CONSTITUCIONALISMO E TEORIA DO ESTADO Ensaios de História e Teoria Política ADAMO DIAS ALVES Mestre e doutorando em Direito pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da UFMG Professor assistente da UFJF MARCELO ANDRADE CATTONI DE OLIVEIRA Mestre e Doutor em Direito pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da UFMG Pós-doutorado em Teoria do Direito pela Università degli Studi di Roma III Professor associado da Faculdade de Direito da UFMG Coordenador do Colegiado do Curso de Graduação em Ciências do Estado da Faculdade de Direito da UFMG Bolsista de Produtividade do CNPq DAVID FRANCISCO LOPES GOMES Mestre e doutorando em Direito pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da UFMG Estagiário de Docência com bolsa CAPES-REUNI junto ao Curso de Graduação em Ciências do Estado da Faculdade de Direito da UFMG CONSTITUCIONALISMO E TEORIA DO ESTADO Ensaios de História e Teoria Política Coleção Professor Álvaro Ricardo de Souza Cruz Volume VI Belo Horizonte 2013 CONSELHO EDITORIAL Álvaro Ricardo de Souza Cruz André Cordeiro Leal André Lipp Pinto Basto Lupi Antônio Márcio da Cunha Guimarães Carlos Augusto Canedo G. da Silva David França Ribeiro de Carvalho Dhenis Cruz Madeira Dircêo Torrecillas Ramos Emerson Garcia Felipe Chiarello de Souza Pinto Florisbal de Souza Del’Olmo Frederico Barbosa Gomes Gilberto Bercovici Gregório Assagra de Almeida Gustavo Corgosinho Jamile Bergamaschine Mata Diz Jean Carlos Fernande Jorge Bacelar Gouveia – Portugal Jorge M. Lasmar Jose Antonio Moreno Molina – Espanha José Luiz Quadros de Magalhães Leandro Eustáquio de Matos Monteiro Luciano Stoller de Faria Luiz Manoel Gomes Júnior Luiz Moreira Márcio Luís de Oliveira Mário Lúcio Quintão Soares Nelson Rosenvald Renato Caram Rodrigo Almeida Magalhães Rogério Filippetto Rubens Beçak Vladmir Oliveira da Silveira Wagner Menezes É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico, inclusive por processos reprográficos, sem autorização expressa da editora. Impresso no Brasil | Printed in Brazil Arraes Editores Ltda., 2013. Coordenação Editorial: Fabiana Carvalho Produção Editorial: Nous Editorial Revisão: Andréia Assunção Capa: Vladimir O. Costa e Charlles Hoffert A474 Alves, Adamo Dias Constitucionalismo e teoria do estado: ensaios de história e teoria política / Adamo Dias Alves, Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira e David Francisco Lopes Gomes. – Belo Horizonte: Arraes Editores, 2013. 156p. ISBN: 978-85-8238-013-0 1. Direito – Ensaios. I. Oliveira, Marcelo Andrade Cattoni de. II. Gomes, David Francisco Lopes. III. Título. CDD: 340.1 CDU: 340 Elaborada por: Maria Aparecida Costa Duarte CRB/6-1047 Avenida Brasil, 1843/loja 110, Savassi Belo Horizonte/MG - CEP 30.140-002 Tel: (31) 3031-2330 Belo Horizonte 2013 www.arraeseditores.com.br [email protected] À Professora Doutora Theresa Calvet de Magalhães. V Sumário PREFÁCIO........................................................................................... IX Capítulo 1 UMA INTRODUÇÃO ÀS CONCEPÇÕES DE ESFERA PÚBLICA Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 1 Capítulo 2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A FILOSOFIA DO DIREITO DE HEGEL David Francisco Lopes Gomes Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 11 Capítulo 3 A HISTÓRIA DO CONCEITO DE BONAPARTISMO: BOLÍVAR, POR MARX. Adamo Dias Alves Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 29 Capítulo 4 SCHMITT: TEÓRICO DA EXCEÇÃO SOB ESTADO DE EXCEÇÃO Adamo Dias Alves Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 53 VII Capítulo 5 ARENDT E A CONSTITUIÇÃO DA POLÍTICA ENTRE A AÇÃO E O JULGAR David Francisco Lopes Gomes Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 85 Capítulo 6 AÇÃO, PODER E ESFERA PÚBLICA EM ARENDT E EM HABERMAS: A CONEXÃO CONSTITUTIVA ENTRE DIREITO E POLÍTICA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 99 Capítulo 7 DOIS ENSAIOS SOBRE O LIBERALISMO POLÍTICO, DE RAWLS: CONSTRUTIVISMO POLÍTICO E RAZÃO PÚBLICA Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 111 Capítulo 8 PENSAR HABERMAS PARA ALÉM DE HABERMAS: A TESE DA RELAÇÃO INTERNA ENTRE ESTADO DE DIREITO E DEMOCRACIA EM UMA SOCIEDADE DITA AGORA “PÓS-SECULAR” NA OBRA RECENTE DE HABERMAS – UMA REVISÃO? Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira.......................................... 123 Prefácio Em nosso cotidiano, temos a mania de separar tudo, de classificar, de catalogar. Os critérios são os mais diferentes possíveis: afazeres domésticos e de trabalho; pertences pessoais e públicos; tarefas familiares e profissionais. E dentro delas, reconhecemos que algumas são mais fáceis e outras são empreitadas mais difíceis. Ora, prefaciar uma obra é uma tarefa fácil? Aparentemente pode parecer que sim. Nesse contexto, o prefácio constitui-se como um texto ordinariamente breve e que geralmente antecede uma obra escrita, servindo ao propósito de apresentá-la ao leitor. É, pois, uma introdução ao escrito, um antelóquio, um prólogo, um preâmbulo, uma visão preliminar, um prelúdio de um texto. Como uma fala (escrita) que antecede à outra, o prefácio é uma “pré-fala”, uma fala prévia, um dito anterior que prepara o caminho para a leitura de um outro texto. Não se tem, pois, o trabalho de escrever uma obra em si. Ao contrário, se o prefácio pretende apresentar uma obra, seguramente ele não pode ofuscar a obra em si. O prefácio deve prestar-se ao exame daquilo que é o principal, a obra. Logo, aquele que prefacia deve ter em conta sua condição de acessório do texto, pois dá ao leitor uma noção prévia daquilo que deve esperar ao começar sua leitura. Mas, essa simplicidade implica enorme perigo e dificuldade, pois o prefácio pode induzir uma leitura, certo que expõe as pré-compreensões daquele que prefacia ao leitor. Logo, o prefácio pode ser entendido como uma espécie de tradução, de uma síntese daquilo que o leitor deve esperar do texto. Mas, uma tradução pode ser literal? Uma tradução pode ser precisa? Essa pretensão de exatidão já de há muito se desvaneceu com as advertências de Walter Benjamin, pois uma tradução implica sempre uma ressignificação de um texto. Uma tradução implica sempre uma relação de “pré-face”, daquilo que antecede e que se determina por aquilo que é o rosto do Outro. A tradução e o prefácio se tornam sempre uma criação autônoma IX porquanto se define a partir da relação de estranheza com o Outro, com aquilo que a alteridade traduz. Nesse sentido, o prefácio não pode ser entendido como a parte da missa católica que precede imediatamente o cânon. Traduzindo: um prefácio não deve cair no lugar comum de elogiar gratuitamente o autor ou uma obra, pois a gratuidade quase sempre traduz a insinceridade. Nesse sentido, percebe-se que um prefácio é antes de tudo um desafio! E é como um desafio que o presente prefácio convida o leitor a desfrutar uma série de textos de (co) autoria de um dos mais instigantes autores no cenário do constitucionalismo e da Filosofia do direito: Marcelo Cattoni! Apesar de tratar de temas variados, indo da análise do bonapartismo, da teologia política de Carl Schmitt, de pontuar muito daquilo que se encobre e não se percebe no pensamento hegeliano, de (re)pensar a contribuição de Habermas tanto na Sociologia quanto na Filosofia, todo o livro traduz uma defesa intransigente do Estado Democrático de Direito, firme com a coesão interna com o aprendizado social e histórico aberto ao porvir. Um pensamento que se renova a partir da leitura de Habermas percebido a partir das objeções de Honneth, da noção de aporia de Derrida e da glocalização de Marramao. Em um contexto de pasmaceira no cenário nacional, no qual o retorno ao Positivismo se apresenta como uma grande novidade, na qual a adesão ao novo constitucionalismo bolivariano implica quase sempre uma imposição (a) crítica, Cattoni consegue trazer sempre uma lufada de vento que renova as pretensões de uma teoria crítica. Lévinas nos ensina que o dizer está sempre ao lado do dito, que estamos sempre a caminho de dizer, mas que jamais seremos capazes de dizer tudo que é necessário. Não podemos ser mais precisos do que já o fomos e, cientes disso, acreditamos que não é preciso dizer mais nada, pois parafraseando Fernando Pessoa, “navegar é preciso, viver não é preciso”. Parabéns aos autores! Parabéns aos editores! Mas, parabéns ao leitor que será agraciado com a possibilidade de renovar sua reflexão sobre a democracia, sobre a alteridade, sobre a diversidade, sobre o constitucionalismo, sobre o direito, a moral e a política. Enfim, uma tradução sobre o que é ser humano! ÁLVARO RICARDO DE SOUZA CRUZ Procurador da República em Minas Gerais, Responsável pela 1ª e 3ª Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal em MG. Mestre em Direito Econômico e Doutor em Direito Constitucional. Professor Adjunto da Graduação e da Pós-Graduação da PUC Minas. Vice-Presidente do Instituto Mineiro de Direito Constitucional. Membro do Instituto de Hermenêutica Jurídica/MG. X