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Determinantes e conseqüências da
insegurança alimentar no Amazonas:
a influência dos ecossistemas
Autores:
F. H. Alencar
[email protected]
L. K.O.Yuyama
M. J. C. Varejão
H. A. Marinho
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (INPA), Manaus, Brasil.
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RESUMO
Na Amazônia se encontra a maior sócio-biodiversidade do planeta. Em têrmos de
segurança alimentar a região conta com uma diversidade em peixes e frutos, o
que deveria representar uma abundante oferta de proteínas, calorias, vitaminas e
minerais, e viabilizar um excelente padrão de saúde, nutrição e qualidade de vida
para seus habitantes. Entretanto a realidade social, econômica e a precariedade da
saúde contrastam com sua riqueza em recursos naturais.
Pesquisas oficiais desenvolvidas no Brasil nas últimas três décadas excluíram a área
rural da região Norte, devido a dificuldades operacionais, como a imensa extensão
territorial da Amazônia e sua baixa densidade demográfica. O presente trabalho
contribuiu para o preenchimento desta lacuna, avaliando o estado nutricional de
pré-escolares (n = 4.030), segundo os critérios da OMS. Evidenciou-se no universo
estudado 16,9 % de déficit de crescimento, acometendo 23,4 % das crianças na área
rural (n = 2.279) e 10,4 % na capital (n = 1.751). No rio Negro registrou-se a maior
precariedade nutricional, com 35,2 % das crianças apresentando inadequação
no indicador Estatura/Idade, seguido dos rios Solimões (23,4 %), Purus (20,9
%), Amazonas (20,5 %) e Madeira (15,6 %). Para o entendimento deste evidente
paradoxo foram investigados os componentes do bioma amazônico: complexidade
de interação química, fragilidade do seu solo, modo de distribuição espacial e
utilização dos nutrientes dentro dos ecossistemas, influência destes constituintes
na cadeia de produção de alimentos e padrão nutricional dos habitantes. Constatouse maior precariedade nutricional na área rural, principalmente nas crianças do
rio Negro, enquanto aquelas residentes na várzea ou ecossistemas que recebem
influência dos rios de águas barrentas, mais ricas em nutrientes, tais como:
Amazonas, Solimões, Purus e Madeira, apresentaram melhor padrão nutricional.
Estes resultados evidenciam a heterogeneidade da Amazônia e a complexidade
inerente aos seus ecossistemas, o que deve ser considerado na implantação de
programas de segurança alimentar ou políticas de desenvolvimento sustentável
na região.
Palavras-Chave: Desnutrição; insegurança alimentar; ecossistemas amazônicos;
potencial alimentar/Amazônia- Brasil.
241
ABSTRACT
Amazonia encompasses the largest socio-biodiversity of the earth. In terms of
alimentary safety into the area occurs expressive diversity in fishes and fruits,
which should represent abundant offer of proteins, calories, vitamins, minerals,
and like this to make possible an excellent pattern of health, nutrition and life
quality of life (QOL) for your inhabitants. However the social, economical reality and
precariousness of the health contrast with your abundance of natural resources.
Government researches, developed in Brazil in the last three decades have excluded
the rural area of the North region, under allegation of operational difficulties, as
the immense territorial extension of Amazonian and low demographic density. This
work can contribute to the completion of this gap, evaluating the nutritional state
of pre-school children (n = 4.030), by the criteria of OMS. It took evident of in the
searched universe: 16.9 % of growth deficit, attacking 23.4 % of the children in the
rural area (n = 2.279) and 10.4 % in Manaus, capital of Amazonas state (n = 1.751).
In the black water rivers enrolled the biggest nutritional precariousness, 35.2 %
of the children presenting inadequacy in the indicator Stature/Age, followed by
Solimões (23.4 %), Purus (20.9 %), Amazonas (20.5 %) and Madeira (15.6 %) rivers
For understanding this clear paradox, the components of the Amazon bioma were
investigated: complexity on chemical interactions, soil fragility, spatial distribution
and use of the nutrients inside of the ecosystems, influence of these constituent
ones in the productive chain and the inhabitants’ nutritional pattern. Larger
nutritional precariousness was verified in the rural area, specially as compared
the children between organic-poor and rich waters rivers, while those residents in
the foodplain or ecosystems with influence of the muddy waters rivers, richer in
nutrients, such as: Amazonas, Solimões, Purus and Madeira basin present the best
nutritional standard. These results show clearly the heterogeneity of Amazonia
and the inherent complexity of these ecosystems that might be considered as
of the implantation of alimentary safety programs and politics of sustainable
development in the region.
Key words: Malnutrition; alimentary insecurity; Amazon ecosystems; alimentary
potential /Amazônia – Brazil.
242
INTRODUÇÃO
As pesquisas de abrangência nacional desenvolvidas no Brasil nas últimas três
décadas excluíram, sistematicamente, a área rural da região Norte, devido a
dificuldades operacionais, tais como a imensa extensão territorial da Amazônia e
sua baixa densidade demográfica (FIBGE/ENDEF, 1975; INAN/PNSN, 1990; PNDS/
BEMFAM (1997). Entende-se que estas pesquisas tiveram grande importância para
o delineamento da realidade epidemiológica brasileira, visto que elas representam
o referencial científico de identificação qualitativa e quantitativa das principais
carências nutricionais da população infantil, além de viabilizar o conhecimento
dos principais determinantes da transição nutricional nas últimas décadas. Barreto
et al., (2005) referem que a disponibilidade total de alimentos no Brasil é crescente
nas últimas décadas, alcançando os valores de 2330 e 2960 Kcal/pessoa/dia em
1965 e 1997, respectivamente. Inicialmente a quantidade de alimentos disponível
para cada brasileiro excedia em mais de 10 % os requerimentos médios em energia;
em 1997 passou a 25 %, o que significa que desde 1965 o Brasil já é auto-suficiente
na produção de alimentos. Estas informações corroboram para entender o novo
delineamento do perfil epidemiológico brasileiro, atualmente caracterizado pela
inflexão da curva de desnutrição infantil urbana e pelo aumento concomitante da
obesidade, tanto em crianças como na população adulta (Monteiro, 1999). Somado
à exclusão da região Norte rural do cenário epidemiológico nacional, constatase também como fator agravante o vazio de informações científicas a respeito
das condições de saúde, nutrição e sobrevivência das populações integrantes
da região Norte: Roraima, Amapá, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins, a
exceção da registrada para o estado do Pará (Negri & Giovanni, 2001; Ministério da
Saúde, 2003). Especificamente para o Amazonas, a análise evolutiva das pesquisas
desenvolvidas no Estado nas últimas décadas, sugere a persistência de um quadro
de insegurança alimentar evidenciada por elevadas prevalências de desnutrição
infantil, anemia ferropriva, hipovitaminose A, agravado pela alta freqüência de
parasitose gastrointestinal (Giugliano et al., 1981; Shrimpton, 1984; Marinho et al.,
1992; 2000; Alencar et al.,1999; 2000; 2001; 2002).
Para entender a magnitude dos recursos naturais atribuídos à região amazônica,
optou-se pela escala de valores referidos para a Amazônia Legal, com o objetivo
de identificar sua grandiosidade, importância estratégica, bem como a riqueza de
sua biodiversidade distribuída em uma complexa heterogeneidade, e assim gerar
subsídios que possibilitem a discussão sobre os motivos da falta de segurança
alimentar numa região tão abundante em recursos naturais.
A Amazônia Legal é um têrmo de conotação geopolítica estabelecido oficialmente
a partir de 1966, para fins de identificação dos problemas regionais, divisão de
responsabilidades entre os estados integrantes, buscar consenso e imprimir
velocidade nas soluções, com o objetivo de maximizar o desenvolvimento
econômico regional (Ministério da Saúde, 2003). Representa um espaço estratégico
considerando-se sua confluência com a Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela,
Guianas Inglesa, Francesa e o Suriname. Abrange os estados do Amazonas, Amapá,
243
Acre, oeste do Maranhão, norte do Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins
(Beltrão & Beltrão, 1990; Ministério da Saúde, 2003). Tem uma extensão territorial
de aproximadamente cinco milhões de quilômetros quadrados, compreendendo
61% do território Nacional (FIBGE, 2001). O efetivo demográfico registrado na
região em 2000 foi de vinte e um milhões de pessoas, ou seja, 12,4 % da população
nacional, configurando assim a menor densidade populacional do país (4 hab/km 2)
(Ministério da Saúde, 2003).
Considerando a escassez de informações na literatura a respeito da qualidade de
vida do homem na Amazônia, o presente estudo teve como objetivo investigar a
influência de aspectos relacionados à biodiversidade dos ecossistemas amazônicos,
como determinantes da segurança alimentar e nutrição humana na Região.
BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA
A Amazônia é detentora da maior sócio-biodiversidade do planeta, representando
o habitat de 200 grupos étnicos, expressando-se em 170 línguas diferenciadas.
Acumula portanto, um valioso e cobiçado patrimônio cultural a respeito do
conhecimento ancestral e atual dos produtos regionais sobre plantas medicinais e
comestíveis, flores, frutos, sementes, cascas de árvores, extração de resinas, seivas,
raízes e agricultura de subsistência (Goodland & Irwin, 1975; Benchimol, 1997).
Seu estoque genético é imensurável em escala global, detém uma das maiores
reservas hídricas do planeta, o que projeta para o Brasil, em um futuro próximo,
um potencial estratégico, além de representar um patrimônio de inestimável valor
tanto econômico como social (Benchimol, 2000; Ministério da Saúde, 2003).
Em têrmos de segurança alimentar a Amazônia é detentora de uma expressiva
diversidade em peixes e frutas, o que deveria representar uma abundante oferta
de proteínas, calorias, vitaminas e minerais, e viabilizar um excelente padrão de
saúde, nutrição e qualidade de vida para seus diferentes grupos populacionais (Clay
et al., 2000; Yuyama et al., 1999; 2001). Entretanto, a realidade social, econômica e
o quadro de precariedade da saúde e da nutrição registrado na Região, contrastam
frontalmente com a sua riqueza em recursos naturais (Mendonça, 2000; Alencar,
2001; Esteves, 2002; Rodrigues et al., 2003; Ministério da Saúde, 2004).
Possivelmente por má utilização deste imenso potencial, decorrente da falta de
uma base científica, tecnológica e ambiental adequada a respeito da fragilidade
do bioma amazônico, de sua complexidade de interação química, do modo
de distribuição espacial e utilização de seus recursos dentro dos diferentes
ecossistemas, o homem amazônico ainda não conseguiu usufruir plenamente das
riquezas que a Região oferece (Goodland & Irwin, 1975; Moura, 1996; Benchimol,
2000; Silva & Melo, 2001).
244
Este histórico descompasso científico e tecnológico justifica na Amazônia a
precariedade dos níveis de saúde: elevada incidência de endemias, doenças
infecciosas, parasitárias (Negri & Giovanni, 2001; Ministério da Saúde, 2004) e
processos carenciais (Yuyama et al., 1996; 1999; 2001; Alencar et al., 1999; 2000; 2001;
2002). Como fator agravante desta situação, constata-se na dieta do amazonense a
ausência de micro e macronutrientes, curiosamente abundantes em sua natureza,
como é o caso de proteínas fartamente encontradas em seu exuberante potencial
pesqueiro (Benchimol, 1997), bem como das vitaminas e minerais presentes nos
alimentos e frutas regionais (Shrimpton & Giugliano, 1979; Yuyama et al., 1995;
1996; 1999; 2001; Dutra et al., 2001). A menor estatura entre os brasileiros da
criança amazonense é referido na literatura nacional como reflexo deste padrão
alimentar (INAN/PNSN, 1990).
ECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS X CADEIA DE PRODUÇÃO ALIMENTAR
Segundo Noronha (2003) são vários os tipos de vegetação da Amazônia: floresta
de terra firme, floresta de várzea, floresta pantanosa (igapó), campina e savana.
Em têrmos de desempenho biológico, Beltrão & Beltrão (1990) consideram que
para avaliar o potencial da região em quanto à produção de alimentos, destacamse as florestas de terra-firme e várzea. Cada um destes ecossistemas apresenta
características próprias e comportamentos diferenciados no que se refere à
participação de seus constituintes na cadeia de produção alimentar. Segundo
estes autores tal comportamento impõe aos organismos dos referidos segmentos
florestais, a adoção de diferentes estratégias de adaptação ambiental, especialmente
em quanto à fisiologia animal e vegetal, alterando conseqüentemente a resposta
da cadeia alimentar primária, secundária e terciária.
A floresta de terra firme ocupa cerca de 95 % da área Amazônica, compreendendo
as terras altas e não alagáveis, caracterizadas pela baixa fertilidade do seu solo.
A característica mais marcante da região é a sua alta temperatura, pluviosidade
e radiação solar, o que possibilita condições ótimas de proliferação animal,
principalmente dos insetos herbívoros e de outros organismos patogênicos
(Beltrão & Beltrão, 1990). Para se proteger do ataque destes predadores, que em
última instância competiriam com a seiva produzida pelas plantas da floresta de
terra firme, estas adotam um mecanismo de proteção e promovem um desvio
metabólico, seqüestrando a sua produção de seiva que normalmente deveria ser
utilizada para sua função reprodutiva, priorizando a produção de substâncias
tóxicas ou repelentes, tais como taninos, alcalóides e saponinas (Goodland &
Irwin, 1975). Obviamente este comportamento adaptativo implica um maior gasto
da reserva energética do vegetal, imprimindo um maior espaçamento entre as
florações, o que diminui a capacidade de produção de frutos, diminuindo também
a capacidade de oferta de alimentos tanto para o homem como para outros
animais (Beltrão & Beltrão, 1990; Clay et al., 2000). Na seqüência evolutiva do
impedimento à produção de alimentos na floresta de terra firme, ainda é referido
245
que os compostos metabólicos residuais contidos nos restos vegetais (folhas,
troncos, matupás , húmus), após sofrer a decomposição orgânica, são submetidos
à digestão hidrolítica. Este estágio é intermediado pela ação mecânica da água de
chuva, que arrasta os detritos vegetais para o solo arenoso, onde são submetidos
ao intemperismo químico propiciando a liberação dos compostos solúveis que,
por lixiviação, alcançam o lençol freático originando a água preta (Goodland &
Irwin, 1975; Beltrão & Beltrão, 1990).
As propriedades físico-químicas desta massa líquida caracterizam-se principalmente
pelo seu elevado índice de acidez, que além de dificultar o processo de
fotossíntese, determina também um maior poder de absorção da radiação solar, o
que confere maior aquecimento ao meio. O sinergismo destas alterações se reflete
imediatamente na produção do fito e zooplancton, tornando improdutivas as
cadeias alimentares primárias e secundárias, restringindo a oferta de alimentos e
justificando assim a maior dificuldade de sobrevivência e precariedade nutricional
na floresta de terra firme (Sioli, 1990; Benchimol, 2000; Clay et al., 2000; Alencar et
al., 2000; 2001; 2002).
A floresta de várzea representa cerca de 3 % do solo amazônico, entretanto se
estende por uma área de aproximadamente 50.000 km 2 (Beltrão & Beltrão, 1990).
Situa-se em solo periodicamente alagado, sendo portanto fertilizado pela deposição
do limo dos rios de água barrenta, ricos em nutrientes, originários de formação
geologicamente recente dos solos andinos (Sioli, 1990 ; Benchimol, 2000). Durante
o período da enchente, com duração média de seis meses, a vegetação de várzea
desenvolve uma estratégia de adaptação ambiental que consiste na emissão de
raízes respiratórias ao longo do caule, para viabilizar uma melhor oxigenação e
evitar o apodrecimento das suas raízes. Este mecanismo adaptativo possibilita
também uma maior dinâmica nutricional, permitindo uma maior captação de
nutrientes durante esse período, aumentando assim a capacidade de produção
da cadeia alimentar primária, comprovada pela exuberância do fitoplâncton
e zooplâncton, com possíveis reflexos na ictiosidade (Goodland & Irwin, 1975;
Beltrão & Beltrão, 1990).
Durante o período de vazante ocorrerá uma sedimentação de nutrientes que
enriquecerá o húmus deixado no solo, permitindo a vegetação de várzea um
novo ciclo reprodutivo. Isto constitui um novo suporte alimentar para os animais
terrestres, maior probabilidade de sucesso na agricultura de subsistência e,
conseqüentemente melhores condições de sobrevivência em decorrência da
maior oferta de alimento. Essas questões podem suportar a hipótese de admitir
que um melhor padrão nutricional para as populações residentes no ecossistema
é representado pela floresta de várzea (Goodland & Irwin, 1975; Beltrão & Beltrão,
1990; Sioli, 1990; Alencar et al., 2000; 2001; 2002).
( Matupás ou Camalote)- Aglomerado de várias espécies de plantas aquáticas
246
ASPECTOS METODOLÓGICOS
A sistemática geração das informações aqui apresentadas foi respaldada na análise
de toda a produção científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
–INPA– referente à nutrição humana, compreendendo duas situações distintas:
os trabalhos desenvolvidos a mais de duas décadas, apesar de não adotarem
padronização metodológica, foram incluídos apenas para viabilizar o registro do
referencial histórico de precariedade nutricional dos pré-escolares do Amazonas;
os trabalhos desenvolvidos pelo Grupo da Nutrição do INPA na última década,
serviram de referencial para o diagnóstico evolutivo do estado nutricional da
população infantil (áreas urbana e rural), para os quais foi adotado um modelo de
estudo transversal de base populacional para estimar a prevalência da Desnutrição
Energético Protéica em pré-escolares do Amazonas.
Dado o padrão de homogeneidade social, econômico e cultural dominante na
população ribeirinha, para cada calha de rio estudado foram incluídos, quando os
recursos permitiram, os municípios de posicionamento geográfico: proximal, medial
e distal em relação à Manaus. Obedecendo estes critérios o estudo contemplou
um universo de 4.030 pré-escolares, sendo 1.751 oriundos do atendimento em
diferentes Instituições da área urbana de Manaus-AM (Mendonça, 2000; Esteves,
2002; Rodrigues et al., 2003; Rodrigues, 2004; Araújo, et al., 2003; Silva, 2004), e
2.279 residentes nas calhas dos rios Amazonas, Negro, Solimões, Madeira e Purus
(Alencar et al., 1999; 2001; 2002, 2003). Nestes trabalhos foram adotados como
parâmetros de diagnóstico os critérios propostos pela OMS (1986), que considera
como limite discriminatório entre desnutrição/eutrofia, desvios correspondentes
à população de referência inferiores a dois Escores Z, para os indicadores Peso/
Idade (P/I), Estatura/Idade (E/I) e Peso/Estatura (P/E). O ponto de corte expresso
em Escore Z corresponde ao número de unidades de desvios-padrão contidos entre
a medida observada e o respectivo valor esperado para a população de referência.
Para o cálculo das adequações foi utilizado o padrão do National Center for Health
Statistics – (NCHS, 1977). Na análise estatística do comportamento dos indicadores
antropométricos (E/I, P/I e P/E) e estratificação do indicador E/I em relação à faixa
etária, utilizou-se o teste Z para comparação entre duas proporções (Capital X
Interior). Aceitou-se α=0,05 para o nível de significância dos referidos eventos
(Levine et al.; 2000).
Merece ser destacada a representatividade do universo estudado, levando-se em
consideração o vazio demográfico e a extensão territorial da Amazônia. O estudo
mais recente, contemplando todas as macrorregiões brasileiras, foi a PNDS/
BEMFAM (1997), que envolveu um total de 3.815 crianças, sendo a região Norte
urbana representada por apenas 212 crianças.
247
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos estudos desenvolvidos no Amazonas nestas últimas décadas,
evidencia maior precariedade nutricional para a população infantil do rio Negro
(Giugliano et al.,1981; Giugliano et al.,1984; Marinho et al., 1992; Yuyama, 1996;
1999; Alencar et al., 1999; 2000; 2001).
Estudos mais recentes, utilizando os critérios da OMS (1986), evidenciam como
principal manifestação da desnutrição infantil no Amazonas o déficit de crescimento
(16,9 %), registrando-se 23,4 % de crianças com esta forma de desnutrição na área
rural, e 10,0 % na área urbana de Manaus-AM, sendo estatisticamente significativa
esta diferença. Por essa metodologia o ecossistema do rio Negro é caracterizado
como o de maior precariedade nutricional, com 35,2 % das crianças apresentando
inadequação no indicador Estatura/Idade, seguido pelas calhas dos rios Solimões
(24,4 %), Purus (20,9 %), Amazonas (20,5 %) e Madeira (15,6 %); isto significa que
estas crianças estão submetidas a carências nutricionais de longa duração (Alencar
et al., 1999; 2000; 2001; 2002; Mendonça, 2000; Esteves, 2002). Detectou-se em
todos os municípios estudados na área rural, uma relativa propenção das crianças
a sofrer desnutrição no primeiro ano de vida (p<0,05) (Tabelas 1 e 2).
Para avaliar a gravidade da situação nutricional das crianças do Amazonas, há
referência na literatura que em uma população com boas condições de saúde e
nutrição, espera-se encontrar um máximo de 2,3 % de crianças com inadequação
nos indicadores (E/I), (P/E) e (P/I), o que deve ser entendido como o porcentual
de crianças que não conseguem desenvolver todo o seu potencial de crescimento
(PNDS/BEMFAM, 1997).
Na área urbana de Manaus-AM foram registrados porcentuais consideravelmente
inferiores de desnutrição crônica (10,4 %), sendo 10,9 % e 11,5 % para as crianças
atendidas no ambulatório e hospitalizadas no Instituto da Criança do Amazonas –
ICAM (Mendonça, 2000; Esteves, 2002), 9,6 % e 13,0 % para as crianças da zona Norte
com e sem atendimento pelo Programa Médico da Família – PMF, respectivamente
(Rodrigues et al., 2003; Rodrigues, 2004; Araújo et al., 2003). Confirmou-se para o
contexto urbano de Manaus o melhor padrão nutricional para as crianças assistidas
na creche Casa da Criança (6,4 %) (Silva, 2004). Entretanto, constatou-se como
fator agravante para o estado nutricional da população infantil de Manaus, o fato
que a desnutrição crônica acomete com maior intensidade as crianças mais jovens
(p<0,05) (Tabela 2).
A desnutrição aguda denuncia a exposição da criança a carências nutricionais
de curta duração ou sua concomitância com processos infecciosos. Essa forma
de desnutrição foi mais freqüente entre as crianças hospitalizadas no ICAM
(10,5 %) (Esteves, 2002), registrando-se menor intensidade naquelas atendidas
no ambulatório da referida Instituição (5,1 %) (Mendonça, 2000), possivelmente
uma conseqüência da maior exposição às infecções das crianças hospitalizadas
(Tabela 1). Este é um cenário clínico perfeitamente admissível em um ambiente
248
intra-hospitalar, onde se constata um aumento, persistência e/ou agravamento
dos processos carenciais em decorrência da interação com processos infecciosos e
complicações decorrentes.
O acometimento da desnutrição aguda na população infantil da área rural não
foi epidemiologicamente expressivo (3,4 %) (Tabela 1). Neste sentido deve ser
destacado que na área rural do Amazonas, o aleitamento materno é empiricamente
referido como de elevada freqüência; certamente um reflexo cultural da etnia
indígena que é preponderante na Região, assim como da maior permanência da
mãe junto aos filhos recém-nascidos no contexto rural. Esta situação diverge da
realidade diagnosticada em Manaus, onde se verificou que a desnutrição crônica
incide com maior intensidade nas crianças mais jovens (Tabela 2). Uma condição
agravante desta constatação é a necessidade das mulheres do meio urbano de
se ausentar precocemente de casa, logo após o parto, em busca de trabalho para
contribuir na composição da renda familiar.
Estudos da base populacional de abrangência nacional realizados no Brasil nas
últimas três décadas excluíram sistematicamente a região Norte rural (FIBGE/ENDEF1975; INAN/PNSN, 1990; PNDS/BEMFAM, 1997). Destas pesquisas, a mais recente
registrou para a região Norte urbana os seguintes porcentuais para as diferentes
formas de desnutrição: P/I (7,7 %), P/E (1,2 %), E/I (16,2 %), respectivamente. Tomando
como referencial de gravidade a inadequação no indicador E/I da referida pesquisa,
percebe-se a magnitude da precariedade nutricional da população infantil da área
rural do Amazonas, e uma situação nutricionalmente mais favorável para a capital
do estado Manaus, assim como em relação ao perfil registrado para as crianças do
Nordeste (17,9 %). Entretanto suscita preocupação quando se confronta o padrão
nutricional das crianças do Amazonas e os porcentuais registrados para as regiões
mais desenvolvidas do país: Sul (5,1 %) e Sudeste (São Paulo) (6,3 %).
O Ministério da Saúde utiliza o Índice de Desenvolvimento Infantil IDI, para avaliar
as condições históricas do desenvolvimento econômico de uma região, que
indiretamente se reflete também no grau de bem-estar e vulnerabilidade que as
crianças estão submetidas na primeira infância (UNICEF, 2001; 2006). A maioria
dos municípios do estado do Amazonas se destaca por apresentar um IDI inferior
a 0,500 abaixo da média nacional (0,670), sendo portanto compatível com o baixo
desenvolvimento infantil. Investigando-se o comportamento deste índice dentro
dos diferentes ecossistemas amazônicos constata-se uma melhor pontuação para
os municípios da calha do Rio Amazonas, destacando-se o município de Itapiranga
que apresenta um IDI igual a 0,556, superior, por exemplo, ao do estado do
Amazonas (0,471).
249
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
A análise destas informações permite concluir que as crianças da área rural
amazônica residentes na calha do rio Negro vivem com maior intensidade a forma
mais grave da desnutrição, enquanto as residentes na várzea, ou ecossistemas que
recebem influência dos rios de água barrenta mais ricos em nutrientes, tais como
Amazonas, Solimões, Purus, apresentaram uma situação nutricional mais favorável.
Estes resultados evidenciam além do quadro de precariedade nutricional que
historicamente é vivenciada pela população do Amazonas, a heterogeniedade e
complexidade inerentes aos ecossistemas amazônicos, o que deve ser levado em
consideração na execução de programas no campo da saúde e nutrição, ou na
implantação de políticas de desenvolvimento sustentável para a região.
Acreditamos que a solução para a grave situação de insegurança alimentar
da Amazônia estrutura-se primordialmente na sua própria biodiversidade. O
entendimento e resolução desta complexa equação envolve a utilização de recursos
naturais, obviamente estruturada em critérios de preservação e sustentabilidade,
assim como os princípios da Ciência, Tecnologia e da Inovação tecnológica. A
observação destes determinantes científicos viabilizará a geração da metodologia
analítica adequada à reprodutibilidade de dados, o que possibilitará o domínio,
difusão e expansão do conhecimento pertinente à sistemática de produção,
processamento, controle de qualidade, embalagem, conservação, distribuição e
agregação de valor ao produto regional com possíveis repercussões no campo da
saúde, nutrição, segurança alimentar e economia. Propõe-se portanto, a imediata
expansão e dinamização da execução de projetos de pesquisa básica e aplicada para
o estudo das condições de saúde, nutrição, segurança alimentar, com detalhamento
mais específico da composição dos alimentos regionais: caracterização físicoquímica, identificação de seus potenciais energético - protéico - lipídico - vitamínico
– mineral, e impactos de sua utilização na recuperação de processos carenciais. Deve
constar também na pauta da pesquisa a investigação da capacidade antioxidante
dos frutos regionais, sua resposta glicêmica e ocorrência de compostos bioativos,
levando-se em consideração a sua demanda futura como elementos preventivos
das doenças crônicas não transmissíveis [DCNT ], tão prevalentes na atualidade em
decorrência da transição nutricional vivenciada também pela população brasileira.
Finalmente as recentes preocupações em quanto às alterações climáticas globais
e as possíveis conseqüências decorrentes na cadeia de produção alimentar e
composição biológica dos alimentos, merece uma reflexão científica contínua.
A geração destas informações viabilizará a implantação de programas nas áreas
de nutrição, educação, agricultura e marketing, valorizando e tornando mais fácil
e confiável a escolha adequada dos alimentos regionais, o que inevitavelmente
refletirá na qualidade de vida do homem da Amazônia.
250
Esta é uma contribuição do INPA ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao INPA pelo o apoio institucional e à FINEP, CNPq e FAPEAM, pela
aprovação e liberação dos recursos financeiros aos diferentes protocolos de
pesquisas submetidos, sem os quais não teria sido possível a realização do presente
diagnóstico.
251
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255
ANEXO
Tabela 1. Ocorrência do déficit nutricionail em pré-escolares dos diferentes ecossistemas
do Amazonas-AM (2007)
Indicador Antropométrico (<-2 EscoreZ)
LOCALIDADES
ESTUDADAS
Peso/Idade
(%)
1751
10,4
9,8
4,9
ICAM-Ambulatório
549
10,9
11,3
5,1
ICAM-Enfermaria
287
11,5
16,3
10,5
Creche Casa da
Criança
188
6,4
1,6
0,5
Periferia Zona Norte
215
13,0
9,7
4,1
Periferia Zona Norte/
PMF
512
9,6
9,4
4,5
2279
23,4
17,5
3,4
Calha do Rio
Amazonas
650
20,5
19,6
3,4
Calha do Rio Negro
811
35,2
27,4
2,4
Calha do Rio
Solimões
394
23,4
17,8
5,6
Calha do Rio Purus
249
20,9
14,1
4,0
Calha do Rio Madeira
175
15,6
8,6
1,7
0,000
0,000
Capital
Interior
p= (teste Z)
256
Peso/
Estatura
(%)
Estatura/Idade
(%)
(n=4030)
0,017
Tabela 2. Ocorrência da desnutrição crônica (E/I), segundo a faixa etária em préescolares dos diferentes ecossistemas do Amazonas-AM (2007)
Localidades
estudadas
Capital
Faixa Etária (Em meses)– MEDHAZ (<-2 escore-Z)
(n=4030)
0-12
(%)
13-24
(%)
25-36
(%)
37-48
(%)
49-60
(%)
Total
(%)
1751
24,9
21,5
17,3
24,1
23,8
ICAMAmbulatório
549
36,7
21,7
15,0
15,0
11,6
10,9
ICAM-Enfermaria
287
27,3
21,2
3,0
30,3
18,2
11,5
Creche Casa da
Criança
188
-
-
33,3
33,3
33,3
6,4
Periferia Zona
Norte
215
10,7
21,5
17,8
17,8
32,1
13,0
Periferia Zona
Norte / PMF
512
10,2
14,3
18,4
20,4
36,7
9,6
2279
9,9
24,8
15,3
18,8
31,1
23,2
Interior
10,4
Calha do Rio
Amazonas
650
7,5
22,5
20,3
21,8
27,8
20,8
Calha do Rio
Negro
811
10,2
29,5
12,5
22,7
25,0
35,2
Calha do Rio
Solimões
394
11,5
24,8
17,3
21,5
25,2
23,4
Calha do Rio
Purus
249
9,6
28,8
15,4
9,6
36,5
20,9
Calha do Rio
Madeira
175
11,1
18,5
11,1
18,5
40,8
15,6
0,000
0,014
0,087
0,000
p= (teste Z) 0,000
0,000
257
Download

a influência dos ecossistemas