Público Porto
ID: 61497178
21-10-2015
Tiragem: 33895
Pág: 12
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 10,48 x 30,02 cm²
Âmbito: Informação Geral
DIOGO BAPTISTA
O incêndio entrou em fase de rescaldo ao início da tarde
Incêndio em prédio
na Ribeira do Porto
não causou feridos
Acidente
Joana Guimarães
Ainda não se conhece
a origem das chamas.
O incidente deixou os
moradores desalojados
O incêndio que deflagrou na manhã
de ontem na Ribeira do Porto não
causou vítimas, mas os habitantes
do prédio afectado pelas chamas tiveram de ser realojados. As origens do
fogo, que terá deflagrado pelas 11h30,
não foram ainda apuradas.
O prédio, um edifício de quatro
andares, estava habitado por várias
famílias, que se vêem agora sem casa.
Joana Monteiro, de 27 anos, moradora do 1.º andar do prédio, dizia, aflita, ao PÚBLICO: “Moro com a minha
mãe e as minhas irmãs, e não temos
onde morar. A câmara tem de nos
dar uma casa”. O descontentamento
era aliás evidente, com vários habitantes a reclamar ao vereador da Protecção Civil, Manuel Sampaio Pimentel, alterações na Ribeira do Porto.
Queixavam-se, sobretudo, da falta de
bocas-de-incêndio e acusavam-no de
“tentar esconder” os problemas daquela zona, que é actualmente uma
grande atracção para os turistas. No
entanto, o vereador rejeitou as acusações: “O levantamento é feito com
regularidade e onde não há falta de
água, posso garantir, é na ribeira do
Porto”, salienta.
Noémia Campos, de 69 anos, tinha a mãe a morar no prédio: “Não
tenho casa para ela, têm de lhe dar
uma casa aqui”, insistia, reiterando
que a progenitora “não pode ir para
o bairro”, referindo-se aos bairros
sociais para onde muitos moradores
da zona histórica foram transferidos
nas últimas décadas. O actual execu-
tivo da Câmara do Porto tem repetido que essa não é a política que está
agora em vigor, mas, de momento,
não havia uma solução clara para estas famílias. No imediato, contudo, e
como é habitual nestes casos, seriam
disponibilizadas casas da Segurança
Social para quem precisasse. Ao final
da manhã, o vereador da Protecção
Civil garantia que os serviços já estavam “a accionar os mecanismos
normais e que têm respondido com
profissionalismo”.
A dúvida sobre a presença ou não
de alguns habitantes no edifício, no
momento em que o incêndio deflagrou, manteve-se durante toda a
manhã. No local, corria a informação que duas pessoas costumavam
“pernoitar” no último piso do prédio
e o receio de que pudessem estar no
interior manteve-se até os bombeiros conseguirem entrar nessa zona.
Contudo, ao início da tarde, o comandante do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, Rebelo de Carvalho,
afirmou: “Quando não temos a certeza, temos de proceder à investigação,
mas confirmou-se que não havia nenhuma pessoa no prédio”. Por essa
altura, pelas 13h55, o incêndio já tinha entrado em fase de rescaldo, que
se prolongou pela tarde.
Aos jornalistas, Rebelo de Carvalho afirmou ainda que “no interior
do edifício havia material, como papel e roupa, que alimentava a carga
térmica no desenvolvimento do incêndio”, mas não confirmou qual a
possível causa e origem do mesmo,
sublinhando que a investigação será
feita, como de costume, pela Polícia
Judiciária.
O incêndio atraiu as atenções de
habitantes e turistas, com muitos
deles a manterem-se junto à Rua de
Cimo do Muro a assistir à intervenção
dos bombeiros. Texto editado por
Ana Fernandes
Corte: 1 de 1
Download

Incêndio na Ribeira_ Público 21/10