LOGÍSTICA REVERSA DO LIXO ELETRÔNICO PARA CRIAÇÃO DE
BRINQUEDOS PARA LAZER
Autores: Eriane Camila PETRY, Vitor Eduardo SILVA, José Luiz Ungeritch JÚNIOR.
Identificação autores: Aluno IFC – Campus Camboriú; Aluno IFC – Campus Camboriú; Orientador IFC – Campus Camboriú.
Introdução
Atualmente observamos que o cuidado com o descarte de equipamentos eletrônicos é
essencial, pois a cada dia o elevado uso desses equipamentos no mundo faz com que o lixo se
torne um grande problema ambiental quando incinerados ou não eliminados em locais
adequados. Com avanço cada vez mais rápido de novas tecnologias, muitos equipamentos
eletrônicos vêm se tornando obsoletos e com isso uma grande preocupação surge: o que fazer
com todo esse lixo eletrônico?
Assim como dito por Oliveira, Gomes e Afonso (2010, p. 01 apud GERBASE;
OLIVEIRA, 2012):
A acelerada obsolescência dos equipamentos eletroeletrônicos tem-se destacado como
um problema cada vez mais significativo. Tanto em países desenvolvidos quanto nos
em desenvolvimento, o descarte destes materiais representa o tipo de resíduo sólido
que mais cresce no mundo.
Contaminação dos ambientes aquáticos, desmatamentos, poluição do lençol freático e
introdução de novas espécies, são apenas alguns exemplos das consequências trazidas pela ação
direta e/ou indireta do homem com o descarte incorreto do e-lixo (Goulart e Callisto 2003, p.
01).
Uma das soluções que vem sendo discutidas é a logística reversa, que nada mais é do
que o reaproveitamento dos materiais eletrônicos para a utilização em novos equipamentos.
Segundo Rogers e Tibben-Lembke (1999), as atividades da logística reversa consistem em
coletar os materiais utilizados, danificados ou até mesmo rejeitados, produtos fora de validade,
a embalagem e transporte do ponto do consumidor final até o revendedor.
Como dito por Leite, Lavez e Souza (2009, apud DOWLATSHAHI, 2000), “levar
preocupações ambientais em conta na logística reversa pode trazer diminuição de custos e
melhoras ambientais, pois sistemas de logística reversa recuperam recursos que de outra
maneira não seriam utilizados”. A logística reversa pode ser vista como forma de lucro tanto
direta quanto indiretamente (De Brito e Dekker 2002).
A reutilização do lixo eletrônico para a criação de novos equipamentos seria uma boa
saída para este problema ambiental. Portanto, temos como objetivos do nosso projeto abranger
as possibilidades da reutilização do lixo eletrônico através do uso de carrinhos eletrônicos
movidos a controle remoto em um “campo de batalha”. Descrever os tipos de materiais que
podem ser aproveitados para a construção de brinquedos para a didática de crianças e
adolescentes. Incentivar a reciclagem e a criatividade da comunidade.
Material e Métodos
No projeto, usamos apenas lixo eletrônico e reciclável. Para o corpo dos carrinhos
utilizamos caixas de CD, para o motor utilizamos motores de CD, para as rodas utilizamos rodas
usadas carrinhos de brinquedo e carregadores de celular como fonte de energia.
Cada motor é ligado a um interruptor em uma caixa através de um cabo de energia. A
caixa possui um joystick formado por duas chaves de 3 posições, cada um controla uma roda.
Para obter uma boa movimentação é necessário fazer combinações para que os carrinhos
possam se mover em todas as direções.
Pressionando-se os dois botões para frente, o carrinho avança em linha reta, e
pressionando os dois para trás, o carrinho recua em linha reta. Quando pressionamos um botão
apenas para frente, o carrinho avança virando apenas para esquerda ou direita conforme o botão.
Se pressionarmos um botão para trás, o carrinho recuará girando para esquerda ou para direita.
Inicialmente a ideia era que cada carrinho possuísse um balão e uma agulha, o objetivo
era estourar o balão do adversário. Mas como obtivemos algumas complicações o jogo acabou
ficando sem objetivo específico, apenas como “bate-bate”.
Para analisar o projeto, foi levado a uma feira interna de tecnologia do Instituto Federal
Catarinense - Campus Camboriú para melhor análise de seu desenvolvimento na prática.
Resultados e discussão
Por meio desta pesquisa foram construídos dois carrinhos movidos a controle remoto
projetados para batalhar em uma arena feita de madeira. Através desse projeto, foi possível
constatar as inúmeras possibilidades de reaproveitamento do lixo eletrônico que pode ser
observado na elaboração da Batalha de Carrinhos.
Percebeu-se que existem os mais variados tipos de materiais que podem ser
reaproveitados para a construção de muitos outros equipamentos. Foi notável o grande interesse
por parte das crianças e adolescentes no resultado do projeto, tanto na parte dinâmica quanto na
parte lógica.
Conclusão
Em virtude do que foi mencionado, conclui-se que o uso de lixo eletrônico e reciclável
na fabricação de objetos interativos como os carrinhos, pode ser muito útil para o planeta e para
a sociedade, pois ele incentiva a comunidade a “pensar” antes de fazer o descarte dos objetos.
Foi observado que os carrinhos podem servir a comunidade não só como forma de
entretenimento mas também como meio de aprendizado sobre hardware e eletrônica.
Referências
BRITO, Marisa P de; DEKKER, Rommert. Reverse logistics: a framework. Erasmus
University Rotterdam, 2002.
GERBASE, Annelise Engel; OLIVEIRA, Camila Reis de. RECICLAGEM DO LIXO DE
INFORMÁTICA: Uma oportunidade para a química. 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/qn/v35n7/v35n7a35.pdf>. Acesso em: 24 set. 2015.
GOULART, Michael Dave C.; CALLISTO, Marcos. Bioindicadores de qualidade de água
como ferramenta em estudos de impacto ambiental. 2003. Disponível em: <
http://www.santoangelo.uri.br/~briseidy/P%F3s%20Licenciamento%20Ambiental/bioindicad
ores%2019.10.2010.pdf >. Acesso em: 18 set. 2015.
LEITE, Paulo Roberto; LAVEZ, Natalie; SOUZA, Vivian Mansano de. Fatores da logística
reversa quem influem no reaproveitamento do “lixo eletrônico”: Um estudo no setor de
informática. 2009. Disponível em: <http://web-resol.org/textos/e2009_t00166_pcn20771.pdf>.
Acesso em: 24 set. 2015.
ROGERS, Dale S; TIBBEN-LEMBKE, Ronald S. Going backwards: Reverse logistics trends
and pratics. Universidade de Nevada: Reno, 1999.
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