Universidade de Brasília
EDEGAR MARANDOLA
IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA
SEGUNDO TEMPO NO MUNICÍPIO DE LONDRINA
Londrina
2007
IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA
SEGUNDO TEMPO NO MUNICÍPIO DE LONDRINA
Edegar Marandola
Monografia
parcial
para
realizada
como
obtenção
do
requisito
título
de
Especialista em Esporte Escolar, pelo
Centro
de
Ensino
a
Distância,
da
Universidade de Brasília.
Orientadora:
Maria Aparecida Fernandes
Londrina
2007
IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA
SEGUNDO TEMPO NO MUNICÍPIO DE LONDRINA
Edegar Marandola
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Esporte Escolar, pelo Centro de Ensino a Distância, da
Universidade de Brasília, pela Comissão formada pelos professores:
Presidente:
Membro:
Professora Maria Aparecida Fernandes
Especialista em Educação
Professora Jane Dullius
Doutora em Ciências da Saúde
Londrina
2007
AGRADECIMENTOS
Primeiramente
À
À
Aos
minha
minha
meus
agradeço
família,
pelo
orientadora,
tutores
a
Deus,
incentivo,
pelo
eletrônicos,
por
me
carinho,
empenho,
pelas
dar
a
graça
compreensão
dedicação
orientações
e
e
de
e
viver.
respeito.
colaboração.
ensinamentos.
A todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
Especialmente ao Ministério do Esporte, pela oportunidade de realizar este curso,
que será de muita valia para minha vida profissional.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEAD
Centro de Educação a Distância
CONFEF
Conselho Federal de Educação Física
FEL
Fundação de Esportes de Londrina
ME
Ministério do Esporte
UEL
Universidade Estadual de Londrina
UNB
Universidade de Brasília
UNOPAR
Universidade Norte do Paraná
SNEED
Secretaria Nacional de Esporte Educacional
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Total de atendimentos do Programa Segundo Tempo no Brasil
Tabela 2 – Cursos ministrados aos Monitores do Programa Segundo Tempo
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 01 - Ficha Cadastral de Estagiário
ANEXO 02 - Ficha de Supervisão
ANEXO 03 - Cadastro Mensal de Alunos
ANEXO 04 - Folha de Freqüência de Estagiário
ANEXO 05 - Relatórios
ANEXO 06 - Fotos
8
SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA......................................................................................................9
1.2 SOCIABILIZAÇÃO NO ESPORTE...................................................................10
1.3 OBJETIVOS......................................................................................................11
1.3.1 Geral.........................................................................................................11
1.3.2 Específicos...............................................................................................11
1.4 PROGRAMA SEGUNDO TEMPO.....................................................................11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................13
2.1 ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO...............................................................13
2.2 ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA........................................................................14
2.3 ESPORTE..........................................................................................................15
3 MÉTODOS E TÉCNICAS.......................................................................................17
3.1 TIPO DE PESQUISA..........................................................................................17
3.2 COLETA DE DADOS.........................................................................................17
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO.......................................................................................18
4.1 BRASIL...............................................................................................................18
4.2 LONDRINA.........................................................................................................18
4.2.1 Escolha dos Núcleos e Monitores............................................................23
4.2.2 Cursos Oferecidos aos Participantes.......................................................25
4.2.3 Funcionamento dos Núcleos....................................................................26
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................30
ANEXOS
9
MARANDOLA, Edegar. Implantação e Desenvolvimento do Programa Segundo
Tempo no Município de Londrina. Monografia do Curso de Especialização em
Esporte Escolar. Capacitação Continuada do Ministério do Esporte. Universidade de
Brasília. 2006.
RESUMO
O esporte é um meio educacional responsável por contribuir positivamente nas
problemáticas de saúde e bem-estar, na diminuição de desigualdades, no resgate de
valores e de princípios. É também um meio de socialização, de desenvolvimento
cognitivo e motor, de promoção pessoal, capaz de tirar crianças e adolescentes das
ruas e de situações de risco. Primando por tais objetivos o Ministério do Esporte
criou o Programa Segundo Tempo e Londrina o implantou, buscando através do
mesmo, solução, principalmente, para problemas sociais, contribuindo
conseqüentemente para a formação de pessoas conscientes, tirando-os da
ociosidade. Caracterizou-se em um programa de atividades físicas e esportivas
realizado nas cinco regiões de Londrina, tendo como público alvo crianças e
adolescentes de 7 a 17 anos de idade, matriculados em escolas públicas, em
horários inversos ao escolar, proporcionando-lhes a prática de esportes
gratuitamente. Foi desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Londrina (PML),
através da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), que contou com uma equipe
de coordenadores, supervisores e estagiários de Educação Física e Ciência do
Esporte, capacitados para o cumprimento das respectivas funções. Este estudo
define-se como bibliográfico e tem por objetivo apresentar a implantação e o
desenvolvimento do Programa Segundo Tempo, mostrando sua importância e
necessidade para Londrina e demais cidades do país. Mostrando também os
benefícios que os acadêmicos das áreas relacionadas tiveram com a possibilidade
de confrontar a teoria com a prática. Projetos como esse, de cunho esportivo/social,
constituem-se em recursos para a genuína formação de cidadãos.
Palavras-chave: 1. Programa Segundo Tempo; 2. Fundação de Esportes de
Londrina; 3. esporte; 4. socialização; 5. crianças e adolescentes.
10
1 JUSTIFICATIVA
No ano de 2003, através da Medida Provisória n°103, foi criado o
Ministério do Esporte, que tem como característica, “formular e implementar políticas
públicas inclusivas de afirmação do esporte e do lazer, como direitos sociais dos
cidadãos, colaborando para o desenvolvimento nacional e humano”.
Dentro dessa característica, o Ministério planejou o acesso do
esporte e lazer para as crianças e adolescentes de faixa etária escolar, pois
segundo dados do Instituto Nacional de Educação e Pesquisas Educacionais (2000),
somente 18,1% das escolas de ensino fundamental e médio possuem espaços
adequados para a prática esportiva, ou seja, a grande maioria dos estudantes
oriundos de estabelecimentos de ensino público, não tem acesso à prática esportiva.
Tais estudantes, por serem privados do esporte, ficam expostos a contribuírem com
o aumento da violência, uso de drogas, entre outros, por serem chamados num
momento de ociosidade. Muitos projetos são criados pelos órgãos públicos para
tentar mudar essa situação. Apesar de esses projetos serem criados com o
propósito de suprir a falta da prática de esportes para as crianças, sabemos da
dificuldade em gerenciar e organizar um projeto com verbas públicas. Há uma série
de burocracias devido à legislação vigente, como por exemplo, a Lei de
Responsabilidade Fiscal. O Ministério preocupado com a situação geral criou o
Programa Segundo Tempo que, tem como principais objetivos: propiciar contato
com a prática esportiva, desenvolver capacidades e habilidades motoras e
implementar indicadores de acompanhamento e avaliação do esporte educacional
no País. Vago apud Gerelus (1996), apresentou a idéia de que a escola pode
reproduzir uma cultura de esporte que intervenha na história cultural da sociedade,
através de um estado de tensão permanente.
11
Muito se sabe sobre o esporte na escola, tanto através de estudos,
como de programas desenvolvidos através de órgãos públicos. Mas, sabe-se que o
esporte, em muitas regiões do país, é financiado pelos apaixonados do esporte,
muitas vezes voluntários, que não recebem nenhuma remuneração para isso, mas
fazem tal trabalho simplesmente por amor.
O Programa Segundo Tempo tem como finalidade a socialização
das crianças e adolescentes matriculados em escolas públicas e a maior
preocupação do projeto é a inserção de um grande número de alunos. Assim, a
vivência esportiva será para a grande maioria, pois:
“A socialização significa o processo de transmissão dos
comportamentos socialmente esperados. Mais especificamente, a
socialização para o desempenho de determinado papel social envolve
a aquisição de capacidades (habilidades) físicas e sociais, valores,
conhecimentos, atitudes, normas e disposições que podem ser
aprendidas em uma ou mais instituições sociais, como por exemplo, a
família, a escola, o esporte, e ainda através dos meios de
comunicação”. (MARTINS et. al, 2005)
1.2 SOCIABILIZAÇÃO NO ESPORTE
O esporte é um dos responsáveis pela socialização de muitas
crianças que contam com poucas condições sociais e econômicas. A participação no
esporte é um elemento que contribui para o desenvolvimento mental e social, pois
oferece muitas oportunidades, como: aprender que existem outros além de nós, que
para a convivência social precisamos obedecer a determinadas regras, ter
determinado comportamento, aprender a conviver com vitórias e derrotas, ter
independência e confiança em nós mesmos, responsabilidades e conhecimentos, o
que desempenha um papel positivo funcional para todos os envolvidos. Com isso
podemos afirmar que a socialização através do esporte pode ser considerada uma
forma de controle social.
A maioria das inclusões sociais decorridas do esporte é realizada
através de projetos desenvolvidos pelos municípios ou outras entidades sociais, que
buscam um número cada vez maior de crianças e adolescentes para atendimento,
12
pois assim poderão ser incluídos na sociedade de uma forma geral. As experiências
com projetos sociais ligados ao esporte mostram que a atividade física, em especial
no que diz respeito aos mais jovens, tem um fator motivador extremamente positivo.
Os efeitos são sentidos no dia-a-dia, com crianças e adolescentes mais
concentrados nas aulas, disciplinados e, principalmente, fora da rua. Tudo isso vem
beneficiar: a sociedade, por não ter tantas crianças e adolescentes expostos a
riscos; a própria família, por ter seus filhos participando de atividades físicas; e
principalmente as crianças e adolescentes, por estarem praticando um esporte que
gostam, oportunizando maior desenvolvimento de suas habilidades e motricidades.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Geral
Demonstrar o funcionamento do Programa Segundo Tempo no
Município de Londrina.
1.3.2 Específicos
Mostrar a organização e administração do programa para uma
realização adequada;
Analisar os benefícios que o programa trouxe para o município de
Londrina, para as crianças e adolescentes atendidos, para os profissionais e
acadêmicos envolvidos.
13
1.4 PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
A sociedade, através dos tempos, vem promovendo uma enorme
exclusão das pessoas provindas das classes sociais mais baixas, talvez por terem
poucas ou muitas vezes nenhuma condição de vida digna, devido à precariedade
em que vivem, considerando a baixa renda versus o alto custo de uma inserção
social.
O esporte faz parte da sociedade e assim também promove a
exclusão de muitos, por não terem condições de pagar para freqüentar clubes
esportivos, de pagar para seus filhos participarem de escolinhas esportivas, entre
outras. É certo que as escolas oferecem aulas de Educação Física, mas em forma
de atividades que buscam especialmente o desenvolvimento e o crescimento de
seus alunos em relação à motricidade e algumas outras habilidades físicas.
Existem muitos projetos realizados pelos municípios, juntamente
com órgãos que atuam para que haja a inclusão social de muitas crianças através
do esporte, como também ajudam na detecção e seleção de talentos novos, na
diminuição da violência e de envolvimentos com drogas, entre outras.
O Programa Segundo Tempo é uma parceria do Ministério do
Esporte, com o Ministério da Educação e com a Secretaria de Esporte Educacional,
que busca democratizar o acesso à pratica esportiva de crianças e adolescentes
matriculados em escolas públicas do Brasil, por meio de atividades esportivas
oferecidas no contra-turno escolar, colaborando com a inclusão social, o bem-estar
físico, promoção da saúde, disseminação da prática e da cultura desportiva do país
e desenvolvimento intelectual de crianças e adolescentes que se encontram em
situação de vulnerabilidade social.
14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Para alcançarmos sucesso, é necessário planejar tudo o que
fazemos, traçar objetivos e metas. Administrar todas as ações, ou seja, devemos
administrar a nossa vida. A palavra administração vem do latim ad (direção,
tendência para) e minister (subordinação ou obediência). Segundo Holanda apud
Saddi (2003, p. 17),
“Administrar é fazer administração, organizar, gerenciar alguma
coisa, dirigir um negócio, um serviço, etc; governar, reger, gerir
negócios públicos ou particulares; exercer função de administrador.
E administração é a ação de administrar; conjunto de princípios,
normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e
controlar a sua produtividade e eficiência para se obter determinado
resultado”.
A administração deve ser realizada de forma clara, transparente,
respeitando o conhecimento adquirido anteriormente, como também a formação e
principalmente a responsabilidade legal. Portanto, é de fundamental importância
considerar a idoneidade do administrador.
Ainda conforme Capinussú (2002, p. 82)
“O administrador enfim, haverá de ser líder em seu setor e de imporse pela competência profissional ou funcional, pela capacidade de
trabalho, pelos sentimentos de justiça e humanidade e pela
possibilidade se, por si só e corretamente, aquilatar os serviços
concluídos e as utilidades resultantes, prevendo as suas
conseqüências futuras”.
Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o
administrador possa executar eficazmente o processo administrativo:
- Habilidade Técnica: consiste em utilizar conhecimentos,
métodos, técnicas e equipamentos necessários para a
realização de tarefas específicas, através da instrução,
experiência e educação.
15
-
Habilidade
Humana:
consiste
na
capacidade
e
no
discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas
atitudes, motivações e aplicar uma liderança eficaz.
-
Habilidade
Conceitual:
consiste
na
habilidade
para
compreender as complexidades da organização global e o
ajustamento
do
comportamento
da
pessoa
dentro
da
organização. Esta habilidade permite que a pessoa se
comporte de acordo com os objetivos da organização total e
não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de
seu grupo imediato.
A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um
indivíduo sobe na escala hierárquica, de posição de supervisão a posições de alta
direção.
2.2 ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA
A administração esportiva é uma área recente no Brasil, sendo
assim pouco estudada pelos profissionais do esporte. Hoje está sendo mais
conhecida pelos casos de mau gerenciamento e conduta dos atuantes.
No Brasil a administração esportiva teve início em 1937, por
intermédio da Lei n° 378 de 13 de março de 1937, que criou a Divisão de Educação
Física do Ministério da Educação e Cultura. Mas, só foi priorizada a partir de 1995,
quando o Presidente Fernando Henrique Cardoso criou o Ministério Extraordinário
do Esporte (Saddi, 2003, p. 31). Nesse sentido, Melo (2005) enfatiza sobre a Lei
Pelé, que exige a profissionalização da gerência dos clubes transformados em
empresas. Foi aberto um novo nicho de mercado para pessoas qualificadas e
especializadas, principalmente em administração, recursos humanos, finanças,
contabilidade e marketing.
Como já descrito anteriormente, temos que administrar tudo para
conseguirmos chegar aos objetivos determinamos. Assim acontece também na área
esportiva onde, para se conseguir obter os resultados planejados, deve haver uma
16
administração séria e especializada. Um administrador esportivo tem que ser
qualificado, entender sobre assuntos de gerenciamento, de marketing, de
organização, entre outros. Segundo Capinussú (2002, p. 83)
“Ser
administrador
desportivo
significa
saber
trabalhar
coordenadamente com as autoridades políticas; saber criar as
condições e ocasiões para as competições de grande repercussão;
saber se relacionar com o público; saber utilizar a imprensa e os
meios informativos em geral de forma justa e adequada, tendo
sempre presente os objetivos pré-determinados e as necessidades
de parte técnica”.
2.3 E SPORTE
O esporte é uma prática que pode ser realizada por diferentes
pessoas, diferentes faixas etárias, tendo diferentes objetivos; sendo às vezes
voltado para a saúde, para as competições nos diferentes níveis, para a estética,
para o aprendizado escolar ou simplesmente para o prazer e/ou lazer. Essa prática
é desenvolvida de diversas formas, dependendo do objetivo estabelecido por cada
um. A escolha pelo tipo de esporte, para a maioria, acontece de acordo com a
afinidade.
O Esporte é compreendido através de três manifestações
esportivas, que na verdade são as formas de exercício direto e constituem-se nas
suas efetivas dimensões: o esporte-educação, que é realizado nos estabelecimentos
de ensinos; esporte-participação ou esporte popular, praticado pela sociedade,
visando a saúde, lazer e o prazer; e o esporte-rendimento ou de performance, sendo
esse caracterizado pelo treinamento esportivo sistematizado. (Tubino, 2001, p. 101).
Em outras palavras, o esporte é uma atividade competitiva,
institucionalizado, realizado conforme técnicas, habilidades e objetivos definidos
pelas modalidades desportivas, determinadas por regras preestabelecidas que lhe
dão forma, significado e identidade, podendo também, ser praticado com liberdade e
finalidade lúdica, estabelecida por seus praticantes; realizado em ambiente
diferenciado, inclusive na natureza. A atividade esportiva aplica-se ainda, na
promoção da saúde e em âmbito educacional, de acordo com diagnóstico e/ou
17
conhecimento especializado, em complementação a interesses voluntários e/ou
organização comunitária de indivíduos e grupos não especializados. (Confef, 2002,
p. 7).
18
3 MÉTODOS E TÉCNICAS
3.1 TIPO DE PESQUISA
A presente pesquisa se caracterizou como bibliográfica, pois
segundo Vergara (1998), é o estudo sistematizado desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material
acessível ao público em geral.
Caracterizou-se também como documental, tendo em vista que a
coleta de dados foi realizada na Fundação de Esportes de Londrina.
Não houve estudo de campo como meio exploratório, tendo em
vista que o programa foi finalizado na cidade de Londrina, no mês de agosto de
2005.
3.2 COLETA DE DADOS
Para a realização do estudo foi feito um levantamento de dados, na
Fundação de Esportes de Londrina.
19
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
4.1 BRASIL
O Programa Segundo Tempo tem como alvo crianças e
adolescentes matriculados em estabelecimentos de ensino públicos do país,
principalmente nas áreas de risco social. Este termo é compreendido com base nas
situações onde a criança e o adolescente são expostos ao perigo constante. Com
isto, o Ministério do Esporte traçou uma meta de atendimentos para o programa:
• Um milhão de crianças e adolescentes atendidos;
• Mais de 600 municípios beneficiados;
• 26 estados da federação, mais o Distrito Federal.
Após aproximadamente três anos de Programa, verifica-se os
seguintes números:
Tabela 1 – Total de atendimentos do Programa Segundo Tempo no Brasil.
ATENDIMENTOS
Crianças e adolescentes
Municípios
NÚMERO
1 074 563
1 392
Estados
26 mais DF
Núcleos
6 257
Fonte: Ministério do Esporte, outubro de 2006.
4.2 LONDRINA
O Programa Segundo Tempo teve início em Maio de 2003, quando
através do convênio n° 169/2003 foi repassado ao município a quantia de R$
20
429.312,00 (quatrocentos e vinte e nove mil e trezentos e doze reais), para
pagamento de Monitores (estagiários) e alimentação para as crianças participantes
do Programa.
A estrutura do
Programa em Londrina se baseou
conforme o
Organograma abaixo:
PROGRAMA SEGUNDO
TEMPO - LONDRINA/PR
Ministério do Esporte
Secretaria Nacional de Esporte Educacional
Coordenador Geral de Capacitação do
Ministério
Coordenador Geral do Convênio
Fundação de Esportes de Londrina
Auxiliar Coordenador Geral Convênio
Coordenador de Núcleo
Monitor de Núcleo
Ainda conforme o Manual de Diretrizes e Orientações do Programa
Segundo Tempo, cada elemento do organograma acima descrito, tem suas
21
atribuições e responsabilidades. Ao Coordenador Geral de Capacitação do
Ministério, cabe:
•
Responder pela boa conduta de ação de capacitação no País,
de forma articulada com a CEAD/UNB;
•
Planejar e organizar em conjunto com a CEAD/UNB, seus
parceiros executores, com os Coordenadores Estaduais de
Capacitação e os Coordenadores Gerais dos Convênios, a ação de
capacitação em nível nacional;
•
Organizar, juntamente com o CEAD/UNB, com a Coordenação
Estadual de Capacitação e os Coordenadores Gerais de cada
convênio, o processo de inscrição das turmas de alunos, além de
manter sua composição, com o acompanhamento geral do
processo;
•
Possibilitar a articulação entre os Coordenadores Estaduais de
Capacitação e os Coordenadores Gerais de cada convênio, de
forma precisa e necessária para o bom funcionamento da
capacitação;
•
Organizar e fiscalizar junto a CEAD/UNB, a entrega dos
produtos previstos no contrato estabelecido entre as partes;
•
Analisar relatórios apresentados pelo CEAD/UNB, procurando
sempre melhorar o trato da informação e da divulgação do
Programa;
•
Estabelecer contato, sempre que necessário, com os
Coordenadores estaduais de Capacitação e os Coordenadores
Gerais dos convênios do Segundo Tempo;
•
Promover reuniões excepcionais, sempre que necessário, e
que venham ao encontro dos interesses do projeto, e em beneficio
dos alunos;
•
Manter sempre informados os órgãos de imprensa objetivando
a constante divulgação de todas as atividades do programa junto à
comunidade;
•
Desenvolver parcerias que objetivem o melhor desempenho do
programa, agregando valores e benefícios aos participantes do
projeto. (Brasil, 2004, p. 47).
São atribuições e responsabilidades do Coordenador Geral do
Convênio, planejar e organizar em conjunto com os Coordenadores de Núcleos e
Monitores, todas as atividades inerentes ao bom funcionamento dos Núcleos,
acompanhando a execução das mesmas:
•
Compor em conjunto com os Coordenadores, todas as turmas
de alunos e manter sua composição, com o acompanhamento diário
de freqüência, e acompanhamento de rendimento;
•
Acompanhar o processo de Atesto de relatório de vistoria de
espaço físico de cada Núcleo;
•
Acusar a Coordenação Nacional do Programa o recebimento
do material esportivo enviado pelo Programa pintando a liberdade,
bem como, seus quantitativos e estado de uso dos mesmos;
22
•
Analisar relatórios apresentados pelos Coordenadores de
Núcleo e Monitores procurando sempre melhorar o trato das
informações e da divulgação do Programa;
•
Encaminhar mensalmente relatório de atividades, para entidade
responsável pelo convenio, incluindo Monitoramento quanto a
desempenho dos alunos também em relação à escola, com copia
para o Departamento de Esporte Escolar/SNEED/ME;
•
Registrar no Sistema de Informações do Programa (via
Internet), as informações atualizadas referentes a relações nominais
de recursos humanos envolvidos nas atividades; mediante senha
específica, fornecida pela Coordenação deste Ministério do Esporte;
•
Encaminhar relatórios trimestrais ao Ministério do Esporte, com
informações precisas sobre o andamento do programa, conforme
orientações repassadas pela Coordenação Nacional;
•
Promover reuniões excepcionais, sempre que necessário, e
que venham de encontro aos interesses do projeto, e em beneficio
dos alunos;
•
Manter sempre informados os órgãos de imprensa objetivando
a constante divulgação de todas as atividades do programa junto a
comunidade;
•
Desenvolver parcerias que objetivem o melhor desempenho do
programa, agregando valores e benefícios aos participantes do
projeto;
•
Desenvolver demais atividades correlatas;
•
Providenciar montagem de buck com todo e qualquer material
que seja publicado e encaminhar copia a Secretaria Nacional de
Esporte Educacional;
•
Colher depoimentos escritos referentes ao Programa, de Pais,
alunos, professores e outros. Sempre que ocorrer este tipo de
manifestação, enviar o original para o Departamento de Esporte
Escolar/SNEED/ME. (Brasil, 2004, p.48).
Ao Coordenador de Núcleo, é de responsabilidade:
• Zelar sempre pela segurança total dos alunos durante todo o
período de permanência do Núcleo;
• Providenciar espaço e instalações sempre em condições para o
desenvolvimento das atividades;
• Obter formalmente todas as autorizações necessárias ao bom
desempenho das atividades dos membros da equipe e alunos;
• Planejar coletivamente, preparar, observar as atividades
desenvolvidas, debater, refletir e avaliar o Projeto junto aos
Monitores que atuam no Núcleo sob sua responsabilidade e
coordenação;
• Manter o Coordenador geral sempre informado quanto a
distorções apresentadas e imediatamente em conjunto com
Monitores apresentar soluções;
• Comunicar imediatamente quaisquer fatos que envolvam
membro da equipe ou aluno em situação adversa;
• Resolver todos os casos omissos, com imparcialidade e cortesia,
comunicando imediatamente o fato a Coordenação-geral;
• Promover reuniões periódicas pré-programadas, bem como
outras atividades extras que possam enriquecer o projeto;
23
•
Acompanhar o desempenho das atividades dos membros da
equipe mantendo suas atuações padronizadas, harmônicas e
coerentes com os princípios educacionais;
• Acompanhar o desempenho das atividades de todos os
membros da equipe, inclusive com a exigência de sua permanência
diária pelo período de horas do desenvolvimento do Projeto;
• Exigir e comprovar a freqüência de toda a equipe técnica e de
alunos;
• Exigir planejamento de atividades, semanal e mensal dos
Monitores;
• Exigir relatórios de atividade mensal aos Monitores;
• Dentro de suas possibilidades, participar de forma gratuita, do
processo de Capacitação em Esporte Escolar, oferecido pelo
ministério do Esporte, de forma a adquirir, ao final dos 06 módulos, o
título de “Especialista em Esporte Escolar”;
• Apresentar planejamento e relatórios ao Coordenador Geral;
• Cumprir na integra o plano de trabalho estabelecido bem como
seus horários;
• Colher depoimentos escritos referentes ao programa, de Pais,
alunos, professores e outros. Sempre que ocorrer esse tipo de
manifestação, enviar o original ao Departamento de Esporte
Escolar/SNEED/ME. (Brasil, 2004, p.49).
Os Monitores de Núcleos, também possuem suas atribuições e
responsabilidades, que são:
• Participar do Planejamento semanal e mensal, juntamente com o
Coordenador do Núcleo, das atividades a serem desenvolvidas, de
forma a organizar e desenvolver as atividades relativas ao ensino e
funcionamento do Núcleo;
• Solicitar providências junto ao Coordenador e demais membros
da equipe objetivando otimizar o desenvolvimento de suas
atividades;
• Prestar todas as informações técnicas necessárias quando
solicitadas;
• Comunicar imediatamente ao Coordenador de Núcleo, quaisquer
fatos que envolvam membro da equipe ou aluno em situação
adversa;
• Zelar pelo bom funcionamento de suas aulas;
• Zelar sempre pela segurança total dos alunos durante todo o
período de permanência do Núcleo;
• Acompanhar a freqüência dos alunos, mantendo relatórios de
freqüência atualizados mensalmente;
• Responsabilizar-se, juntamente com a Coordenação do Núcleo,
pela turma durante o desenvolvimento de sua atividade;
• Apresentar planejamento de aulas semanal e mensal à
Coordenação do Núcleo;
• Dentro de suas possibilidades, participar de forma gratuita, do
processo de Capacitação em Esporte Escolar, oferecido pelo
Ministério do Esporte, de forma a adquirir, certificados de Cursos de
Extensão em Esporte Escolar;
24
• Estabelecer sistema de diário, apontando as atividades
desenvolvidas diariamente e semanalmente;
• Elaborar e apresentar relatórios mensais sobre as atividades
desenvolvidas, à Coordenação do Núcleo;
• Desenvolver juntamente com o Coordenador de sua área,
planejamento e relatório, levando-os a consideração da
Coordenação geral;
• Resolver todos os casos omissos, com imparcialidade e cortesia,
comunicando imediatamente o fato a Coordenação do Núcleo;
• Cumprir o plano de trabalho estabelecido e os horários;
• Desenvolver demais atividades correlatas;
• Colher depoimentos escritos referentes ao programa, de Pais,
alunos e professores e outros. Sempre que ocorrer este tipo de
manifestação, enviar o original a Secretaria Nacional de Esporte
Educacional. (Brasil, 2004, p.50).
4.2.1 Escolha dos Núcleos e Monitores
Após a assinatura do convênio, começou a escolha dos Núcleos e
seus respectivos Coordenadores, quando foi definido o espaço físico destinado à
pratica esportiva orientada, didático-pedágogica, no ambiente externo ou interno da
escola. (Brasil, 2003, p.31).
A
princípio
os
Núcleos
foram
definidos
seguindo
critério
determinado pelo Ministério do Esporte, que estabelecia que as escolas deveriam ter
no mínimo 500 alunos matriculados para participarem do Programa. Porém, com o
andamento do Programa, tal critério não foi completamente atingido, permitindo
assim, a implantação dos Núcleos, conforme a necessidade e o interesse de cada
Estabelecimento de Ensino. Até o mês de julho de 2005, o Programa Segundo
Tempo atendia os seguintes estabelecimentos de ensino:
CE Adélia Dionísia Barbosa
CE Albino Feijó Sanches
CE Ana Molina Garcia
CE Antonio Moraes de Barros
CE Beahir Edna Mendonça
CE Benedita Rosa Resende
CE Benjamin Constant
CE Carlos de Almeida
CE Cleia Godoy F. da Silva
CE Heber Soares Vargas
CE Humberto P. Coutinho
CE José Aloísio Aragão – Aplicação
CE Lucia Barros Lisboa
CE Marcelino Champagnat
25
CE Maria José Aguilhera
CE Newton Guimarães
CE Olímpia Moraes Tormenta
CE Polivalente
CE Rina Francovig
CE Roseli Piotto Roehring
CE São José
CE Thiago Terra - CAIC SUL
CE Ubedulha C. Oliveira
CE Vicente Rijo
CE Willie Davids
EE Barão do Rio Branco
EE Fernando Barros Pinto
EE Gabriel Carneiro Martins
EE João Rodrigues da Silva
EE José Carlos Pinotti
EE Kazuco Ohara
EE Lauro Gomes da Veiga Pessoa
EE Monsenhor José Escrivã
EE Olavo Garcia F. da Silva
EE Rui Barbosa
EE Vani Ruiz Viesse
EM Carlos Kraemer / Célia Morais
EM David Dequech
EM Eugênio Brugin
EM Francisco Pereira de Almeida Jr
EM Senador Gaspar Velloso
EM Hikoma Udihara
EM Leonor Maestri de Held
EM Mábio Gonçalves Palhano
EM Miguel Bespalhok
EM Moacyr Teixeira
EM Nina Gardemann
EM Salim Aboriham
Escola Oficina Pestalozzi
Paralelo à escolha dos Núcleos e seus respectivos Coordenadores,
foi feita a seleção dos Monitores dos Núcleos. Para tal seleção, a FEL convidou
alunos de graduação dos cursos de Ciência do Esporte – Universidade Estadual de
Londrina e de Educação Física – Universidade Estadual de Londrina e Universidade
Norte do Paraná, para preencherem uma ficha cadastral (anexo 01), onde além de
dados pessoais, os interessados deveriam apresentar as modalidades esportivas
que gostariam de desenvolver, como também informar em quais delas já possuíam
alguma experiência.
De posse dessa ficha cadastral, os Coordenadores do Programa,
da Fundação de Esportes, selecionaram os Monitores que atendiam as
26
necessidades dos respectivos Núcleos. Tais Monitores foram chamados para uma
reunião, onde foi apresentado o Programa, bem como seu funcionamento.
Os universitários que atenderam às exigências do Programa e
manifestaram interesse em participar, foram contratados pela Fundação de Esportes
como monitores, para realizarem um trabalho de vinte horas semanais, recebendo
uma bolsa auxílio de R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais) mês.
4.2.2 Cursos Oferecidos aos Participantes
Aos Monitores e Coordenadores de Núcleos, o Ministério do
Esporte em parceria com a Universidade de Brasília, ofereceu gratuitamente cursos
de Educação à Distância.
Para os Coordenadores de Núcleos, os cursos foram oferecidos em
seis módulos, e após o término, serão emitidos títulos de Especialistas em Esporte
Escolar. Já aos Monitores, os cursos foram apresentados em dois módulos, e para
o término são garantidos certificados de Cursos em Extensão de Esporte Escolar.
A Fundação de Esportes, também ofereceu Cursos de Capacitação
aos Monitores do Programa Segundo Tempo.
No ano de 2005, a Fundação de Esportes ofereceu os seguintes
cursos:
Tabela 2 – Cursos ministrados aos Monitores do Programa Segundo Tempo.
CURSO
Apresentação do Programa Segundo Tempo
Iniciação ao Voleibol
Descoberta do Talento Esportivo
MINISTRANTE
Profª. Ms. Dalva Martins Rosa
Prof. Esp. Marival Antonio Mazzio
Prof. Ms. Antonio C. Dourado
Fonte: Fundação de Esportes de Londrina, setembro de 2005.
Os cursos oferecidos aos estagiários visavam aprimorar a formação
acadêmica, bem como capacitá-los para um trabalho de iniciação esportiva com
crianças e adolescentes, proporcionando uma troca de experiências entre todos os
participantes; como também fortalecer a relação entre o professor aluno e o
estagiário aluno.
27
O curso ministrado pela Profª. Ms. Dalva Martins Rosa explanou
sobre o Programa Segundo Tempo. Explicou seu funcionamento, sua metodologia e
a melhor maneira de trabalhar dentro dos seus princípios. Ressaltou também o
cuidado que se deve ter ao trabalhar com crianças, principalmente em relação à
disciplina, considerando sempre o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Já o curso ministrado pelo Prof. Esp. Marival Antonio Mazzio foi
totalmente prático. Falou sobre como trabalhar voleibol com as crianças, tanto em
iniciação, que é o caso do mini-voleibol, quanto na idade mais avançada, com
adolescentes do ensino médio.
O último curso oferecido foi o de Descoberta do Talento Esportivo,
quando o Prof. Ms. Antonio C. Dourando apresentou e explanou técnicas para
detecção de novos talentos esportivos. Desenvolveu também testes práticos,
simples e de fácil aplicabilidade.
4.2.3 Funcionamento dos Núcleos
Após o monitor ser contratado pela FEL, os Coordenadores do
Programa foram até o núcleo e o apresentaram ao Coordenador de Núcleo e a
comunidade escolar. A partir desse momento, iniciou-se uma ampla divulgação do
Programa no Estabelecimento de Ensino e região.
Nessa divulgação, o Monitor estagiário se dirigiu até as salas de
aula e fez uma breve explanação do Programa, e assim, convidou os alunos a
participarem do referido Programa que foi desenvolvido dentro do Estabelecimento
de Ensino.
Cada Monitor desenvolveu suas atividades no contra-turno escolar,
ou seja, para os alunos que estudavam no período matutino, o projeto foi oferecido à
tarde e aos alunos do período vespertino, o projeto foi oferecido pela manhã. Dentro
desses horários foi trabalhada a modalidade esportiva, conforme a preferência da
comunidade.
A criança ou adolescente que desejava participar do Programa
procurava o Monitor e se inscrevia. Mas, para tal, foi necessária uma autorização
dos pais ou responsáveis. Os alunos forneceram os seguintes dados aos Monitores:
28
• Nome completo;
• Data de nascimento;
• Endereço;
• Telefone;
• Nome dos pais;
• Estabelecimento de Ensino onde estuda;
• Renda Familiar;
• Número de pessoas que moravam na casa.
Os dados coletados foram repassados ao Ministério do Esporte,
através do Portal do Programa Segundo Tempo. Nesse portal, os Monitores
cadastraram todos os alunos participantes do Programa, formando assim um banco
de dados, para um melhor acompanhamento do Ministério e dos profissionais
envolvidos. Esses dados serviam também de orientação ao Ministério para
fiscalização do convênio; para constatação do cumprimento dos objetivos. Caso os
critérios não estivessem dentro do estabelecido, o Ministério do Esporte convocaria
seus Técnicos a fariam uma visita aos locais que estivessem apresentando
problemas.
O Ministério do Esporte repassou através do convênio, materiais
esportivos para os Núcleos desenvolverem o Programa. Os materiais foram
distribuídos gratuitamente. Os mesmos vieram do Programa Pintando a Liberdade,
onde detentos realizam confecção de bolas, redes e demais materiais esportivos,
em troca de redução em suas penas.
A Fundação de Esportes realizava supervisão nos Núcleos
participantes do Programa. Técnicos e Supervisores, todos formados na área da
Educação Física, visitavam os Núcleos, constatavam e registravam em ficha
apropriada (anexo 02), o andamento do Programa, bem como a participação do
Monitor e se o mesmo estava correspondendo à expectativa da comunidade escolar.
Os Técnicos e Supervisores durante a visita, conversavam com os
Coordenadores de Núcleos e com os Diretores dos estabelecimentos de ensino,
para detecção, bem como busca de soluções dos problemas existentes e também
para troca de experiências e sugestões.
Mensalmente os Monitores encaminhavam para a Fundação de
Esportes uma relação de cadastros dos alunos (anexo 03), como também sua folha
29
de freqüência (anexo 04). Ao final do estágio elaboravam um relatório sobre o
desenvolvimento do Programa (anexo 05).
Porém, com o vencimento do contrato entre a FEL e ME, em 31 de
julho de 2005, a FEL protocolou um oficio junto ao ME solicitando a renovação do
Programa em Londrina, obtendo uma resposta inesperada no aspecto de
atendimento, pois conforme o Ministério, o objeto do convênio seria de 10(dez)
meses ininterruptos ou 12(doze) meses considerando recessos escolares. Portanto,
os Núcleos que iniciaram no Programa desde a assinatura do convênio, não
poderiam mais participar no ano de 2005. Somente os Núcleos que não haviam
completado tal período poderiam continuar no Programa, conseqüentemente
utilizando verbas oriundas do convênio.
Com isso, cerca de 20 estabelecimentos de ensino dentre os 49
participantes, deixaram de participar do Programa Segundo Tempo, o que provocou
grande descontentamento em todos os envolvidos.
30
5 CONCLUSÃO
O Município de Londrina-PR foi uma das cidades beneficiadas pelo
Programa Segundo Tempo. O referido programa foi realizado através de um
convênio entre o Ministério do Esporte e o Município, organizado e administrado
pela Fundação de Esportes de Londrina (FEL), órgão da Prefeitura que teve como
função desenvolver o programa no município, desde a contratação de estagiários
até a escolha dos locais onde o mesmo foi desenvolvido, o que para a FEL foi de
suma importância, pois além de trabalhar o aspecto social e esportivo das crianças,
auxiliou os acadêmicos da área de Educação Física e Ciência do Esporte a terem
um contato maior com a prática, auxiliando também na formação profissional dos
mesmos.
Para
a
implantação
do
programa,
houve
necessidade
de
conhecimentos sobre organização, administração, atividades esportivas, culturais e
sociais, benefícios à sociedade em geral. Segundo Oliveira (2005), administração é
o processo de planejar, organizar e controlar o uso de recursos, a fim de alcançar
objetivos.
Coube à Fundação de Esportes, através de recursos oriundos do
Ministério do Esporte, fazer com que o programa atingisse suas metas e incluísse as
crianças num contexto social e esportivo, dentro da própria escola ou colégio onde o
Programa foi desenvolvido.
Foram aplicadas dentro do programa, as modalidades esportivas
de: futebol, handebol, voleibol, ginástica olímpica, atletismo, entre outros. Com a
prática esportiva, as crianças passaram menos tempo nas ruas, sujeitas às
condições adversas como: risco de contato com as drogas, violência e outros fatores
que atormentam as sociedades nos dias de hoje e que impedem um maior
desenvolvimento das mesmas.
O presente estudo irá beneficiar a todos os envolvidos com o
Programa Segundo Tempo, não somente no município de Londrina, mas a outros
que participarem do programa. Através deste poderá haver melhoria e facilitação na
organização e administração, por parte dos responsáveis pela execução do projeto
em qualquer esfera e/ou localidade.
31
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANDRADE, Márcio Rogério Silveira de Andrade; ANDRADE, Marcelo de Mello.
Administração Esportiva: Fundamentos. Brasília, [s.n.], 1986.
CAMPI, Vanessa C. Desenvolvimento de Aparelhos Alternativos da Ginástica
Olímpica para utilização no âmbito escolar. 2003 - Londrina. Trabalho de
Conclusão de Curso da Licenciatura em Educação Física – Universidade Estadual
de Londrina.
CAPINASSU, José Maurício. Administração Desportiva Moderna. São Paulo:
IBRASA, 2002.
LONDRINA. Lei n° 7941 de 23 de novembro de 1999. Autoriza o Executivo Municipal
a instituir a Fundação de Esportes de Londrina, com a finalidade de fomentar o
esporte amador no Município de Londrina. Jornal Oficial, Londrina, PR, n. 189, 25
nov. 1999.
MARTINS, Danielle Fabiane et al. O esporte como papel de uma reunião social.
Disponível
em:
<http://www.presidentekennedy.br/rece/trabalhos-
num1/artigo03.pdf>. Acesso em: 13 de outubro de 2006.
MAXIMIANO, Antonio César Amauru. Introdução à Administração. 2 ed. São
Paulo: Atlas, 1986.
MINISTÉRIO do Esporte.
objetivos
do
Brasília, Ministério do Esporte, 2002. Apresenta os
Programa
Segundo
Tempo.
<http://www.esporte.gov.br/segundotempo/objetivos.htm>.
outubro de 2006.
Disponível
Acesso
em:
em:
18
de
32
OLIVEIRA, Cezar Augusto de. O que é Administração. Disponível em:
<www.professorcezar.adm.br/textos/0queeadministracao.pdf>.
Acesso
em: 18 de outubro de 2006.
PIAZENTIN, Rodimar. Assessoria Municipal de Esportes: da criação à extinção.
2000. 44 f. Monografia (Licenciatura em educação Física) – Centro de Educação
Física e Desportos, Universidade Estadual de Londrina.
SADDI, Welberth de Souza. Administração Esportiva em Órgãos Públicos: Uma
Análise da Fundação de Esportes de Londrina. 2003. 102 f. Monografia (Bacharel
em Ciência do Esporte) – Centro de Educação Física e Desportos, Universidade
Estadual de Londrina.
TUBINO, Manuel G. Dimensões Sociais do Esporte. 2º ed. Revista 11: Cortez,
2001.
VERGARA, Sylvia C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 2º
ed. São Paulo: Atlas, 1998.
33
ANEXOS
34
ANEXO 01 - FICHA CADASTRAL DE ESTAGIÁRIO
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
Nome:
Foto
Curso da Graduação:
Universidade: ( )UEL
Período: ( )MATUTINO
( )UNOPAR
( )NOTURNO
Naturalidade:
Nacionalidade:
Data de Nascimento:
/
/
Idade:
Sexo: ( ) Mas ( ) Fem
Nº do RG:
Nº do CPF:
Endereço:
Nº.
Bairro:
Cidade:
CEP:
Tel. Residencial:
Comercial:
Celular:
Qual ano/período está cursando?
Nome do Pai:
Profissão:
Nome da Mãe:
Profissão:
Informar a disponibilidade de horário, marcando com um X
Período
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Manhã
Tarde
O candidato poderá indicar todas as modalidades que domina, destacando 1ª e 2ª opções
( ) Atletismo
( ) Futebol
( ) Handebol
( ) Taekwondo
( ) Basquete
( ) Futsal
( ) Voleibol
( ) Xadrez
( ) G. R.
( ) G. O.
( ) Judô
( ) Natação
( ) Tênis de Mesa
( ) Tênis de Campo
( ) Beisebol
( ) Karatê
( ) Recreação
( ) Canoagem
( ) Adm. Esportiva
( ) Outros
___________________________________
Assinatura do Estagiário
Londrina,_______de______________200___
Obs. O acadêmico deverá anexar obrigatoriamente a esta ficha, os seguintes documentos: Cópia do RG,
histórico do curso de graduação, carta de apresentação da universidade, currículo, comprovante de residência
e foto 3x4.
35
CURRÍCULO DO ESTAGIÁRIO
1 – Experiências Gerais
1.
2.
3.
2 – Participação em Projetos – ( )Ensino ( )Pesquisa ( )Extensão
Nome do Projeto
Local
1.
2.
3.
Período
3 – Já atuou com iniciação esportiva?
Local
Modalidade
Período
Modalidade
Período
Modalidade
Período
Modalidade
Período
1.
2.
3.
4 – Já atuou como técnico?
Equipe
1.
2.
3.
5 – Outras funções
Discriminação
1.
2.
3.
5 – Atuação como atleta
Discriminação
1.
2.
3.
4.
5.
Obs. O acadêmico deverá anexar obrigatoriamente a esta ficha, os seguintes documentos: Cópia do
RG, histórico do curso de graduação, carta de apresentação da universidade, currículo, comprovante de
residência e foto 3x4.
36
ANEXO 02 - FICHA DE SUPERVISÃO
Monitor(a):
Tel:
Horário:
Data
Núcleo:
Tel:
H o r á r io
N° alunos
E s p a ç o Fís i c o
_____________________________________
Assinatura do Supervisor
Obs ervaç ão
37
ANEXO 03 – CADASTRO MENSAL DOS ALUNOS
Núcleo:
Estagiário:
Modalidade:
Mês/Ano:
Nome
Escola
Série
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
Idade
Menor de 7
7a9
10 a 12
13 a 15
16 a 18
Acima 18
ESTATÍSTICA
Feminino
Masculino
Idade
Freqüência %
38
ANEXO 04 - FOLHA DE FREQÜÊNCIA DE ESTAGIÁRIO
MÊS:_________________2005
ESTAGIÁRIO:
1º Expediente
Dia
Entrada
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Local do Estágio:
2º Expediente
Saída
Entrada
Saída
Nome do Coordenador:
_ ___ ____ ___ ___ ___ ___ ___ ___
_ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ __
Assinatura do Estagiário
Assinatura do Coordenador
39
ANEXO 05 - RELATÓRIO DO POGRAMA SEGUNDO TEMPO
1- Núcleo e Nome do Estagiário
2- Modalidade(s)
- Metodologia desenvolvida
- Conteúdo trabalhado
3- Local (quadra, campo, etc.) e condições de trabalho
4- Horário desenvolvido
5- Material utilizado
6- Número de crianças atendidas (anexar relatório de freqüência dos alunos por
modalidade)
7- Auto-avaliação
8- Outras considerações
Obs: Data de entrega do relatório: 30/11/2005.
O relatório deverá ser feito em computador, fonte arial, tamanho 12.
40
ANEXO 06 – FOTOS DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
Xadrez
Desfile Cívico Alusivo à Semana da Pátria
Ginástica Rítmica
Judô
41
Futebol de Campo
Futsal
Voleibol
Basquetebol
Download

implantação e desenvolvimento do programa segundo tempo no