Jornal informativo do Centro Espírita Maria Angélica
Ano 3
Nº 11
julho/setembro 2004
PALESTRA DE DIVALDO FRANCO NO CEMA EMOCIONA
N
o dia 10 de agosto, o CEMA
ficou em festa para receber
pela primeira vez a visita de um
dos maiores divulgadores
brasileiros da Doutrina
Espírita, Divaldo
Pereira Franco, que
concedeu uma
entrevista exclusiva
para o Aprendiz.
Pg 3
HOMENAGENS AO
BICENTENÁRIO DE ALLAN KARDEC
Em 2004 comemora-se os 200 anos do nascimento de Kardec, o apóstolo da terceira revelação. Saiba mais sobre a sua missão nas
Pgs 4 e 5
LEIA TAMBÉM
■ Evangelização de crianças no
Lar do Cema pg 2
■ Sutilização – o lado que escondemos até de nós mesmos
pg 6
■ Encontro de jovens espíritas
estuda a vida de Paulo pg 7
■ Ecstasy – o ponto de vista de
uma jovem espírita pg 7
UMA NOVA ERA
O Espiritismo será a religião
do futuro? Leia mais na
Pg 8
1
EDITORIAL
ACONTECE NO
A
EVANGELIZAÇÃO DE
CRIANÇAS NO LAR DO CEMA
gosto foi um mês de festa: o
CEMA recebeu a visita de
Divaldo Pereira Franco, um grande
médium e orador espírita de destaque. Acompanhado de sua mentora,
Joanna de Ângelis, companheira de
Irmã Maria Angélica, o médium
brindou-nos a todos com palavras
de luz que tocaram os nossos corações. Mais de 1.300 pessoas assistiram à palestra de Divaldo num clima de paz e harmonia, preparado
com muito carinho pela espiritualidade.
Por falar em festa, em alegria,
não podemos deixar de destacar o
Bicentenário de Allan Kardec, cujas
comemorações estão acontecendo
na França e em todos os centros espíritas brasileiros. Neste número,
dedicamos algumas matérias sobre
este grande missionário de Jesus.
Mas, como é pelo trabalho que
retribuímos tantas bênçãos recebidas do Alto, estamos realizando mais
um Curso para Novos Voluntários,
que acontecerá na manhã do dia
11 de setembro (inscrições na Secretaria).
E por falar em trabalho, a matéria sobre a Evangelização no Lar
do Cema traz mais uma oportunidade para quem quiser arregaçar as
mangas e dizer: - Estou pronto, conte comigo!
Que esta grande família em que
se transformou a nossa Casa possa
fortalecer cada vez mais os laços de
amor e fraternidade para multiplicarmos o trabalho no bem e atendermos ao chamado do nosso mestre Jesus.
Um abraço a todos e mãos à
obra,
A Direção
O
projeto de levar a Evangelização para perto das comunidades
assistidas é mais um sonho que virou
realidade.
Às sexta-feiras, cerca de 50 crianças passam a manhã em atividades que
reúnem a evangelização, trabalhos manuais e recreação no Lar do CEMA,
uma pequena casa transformada em
salas de aula no bairro Cesar Maia.
Para completar o quadro de instrutoras de evangelização no Lar do
CEMA, a coordenadora Cláudia está
solicitando voluntários dispostos a doar
algumas horas de seu tempo neste traba-
Estante
Espírita
L
ogo na introdução, Yvonne Perei
ra revela que este livro não foi psicografado. Conta-nos que, por capacidade mediúnica, ela era arrebatada
durante o sono, quando lhe eram mostrados e narrados fatos e cenas, em que
observava os personagens e locais com
clareza e certeza absolutas, como se os
visitasse e a tudo estivesse presente.
Memórias de um Suicida levou 20
anos para ser publicado. Sua primeira
edição só saiu em 1955 e contou com
a dedicação de Léon Denis, o grande
apóstolo do Espiritismo, que deu a
feição doutrinária aos fatos narrados pelo
Espírito Camilo Cândido Botelho, o
conhecido romancista português Camilo
lho de semeadura da doutrina de Jesus
nos corações das crianças.
O convite é extensivo aos professores de ballet, canto, pintura e
música, de modo a se criar ali um
Centro de Artes, onde a “arteterapia” seja uma maneira de se tirar as
crianças da rua.
Os interessados devem procurar Cláudinha ou deixar recado, com
nome e telefone, na Secretaria.
O Lar do Cema tem quatro turmas, que
recebem crianças dos 3 até os 14 anos.
MEMÓRIAS DE
UM SUICIDA
(obra mediúnica)
Yvonne A. Pereira
Castelo Branco, escritor fecundo e
talentoso, que foi o autor espiritual
do livro, narrando a difícil situação
do suicida no mundo dos Espíritos.
O livro encerra valores doutrinários que convidam o leitor à meditação, a reconsiderar posições rígidas, apoiadas no orgulho e no egoísmo. Leva-o às lágrimas e às preces
por aqueles que sofrem as conseqüências da infração às leis divinas,
que não são castigos enviados por
Deus ao infrator, mas sim efeitos naturais da desarmonia com as leis da
vida e da morte, que são, portanto,
leis da criação.
EXPEDIENTE
O jornal O APRENDIZ é uma publicação trimestral do CEMA - Centro Espírita Maria Angélica
Rua Odilon Duarte Braga, nº 240 - Recreio dos Bandeirantes – Rio de Janeiro – CEP 22.790-220 - CNPJ - 35.799.030/0001-94
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2
CEMA RECEBE DIVALDO PEREIRA FRANCO
EM CLIMA DE FESTA
Palestra do dia
10 de agosto emociona
e bate recorde de público
O
CEMA ganhou o seu maior presente de 15 anos: a
visita do grande orador espírita baiano Divaldo Pereira
Franco, que abriu um espaço em sua lotada agenda de palestras no Rio de Janeiro para conhecer a nossa Casa no Recreio.
Mais de 1.300 pessoas lotaram o salão, as salas e os dois
espaços anexos para se inebriarem de luz com as emocionantes palavras de Divaldo, que abordou o tema “razões
científicas da existência de Deus”. A palestra foi reprisada
pela Rádio Rio de Janeiro no dia 24 de agosto, no Programa Tribuna Espírita. Quem perdeu estas duas oportunidades de conhecer mais uma linda mensagem da espiritualidade sobre o Amor de Deus pode encomendar a fita de vídeo
na nossa livraria.
Num “furo de reportagem”, a equipe do Aprendiz conseguiu uma entrevista exclusiva com Divaldo, para ouvir
sua opinião sobre dois temas tão debatidos nos dias atuais: a
violência e as drogas.
O Aprendiz: Se a lei é de progresso, como podemos explicar a
crescente onda de violência, guerras e corrupção nos últimos tempos?
Divaldo – Nunca houve no mundo tanto amor como hoje.
Nada obstante, os valores da perturbação vêm desfrutando
de cidadania. Os veículos de divulgação em massa sempre
têm dado preferência ao que choca. Se observarmos o número de pessoas generosas que se dedicam ao bem ficare-
mos surpresos, porquanto, em outra época qualquer da humanidade, o bem nunca proliferou como nesses dias. Organismos internacionais como a ONU, a UNESCO, a Organização Mundial de Saúde e de Saúde Mental, a Organização dos Direitos Humanos, dos direitos da mulher, dos direitos das minorias atestam, ao lado de identidades como o
Lyons, o Rotary, maçonaria e outros, que a lei de progresso
nos impulsiona para frente.
Entretanto, no período de transição, qual este que é
esperado, choca-nos a violência, perturbam-nos a agressividade, o despautério, a sexolatria, a toxocomania, porque
isto demonstra que já temos sensibilidade para separar do
mal o bem e optarmos pelo bem.
Mas o progresso é irredutível.
O Aprendiz: Que mensagem você tem para os espíritas, que já
têm consciência dos malefícios da droga, mas que, apesar disso, por
vezes ainda escolhem este caminho?
Divaldo: A toxicomania é um mecanismo de fuga, através
do qual a pessoa inexperiente procura a auto-afirmação.
Depois, o tormento de valores sexuais, os conflitos de comportamento do lar, a falta de diálogo entre pais e filhos geram transtornos de comportamento íntimo e o jovem ou
adulto que não têm uma estrutura, naturalmente partem
para uma experiência desta natureza, na ilusão vã de que no
momento próprio podem abandoná-la. E mergulham no
abismo desta evasão que invariavelmente leva à loucura, ao
suicídio ou a outros tipos de crime. A nossa proposta é a
terapia da educação. Somente através da educação infantojuvenil e da reeducação de jovens e adultos é que conseguiremos minimizar, quando, por outro lado, as dignas autoridades em todo o mundo cumprirem com o seu dever de
estimular mais os valores positivos do que a liberalidade, a
perversão dos costumes, que dão grande apoio ao primarismo
e ao desequilíbrio.
3
A
vinda do Senhor Jesus à Terra havia sido
planejada. A preparação se fazia célere. Os
trabalhadores da Seara do Mestre se aprestavam no
projeto das encarnações, desde as dos potentados
materialistas até as dos Espíritos mais ou menos
elevados que tomariam parte ativa no trabalho.
Dentre eles, um grupo se destacava, pois seriam
os acompanhantes diretos do Cristo encarnado.
Quantos? Doze? Setenta e dois? Quinhentos? Quem
o sabe? Em sua maioria, estavam prontos para servir.
Sua preparação vinha de longe. Uns vinham de
Capela e ainda precisavam de alguns ajustes em seus
rumos espirituais. Outros talvez de outros planetas,
para progredir ajudando. Haveria alguém daqui da
Terra? Um dia saberemos, que todos estavam no
lugar certo, na hora certa, e na mais divina das
companhias. Não eram perfeitos, longe disso, mas
buscavam sinceramente o próprio aperfeiçoamento.
Encarnaram e a lida insana recomeçou. O
esquecimento tornava-os homens e mulheres
comuns, sujeitos aos mesmos erros de quaisquer
outros encarnados. Não mais se lembravam de como
o planejamento dos acontecimentos no Planeta
vinham de longe e iam mais longe ainda. Apagou-se
de suas mentes a lógica daquela reencarnação e o
encadeamento progressivo das vidas/encarnações.
Não brilhava, naquele momento, em suas mentes, a
mais leve luz sobre o papel escolhido para eles, e
aceito, na evolução da humanidade terrestre. Não
tinham, ali, a menor noção de que era um passo de
uma caminhada muito maior, que levaria a
humanidade a um outro estágio: a regeneração.
Dentre as provas a que as leis divinas nos submetem,
essa era capital, pois precisava ser confiável sem
intenções inferiores.
E o Cristo veio, não foi reconhecido pelos seus e
voltou ao mundo espiritual, deixando a semente de
sua doutrina redentora. Deixou também traçados os
passos seguintes do crescimento espiritual do Planeta,
com a designação de quem seriam seus ajudantes
diretos. E as encarnações continuaram, os discípulos
4
O APÓSTOLO DA TER
200 ANOS DO NASC
iam e vinham, aplainando as arestas que as
interpretações humanas agregavam à doutrina do
Mestre.
Na alvorada da Renascença, o mundo já
começava a ter lugar para um pouco de luz, para
espantar as trevas do medievalismo. E os primeiros
reformistas vieram, os pioneiros que iriam, às custas
de suas próprias vidas, chamar a atenção para a
necessidade de se rever os rumos tomados pelos
“religiosos”, os quais eram os
primeiros a não respeitar
o direito divino à
vida. Assim nasceu
Jan Hus, na
Boêmia, hoje
República
Tcheca.
Ordenou-se
padre e
começou sua
luta para levar
a Igreja de
RCEIRA REVELAÇÃO
CIMENTO DE KARDEC
Cláudia Mazzoni
volta à sua origem, desagradando ao antipapa João
XXIII, que o condenou à morte na fogueira. Ali, o
antigo druida, que já se mostrava espiritualizado em
sua encarnação entre os antigos celtas - povo que iria
quebrar a tradição de materialismo daquele
grupamento de Espíritos de Capela menos afeito à
religiosidade, dentre os degredados para a terra, os
indo-europeus - deu um expressivo passo em sua
evolução, quitando débitos ou passando por prova
árdua, habilitando-se à encarnação seguinte, quando
viria, como verdadeiro profeta da modernidade,
codificar a terceira revelação. Todo o seu acervo
espiritual, conquistado por esforço próprio como o
de qualquer outra criatura, veio à tona, e aquele que
foi chamado por Emmanuel “um dos mais lúcidos
discípulos do Cristo” nasceu a 3 de outubro de 1804,
em Lyon, França.
Chamou-se Hyppolite Léon Denizard Rivail, e
teve a vida exatamente necessária para despertar seus
dotes de professor inato, pois, ao organizar a
Doutrina Espírita, profunda, sólida em seus elevados
princípios, com um encadeamento lógico perfeito,
fê-lo através de livros pedagogicamente tão bem
escritos, que ninguém precisa de professor para
entender ensinamentos que, em outras
apresentações, mostrar-se-iam herméticos e
incompreensíveis.
A humildade era uma conquista tão
consolidada em seu Espírito que,
indagado, dizia não ser médium. E,
de fato, na acepção que o
próprio Espiritismo dá à
palavra, não o era mesmo.
Apenas era tão
completamente
sintonizado com a falange
do Espírito de Verdade
que tudo o que dizia
estava perfeitamente de
acordo com ela. Seu
Espírito elevado não havia
perdido nada de seus
conhecimentos superiores por causa da encarnação,
apesar de submetido ao esquecimento como qualquer
outro mortal.
Cumpriu integralmente sua missão. Mostrou-se
um mensageiro digno da total confiança do Autor da
Mensagem. Retirou-se vitoriosamente da vida carnal
para continuar seu trabalho, sem interrupções, ao
lado do Espírito de Verdade, ao lado do Cristo.
Milhões e milhões de pessoas, hoje, pelo mundo
afora e, principalmente, em nosso país, bendizem esse
Espírito que veio acender esse facho de luz para a
humanidade e, particularmente, para nós, Espíritas.
Que suas luzes continuem a nos iluminar, para
termos forças para seguir seu exemplo, mesmo que
muito aquém, para um dia sermos reconhecidos, como
ele o foi, discípulos lúcidos do doce Cristo Jesus.
3 de Outubro
Leila S. Brandão
E
m que mundo habitas, Missionário da Verdade?
Que estrela recebe o teu brilho, a tua luz?
Sinfonia de anjos compõe tua vida
Claridade divina que leva a Jesus.
Nossa casa mental se estende, se expande
Num grito de amor em tua direção
Outrora cansados, de vidas vazias
Filhos da ilusão, irmãos da fantasia,
Hoje temos paz em nosso coração.
Como te buscávamos, amoroso guia
Cheios de ansiedade, de dor, de solidão!
E vagarosamente, com a tua lógica e carinho
Mostraste-nos que o homem nunca está sozinho...
E que vale a pena estendermos as nossas mãos.
Receba hoje, Kardec, irmão querido,
Todo sonho e vitórias conquistadas
Toda mão estendida ao companheiro
Toda dor compreendida na jornada
Recebe a nossa alma transformada
E o pequenino serviço que prestamos
O ideal que hoje embalamos
De divulgar-te na nossa caminhada.
5
Sutilização, o adversário invisível
Marcelo Jorge Nazareth
“Se ele interroga a sua consciência sobre seus próprios atos...”
ESE- Cap XVII item 3 §1
N
o capítulo da reforma moral ou íntima, um elemento há po revelará o seu verdadeiro quilate ou a sua impureza.
A sutilização se apresenta de várias formas, mas sempre
que merece, entre tantos, muita reflexão, não somente
por sua relevância per se, mas pela sua condição insidiosa e ela surge quando não nos decidimos a um mergulho prodesorganizadora da marcha ascensional do espírito, a fundo em nossa consciência, interrogando a essa geratriz de
responsablidade sobre nossos próprios atos e rumos.
sutilização.
Na sutilização, o homem passa a chamar sua vaidade de
A sutilização pode ser bem definida como um mecanismo de defesa do ego muito bem urdido, e que consiste em entusiasmo, sua arrogância de energia no bem, suas frustraocultarmos, abafarmos e tornarmos sub-reptícias determi- ções afetivas de disciplina, suas carências e desequilíbrios de
nadas características que consideremos ruins, em nossos juízos fraternidade.
É preciso interrogar a consciência...
e valores.
Não somos culpados por nossos sentimentos, que são o
Após notarmos elementos que consideremos anti-éticos em nós, ao invés de buscarmos entendê-los em suas resultado de múltiplas experiências, somadas aos momentos
do presente. Somos responsáveis,
nascentes e avaliarmos bem seus mesim, pelos atos que desencadeamos
canismos geradores, interpretá-los e
e por suas conseqüências. Desta fordeles extrair lições úteis sobre nós mesNão somos culpados
ma, é necessário que façamos o
mos, reprimimos o conteúdo em nós,
por
nossos
movimento da reforma íntima, busocultando-o de nós mesmos e do
cando primeiro nos darmos conta
mundo, ao menos na aparência, sem
sentimentos, que são
do que alimentamos em nosso munresolvermos a questão que ele suscita.
o resultado de
do íntimo, aceitando-nos tal como
Ao contrário, reprimindo-o, pasmúltiplas
experiências,
fomos até o presente momento e, a
samos a apresentar ao mundo as apapartir daí, buscando entender as orrências da virtude que lhe é contrária,
somadas aos
ganizações que nos levaram a tais
sem percebermos que, como um tumomentos do
sentimentos, ajuizarmos do que nemor maligno, aquela nossa faceta deipresente.
Somos
cessitamos, do que nos é dispensátará metástases em nosso caráter, aprevel, de nossos limites e possibilidasentando-se, mais adiante, travestida de
responsáveis, sim,
des. Precisamos entender nossa disuma pseudo-virtude.
pelos atos que
ponibilidade em evoluir, o que nos diA sutilização é basicamente o mesficulta a marcha, o que ainda gamo mecanismo, com a diferença de
desencadeamos e por
nhamos sendo como somos, o que
que essa canalização equivocada do
suas conseqüências.
tememos perder, se mudarmos, ...
mundo mento-emocional reprimido
Inúmeros questionamentos são
(e não solucionado) atinge outros nínecessários e um constante voltar
veis do próprio espírito, alojando-se
em outras regiões de natureza também emocional, voltando atrás (reflecetere, refletir, tem este significado). Muitas são
as movimentações para camuflarmos nossas mais dissimulaà atividade nestes.
das características de personalidade e que somente um bom
Como assim ? Veremos adiante :
Uma pessoa é convidada a exercer um trabalho na casa curso terapêutico pode abrir para nós. A espiritualidade, aliás,
espírita, por exemplo. Não o aceita, dizendo não se sentir nos tem dado obras e mais obras que nos assinalam a necescapacitada. Chora sua condição limitada. Pode ser ela uma sidade de psicoterapia para todos nós, que nos propomos a
pessoa muito ajuizada e que reconheceu suas limitações. O entrar pela porta estreita. Como dizem os espíritos, somenhumilde, desejoso de cooperar, rogará ao alto e aos compa- te interrogando a consciência sobre nossos próprios atos é
nheiros auxílio e forças para dar cabo do dever. O vaidoso que perceberemos como nos encontramos diante da lei.
sutilizado alegará sua pequenez, fará pouco de si, será capaz Somente vencendo a sutilização, com a virtude da sinceride gerar pena em derredor de si mesmo. O orgulhoso e dade psicológica, com essa postura de liberdade diante das
prepotente aceitará, rapidamente a tarefa, mas fará de tudo nossas falhas e das possibilidades inevitáveis de evoluir,
para que lhe percebamos o valor e, quiçá, a sua “insubstitu- poderemos encontrar a tão sonhada perfeição. Ela não
tibilidade”. Mas, aparentemente, poderão todos se apresen- está lá, longe. Ele está aqui, dentro de cada um de nós,
tarem da mesma forma, com o mesmo discurso. Só o tem- aguardando.
6
A página da
Juventude do
CEMA
Será que é PURO ecstasy mesmo?
P
rocura-se:
uns comprimidos pequenos, brancos, amarelos ou de qualquer
outra cor, de formas variadas. Sua aparência muda
com a maior facilidade, a fim de se tornar mais
atrativa e comercial. São consumidos por via oral,
podendo ser injetados ou inalados. Estou falando da mais conhecida entre os usuários como
‘pílula do amor’, ‘droga de recreio’ ou ‘de desenho’: o Ecstasy. Apesar de ter apelidos, cores e
formas bem atrativas, e estar fazendo o maior
sucesso nas baladas do mundo todo, o alucinógeno é beeeem sinistro e não dá pra levar tão na
brincadeira assim não.
Diferente de grande parte das drogas ilegais, vindas de plantas, sua composição é química: a partir do MDMA, composto isolado acidentalmente por laboratórios alemães no ano de
1912, com a função de inibir o apetite. Seus
efeitos surgem após 20 a 70 minutos e se estabilizam após 2 horas. Dizem que o Ecstasy combina os efeitos da cannabis (maconha), pois causa aumento da sensibilidade sensorial e auditiva;
das anfetaminas, causando excitação e agitação e
ainda do álcool, causando desinibição e sociabilidade. Além disso, oferece uma forte sensação
“de amor ao próximo”, de vontade de contato
físico e sexual, despreocupação, autoconfiança,
diminuição da agressividade, perda da noção
de espaço... BEM, ESSA É A “ONDA BOA”, MAS OS
EFEITOS NOCIVOS AO ORGANISMO SÃO MUITO SEVEROS: o Ecstasy gera ataques de pânico, diminui em 50% a capacidade de ereção do homem,
pode danificar permanentemente o cérebro, provocar a deterioração da personalidade, depressão,
ansiedade extrema, cansaço, dificuldade de concentração, manchas roxas na pele, ressecamento da
boca, movimentos descontrolados dos braços e pernas, insônia, diarréia, arrepios ou suor, desidratação, confusão, ranger de dentes, aparência de estar em transe, ou até mesmo morte súbita, pois a
droga aumenta a temperatura do corpo, que pode
chegar até a 42°C (hipertemia), causando desidratação e levando o usuário à morte por parada cardíaca. Mais de 100 pessoas já morreram de
overdose. Duas vítimas morreram de excesso do consumo de água.
Uma delas bebeu 14 litros numa festa.
Passados 1 ou 2 dias do efeito da droga, ocorrem estados de depressão. É a chamada “terça-feira triste”. A longo prazo, o Ecstasy
apresenta efeitos crônicos, como problemas hepáticos, alteração de
humor, insônia, alucinações visuais, ataques de pânico/impressão de
morte iminente, paranóias/psicoses, depressão e ansiedade.
A droga possui poder viciante, tanto físico como psicológico.
E aqui vai um apelo: quem a encontrar por aí, não se sinta antisocial, careta, mal educado... Passe direto e reto, se puder, do outro
lado da rua ou da rave...
XXV COMEJACA – 2004
Jovens fazem encontro sobre a vida de Paulo de Tarso
A
Taciana
Christiane Jordão
XXVª Confraternização das Mocidades de Jacarepaguá
– COMEJACA, que aconteceu nos dia 10 e 11 de agosto
no Núcleo Espírita Pedro e Paulo, escolheu este ano para
tema do Encontro a reflexão de Paulo de Tarso “Examinai
tudo. Retende o bem” e contou com a presença de jovens
espíritas de 11 a 26 anos.
Além do estudo sobre a vida do Apóstolo Paulo, os
participantes puderam assistir a uma adaptação da peça de
teatro “Atos dos Apóstolos” e à participação do coral.
O Encontro abordou os conflitos vividos por Saulo até
se transformar em Paulo, analisando todas as formas de conflitos enfrentados nos dias de hoje, como os vividos por nossos
jovens, que já conhecem o Espiritismo, mas na hora de vivenciar
a Doutrina não conseguem vencer os desafios da vida.
“A quem obedeces?”
Esta questão proposta para o estudo deixou a certeza de
que toda criatura obedece a alguém ou a alguma coisa. Pau-
A turma do
CEMA no
COMEJACA:
Alexandre,
Christiane, Aline,
Fabiano, Rafela e
Billy
lo foi chamado a seguir o Mestre, e nós também. Somos
convocados para a seara do bem diariamente, mas somente
quando atendemos, em tudo, aos ensinamentos de Jesus, é
que podemos quebrar a escravidão do mundo em favor da
libertação eterna, segundo Emmanuel.
Foram dois dias de muita reflexão. Conhecer a vida do
grande Apóstolo foi descobrir o poder do amor de Jesus
pela humanidade. “E, sendo ele consumado, veio a ser a
causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem”.
Paulo. (Hebreus, 5:9).
7
ESPIRITISMO:
UMA NOVA ERA
Leila S.Brandão
O Espiritismo se tornará uma crença comum e marcará uma nova era na história da humanidade, porque está na Natureza e
chegou o tempo em que deve tomar seu lugar entre os conhecimentos humanos. No entanto, terá grandes lutas a sustentar,
mais contra os interesses que contra a convicção, porque não é necessário ocultar que há pessoas interessadas em combatê-lo,
umas por amor- próprio, outras por razões meramente materiais. No entanto, os seus contraditores, insulando-se cada vez mais
por força das circunstâncias, serão forçados a pensar como todos, sob pena de se tornarem ridículos.” (L.E. q.798)
M
esmo entre os irmãos da doutrina
Espírita ouve-se, com freqüência,
que o Espiritismo está perdendo o
“bonde da história”, porque sua divulgação se intimida frente à pujança da
divulgação de outras religiões constituídas. Temos o domínio de poucas rádios e quase nenhuma programação nas televisões. Os nossos
jornais são, na maioria, carentes
e temos quase nenhuma representação política...
Concordamos que a nossa
divulgação está perdendo terreno para a divulgação de outras
religiões, mas não seria isso um
fato positivo e necessário?
Acreditamos que sim porque “A
Doutrina dos Espíritos” não é
apenas uma crença ou mais um
segmento religioso e sim um
conjunto de informações sobre
o sentido da vida que exige muito estudo e reflexão para a sua
compreensão. Os seus ensinamentos estão de conformidade
com as mais recentes conquistas
científicas, daí Kardec dizer que “Está
na Natureza” e a humanidade já oferecer condições evolutivas para entendêlos. No entanto, exige muito esforço e
vontade dos indivíduos para negar os
velhos condicionamentos.
A nova visão de mundo e de valores que os Espíritos trouxeram, com a
terceira revelação, contrariam o antigo
aprendizado e só com humildade é
possível reeditar um novo comportamento. Ora, se tivéssemos uma divulgação mais eficiente não estaríamos preparados para receber um volume maior
de pessoas em nossas casas espíritas.
Correríamos o grande risco de informar erradamente os ensinos revelados
pelos Espíritos.
8
Como advertiu Jesus: “Poderia um
cego ser guia de outro cego?
Estamos nos preparando, corretamente, com muitos grupos de estudo
e experimentações no campo da mediunidade para que todo esse corpo
doutrinário, legado pelos Espíritos Superiores à humanidade “tome o seu lugar entre os conhecimentos humanos”. O
Espiritismo caminha cuidadoso na
transformação daqueles que estão dispostos a encontrar o Reino de Deus
no coração. Como diz o ditado popular: : “A natureza não dá saltos.”
Por essa razão, não devemos nos
inquietar com competições estéreis,
buscando saber se o número de espíritas cresce ou não. Mesmo porque, diz
Denis em seu livro “No Invisível” que
o Espiritismo não será a religião do futuro, mas sim o futuro das religiões.
Veio relembrar os ensinos de Jesus e
resgatar “as ovelhas perdidas de Israel”.
Devemos sim, nos preocupar e muito
com os estudos e debates dentro dos
nossos pequenos núcleos, para que esse
conhecimento novo possa cumprir a
missão pela qual foi revelado: estruturar
as bases do terceiro milênio.
Deepak Chopra , no livro “A Cura Quântica” esclarece que a nova era é a era
da consciência. Não basta
apenas conhecer, mas esse
conhecimento
precisa
reformular as entranhas do
ser. Se não tomarmos consciência do nosso papel no
mundo, vamos continuar os
mesmos e aí sim perderemos
“ o bonde do progresso” e
nos insularemos em posturas
ridículas.
Assim, embora possa parecer que a divulgação do
movimento espírita está acanhada, pensamos que está
correta e conforme os planos
de Jesus. Lembramos que
Abigail, ao encontrar-se com Paulo
após o seu retorno do deserto (livro
Paulo e Estevão, de Chico Xavier), recomendou-lhe muito trabalho e também
a ciência do “saber esperar”. O
imediatismo, que caracteriza o movimento do mundo hoje, ajuda muito pouco
o progresso espiritual.
É compreensível a ansiedade que
temos em levar, a todos os companheiros, esses ensinos libertadores. Confiamos, no entanto, que os exemplos de
paz e coerência, de amor à vida e a capacidade de enfrentar os problemas que
cada espírita é capaz de exemplificar
há de, no momento certo, arrastar
multidões. Nesse tempo, estaremos iniciando uma nova era.
26 de setembro - Encontro “Renovando Atitudes” com Francisco do Espírito Santo Neto.
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O Aprendiz nº 11