Já tenho cometido erros, por impulsividade. Na sociedade atual o que mais o aflige? E o que lhe dá mais esperança? Aflige-me tanta coisa! A crise económica e social, o desemprego, a falta de perspetivas para a juventude, a decadência de certos valores morais fundamentais, a corrupção, e não vale a pena dizer mais. A minha maior esperança é que os portugueses não percam a esperança. Portugal é um país bom para se viver? O seu belíssimo clima, as suas belezas naturais, as caraterísticas do seu povo têm feito de Portugal um país bom para se viver. Mas já foi melhor. A crise que vivemos agravou as condições de vida e a tranquilidade e segurança, que era das coisas melhores que tínhamos, começam a ser postos em causa, nomeadamente a segurança de pessoas e de bens. E o pior é que as condições de vida tendem a agravar-se, sobretudo devido ao desemprego. Mas, olhando à nossa volta, é fácil de ver que não há paraíso na terra. Personalidades que mais admira? De entre os já desaparecidos, é fácil encontrar muitos: Sócrates (o filósofo) pela sua honestidade; Aristóteles, pela sua inteligência, Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci, Luther King, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros. De entre os vivos, prefiro não individualizar. Admiro aqueles que põem a sua vida ao serviço dos outros. Que sonho(s) lhe falta realizar? O meu maior sonho é que se realizem os sonhos das minhas duas filhas e do meu neto. Sente-se realizado no seu trabalho? As pessoas que se sentem plenamente realizadas são, em geral, pessoas pouco exigentes consigo próprias. Profissionalmente, posso dizer que me sinto realizado no essencial e até onde me foi possível. Mas poderia ter feito melhor algumas coisas. E não fiz tudo o que gostaria de ter feito, especialmente no domínio da escrita e investigação histórica. Gostaria de ter amplificado e unificado a diversidade dos meus trabalhos numa vasta e abrangente Monografia da Região de Lafões. 21 Crónica Meu caro Felimon: Eu sei!... Eu sei!... Há muito que não aparecia por estas bandas. Tal como o meu amigo Felimon, eram bastantes os que padeciam com a minha ausência mas eram mais ainda os que andavam felizes por eu me ter ido embora! Mas não aconteceu nem uma coisa, nem outra. Não me fui, mas também não estive. Não é que não me faltasse vontade para ambas as coisas ou para coisa nenhuma mas, pelo andar da carruage, cá o velhote está como a Toyota “veio para ficar”. E perguntam vocês o que me afastou durante todo este tempo do Ecos? Pode ser inacreditável mas é verdade. O que me terá afastado deste propósito de escrever umas coisitas para o Ecos? Nada de especial. Ou até foi. Pensavam uns que andei aos ninhos e caí por uma ribanceira, lá p’rós lados da Fonte Rainha. Hum!... Nada disso. Pensavam outros que andei de caganeira por ter andado na Quelha do Silva a abusar dos cagunços. Hum!... Nada disso. Outros, ainda, julgavam que desapareci no fogo, lá p´rás bandas das Cavadas. Hum!... Nada disso. Há ainda quem tenha pensado que a minha ausência se deve a culpa do carteiro que não trazia as cartas que lhe mandava. Hum!... Nada disso. Pois ficai sabendo que não apareci, durante este tempo todo, porque não tive tempo de aparecer. Andei entretido com outros afazeres e não houve pachorra para dizer disparates. Mas deixemo-nos de intróitos e caminhemos em direção aos meiilhos e ao que importa. Sei que por aí, por essa França imensa, tudo está pintado cor de rosa. Mau pintor foi Sarkozy e vai daí, toca de arranjar quem pintasse melhor. Por cá não se trata de pintar ou não pintar o país às cores. Por cá, o importante 20 é fechar as fábricas e as empresas, aumentar o número de desempregados, subir impostos e taxas, não ter mão nos preços (sobretudo nos combustíveis), reduzir salários e pensões, enfim… Preocupado não ando. Mas sintome um pouco apreensivo com as últimas notícias que tenho lido no Correio da Manhã. Tiros e navalhadas tem sido o forte do pessoal neste país. Por quase nada ou coisa nenhuma aqui vai disto. Mata-se e esfola-se como se se bebesse um copo d’auga. Balha-me Deus! Aí (ouvi dizer que em Amiens) tamém andam uns bravos à solta. Não sei nem imagino o futuro dos nossos netos mas não vem aí coisa boa. Hoje andei no pasto. Andei quer dizer. Orientei o pessoal porque trabalhar já não trabalho. Ando à rasca das cruzes e quase não me indireito. Mas inda oriento a minha malta. Ponho tudo fora da cama às seis da matina. E ai daquele que arrequejar. Não come omolete de chouriço ao almoço. Aqui, cá em casa, é assim. E olha que me tenho dado bem com este sistema. Se não fosse severo com o pessoal já tinha as terras todas a monte e, assim, ainda cultivo duas leiritas. Tenho p´ra lá milho, rapaz!... Estou a ouvir a sirene de Santa Cruz. São os bombeiros. Ele cheira-me a esturro. Rais parta esta bodega. Se calhar anda o fogo na Boavista. Outra vez? Fasta raio! Alguém me chama. Ah!... São os homens da Junta. Deixa-me lá ir ver o que se passa. Ora bolas! A betoneira não funciona! Meu caro, tenho que me despedir. Vou desenrascar a malta. Receba abraços e cumprimentos deste sempre colega e amigo José Bernardo (de La Palisse) Crónica Actualidade sul-americana, um som de uma Lisboa multicultural e, por isso, mais rica. Iniciativas como a do Programa Aconchego, da responsabilidade da Câmara Municipal do Porto, através da sua Fundação Porto Social, que junta vidas e gera ambiente familiar. Por cada idoso, que vive só, há um quarto (quase gratuito), para um jovem estudante viver. São experiências e conhecimentos que se trocam, são amizades que se criam, são um antídoto à solidão dos mais velhos e às finanças pouco abonadas dos mais novos. Um exemplo. É inevitável! Ao falarmos de actualidade não é possível esquecer o tempo difícil que vivemos. Austeridade, desemprego, carga fiscal demasiado pesada, tudo contribui para uma atitude depressiva nacional. Ao menos o sol não faltou na data marcada, minorando os efeitos depressivos da crise, que já não é só nossa, nem da Irlanda, nem da Grécia. Os nossos vizinhos espanhóis, os italianos, qualquer dia os franceses e, quem sabe, os até agora inatingíveis alemães, todos sofrerão arrastados por esta tempestade que varre a zona Euro. Pena que esta Europa não se defenda, unindo-se! Pena que a classe política tenha deixado chegar os seus governados a este nível de endividamento que agora pagamos com juros usurários. Por cá o governo procura agora diminuir a despesa, já que o aumento da receita, baseada no aumento dos impostos, não correspondeu às expectativas. A fuga ao fisco é cada vez mais palpável. Os nossos emigrantes são os que mais se dão conta disso. Para quem pede factura o produto pretendido está esgotado, facto que os surpreende, por não ser a realidade que conhecem nos países de acolhimento. A luta quanto à fraude e evasão fiscal parece agora mais agressiva. Com o cruzamento de dados entre as declarações de rendimentos apresentadas pelas empresas e empresários em nome individual e os registos bancários relativos a pagamentos multibanco, a inspecção fiscal conta apanhar nas suas malhas muitos dos que recorrem à economia paralela. 1000 novos inspectores são esperados até ao final do ano. Simultaneamente o perdão fiscal parcial para quem fez retornar a Portugal o dinheiro que 18 detinha ilegalmente no estrangeiro – 3,4 mil milhões de € - rendeu ao Estado 258,4 milhões de €. O estudo sobre as fundações portuguesas, que rondam as 800, pretendendo a extinção ou a perda de apoio público relativamente a cerca de 130, visando uma redução de custos de 150 a 200 milhões de euros, foi agora conhecido e é mais uma das imposições da troika. Independentemente da valia da maioria das fundações existentes, não é compreensível que fundações de direito privado sejam sistematicamente apoiadas pelo Estado. Então uma fundação não pressupõe a doação de um património suficiente para prosseguir o fim para que o seu fundador a criou? E não compete ao Estado reconhecer legalmente apenas aquelas cujo fim seja relevante e cujo património seja adequado? Mas Portugal não é só o sufoco financeiro, ou o país onde os arquivos são pouco seguros (veja-se o caso dos papeis relativos ao negócio dos submarinos), ou o país com maior rapidez na obtenção de graus universitários, ou o país em que se discute, vai para dois anos, se é mais barato fornecer água engarrafada aos deputados no Parlamento ou água da torneira. Felizmente é muito mais do que isso. É um país inclusivo, acolhedor, solidário. Iniciativas como a que resultou na formação da Orquestra Todos, há cerca de um ano, composta por 15 músicos, portugueses e das comunidades estrangeiras em Portugal, fazem a diferença, transformando o som de Lisboa, que dão agora a conhecer no seu primeiro disco, Intendente, (origem do grupo), numa sonoridade que não é apenas portuguesa, mas também africana, indiana, Iniciativas como as de algumas Câmaras Municipais (25), que dão voz aos munícipes através dos chamados orçamentos participativos. Um exemplo recentemente noticiado é o da Câmara de Cascais, que convocou os seus residentes para apresentarem projectos que melhorassem a vida das pessoas, a serem financiados pela autarquia até um montante global de 2,1 milhões de €, sendo 300 mil € o valor máximo por cada um dos 12 seleccionados pela população (de um lote inicial de 286), após campanha dos respectivos promotores. Finalmente a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos – Londres 2012. Apesar da falta de medalhas – apenas uma de prata para a dupla Emanuel Silva/Fernando Pimenta, na canoagem – esta foi a melhor participação de sempre, em termos de resultados, designadamente no badminton, canoagem, ginástica, ténis de mesa, remo, tiro e equestre. Portugal esteve presente em 12 provas finais. Nestes 100 anos de participação portuguesa (iniciada em 1912), Portugal arrecadou 23 medalhas, apenas mais uma do que o nadador norte americano Michael Phelps, que agora, aos 27 anos, abandonou as competições, sendo considerado o melhor atleta olímpico de sempre, com 22 medalhas, 18 delas de ouro. E finalmente, finalmente, uma referência ao Prof. José Hermano Saraiva, que faleceu a 20 de Julho, com 92 anos de idade. Político (foi ministro da Educação de Salazar e Caetano), advogado, professor, embaixador, mas, sobretudo, um comunicador nato, que tão bem sabia chegar a casa de todos nós através dos seus programas televisivos O Tempo e a Alma e Horizontes da Memória que, durante tantos anos, nos fizeram companhia e nos transmitiram conhecimento. Fica a saudade, fica a memória. NG 19