Formação em TTC Terapia de Transformação da Consciência – TTC Durante muitos anos, utilizei a Terapia de Vida Passada ou Terapia Regressiva como abordagem terapêutica principal. Entretanto, com a experiência comecei a identificar que muitos sofrimentos que o cliente trazia para o processo terapêutico não eram totalmente resolvidos ou superados definitivamente com a aplicação exclusiva da Regressão de Memória. Em muitos casos, a rememoração e a revivência de conteúdos traumáticos favorecia a remissão de sintomas diversos. Porém, quando lidamos com psicopatologias mais complexas como o Transtorno de Pânico, Depressão, Transtorno Obsessivo Compulsivo, etc. observamos que apenas a lembrança dos conteúdos traumáticos associados aos problemas não eram, por si só, capazes de serem resolvidos. Nestes casos, podíamos identificar que existiam alguns padrões de comportamento que eram repetidos pelo cliente na vida atual e que não percebia que ainda estavam tão cristalizados que determinavam certas reações, emoções, pensamentos, etc. que resultavam numa inadequação para as situações da vida atual. Como, então, essa dinâmica psíquica acabava gerando um sofrimento na vida atual? Essa resposta veio sendo obtida na construção de uma base teórica coerente que a nossa observação clínica de inúmeros casos tratados na nossa experiência. A inclusão de outras abordagens que pudessem ampliar a visão de Homem e a dinâmica do psiquismo nos permitiram estruturar uma forma inovadora de pensar a terapia. Contribuições da Hipnose Ericksoniana, Psicologia Transpessoal, Psicossíntese, Logoterapia, dentre outras, nos ajudaram a formular uma nova síntese para a Terapia. A primeira consideração importante está na VISÃO DE HOMEM que utilizamos. Partimos da observação prática de que somos constituídos de diversos Níveis de Consciência, desde o nível de Consciência mais básico, mais material, mais concreto, que é o corpo físico, passando por Níveis de Consciência cada vez mais sutis e imateriais. Neste sentido, utilizamos as contribuições das pesquisas na Psicologia Transpessoal que identificou diversos Níveis de Consciência no ser humano e como, em cada um destes níveis, temos um senso de identidade e de realidade diferenciados. Assim, no nível material temos a nossa identidade relacionada ao corpo e ao funcionamento dele. Podemos identificar, como exemplo, o Nível do Ego que já inclui aspectos relacionados à nossa forma de ser e de pensar, das nossas emoções, que geram uma nova perspectiva da nossa identidade e da realidade que percebemos e atuamos. Quando alcançamos a consciência de níveis mais sutis do nosso psiquismo, passamos a ter uma ampliação da noção de EU e da noção de MUNDO, fazendo com que outras realidade e a nossa inter-relação com essas realidades sejam percebidas. O segundo ponto importantes tem a ver com a formulação de uma Psicologia do Desenvolvimento para este Homem. Ou seja, se o ser humano possui esta estrutura de psiquismo como ele se desenvolve? Qual seria a finalidade do desenvolvimento desta estrutura de Níveis de Consciência? Observamos que o ser humano transita nas suas experiências buscando ampliar o seu nível de consciência dele mesmo. Ou seja, temos como objetivo maior no desenvolvimento da nossa vida, a Auto-transcendência, ou seja, saber qual o sentido da nossa vida e das coisas que fazemos. A maioria de nós realiza este processo de desenvolvimento da alma de forma Inconsciente. Parece que com as experiências somos levados a ampliar a nossa percepção sobre nós mesmos e a realidade que nos cerca. Parece que este processo não se dá exclusivamente pela ampliação do conhecimento e das informações que a ciência pode nos oferecer, mas também do enriquecimento da nossa consciência de fatores subjetivos ou relacionados a uma realidade mais espiritual, energética ou sutil. Neste sentido, observamos que o fluxo normal do desenvolvimento nos leva a uma ampliação da Consciência dos demais Níveis do nosso psiquismo. Da realidade do corpo físico até a realidade da nossa natureza mais essencial, ou espiritual. O Sofrimento parece ocorrer exatamente quando há uma interrupção neste processo natural e progressivo do desenvolvimento do ser espiritual. Quando ficamos, por algum motivo fixado num determinado tipo de Nível de Consciência e “resistimos” a este processo de crescimento geramos uma tensão ou um conflito nas forças internas do nosso psiquismo que acabam resultando num desequilíbrio maior. Este desequilíbrio poderá resultar numa repercussão físca, emocional, mental, comportamental, etc. desdobrando-se num quadro de sofrimento. Desde os mais simples aos mais complexos das psicopatologias. O sofrimento, assim entendido, representa uma sinalização nos níveis mais conscientes e visíveis de que alguma coisa precisa ser modificada na forma de pensar e agir. Mudanças no Sistema de Crenças e Valores, ou seja, no que consideramos importante para o sentido de nossa vida e para a nossa felicidade. É como se o movimento no sentido do crescimento e amadurecimento da Consciência começasse pelos Níveis mais sutis e fossem se manifestando nas dimensões mais externas e conscientes do indivíduo. Se ele acompanha este movimento promove, naturalmente, mudanças e vai se adequando a novos papéis, novas posturas, novos Valores. Quando, por qualquer motivo (um ganho secundário ou um fixação naquele ponto por conta de uma experiência traumática que cristalizou aquela resposta), o indivíduo não realiza esta mudança o sistema psíquico como um todo pode entrar uma etapa de desequilíbrio até que o reequilíbrio seja efetivado. Passei a chamar este fenômeno de a Pedagogia do Sofrimento. Com essa Visão constatamos que o sofrimento somente ocorre quando o indivíduo precisa realizar mudanças mais ou menos profundas na sua forma de “funcionar” na vida. Daí a constatação de que apenas a Regressão de Memória não é suficiente para a superação efetiva dos sofrimentos. Começamos a observar que somente com um trabalho de transformação mais efetiva destes padrões de Valores, Crenças e Comportamentos é que o indivíduo supera suas enfermidades. Nosso objetivo terapêutico, então, passou de aliviar os sintomas que o cliente traz para a terapia para um processo psicoterapêutico que envolve, num primeiro momento a CONSCIÊNCIA de que tipo de padrão, experiência anterior, decisões ou sistemas de crenças e valores ele está identificado. Nesta etapa e Regressão de Memória e todos os recursos vivenciais de ampliação da Consciência são usados na terapia. Para, a partir desta CONSCIÊNCIA, auxiliar o cliente no processo de TRANSFORMAÇÃO destes aspectos por outros que sejam compatíveis com o Nível de Consciência que ele, potencialmente, pode alcançar. Nesta etapa, precisamos auxiliar o cliente a que descubra, por ele mesmo, quais e como promover essa TRANSFORMAÇÃO. Não é um modelo imposto ou pré-moldado para o cliente mas onde ele, potencialmente, pode chegar. Daí o nome da nova abordagem TERAPIA DE TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA. Quando atuamos como facilitadores deste processo, favorecemos o cliente a não só superar a sua enfermidade, mas ampliar a sua consciência de onde está e do que precisa ser modificado para se tornar uma pessoa melhor, mais saudável, mais responsável. Nesta fase da terapia, podemos utilizar diversos recursos vindos das abordagens tradicionais e, no nosso caso, das contribuições da Psicossíntese, da Hipnose Ericksoniana, da PNL e da Psicologia Transpessoal. O mais importante não é na verdade a técnica que se utiliza, mas o princípio e o objetivo de ampliar a CONSCIÊNCIA do indivíduo para que ele possa realizar a TRANSFORMAÇÃO necessária e possível. Com isso, temos podido ajudar inúmeras pessoas a re-significar seu processo de adoecimento, em proposta de aprendizado e crescimento do Espírito. Entender este processo nos obrigou a mudar os objetivos terapêuticos de nossa abordagem gerando uma nova proposta terapêutica que chamei de Terapia de Transformação da Consciência. Esta nova abordagem parte de alguns princípios para sua compreensão. Primeiramente, consideramos uma VISÃO DE HOMEM como um ser que possui diversas dimensões de vida e que estas dimensões estão interligadas e interdependentes.