ASPECTOS SINÓTICOS, TÉRMICOS E PLUVIOMÉTRICOS NO IX CONGRESSO
BRASILEIRO DE METEOROLOGIA
Marcos Anderson Duffles Andrade
Escola Paulista de Medicina - Disciplina de Genética
e-mail: [email protected]
ABSTRACT
Campos do Jordão, the highest Brazilian city, hosted the IX Brazilian Congress of Meteorology in
November 1996 from the 6th to 13th Campos do Jordão Meteorological station is numbred 83714. Its
altitude is 1579 m. and the co-ordinates are 22º 44S and 45º 035W. The climatic, annual averages (19611990) are: temperature 13,4 ºC, precipitation 1783,1 mm. and atmospheric pressure 845,6 hPa. It has been
estableshed a relation between synotic conditions (high pressure, cold front) and positive/negative detours
the maximum and the mininum temperatures, daily thermical amplitude, insolation and nebulosity. Two
periods caracterized the weather conditions during the time of the IX Congress, the first one (6/11
November) and the second (12/13 November).The first period received an anticyclone (1030 hPa, 33º S
and 035º W) that brought few clouds and consequently high insolation. That produced according to the
dates, positive detours in thermical amplitude with positive detours in maximum temperatures and
negative detours in minimum temperatures. In the second period the cold front (27º S, 028º W, 30º S 023º
W, with trough 22º S, 035º W, 24º S, 032º W) caused high nebulosity and consequently low insolation.
This fact brought negative detours in daily thermical amplitudes with negative detours in maximum
temperatures. In the next two days the rain reached 17,2 mm.
1) Introdução
Campos do Jordão, a mais alta cidade brasileira sediou entre os dias 6 e 13 de novembro de 1996,
o IX Congresso Brasileiro de Meteorologia. Tal evento foi promovido pela SBMET (Sociedade Brasileira
de Meteorologia) e realizado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
A Estação meteorológica de Campos de Jordão, a chamada Suiça Brasileira, tem o número 83714
e está numa altitude de 1579 m. e suas coordenadas são: 22º 44 S e 045º 35 W. Suas médias
climatológicas anuais (1961-1990) são: temperatura 13,4º C, precipitação 1783,1 mm. e pressão
atmosférica 845,6 hPa.
Foi provada a relação entre as condições sinóticas (altas pressões, frente fria) e desvios
positivos/negativos das temperaturas máximas e mínimas, amplitudes térmicas diárias, insolação e a
nebulosidade.
Para efeito de análise das situações sinóticas reinantes por ocasião do IX Congresso, podemos
dividir em dois períodos: o primeiro de 6 a 11 de novembro e o segundo 12 e 13 de novembro. O 1º
período devido à presença de um anticiclone de 1030 hPas localizado no dia 6 em 33º S e 035º W e que se
enfraqueceu chegando a 1018 hPa no dia 11 (31º S e 050º W. Este período caracterizado inicialmente pela
ausência de nebulosidade e a seguir por poucas nuvens e consequentementte pela alta insolação. Tal fato
acarretou desvios positivos nas amplitudes térmicas diárias com desvios positivos nas temperaturas
máximas e desvios negativos nas temperaturas mínimas.
No segundo período, uma frente fria (27º S, 028º W e 30º S, 023º W e cavado 22º S e 035º W e 24º
S e 032ºW) acarretou aumento na nebulosidade e conseqüente queda na insolação. Tal fato acarretou
desvios negativos nas amplitudes térmicas diárias com desvios negativos nas temperaturas máximas.
Nestes 2 dias caíram 17,2 mm de chuva, sendo 14,4mm no dia 12 acompanhada de trovoadas.
2) Dados
Os dados referentes à nebulosidade, insolação, temperaturas e precipitações foram fornecidos pela
Estação Climatológica de Campos do Jordão do 7º DISME do INMET. As cartas sinóticas de superfície
foram fornecidas pelo Serviço Meteorológico da Marinha,com espassamento entre as isóbaras de 2 e 4
hpa.
3) Metodologia
Os desvios (positivos e negativos) da nebulosidade, insolação, amplitudes térmicas diárias e das
temperaturas máximas e mínimas foram calculados pelas diferenças entre as medidas destes últimos
parâmetros e as Normais Climatológias (1961-1990) destes mesmos parâmetros fornecidas pelo
Departamento Nacional de Meteorologia do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.
Estas Normais Climatológicas são: nebulosidade (0-10). 7,5 insolação (horas) 3,9, temperaturas em º
C média das máximas 20,1 mínimas 10,1 amplitudes térmicas diárias 10,0. Estas medidas referem-se ao
mês de novembro. Os 2 períodos foram analisados separadamente.
A) Primeiro período: Dia 6 ao dia 11 de novembro
Neste período houve o domínio de um anticiclone (figura 1) cujo núcleo chegou a apresentar
isóbara de 1030 hPa no dia 6 (33º S o 035º W) e foi enfraquecendo ao longo dos dias chegando ao dia 11
com isóbara de 1018 hPa (31º S e 050º W). A ação desta alta pressão caracterizou por baixa nebulosidade
a qual apresentou desvios negativos de -1,5 décimos (dia 8) a -5,0 (dia 6). A fraca nebulosidade
consequentemente acarretou alta insolação a qual apresentou desvios positivos de +0,8 (dia 11) a +6,1 em
horas e décimos no dia 6. A fraca nebulosidade favoreceu o resfriamento noturno e o aquecimento diurno.
Consequentemente em todo o período as amplitudes térmicas diárias apresentaram desvios positivos (em º
C) variando de +3,2 (dia 11) a +6,1 (dia 6). A baixa nebulosidade associada a uma maior insolação
motivou um maior aquecimento diurno e assim as temperaturas máximas apresentaram desvios positivos
em º C variando de +2,7 (dia 11) a +4,3 (dia 7) Estes desvios positivos das temperaturas máximas foram
também favorecidos pela maior insolação acarretada pelo fato de novembro ser estação da primavera
(hemisfério sul) quando os dias são mais longos que as noites. Já os desvios negativos das temperaturas
mínimas no mesmo período variaram de de -0,3 (dia 8) a -2,8 (dia 6) foram favorecidos pelo maior
resfriamento noturno associado à baixa nebulosidade deste período
B) Segundo período: Dias 12 e 13 de novembro
Uma frente fria (27º S e 028º W e 30º S e 023º W) e cavado em 22º S e 035º W e 24º S o 032º W)
acarretou aumento da nebulosidade e conseqüente diminuição da insolação. A nebulosidade apresentou
desvios positivos de +0,5 e +2,5 no primeiro e segundo dias deste período respectivamente e os desvios
negativos da insolação foram nos dias 12 e 13 da ordem de -1,9 e -3,6 respectivamente. Este aumento da
nebulosidade associado à queda da insolação foram responsáveis pela redução das amplitudes térmicas
diárias as quais apresentaram desvios negativos de -1,6 e -3,4 nos dias 12 e 13 respectivamente e foram
associados exclusivamente aos maiores desvios positivos das temperaturas mínimas que apresentaram os
valores +5,1 e +4,5 nos dias 12 e 13 respectivamente. O aumento da nebulosidade neste período inibiu o
resfriamento noturno e daí a elevação das temperaturas mínimas. Nos dias 12 e 13 precipitaram-se 14, 4 e
2,8 mm de chuva respectivamente.(figura 2)
4) Tabelas de nebulosidade, insolação, temperaturas máximas e mínimas e amplitudes térmicas
diárias e os respectivos desvios à direita
Dias
Nebulo
sidade
(0-10)
Desvio
Insola
-ção
(h)
Desvio
Temp.
Max ºC
Desvio
6
2,5
-5,0
10,0
+6,1
23,8
+3,7
7
3,0
-4,5
8,7
+4,8
24,4
8
6,0
-1,5
6,6
+2,7
9
5,0
-2,5
9,6
10
-
-
11
7,5
12
13
Média
Desvio
Ampl,
Térmic
a ºC
Desvio
7,3
-2,8
16,1
+6,1
+4,3
10,2
+0,1
14,2
+4,2
23,4
+3,3
9,8
-0,3
13,6
+3,6
+5,7
23,0
+2,9
9,6
-0,5
13,4
+3,4
9,7
+5,8
23,8
+3,7
8,6
-1,5
15,2
+5,2
0,0
4,7
+0,8
22,8
+2,7
9,6
-0,5
13,2
+3,2
8,0
+0,5
2,0
-1,9
23,6
+3,5
15,2
+5,1
8,4
-1,6
10,0
+2,5
0,3
-3,6
21,2
+1,1
14,6
+4,5
6,6
-3,4
6,0
-1,5
6,5
+2,6
23,3
+3,2
10,6
+0,5
12,6
+2,6
Temp
Min ºC
5) Conclusão
Pelos dados expostos na tabela atrás, ficou claramente provado a influência dos sistemas sinóticos
(anticiclone e frente fria) nas medidas dos desvios positivos e negativos dos seguintes parâmetros:
nebulosidade, insolação, temperaturas máximas e mínimas e as amplitudes térmicas diárias.
6) Agradecimentos
O autor agradece a todos que direta ou indiretamente tornaram possível a conclusão deste trabalho,
destacando-se: a Biblioteca do IAG-USP., o 7º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia e o DAEE.
7) Referências bibliográficas
1) MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA - DEPARTAMENTO NACIONAL
DE METEOROLOGIA. Normais Climatológicas (1961-1990) Brasília 1992.
2) INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Registros Climatológicos Diários de Superfície
Estação Campos do Jordão Novembro de 1996.
3) MINISTÉRIO DA MARINHA - SERVIÇO METEOROLÓGICO MARINHO. Cartas de Pressão à
Superfície Dias 6 a 13 de novembro de 1996.
4) DAEE DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA. Imagens do Radar Meteorológico
de Ponte Nova dos dias 12 e 13 de novembro de 1996.
8) Ilustrações
figura 1
figura 2
figura 3 – 07/11/96
figura 4 – 07/11/96
Figura 5 – 12/11/96
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