BEM DITA Apresentação Eu havia lido: “A Bibliotecária de Aushcwitz”... que conta a história de Dita e seu amor pelos livros. Sou judeu, pertenço ao “povo do livro”, sou contador de histórias e percebi que para contar histórias preciso conter histórias... Sabendo que livros são objetos que contem histórias, conclui que cada ser que contem em si histórias, é um livro ambulante. Percebi que ao levar meus alunos para sala de leitura, ele se entretiam apenas com a quantidade de livros, trocavam muito rapidamente de volumes, de assunto, de formato... não havia um real interesse pelo que estava escrito. Eles gostavam de me ouvir contando o que estava nos livros, e por vezes não lia pois já conhecia a história. Conhecer a história me fazia um livro também. Eu havia contido em mim vários volumes de diversos assuntos e autores. Com isso, deu-se a partir de Fevereiro de 2013, o projeto Bem Dita, que visa fazer com que palavras bem ditas, sejam bem escritas, bem ilustradas e bem lidas! Objetivo Fomentar a leitura e o amor pela mesma, desde seus mais primórdios cernes. Desde sua ideia original, seus bainstorms e conclusões. Desde os primeiros rascunhos e ilustrações finais. Ver o livro nascer, fazer parte daquilo, abriria os olhos dos alunos que por vezes não valorizavam o material que tinham em mãos. Justificativa Bem Dita passou a existir num ambiente hostil a literatura. Uma sala bem equipada, bem nutrida de conteúdo, bem decorada não cumpria seu objetivo de fomentar a leitura. Havia a necessidade de mais. Apenas comer o pão quentinho vindo da padaria todas as manhãs não estava sendo suficiente para valorizar o pão. Era preciso acordar de madrugada, ir a padaria e ver o padeiro sovando a massa, era preciso sujar as mãos na farinha, era preciso suar com o calor do forno, era preciso esperar, trabalhar duro para só então sentir o cheiro de pão fresco. Eles entenderam o recado. Estratégia Por ser um professor de Artes Visuais, administrei minhas matriculas de forma que pudesse abranger um numero interessante de público diversificado, alcançando a educação infantil e o ensino fundamental, completando numa ong o publico de ensino médio. As aulas abordariam a seguinte sequencia: Diário de Bordo : 1#as cores Rota de Navegação – As cores Primarias. Técnica de abordagem: Cores. O que são¿ A partir dessa abordagem foram implementados os conteúdos de cores secundárias, quente e frias, neutras, luz e sombra, profundidade e figura em 3D. A parte escrita foi resultante de oficinas de estimulo a escrita. Seguindo o roteiro abaixo: Título: A Casa Maldita Tema: Uma casa amaldiçoada que engolia crianças. Gênero: Terror Moral: Obedecer a ordens dos pais e não entrar em locais abandonados. Argumento: João nunca havia andado por aquelas bandas. Mas ficou curioso ao ver uma construção por entre as folhagens daquela pequena floresta a beira do lago. Eles nunca iam brincar lá... (...) Dinâmica: As crianças foram divididas por grupos de no mínimo 04 componentes. Um roteirista, um letrista, um desenhista e um colorista. O fato de estar em uma destas funções não deveria impedir que se executasse as demais. Deveriam preencher o questionário acima, o que ajudaria na execução do processo criativo. Após escreverem o argumento, uma reunião foi marcada para decuparmos o texto em blocos, que serviriam de roteiro para o ilustrador. Uma vez feitas as ilustrações, era repassadas para o grupo de coloristas, para só então serem recortadas e coladas nas folhas de fundo. Após todas as ilustrações serem feitas, o texto fpi digitalizado e impresso no formato paisagem, para melhor facilitar o manuseio. Seguiu-se a montagem dos livros e a confecção das capas. Pronto nasceram os livros! Clareza entre os objetivos e resultados alcançados: O que encontrei ontem Um público apático a por vezes hostil a sala de leitura e ao objeto “livro”. O que temos hoje Um publico empolgado não apenas em ler, mas em fazer livros, não há mais hostilidade e a apatia já não mais nos pertence. Adequação a faixa etária. Cada grupo etário teve seu desenvolvimento atendendo suas necessidades de comunicação e tempo de realização. Pertinência da ação desenvolvida Em ambos os grupos, havia uma sinalização da carência duma ação premente que fomentasse o amor e desejo pela leitura. Criatividade, dinamismo da ação de leitura e protagonismo da experiência na comunidade. A criatividade fica por conta dos autores e das técnica de 3D inventadas pelo professor. Os livros após terem sido feitos, foram algo de exposições nos espaços de origem, bem como seguiram para pontos de leitura na Comunidade do Gongolo e Barbante na Zona Oeste do rio de Janeiro, cumprindo sua missão de livro! Qualidade e abrangência dos resultados alcançados A qualidade supera as expectativas, a abrangência supera não só o esperado na confecção que envolveu familiares e equipes de profissionais de diversas instancias. Potencial de replicabilidade Bem Dita, esta acessível a partir do primeiro semestre de 2015 num blog/vlog, com tutoriais da experiência que estarão disponíveis para download inclusive com powerpoints dos conteúdos dados em sala para que a experiência se replique.