Acionamentos Elétricos ACIJ6 Prof. Dr. Cesar da Costa 4.a Aula: Acionamento de Motores ACIONAMENTO DE MOTORES 1. Partida Direta de Motor de Indução Sistema de partida no qual o motor recebe, nos seus terminais, plena tensão no instante da partida. O motor de rotor tipo gaiola pode partir a plena carga e com a corrente elevando-se de 4 a 8 vezes a corrente nominal, conforme o tipo e número de pólos. O conjugado na partida atinge aproximadamente 1,5 vezes o conjugado nominal. ACIONAMENTO DE MOTORES 1. Partida Direta de Motor de Indução É o método de partida mais simples, em que não são empregados dispositivos especiais de acionamento do motor. Apenas são utilizados contatores, disjuntores ou chaves interruptoras que possibilitem a alimentação do motor com plena tensão no instante da partida.. ACIONAMENTO DE MOTORES 1. Partida Direta de Motor de Indução Os motores somente podem partir diretamente da rede se forem satisfeitas as seguintes condições: A capacidade nominal da rede seja suficientemente elevada que torne a corrente de partida do motor como que irrelevante; A corrente de partida do motor é de baixo valor porque a sua potência é pequena; A partida do motor é feita sem carga, o que reduz a duração da corrente de partida e, consequentemente, atenua os efeitos sobre o sistema de alimentação. ACIONAMENTO DE MOTORES 1. Partida Direta de Motor de Indução Os fatores que impedem a partida dos motores diretamente da rede secundária pública de suprimento são: A potência do motor ser superior ao máximo permitido pela concessionária local, normalmente estabelecida em 7,5 cv; A carga a ser movimentada necessitar de acionamento lento e progressivo. ACIONAMENTO DE MOTORES 1. Partida Direta de Motor de Indução ACIONAMENTO DE MOTORES 2. Partida Estrela - Triangulo Em instalações elétricas industriais, principalmente aquelas sobrecarregadas, podem ser usadas chaves estrela-triângulo como forma de suavizar os efeitos de partida dos motores elétricos. Só é possível o acionamento de um motor elétrico através de chaves estrela-triângulo se este possuir seis terminais acessíveis e dispor de dupla tensão nominal, tal como 220/380 V ou 380/660 V. ACIONAMENTO DE MOTORES 2. Partida Estrela - Triangulo O procedimento para o acionamento do motor é feito, inicialmente, ligando-o na configuração estrela até que este alcance uma velocidade próxima da velocidade de regime, quando então esta conexão é desfeita e executada a ligação em triângulo. A troca da ligação durante a partida é acompanhada por uma elevação de corrente, fazendo com que as vantagens de sua redução desapareçam se a comutação for antecipada em relação ao ponto ideal. ACIONAMENTO DE MOTORES 2. Partida Estrela - Triangulo Durante a partida em estrela, o conjugado e a corrente de partida ficam reduzidos a 1/3 de seus valores nominais. Neste caso, um motor só pode partir através de chave estrela-triângulo quando o seu conjugado, na ligação em estrela, for superior ao conjugado da carga do eixo. Devido ao baixo conjugado de partida a que fica submetido o motor, as chaves estrela-triângulo são mais adequadamente empregadas em motores cuja partida se dá em vazio. ACIONAMENTO DE MOTORES 2. Partida Estrela - Triangulo A seguir, algumas vantagens e desvantagens das chaves estrela-triângulo: a) Vantagens Custo reduzido; Elevado número de manobras; Corrente de partida reduzida a 1/3 da nominal; Dimensões relativamente reduzidas.. ACIONAMENTO DE MOTORES 2. Partida Estrela - Triangulo A seguir, algumas vantagens e desvantagens das chaves estrela-triângulo: b) Desvantagens Aplicação específica a motores com dupla tensão nominal e que disponham de seis terminais acessíveis; conjugado de partida reduzido a 1/3 do nominal; A tensão da rede deve coincidir com a tensão em triângulo do motor; O motor deve alcançar, pelo menos, 90% de sua velocidade de regime para que, durante a comutação, a corrente de pico não atinja valores elevados, próximos, portanto, da corrente de partida com acionamento direto. ACIONAMENTO DE MOTORES 2. Partida Estrela - Triangulo ACIONAMENTO DE MOTORES 2.1 Conjugado O conjugado (também chamado torque, momento ou binário) é a medida do esforço necessário para girar um eixo. É sabido, pela experiência prática que, para levantar um peso por um processo semelhante ao usado em poços, a força “ F ” que é preciso aplicar à manivela depende do comprimento “I” da manivela. Quanto maior for a manivela, menor será a força necessária. ACIONAMENTO DE MOTORES 2.1 Conjugado No exemplo a seguir, se o balde pesa 20N e o diâmetro do tambor é 0,20m, a corda transmitirá uma força de 20N na superfície do tambor, isto é, a 0,10m do centro do eixo. Para contrabalancear esta força, precisam de 10N na manivela, se o comprimento l for de 0,20m. Se l for o dobro, isto é, 0,40m, a força F será a metade, ou seja 5N. Como vemos, para medir o “esforço” necessário para girar o eixo não basta definir a força empregada: é preciso também dizer a que distância do eixo a força é aplicada. ACIONAMENTO DE MOTORES 2.1 Conjugado O “esforço” é medido pelo conjugado, que é o produto da força pela distância, F x l. Neste exemplo, o conjugado vale: C = 20N x 0,10m = 10N x 0,20m = 5N x 0,40m = 2,0 N.m. C = F. l (N . m) Onde: F= Força (Newton); I = Comprimento (Metros) ACIONAMENTO DE MOTORES 2.2 Energia A potência mede a “velocidade” com que a energia é aplicada ou consumida. No exemplo anterior, se o poço tem 24,5 metros de profundidade, a energia gasta, ou trabalho realizado para trazer o balde do fundo até a boca do poço é sempre a mesma, valendo 20N x 24,5m = 490N.m Note que a unidade de medida de energia mecânica, N.m, é a mesma que usamos para o conjugado. Trata-se, no entanto, de grandezas de naturezas diferentes, que não devem se confundidas. W = F . d (N . m) ACIONAMENTO DE MOTORES 2.3 Potencia Mecânica Obs.: 1N.m = 1J = W . dt A potência exprime a rapidez com que esta energia é aplicada e se calcula dividindo a energia ou trabalho total pelo tempo gasto em realiza-lo. Assim, se usarmos um motor elétrico capaz de erguer o balde de água em 2,0 segundos, a potência necessária será: P1 = 490 / 2,0 = 245W Se usarmos um motor mais potente, com capacidade de realizar o trabalho em 1,3 segundos, a potência necessária será: P2 = 490 / 1,3 = 377W ACIONAMENTO DE MOTORES 2.4 Potencia Mecânica A unidade mais usual para medida de potência mecânica é o cv (cavalo vapor), equivalente a 736W. Então as potências dos dois motores acima serão: P1 = 245 / 736 = 1 / 3cv P2 = 377 / 736 = 1 / 2cv ACIONAMENTO DE MOTORES 2.5 Rendimento O motor elétrico absorve energia elétrica da linha e a transforma em energia mecânica disponível no eixo. O rendimento define a eficiência com que é feita esta transformação. Chamando “Potência útil” (Pu), a potência mecânica disponível no eixo e “Potência absorvida” (Pa), a potência elétrica que o motor retira da rede, o rendimento será a relação entre as duas, ou seja: Pu (w) 736.P(cv) h Pa(w) 3.u.i.cos Onde: u -Tensão de operação do motor; i - Corrente do motor cos -Fator de potencia do motor ACIONAMENTO DE MOTORES 2.6 Relação entre Conjugado e Potência Quando a energia mecânica é aplicada sob a forma de movimento rotativo, a potência desenvolvida depende do conjugado C e da velocidade de rotação “ n”. As relações são: P(cv) = C(kgfm) x n(rpm) / 716 P(cv) = C(Nm) x n(rpm) / 7024 P(kW) P (Kw) = C(kgfm) x n(rpm) / 974 ACIONAMENTO DE MOTORES 2.7 Curva Conjugado x Velocidade O motor de indução tem conjugado igual a zero à velocidade síncrona. À medida que a carga vai aumentando, a rotação do motor vai caindo gradativamente, até um ponto em que o conjugado atinge o valor máximo que o motor é capaz de desenvolver em rotação normal. Se o conjugado da carga aumentar mais, a rotação do motor cai bruscamente, podendo chegar a travar o rotor. Representando num gráfico a variação do conjugado com a velocidade para um motor normal, vamos obter uma curva com aspecto representado a seguir. ACIONAMENTO DE MOTORES 2.7 Curva Conjugado x Velocidade