MINHA NETA Lucinea Aparecida de Rezende Ingrid, é mais um aniversário seu. Quero comemorá-lo dizendo o quanto eu a quero bem. Sabe, por vezes complicamos a vida e acabamos por não dizer o que é essencial, por não viver o mais importante. E você é muito importante para mim. Nas minhas lembranças, muitos momentos, olhares, risos e apertos no coração estão presentes. Dos apertos não quero falar. Eles se referem a todas as vezes que desejei vêla e não pude. Quero falar de outras coisas. Por exemplo, quando você, pequenina, bebê que começava a andar, chegou em casa com seus pais. Enquanto nos cumprimentávamos à porta, você foi logo entrando, dirigiu-se ao meu escritório e voltou com um pequeno dicionário de inglês, capa verde, estendendo-o como quem pedisse que o lêssemos para você. Ou então quando você, ainda tão neném, às voltas com seu pai, que estava deitado no tapete, olhava para mim com um olhar que dizia tanto... E eu, mesmo sem sua fala, tinha a impressão que a entendia. Vem-me à mente quando descobri que você gostava de uvas, de peras. Eu as deixava ao alcance, quando sabia que viria me visitar. Diante do seu jeito gostoso de comer, eu dizia – louco de bom! E você me olhava com sorriso da Monalisa. Até que um dia você comeu as uvas, olhou para mim, e disse: - louco de bom! E os livrinhos de história? Quantas vezes você pedia para ler a mesma história, até eu não conseguir nem mais pronunciar as palavras? E seu jeito de dizer dos lanches que preparo: - uhm! Está uma delícia! Mesmo quando se trata de um simples sanduíche. Tem ainda as cores das roupas... Isto que parece combinação! A cada vez que nos vemos, estamos com as mesmas cores, mesmo sem jamais termos combinado antes. Além do mais, há o jeito de falar... quando você, aos seis anos, corrigiu-me porque falei o nome de uma novela no singular e era no plural... Ou mesmo quando ficamos um tempão fazendo juntas os exercícios passados pela fonoaudióloga, comemorando cada vitória, cada pronúncia correta das palavras a serem trabalhadas. Como é bom ter no coração suas palavras, ditas quando a visitei no domingo: - eu não falei que minha avó vinha daqui a pouco? Ah! Tem também suas lembranças! Você, aos sete anos, já me diz das coisas que lembra que fizemos juntas e gostou muito. Por exemplo, uma tarde que passamos em uma chácara com piscina, ou das musiquinhas que cantamos no carro nas nossas pequenas viagens. Tantas são as coisas que já são parte da nossa história. Uma história preciosa, pois você é especial! Parabéns, querida, pelo seu aniversário. Com amor, Vovó