Jornal informativo do Centro Espírita Maria Angélica Ano 3 Nº 11 julho/setembro 2004 PALESTRA DE DIVALDO FRANCO NO CEMA EMOCIONA N o dia 10 de agosto, o CEMA ficou em festa para receber pela primeira vez a visita de um dos maiores divulgadores brasileiros da Doutrina Espírita, Divaldo Pereira Franco, que concedeu uma entrevista exclusiva para o Aprendiz. Pg 3 HOMENAGENS AO BICENTENÁRIO DE ALLAN KARDEC Em 2004 comemora-se os 200 anos do nascimento de Kardec, o apóstolo da terceira revelação. Saiba mais sobre a sua missão nas Pgs 4 e 5 LEIA TAMBÉM ■ Evangelização de crianças no Lar do Cema pg 2 ■ Sutilização o lado que escondemos até de nós mesmos pg 6 ■ Encontro de jovens espíritas estuda a vida de Paulo pg 7 ■ Ecstasy o ponto de vista de uma jovem espírita pg 7 UMA NOVA ERA O Espiritismo será a religião do futuro? Leia mais na Pg 8 1 EDITORIAL ACONTECE NO A EVANGELIZAÇÃO DE CRIANÇAS NO LAR DO CEMA gosto foi um mês de festa: o CEMA recebeu a visita de Divaldo Pereira Franco, um grande médium e orador espírita de destaque. Acompanhado de sua mentora, Joanna de Ângelis, companheira de Irmã Maria Angélica, o médium brindou-nos a todos com palavras de luz que tocaram os nossos corações. Mais de 1.300 pessoas assistiram à palestra de Divaldo num clima de paz e harmonia, preparado com muito carinho pela espiritualidade. Por falar em festa, em alegria, não podemos deixar de destacar o Bicentenário de Allan Kardec, cujas comemorações estão acontecendo na França e em todos os centros espíritas brasileiros. Neste número, dedicamos algumas matérias sobre este grande missionário de Jesus. Mas, como é pelo trabalho que retribuímos tantas bênçãos recebidas do Alto, estamos realizando mais um Curso para Novos Voluntários, que acontecerá na manhã do dia 11 de setembro (inscrições na Secretaria). E por falar em trabalho, a matéria sobre a Evangelização no Lar do Cema traz mais uma oportunidade para quem quiser arregaçar as mangas e dizer: - Estou pronto, conte comigo! Que esta grande família em que se transformou a nossa Casa possa fortalecer cada vez mais os laços de amor e fraternidade para multiplicarmos o trabalho no bem e atendermos ao chamado do nosso mestre Jesus. Um abraço a todos e mãos à obra, A Direção O projeto de levar a Evangelização para perto das comunidades assistidas é mais um sonho que virou realidade. Às sexta-feiras, cerca de 50 crianças passam a manhã em atividades que reúnem a evangelização, trabalhos manuais e recreação no Lar do CEMA, uma pequena casa transformada em salas de aula no bairro Cesar Maia. Para completar o quadro de instrutoras de evangelização no Lar do CEMA, a coordenadora Cláudia está solicitando voluntários dispostos a doar algumas horas de seu tempo neste traba- Estante Espírita L ogo na introdução, Yvonne Perei ra revela que este livro não foi psicografado. Conta-nos que, por capacidade mediúnica, ela era arrebatada durante o sono, quando lhe eram mostrados e narrados fatos e cenas, em que observava os personagens e locais com clareza e certeza absolutas, como se os visitasse e a tudo estivesse presente. Memórias de um Suicida levou 20 anos para ser publicado. Sua primeira edição só saiu em 1955 e contou com a dedicação de Léon Denis, o grande apóstolo do Espiritismo, que deu a feição doutrinária aos fatos narrados pelo Espírito Camilo Cândido Botelho, o conhecido romancista português Camilo lho de semeadura da doutrina de Jesus nos corações das crianças. O convite é extensivo aos professores de ballet, canto, pintura e música, de modo a se criar ali um Centro de Artes, onde a arteterapia seja uma maneira de se tirar as crianças da rua. Os interessados devem procurar Cláudinha ou deixar recado, com nome e telefone, na Secretaria. O Lar do Cema tem quatro turmas, que recebem crianças dos 3 até os 14 anos. MEMÓRIAS DE UM SUICIDA (obra mediúnica) Yvonne A. Pereira Castelo Branco, escritor fecundo e talentoso, que foi o autor espiritual do livro, narrando a difícil situação do suicida no mundo dos Espíritos. O livro encerra valores doutrinários que convidam o leitor à meditação, a reconsiderar posições rígidas, apoiadas no orgulho e no egoísmo. Leva-o às lágrimas e às preces por aqueles que sofrem as conseqüências da infração às leis divinas, que não são castigos enviados por Deus ao infrator, mas sim efeitos naturais da desarmonia com as leis da vida e da morte, que são, portanto, leis da criação. EXPEDIENTE O jornal O APRENDIZ é uma publicação trimestral do CEMA - Centro Espírita Maria Angélica Rua Odilon Duarte Braga, nº 240 - Recreio dos Bandeirantes Rio de Janeiro CEP 22.790-220 - CNPJ - 35.799.030/0001-94 Telefone: (21) 2437-5947 - Este jornal foi impresso gratuitamente. Distribuição interna 3.000 exemplares - Jornalista responsável: Gustavo Poli - DRT/RJ: 9019198 2 CEMA RECEBE DIVALDO PEREIRA FRANCO EM CLIMA DE FESTA Palestra do dia 10 de agosto emociona e bate recorde de público O CEMA ganhou o seu maior presente de 15 anos: a visita do grande orador espírita baiano Divaldo Pereira Franco, que abriu um espaço em sua lotada agenda de palestras no Rio de Janeiro para conhecer a nossa Casa no Recreio. Mais de 1.300 pessoas lotaram o salão, as salas e os dois espaços anexos para se inebriarem de luz com as emocionantes palavras de Divaldo, que abordou o tema razões científicas da existência de Deus. A palestra foi reprisada pela Rádio Rio de Janeiro no dia 24 de agosto, no Programa Tribuna Espírita. Quem perdeu estas duas oportunidades de conhecer mais uma linda mensagem da espiritualidade sobre o Amor de Deus pode encomendar a fita de vídeo na nossa livraria. Num furo de reportagem, a equipe do Aprendiz conseguiu uma entrevista exclusiva com Divaldo, para ouvir sua opinião sobre dois temas tão debatidos nos dias atuais: a violência e as drogas. O Aprendiz: Se a lei é de progresso, como podemos explicar a crescente onda de violência, guerras e corrupção nos últimos tempos? Divaldo Nunca houve no mundo tanto amor como hoje. Nada obstante, os valores da perturbação vêm desfrutando de cidadania. Os veículos de divulgação em massa sempre têm dado preferência ao que choca. Se observarmos o número de pessoas generosas que se dedicam ao bem ficare- mos surpresos, porquanto, em outra época qualquer da humanidade, o bem nunca proliferou como nesses dias. Organismos internacionais como a ONU, a UNESCO, a Organização Mundial de Saúde e de Saúde Mental, a Organização dos Direitos Humanos, dos direitos da mulher, dos direitos das minorias atestam, ao lado de identidades como o Lyons, o Rotary, maçonaria e outros, que a lei de progresso nos impulsiona para frente. Entretanto, no período de transição, qual este que é esperado, choca-nos a violência, perturbam-nos a agressividade, o despautério, a sexolatria, a toxocomania, porque isto demonstra que já temos sensibilidade para separar do mal o bem e optarmos pelo bem. Mas o progresso é irredutível. O Aprendiz: Que mensagem você tem para os espíritas, que já têm consciência dos malefícios da droga, mas que, apesar disso, por vezes ainda escolhem este caminho? Divaldo: A toxicomania é um mecanismo de fuga, através do qual a pessoa inexperiente procura a auto-afirmação. Depois, o tormento de valores sexuais, os conflitos de comportamento do lar, a falta de diálogo entre pais e filhos geram transtornos de comportamento íntimo e o jovem ou adulto que não têm uma estrutura, naturalmente partem para uma experiência desta natureza, na ilusão vã de que no momento próprio podem abandoná-la. E mergulham no abismo desta evasão que invariavelmente leva à loucura, ao suicídio ou a outros tipos de crime. A nossa proposta é a terapia da educação. Somente através da educação infantojuvenil e da reeducação de jovens e adultos é que conseguiremos minimizar, quando, por outro lado, as dignas autoridades em todo o mundo cumprirem com o seu dever de estimular mais os valores positivos do que a liberalidade, a perversão dos costumes, que dão grande apoio ao primarismo e ao desequilíbrio. 3 A vinda do Senhor Jesus à Terra havia sido planejada. A preparação se fazia célere. Os trabalhadores da Seara do Mestre se aprestavam no projeto das encarnações, desde as dos potentados materialistas até as dos Espíritos mais ou menos elevados que tomariam parte ativa no trabalho. Dentre eles, um grupo se destacava, pois seriam os acompanhantes diretos do Cristo encarnado. Quantos? Doze? Setenta e dois? Quinhentos? Quem o sabe? Em sua maioria, estavam prontos para servir. Sua preparação vinha de longe. Uns vinham de Capela e ainda precisavam de alguns ajustes em seus rumos espirituais. Outros talvez de outros planetas, para progredir ajudando. Haveria alguém daqui da Terra? Um dia saberemos, que todos estavam no lugar certo, na hora certa, e na mais divina das companhias. Não eram perfeitos, longe disso, mas buscavam sinceramente o próprio aperfeiçoamento. Encarnaram e a lida insana recomeçou. O esquecimento tornava-os homens e mulheres comuns, sujeitos aos mesmos erros de quaisquer outros encarnados. Não mais se lembravam de como o planejamento dos acontecimentos no Planeta vinham de longe e iam mais longe ainda. Apagou-se de suas mentes a lógica daquela reencarnação e o encadeamento progressivo das vidas/encarnações. Não brilhava, naquele momento, em suas mentes, a mais leve luz sobre o papel escolhido para eles, e aceito, na evolução da humanidade terrestre. Não tinham, ali, a menor noção de que era um passo de uma caminhada muito maior, que levaria a humanidade a um outro estágio: a regeneração. Dentre as provas a que as leis divinas nos submetem, essa era capital, pois precisava ser confiável sem intenções inferiores. E o Cristo veio, não foi reconhecido pelos seus e voltou ao mundo espiritual, deixando a semente de sua doutrina redentora. Deixou também traçados os passos seguintes do crescimento espiritual do Planeta, com a designação de quem seriam seus ajudantes diretos. E as encarnações continuaram, os discípulos 4 O APÓSTOLO DA TER 200 ANOS DO NASC iam e vinham, aplainando as arestas que as interpretações humanas agregavam à doutrina do Mestre. Na alvorada da Renascença, o mundo já começava a ter lugar para um pouco de luz, para espantar as trevas do medievalismo. E os primeiros reformistas vieram, os pioneiros que iriam, às custas de suas próprias vidas, chamar a atenção para a necessidade de se rever os rumos tomados pelos religiosos, os quais eram os primeiros a não respeitar o direito divino à vida. Assim nasceu Jan Hus, na Boêmia, hoje República Tcheca. Ordenou-se padre e começou sua luta para levar a Igreja de RCEIRA REVELAÇÃO CIMENTO DE KARDEC Cláudia Mazzoni volta à sua origem, desagradando ao antipapa João XXIII, que o condenou à morte na fogueira. Ali, o antigo druida, que já se mostrava espiritualizado em sua encarnação entre os antigos celtas - povo que iria quebrar a tradição de materialismo daquele grupamento de Espíritos de Capela menos afeito à religiosidade, dentre os degredados para a terra, os indo-europeus - deu um expressivo passo em sua evolução, quitando débitos ou passando por prova árdua, habilitando-se à encarnação seguinte, quando viria, como verdadeiro profeta da modernidade, codificar a terceira revelação. Todo o seu acervo espiritual, conquistado por esforço próprio como o de qualquer outra criatura, veio à tona, e aquele que foi chamado por Emmanuel um dos mais lúcidos discípulos do Cristo nasceu a 3 de outubro de 1804, em Lyon, França. Chamou-se Hyppolite Léon Denizard Rivail, e teve a vida exatamente necessária para despertar seus dotes de professor inato, pois, ao organizar a Doutrina Espírita, profunda, sólida em seus elevados princípios, com um encadeamento lógico perfeito, fê-lo através de livros pedagogicamente tão bem escritos, que ninguém precisa de professor para entender ensinamentos que, em outras apresentações, mostrar-se-iam herméticos e incompreensíveis. A humildade era uma conquista tão consolidada em seu Espírito que, indagado, dizia não ser médium. E, de fato, na acepção que o próprio Espiritismo dá à palavra, não o era mesmo. Apenas era tão completamente sintonizado com a falange do Espírito de Verdade que tudo o que dizia estava perfeitamente de acordo com ela. Seu Espírito elevado não havia perdido nada de seus conhecimentos superiores por causa da encarnação, apesar de submetido ao esquecimento como qualquer outro mortal. Cumpriu integralmente sua missão. Mostrou-se um mensageiro digno da total confiança do Autor da Mensagem. Retirou-se vitoriosamente da vida carnal para continuar seu trabalho, sem interrupções, ao lado do Espírito de Verdade, ao lado do Cristo. Milhões e milhões de pessoas, hoje, pelo mundo afora e, principalmente, em nosso país, bendizem esse Espírito que veio acender esse facho de luz para a humanidade e, particularmente, para nós, Espíritas. Que suas luzes continuem a nos iluminar, para termos forças para seguir seu exemplo, mesmo que muito aquém, para um dia sermos reconhecidos, como ele o foi, discípulos lúcidos do doce Cristo Jesus. 3 de Outubro Leila S. Brandão E m que mundo habitas, Missionário da Verdade? Que estrela recebe o teu brilho, a tua luz? Sinfonia de anjos compõe tua vida Claridade divina que leva a Jesus. Nossa casa mental se estende, se expande Num grito de amor em tua direção Outrora cansados, de vidas vazias Filhos da ilusão, irmãos da fantasia, Hoje temos paz em nosso coração. Como te buscávamos, amoroso guia Cheios de ansiedade, de dor, de solidão! E vagarosamente, com a tua lógica e carinho Mostraste-nos que o homem nunca está sozinho... E que vale a pena estendermos as nossas mãos. Receba hoje, Kardec, irmão querido, Todo sonho e vitórias conquistadas Toda mão estendida ao companheiro Toda dor compreendida na jornada Recebe a nossa alma transformada E o pequenino serviço que prestamos O ideal que hoje embalamos De divulgar-te na nossa caminhada. 5 Sutilização, o adversário invisível Marcelo Jorge Nazareth Se ele interroga a sua consciência sobre seus próprios atos... ESE- Cap XVII item 3 §1 N o capítulo da reforma moral ou íntima, um elemento há po revelará o seu verdadeiro quilate ou a sua impureza. A sutilização se apresenta de várias formas, mas sempre que merece, entre tantos, muita reflexão, não somente por sua relevância per se, mas pela sua condição insidiosa e ela surge quando não nos decidimos a um mergulho prodesorganizadora da marcha ascensional do espírito, a fundo em nossa consciência, interrogando a essa geratriz de responsablidade sobre nossos próprios atos e rumos. sutilização. Na sutilização, o homem passa a chamar sua vaidade de A sutilização pode ser bem definida como um mecanismo de defesa do ego muito bem urdido, e que consiste em entusiasmo, sua arrogância de energia no bem, suas frustraocultarmos, abafarmos e tornarmos sub-reptícias determi- ções afetivas de disciplina, suas carências e desequilíbrios de nadas características que consideremos ruins, em nossos juízos fraternidade. É preciso interrogar a consciência... e valores. Não somos culpados por nossos sentimentos, que são o Após notarmos elementos que consideremos anti-éticos em nós, ao invés de buscarmos entendê-los em suas resultado de múltiplas experiências, somadas aos momentos do presente. Somos responsáveis, nascentes e avaliarmos bem seus mesim, pelos atos que desencadeamos canismos geradores, interpretá-los e e por suas conseqüências. Desta fordeles extrair lições úteis sobre nós mesNão somos culpados ma, é necessário que façamos o mos, reprimimos o conteúdo em nós, por nossos movimento da reforma íntima, busocultando-o de nós mesmos e do cando primeiro nos darmos conta mundo, ao menos na aparência, sem sentimentos, que são do que alimentamos em nosso munresolvermos a questão que ele suscita. o resultado de do íntimo, aceitando-nos tal como Ao contrário, reprimindo-o, pasmúltiplas experiências, fomos até o presente momento e, a samos a apresentar ao mundo as apapartir daí, buscando entender as orrências da virtude que lhe é contrária, somadas aos ganizações que nos levaram a tais sem percebermos que, como um tumomentos do sentimentos, ajuizarmos do que nemor maligno, aquela nossa faceta deipresente. Somos cessitamos, do que nos é dispensátará metástases em nosso caráter, aprevel, de nossos limites e possibilidasentando-se, mais adiante, travestida de responsáveis, sim, des. Precisamos entender nossa disuma pseudo-virtude. pelos atos que ponibilidade em evoluir, o que nos diA sutilização é basicamente o mesficulta a marcha, o que ainda gamo mecanismo, com a diferença de desencadeamos e por nhamos sendo como somos, o que que essa canalização equivocada do suas conseqüências. tememos perder, se mudarmos, ... mundo mento-emocional reprimido Inúmeros questionamentos são (e não solucionado) atinge outros nínecessários e um constante voltar veis do próprio espírito, alojando-se em outras regiões de natureza também emocional, voltando atrás (reflecetere, refletir, tem este significado). Muitas são as movimentações para camuflarmos nossas mais dissimulaà atividade nestes. das características de personalidade e que somente um bom Como assim ? Veremos adiante : Uma pessoa é convidada a exercer um trabalho na casa curso terapêutico pode abrir para nós. A espiritualidade, aliás, espírita, por exemplo. Não o aceita, dizendo não se sentir nos tem dado obras e mais obras que nos assinalam a necescapacitada. Chora sua condição limitada. Pode ser ela uma sidade de psicoterapia para todos nós, que nos propomos a pessoa muito ajuizada e que reconheceu suas limitações. O entrar pela porta estreita. Como dizem os espíritos, somenhumilde, desejoso de cooperar, rogará ao alto e aos compa- te interrogando a consciência sobre nossos próprios atos é nheiros auxílio e forças para dar cabo do dever. O vaidoso que perceberemos como nos encontramos diante da lei. sutilizado alegará sua pequenez, fará pouco de si, será capaz Somente vencendo a sutilização, com a virtude da sinceride gerar pena em derredor de si mesmo. O orgulhoso e dade psicológica, com essa postura de liberdade diante das prepotente aceitará, rapidamente a tarefa, mas fará de tudo nossas falhas e das possibilidades inevitáveis de evoluir, para que lhe percebamos o valor e, quiçá, a sua insubstitu- poderemos encontrar a tão sonhada perfeição. Ela não tibilidade. Mas, aparentemente, poderão todos se apresen- está lá, longe. Ele está aqui, dentro de cada um de nós, tarem da mesma forma, com o mesmo discurso. Só o tem- aguardando. 6 A página da Juventude do CEMA Será que é PURO ecstasy mesmo? P rocura-se: uns comprimidos pequenos, brancos, amarelos ou de qualquer outra cor, de formas variadas. Sua aparência muda com a maior facilidade, a fim de se tornar mais atrativa e comercial. São consumidos por via oral, podendo ser injetados ou inalados. Estou falando da mais conhecida entre os usuários como pílula do amor, droga de recreio ou de desenho: o Ecstasy. Apesar de ter apelidos, cores e formas bem atrativas, e estar fazendo o maior sucesso nas baladas do mundo todo, o alucinógeno é beeeem sinistro e não dá pra levar tão na brincadeira assim não. Diferente de grande parte das drogas ilegais, vindas de plantas, sua composição é química: a partir do MDMA, composto isolado acidentalmente por laboratórios alemães no ano de 1912, com a função de inibir o apetite. Seus efeitos surgem após 20 a 70 minutos e se estabilizam após 2 horas. Dizem que o Ecstasy combina os efeitos da cannabis (maconha), pois causa aumento da sensibilidade sensorial e auditiva; das anfetaminas, causando excitação e agitação e ainda do álcool, causando desinibição e sociabilidade. Além disso, oferece uma forte sensação de amor ao próximo, de vontade de contato físico e sexual, despreocupação, autoconfiança, diminuição da agressividade, perda da noção de espaço... BEM, ESSA É A ONDA BOA, MAS OS EFEITOS NOCIVOS AO ORGANISMO SÃO MUITO SEVEROS: o Ecstasy gera ataques de pânico, diminui em 50% a capacidade de ereção do homem, pode danificar permanentemente o cérebro, provocar a deterioração da personalidade, depressão, ansiedade extrema, cansaço, dificuldade de concentração, manchas roxas na pele, ressecamento da boca, movimentos descontrolados dos braços e pernas, insônia, diarréia, arrepios ou suor, desidratação, confusão, ranger de dentes, aparência de estar em transe, ou até mesmo morte súbita, pois a droga aumenta a temperatura do corpo, que pode chegar até a 42°C (hipertemia), causando desidratação e levando o usuário à morte por parada cardíaca. Mais de 100 pessoas já morreram de overdose. Duas vítimas morreram de excesso do consumo de água. Uma delas bebeu 14 litros numa festa. Passados 1 ou 2 dias do efeito da droga, ocorrem estados de depressão. É a chamada terça-feira triste. A longo prazo, o Ecstasy apresenta efeitos crônicos, como problemas hepáticos, alteração de humor, insônia, alucinações visuais, ataques de pânico/impressão de morte iminente, paranóias/psicoses, depressão e ansiedade. A droga possui poder viciante, tanto físico como psicológico. E aqui vai um apelo: quem a encontrar por aí, não se sinta antisocial, careta, mal educado... Passe direto e reto, se puder, do outro lado da rua ou da rave... XXV COMEJACA 2004 Jovens fazem encontro sobre a vida de Paulo de Tarso A Taciana Christiane Jordão XXVª Confraternização das Mocidades de Jacarepaguá COMEJACA, que aconteceu nos dia 10 e 11 de agosto no Núcleo Espírita Pedro e Paulo, escolheu este ano para tema do Encontro a reflexão de Paulo de Tarso Examinai tudo. Retende o bem e contou com a presença de jovens espíritas de 11 a 26 anos. Além do estudo sobre a vida do Apóstolo Paulo, os participantes puderam assistir a uma adaptação da peça de teatro Atos dos Apóstolos e à participação do coral. O Encontro abordou os conflitos vividos por Saulo até se transformar em Paulo, analisando todas as formas de conflitos enfrentados nos dias de hoje, como os vividos por nossos jovens, que já conhecem o Espiritismo, mas na hora de vivenciar a Doutrina não conseguem vencer os desafios da vida. A quem obedeces? Esta questão proposta para o estudo deixou a certeza de que toda criatura obedece a alguém ou a alguma coisa. Pau- A turma do CEMA no COMEJACA: Alexandre, Christiane, Aline, Fabiano, Rafela e Billy lo foi chamado a seguir o Mestre, e nós também. Somos convocados para a seara do bem diariamente, mas somente quando atendemos, em tudo, aos ensinamentos de Jesus, é que podemos quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna, segundo Emmanuel. Foram dois dias de muita reflexão. Conhecer a vida do grande Apóstolo foi descobrir o poder do amor de Jesus pela humanidade. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem. Paulo. (Hebreus, 5:9). 7 ESPIRITISMO: UMA NOVA ERA Leila S.Brandão O Espiritismo se tornará uma crença comum e marcará uma nova era na história da humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que deve tomar seu lugar entre os conhecimentos humanos. No entanto, terá grandes lutas a sustentar, mais contra os interesses que contra a convicção, porque não é necessário ocultar que há pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor- próprio, outras por razões meramente materiais. No entanto, os seus contraditores, insulando-se cada vez mais por força das circunstâncias, serão forçados a pensar como todos, sob pena de se tornarem ridículos. (L.E. q.798) M esmo entre os irmãos da doutrina Espírita ouve-se, com freqüência, que o Espiritismo está perdendo o bonde da história, porque sua divulgação se intimida frente à pujança da divulgação de outras religiões constituídas. Temos o domínio de poucas rádios e quase nenhuma programação nas televisões. Os nossos jornais são, na maioria, carentes e temos quase nenhuma representação política... Concordamos que a nossa divulgação está perdendo terreno para a divulgação de outras religiões, mas não seria isso um fato positivo e necessário? Acreditamos que sim porque A Doutrina dos Espíritos não é apenas uma crença ou mais um segmento religioso e sim um conjunto de informações sobre o sentido da vida que exige muito estudo e reflexão para a sua compreensão. Os seus ensinamentos estão de conformidade com as mais recentes conquistas científicas, daí Kardec dizer que Está na Natureza e a humanidade já oferecer condições evolutivas para entendêlos. No entanto, exige muito esforço e vontade dos indivíduos para negar os velhos condicionamentos. A nova visão de mundo e de valores que os Espíritos trouxeram, com a terceira revelação, contrariam o antigo aprendizado e só com humildade é possível reeditar um novo comportamento. Ora, se tivéssemos uma divulgação mais eficiente não estaríamos preparados para receber um volume maior de pessoas em nossas casas espíritas. Correríamos o grande risco de informar erradamente os ensinos revelados pelos Espíritos. 8 Como advertiu Jesus: Poderia um cego ser guia de outro cego? Estamos nos preparando, corretamente, com muitos grupos de estudo e experimentações no campo da mediunidade para que todo esse corpo doutrinário, legado pelos Espíritos Superiores à humanidade tome o seu lugar entre os conhecimentos humanos. O Espiritismo caminha cuidadoso na transformação daqueles que estão dispostos a encontrar o Reino de Deus no coração. Como diz o ditado popular: : A natureza não dá saltos. Por essa razão, não devemos nos inquietar com competições estéreis, buscando saber se o número de espíritas cresce ou não. Mesmo porque, diz Denis em seu livro No Invisível que o Espiritismo não será a religião do futuro, mas sim o futuro das religiões. Veio relembrar os ensinos de Jesus e resgatar as ovelhas perdidas de Israel. Devemos sim, nos preocupar e muito com os estudos e debates dentro dos nossos pequenos núcleos, para que esse conhecimento novo possa cumprir a missão pela qual foi revelado: estruturar as bases do terceiro milênio. Deepak Chopra , no livro A Cura Quântica esclarece que a nova era é a era da consciência. Não basta apenas conhecer, mas esse conhecimento precisa reformular as entranhas do ser. Se não tomarmos consciência do nosso papel no mundo, vamos continuar os mesmos e aí sim perderemos o bonde do progresso e nos insularemos em posturas ridículas. Assim, embora possa parecer que a divulgação do movimento espírita está acanhada, pensamos que está correta e conforme os planos de Jesus. Lembramos que Abigail, ao encontrar-se com Paulo após o seu retorno do deserto (livro Paulo e Estevão, de Chico Xavier), recomendou-lhe muito trabalho e também a ciência do saber esperar. O imediatismo, que caracteriza o movimento do mundo hoje, ajuda muito pouco o progresso espiritual. É compreensível a ansiedade que temos em levar, a todos os companheiros, esses ensinos libertadores. Confiamos, no entanto, que os exemplos de paz e coerência, de amor à vida e a capacidade de enfrentar os problemas que cada espírita é capaz de exemplificar há de, no momento certo, arrastar multidões. Nesse tempo, estaremos iniciando uma nova era. 26 de setembro - Encontro Renovando Atitudes com Francisco do Espírito Santo Neto.