TEORIA DA SINALIZAÇÃO
PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO
TEORIA DA INFORMAÇÃO
TEORIA MICROECONÔMICA II
Bibliografia Recomendada
*Spence (1973, 1974, 2002)
*Molho (1997, cap. 5, 7 e 8)
*Bolton e Dewatripont (2005, cap.3)
Macho-Stadler & Perez-Castrillo (2001, cap.5)
2
A Teoria da Sinalização
A teoria da sinalização busca analisar
situações na qual as partes de um
contrato estão interessadas em sinalizar
algumas características antes que o
contrato seja assinado ou firmado.
3
TEORIA DA SINALIZAÇÃO - APLICAÇÕES AO
MERCADO DE TRABALHO
Educação [Spence (1973,1974)]
Desemprego [Ma & Weiss (1993)]
Contratação [Personnel Economics] – Lazear (1995,
1998)
4
TEORIA DA SINALIZAÇÃO APLICAÇÕES A ECONOMIA DE EMPRESAS
Garantias [Spence (1974)]
Propaganda [Nelson (1970, 1974)]
Certificação da qualidade
Devolução de dinheiro [money back]
Cupons [Kirmani & Rao (2000)]
Marketing [Kirmani & Rao (2000)]
Escala de investimentos [Wren (2003)]
5
TEORIA DA SINALIZAÇÃO APLICAÇÕES FINANÇAS
Estrutura financeira [Leland & Pyle (1977), Ross (1977)];
Stock splits (desdobramentos) [Brennan & Coppeland
(1987)]
Nível de dívida das empresas [Harris & Raviv (1991),
Ross (1977), Myers & Maijluf (1984), Klein, O’Brien e
Peters (2002)]
6
TEORIA DA SINALIZAÇÃO APLICAÇÕES FINANÇAS
Política de dividendos [Bhattacharya (1979,1980), Miller
& Rock (1985), John e Williams (1985), Lease et. al
(2000)]
Intermediação financeira [Leland & Pyle (1977)
Venture capital
7
TEORIA DA SINALIZAÇÃO - APLICAÇÕES AO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Exportação [Shy (2000)]
Investimento direto estrangeiro [Liu (1997)]
Qualidade das exportações [Collie & Hviid (2001)]
Tarifas [Collie & Hviid (1999)]
Subsídios à exportação [(1993)]
Política Comercial Estratégica [Qiu (1994)] e Brainard & Matimort (1996)]
8
TEORIA DA SINALIZAÇÃO OUTRAS APLICAÇÕES
Terrorismo – [Lapan & Sandler (1993)]
Caridade - [ Glazer & Konrad (1996)]
Desemprego [Ma & Weiss (1993)]
Direitos constitucionais – [Farber (2002)]
Casamento [Bishop (1984), Rowthorn (2002), Trebilcock (1999)]
9
A Teoria da Sinalização
Um sinal é uma atividade, ou uma decisão que
prova que um determinado agente têm certas
habilidades ou características, ou possui certas
informações, ou em outras palavras, que o
agente pertence a um certo subconjunto da
população.
10
A Teoria da Sinalização
A sinalização é usada principalmente pelas partes
informadas para tentar eliminar ou minorar o problema
de seleção adversa.
Somente os agentes que acreditam que podem mostrar
que eles são melhores do que os outros é que desejam
enviar um sinal.
Contudo, a sinalização somente resolve o problema da
informação assimétrica se o sinal for crível e acurado.
11
O Que é Sinalização?
A sinalização é uma ação que é tomada
pela parte mais bem informada para
comunicar suas características de um
modo crível a parte menos informada.
12
O Que é Sinalização?
A sinalização é um meio indireto de
resolver um problema de informação
assimétrica referente a seleção adversa.
13
O Que é Sinalização?
A sinalização refere-se a situações onde é
possível transmitir, de um modo crível,
informações privadas a parte menos informada
via o uso de sinais que são tornados públicos.
14
O Que é Sinalização?
Macho-Stadler & Perez-Castrillo (1997, p.188) destacam
que – um sinal é alguma atividade ou alguma decisão
que provê que o agente preocupado tenha uma certa
característica ou habilidade, ou possua uma certa
informação, ou em outras palavras, que o agente em
questão pertença a um certo subconjunto de toda a
população.
15
O Que é Sinalização?
A fim de que o sinal seja informativo, somente
os agentes que são da população implicada
deve estar
interessada em sinalizar esta
atividade (aqueles que realmente ganham algo
em revelar seu tipo).
Assim, temos que os agentes somente irão
sinalizar uma informação privada se sua
utilidade for maior quando suas características
são uma informação pública do que quando ela
for privada.
16
O Que é Sinalização?
Rasmusen (2007, p.320) – afirma que a
sinalização é um modo pelo qual um agente
comunica seu tipo sob seleção adversa, ou seja,
antes que o contrato seja firmado.
17
O Que é Sinalização?
Sinalização é uma ação tomada pela parte mais bem
informada para comunicar suas características de um
modo crível a parte menos informada.
A sinalização é uma forma indireta de resolver um
problema de informação assimétrica.
Png (1998, p. 429 - 430 – Managerial Economics)
18
O Que é Sinalização?
Milgron & Roberts (1992, p.161) – a sinalização é a
tentativa por parte de certos indivíduos de
comunicar suas informações privadas de um modo
crível.
Milgron & Roberts (1992, p.194) - na sinalização, as
partes informadas privadamente tomam ações e
comportamentos
que,
se
apropriadamente
interpretadas, revelam informações.
19
O Que é Sinalização?
A sinalização refere-se ao fato de que, quando há seleção
adversa ou perigo moral, aqueles agentes desejarão
investir em sinais que os diferenciem dos outros.
O investimento em sinais pode ser um benefício do ponto
de vista privado, mas um desperdício do ponto de vista
público. Por outro lado, o investimento em sinais pode
ajudar a resolver problemas causados pela informação
assimétrica.
Varian (2000, p.715)
20
O Que é Sinalização?
A sinalização é um modo de comunicarmos uma
informação sobre nós mesmos de um modo que a outra
parte irá acreditar.
Para uma ação potencialmente funcionar como um sinal,
ela deve não somente custar algo para você realiza-la,
mas também que a outra parte saiba que ela irá custar
mais
para
você
realiza-la
se
você
falsear
(misrepresenting) sua informação do que se você for
verdadeiro (truthful).
John McMillan (1992, p.74-75)
21
O Que é Sinalização?
Spence (1974, p.1) – define os sinais de mercado como
sendo atividades ou atributos dos indivíduos num
mercado no qual por estruturação ou por acidente,
alteram as crenças, transmitem informações a outros
indivíduos no mercado.
22
O Que é Sinalização?
Um agente estará interessado em revelar sua
informação privada se ele obtém maior utilidade
tornando-a pública.
Do mesmo modo ele não desejará sinalizar a
informação se o sinal for caro e se o sinal não
acaba cobrindo estes custos.
23
O Que é Sinalização?
In information theory, a signal is any bit of information
that can improve the predictability of a second bit of
information. In an economic setting, this predictability is
derived from economic forces. For an activity to serve as
an economics signal of quality, it must be less costly (or
more productive) form high quality sellers to undertake
the activity than for low quality sellers to do so.
Pauline M. Ippolito (2000)
24
Economia da Informação
contrato
Pré-contratual
Pós-contratual
Seleção adversa
Moral Hazard
Sinalização
Contratos
Screening
Incentivos
25
Economia da Informação
Devido a estrutura dos contratos oferecidos pelo
principal, alguns agentes podem ficar uma situação pior
num contexto de informação assimétrica.
Os agentes podem, portanto, ter um interesse em
revelar suas informações privadas ao principal visando
melhor a sua situação.
Os agentes irão buscar tornar pública uma informação
privada, escolhendo uma estratégia de sinalização que
busque maximizar sua utilidade num contexto de
informação assimétrica.
26
Sinalização - representação
(Rasmusen, 1994)
Agente
Principal
aceita
N
A1
A2
P
rejeita
sinalização
contrato
Não observado
pelo principal
27
Sinalização
O trabalho de Spence (1973,1974) utilizou os
instrumentos desenvolvidos por John Hasanyi [Prêmio
Nobel de Economia] (1967-1968) que propôs um modo
de incluir assimetrias na informação na teoria dos jogos
assumindo simplesmente que um jogador observava um
movimento realizado pela “natureza”, e que todos os
demais jogadores conheciam os possíveis movimentos
mas somente o jogador privadamente informado
conhecia o que a natureza havia feito.
28
Sinalização – representação da
seqüência temporal [MS &PC (1998)]
N escolhe o tipo do A o
qual é observado
somente por A
P estrutura um
contrato
A aceita o contrato
N escolhe o estado da
natureza
A envia um sinal a P
A oferta um esforço
Resultado e pay off
29
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
1 - O OBJETIVO DO ARTIGO
O ensaio de Spence (1973) refere-se a análise de
mercados no qual a sinalização tem lugar e no qual os
principais sinalizadores são numerosos e em mercados
onde há trocas infrequentes, o que leva a situações no
qual eles esperam que não sejam criadas ou surjam
investimentos em reputação.
31
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O trabalho de Spence (1973) demonstra como os
agentes num mercado podem usar a sinalização para
reagir aos efeitos da seleção adversa.
Num contexto de informação assimétrica, a sinalização
refere-se as ações observáveis tomadas pelos agentes
econômicos para convencer as partes opostas do valor e
da qualidade dos seus produtos.
32
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL
A principal contribuição de Spence (1973, 1974) foi a de
desenvolver e formalizar esta idéia e demonstrar e
analisar suas implicações.
O insight fundamental de Spence (1973, 1974) foi de
que a sinalização somente poderia funcionar se os
custos de sinalização fossem suficientemente diferentes
entre aqueles que enviam os sinais (senders).
33
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL
Michael Spence identified an important form of adjustament by
individual markets, where the bether informed take costly actions in
an attempt to improve on their market outcome by credibly
trasmiting information to the poorly informed. Spence showed when
such signaling will actually work. While his own research emphasized
education as a productivity signal in job market, subsequent research
has suggested many other applications, e.g. how firms my use
dividends to signal their profitability to agents in the stock market.
Nobel Prize , 2001
34
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL
It was Spence who provided a striking new insigth into how the
potencial gains to trade migth be realized despite the problems
created by informational asymmetry. His essential point was that if
a seller of a higher quality product could find some activity that was
less costly for him than for a seller of a lower quality product, it
migtht pay him to undertake this activity as a signal of high quality.
On the other side of the market, even if buyers were not awere of
the underlying differences in the cost of activity, they would learn
that signal was associated with higher quality and thus be willing to
pay a premium price”.
John G. Riley (1988)
35
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL
O objetivo de Spence (1973) foi o de apresentar um
outline referente a um aparato conceitual dentro do
qual o poder de sinalização da educação, a
experiência no emprego, raça, gênero e outras
características pessoais observáveis pudessem ser
usadas para distinguir os tipos de indivíduos.
36
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
A CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL
Segundo Spence (2002, p.436):
The idea behind the job market signaling model is that
there are attributes of potencial employees that the
employer cannot observe and that affect individual`s
subsequent productivity and, hence, value to the
employer on the job.
37
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Spence (1973) procurou enfatizar três aspectos
com relação ao equilíbrio sinalizador:
#1- definição e propriedade de um equilíbrio
sinalizador;
#2- interação entre os sinais potenciais;
#3- eficiência alocativa dos mercados.
38
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Spence (1973, p.356) destacou que leva-se
tempo para aprender sobre as capacidades
produtivas de um indivíduo.
Isto significa que a contratação de um
trabalhador pode ser vista como uma decisão de
investimento.
39
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Como as habilidades de um indivíduo não são
conhecidas
antecipadamente,
torna
tais
decisões incertas, ou seja, são decisões
tomadas sob incerteza.
Portanto, segundo ele, a decisão de se contratar
alguém pode ser vista como sendo a compra de
uma loteria.
40
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Spence (1973, p.357) assume que o empregador não
pode observar diretamente o produto marginal antes da
contratação.
O que o empregador observa, antes da contratação, é
uma abundância de dados pessoais na forma de
características observáveis e atributos dos indivíduos e
são estes atributos, e são estes que devem, em última
instância determinar a sua avaliação da loteria que se
está comprando.
41
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Spence (1973,1974) está preocupado com o processo
endógeno de mercado no qual o empregador requer (e
o indivíduo transmite) informações sobre o empregado
potencial, o qual, em última instância determina,
implicitamente a loteria envolvida na contratação, as
vagas oferecidas e no final, a alocação das vagas as
pessoas e das pessoas as vagas.
42
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Por que as empresas simplesmente não contratam os
trabalhadores, observam suas respectivas performances
e então demitem aqueles que apresentam uma baixa
produtividade?
#1- Em muitos países, é muito difícil e caro demitir
alguém que já tenha trabalhado por um período maior
do que apenas alguns meses – a empresa terá que estar
sujeita a demonstrações de justa causa, multas
rescisórias e etc.
43
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
# 2 - em muitos empregos, os trabalhadores não se
tornam plenamente produtivos antes de um prazo de
pelo menos seis meses a um ano. Durante este período
poderá ser necessário um considerável treinamento
interno para o qual a empresa terá que investir uma
soma considerável de recursos monetários.
Portanto, elas estarão fazendo um bom negócio se
puderem conhecer quão produtivos são os potenciais
funcionários antes que sejam demitidos.
44
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974): A
DISTINÇÃO ENTRE ÍNDICES E SINAIS
A distinção entre sinais e índices
(Spence, 1973, p.357) e Spence (2002, p.434):
Índices – referem-se a atributos que são observáveis
e inalteráveis, tais com raça, idade, altura, cor.
Alguns atributos como a idade, se modificam, mas
não são resultado da escolha do indivíduo);
45
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974): A
DISTINÇÃO ENTRE ÍNDICES E SINAIS
Sinais – referem-se aquelas características observáveis
que estão relacionadas ao indivíduo e que estão sujeitas
a manipulação por eles (educação, peso, aparência
etc.).
Os sinais seriam assim aquelas coisas que um indivíduo
faz e que se tornam visíveis e que são designadas para
comunicar algo a outra parte. Num certo sentido, elas
buscam alterar atributos.
46
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Questão:
Quando os sinais são críveis?
47
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Os sinais são críveis se eles satisfizerem
propriedades:
duas
(i) os sinais devem estar disponíveis a certos tipos de
agentes, cujo custo de sinalizar é menor do que o
benefício que resulta se o receptor decodificar o sinal;
(ii) o sinal deve ser “muito caro” para os jogadores do
tipo errado puderem adquirir.
48
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Há duas condições que são necessárias
que sejam
satisfeitas, simultaneamente para que um sinal seja crível e
informativo (no caso aqui a educação) e crie, então, um
equilíbrio separador:
(1) condição de compatibilidade de incentivos: no qual o
trabalhador de baixa produtividade não deve ter incentivos
para oferecer um elevado nível de educação;
(2) condição de racionalidade individual: que assegura que o
indivíduo de alta produtividade está de fato numa melhor
situação num equilíbrio separador do que num equilíbrio
agregador.
49
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Combinando-se aquelas duas propriedades e
exigências, um observador lógico poderá
concluir que se uma pessoa comprar ou emitir
o sinal e a outra não, então as duas pessoas
ou as duas empresas são de tipos diferentes e
se gera um equilíbrio separador (separating
equilíbrium).
50
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS PRESSUPOSTOS DO MODELO
(i) há somente um empregador;
(ii) há somente dois grupos distintos na economia e tal
distinção está relacionada a sua produtividade.
Os indivíduos do grupo I e os indivíduos do grupo II;
51
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
(iii) os indivíduos do grupo I [L] tem uma produtividade
igual a 1 enquanto os indivíduos do grupo II [H] tem
uma produtividade igual a 2;
(iv) os indivíduos do grupo I representam ou tem uma
participação na população de q e os indivíduos do
grupo II tem uma participação de (1-q);
52
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
(v) há um sinal potencial – a educação (anos de
estudo y) - a qual está disponível a um determinado
custo – C (y).
Spence (1973, p.361 e 2000, p.436) assume que a
educação é medida por um índice y do nível e está
sujeita a uma escolha individual.
Além disso, ela é visivel e os custos de aquisição
diferem entre os dois grupos.
53
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
(vi) os custos de sinalizar o seu tipo através da
educação são dados como função de y, sendo
que os custos para um membro do grupo I é de
y e para o grupo II são de (y/2).
Assim, vemos que os custos de sinalização para
ambos os grupos são diferentes.
54
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Resumidamente temos que:
Grupo
I
Produto
marginal
1
Proporção na
pop.
q
Custos da
educação
y
II
2
(1-q)
(y/2)
55
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Para encontrar um equilíbrio no mercado, nós
admitimos
um
conjunto
de
crenças
probabilísticas condicionais que se auto
confirmam para o empregador e, então,
determinam se elas são de fato confirmadas
pelo mecanismo de retroalimentação.
56
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Crenças probabilísticas
condicionais do empregador.
Contratação, observação da
relação entre o produto
marginal e os sinais.
Oferta salarial como uma
função dos sinais e índices.
Decisão de sinalização pelos
candidatos e maximização do
retorno líquido.
Custo de sinalizar.
57
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
E A NOÇÃO DE EQUILÍBRIO
Equilibrium in a situation like this, and has two components. First, given the
returns and the costs of investing in education individuals make rational investment
choices. Second, employers beliefs about the relaton between the signal and the
individual’s underling productivity. Thse beliefs are based on incomingdata from the
market place. In equilíbrium, thebeliefs must be consistent, that is, they must not
be disconfirmed by the in comming data and the subsequent experience.
Therefore, one could say that the beliefs must be accurate. But one should also
notice that employers’ beliefs/expectations determine the wage offers that are
made at various levels of education. The wage offers in turn determine the returns
of individuals from investments in education, and finnaly those determine the
investment decisions that individuals make with respect to education, and hence
the actual relationship between productivity and education that is observed by
employers in the marketplace. This complete a cicle. Therefore it is a probability
more acurat to a say that in equilíbrium, the employers’ belief are self –
confirming. This may sound like a minor restatement but is important. It is the selfconfirming nature of the beliefs that gives rise to the potencial presence of
multiple equilibria in the market.
Michael Spence (2002, p.436 - 437)
58
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
(vii) suponha que o empregador acredite que há algum
nível de educação, tal como y*, tal que se y < y*, então a
produtividade é igual a 1, com probabilidade de 1 e se
y > y*, então a produtividade é igual a 2 com
probabilidade igual a 1.
Se aquelas crenças condicionais são as crenças do
empregador, então suas escalas salariais serão como as
das próximas lâminas.
59
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
W(y) – são as ofertas salariais geradas pelas crenças
dos empregadores que acreditam que somente
candidatos com algum nível particular de educação (y*)
ou maior será altamente produtivo e resto será de baixa
produtividade.
Isto implica que, se os empregadores observarem um
candidato com um nível de educação y o qual tem um
nível de educação y < y*, então eles acreditam que o
indivíduo pertencer ao grupo I (de baixa produtividade)
e lhe oferecerá um salário w1 = 1.
60
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Se ele observar um candidato com educação y cujo o
valor seja y > y*, então ele irá acreditar que a pessoa
seria do grupo II (de alta produtividade) e lhe ofereceria
um salário w2 = 2 .
Spence (1973, 1974,2002) assume que a educação não
irá afetar a produtividade individual do trabalhador. Este
pressuposto inicial é meramente simplificador e não
sugere que o capital humano, incluíndo aquele adquirido
através da educação não seja relevante.
61
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
As funções de custo da sinalização para
os indivíduos dos tipo de baixa e alta
produtividade são dados, respectivamente
por:
CI = y
CII = y/2
62
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) E
A SINGLE-CROSSING PROPERTY
A idéia de que a educação (ou um sinal) é
proibitivamente cara para o trabalhador de baixa
produtividade, mas não para o de alta produtividade.
Na estrutura do modelo, assume-se que os custos de
enviar a mensagem ou os sinais diferem, dependendo
do tipo do trabalhador.
Esta idéia é conhecida na literatura como single-crossing
property.
63
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) E
A SINGLE-CROSSING PROPERTY
A
single-crossing
property
permite
que
diferentes tipos de agentes se auto-distingam.
A idéia básica aqui é que, os diferentes tipos de
agentes tenham diferentes tipos de custos.
64
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
ESCALA SALARIAL E AS FUNÇÕES DE
CUSTO DE SINALIZAÇÃO
CI= y
$
W=2
CII= y/2
W=1
0
y*
Anos de educação (y)
65
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
(viii) Dada a escala salarial ofertada, os
membros de cada grupo (I e II) irão selecionar
os níveis ótimos de educação.
O objetivo dos indivíduos é maximizar sua
função utilidade escolhendo o nível ótimo de
educação, ou seja:
Max [W – C (y)]
y*
66
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
(ix) No jogo de sinalização, o primeiro movimento ou
decisão é feito pelo candidato. Ele deve escolher um
nível de educação (y) dado o incentivo de um elevado
salário (w) para uma educação elevada e o desincentivo
da sinalização, dados seus custos.
(x) Para ambos os tipos de indivíduos existentes na
economia (alta produtividade [H] e de baixa
produtividade [L], não existe outro ponto para fixarem
seus níveis educacionais que não sejam 0 (zero) e y*.
67
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
Sinalizando y = 0, o individuo recebe
w = 1;
Sinalizando y = y*, o individuo recebe w = 2;
Qualquer outro nível educacional iria implicar em custos
adicionais de sinalização sem um correspondente
aumento salarial.
Assim, os indivíduos de alta e baixa produtividade
escolhem os níveis y = y* e y = 0, respectivamente, a
fim de maximizarem seus retornos líquidos.
68
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
# o caso do trabalhador L (de baixa produtividade)
Fixando o nível de educação y=0, o indivíduo recebe um retorno
líquido dado pela distância b enquanto que, se fixasse y = y* seu
retorno líquido seria dado pela distância a.
Como b > a  o melhor que L pode fazer é fixar y=0, isto é não
investir em educação, ou seja, não sinalizar o seu tipo.
Assim, a fim de maximizar sua utilidade, o indivíduo do tipo L, fixa
y = 0 e recebe como retorno líquido b.
69
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
# caso do trabalhador H
Para o trabalhador H, quando ele fixa y = y*, o
retorno líquido é dado pela distância c (pois
seus custos de sinalização são menores do que
os de L).
Se o trabalhador H fixasse y = 0, ele iria receber
b. Mas como c > b, ele irá fixar y = y*.
70
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
CI = y
$
W=2
a
c
CII = y/2
W=1
b
d
0
y*
Anos de educação - y
71
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
Se os candidatos sinalizam conforme os
pressupostos acima e os empregadores
respondem com as ofertas salariais de acordo
com suas crenças, temos que:
L y=0
 w=1
H  y = y*  w = 2
72
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
Os empregadores acreditam que os candidatos com
y < y* serão todos do tipo L (baixa produtividade) e
isto é verdadeiro – somente os candidatos que tem
y < y* irão fixar y = 0 e todos serão do tipo L.
Se os empregadores também acreditam que os
candidatos com y  y* seriam todos do tipo H, e isto
também for verdadeiro – somente os candidatos que
tem y  y* irão fixar y = y* e todos serão do tipo H.
73
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
Tendo satisfeitas todas as condições acima para
um equilíbrio, os candidatos irão escolher seus
sinais e os salários serão fixados ao nível de sua
produtividade esperada, o que também implica
em lucros normais e que as crenças a priori dos
empregadores são confirmadas.
74
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
Formalmente, as circunstancias sob as quais
ambas as condições são satisfeitas implicam,
como vimos acima, que:
L y=0
 w=1
H  y = y*  w = 2
75
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
As condições para que isto seja verdadeiro, as seguintes duas
restrições auto-selecionáveis dever ser cumpridas:
(1) tipo L  y = 0 se (w=0)  w (y=y*) – CL (y = y*), isto é:
1  2 – y*  y* > 1
(2) tipo H  y = y* se w(y=0)  w (y = y*) – CH (y = y*), isto é:
1  2 – (1/2) y*  y*  2
76
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
Um equilíbrio separador é um equilíbrio bayesiano
perfeito onde cada tipo de principal escolhe um sinal
diferente em equilíbrio: eh  el, de modo que :
(h/eh) = 1 e
(l/el) = 1 e wi = VPFMgi.
77
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR
(i) o equilíbrio obtido é um equilíbrio sinalizador no
sentido de que os tipos L (grupo I) e H (grupo II) são
claramente identificados ou separados na solução.
O tipo L (grupo I) escolhe y = 0
O tipo H (grupo II) escolhe y = y*
78
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR
Num equilíbrio separador temos que cada
trabalhador recebe um salário que é igual a sua
verdadeira produtividade.
Neste caso, temos que as crenças a priori dos
empresários sobre a trajetória de equilíbrio se
confirmam.
79
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR
Quando o sinal é informativo?
O sinal é informativo no sentido de que permite
distinguir o tipo de candidatos e recompensa-los
com o salário correspondente a sua verdadeira
produtividade.
80
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SEPARADOR
Segundo Molho (1997, p.64), um equilíbrio sinalizador
surge quando:
(a) os candidatos não tem incentivos para mudar suas
decisões de sinalização dados os custos de sinalização e
as
ofertas salariais disponíveis as pessoas com
diferentes níveis de educação.
Em outras palavras, o sinal que elas emitem ou
escolhem sinalizar é um no qual um agente está
obtendo o maior retorno líquido possível para eles.
81
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(b) os empregadores fazem ofertas competitivas e eles
tem suas crenças probabilísticas confirmadas.
As ofertas salariais competitivas implicam que os
empregadores acabam obtendo lucros esperados
normais.
A confirmação das crenças probabilísticas significa que a
interpretação dos empregadores do sinal acaba sendo
ou se confirmando como verdadeira.
82
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
O equilíbrio sinalizador como definido acima é também
um equilíbrio de Nash. Isto ocorre porque cada jogador
neste jogo de sinalização está escolhendo a estratégia
que é a melhor resposta a estratégia dos outros
jogadores.
Os candidatos estão escolhendo os níveis de educação
os quais estão maximizando seus retorno líquidos dado
os salários sobre a oferta e os custos de sinalização.
83
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
Cada empregador escolhe a oferta salarial a
qual maximiza os lucros dada suas crenças, as
estratégias dos outros empregadores e as
decisões de sinalização dos candidatos.
No equilíbrio sinalizador, nenhum dos candidatos
deseja modificar suas decisões, dada as
decisões dos outros indivíduos.
84
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(ii) Dentro da classe das expectativas do
empregador usadas acima, há um número
infinito de possíveis equilíbrios para os valores
de y*.
Isto significa que há um número infinito de
equilíbrios no mercado. Em outras palavras, o
equilíbrio não é único.
85
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
Qualquer valor de y* entre 1 e y* será
sustentado como solução, dada as crenças dos
empregadores e, portanto, há, na realidade,
um número infinito de equilíbrios.
86
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(iii) os diferentes equilíbrios podem ser classificados baseando-se no
critério de Pareto.
Quanto mais próximo estiver y* de 2, pior será para o tipo H (grupo
II), sendo que o tipo L (grupo I) não será afetado.
A razão disto é que, elevados valores de y* envolvem altos custos
de sinalização para trabalhadores do tipo H – eles iriam terminar
investindo ou superinvestindo em sinais educacionais.
Os candidatos do tipo L (grupo I) iriam continuar recebendo w = 1 e
os empregadores iriam continuar obtendo lucros normais para
qualquer y [1;2]
87
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
O equilíbrio que produz o resultado Paretoeficiente (ou seja, um equilíbrio separador) é
y = 1, pois neste caso os custos de sinalização
estão num nível mínimo necessário para separar
os dois tipos de candidatos, dada a assimetria
de informação de mercado.
88
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(iv) o equilíbrio não é equivalente do ponto de
vista do bem-estar.
Aumentos no nível de y* prejudicam os
indivíduos do grupo II (os mais produtivos),
enquanto os indivíduos do grupo I (os menos
produtivos) permanecem não sendo afetados.
89
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(v) se não houver um equilíbrio sinalizador, cada
indivíduo é pago sobre seu produto marginal esperado,
o qual é dado por:
q + 2 (1- q) = 2 – q
Portanto, quanto maior a participação dos grupos de
baixa produtividade no mercado, menor o salário dos
indivíduos de alta produtividade [H], pertencentes ao
grupo II.
90
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(vi) os resultados não dependem da proporção da baixa
produtividade dos trabalhadores na população. Podem
existir pouquíssimos trabalhadores do tipo L (grupo I, o
que equivale dizer que q é pequeno).
Mesmo assim, há, ainda, que se incorrer em custos de
sinalização para se distinguir os trabalhadores dos dois
grupos no mercado de trabalho.
91
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(vii) A solução com informação completa, sem assimetria
de informação é Pareto dominante a todos os outros
equilíbrios separadores.
Isto ocorre porque os salários recebidos por cada
trabalhador são os mesmos sob informação simétrica
como sob informação assimétrica com sinalização, sendo
que no primeiro caso não há custos de sinalização
incorridos enquanto que no caso com informação
assimétrica os candidatos do tipo H (grupo II) devem
fixar o nível de educação no mínimo em y =1.
92
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(viii) a educação resulta em externalidade negativas no
sentido de que os benefícios marginais privados podem
ser positivos, mas o benefício marginal social é sempre
zero, visto que ele não afeta o produto total de bens e
serviços produzidos na economia.
A educação é improdutiva, mas as pessoas ainda
investem nelas !
93
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – AS
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO SINALIZADOR
(ix) há duas condições que são necessárias que sejam
satisfeitas, simultaneamente para que um sinal (no caso
aqui a educação) crie um equilíbrio separador:
(1) condição de compatibilidade de incentivos: no qual o
trabalhador de baixa produtividade não deve ter
incentivos para oferecer um elevado nível de educação;
(2) condição de racionalidade individual: que assegura
que o indivíduo de alta produtividade está de fato numa
melhor situação num equilíbrio separador do que num
equilíbrio agregador.
94
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS
EQUILÍBRIOS AGREGADORES
(OU NÃO INFORMATIVOS)
Uma outra possibilidade lógica referente ao equilíbrio
sinalizador é que os candidatos acabam sendo agregados
(pooled), isto é, eles acabam enviando os mesmos sinais
e obtenham a mesma oferta salarial.
Na realidade a sinalização de mercado pode gerar um
equilíbrio no qual os trabalhadores acabem sendo
reunidos – este caso refere-se a um equilíbrio agregador.
95
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES
(OU NÃO INFORMATIVOS)
$
CI= y
W=2
CII = y/2
W=1
0
y*
Anos de educação (y)
96
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES
(OU NÃO INFORMATIVOS)
A oferta salarial seria 1 para todos os níveis educacionais
abaixo de y*, saltando para (2-q) para y  y*, que é
consistente com as crenças dos empregadores.
a = retorno líquido do tipo L em y = y* e a > b;
b = o retorno líquido em y = 0;
c = retorno líquido do tipo H em y = y* e c > b
97
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES
(OU NÃO INFORMATIVOS)
Na situação acima, temos que é do interesse de
ambos os trabalhadores sinalizar y = y*.
Neste caso os empregadores respondem
oferecendo a todos os candidatos uma oferta
salarial (2- q), que é consistente com suas
crenças a priori.
98
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES
(OU NÃO INFORMATIVOS)
Num equilíbrio agregador, cada trabalhador
envia o mesmo sinal (y*) e acaba recebendo o
mesmo salário (2 - q).
Neste caso y* deve ser muito baixo, a fim de
que permita ao empregados distinguir os
indivíduos dos dois grupos (I e II).
99
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES
(OU NÃO INFORMATIVOS)
No equilíbrio agregador as crenças dos empregadores
são confirmadas, mas o sinal é completamente inútil,
isto é, não informativo, pois todos os trabalhadores
investem o mesmo nível de educação mas ele não
permite ao empregador distinguir entre os candidatos
com alta e baixa produtividade.
Neste caso, temos que o empregador não estará
melhor informado do que estaria se o sinal não tivesse
sido emitido.
100
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES
(OU NÃO INFORMATIVOS) – AS PROPRIEDADES
(i) um equilíbrio é agregador no sentido de que todos os
trabalhadores enviam o mesmo sinal y* e obtém o
mesmo salário, w = 2 - q.
(ii) No equilíbrio agregador o sinal não é informativo.
Aqui os trabalhadores do tipo L (grupo I) imitam, com
sucesso o comportamento dos trabalhadores H (grupo
II), enviando o mesmo sinal, degradando a informação
contida no mesmo.
101
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
ESCALA SALARIAL E AS FUNÇÕES DE CUSTO
DE SINALIZAÇÃO – O CASO DO SINAL MUITO FORTE
QUE LEVA A UM EQUILÍBRIO AGREGADOR
$
CI = y
W=2
CII = y/2
W=1
0
y*
Anos de educação
(y)
102
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS
AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) –
AS PROPRIEDADES
(iii) no caso do equilíbrio agregador
equilíbrio não é único.
o
Qualquer valor de y* entre 0 e (1-q) irá
sustentar a solução, dada as crenças dos
empregadores. Há, portanto, um número
infinito de equilíbrios agregadores.
103
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS
AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) –
AS PROPRIEDADES
(iv) os diferentes equilíbrios não são equivalentes do
ponto de vista do bem-estar econômico, pois elevados
valores de y* impõe custos sobre ambos os tipos de
trabalhadores, não tornando ninguém melhor – visto
que um equilíbrio com y* próximo a (1-q) é Pareto
inferior aquele com y* próximo a zero.
[cf. Spence (2002,p.437-438)]
104
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS
AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) –
AS PROPRIEDADES
(v) o equilíbrio agregador depende da proporção de
trabalhadores com baixa produtividade (grupo I) na
população, q.
O valor do salário no equilíbrio agregador, w, será mais
elevado quanto menos trabalhadores com baixa
produtividade (grupo I) houver na população.
Contudo, para qualquer valor de q, tal que 0 < q < 1,
existe um conjunto de equilíbrios agregadores que
podem ser encontrados.
105
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) – OS EQUILÍBRIOS
AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS) –
AS PROPRIEDADES
(vi) a solução com informação simétrica não é
Pareto-dominante com relação ao equilíbrio
agregador e vice-versa.
Os trabalhadores do grupo I estão numa
situação melhor sob o equilíbrio agregador pois
eles obtém um salário igual a w= 2 - q - y*, o
qual é tão bom quanto o com informação
simétrica , pois 1-q > y*.
106
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974) –
OS EQUILÍBRIOS AGREGADORES (OU NÃO INFORMATIVOS)
– AS PROPRIEDADES
Já os trabalhadores do grupo II estão em
pior situação sob o equilíbrio agregador por
eles obtém w = [2 - q – (1/2)y*].
107
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Os indivíduos não nascem todos com as
habilidades que o mercado considera iguais.
Os
indivíduos
altamente
inteligentes
provavelmente serão produtivos e irão receber
altos salários no mercado de trabalho; eles
provavelmente irão investir muito em educação.
108
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Assim, temos que não é necessariamente a educação
que aumenta os seus rendimentos, pois sua
remuneração pode ser uma função de suas habilidades
inatas.
Os empregadores podem, contudo, usar os níveis
educacionais como uma proxy para a produtividade
provável dos empregados potenciais.
109
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
No modelo de sinalização educacional os
empregadores usam os níveis educacionais
como um meio de identificar os trabalhadores
que são os potencialmente mais produtivos e
isto capacita aqueles trabalhadores a serem
pagos e receberem um salário maior que os
outros trabalhadores que são empregados para
executar a mesma tarefa.
110
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Ao invés de pagar todos os trabalhadores o
mesmo salário (baseado na produtividade
marginal média de todos os trabalhadores), a
firma para cada trabalhador um determinando
montante o qual varia positivamente com seu
nível educacional e que, portanto, aproxima-se
do seu próprio produto marginal.
111
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
O produto e a remuneração entre todos os
trabalhadores permanece a mesma, mas os
trabalhadores individuais podem se beneficiar
investindo em educação visto que seus salários
irão aumentar com a educação obtida.
112
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Contudo, como vimos em Spence (1973,1974), a
oportunidade de se beneficiar deste modo da educação é
explorada somente por aqueles trabalhadores com maior
habilidade (maior produtividade), visto que para eles as
qualificações educacionais são relativamente fáceis de
adquirir gerando com isto um equilíbrio sinalizador (ou
um equilíbrio separador).
113
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
No modelo de signalling os trabalhadores podem não se
ver adquirindo um sinal quando freqüentam a escola, a
universidade, um mestrado ou ainda um doutorado,
embora segundo o modelo eles o façam.
Tudo o que a maioria dos trabalhadores saberá é que,
ao obter mais educação, eles podem aumentar seus
rendimentos e que suas decisões sobre quanta
educação adquirir depende dos custos e retornos para
eles, dada a sua função utilidade e a sua função objetivo
que é maximiza-la.
114
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Portanto, no modelo de Spence (1973,1974), a
educação serve somente como um sinal aos
empregadores da provável produtividade dos
trabalhadores. De modo que ele é chamado de
signalling model.
115
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
No modelo de Spence (1973,1974), na medida
em que somente um equilíbrio separador
sobreviver, nós resolvemos o problema de
assimetria de informação existente no mercado
de trabalho através da educação (níveis de
educação obtidos pelos próprios trabalhadores).
116
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
O EQUILÍBRIO SEPARADOR
CIV = y
$
W=2
CII = y/2
W=1
0
y*
y**
Anos de educação - y
117
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
O nível ótimo de educação que permite distinguir com
sucesso entre os dois tipos de trabalhadores é dado
neste exemplo como sendo igual a y*.
O sinal y* será adquirido pelos trabalhadores do grupo
II [H] mas não pelos trabalhadores do grupo I [L].
Se o sinal estivesse abaixo de y*, temos que os dois
grupos iriam adquiri-lo e o valor da sinalização estaria
perdido [teríamos como visto acima um equilíbrio
agregador].
118
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Se o sinal estivesse um pouco aquém de y* [tal
como
y**] – temos que o sinal ainda estaria preciso, mas
custaria mais do que o necessário para sinalizar o tipo
dos dois trabalhadores. Assim, se fosse requerido y** os
trabalhadores mais produtivos ainda iriam adquiri-lo, mas
não os menos produtivos.
Entretanto, os [y** - y*] anos extras de educação
envolveriam custos sociais para os quais não houve
benefícios, visto que y* distingue os dois tipos de
trabalhadores tão bem quanto y**;
119
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Questão:
Há forças de mercado que induzem para um
nível de equilíbrio y* em termos agregados?
Ou
em
outros
termos
o
equilíbrio
microeconômico é consistente com o equilíbrio
macroeconômico?
120
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Um sinal abaixo de y* é incapaz de discriminar
[de distinguir] entre os candidatos e seria
abandonado pelos empregadores, visto que ele
gera um equilíbrio agregador e é não
informativo.
121
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Se o sinal inicialmente requerido
fosse y** haveria forças que
empurrando-o para y*?
122
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Se assumirmos que os trabalhadores que adquirem y**
são mais dispendiosos de contratar do que os que
possuem apenas y* (visto que eles irão desejar
recuperar seus custos educacionais) e observando seus
níveis salariais mais altos solicitados, temos que algumas
empresas poderiam experimentar contratar candidatos
com apenas y* anos de educação.
123
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Se aqueles últimos se mostrarem tão produtivos
quanto aqueles com y** anos de educação,
temos
então
que
as
empresas
que
experimentaram aqueles trabalhadores seriam
recompensadas com lucros extraordinários e no
longo prazo acabariam sendo imitadas por
outras empresas e teríamos que y* se tornaria o
padrão de contratação de equilíbrio de mercado.
124
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
On the assumption that the market will find equiibria that
are Pareto efficient, one can ask whether there is a better
equilíbrium in the Pareto sense (everyone is better off)
than the one described above... What is really going on
here is that the market is, in a sense, acting as if it is
trying to maximize the net income of the higher
productivity group.
Spence (2002, p.438-439)
125
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Apesar da educação não aumentar
a
produtividade individual neste modelo, ela
provê o sinal correto que permite ao
empregador identificar a produtividade do
trabalhador.
126
O MODELO DE SPENCE (1973, 1974)
OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
Deste modo, o modelo de Spence (1973, 1974,
2002) oferece uma poderosa justificativa
microeconômica para a relação positiva entre
salários e educação, a qual por sua vez se
relaciona também positivamente entre salários e
produtividade individual.
127
A CONTROVÉRSIA SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO:
CAPITAL HUMANO X SIGNALLING
Questão:
Por que a educação leva a altos salários?
128
A CONTROVÉRSIA SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO:
CAPITAL HUMANO X SIGNALLING
# A Teoria do Capital Humano (TCH)
De acordo com a TCH, a relação entre educação e rendimentos é a
produtividade.
A escolaridade educacional aumenta e melhora as habilidades
intelectuais inatas dos indivíduos com os instrumentos necessários
para realizar o trabalho produtivo. Estes instrumentos referem-se ao
aumento da facilidade do raciocínio lógico, conceituação,
comunicação etc.
A razão pela qual os indivíduos mais educados ganham mais é que
eles tem mais habilidades que as firmas estão dispostas a pagar mais.
129
A CONTROVÉRSIA SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO:
CAPITAL HUMANO X SIGNALLING
# A Teoria da Sinalização (TS)
A TS enfatiza que a educação funciona como um sinalizador ou
como um mecanismo de discriminação entre os tipos de
trabalhadores num contexto de informação assimétrica no mercado
de trabalho.
Os teóricos da teoria da sinalização acreditam que a educação e os
rendimentos estão positivamente correlacionados não porque a
educação aumenta a produtividade de um indivíduo, mas porque os
empregadores a vêem como um sinal confiável referente as
habilidades inatas dos indivíduos e de sua habilidade no trabalho a
ser realizado.
130
Sinalização e Educação:
Algumas evidências empíricas
(1988). High School Graduation,
Performance and Wage. Journal of Political Economy,
v.96
Weiss,
Andrew.
De acordo com a teoria da sinalização, os universitários deveriam
ganhar mais do que as pessoas que não concluiram a universidade
porque os universitários tem características importantes que os
diferenciariam dos não universitários tais como: (i) maior
perseverança; (ii) maior concentração; (iii) maior iniciativa; (iv)
maior inteligência.
131
Sinalização e Educação:
Algumas evidências empíricas
Weiss (1988) encontrou evidências de que
a educação universitária não está
correlacionada com o produto por hora,
mas eles tem menor probabilidade de
faltar ao trabalho (absenteísmo) ou de se
demitir (quit).
132
Sinalização e Educação:
Algumas evidências empíricas
Visto que as firmas incorrem em custos de contratação
para substituir os trabalhadores que se demitem e que
o absenteísmo implica em custos e horas extras ao
longo do ano, temos que, o VPFMg um trabalhador com
uma baixa taxa de de demissão ou absenteísmo é
provavelmente mais elevada do que um trabalhador
comum, mesmo que quando eles estiverem trabalhando
produzam o mesmo produto.
133
Sinalização e Educação:
Algumas evidências empíricas
Weiss (1988) encontrou evidências que corroboram com
as predições da teoria da sinalização - as firmas estão
interessadas em contratar universitários porque os
secundários tem certas características que as firmas
não valorizam.
Conferir também: Weiss (1995), JEP
134
Sinalização – outras aplicações
- as firmas sinalizam para obter lucros – política de
dividendos, estrutura de capital, stock splits – aplicações
em finanças.
- as firmas que lançam novos produtos oferecem
garantias e estabelecem várias estratégias de marketing
[cf. Rao & Kirmani, 2000]
- os governos buscam fazer anúncios de política
econômica críveis.
- survey recente: cf. Riley (2001), JEL
135
Sinalização – outras aplicações
Economia dos Recursos Humanos
(Personnel Economics)
136
Sinalização – outras aplicações
Status, renda e consumo – Spence (1974, cap. 8) – uma
abordagem moderna do consumo conspícuo de Veblen.
Empréstimo e crédito familiar – [Spence (1974, cap.8)]
Garantias [Spence (1974, cap. 11)]
137
Sites recomendados
http://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Spence
http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/2001/ecoadv.pdf
http://www.geocities.com/econ_111ment/spence-autobio.html
138
TEORIA DA SINALIZAÇÃO E O
MODELO DE SPENCE (1973,1974)
TEORIA MICROECONÔMICA II
FIM
Download

teoria da sinalização - Programa de Pós