6437 Trabalho 549 - 1/4 METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO APRENDIZAGEM NA PRÁTICA EDUCATIVA DO ENFERMEIRO: POSSIBILIDADES PARA O CUIDADO CLÍNICO EM SAÚDE Oliveira, Roberta Meneses Nunes, Alcivan Vieira Silva, Ana Paula Almeida Dias da Queiroz, Maria Veraci Oliveira Rodrigues, Dafne Paiva Introdução: Historicamente, a formação em saúde esteve caracterizada por um ensino fragmentado, com o foco em disciplinas das ciências básicas (fisiologia, patologia, anatomia, entre outras) e orientado para a atenção à doença em detrimento da pessoa doente. Nesta perspectiva educacional, professor e aluno assumem papéis distintos, hierarquicamente concebidos entre quem detém o conhecimento e quem deve apreendê-lo de forma acrítica, para reproduzi-lo nos mesmos moldes em sua prática. Este modelo tradicional de ensino pode ser identificado na formação de todas as categorias de trabalhadores do setor saúde. A enfermagem é constituída por processos de trabalho didaticamente estruturados, mas indissociáveis na sua prática; estão articulados na produção do cuidado em saúde: assistir/intervir, gerenciar, pesquisar e ensinar/aprender. No seu processo de formação, com a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação do Enfermeiro (BRASIL, 2001), estão previstos momentos para a construção de competências para a prática educativa, tanto na atenção à saúde dos indivíduos e coletividades, quanto para a formação da sua força de trabalho. A educação está presente em todos os cenários de atuação da enfermagem, desde a atenção básica aos níveis de maior complexidade; sendo desenvolvida de forma sistemática ou não, ela se materializa nos momentos de encontro com os usuários dos serviços enquanto resposta às suas necessidades de saúde apreendidas ou referidas. Objetivo: refletir sobre as metodologias ativas de ensino na prática educativa do enfermeiro, no seu processo de formação em particular, enquanto instrumentos para a construção do cuidado clínico em saúde. Metodologia: Estudo de reflexão teórica, cuja proposição é a de articular conceitos de campos distintos de saberes e práticas em torno de um fenômeno; discute a realidade e seus fenômenos de forma articulada e dinâmica. 6438 Trabalho 549 - 2/4 De acordo com Minayo (2008), os conceitos são unidades de significação, refletindo olhares distintos e hierarquizados sobre a realidade, tornando-se caminhos para direcionar esse mesmo olhar. Resultados: as metodologias ativas de ensino estão ancoradas em novos papéis para o professor e alunos; ao contrário das metodologias tradicionais de ensino, ambos atuam como sujeitos da aprendizagem; o conhecimento é um produto inacabado, fruto de um processo de aprendizagem dinâmico, guiado pela significação dada por esses sujeitos às temáticas em estudo (MITRE, 2008). Potencializam a perspectiva de produção do cuidado emancipatório, concebido por Pires (2005) enquanto “manejo disruptivo da ajuda poder, expresso pelo conhecer para cuidar, cuidar para confrontar, cuidar para emancipar que, contextualizado no processo de trabalho em saúde, pode se tornar emancipatório”; ampliando a autonomia dos sujeitos envolvidos, implicando em aumento dos seus potenciais de vida e da sua autonomia. (PASSOS; BENEVIDES, 2006). Fomentando assim, novas formas de se conceber a prática clínica, superando a clínica medicalizadora e intervencionista. Considerações finais: a formação do enfermeiro a partir das metodologias ativas de ensino possibilita a ampliação da leitura da realidade dos sujeitos envolvidos (docente, discente), e, por conseguinte, o envolvimento dos mesmos com uma prática clínica constituída por encontros, “construindo cartas de intensidade, ou cartografias existenciais que registram menos os estados do que os fluxos, menos as formas do que as forças, menos as propriedades de si do que os devires para fora de si (PASSOS; BENEVIDES, 2006). Descritores: educação em saúde; educação em enfermagem; enfermagem. Referências: BRASIL. Ministério da Educação e Cultura /Conselho Nacional de Educação- MEC/CNES. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de Novembro de 2001. Seção 1, p. 37. Mitre.S. M. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. IN: Ciência & Saúde Coletiva, 13(Sup 2):2133-2144, 2008. PASSOS, E.; BENEVIDES, B. Passagens da clínica. Em Auterives Maciel, Daniel Kupermann e Silvia Tedesco (org) Polifonias: Clínica, Política e Criação.Rio de Janeiro: Conreacapa, 2006, pp. 89-100. PEREIRA, A. L. F. As tendências pedagógicas e a prática educativa nas ciências da saúde. IN: Cad. Saúde Pública, 6439 Trabalho 549 - 3/4 Rio de Janeiro, 19(5):1527-1534, set-out, 2003. PIRES, M. R. G. M. Politicidade do cuidado como referência emancipatória para a enfermagem: conhecer para cuidar melhor, cuidar para confrontar, cuidar para emancipar. IN: Rev. Latino-am Enfermagem, 2005, setembro-outubro; 13(5); 729-36. 1. Especialista em Enfermagem Clínica. Mestranda em Cuidados Clínicos pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Email: [email protected] 2. Enfermeiro. Especialista em Saúde da Família. Docente da FAEN/UERN e da UNP. Mestrando em Cuidados Clínicos em Saúde - UECE. 3. Enfermeira. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade de Fortaleza-UNIFOR. Mestranda em Cuidados Clínicos em Saúde – UECE. 4. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do Curso de Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos em Saúde da Universidade Estadual do Ceará – UECE. 6440 Trabalho 549 - 4/4 5. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do Curso de Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos em Saúde da Universidade Estadual do Ceará – UECE.