II Congresso do Tejo A Utilização do Rio NUNES DOS SANTOS 2006 II Congresso do Tejo A Utilização do Rio O rio Tejo à semelhança de todos os outros cursos de água, sempre foi utilizado pelo homem desde que existe ocupação humana da sua bacia, e como qualquer organismo vivo, tem biologia própria com o seu tempo. Do passado do Tejo, temos memórias e temos História. Para o futuro temos desejos e intenções. No espaço de uma geração o rio sofreu grandes transformações. A defesa das suas margens ficou muito fragilizada, a pesca nas suas águas ganhou componentes danosas (de meixão com redes mosquiteiras, que destroem todos os juvenis) e perdeu a pujança tradicional, a qualidade das suas águas não piorou, o assoreamento foi encarado como preocupação ambiental e técnica, as populações voltaram às suas margens com a concretização de magníficas zonas marginais de fruição e lazer. A imagem seguinte documenta a partir das Portas do Sol em Santarém a passagem desses 30 anos do Tejo e de um seu trabalhador. Mas o rio continua imperturbável a seguir o seu ciclo natural de secas e cheias, pelo que se mostra uma imagem das cheias do rio tirada do mesmo local. 1 O Tejo tem como regra fundamental da sua gestão o binómio destruição / construção, tendo a destruição o seu ponto alto nas cheias e a construção no aproveitamento da capacidade fértil dos seus campos, na protecção contra erosões, no desassoreamento, na despoluição, nos equipamentos de lazer, na produção de energia eléctrica nas suas centrais hidroeléctricas e no arrefecimento das centrais termoeléctricas do Carregado e do Pego, na navegação, etc.. A grande lição dos habitantes das regiões ribeirinhas do Tejo é que muito cedo aprenderam a proteger e a regular a sua força destrutiva transformando-a em riqueza. É na vertente de criação de riqueza, que o rio desde a antiguidade foi utilizado pelos fenícios, púnicos, romanos, visigodos, árabes e finalmente pelos portugueses. Na antiguidade as trocas comerciais foram um factor de grande importância sendo o Tejo a sua principal via. As suas condições naturais permitiram ter em Santarém, o porto inicial do então chamado mar 2 interior, no qual se iniciava a rota de navegação mediterrânica, que se despertou com civilização fenícia. Até há cerca de um século atrás, ao cais de Santarém, podiam facilmente chegar embarcações que subiam o Tejo desde a sua foz. Para montante existiam inúmeros cais fluviais que perderam importância com a proibição da navegação comercial a montante de Santarém decretadas pelos reis D. Pedro I e D. Fernando. São exemplos dessas infraestruturas os cais de Barquinha, Tancos, Arrepiado, do Carvão, Constância, Rio de Moinhos, Abrantes, etc.. Uma parte significativa destes cais está actualmente a sofrer obras de recuperação. Nem sempre as infraestruturas portuárias eram instalações fixas. Por vezes eram simples praias onde aportavam as embarcações e onde se davam as trocas comerciais. Para o estudo desta actividade portuária, talvez a análise dos escombros resultantes das extracções de inertes seja um auxiliar precioso do ponto de vista da arqueologia. A navegação no Tejo a partir do século XVII foi objecto de várias propostas que tinham como objectivo tornar o rio Tejo a principal via comercial de toda a sua bacia ibérica, a que já foi chamada Tejânia. 3 O primeiro destes projecto é da época de Filipe II, a que se seguiu no século XVII o de Estevão Dias Cabral, no século XIX o do Ministério das Obras Publicas Comércio e Industria e no século XX o do grupo Mendes Godinho com o nome de “Projecto Tejo, Aproveitamento para fins Múltiplos”, que pretendia construir no Tejo uma via fluvial que ligaria o centro da Península Ibérica a todas as auto-estradas fluviais principalmente da Europa. Por estar mais próximo de nós é importante relembrar-mos alguns dados deste projecto que teria uma extensão de 230 km a partir de Lisboa e 140 km numa primeira fase. TOLEDO Esta obra permitiria, utilizando as eclusas tipo a ligar os diversos planos de água, a circulação de comboios de barcaças que transportariam aproximadamente 5000 toneladas o que equivale a 500 vagões de 10 toneladas ou a 250 camiões de 20 toneladas. 4 Destes planos de água teriam de ser construídos o de Muge, Santarém e Almourol e dotar de eclusas anexas os restantes já existentes, que se mostram a figura seguinte. 5 Esta forma de transporte permitiria uma significativa poupança de energia como se pode ver pelo quadro seguinte que relaciona a distância de transporte com a quantidade de energia. A navegação do rio Tejo a montante de V. F. de Xira começou a perder importância ferroviário nos finais do século XIX e praticamente desapareceu no século XX com o transporte rodoviário. A sua importância na actualidade pode ser questionada se se atender ao facto de junto à ponte D. Amélia em Muge ter sido construída uma nova ponte com uma distância entre pilares de cerca de metade da antiga o que reduz fortemente a capacidade de navegação. 6 Também a nova ponte em construção sobre o Tejo que liga Benavente ao Carregado na auto-estrada A10, tem cerca de menos 2 metros de pé direito que a próxima ponte Marechal Carmona em Vila Franca construída em meados do século XX. São más notícias para o Tejo. Ligado à navegação desassoreamento, que encontramos sempre foi o uma binómio areia na assoreamento engrenagem / do funcionamento fluvial do Tejo, que oficialmente começa junto ao forte de S. Julião da Barra e tem como marco marítimo o farol do Bugio, zona onde se verificou uma forte erosão, como se pode constatar pela gravura seguinte datada do século XVII. 7 É importante desfazer o mito de que o caudal sólido do Tejo alimenta a orla costeira. Os estudos nomeadamente o da “CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DO ESTUÁRIO DO TEJO SEDIMENTOLOGIA” de Ricardo Oliveira, concluíram que a fracção arenosa do rio Tejo com proveniência fluvial não ultrapassa a linha Belém Banática. Os sedimentos arenosos não conseguem percorrer todo o grande estuário do rio Tejo ficando depositados prioritariamente no grande mar da Palha, que se encontra numa fase de assoreamento muito preocupante. O caudal sólido do rio Tejo não parece ter qualquer consequência no transporte marítimo litoral por se tratar, em termos fluviais, de sistemas diferentes. 8 Não nos vamos preocupar, no âmbito desta análise com o que se passa em termos de caudal sólido para jusante da Ponte de V. F. de Xira, até porque são realidades diferentes nos mais diversos aspectos nomeadamente no referente às requalificações ribeirinhas. Às que se fizeram no estuário e para montante não chegou a nova forma de poluição luminosa que nos rouba o plano de água e as estrelas como é referido no artigo do Dr. Nuno Crato, que se apresenta: 9 10 Existe no entanto uma realidade. O leito do rio Tejo na planície Ribatejana está em assoreamento e daí a necessidade da extracção de inertes que tem unicamente como objectivo melhorar o funcionamento fluvial e ambiental, no troço de Valada a Abrantes. Estas extracções têm um histórico que importa referir. Desde a segunda metade do século XX a actividade de extracção de inertes começou a assumir características industriais, implicando consequências negativas sobre o meio ambiente, designadamente uma forte pressão sobre as linhas de água e uma degradação ambiental do meio envolvente. Procurando obstar a tais efeitos nefastos e sobretudo a alguma indisciplina da actividade extractiva, procedeu-se na altura à divisão do Rio Tejo em talhões de extracção (talhões que iam de A a M ), tendo-se realizado hastas públicas a fim de serem atribuídas licenças para cada local de extracção. Nos anos 80, subdividiram-se estes talhões em lotes e atribuíram-se por hasta pública, de acordo com o disposto no Regulamento dos Serviços Hidráulicos, algumas dezenas de licenças de extracção. Foi nesta altura que, com a preocupação de compatibilizar as práticas de extracção com os valores ambientais, se exigiu a apresentação de um plano de extracção. 11 Na viragem dos anos 80 para os anos 90, iniciou-se a reconversão dos primitivos equipamentos de extracção de índole artesanal para modernos equipamentos industriais, dos quais fazem parte potentes dragas de sucção. A actividade de extracção de inertes, que até ao inicio dos anos 90 se regia pelo Regulamento dos Serviços Hidráulicos, encontra actualmente regulamentação no DL nº46/94, de 22 de Fevereiro, no que concerne às condições de utilização do domínio hídrico. As extracções no troço a montante de Valada são feitas por cerca de duas dezenas de dragas de sucção para estaleiros nas margens. A totalidade do investimento em equipamento das empresas extractoras nestas condições é de cerca de 25 milhões de €uros. A jusante de Valada as extracções realizam-se por batelões que descarregam nos cais de Vila Franca de Xira, Alverca e Xabregas. A circulação destes batelões tem permitido manter aberto o canal de navegação do Tejo desde Lisboa até Muge, bem como o desassoreamento da zona da Captação de água da E.P.A.L. em Valada. 12 O controlo das quantidades de areias extraídas no rio sofreu desde 2005 uma evolução tecnológica apreciável. Para os estaleiros das dragagens para as margens, foi criado um sistema de ligação “on-line” com ligação “on-line” das câmaras de filmar e das balanças. Nas embarcações foi instalado o Geo Tejo que consta basicamente de um sistema de GPS ligado “on-line” que nos dá em permanência a posição das mesmas e o seu local de extracção. Estes sistemas “on-line” estão ligados directamente à CCDR-LVT. 13 A evolução das quantidades de inertes extraídos por metros cúbicos é a apresentada no quadro seguinte: Quantidades Extraídas 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 1 684 756 1 306 807 2 063 694 2 180 835 1 940 208 1 624 240 2 061 329 2 114 004 Depois de um longo percurso parece ter sido encontrado o caminho para as extracções de areia do Tejo serem executadas nas condições técnico e ambientais tendentes a melhorar o funcionamento hidráulico do rio. Estas práticas têm obviamente se estar sustentadas numa monitorização permanente que permita a sua melhoria. Infelizmente quando foi encontrado o rumo, surgiu a preocupação de as areias do rio estarem a perder capacidade concorrêncial do ponto de vista económico com as provenientes de outras origens dado o seu elevado custo de produção e a taxação a que estão sujeitas. 14 Foram ainda tomadas medidas de segurança com vista a acautelar possíveis impactes negativos das extracções. Com efeito, devido ao incremento das extracções, tornou-se necessário proceder a uma avaliação conjunta das extracções, com o objectivo de avaliar a respectiva influência no escoamento liquido e sólido do curso de água, na integridade do leito e nas margens e ainda nas diversas infra-estruturas situadas no rio, especialmente as pontes. Esta avaliação, que teve como ponto de partida os dados do Plano Geral de Regularização do Rio Tejo, bem como os dados de base disponíveis na ex-DRALVT foi iniciada por técnicos da ex-DRALVT e incrementada, desde 1997, pela assessoria do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Cumpre salientar a este propósito que a assessoria do LNEC se tem revelado da maior importância, uma vez que tem permitido certificar que a actividade de extracção no Rio Tejo caminha para uma situação sustentada, sem colidir com outras actividades, infraestruturas e valores ambientais. No que diz respeito às extracções de inertes, tem vindo a ser desenvolvido pelo LNEC, em colaboração com a CCDR-LVT, um trabalho que visa a garantia da segurança de pessoas e bens. No início de 2004, com o intuito de se verificar se existia interferência entre as situações de extracção e a estabilidade das pontes da Chamusca, Santarém e Abrantes, iniciou-se um programa de verificação dos fundos do Rio Tejo. Tem-se considerado conveniente emitir notas técnicas sobre a situação das pontes, com intervalos regulares, ou sempre que haja informações importantes. Neste momento a CCDR-LVT, executou novos levantamentos topográficos dos fundos junto às pontes que foram enviados ao LNEC em Maio de 2006, para serem analisados tendo em conta as informações estruturais fornecidas pela Estradas de Portugal – EP, com o objectivo do LNEC elaborar um estudo de risco e formalizar um Relatório Técnico. Existia um grande assoreamento junto à captação da EPAL em Valada encontrandose, nesta zona, a margem esquerda do Rio Tejo em estado de completa erosão, o que 15 inviabilizava a utilização plena desta importante infraestrutura que fornece cerca de um quarto dos caudais actualmente distribuídos pela EPAL. Este facto exige a tomada de decisões técnico-económicas no sentido do normal funcionamento do rio e da infra-estrutura EPAL. A partir de Outubro de 2003, a CCDR-LVT, a EPAL e o LNEC têm vindo a estudar a implementação de medidas no sentido de normalizar a situação, tendo a CCDR-LVT elaborado e fornecido um projecto de fixação de meanderização do Rio nesta zona de Valada e proposto uma estratégia de extracção de inertes capaz de sustentar a situação. Neste contexto, foi ainda elaborado para a EPAL, em Maio de 2004, um relatório com a análise da solução de emergência para o desassoreamento da captação de Valada do Tejo, tendo sido propostas ligeiras alterações ao projecto de dragagem e construção de esporões elaborado pela CCDR-LVT. Em Abril de 2005 foi dado início à primeira fase das obras propostas que incluía a construção de um primeiro esporão na margem esquerda e a abertura de um canal que conduzia os caudais à captação. Com estes trabalhos foram criadas condições fluviais que permitiram o normal funcionamento da captação em 2005 e 2006 estando este troço do rio a ser pormenorizadamente monitorizado de modo a avaliar da necessidade de serem realizadas no futuro obras complementares. O Rio Tejo apresenta alguns pontos de instabilidade marginal evidente, situação que está a ser analisada, designadamente no que respeita às margens do rio Tejo em Alvega, Carrapiteiro, Muge (Esfola Vacas) e em Escaroupim. Para este assunto de grande gravidade está o LNEC a realizar um Relatório Técnico, que permitirá objectivar os estudos e acções a prosseguir com o objectivo de minimizar os eventuais avultadíssimos prejuízos provocados por uma próxima cheia no Rio Tejo. Em grande parte esta destruição de margens deve-se às más práticas agrícolas, que não têm em conta a centenária obrigação de defesa das margens cometida pela lei aos proprietários confinantes. Com o objectivo de avaliar o enquadramento fluvial das extracções de inertes com draga de sucção no leito do rio estão neste momento a serem realizadas auditorias ao funcionamento das extracções em laboração. 16 Os dados recolhidos especialmente batimétricos e ambientais e as conclusões das auditorias para além de permitirem tomar decisões sobre o funcionamento das mesmas serão compiladas no banco de dados que a CCDR-LVT e o LNEC vem organizando há cerca de uma dezena de anos. Desses dados tem um interesse muito especial os dois levantamentos gerais do rio realizados nos anos de 1970 e de 1998 com o perfil longitudinal e 40 perfis transversais de controlo (P31 a P70). Adicionalmente, foram sendo acrescentados novos levantamentos dos mesmos perfis, com datas mais recentes, de forma a estudar casos particulares de locais de extracção de inertes ou de condições de estabilidade de margens. A análise dessa informação é efectuada, verificando-se as variações do talvegue, do leito médio e de volumes entre levantamentos. Toda esta informação se encontra desenvolvida no Plano Específico de Gestão de Extracção de Inertes no Domínio Hídrico do Rio Tejo elaborado para a CCDR-LVT pelo LNEC e que se encontra em fase de aprovação. Para concluir sobre a problemática do caudal sólido recordo que o rio é um corpo vivo e como tal, a parte sólida do seu caudal, apresenta muitas semelhanças com o colesterol nos animais, sendo portanto fundamental o seu controlo para o manter saudável. Para mudar de assunto convido-vos a relembrar o livro “Viagem na Minha Terra” de Almeida Garrett de 1843. Nele o autor fala-nos de uma viagem fluvial de Lisboa até ao “triste desembarcadouro de Vila Nova da Rainha. Durante esta viagem deixou-nos alguns comentários que julgo de interesse recordar. Começando por “…nesta minha viagem Tejo arriba está simbolizada a marcha do nosso progresso social…” comentando de seguida que…“ os vapores são a comodidade, a vida, a alma do Ribatejo”. 17 Depois afirma “…que está nas férteis margens do Nilo português…”, para salientar de seguida que nestas margens se ”…fez terra das areias da charneca…”, “…aqui nos nateiros do Tejo…” …é uma lavoura que a faz Deus por sua mão…” mas os agricultores “…nem sabem ter mãos nesses mouchões com o plantio das árvores, só lá por cima é que algumas se têm mantido, e é bem pouco para o rio que é, e as ricas terras que lhes levam as enchentes…” Século e meio preocupante o depois estado a das situação margens piorou, do considerando-se Tejo. Para ilustrar muito esta problemática e fazer um diagnóstico um grupo de técnicos do LNEC e da CCDR-LVT em 2005, realizaram uma subida de barco no troço Vila Franca de Xira – Valada e em 2006 outra no troço Valada – Santarém. Esta última terminou junto à foz da Vala de Alpiarça por assoreamento do rio e insuficiência de caudais. Destas duas viagens apresentam-se de seguida algumas imagens. 18 Nesta sequência danosas do fotográfica estado das podemos margens do verificar rio o que algumas situações conjugado com o aparecimento e desaparecimento de “acrescidos” (ilhas) no leito nos dá a medida das acções que é urgente implementar. Para ilustrar esta situação do aparecimento e desaparecimento dos “acrescidos” mostra-se a imagem da ilha Atlântica que depois de ser utilizada durante vários anos como campo de férias foi destruída pelo rio. 19 Para ajudar a sensibilizar os agricultores da importância da preservação das margens com as técnicas tradicionais nomeadamente a plantação das 20 marachas e a conservação da galeria ripícula marginal atrevo-me a sugerir a publicação de um MANUAL COM AS BOAS PRÁTICAS DA PLANTAÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS MARACHAS. Sobre este tema um dos ilustres arquitectos paisagistas portugueses o Professor Francisco Caldeira Cabral dizia-nos: “…A vegetação marginal apresenta-se como um sistema elástico indispensável na protecção mecânica da margens, quer contra o desgaste normal das águas quer ainda contra o desgaste da ondulação provocada pelos barcos. Por outro lado, só esta vegetação parcialmente imersa assegura condições de vida à fauna dos nossos cursos de água. É na relativa quietação dessas águas marginais no meio de caniços, que os peixes encontram as condições necessárias de temperatura para desova, que se pode desenvolver uma série de larvas de insectos necessários aos jovens peixes e também aos pássaros, e finalmente favorece-se nessa zona a criação de um plâncton capaz de realizar o saneamento biológico normal das águas fluviais. 21 Se queremos portanto: - manter seguras as margens dos cursos de água e dominar o seu leito, - favorecer a sua piscícola, - e finalmente manter a pureza das suas águas, pensemos em primeiro lugar na vegetação marginal. Esta poderá também fornecer-nos indicações acerca das condições do curso de água, quanto à poluição, falta de velocidade de escoamento ou excesso, etc.. Muitas vezes será necessário utilizar sistemas mistos de protecção – mecânicos e biológicos – sobretudo quando se trate de reparar estragos havidos, porque os sistemas mecânicos são de efeito imediato ao passo que os biológicos são progressivos, mas têm a vantagem de ser cada vez mais eficientes à medida que o tempo vai passando. Ganha-se assim não só segurança e riqueza mas também beleza – o que não é para desprezar…” Nunes dos Santos 2006 22