NÃO TENHO TEMPO Não há tempo Não existe tempo Estou sempre indo... E vindo... Correndo atrás... Do meu medo Do que fazer Do que ter Pra não pensar Pra não olhar o coração vazio. Corro as pressas Atrás do carro Da casa Do que comer Dos filhos E nunca sei onde eles estão Não tenho tempo Nem descanso Não vejo o céu De que cor é ele mesmo? E o sol? As paisagens das nuvens? O luar? Como ele é? Quais são os brinquedos das crianças? De que eles gostam? Não tenho tempo de olhar Meu olhar partiu um dia Não sei pra onde se foi Evaporou-se no cotidiano Corriqueiro de meu todo dia Não senti nada O dia passou A vida passou E eu... não vi a vida passar E ela passou... Não tive tempo Não tive tempo de sair Andar, viajar A correria do dia não deixou Não deu pra sorrir A não ser das poucas coisas Dos amigos do trabalho Mas não deu tempo de ver seus olhos O brilho de luz que tinham na alma Não peguei na terra Não sujei as mãos Nem plantei uma árvore Não experimentei algodão doce Nem comida vegetariana Não fiz meditação Nem dancei as lindas canções que queria dançar Não cantei E muito pouco amei Não tive tempo A vida sempre por um triz Não havia tempo Não houve tempo Não haverá tempo E no entanto... Nem vejo o dia passar Apenas sei que é noite Porque tenho que a porta trancar Acender as luzes E me deitar Tanto tempo há Eu é que não vi A vida passar. Dhyan Firdauz- 15/05/004 Não vi nada