TEORIA DA SINALIZAÇÃO PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO TEORIA DA INFORMAÇÃO TEORIA MICROECONÔMICA II Bibliografia Recomendada *Spence (1973, 1974, 2002) *Molho (1997, cap. 5, 7 e 8) *Bolton e Dewatripont (2005, cap.3) Macho-Stadler & Perez-Castrillo (2001, cap.5) 2 A Teoria da Sinalização A teoria da sinalização busca analisar situações na qual as partes de um contrato estão interessadas em sinalizar algumas características antes que o contrato seja assinado ou firmado. 3 TEORIA DA SINALIZAÇÃO - APLICAÇÕES AO MERCADO DE TRABALHO Educação [Spence (1973,1974)] Desemprego [Ma & Weiss (1993)] Contratação [Personnel Economics] – Lazear (1995, 1998) 4 TEORIA DA SINALIZAÇÃO APLICAÇÕES A ECONOMIA DE EMPRESAS Garantias [Spence (1974)] Propaganda [Nelson (1970, 1974)] Certificação da qualidade Devolução de dinheiro [money back] Cupons [Kirmani & Rao (2000)] Marketing [Kirmani & Rao (2000)] Escala de investimentos [Wren (2003)] 5 TEORIA DA SINALIZAÇÃO APLICAÇÕES FINANÇAS Estrutura financeira [Leland & Pyle (1977), Ross (1977)]; Stock splits (desdobramentos) [Brennan & Coppeland (1987)] Nível de dívida das empresas [Harris & Raviv (1991), Ross (1977), Myers & Maijluf (1984), Klein, O’Brien e Peters (2002)] 6 TEORIA DA SINALIZAÇÃO APLICAÇÕES FINANÇAS Política de dividendos [Bhattacharya (1979,1980), Miller & Rock (1985), John e Williams (1985), Lease et. al (2000)] Intermediação financeira [Leland & Pyle (1977) Venture capital 7 TEORIA DA SINALIZAÇÃO - APLICAÇÕES AO COMÉRCIO INTERNACIONAL Exportação [Shy (2000)] Investimento direto estrangeiro [Liu (1997)] Qualidade das exportações [Collie & Hviid (2001)] Tarifas [Collie & Hviid (1999)] Subsídios à exportação [(1993)] Política Comercial Estratégica [Qiu (1994)] e Brainard & Matimort (1996)] 8 TEORIA DA SINALIZAÇÃO OUTRAS APLICAÇÕES Terrorismo – [Lapan & Sandler (1993)] Caridade - [ Glazer & Konrad (1996)] Desemprego [Ma & Weiss (1993)] Direitos constitucionais – [Farber (2002)] Casamento [Bishop (1984), Rowthorn (2002), Trebilcock (1999)] 9 A Teoria da Sinalização Um sinal é uma atividade, ou uma decisão que prova que um determinado agente têm certas habilidades ou características, ou possui certas informações, ou em outras palavras, que o agente pertence a um certo subconjunto da população. 10 A Teoria da Sinalização A sinalização é usada principalmente pelas partes informadas para tentar eliminar ou minorar o problema de seleção adversa. Somente os agentes que acreditam que podem mostrar que eles são melhores do que os outros é que desejam enviar um sinal. Contudo, a sinalização somente resolve o problema da informação assimétrica se o sinal for crível e acurado. 11 O Que é Sinalização? A sinalização é uma ação que é tomada pela parte mais bem informada para comunicar suas características de um modo crível a parte menos informada. 12 O Que é Sinalização? A sinalização é um meio indireto de resolver um problema de informação assimétrica referente a seleção adversa. 13 O Que é Sinalização? A sinalização refere-se a situações onde é possível transmitir, de um modo crível, informações privadas a parte menos informada via o uso de sinais que são tornados públicos. 14 O Que é Sinalização? Macho-Stadler & Perez-Castrillo (1997, p.188) destacam que – um sinal é alguma atividade ou alguma decisão que provê que o agente preocupado tenha uma certa característica ou habilidade, ou possua uma certa informação, ou em outras palavras, que o agente em questão pertença a um certo subconjunto de toda a população. 15 O Que é Sinalização? A fim de que o sinal seja informativo, somente os agentes que são da população implicada deve estar interessada em sinalizar esta atividade (aqueles que realmente ganham algo em revelar seu tipo). Assim, temos que os agentes somente irão sinalizar uma informação privada se sua utilidade for maior quando suas características são uma informação pública do que quando ela for privada. 16 O Que é Sinalização? Rasmusen (2007, p.320) – afirma que a sinalização é um modo pelo qual um agente comunica seu tipo sob seleção adversa, ou seja, antes que o contrato seja firmado. 17 O Que é Sinalização? Sinalização é uma ação tomada pela parte mais bem informada para comunicar suas características de um modo crível a parte menos informada. A sinalização é uma forma indireta de resolver um problema de informação assimétrica. Png (1998, p. 429 - 430 – Managerial Economics) 18 O Que é Sinalização? Milgron & Roberts (1992, p.161) – a sinalização é a tentativa por parte de certos indivíduos de comunicar suas informações privadas de um modo crível. Milgron & Roberts (1992, p.194) - na sinalização, as partes informadas privadamente tomam ações e comportamentos que, se apropriadamente interpretadas, revelam informações. 19 O Que é Sinalização? A sinalização refere-se ao fato de que, quando há seleção adversa ou perigo moral, aqueles agentes desejarão investir em sinais que os diferenciem dos outros. O investimento em sinais pode ser um benefício do ponto de vista privado, mas um desperdício do ponto de vista público. Por outro lado, o investimento em sinais pode ajudar a resolver problemas causados pela informação assimétrica. Varian (2000, p.715) 20 O Que é Sinalização? A sinalização é um modo de comunicarmos uma informação sobre nós mesmos de um modo que a outra parte irá acreditar. Para uma ação potencialmente funcionar como um sinal, ela deve não somente custar algo para você realiza-la, mas também que a outra parte saiba que ela irá custar mais para você realiza-la se você falsear (misrepresenting) sua informação do que se você for verdadeiro (truthful). John McMillan (1992, p.74-75) 21 O Que é Sinalização? Spence (1974, p.1) – define os sinais de mercado como sendo atividades ou atributos dos indivíduos num mercado no qual por estruturação ou por acidente, alteram as crenças, transmitem informações a outros indivíduos no mercado. 22 O Que é Sinalização? Um agente estará interessado em revelar sua informação privada se ele obtém maior utilidade tornando-a pública. Do mesmo modo ele não desejará sinalizar a informação se o sinal for caro e se o sinal não acaba cobrindo estes custos. 23 O Que é Sinalização? In information theory, a signal is any bit of information that can improve the predictability of a second bit of information. In an economic setting, this predictability is derived from economic forces. For an activity to serve as an economics signal of quality, it must be less costly (or more productive) form high quality sellers to undertake the activity than for low quality sellers to do so. Pauline M. Ippolito (2000) 24 Economia da Informação contrato Pré-contratual Pós-contratual Seleção adversa Moral Hazard Sinalização Contratos Screening Incentivos 25 Economia da Informação Devido a estrutura dos contratos oferecidos pelo principal, alguns agentes podem ficar uma situação pior num contexto de informação assimétrica. Os agentes podem, portanto, ter um interesse em revelar suas informações privadas ao principal visando melhor a sua situação. Os agentes irão buscar tornar pública uma informação privada, escolhendo uma estratégia de sinalização que busque maximizar sua utilidade num contexto de informação assimétrica. 26 Sinalização - representação (Rasmusen, 1994) Agente Principal aceita N A1 A2 P rejeita sinalização contrato Não observado pelo principal 27 Sinalização O trabalho de Spence (1973,1974) utilizou os instrumentos desenvolvidos por John Hasanyi [Prêmio Nobel de Economia] (1967-1968) que propôs um modo de incluir assimetrias na informação na teoria dos jogos assumindo simplesmente que um jogador observava um movimento realizado pela “natureza”, e que todos os demais jogadores conheciam os possíveis movimentos mas somente o jogador privadamente informado conhecia o que a natureza havia feito. 28 Sinalização – representação da seqüência temporal [MS &PC (1998)] N escolhe o tipo do A o qual é observado somente por A P estrutura um contrato A aceita o contrato N escolhe o estado da natureza A envia um sinal a P A oferta um esforço Resultado e pay off 29 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) 1 - O OBJETIVO DO ARTIGO O ensaio de Spence (1973) refere-se a análise de mercados no qual a sinalização tem lugar e no qual os principais sinalizadores são numerosos e em mercados onde há trocas infrequentes, o que leva a situações no qual eles esperam que não sejam criadas ou surjam investimentos em reputação. 31 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O trabalho de Spence (1973) demonstra como os agentes num mercado podem usar a sinalização para reagir aos efeitos da seleção adversa. Num contexto de informação assimétrica, a sinalização refere-se as ações observáveis tomadas pelos agentes econômicos para convencer as partes opostas do valor e da qualidade dos seus produtos. 32 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL A principal contribuição de Spence (1973, 1974) foi a de desenvolver e formalizar esta idéia e demonstrar e analisar suas implicações. O insight fundamental de Spence (1973, 1974) foi de que a sinalização somente poderia funcionar se os custos de sinalização fossem suficientemente diferentes entre aqueles que enviam os sinais (senders). 33 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL Michael Spence identified an important form of adjustament by individual markets, where the bether informed take costly actions in an attempt to improve on their market outcome by credibly trasmiting information to the poorly informed. Spence showed when such signaling will actually work. While his own research emphasized education as a productivity signal in job market, subsequent research has suggested many other applications, e.g. how firms my use dividends to signal their profitability to agents in the stock market. Nobel Prize , 2001 34 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL It was Spence who provided a striking new insigth into how the potencial gains to trade migth be realized despite the problems created by informational asymmetry. His essential point was that if a seller of a higher quality product could find some activity that was less costly for him than for a seller of a lower quality product, it migtht pay him to undertake this activity as a signal of high quality. On the other side of the market, even if buyers were not awere of the underlying differences in the cost of activity, they would learn that signal was associated with higher quality and thus be willing to pay a premium price”. John G. Riley (1988) 35 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL O objetivo de Spence (1973) foi o de apresentar um outline referente a um aparato conceitual dentro do qual o poder de sinalização da educação, a experiência no emprego, raça, gênero e outras características pessoais observáveis pudessem ser usadas para distinguir os tipos de indivíduos. 36 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL Segundo Spence (2002, p.436): The idea behind the job market signaling model is that there are attributes of potencial employees that the employer cannot observe and that affect individual`s subsequent productivity and, hence, value to the employer on the job. 37 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Spence (1973) procurou enfatizar três aspectos com relação ao equilíbrio sinalizador: #1- definição e propriedade de um equilíbrio sinalizador; #2- interação entre os sinais potenciais; #3- eficiência alocativa dos mercados. 38 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Spence (1973, p.356) destacou que leva-se tempo para aprender sobre as capacidades produtivas de um indivíduo. Isto significa que a contratação de um trabalhador pode ser vista como uma decisão de investimento. 39 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Como as habilidades de um indivíduo não são conhecidas antecipadamente, torna tais decisões incertas, ou seja, são decisões tomadas sob incerteza. Portanto, segundo ele, a decisão de se contratar alguém pode ser vista como sendo a compra de uma loteria. 40 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Spence (1973, p.357) assume que o empregador não pode observar diretamente o produto marginal antes da contratação. O que o empregador observa, antes da contratação, é uma abundância de dados pessoais na forma de características observáveis e atributos dos indivíduos e são estes atributos, e são estes que devem, em última instância determinar a sua avaliação da loteria que se está comprando. 41 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Spence (1973,1974) está preocupado com o processo endógeno de mercado no qual o empregador requer (e o indivíduo transmite) informações sobre o empregado potencial, o qual, em última instância determina, implicitamente a loteria envolvida na contratação, as vagas oferecidas e no final, a alocação das vagas as pessoas e das pessoas as vagas. 42 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Por que as empresas simplesmente não contratam os trabalhadores, observam suas respectivas performances e então demitem aqueles que apresentam uma baixa produtividade? #1- Em muitos países, é muito difícil e caro demitir alguém que já tenha trabalhado por um período maior do que apenas alguns meses – a empresa terá que estar sujeita a demonstrações de justa causa, multas rescisórias e etc. 43 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) # 2 - em muitos empregos, os trabalhadores não se tornam plenamente produtivos antes de um prazo de pelo menos seis meses a um ano. Durante este período poderá ser necessário um considerável treinamento interno para o qual a empresa terá que investir uma soma considerável de recursos monetários. Portanto, elas estarão fazendo um bom negócio se puderem conhecer quão produtivos são os potenciais funcionários antes que sejam demitidos. 44 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974): A DISTINÇÃO ENTRE ÍNDICES E SINAIS A distinção entre sinais e índices (Spence, 1973, p.357) e Spence (2002, p.434): Índices – referem-se a atributos que são observáveis e inalteráveis, tais com raça, idade, altura, cor. Alguns atributos como a idade, se modificam, mas não são resultado da escolha do indivíduo); 45 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974): A DISTINÇÃO ENTRE ÍNDICES E SINAIS Sinais – referem-se aquelas características observáveis que estão relacionadas ao indivíduo e que estão sujeitas a manipulação por eles (educação, peso, aparência etc.). Os sinais seriam assim aquelas coisas que um indivíduo faz e que se tornam visíveis e que são designadas para comunicar algo a outra parte. Num certo sentido, elas buscam alterar atributos. 46 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Questão: Quando os sinais são críveis? 47 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Os sinais são críveis se eles satisfizerem propriedades: duas (i) os sinais devem estar disponíveis a certos tipos de agentes, cujo custo de sinalizar é menor do que o benefício que resulta se o receptor decodificar o sinal; (ii) o sinal deve ser “muito caro” para os jogadores do tipo errado puderem adquirir. 48 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Há duas condições que são necessárias que sejam satisfeitas, simultaneamente para que um sinal seja crível e informativo (no caso aqui a educação) e crie, então, um equilíbrio separador: (1) condição de compatibilidade de incentivos: no qual o trabalhador de baixa produtividade não deve ter incentivos para oferecer um elevado nível de educação; (2) condição de racionalidade individual: que assegura que o indivíduo de alta produtividade está de fato numa melhor situação num equilíbrio separador do que num equilíbrio agregador. 49 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Combinando-se aquelas duas propriedades e exigências, um observador lógico poderá concluir que se uma pessoa comprar ou emitir o sinal e a outra não, então as duas pessoas ou as duas empresas são de tipos diferentes e se gera um equilíbrio separador (separating equilíbrium). 50 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS PRESSUPOSTOS DO MODELO (i) há somente um empregador; (ii) há somente dois grupos distintos na economia e tal distinção está relacionada a sua produtividade. Os indivíduos do grupo I e os indivíduos do grupo II; 51 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) (iii) os indivíduos do grupo I [L] tem uma produtividade igual a 1 enquanto os indivíduos do grupo II [H] tem uma produtividade igual a 2; (iv) os indivíduos do grupo I representam ou tem uma participação na população de q e os indivíduos do grupo II tem uma participação de (1-q); 52 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) (v) há um sinal potencial – a educação (anos de estudo y) - a qual está disponível a um determinado custo – C (y). Spence (1973, p.361 e 2000, p.436) assume que a educação é medida por um índice y do nível e está sujeita a uma escolha individual. Além disso, ela é visivel e os custos de aquisição diferem entre os dois grupos. 53 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) (vi) os custos de sinalizar o seu tipo através da educação são dados como função de y, sendo que os custos para um membro do grupo I é de y e para o grupo II são de (y/2). Assim, vemos que os custos de sinalização para ambos os grupos são diferentes. 54 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Resumidamente temos que: Grupo I Produto marginal 1 Proporção na pop. q Custos da educação y II 2 (1-q) (y/2) 55 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Para encontrar um equilíbrio no mercado, nós admitimos um conjunto de crenças probabilísticas condicionais que se auto confirmam para o empregador e, então, determinam se elas são de fato confirmadas pelo mecanismo de retroalimentação. 56 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Crenças probabilísticas condicionais do empregador. Contratação, observação da relação entre o produto marginal e os sinais. Oferta salarial como uma função dos sinais e índices. Decisão de sinalização pelos candidatos e maximização do retorno líquido. Custo de sinalizar. 57 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) E A NOÇÃO DE EQUILÍBRIO Equilibrium in a situation like this, and has two components. First, given the returns and the costs of investing in education individuals make rational investment choices. Second, employers beliefs about the relaton between the signal and the individual’s underling productivity. Thse beliefs are based on incomingdata from the market place. In equilíbrium, thebeliefs must be consistent, that is, they must not be disconfirmed by the in comming data and the subsequent experience. Therefore, one could say that the beliefs must be accurate. But one should also notice that employers’ beliefs/expectations determine the wage offers that are made at various levels of education. The wage offers in turn determine the returns of individuals from investments in education, and finnaly those determine the investment decisions that individuals make with respect to education, and hence the actual relationship between productivity and education that is observed by employers in the marketplace. This complete a cicle. Therefore it is a probability more acurat to a say that in equilíbrium, the employers’ belief are self – confirming. This may sound like a minor restatement but is important. It is the selfconfirming nature of the beliefs that gives rise to the potencial presence of multiple equilibria in the market. Michael Spence (2002, p.436 - 437) 58 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) (vii) suponha que o empregador acredite que há algum nível de educação, tal como y*, tal que se y < y*, então a produtividade é igual a 1, com probabilidade de 1 e se y > y*, então a produtividade é igual a 2 com probabilidade igual a 1. Se aquelas crenças condicionais são as crenças do empregador, então suas escalas salariais serão como as das próximas lâminas. 59 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) W(y) – são as ofertas salariais geradas pelas crenças dos empregadores que acreditam que somente candidatos com algum nível particular de educação (y*) ou maior será altamente produtivo e resto será de baixa produtividade. Isto implica que, se os empregadores observarem um candidato com um nível de educação y o qual tem um nível de educação y < y*, então eles acreditam que o indivíduo pertencer ao grupo I (de baixa produtividade) e lhe oferecerá um salário w1 = 1. 60 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Se ele observar um candidato com educação y cujo o valor seja y > y*, então ele irá acreditar que a pessoa seria do grupo II (de alta produtividade) e lhe ofereceria um salário w2 = 2 . Spence (1973, 1974,2002) assume que a educação não irá afetar a produtividade individual do trabalhador. Este pressuposto inicial é meramente simplificador e não sugere que o capital humano, incluíndo aquele adquirido através da educação não seja relevante. 61 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) As funções de custo da sinalização para os indivíduos dos tipo de baixa e alta produtividade são dados, respectivamente por: CI = y CII = y/2 62 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) E A SINGLE-CROSSING PROPERTY A idéia de que a educação (ou um sinal) é proibitivamente cara para o trabalhador de baixa produtividade, mas não para o de alta produtividade. Na estrutura do modelo, assume-se que os custos de enviar a mensagem ou os sinais diferem, dependendo do tipo do trabalhador. Esta idéia é conhecida na literatura como single-crossing property. 63 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) E A SINGLE-CROSSING PROPERTY A single-crossing property permite que diferentes tipos de agentes se auto-distingam. A idéia básica aqui é que, os diferentes tipos de agentes tenham diferentes tipos de custos. 64 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – ESCALA SALARIAL E AS FUNÇÕES DE CUSTO DE SINALIZAÇÃO CI= y $ W=2 CII= y/2 W=1 0 y* Anos de educação (y) 65 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) (viii) Dada a escala salarial ofertada, os membros de cada grupo (I e II) irão selecionar os níveis ótimos de educação. O objetivo dos indivíduos é maximizar sua função utilidade escolhendo o nível ótimo de educação, ou seja: Max [W – C (y)] y* 66 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) (ix) No jogo de sinalização, o primeiro movimento ou decisão é feito pelo candidato. Ele deve escolher um nível de educação (y) dado o incentivo de um elevado salário (w) para uma educação elevada e o desincentivo da sinalização, dados seus custos. (x) Para ambos os tipos de indivíduos existentes na economia (alta produtividade [H] e de baixa produtividade [L], não existe outro ponto para fixarem seus níveis educacionais que não sejam 0 (zero) e y*. 67 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) Sinalizando y = 0, o individuo recebe w = 1; Sinalizando y = y*, o individuo recebe w = 2; Qualquer outro nível educacional iria implicar em custos adicionais de sinalização sem um correspondente aumento salarial. Assim, os indivíduos de alta e baixa produtividade escolhem os níveis y = y* e y = 0, respectivamente, a fim de maximizarem seus retornos líquidos. 68 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) # o caso do trabalhador L (de baixa produtividade) Fixando o nível de educação y=0, o indivíduo recebe um retorno líquido dado pela distância b enquanto que, se fixasse y = y* seu retorno líquido seria dado pela distância a. Como b > a o melhor que L pode fazer é fixar y=0, isto é não investir em educação, ou seja, não sinalizar o seu tipo. Assim, a fim de maximizar sua utilidade, o indivíduo do tipo L, fixa y = 0 e recebe como retorno líquido b. 69 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) # caso do trabalhador H Para o trabalhador H, quando ele fixa y = y*, o retorno líquido é dado pela distância c (pois seus custos de sinalização são menores do que os de L). Se o trabalhador H fixasse y = 0, ele iria receber b. Mas como c > b, ele irá fixar y = y*. 70 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR CI = y $ W=2 a c CII = y/2 W=1 b d 0 y* Anos de educação - y 71 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR Se os candidatos sinalizam conforme os pressupostos acima e os empregadores respondem com as ofertas salariais de acordo com suas crenças, temos que: L y=0 w=1 H y = y* w = 2 72 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR Os empregadores acreditam que os candidatos com y < y* serão todos do tipo L (baixa produtividade) e isto é verdadeiro – somente os candidatos que tem y < y* irão fixar y = 0 e todos serão do tipo L. Se os empregadores também acreditam que os candidatos com y y* seriam todos do tipo H, e isto também for verdadeiro – somente os candidatos que tem y y* irão fixar y = y* e todos serão do tipo H. 73 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR Tendo satisfeitas todas as condições acima para um equilíbrio, os candidatos irão escolher seus sinais e os salários serão fixados ao nível de sua produtividade esperada, o que também implica em lucros normais e que as crenças a priori dos empregadores são confirmadas. 74 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR Formalmente, as circunstancias sob as quais ambas as condições são satisfeitas implicam, como vimos acima, que: L y=0 w=1 H y = y* w = 2 75 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR As condições para que isto seja verdadeiro, as seguintes duas restrições auto-selecionáveis dever ser cumpridas: (1) tipo L y = 0 se (w=0) w (y=y*) – CL (y = y*), isto é: 1 2 – y* y* > 1 (2) tipo H y = y* se w(y=0) w (y = y*) – CH (y = y*), isto é: 1 2 – (1/2) y* y* 2 76 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR Um equilíbrio separador é um equilíbrio bayesiano perfeito onde cada tipo de principal escolhe um sinal diferente em equilíbrio: eh el, de modo que : (h/eh) = 1 e (l/el) = 1 e wi = VPFMgi. 77 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR (i) o equilíbrio obtido é um equilíbrio sinalizador no sentido de que os tipos L (grupo I) e H (grupo II) são claramente identificados ou separados na solução. O tipo L (grupo I) escolhe y = 0 O tipo H (grupo II) escolhe y = y* 78 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR Num equilíbrio separador temos que cada trabalhador recebe um salário que é igual a sua verdadeira produtividade. Neste caso, temos que as crenças a priori dos empresários sobre a trajetória de equilíbrio se confirmam. 79 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR Quando o sinal é informativo? O sinal é informativo no sentido de que permite distinguir o tipo de candidatos e recompensa-los com o salário correspondente a sua verdadeira produtividade. 80 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR Segundo Molho (1997, p.64), um equilíbrio sinalizador surge quando: (a) os candidatos não tem incentivos para mudar suas decisões de sinalização dados os custos de sinalização e as ofertas salariais disponíveis as pessoas com diferentes níveis de educação. Em outras palavras, o sinal que elas emitem ou escolhem sinalizar é um no qual um agente está obtendo o maior retorno líquido possível para eles. 81 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (b) os empregadores fazem ofertas competitivas e eles tem suas crenças probabilísticas confirmadas. As ofertas salariais competitivas implicam que os empregadores acabam obtendo lucros esperados normais. A confirmação das crenças probabilísticas significa que a interpretação dos empregadores do sinal acaba sendo ou se confirmando como verdadeira. 82 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR O equilíbrio sinalizador como definido acima é também um equilíbrio de Nash. Isto ocorre porque cada jogador neste jogo de sinalização está escolhendo a estratégia que é a melhor resposta a estratégia dos outros jogadores. Os candidatos estão escolhendo os níveis de educação os quais estão maximizando seus retorno líquidos dado os salários sobre a oferta e os custos de sinalização. 83 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR Cada empregador escolhe a oferta salarial a qual maximiza os lucros dada suas crenças, as estratégias dos outros empregadores e as decisões de sinalização dos candidatos. No equilíbrio sinalizador, nenhum dos candidatos deseja modificar suas decisões, dada as decisões dos outros indivíduos. 84 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (ii) Dentro da classe das expectativas do empregador usadas acima, há um número infinito de possíveis equilíbrios para os valores de y*. Isto significa que há um número infinito de equilíbrios no mercado. Em outras palavras, o equilíbrio não é único. 85 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR Qualquer valor de y* entre 1 e y* será sustentado como solução, dada as crenças dos empregadores e, portanto, há, na realidade, um número infinito de equilíbrios. 86 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (iii) os diferentes equilíbrios podem ser classificados baseando-se no critério de Pareto. Quanto mais próximo estiver y* de 2, pior será para o tipo H (grupo II), sendo que o tipo L (grupo I) não será afetado. A razão disto é que, elevados valores de y* envolvem altos custos de sinalização para trabalhadores do tipo H – eles iriam terminar investindo ou superinvestindo em sinais educacionais. Os candidatos do tipo L (grupo I) iriam continuar recebendo w = 1 e os empregadores iriam continuar obtendo lucros normais para qualquer y [1;2] 87 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR O equilíbrio que produz o resultado Paretoeficiente (ou seja, um equilíbrio separador) é y = 1, pois neste caso os custos de sinalização estão num nível mínimo necessário para separar os dois tipos de candidatos, dada a assimetria de informação de mercado. 88 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (iv) o equilíbrio não é equivalente do ponto de vista do bem-estar. Aumentos no nível de y* prejudicam os indivíduos do grupo II (os mais produtivos), enquanto os indivíduos do grupo I (os menos produtivos) permanecem não sendo afetados. 89 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (v) se não houver um equilíbrio sinalizador, cada indivíduo é pago sobre seu produto marginal esperado, o qual é dado por: q + 2 (1- q) = 2 – q Portanto, quanto maior a participação dos grupos de baixa produtividade no mercado, menor o salário dos indivíduos de alta produtividade [H], pertencentes ao grupo II. 90 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (vi) os resultados não dependem da proporção da baixa produtividade dos trabalhadores na população. Podem existir pouquíssimos trabalhadores do tipo L (grupo I, o que equivale dizer que q é pequeno). Mesmo assim, há, ainda, que se incorrer em custos de sinalização para se distinguir os trabalhadores dos dois grupos no mercado de trabalho. 91 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (vii) A solução com informação completa, sem assimetria de informação é Pareto dominante a todos os outros equilíbrios separadores. Isto ocorre porque os salários recebidos por cada trabalhador são os mesmos sob informação simétrica como sob informação assimétrica com sinalização, sendo que no primeiro caso não há custos de sinalização incorridos enquanto que no caso com informação assimétrica os candidatos do tipo H (grupo II) devem fixar o nível de educação no mínimo em y =1. 92 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (viii) a educação resulta em externalidade negativas no sentido de que os benefícios marginais privados podem ser positivos, mas o benefício marginal social é sempre zero, visto que ele não afeta o produto total de bens e serviços produzidos na economia. A educação é improdutiva, mas as pessoas ainda investem nelas ! 93 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR (ix) há duas condições que são necessárias que sejam satisfeitas, simultaneamente para que um sinal (no caso aqui a educação) crie um equilíbrio separador: (1) condição de compatibilidade de incentivos: no qual o trabalhador de baixa produtividade não deve ter incentivos para oferecer um elevado nível de educação; (2) condição de racionalidade individual: que assegura que o indivíduo de alta produtividade está de fato numa melhor situação num equilíbrio separador do que num equilíbrio agregador. 94 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) Uma outra possibilidade lógica referente ao equilíbrio sinalizador é que os candidatos acabam sendo agregados (pooled), isto é, eles acabam enviando os mesmos sinais e obtenham a mesma oferta salarial. Na realidade a sinalização de mercado pode gerar um equilíbrio no qual os trabalhadores acabem sendo reunidos – este caso refere-se a um equilíbrio agregador. 95 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) $ CI= y W=2 CII = y/2 W=1 0 y* Anos de educação (y) 96 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) A oferta salarial seria 1 para todos os níveis educacionais abaixo de y*, saltando para (2-q) para y y*, que é consistente com as crenças dos empregadores. a = retorno líquido do tipo L em y = y* e a > b; b = o retorno líquido em y = 0; c = retorno líquido do tipo H em y = y* e c > b 97 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) Na situação acima, temos que é do interesse de ambos os trabalhadores sinalizar y = y*. Neste caso os empregadores respondem oferecendo a todos os candidatos uma oferta salarial (2- q), que é consistente com suas crenças a priori. 98 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) Num equilíbrio agregador, cada trabalhador envia o mesmo sinal (y*) e acaba recebendo o mesmo salário (2 - q). Neste caso y* deve ser muito baixo, a fim de que permita ao empregados distinguir os indivíduos dos dois grupos (I e II). 99 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) No equilíbrio agregador as crenças dos empregadores são confirmadas, mas o sinal é completamente inútil, isto é, não informativo, pois todos os trabalhadores investem o mesmo nível de educação mas ele não permite ao empregador distinguir entre os candidatos com alta e baixa produtividade. Neste caso, temos que o empregador não estará melhor informado do que estaria se o sinal não tivesse sido emitido. 100 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) – AS PROPRIEDADES (i) um equilíbrio é agregador no sentido de que todos os trabalhadores enviam o mesmo sinal y* e obtém o mesmo salário, w = 2 - q. (ii) No equilíbrio agregador o sinal não é informativo. Aqui os trabalhadores do tipo L (grupo I) imitam, com sucesso o comportamento dos trabalhadores H (grupo II), enviando o mesmo sinal, degradando a informação contida no mesmo. 101 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – ESCALA SALARIAL E AS FUNÇÕES DE CUSTO DE SINALIZAÇÃO – O CASO DO SINAL MUITO FORTE QUE LEVA A UM EQUILÍBRIO AGREGADOR $ CI = y W=2 CII = y/2 W=1 0 y* Anos de educação (y) 102 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) – AS PROPRIEDADES (iii) no caso do equilíbrio agregador equilíbrio não é único. o Qualquer valor de y* entre 0 e (1-q) irá sustentar a solução, dada as crenças dos empregadores. Há, portanto, um número infinito de equilíbrios agregadores. 103 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) – AS PROPRIEDADES (iv) os diferentes equilíbrios não são equivalentes do ponto de vista do bem-estar econômico, pois elevados valores de y* impõe custos sobre ambos os tipos de trabalhadores, não tornando ninguém melhor – visto que um equilíbrio com y* próximo a (1-q) é Pareto inferior aquele com y* próximo a zero. [cf. Spence (2002,p.437-438)] 104 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) – AS PROPRIEDADES (v) o equilíbrio agregador depende da proporção de trabalhadores com baixa produtividade (grupo I) na população, q. O valor do salário no equilíbrio agregador, w, será mais elevado quanto menos trabalhadores com baixa produtividade (grupo I) houver na população. Contudo, para qualquer valor de q, tal que 0 < q < 1, existe um conjunto de equilíbrios agregadores que podem ser encontrados. 105 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) – AS PROPRIEDADES (vi) a solução com informação simétrica não é Pareto-dominante com relação ao equilíbrio agregador e vice-versa. Os trabalhadores do grupo I estão numa situação melhor sob o equilíbrio agregador pois eles obtém um salário igual a w= 2 - q - y*, o qual é tão bom quanto o com informação simétrica , pois 1-q > y*. 106 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) – AS PROPRIEDADES Já os trabalhadores do grupo II estão em pior situação sob o equilíbrio agregador por eles obtém w = [2 - q – (1/2)y*]. 107 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Os indivíduos não nascem todos com as habilidades que o mercado considera iguais. Os indivíduos altamente inteligentes provavelmente serão produtivos e irão receber altos salários no mercado de trabalho; eles provavelmente irão investir muito em educação. 108 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Assim, temos que não é necessariamente a educação que aumenta os seus rendimentos, pois sua remuneração pode ser uma função de suas habilidades inatas. Os empregadores podem, contudo, usar os níveis educacionais como uma proxy para a produtividade provável dos empregados potenciais. 109 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO No modelo de sinalização educacional os empregadores usam os níveis educacionais como um meio de identificar os trabalhadores que são os potencialmente mais produtivos e isto capacita aqueles trabalhadores a serem pagos e receberem um salário maior que os outros trabalhadores que são empregados para executar a mesma tarefa. 110 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Ao invés de pagar todos os trabalhadores o mesmo salário (baseado na produtividade marginal média de todos os trabalhadores), a firma para cada trabalhador um determinando montante o qual varia positivamente com seu nível educacional e que, portanto, aproxima-se do seu próprio produto marginal. 111 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO O produto e a remuneração entre todos os trabalhadores permanece a mesma, mas os trabalhadores individuais podem se beneficiar investindo em educação visto que seus salários irão aumentar com a educação obtida. 112 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Contudo, como vimos em Spence (1973,1974), a oportunidade de se beneficiar deste modo da educação é explorada somente por aqueles trabalhadores com maior habilidade (maior produtividade), visto que para eles as qualificações educacionais são relativamente fáceis de adquirir gerando com isto um equilíbrio sinalizador (ou um equilíbrio separador). 113 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO No modelo de signalling os trabalhadores podem não se ver adquirindo um sinal quando freqüentam a escola, a universidade, um mestrado ou ainda um doutorado, embora segundo o modelo eles o façam. Tudo o que a maioria dos trabalhadores saberá é que, ao obter mais educação, eles podem aumentar seus rendimentos e que suas decisões sobre quanta educação adquirir depende dos custos e retornos para eles, dada a sua função utilidade e a sua função objetivo que é maximiza-la. 114 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Portanto, no modelo de Spence (1973,1974), a educação serve somente como um sinal aos empregadores da provável produtividade dos trabalhadores. De modo que ele é chamado de signalling model. 115 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO No modelo de Spence (1973,1974), na medida em que somente um equilíbrio separador sobreviver, nós resolvemos o problema de assimetria de informação existente no mercado de trabalho através da educação (níveis de educação obtidos pelos próprios trabalhadores). 116 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) O EQUILÍBRIO SEPARADOR CIV = y $ W=2 CII = y/2 W=1 0 y* y** Anos de educação - y 117 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO O nível ótimo de educação que permite distinguir com sucesso entre os dois tipos de trabalhadores é dado neste exemplo como sendo igual a y*. O sinal y* será adquirido pelos trabalhadores do grupo II [H] mas não pelos trabalhadores do grupo I [L]. Se o sinal estivesse abaixo de y*, temos que os dois grupos iriam adquiri-lo e o valor da sinalização estaria perdido [teríamos como visto acima um equilíbrio agregador]. 118 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Se o sinal estivesse um pouco aquém de y* [tal como y**] – temos que o sinal ainda estaria preciso, mas custaria mais do que o necessário para sinalizar o tipo dos dois trabalhadores. Assim, se fosse requerido y** os trabalhadores mais produtivos ainda iriam adquiri-lo, mas não os menos produtivos. Entretanto, os [y** - y*] anos extras de educação envolveriam custos sociais para os quais não houve benefícios, visto que y* distingue os dois tipos de trabalhadores tão bem quanto y**; 119 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Questão: Há forças de mercado que induzem para um nível de equilíbrio y* em termos agregados? Ou em outros termos o equilíbrio microeconômico é consistente com o equilíbrio macroeconômico? 120 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Um sinal abaixo de y* é incapaz de discriminar [de distinguir] entre os candidatos e seria abandonado pelos empregadores, visto que ele gera um equilíbrio agregador e é não informativo. 121 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Se o sinal inicialmente requerido fosse y** haveria forças que empurrando-o para y*? 122 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Se assumirmos que os trabalhadores que adquirem y** são mais dispendiosos de contratar do que os que possuem apenas y* (visto que eles irão desejar recuperar seus custos educacionais) e observando seus níveis salariais mais altos solicitados, temos que algumas empresas poderiam experimentar contratar candidatos com apenas y* anos de educação. 123 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Se aqueles últimos se mostrarem tão produtivos quanto aqueles com y** anos de educação, temos então que as empresas que experimentaram aqueles trabalhadores seriam recompensadas com lucros extraordinários e no longo prazo acabariam sendo imitadas por outras empresas e teríamos que y* se tornaria o padrão de contratação de equilíbrio de mercado. 124 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO On the assumption that the market will find equiibria that are Pareto efficient, one can ask whether there is a better equilíbrium in the Pareto sense (everyone is better off) than the one described above... What is really going on here is that the market is, in a sense, acting as if it is trying to maximize the net income of the higher productivity group. Spence (2002, p.438-439) 125 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Apesar da educação não aumentar a produtividade individual neste modelo, ela provê o sinal correto que permite ao empregador identificar a produtividade do trabalhador. 126 O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO Deste modo, o modelo de Spence (1973, 1974, 2002) oferece uma poderosa justificativa microeconômica para a relação positiva entre salários e educação, a qual por sua vez se relaciona também positivamente entre salários e produtividade individual. 127 A CONTROVÉRSIA SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO: CAPITAL HUMANO X SIGNALLING Questão: Por que a educação leva a altos salários? 128 A CONTROVÉRSIA SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO: CAPITAL HUMANO X SIGNALLING # A Teoria do Capital Humano (TCH) De acordo com a TCH, a relação entre educação e rendimentos é a produtividade. A escolaridade educacional aumenta e melhora as habilidades intelectuais inatas dos indivíduos com os instrumentos necessários para realizar o trabalho produtivo. Estes instrumentos referem-se ao aumento da facilidade do raciocínio lógico, conceituação, comunicação etc. A razão pela qual os indivíduos mais educados ganham mais é que eles tem mais habilidades que as firmas estão dispostas a pagar mais. 129 A CONTROVÉRSIA SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO: CAPITAL HUMANO X SIGNALLING # A Teoria da Sinalização (TS) A TS enfatiza que a educação funciona como um sinalizador ou como um mecanismo de discriminação entre os tipos de trabalhadores num contexto de informação assimétrica no mercado de trabalho. Os teóricos da teoria da sinalização acreditam que a educação e os rendimentos estão positivamente correlacionados não porque a educação aumenta a produtividade de um indivíduo, mas porque os empregadores a vêem como um sinal confiável referente as habilidades inatas dos indivíduos e de sua habilidade no trabalho a ser realizado. 130 Sinalização e Educação: Algumas evidências empíricas (1988). High School Graduation, Performance and Wage. Journal of Political Economy, v.96 Weiss, Andrew. De acordo com a teoria da sinalização, os universitários deveriam ganhar mais do que as pessoas que não concluiram a universidade porque os universitários tem características importantes que os diferenciariam dos não universitários tais como: (i) maior perseverança; (ii) maior concentração; (iii) maior iniciativa; (iv) maior inteligência. 131 Sinalização e Educação: Algumas evidências empíricas Weiss (1988) encontrou evidências de que a educação universitária não está correlacionada com o produto por hora, mas eles tem menor probabilidade de faltar ao trabalho (absenteísmo) ou de se demitir (quit). 132 Sinalização e Educação: Algumas evidências empíricas Visto que as firmas incorrem em custos de contratação para substituir os trabalhadores que se demitem e que o absenteísmo implica em custos e horas extras ao longo do ano, temos que, o VPFMg um trabalhador com uma baixa taxa de de demissão ou absenteísmo é provavelmente mais elevada do que um trabalhador comum, mesmo que quando eles estiverem trabalhando produzam o mesmo produto. 133 Sinalização e Educação: Algumas evidências empíricas Weiss (1988) encontrou evidências que corroboram com as predições da teoria da sinalização - as firmas estão interessadas em contratar universitários porque os secundários tem certas características que as firmas não valorizam. Conferir também: Weiss (1995), JEP 134 Sinalização – outras aplicações - as firmas sinalizam para obter lucros – política de dividendos, estrutura de capital, stock splits – aplicações em finanças. - as firmas que lançam novos produtos oferecem garantias e estabelecem várias estratégias de marketing [cf. Rao & Kirmani, 2000] - os governos buscam fazer anúncios de política econômica críveis. - survey recente: cf. Riley (2001), JEL 135 Sinalização – outras aplicações Economia dos Recursos Humanos (Personnel Economics) 136 Sinalização – outras aplicações Status, renda e consumo – Spence (1974, cap. 8) – uma abordagem moderna do consumo conspícuo de Veblen. Empréstimo e crédito familiar – [Spence (1974, cap.8)] Garantias [Spence (1974, cap. 11)] 137 Sites recomendados http://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Spence http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/2001/ecoadv.pdf http://www.geocities.com/econ_111ment/spence-autobio.html 138 TEORIA DA SINALIZAÇÃO E O MODELO DE SPENCE (1973,1974) TEORIA MICROECONÔMICA II FIM