Linguagem não-verbal e Cultura
Irma Ugarelli Manfrenotti
Como esse aspecto afeta a comunicação
“O mais importante na comunicação é escutar aquilo que não
foi dito.” Peter Drucker
Linguagem não verbal é composta por sons, imagens,
expressões faciais e corporais. Essas são facilmente
interpretadas em uma determinada sociedade, para a qual
fazem sentido. Por serem influenciadas pelo meio, muitas vezes,
as pessoas assimilam expressões instituídas no grupo social
delas, involuntariamente,e, por conseqüência, expressam ações
denunciadoras daquilo que a palavra não disse.
Analisemos a frase de Paulo Leminski: “A cabeça sabe, a boca é
que não sabe dizer.” Quando o pensamento está voltado para
determinada questão, é comum o corpo espelhar as emoções.
Dessa forma, o abstrato “alegria” é percebido pela manifestação
corporal. Involuntariamente, o corpo transmite, como espelho
da alma, as sensações interiores.
Para estudar esses aspectos, existe a Semiótica (do grego
σημειωτικός (sēmeiōtikos) literalmente "a ótica dos sinais"), é a
ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os
fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é,
sistemas de significação. Ambos os termos são derivados da
palavra grega σημεῖον (sēmeion), que significa "signo".
Desde a antiguidade, há uma disciplina médica chamada de
"semiologia". Usada pela primeira vez, em Inglês, por Henry
Stubbes (1670), em um sentido muito preciso, para indicar o
ramo da ciência médica dedicado ao estudo da interpretação
de sinais. John Locke usou os termos "semeiotike" e
"semeiotics" no livro 4, capítulo 21 do Ensaio acerca do
Entendimento Humano (1690).
Mais abrangente que a lingüística, a qual se restringe ao
estudo dos signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da
linguagem verbal, esta ciência tem por objeto qualquer
sistema sígnico - Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema,
Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência, etc.
Tema retomado por Peter Drucker, o tema faz crer que a
análise dos signos não-verbais é tão antiga quanto a
humanidade e merece atenção por parte daqueles que
pretendem comunicar bem para relacionamentos efetivos.
Em 2011, acompanhei um profissional – nome fictício José
Carlos, para desenvovê-lo em comunicação. Havia, por parte
da Diretoria dele, queixas sobre a dificuldade expressa pelo
participante do curso. Observei que, apesar de ter nascido em
origem humilde, havia um crescimento prático relacionado a
viagens internacionais para aquela pessoa. O diagnóstico é de
que havia ocorrido um distanciamento das origens, o que o
tornava com ares de soberba, às vistas alheias. Isso, de fato,
não era verdadeiro. Mas não havia consciência individual de
quanto determinadas atitudes afetavam a imagem dele e de
quanto o afastavam dos colegas da equipe. Impeditivo para
superar as adversidades, foi necessário trabalhá-lo para elevar
menos a cabeça e manter o olhar em linha reta, ou
direcionada às pessoas com as quais ele se comunicava.
Para facilitar, vamos Foram muitos os esforços, para mantê-lo
no time. Em determinada situação, José Carlos foi
ersponsabilizado por acompanhar uma equipe,em visita à
Empresa.
O trânsito - nada favorável - ocasionou alguns atrasos. Nesse
intervalo de tempo, ele era monitorado, por telefone, pela
Diretoria que o aguardava para dar boas-vindas aos
convidados e encaminhá-los ao almoço com o Presidente. Ao
se aproximar da Empresa, tentou avisar o Diretor, por telefone.
Não houve sucesso; não tentou falar com outro ramal próximo.
Tomou a decisão de encaminhar-se, junto ao grupo, para o
restaurante e colocou-os sentados à mesa.
Ao saberem de que os convidados estavam no restaurante,
Diretor e Presidente encaminham-se ao local. Ao avistá-lo,
com um gesto, o Diretor questionou o ocorrido. A resposta
manifestada por outro gesto de elevar os ombros, bater amão
no relógio, fez crer ao Diretor descaso.
Evidente que, no caso narrado, o presidente perdeu a
oportunidade de conversar com os convidados em pé.
Situação bem mais privilegiada do que aquela sentados à mesa
e à espera dos serviços. O Diretor ficou insatisfeito com a
evasiva do gesto daquele gerente que foi demitido.
Situações positivas podem e devem ser marcadas por gestos
igualmente positivos, receptivos e de boa-vontade. Vigie o
pensamento, pois ele espelha, no corpo – linguagem nãoverbal, informações favoráveis ou não ao interlocutor.
Irma Ugarelli Manfrenotti
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