1) Dia 20 de Fevereiro 2) Motivo Faleceu a 20 de Fevereiro de 1920 3) Processo de beatificação O processo de beatificação da Serva de Deus Jacinta Marto, teve início em 30 de Abril de 1952, mas, pela sucessão dos bispos da diocese de Leiria-Fátima, impedimento e morte de vários membros do Tribunal, e ainda devido às modificações introduzidas após a realização do Concílio Vaticano II, o processo só foi entregue à Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, a 2 de Julho de 1979 do mesmo ano (o da Jacinta). A mesma congregação aceitou como Postulador das causas dos videntes de Fátima, em Roma, o Rev. P. Molinari, SJ, que se dedicou ao desenvolvimento jurídico das causas. Como postulador "extra urbem", foi nomeado, em 14 de Dezembro de 1979, o Rev.P. Luis Kondor, SVD. O processo foi aberto em Roma em 20 de Dezembro de 1979. Os trabalhos de tradução do português para italiano terminaram em Fevereiro de 1982. Porém, em Abril de 1981, a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos estudou num plano de princípios, a possibilidade da beatificação e canonização de crianças nãomártires, abrindo, assim, perspectivas favoráveis à beatificação do vidente de Fátima, Jacinta Marto. Passo importante no processo de beatificação foi a publica- ção dos decretos de heroicidade de virtudes da vidente, feita em 13 de Maio de 1989. 1 e 2 – Decreto de beatificação de Jacinta 3 – Basílica após beatificação Segundo nova norma introduzida para as beatificações e canonizações, torna-se necessário o reconhecimento científico de um milagre, no caso, obtido por intercessão da beata Jacinta Marto. VÍDEO DA BEATIFICAÇÃO (13 de Maio de 2000, por S. João Paulo II) 18m 40 s https://www.youtube.com/watch?v=P4koT3VwzMk ORAÇÃO PARA A CANONIZAÇÂO DOS BEATOS JACINTA E FRANCISCO (para pedir graças) P.S.: A oração que se segue era antigamente para cada um dos pastorinhos, à parte. Hoje, quando se pede graças, pedese aos dois em conjunto Santíssima Trindade, Pai, Filho, e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e com todo o afecto da minha alma Vos agradeço as aparições da Santíssima Virgem em Fátima para manifestar ao mundo as riquezas do Seu Coração Imaculado. Pelos méritos infinitos do Santíssimo Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos que, se for para Vossa maior glória e bem das nossas almas, Vos digneis conceder-me, por intercessão dos beatos Francisco e Jacinta, a graça que humilde e confiadamente Vos peço. Assim seja. Quando se obtiver graças, deve-se enviar o relato para Postulação de Francisco e Jacinta Marto Secretariado dos Pastorinhos http://www.pastorinhos.com/ Apartado 6 - Rua de São Pedro, 9 2496-908 Fátima - PORTUGAL Tel.: 00351 249 539 780 Fax: 00351 249 539 789 ORAÇÃO DA COLETA (SANTA MISSA) – Deus de infinita bondade, que amais a inocência e exaltais os humildes, concedei que, à imitação dos bem-aventurados Francisco e Jacinta, Vos sirvamos em pureza de coração, para podermos entrar no reino dos Céus. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo Amen. LEITURAS DA SANTA MISSA – 1 Sam 3, 1.3-10; Lc 1, 46.4849.50-51.52 (Ref. O Senhor exaltou os humildes) Aleluia A manifestação das Vossas palavras ilumina e dá a sabedoria aos simples - Salmo 118 (119), 130 Mt 18, 1-5 HINO DOS PASTORINHOS 3m 46s https://www.youtube.com/watch?v=4lz58BLciFg 4) Túmulo Levado de Lisboa para o cemitério de Fátima. No cemitério de Fátima não havia jazigos. Era tudo campas rasas. Por isso e porque a Jacinta tinha mostrado desejos de não descer à terra, como o testificou o Dr. Eurico Lisboa, em carta de 22 de Fevereiro de 1920, o barão de Alvaiázere, a pedido do Pe. Formigão, ofereceu o jazigo da sua família (imagem 4) em Vila Nova de Ourém, onde ficou até 12 de Setembro de 1935, sendo nesta data transferido para o mausoléu do cemitério de Fátima (imagem 6) a pedido do bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, tendo primeiro ficado umas horas no santuário de Fátima. Aí ficou até ao dia 1 de Maio de 1951, sendo nesta data mudado para a basílica de Fátima. (imagens 6 e 7) 5) Memorial A 13 de Junho de 2008, aniversário da segunda aparição de Nossa Senhora em Fátima e também data celebrativa da entronização da imagem de nossa Senhora na Capelinha das Aparições, foi benzido e inaugurado, no Cemitério de Ourém, um Memorial à beata Jacinta Marto (imagem 6), ao lado do mausuléu da família Alavaiázere. Este gesto de homenagem à Pastorinha Vidente foi uma iniciativa conjunta da autarquia municipal de Ourém e do Secretariado dos Pastorinhos, na pessoa do Rev. Padre Kondor, Vice-Postulador para a Causa da Canonização de 4 - Mausoléu da família Alvaiázere com Memorial (lado esquerdo) 5) Memorial O monumento recordará aos habitantes de Ourém e aos devotos que o visitarem, o lugar onde descansou durante quinze anos o corpo da bem-aventurada Jacinta Marto, até ao dia da sua transladação, em 12 de Setembro de 1935, para o Cemitério de Fátima, e posterior transferência para a Basílica de Nossa Senhora de Fátima, no Santuário de Fátima, em 30 de Abril de 1951. Foi uma cerimónia singela, como a pessoa que naquele momento era homenageada: a Jacinta. Participaram na inauguração do Memorial representantes das entidades oficiais e religiosas de Ourém e de Fátima, familiares dos Pastorinhos de Fátima e do Barão de Alvaiázere. Também o Santuário de Fátima esteve presente, na pessoa do seu Reitor e de outros responsáveis. A partir de 19 de Fevereiro de 2006, passou a estar acompanhada pelos restos mortais da prima, a Irmã Lúcia. 5) Texto do Memorial (imagem 5) “Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu” “Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve” (Aparição em 13 de Junho de 1917) Aqui descansaram os restos mortais de Jacinta Marto (Aljustrel, 11-03-1910 – Lisboa 20-02-1920) A quem nossa Senhora apareceu A urna com o corpo depositado 25 de Fevereiro de 1920 No jazigo da Família do Barão Alvaiázere 12 de Setembro de 1935 transladado para o Cemitério de Fátima 30 de Abril de 1951 Identificado o seu corpo incorrupto Transferido para a Basílica de nossa Senhora do Rosário onde hoje se encontra O Papa João Paulo II beatificou a Jacinta com o seu irmão Francisco em Fátima 6 - Túmulo onde repousou a beata Jacinta desde 1935 até 1951 (cemitério de Fátima) 7 - Túmulo onde repousou a beata Jacinta desde 1935 até 1951 (cemitério de Fátima) –Texto que se lhe refere 8 – Estátua no cemitério de Fátima 9 – 1º túmulo da beata Jacinta na basílica 10 – actual túmulo na basílica (lado esquerdo) 11- actual túmulo na basílica 12 – Imagem da beata Jacinta junto ao seu túmulo 6) Família da beata Jacinta Marto Em primeiro plano: Manuel Pedro Marto (1879-1957) e Olímpia de Jesus (1869-1956), pais de Francisco e Jacinta; em segundo plano: António dos Santos Rosa (1889-1971); Manuel dos Santos Rosa (1895-1976); José dos Santos Marto (1899-1990); João dos Santos Marto (1906-2000); Florinda de Jesus (1901-1920), irmãos de Francisco e Jacinta (os dois primeiros são filhos do primeiro casamento de Olímpia de Jesus). Foto de autor desconhecido, anterior a 7.5.1920 (imagem 13) 13 – Família da beata Jacinta CASA E QUARTO ONDE NASCEU A BEATA JACINTA https://www.youtube.com/watch?v=LSy8I7rXvr0 4 m 44s 14 – Placa na casa da beata Jacinta 15 – Sua casa 16 –Placa no quarto onde nasceu 17 – Quarto onde nasceu IGREJA ONDE FOI BAPTIZADA 18 – Igreja paroquial de Fátima, na época das aparições 19 - Igreja de Fátima, hoje 20 – Placa junto à pia do baptismo 21 – Placas e pia do baptismo. Certificados do baptismo, ao fundo 22 – Placas e pia do baptismo 23 e 24 – Veste de baptismo de Jacinta 25 a 28– Registos de nascimento e de óbito de Jacinta 29 – Registo de óbito de Jacinta Marto 7) Vídeo da vida https://www.youtube.com/watch?v=hrYa6cd4YqM 8) Cronologia - 11 de Março de 1910 - Sétima e última filha de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus. Tinha ainda dois meioirmãos. Nasceu, segundo o assento de baptismo, às quatro horas da tarde de 11 de Março de 1910, mas nos apontamentos a lápis que o Dr. Manuel Nunes Formigão tirou no interrogatório de 11 de Outubro de 1917, está por duas vezes a data de 5 de Março: "Jacinta 5 de Março" (DCF-I, doc. 11, p. 92) e "Jacinta de Jesus, fez 7 (anos) a 5 de Março (ibidem, p. 97. estes dois apontamentos sobre a idade da beata Jacinta não foram retomados na redacção manuscrita. Muito provavelmente, a data exacta do nascimento seria efectivamente 5 de Março de 1910. O dia 11 de Março, como data do nascimento terá sido indicado para evitar a multa, aplicada a quem adiasse o baptismo para além dos oito dias. (DCF-I, p. 92-93, nota 94 e 97, nota 130). - 19 de Março de 1910 - Foi baptizada no dia 19, dia de S. José. Na "positio" sobre as virtudes, cita-se o testemunho do pai: "O baptismo teve lugar no dia 25 de Março e não no dia indicado no registo. Tenho a certeza disto e várias vezes o notei. Costumava baptizar os meus filhos ao oitavo dia., pouco mais ou menos, mas ela foi baptizada mais tarde, porque o senhor prior estava doente, devia vir um outro de Ourém, e eu, não querendo dar incómodo, esperei que esse outro sacerdote viesse para o dia festivo". -Nota: qui há engano do Senhor Manuel Marto. É que o dia 25 caiu, no ano de 1910, na sexta feira Santa. O dia 19 era um dia festivo e caiu a um sábado. Foi baptizada, pelo mesmo sacerdote que baptizara o Francisco, Teodoro Henriques Vieira, com autorização do pároco, Padre António Rodrigues Pena, tendo como padrinhos Manuel José Júnior, casado, proprietário, do Casal Velho, freguesia do Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, patriarcado de Lisboa, e Jacinta de Jesus, solteira, doméstica, natural de Fátima, desta freguesia. Registe-se uma particularidade do assento de baptismo de Jacinta. O pároco redigiu o assento nº 19, mas, por ter deixado uma linha em branco, inutilizou-o, com dois traços cruzados e colocou à margem e no texto a nota "sem efeito", voltando a repetir o mesmo assento nº 19. 1916 - Com 6 anos começa a trabalhar como pastorinha juntamente com seu irmão acompanhando o rebanho dos seus pais. - Primavera - Primeira aparição de um anjo, na Loca do Cabeço. - Verão - Segunda aparição do anjo, no Poço do Arneiro, junto à casa de Lúcia. - Outono - Terceira aparição do anjo, na Loca do Cabeço. 1917 13 de Maio - Primeira aparição de Nossa Senhora, na Cova da Iria. 13 de Junho - Segunda aparição de Nossa Senhora, na Cova da Iria. 13 de Julho - Terceira aparição de Nossa Senhora, na Cova da Iria. 13 de Agosto - Os videntes são levados pelo Administrador do concelho para a prisão de Vila Nova de Ourém 30 – Estátua à entrada da igreja de Fátima (ver imagem 19, lado direito) 31 - Placa na estátua da imagem anterior 15 de Agosto - Os videntes são devolvidos pelo Adminitrador às suas famílias. 19 de Agosto (domingo) - Quarta aparição de Nossa senhora, no sítio dos Valinhos. 21 de Agosto - A Jacinta é interrogada pelo Padre Manuel Marques Ferreira, pároco de Fátima, em Aljustrel (cfr. DCF-I, doc. 55, p. 389-392). 7 de Setembro - Os videntes são interrogados pelo Dr. Carlos de Azevedo Mendes, em Aljustrel e Cova da Iria (DCF-I, doc. 55, p. 389-392) 13 de Setembro - Quinta aparição de Nossa Senhora, na Cova da Iria. 15 de Setembro - Lúcia e Jacinta passam oito dias em casa de D. Maria do Carmo Marques da Cruz Meneses, na Reixida, Cortes, Leiria. 17 de Setembro de 1917- Lúcia e Jacinta são interrogadas na Reixida, Cortes (DCF-I, doc. 44, p. 316-318). 27 de Setembro - Os videntes Lúcia, Francisco e Jacinta são interrogados pelo Padre Dr. Manuel Nunes Formigão, em Aljustrel (DCF-I, doc. 7, p. 7-61). 1 de Outubro - Os videntes Lúcia, Francisco e Jacinta são interrogados pelo Padre Manuel Nunes Formigão, em Aljustrel (DCF-I, doc. 11, p. 91-93 (Francisco e Jacinta); DCF-I, doc. 12, p. 114-116). 13 de Outubro (sábado) - Sexta aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria. 13 de Outubro (19h) - Os videntes Lúcia, Jacinta e Francisco são interrogados pelo Padre Dr. Manuel Nunes Formigão (DCF-I, doc. 13, p.123-125; doc. 14 p. 132-137 (Francisco e Jacinta). 19 de Outubro - Lúcia, Francisco, Jacinta são interrogados pelo Padre José Ferreira de Lacerda, director de "O Mensageiro" (DCF-I, docs.47, p. 334-339 (Jacinta); 345-348 (Francisco); doc. 52, p- 364-365 (Jacinta e Francisco). 19 de Outubro - Lúcia, Francisco e Jacinta são interrogados pelo Padre Dr. Manuel Nunes Formigão, em Aljustrel e no caminho para Fátima (DCF-I, doc. 15, p. 141-143 (Jacinta); doc. 16,m p. 152-155 (Francisco e Jacinta). 20 de Outubro - As videntes Lúcia e Jacinta são interrogadas pelo Padre Francisco Brás da Neves, coadjutor da Freixianda (DCF-I, doc. 26, p. 221). 23 de Outubro - (antes) - Os videntes Lúcia, Francisco e Jacinta são interrogadas pelo Dr. Luís António Vieira de Magalhães e Vasconcelos, futuro 4º barão de Alvaiázere, respectivamente na Cova da Iria (Lúcia) e junto da igreja paroquial de Fátima (Francisco e Jacinta) (DCF-I, doc. 28, p. 234-236). 2 de Novembro - Os videntes Lúcia, Francisco, Jacinta e João Marto são interrogados pelo Padre Dr. Manuel Nunes Formigão, em Aljustrel (DCF-I, doc. 17, p. 172-177 (Francisco e Jacinta). 1 de Dezembro - Os videntes Lúcia, Francisco e Jacinta passam oito dias na Quinta do Caneiro (Ourém). 1918 1 de Maio - Num interrogatório de 21 de Agosto de 1918, a Jacinta declarou ao pároco de Fátima que "a Senhora lhe apareceu (...) no dia da Ascensão do Senhor na Igreja durante a missa e que lhe ensinou a rezar as contas" (Cfr. DCF-I, doc. 31, p. 270). 14 de Julho - Na festa de Nossa Senhora do Rosário, a Lúcia levou um andor juntamente com outras três meninas (Teresa Marto, irmã do Francisco e Jacinta; Carolina Carreira, filha da Senhora Maria da Capelinha, da Moita; e Clementina de Jesus, também da Moita). A Jacinta, por ser muito pequenina, não levou o andor, mas uma rocada, como se chama na região a pequena armação com bolos. O segundo andor era levado pelo Francisco com mais três companheiros: seu irmão João, Francisco Ferreira Rosa e António dos Reis, todos de Aljustrel (outros referem que o quarto menino era Joaquim Marto) ("Stella", 21 (244) Abr. 1957, p. 6, col. 2). Outubro - Jacinta adoece gravemente de epidemia broncopulmonar (epidemia de gripe espanhola) 1919 1 de Julho - Internamento da Jacinta no Hospital de Santo Agostinho, em Vila Nova de Ourém. 31 de Agosto - Jacinta regressa a casa. 1920 21 de Janeiro - Jacinta vai para Lisboa e é acolhida no Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres, na rua da Estrela nº 17, fundado e dirigido pela Madre Maria da Purificação Godinho. 2 de Fevereiro - Jacinta é internada no Serviço nº 1 do Hospital de D. Estefânia, cama nº 38, onde lhe é diagnosticada pleurisia purulenta da grande cavidade esquerda fistulizada e osteíte (cárie) de duas costelas (7ª e 8ª do mesmo lado). 10 de Fevereiro - é operada 16 de Fevereiro - nossa Senhora aparece e fica sem dores 20 de Fevereiro - confessa-se pelas 20 horas 20 de Fevereiro - Jacinta morre no hospital pelas 22,30 horas. 24 de Fevereiro - é sepultada em Vila Nova de Ourém 1935 12 de Setembro - Trasladação dos restos mortais, do cemitério de Vila Nova de Ourém para o cemitério de Fátima 1951 30 de Abril - Identificação dos restos mortais 1 de Maio -Trasladação dos restos mortais do cemitério de Fátima para a basílica do santuário 1952 Abril 30 - início do processo informativo diocesano (77 sessões e 27 testemunhas). 1979 Julho 2: encerramento do processo. Agosto 3: entrega do processo à Sagrada Congregação dos Santos. Dezembro 20: abertura do processo em Roma 1988- 15 de Fevereiro - entrega da documentação final 1989 13 de Maio – S. João Paulo II decreta a heroicidade das virtudes de Jacinta (decreto sobre as virtudes) concedendo-lhe o título de venerável. 1997 Junho 26: entrega em Roma do processo sobre a cura de Emília Santos. 1999 Junho 28: decreto sobre o milagre da cura de Emília Santos. 2000 Maio 13: beatificação, em Fátima, pelo Papa S. João Paulo II 2010 11 de Março - Celebração do centenário do seu nascimento com a audiência do Papa Bento XVI. 12 e 13 de Maio: O Papa Bento XVI, visita o Santuário de Fátima no 10º aniversário da beatificação dos pastorinhos Jacinta e Francisco. 32 – Beata Jacinta 33 - Jacinta ao colo de um soldado depois do milagre do Sol – 13 de Outubro de 1917 34 – Estátuas da beata Jacinta e do servo de Deus, padre Formigão 35 - Trasladação dos restos mortais da beata Jacinta -1-05-1951 9) Inferno Quando, nesse dia, chegávamos à pastagem, a Jacinta sentou-se pensativa, em uma pedra. - Jacinta! Anda brincar! - Hoje não quero brincar. - Porque não queres brincar? - Porque estou a pensar. Aquela Senhora disse-nos para rezarmos o Terço e fazermos sacrifícios pela conversão dos pecadores. Agora, quando rezamos o Terço, temos de rezar a Ave MARIA e o PADRE Nosso inteiro. E os sacrifícios como havemos de fazer? O Francisco discorreu em breve um bom sacrifício: - Demos a nossa merenda às ovelhas e fazemos o sacrifício de não merendar!Em poucos minutos, estava todo o nosso farnel distribuído pelo rebanho. E assim passávamos um dia de jejum, que nem o do mais austero cartuxo! A Jacinta continuava sentada na sua pedra, com ar de pensativa e perguntou: - Aquela Senhora disse também que iam muitas almas para o inferno. E o que é o inferno? - É uma cova de bichos e uma fogueira muito grande (assim mo explicava minha Mãe) e vai para lá quem faz pecados e não se confessa e fica lá para sempre a arder. - E nunca mais de lá sai? - Não. - E depois de muitos, muitos anos?! - Não; o inferno nunca acaba. E o Céu também não. Quem vai para o Céu, nunca mais sai lá sai. E quem vai para o inferno também não. Não vês que são eternos, que nunca acabam? Fizemos então, pela primeira vez, a meditação do inferno e da eternidade. O que mais impressionou a Jacinta foi a eternidade. Mesmo brincando, de vez em quando, perguntava: - Mas, olha. Então, depois de muitos, muitos anos, o inferno ainda não acaba? Outras vezes: - E aquela gente que lá está a arder não morre? E não se faz em cinza? E se a gente rezar muito por os pecadores, Nosso Senhor livra-os de lá? E com sacrifícios também? Coitadinhos! Havemos de rezar e fazer muitos sacrifícios por eles! Depois acrescentava: - Que boa é Aquela Senhora! Já nos prometeu levar para o Céu” 10) Sacrifícios Disse nossa Senhora aos pastorinhos a 13 de Maio de 1917: - Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores? - Sim, queremos. - Ides pois ter muito que sofrer , mas graça de Deus será o vosso conforto. Desde o momento em que ouviu da Santíssima Virgem o apelo para oferecerem sacrifícios Deus, a fim de evitar que os homens fossem condenados ao Inferno, a Jacinta transformou-se numa chama que ardeu continuamente nessa intenção. “Jacinta tomou tanto a peito os sacrifícios pela conversão dos pecadores”, recorda a Irmã Lúcia, “que não deixava escapar ocasião alguma”. No dia a seguir à primeira aparição, 14 de Maio, a Jacinta sentou-se pensativa numa pedra. A Lúcia diz-lhe: - Jacinta, anda brincar. - Hoje não quero brincar. - Porque não queres brincar. - Porque estou a pensar que aquela Senhora nos disse para rezarmos o terço e fazermos sacrifícios pela conversão dos pecadores. Agora, quando rezarmos o terço, temos que rezar o Pai nosso e a Avé Maria inteiros, E os sacrifícios, como havemos de fazê-los? O Francisco discorreu em breve um bom sacrifício: - Demos a nossa merenda às ovelhas e façamos o sacrifício de não merendar. Em poucos minutos estava todo o nosso farnel distribuído pelo rebanho e assim passámos um dia de jejum que nem o mais austero cartuxo. A Jacinta tomou tanto a peito os sacrifícios pela conversão dos pecadores que não deixava escapar ocasião alguma. Havia umas crianças, filhos de duas famílias da Moita, que batiam de porta em porta pedindo esmola. Encontrámo-los, um dia, quando íamos com o nosso rebanho. A Jacinta, ao vê-los, disse: – “Vamos dar nossa merenda àqueles pobrezinhos, pela conversão dos pecadores.” E correu a levar-lha. Pela tarde, disse-me que tinha fome. Havia ali algumas azinheiras e carvalhos. A bolota estava ainda bastante verde. No entanto, disse-lhe que podíamos comer dela. O Francisco subiu a uma azinheira para encher os bolsos, mas a Jacinta lembrou-se que podíamos comer da dos carvalhos, para fazer o sacrifício de comer a amarga. E lá saboreamos aquele delicioso manjar! A Jacinta fez disso um de seus sacrifícios habituais: colhia a bolota dos carvalhos ou a azeitona das oliveiras (para comer). Disse-lhe um dia: - Jacinta, nâo comas isso que amarga muito. - Pois é por amargar que o como para converter os pecadores. Não foram só estes os nossos jejuns. Combinámos sempre que encontrássemos os pobrezinhos, dar-lhes a nossa merenda. E as crianças, satisfeitas com a nossa esmola, procuravam encontrar-nos, esperando-nos pelo caminho. Assim que os via, a Jacinta corria a levar-lhes todo o alimento do dia com tanta satisfação, como se lhe não fizesse falta.” A merenda representava o principal sustento dos pastorinhos durante o dia. Saíam de casa pela manhã cedo depois de um frugal almoço e só regressavam ao lar para a ceia. A principal refeição era a do meio-dia, a que chamavam “merenda”. E dela se privavam por sacrifício. Como se aguentavam durante o dia inteiro? “Era então o nosso sustento nesses dias: pinhões, raízes de campainhas (é um florzinha que tem na raíz uma bolinha do tamanho de uma azeitona), amoras, cogumelos e uma coisas que colhiamos nas raízes dos pinheiros, que não me lembro agora como se chamam, ou fruta se a havia perto, em alguma propriedade pertencente a nossoss pais” Estimulada por um extraordinário zelo das almas, Jacinta parecia mesmo insaciável na prática do sacrifício. Conta Lúcia que, certo dia, uma vizinha ofereceu a sua mãe uma boa pastagem para o seu rebanho. Porém, ficava num lugar bastante longe, e estava-se nos dias mais quentes do Verão. A mãe de Lúcia aceitou o oferecimento feito com tanta generosidade e mandou Lúcia a ir para lá. Como havia perto uma lagoa, onde o rebanho podia ir beber, a Lúcia disse à mãe que era melhor eles passarem lá a sesta à sombra das árvores. Pelo caminho, encontraram os seus queridos pobrezinhos, e Jacinta correu a levar-lhes a esmola. O dia estava lindo, mas o Sol escaldava, e naquele terreno árido e seco parecia querer abrasar tudo. A sede fazia-se sentir e não havia um pingo de água para beber. A princípio, ofereceram o sacrifício com generosidade pela conversão dos pecadores. Mas, depois do meio-dia, era difícil resistir… Lúcia propôs aos companheiros irem a um lugar próximo, pedir um pouco de água. Aceitaram, e lá foi ela bater à porta de uma velhinha, que, ao dar-lhe uma bilha com água, lhe ofereceu também um bocadinho de pão, que ela aceitou com reconhecimento, e imediatamente distribuíu entre os companheiros. Em seguida, entregou a bilha ao Francisco e disse-lhe que bebesse. - Não quero beber. - Porquê? - Quero sofrer pela conversão dos pecadores. - Bebe tu, Jacinta. - Também quero oferecer o sacrifício pelos pecadores. Resultado: a água foi toda deixada numa cova de uma pedra, para que dela bebessem as ovelhas e a Lúcia levou a bilha à sua dona. O calor, entretanto, tornava-se cada vez mais intenso. As cigarras e os grilos juntavam o seu cantar ao das rãs numa lagoa vizinha, e faziam uma barulheira insuportável. A Jacinta, debilitada pela fraqueza e pela sede, pediu à prima, com aquela simplicidade que lhe era natural: - Diz aos grilos e às râs que se calem! Doi-me tanto a minha cabeça. O Francisco, então, perguntou-lhe: - Não queres sofrer isto pelos pecadores? A pobre criança, apertando a cabeça entre as mãozinhas, respondeu: - Sim, quero. Deixa-as cantar. E nunca se esquecia de levantar as mãozinhas e os olhos ao Céu, repetindo sua frase tão querida: - Ó Jesus! É por Vosso amor e pela conversão dos pecadores Penitência como esta não a fizeram uma vez apenas. “Tinhamos também o costume, de vez em quando, de oferecer a Deus, o sacrifício de passar uma novena ou um mês sem beber”. Este sacrifício referem-se provávelmente a privarem-se da bebida enquanto na serra guardavam o rebanho. Mesmo assim, é uma penitência custosa para quem passava a maior parte do dia exposto ao calor ardente do Verão. “Voltávamos um dia – narra Lúcia – de haver ido rezar o nosso terço à Cova da Iria, e ao chegar junto de uma lagoa que fica à beira do caminho, diz-me a Jacinta: - Olha, tenho tanta sede e dói-me tanto a cabeça! Vou beber um pouquito desta água. - Desta, não, respondi-lhe, a minha mãe não quer que bebamos daqui porque faz mal. Vamos ali pedir um pouquito à tia Maria dos Anjos… - Não. Dessa água boa não quero beber. Bebia desta porque, em vez de oferecer a nosso Senhor a sede, oferecia-Lhe o sacrifício de beber desta água suja. Na verdade, a água desta lagoa era sujíssima. Várias pessoas aí lavavam a roupa e os animais iam aí beber e banhar-se. Por isso minha mãe tinha o cuidado de recomendar a seus filhos que não bebessem dessa água”. Continuemos a inebriar-nos com o suave aroma de tão mimosas flores. “Brincávamos um dia sobre o poço já mencionado. A mãe da Jacinta tinha ali uma vinha pegada. Cortou alguns cachos e veio trazer-no-los para que os comêssemos. Mas a Jacinta não esquecia nunca os seus pecadores. - Não os comemos – diz ela – e oferecemos este sacrifício pelos pecadores. Depois correu a levar as uvas às outras crianças que brincavam na rua. À volta vinha radiante de alegria. Tinha encontrado os nossos antigos pobrezinhos e tinha-lhes dado a eles. Outra vez, a minha tia foi chamar-nos para comermos uns figos que tinha trazido para casa e que, na realidade, abriam o apetite a qualquer. A Jacinta sentou-se connosco, satisfeita, ao lado da cesta, e pega no primeiro para começar a comer. Mas, de repente, lembra-se e diz: - É verdade, ainda hoje não fizemos nenhum sacrifício pelos pecadores. Temos que fazer este. Põe o figo na cesta e faz o oferecimento. E lá deixámos os figos para converter os pecadores. A Jacinta repetia com frequência estes sacrifícios…” Lúcia, ao ver a sua pequenina e inocente prima debilitada por tantas mortificações, dizia-lhe por vezes quando ela se dispunha a privar-se de alguma iguaria: - Jacinta, anda, agora come! - Não, ofereço este sacrifício pelos pecadores, que comem demais. É precisamente este o espírito de reparação: compensar pelos pecados alheios. A Jacinta foi uma grande alma reparadora. As inocentes criancinhas não só mortificavam o corpo com sacrifícios na comida e na bebida, mas também com duras penitências. “Um outro dia brincávamos apanhando entre as paredes umas ervas com as quais se dão uns estalitos ao apertá-las nas mãos. A Jacinta, ao apanhar estas ervas, colheu, sem querer, umas urtigas, com as quais se picou. Ao sentir a dor apertou-as mais nas mãos e disse-nos: - Olhem, olhem, outra coisa com que nos podemos mortificar. Desde então ficámos com o costume de, de vez em quando, dar com as urtigas alguns golpes nas pernas para oferecermos a Deus mais aquele sacrifício” Do mesmo género é o tormento da corda. “Passados alguns dias (depois da aparição de Agosto) iamos com as ovelhinhas por um caminho no qual encontrei um bocado de corda: - Olhem : isto faz doer. Podiamos atá-la à cinta e oferecer a Deus este sacrifício. As pobres crianças aceitaram logo a minha ideia e tratámos, em seguida, de a dividir entre os três. A esquina de uma pedra, batendo em cima de outra, foi a nossa faca. Seja pela grossura e aspereza da corda, seja porque às vezes a apertássemos demasiado, este instrumento fazia-nos por vezes sofrer horrívelmente. A Jacinta deixava deixava às vezes cair algumas lágrimas com a força do incómodo que lhe causava, e dizendo-lhe eu, algumas vezes, para a tirar, respondia: - Não! Quero oferecer este sacrifício a nosso Senhor, em reparação e pela conversão dos pecadores” As crianças não tiravam a corda nem sequer para dormir o que lhes impedia muitas vezes o sono e passavam noites inteiras em branco, e daí o elogio e a recomendação de Nossa Senhora em Setembro): - Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda. Trazei-a só durante do dia. Poucos dias depois de adoecer, entregou a corda que usava à Lúcia dizendo: - Guarda-ma, que tenho medo que minha mãe a veja. Se eu melhorar, quero-a outra vez. Esta corda tinha três nós e estava algo manchada de sangue. A Lúcia conservou-a escondida até sair definitivamente de casa da mãe em 1921. Depois, não sabendo o que lhe fazer, queimou-a juntamente com a do Francisco. Até nos mais inocentes divertimentos os pastorinhos descortinavam maneiras de se mortificarem. Lúcia conta que se punha muitas vezes com a Jacinta “atrás das borboletas que apanhávamos para logo fazer o sacrifício de as deixar fugir”. A Jacinta, expansiva e viva como era, gostava muito de dançar, mas também nisto se mortificava. “A Jacinta tinha pelo baile uma afeiçãozinha especial e muita arte. Lembro-me que chorava um dia por um seu irmão que andava na guerra e que julgavam morto no campo de batalha. Para a distrair, com dois seus irmãos arranjei um baile. E a pobre criança andava a bailar e a limpar as lágrimas que lhe escorriam pelas faces. Não obstante esta afeiçãozinha que tinha pelo baile, que bastava às vezes ouvir qualquer instrumento que tocavam os pastores para começar a bailar mesmo sózinha, quando se aproximou o S. João disse-me: - Eu agora já não bailo mais. - E porquê? - Porque quero oferecer este sacrifício a nossa senhora. E como éramos as cabeças na brincadeira entre as crianças, acabaram os bailes que se costumavam fazer nestas ocasiões”. Em casa da família da Jacinta e do Francisco adoeceram todos, excepto o pai, que fazia de desvelado enfermeiro daquele rudimentar hospital. A Jacinta e o Francisco estavm de cama, atacados pela pneumónica. A Lúcia vinha com frequência fazer-lhes companhia. “Todo o tempo que me ficava livre da escola e de alguma coisa que me mandavam fazer, ia para junto dos meus companheiros”. Esses íntimos colóquios constituíam o maior lenitivo para a dor dos dois irmãos. Mas até neles Jacinta achava maneira de se mortificar, pois repetia frequentemente à Lúcia: - Agora vai ver o Francisco. Eu faço o sacrifício de ficar aqui sozinha. A preocupação da penitência nem na doença a largava. “Quando um dia cheguei junto dela perguntou-me: - Já fizeste hoje muitos sacrifícios? Eu fiz muitos. A minha mãe foi-se embora e eu quis ir muitas vezes visitar o Francisco e não fui”. Outra vez, logo pela manhãzinha: - Quantos sacrifícios ofereceste esta noite a nosso Senhor? - Três – respondeu a Lúcia. Levantei-me trêa vezes a rezar as orações do anjo. - Pois eu ofereci-Lhe muitos, muitos, não sei quantos foram, porque tive muitas dores e não me queixei. Grande mortificação consistia em vencer o lânguido fastio que a acometeu. “Um dia a sua mãe levou-lhe uma xícara de leite e disse-lhe que a tomasse. - Não o quero, minha mãe – respondeu, afastando com a mãozinha a xícara. A minha tia teimou um pouco e dpois retirou-se dizendo: - Não sei como lhe hei-de fazer tomar alguma coisa com tanto fastio. Logo que ficámos sós perguntei-lhe: - Como desobedeceste assim a tua mãe e não ofereceste este sacrifício a nosso Senhor? Ao ouvir isto, deixou cair algumas lágrimas que eu tive a felicidade de limpar, e disse: - Agora não me lembrei. Chama pela mãe e pede-lhe perdão e diz-lhe que tomo tudo o que ela quiser. A mãe traz-lhe a xícara de leite. Toma-o sem mostrar a mais leve repugnância. Depois diz-me: - Se tu soubesses quanto me custou a tomar. Certo dia a mãe “levou-lhe junto com a xícara de leite, um belo cacho de uvas. - Não, minha mãe, as uvas não as quero, leve-as, dê-me antes o leite que o tomo. E sem mostrar a mínima repugnância, tomou-o. A minha tia retirou-se contente, pensando que o fastio da sua filha ia desaparecendo. Depois (a jacinta) voltou-se para mim e disse-me: - Apeteciam-me tanto aquelas uvas e custou-me tanto a tomar o leite! Mas quis oferecer este sacrifício a nossa Senhor.” Noutra ocasião confessava: - Cada vez me custa mais a tomar o leite e os caldos. Mas não digo nada e tomo tudo por amor de nosso Senhor e do Imaculado Coração de Maria, nossa Mãezinha do Céu. Não se esquecia também dos pecadores: “Quando já na doença ia algum dia à Missa, dizia-lhe: - Jacinta, não venhas. Tu não podes. Hoje não é domingo. - Não importa. Vou pelos pecadores que nem ao domingo vão. Há uma piedosa e aconselhável devoção que consiste em participar na Santa Missa em qualquer dia da semana, e preferentemente ao domingo, em compensação e reparação por aqueles que não cumprem esse preceito da Santa Igreja. As pessoas que praticam tal acto de desagravo têm na Jacinta uma precursora. Diante de quem a visitava, sentando- se junto dela longo tempo, mantendo minuciosos efatigantes interrogatórios, ela, sem mostrar a mínima impaciência ou aborrecimento, apenas dizia depois à Lúcia: - Já me doía tanto a cabeça de ouvir aquela gente. Agora que não posso fugir para me esconder, ofereço mais sacrifícios destes a nosso Senhor. Lúcia conservou para sempre uma enternecida lembrança dos últimos meses de Jacinta. “Todo o tempo que me ficava livre da escola”, conta, “e de alguma outra coisa que me mandassem fazer, ia para junto dos meus companheiros. Um dia, Jacinta me pediu: - Olha! Diz a Jesus escondido que eu gosto muito d’Ele, que O amo muito, e que Lhe mando muitas saudades. Outras vezes, quando ia primeiro ao quarto dela, me recomendava: - Agora, vai ver o Francisco. Eu farei o sacrifício de ficar aqui sozinha. Mesmo enfraquecida pela doença, Jacinta não diminuiu a prática das mortificações. Certa manhã, sua mãe levou-lhe uma xícara de leite, e disse-lhe que o tomasse. - Não quero, minha mãe – respondeu, afastando a xícara com a mãozinha. Dona Olímpia insistiu um pouco e depois retirou-se, dizendo: - Com essa falta de apetite, não sei como vou conseguir que ela tome alguma coisa! Lúcia, que presenciara a cena, quando ficou a sós com a prima, perguntou-lhe: - Como desobedeces, assim, a tua mãe, e não ofereces este sacrifício a Nosso Senhor?! Ao ouvir isto, Jacinta deixou cair algumas lágrimas, e disse: - Agora não me lembrei! E chamou pela mãe, pediu-lhe perdão e lhe disse que tomaria tudo quanto ela quisesse. A boa senhora trouxe de volta a xícara de leite, que a filha bebeu sem mostrar o mais leve desagrado. Quando sua mãe saiu, disse a Lúcia: - Se soubesses quanto foi difícil tomá-la! Mas não digo nada. Tomo tudo por amor de Nosso Senhor e do Imaculado Coração de Maria, nossa Mãezinha do Céu! Outra. Apesar da sua extrema fraqueza, a sua fome de sacrifícios não esmorecia. “Certa manhã – conta Lúcia – encontrei-a muito desfigurada e perguntei-lhe se se achava pior. - Esta noite – respondeu ela – tive muitas dores e quis oferecer a nosso Senhor o sacrifício de não voltar na cama, por isso não dormi nada” Noutra manhã, Lúcia encontrou-a muito desfigurada, e perguntou se a prima estava pior. - Esta noite tive muitas dores – respondeu – e quis oferecer a Nosso Senhor o sacrifício de não me virar na cama. Por isso não dormi nada… Assim como Francisco, não lhe era mais possível trazer aquela áspera corda à cintura. E, como o irmão, também a entregou a Lúcia, dizendo-lhe: - Guarda-a, pois tenho medo de que minha mãe a veja. Se eu melhorar, quero-a outra vez. Pegando a corda, Lúcia notou que ela tinha três nós e estava manchada de sangue… A Lúcia, depois da enumeração dos sacrifícios que os três faziam, conclui com estas palavras: “ Não me detenho a contar mais, senão nunca acabo” 11 a) Sofrimentos Não foram nem poucas nem pequenas as provações que sobrevieram aos três videntes, sobretudo à Lúcia, vindo da parte da mãe. Os pais do Francisco e da Jacinta não chegaram aos extremos da severidade da mãe da Lúcia, e não permitiam que as outras pessoas lhes batessem. Na ida de Lúcia a Fátima, em Maio de 1946, verificou-se o seguinte diálogo entre a mãe do Francisco e da Jacinta e a Irmã Lúcia. A mãe dos dois videntes pergunta à Irmã Lúcia: - Tu lembras-te da minha Jacinta e do meu Francisco? - Lembro, sim, e dos sermões que a tia me pregava… - Sim , mas a tua mãe chegou-te mais. Era pior do que eu. - Pior! Isso não! Mil vezes melhor! Não conhece o adágio que diz: “Quem dá o pão, dá a criação” “Mas os pequenitos – escreve ela – sofriam por me ver sofrer e não poucas vezes as lágrimas lhes banhavam as faces por me verem aflita ou mortificada. Um dia, a Jacinta diz-me: -Quem me dera que os meus pais fossem como os teus para que esta gente também me pudesse bater, porque assim tinha mais sacrifícios para oferecer a nossa Senhora. Nós multiplicamos os esforços para fugir à dor e a pequena Jacinta procura-a com sofreguidão tal que deseja até castigos dolorosos. Com o tempo, aumentavam os incômodos e sofrimentos próprios da bronco-pneumonia, suportados com admirável heroísmo e incansável desejo de salvar as almas. Lúcia pergunta-lhe um dia: - Estás melhor? - Sabes que não vou melhorar. Tenho tantas dores no peito! Mas não digo nada. Sofro pela conversão dos pecadores. No entanto, como às vezes acontece nas doenças graves, Jacinta recuperou um pouco a saúde. Pôde ainda levantar-se, e passava então os dias sentada na cama de Francisco. Foi nesse período de alguma melhora que a Santíssima Virgem lhes apareceu. - Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu – contou ela à prima. – E a mim, perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-Lhe que sim. Disse-me que eu ia para um hospital, que lá sofreria muito. E que depois vou para Lisboa, para outro hospital. Que sofresse pela conversão dos pecadores, em reparação dos pecados contra o Imaculado Coração de Maria, e por amor de Jesus. Perguntei se tu ias comigo. Disse que não. Que não te torno a ver, nem aos meus pais. Isto é o que me custa mais. Disse que ia minha mãe levar-me, e depois vou ficar lá sozinha. Que depois de sofrer muito, morro sózinha. Mas que não tenha medo, que Ela me vai lá buscar para o Céu. Em seguida, Jacinta acrescentou: - O hospital deve ser uma casa muito escura, onde não se vê nada, e eu estou ali a sofrer sozinha. Mas não importa: sofro por amor de Nosso Senhor, para reparar o Imaculado Coração de Maria, pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre. Os dias passaram, e chegou o momento de Francisco ser levado para o Céu. Com a inocência e a confiança de quem se tornara íntima de Jesus e de sua Mãe Santíssima, Jacinta recomendou ao irmão: - Dá muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora, e diz-Lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem, para converter os pecadores e reparar o Imaculado Coração de Maria. Depois da morte de Francisco, embora soubesse que ele havia partido para junto da bondosa Senhora, sofreu muito com sua ausência. Passava longos momentos em silêncio, meditando, e se lhe perguntavam no que pensava, respondia: - No Francisco. Quem me dera vê-lo! E seus olhos se enchiam de lágrimas. 11 b) A doença da Jacinta A sua caminhada de dor começara nos finais do ano de 1918. No dia 20 de Dezembro, a Jacinta ainda foi com a mãe a Boleiros, a uma procissão de penitência. Dois dias depois, ela e o Francisco adoeceram. Apareceu um tumor à Jacinta, no lado esquerdo. Levantou-se, oito dias depois, mas voltou à cama. O tumor rebentou. Por duas vezes, a mãe levou-a ao colo a Ourém, consultar o Dr. Preto, que determinou o seu internamento no Hospital de S. Agostinho daquela vila, no dia 1 de Julho de 1919. Escrevia o Dr. Formigão, a 24 de Julho desse ano: “A epidemia bronco-pneumónica, quase a declinar, roçou com a sua asa negra a pobre criança [o Francisco], ferindo-a de morte. A mais nova das videntes, irmã do finado, encontra-se actualmente no hospital de Vila Nova de Ourém, com um tumor, sendo convicção dos médicos que está irremediavelmente perdida”. Saiu do hospital a 30 de Agosto. No dia 13 de Outubro de 1919, na Cova da Iria, Jacinta encontra-se com o Dr. Formigão: “Chega ao pé de mim Jacinta de Jesus Marto, uma das videntes de Aljustrel, acompanhada pela mãe. Ambas trajam rigoroso luto por motivo do falecimento de Francisco Marto, irmão de Jacinta. A pequena está esquelética. Os braços são de uma magreza assombrosa. Desde que saiu do hospital de Vila Nova de Ourém, onde, durante dois meses, se esteve tratando sem resultado, está sempre ardendo em febre. O seu aspecto inspira compaixão. Pobre criança! Ainda o ano passado, cheia de vida e saúde, e já hoje, como uma flor murcha, pendendo à beira do sepulcro! A tuberculose, depois de um ataque de broncopneumonia e de uma pleurisia purulenta, mina-lhe desapiedadamente o débil organismo. Só um tratamento apropriado num bom sanatório é que poderia talvez salvála”. Contou a Srª Olímpia que “foi, muitas as vezes, a cavalo num burrinho, à Cova da Iria, a pedido dela”. A última vez foi a 13 de Janeiro de 1920. “Quando chegou à estrada, disse à mãe: “Cale-se agora, não diga nada, que eu quero rezar dois terços e, na Cova da Iria, oferecê-los a Nossa Senhora”. Ela tinha dois laços de fita de seda que lhe tinham dado. Pediu à mãe para os ir oferecer a Nossa Senhora. Pendurou-os e depois disse: “Nunca mais cá torno”. 11 c) Tratamento em Lisboa Nesse dia 13 de Janeiro, o Dr. Formigão encontrou-se, em Fátima, com o Dr. Luís Vasconcelos (Alvaiázere), de Ourém, com o Dr. Eurico Lisboa, oftalmologista de Lisboa, e com a família da Jacinta para tratar da ida dela para Lisboa. Ao aproximar-se a partida para Lisboa, nossa Senhora, sempre maternal e carinhosa, veio novamente visitá-la. A Jacinta mandou chamar a Lúcia, para lhe dar conta desta nova entrevista. Eis como ela o descreve: “De novo a Santíssima Virgem se dignou visitar a Jacinta para lhe anunciar novas cruzes e sacrifícios. Deu-me a notícia e dizia-me: - Disse-me que vou para Lisboa para outro hospital, que não te torno a ver, nem os meus pais. Que depois de sofrer muito, morro sozinha, mas que não tenha medo, que me vai lá Ela buscar para o Céu. E chorando, abraçava-se a mim e dizia: - Nunca mais te torno a ver! Tu lá não me vais visitar. Olha, reza muito por mim, que morro sozinha”. No dia anterior quis dirigir os seus frágeis passos até à Cova da Iria . Para lhe fazer a vontade, a mãe colocou-a em cima de uma jumentinha. Magríssima, de uma palidez cadavérica, lá se segurou a custo em cima do minúsculo animal. Ao chegar perto da Lagoa da Carreira, onde actualmente se encontra o Monumento aos Pastorinhos, quis fazer a última parte do caminho a pé. Colheu um ramo de flores e, rezando o terço, foi-se dirigindo para o local abençoado. Ali depôs com todo o carinho um ramo de flores – símbolo da sua vida, toda ela uma flor aos pés de Maria: ali se demorou em recolhida e fervorosa oração. No dia seguinte foi confrangedor o derradeiro adeus à Lúcia, que assim o descreve: “A despedida cortava o coração. Permaneceu muito tempo abraçada ao meu pescoço e dizia chorando: - Nunca mais te torno a ver, nem a minha mãe, nem os meus irmãos, nem o meu pai! Nunca mais hei-de ver ninguém. E depois, morro sozinha! Nunca mais nos tornamos a ver! Nunca mais nos tornamos a ver. Reza muito por mim, até que eu vá para o Céu. Depois lá eu peço muito por ti. Não digas nunca o segredo a ninguém, ainda que te matem. Ama muito a Jesus e o Imaculado Coração de Maria, e faz muitos sacrifícios pelos pecadores. A mãe e um irmão acompanharam a menina, no dia 21. Depois de alguns dias, em casa de D. Maria da Purificação, foi internada no Hospital de D. Estefânia, no dia 2 de Fevereiro, e operada no dia 10. Nossa Senhora anunciou o dia e a hora em que deveria morrer. Quatro dias antes, a Santíssima Virgem tirou-lhe todas as dores. Como ninguém esteve presente nesse grandioso momento, podemos apenas imaginar a cena. No dia 20, foi confessada pelo pároco da igreja dos Anjos, Pe. Pereira dos Reis, mas já não pôde receber a comunhão, marcada para o dia seguinte, pois faleceu, nesse dia 20, às 22.30, menos de um mês antes de completar dez anos, pois nascera a 11 de Março de 1910. 11 d) O seu sofrimento heróico 1ª entrevista - dada pelo Pe. Kondor, vice-postulador da causa de beatificação do Francisco e da Jacinta na altura desta entrevista) - Dos casos que constam do processo de beatificação, qual foi o testemunho que mais o tocou numa perspectiva cristã? 36 – Beata Jacinta doente com a madre Godinho 37 – Placa no quarto do Orfanato 38 – Cama da beata Jacinta no Orfanato 39 – Cama da beata Jacinta no Orfanato 40 – Cama e cadeira de nossa Senhora 41 – Cadeira onde nossa Senhora Se sentava e falava com a beata Jacinta 42 – Móveis no Orfanato com imagem da beata Jacinta (à diretita) e fotos dos dois irmãos (à esquerda) 45 – Imagem da beata Jacinta no Orfanato 46 – Era assim que a beata Jacinta rezava diante do Santíssimo (de cima para baixo) 47 – Altar na capela do Orfanato (beata Jacinta, nossa Senhora de Fátima, beato Francisco) - Olhe, aquele caso passado com o médico cirurgião, Dr. Freire, que operou a Jacinta no dia 10 de Fevereiro de 1920. Soube da existência deste médico ainda quando estavam a ser preparados os processos. Sendo postulador, fiz o meu pedido para que esse médico pudesse ser ouvido no tribunal eclesiástico. Mas o postulador não sabe o que se passa no tribunal. Pode ser, ou não, chamado. Depois vim a saber que não tinha sido ouvido para depor em tribunal. Mas ele próprio me avisou que tinha algo a dizer de interessante sobre a Jacinta. Fui ter com ele a Lisboa e com uma naturalidade impressionante contou-me que então o tinham avisado, no hospital, que no dia seguinte tinha de operar uma criança muito fraca de saúde. Antes da operação foi ter com a criança e encontrou-a muito débil. Por isso resolveu fazer no dia seguinte a operação sem anestesia geral… - Porquê? - Por estar fraca. Só podia ministrar-lhe uma anestesia local. Segundo me disse o Dr. Castro Freire, a Jacinta tinha uma chaga muito profunda originada pela operação anterior. O médico declarou que era preciso abrir mais para acelerar o processo de limpeza. AQUELA OPERAÇÃO DEVIA TER CAUSADO DORES HORRÍVEIS. O médico não deixou de notar que aquela criança não era como as outras: não chorava, durante a operação não gritava nem gemia. Só lhe ouvi dizer várias vezes estas palavras: “Meu Jesus… minha nossa Senhora”. O médico disse-me que ficara estupefacto, porque tal comportamento não era usual nas crianças. Nessa mesma noite, o Dr. Freire, que tinha por hábito conversar um pouco com as enfermeiras, disse-lhes que estava impressionado com o comportamento de uma criança que havia operado, a que estava na cama 38. As enfermeiras, disseram-lhe, então, que era a pastorinha de Fátima. O Dr. Freire disse-me que pensava todos os dias nesta criança. Era-lhe impossível esquecê-la. 2ª. entrevista, esta dada pelo médico referido. - Em que circunstâncias conheceu a Jacinta? - Eu era especialista de Pediatria e Professor Extraordinário, quando a conheci no Hospital de Dª. Estefânia, onde eu trabalhava. Ela chegou ao hospital em estado muito grave, com ‘fácies’ de muito sofrimento. Na sequência de uma pneumonia, surgiu uma pleurisia purulenta. Também apresentava duas costelas cariadas… - Foi o Senhor Doutor que operou a Jacinta? Pode dizer em que consistiu a operação? - Sim, fui eu que operei a Jacinta. A operação consistiu em abrir uma fissura, bastante larga para a drenagem do pus e em ressecar as duas costelas. - Quando operou a Jacinta, já sabia que se tratava da Vidente de Fátima? - Não senhor. Não sabia! Soube-o mais tarde pela enfermeira Nadeje, que um dia me disse: “Esta pequena é a pequena das visões de Fátima” - Nada de especial o impressionou no comportamento da Jacinta, nem durante a operação, nem depois da operação? - Deu-me a impressão, deixou-me sempre a impressão de uma criança com muita coragem, porque uma anestesia que não é geral não evita todas as dores com a abertura da fístula, etc. As palavras que lhe ouvi durante a operação eram apenas estas: “Ai, Jesus! Ai, meu Deus” - Atendendo a tudo quanto acaba de me dizer, pode considerar heróica a paciência da Jacinta? - Com certeza, sobretudo se considerarmos quanto sofreu, o modo como sofreu. E o facto de ser uma criança, pois, como se sabe, um adulto tem mais capacidade para sofrer do que uma criança. 11) Fenómenos místicos 11 a) Visões 11 a I) O Santo Padre Chora Lúcia assim relata na sua Terceira Memória: "Um dia, fomos passar as horas da sesta para junto do poço de meus pais. A Jacinta sentou-se nas lajes do poço; o Francisco, comigo, foi procurar o mel silvestre nas silvas dum silvado duma ribanceira que aí havia. Passado um pouco de tempo, a Jacinta chama por mim: –Não viste o Santo Padre? – Não! – Não sei como foi! Eu vi o Santo Padre em uma casa muito grande, de joelhos, diante de uma mesa, com as mãos na cara, a chorar. Fora da casa estava muita gente e uns atiravam-Ihe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre! Temos que pedir muito por Ele. 11 a II) O Santo Padre Reza Em outra ocasião, fomos para a Lapa do Cabeço. Chegados aí, prostrámo-nos por terra, a rezar as orações do Anjo. Passado algum tempo, a Jacinta ergue-se e chama por mim: – Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre em uma Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com Ele? 11 a III) 2ª. Guerra Mundial "Um dia fui a sua casa, para estar um pouco com ela. Encontrei-a sentada na cama, muito pensativa. – Jacinta, que estás a pensar? – Na guerra que há-de vir. Há-de morrer tanta gente! E vai quase toda para o inferno! Hão-de ser arrasadas muitas casas e mortos muitos Padres(tratava-se da Segunda Guerra Mundial). Olha: eu vou para o Céu. E tu, quando vires, de noite, essa luz que aquela Senhora disse que vem antes, foge para lá também! – Não vês que para o Céu não se pode fugir? – É verdade! Não podes. Mas não tenhas medo! Eu, no Céu, hei-de pedir muito por ti, por o Santo Padre, por Portugal, para que a guerra não venha para cá, e por todos os Sacerdotes. 11 b) Aparições de nossa Senhora 11 b I) 23 de Dezembro de 1918 A 23 de Dezembro de 1918, Francisco e Jacinta adoeceram ao mesmo tempo. Indo visitá-los, Lúcia encontrou Jacinta no auge da alegria. Na sua Primeira Memória, Lúcia conta: "Um dia mandou-me chamar: que fosse junto dela depressa. Lá fui, correndo. – Nossa Senhora veio-nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu. E a mim perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-Lhe que sim. Disse-me que ia para um hospital, que lá sofreria muito; que sofresse pela conversão dos pecadores, em reparação dos pecados contra o Imaculado Coração de Maria e por amor de Jesus. Perguntei se tu ias comigo. Disse que não. Isto é o que me custa mais. Disse que ia minha mãe levar-me e, depois, fico lá sozinha! 48 – Igreja de Fátima com quadro ao fundo 49 – Quadro que representa a aparição à beata Jacinta 11 b II) 1 de Maio de 1918 Num interrogatório de 21 de Agosto de 1918, a Jacinta declarou ao pároco de Fátima que "a Senhora lhe apareceu (...) no dia da Ascensão do Senhor na Igreja durante a missa e que lhe ensinou a rezar as contas" (Cfr. DCF-I, doc. 31, p. 270) (imagens 48 e 49). 11 b III) Fins de Dezembro de 1919 Em fins de Dezembro de 1919, de novo a Santíssima Virgem se dignou visitar a Jacinta, Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu – contou ela à prima. – E a mim, perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-Lhe que sim. Disse-me que eu ia para um hospital e que lá sofreria muito. Depois vou para Lisboa, para outro hospital. Que sofresse pela conversão dos pecadores, em reparação dos pecados contra o Imaculado Coração de Maria, e por amor de Jesus. Perguntei se tu ias comigo. Disse que não. Que não te torno a ver, nem a meus pais. Isto é o que me custa mais. Disse que ia minha mãe levar-me, e depois depois de sofrer muito, morro sozinha, mas que não tenha medo; que me vai lá Ela buscar para o Céu. 11 b IV) Em Lisboa Durante a sua permanência de 18 dias no hospital em Lisboa, Jacinta foi favorecida com novas visitas de Nossa Senhora, que lhe anunciou o dia e a hora em que haveria de morrer. 16 de Fevereiro de 1920 - nossa Senhora aparece e fica sem dores 11 c) Bilocação A Irmã Lúcia conta-nos a história do regresso de um filho pródigo, por intercessão da Jacinta. Aflita, minha tia veio um dia a Aljustrel, para me pedir que pedisse a Nossa Senhora por aquele seu filho. Não me encontrando, fez o pedido à Jacinta. Esta prometeu pedir por ele. Passados alguns dias, (o rapaz) apareceu em casa a pedir perdão aos pais e depois foi a Aljustrel a contar a sua desventurada sorte. Depois (contava ele) de haver gasto tudo que tinha roubado aos pais, andou vário tempo por lá, feito vadio, até que, não recordo o motivo, foi metido na cadeia de Torres Novas. Algum tempo depois de estar aí, conseguiu, uma noite, escapar-se: e, fugitivo, de noite, meteu-se por entre montes e pinhais desconhecidos. Julgando-se completamente perdido, entre o susto de ser apanhado e a escuridão da noite cerrada e tempestuosa, encontrou como único recurso a oração. Caiu de joelhos e começou a rezar. Passados alguns minutos, afirmava ele, aparece-lhe a Jacinta, pega-lhe por a mão e condu-lo à estrada (de) macadame que vem do Alqueidão ao Reguengo, fazendo-lhe sinal que continuasse por ali. Quando amanheceu, achou-se a caminho de Boleiros, reconheceu o ponto onde estava e, comovido, dirigiu-se a casa dos pais. Ora bem, ele afirmava que a Jacinta lhe tinha aparecido, que tinha reconhecido perfeitamente. Eu perguntei à Jacinta se era verdade ela lá ter ido ter com ele. Respondeu-me que não, que nem sabia onde eram esses pinhais e montes onde ele se perdeu. - Eu só rezei e pedi muito a Nossa Senhora por ele, com pena da tia Vitória – foi o que me respondeu. - Como foi então isto? - Não sei: sabe-o Deus.” [...] 11 d) Profecias A partir daqui, até ao fim do artigo, é a parte profética da Jacinta, que fez várias profecias de vária índole. Acredito que tenha feito mais do que as que conheço. Mas as que conheço, aqui as cito. 11 d I) Família Nas vésperas da sua morte, alguém lhe perguntou se queria ver a mãe, ao que ela respondeu: - A minha família durará pouco tempo e em breve se encontrarão no Céu… 11 d II) Futura aparição de nossa Senhora Na continuação da profecia anterior, a beata Jacinta acrescentou: Nossa Senhora aparecerá outra vez, mas não a mim, porque com certeza morro, como Ela me disse". 11 d III) 1972 Numa carta ao venerável Papa Pio XII, a madre Godinho, a quem a vidente carinhosamente chamava de madrinha, contava que a Jacinta lhe tinha dito o seguinte: "As Irmãs desta Ordem (clarissas) devem permanecer unidas ao Vaticano e prepararem-se para 1972, já que neste ano de pecados de impureza, a vaidade e o luxo desenfreado atrairão sobre o mundo castigos tamanhos que farão sofrer muito o Santo Padre. 11 d IV) Portugal "Um terrível cataclismo de ordem social ameaça o nosso País e, principalmente, a cidade de Lisboa. Desencadear-se-á, segundo parece, uma guerra civil de carácter anarquista ou comunista, acompanhada de saques, morticínios, incêndios e devastações de toda a espécie. A capital converter-se-á numa verdadeira imagem do Inferno. Na ocasião em que a Divina justiça ofendida infligir tão pavoroso castigo, todos aqueles que o puderem fazer fujam dessa cidade." Houve quem interpretasse esta profecia como fazendo parte dos acontecimentos de 1974-1975, em que Portugal esteve quase a cair em poder do comunismo, e em que escapámos por uma unha negra à guerra civil. Há quem diga que quando uma profecia não se cumpre, não quer dizer que seja falsa. O facto de se ter rezado muito nessa altura, incluindo nas cadeias (ficou célebre a cadeia de Braga) impediu, com toda a certeza, que a profecia se cumprisse. 11 d V) Guerras civis Mais acima falei da possibilidade de uma guerra civil em Portugal. Mas não apenas em Portugal. A verdade é que a beata Jacinta profetizou guerras civis em 4 outros países: Espanha, França, Itália e Inglaterra. Aqui surge-me a dúvida. Quando se fala em Espanha, refere-se apenas à Espanha, ou inclui-se também Portugal? Já expliquei que em Portugal, a haver, será apenas porque a profecia ainda não se realizou, havendo ainda a hipótese (apenas uma hipótese) de se realizar no futuro. 11 d VI) Fim dos Tempos 1º Acredito que a beata Jacinta tenha recebido mais profecias sobre o Fim dos Tempos. Eis as poucas que conheço: - Madre, diga ao Papa que nossa Senhora não consegue mais segurar o braço do Seu Filho muito ofendido. - Se o mundo não fizer penitência, o castigo virá. - Nossa senhora disse que, sem dúvida, virá o triunfo de nosso Senhor, mas que antes serão derramadas muitas lágrimas. 2º. - Existe um segredo no céu e outro na terra, e este último é espantoso. Parecerá já o fim do mundo, e no cataclismo a terra ficará como que separada do céu, o qual se tornará branco como a neve. (Palavras da Jacinta Marto, no seu leito de morte, ditas à Madre Godinho, em Fevereiro 1920). 11 e ) Corpo cheira bem A beata Jacinta exalou o último suspiro no Hospital D. Estefânia, em 20 de Fevereiro de 1920, ás 22,30 horas. Logo depois de fechar os olhos à luz deste mundo, a Jacinta apresentava-se com a face rosada e com um sorriso celeste nos lábios. Depois do seu falecimento, alguém sugeriu que fosse transportada para Fátima a sepultada na sua terra natal. No entanto, o primeiro plano foi sepultá-la em Lisboa e foi fixado o dia 22, 1º Domingo da Quaresma – para a sepultar num dos cemitérios da Capital. Abriu-se imediatamente uma subscrição pública, para as despesas do funeral. Avisado na manhã seguinte do falecimento da criança a que ele ganhara tanta afeição, o Dr. Eurico Lisboa entrou em campo a fim de resolver os problemas. D. Amélia de Sande e Castro, sua cliente em oftalmologia, pediu à marquesa de Rio Maior e à Marquesa de Lavradio, suas primas, que tratassem de amortalhar a vidente. Jacinta manifestara o desejo de ser sepultada vestida de azul e branco, como nossa Senhora. A Marquesa de Rio Maior ofereceu um vestidinho branco de Primeira Comunhão que costumava servir para crianças pobres da freguesia; a Marquesa de Lavradio ofereceu roupas brancas e dinheiro para comprar4 uma fita azul, com que foi amortalhado o corpinho da vidente. Seguidamente, recostaram-na num caixão branco. Pensou este ilustre clínico de que, se viesse a comprovar-se a veracidade das Aparições de Fátima, haveria toda a conveniência em depositar o corpinho num local onde facilmente fosse identificado. O cadáver esteve exposto ao público num recanto da sacristia da igreja dos Anjos, enquanto se cumpriam as formalidades legais para a sepultura. Colocado o caixão sobre dois bancos, para que as pessoas o pudessem ver mais fácilmente, assim ficou exposto às visitas dos fiéis. O corpo ficou depositado nas dependências da referida igreja dos Anjos, e depois na Casa do Despacho da Irmandade do Santíssimo Sacramento, por cima da sacristia da mesma paróquia, desde o dia 21 de Fevereiro até ao dia 24, e foi visitado por um número incalculável de pessoas, desde que a notícia correu célebre de boca em boca. António Rebelo de Almeida, a 11 de Junho de 1934, fez esta declaração: O cheiro agradável que o corpo exalava, não se pode explicar naturalmente, diga-se o que se quiser. O maior incrédulo não podia duvidar…… A pequena estava morta há três dias e meio e o seu odor era como o de um ramalhete composto das mais variadas flores O número dos visitantes que desejavam ver a criança era grandíssimo…..Eu não deixava cortar relíquias. Neste ponto fui irremovível. Quando a gente chegava diante do caixão, era um entusiasmo, uma admiração, uma loucura.” Estava tudo organizado e combinado para que o enterro se fizesse em Lisboa, quando o barão de Alvaiázere ofereceu um jazigo que possuía no cemitério de Vila Nova de Ourém. A preparação do jazigo para receber a ilustre hóspede, tardou cerca de dois dias. No dia 23 de Fevereiro, o caixão voltou à igreja dos Anjos. Antes, porém, de o encerrar, facilitou aos muitos grupos de pessoas que desejavam contemplar, pela última vez, os restos mortais da Jacinta. Procurava que estes grupos fossem pequenos, para evitar qualquer desacato. Esta “romaria” prolongou-se por todo o dia 23. As pessoas desfilaram com grande respeito e grande devoção com que acarinhavam e beijavam o corpinho, na face e nas mãos, notando-se ainda claramente a cor rosada das faces do cadáver, que lhe dava a impressão de estar ainda com vida. Finalmente, António Rebelo de Almeida reuniu algumas pessoas para fazerem o reconhecimento dos restos mortais da pequena vidente, antes de encerrá-los num caixão de chumbo. Perante o espanto dos presentes, notaram todos o agradável perfume que se exalava do corpo da criança, como acontecera logo após a sua morte Na manhã seguinte, terça-feira, ás 11 da manhã o caixão de chumbo foi soldado e o esquife, encerrado. Nessa mesma tarde foi transportado, com grande acompanhamento, até à estação do Rossio, em cortejo a pé, debaixo de chuva, onde o colocaram numa carruagem do comboio, com destino a Chão de Maçãs e, dali num veículo que a transportasse para Ourém. Mais tarde foi trasladado para o cemitério de Fátima e, uma vez concluída a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, foi levada triunfalmente para lá, onde repousam os seus restos mortais, até à ressurreição final. 11 f) Corpo incorrupto 12 de Setembro de 1935 - Os restos mortais da beata Jacinta são trasladados para o cemitério de Fátima, data em que a urna. Foi aberta e revelado o seu corpo incorrupto (imagem 50) A este propósito, discute-se se uma fotografia de Jacinta no seu ataúde, durante o funeral, ou seja, do seu corpo incorrupto. Não era uma coisa nem outra. Era uma foto da tela de pintura da Beata Jacinta Marto do Frei Pio de Jesus Crucificado OFMRC. (imagem 51) 50 – Corpo incorrupto 51 – Foto da tela de pintura 13) Casa das Candeias O núcleo museológico dedicado a Francisco e Jacinta Marto, que reúne objectos dos videntes, mas também do Papa S. João Paulo II, que os beatificou, a Casa das Candeias, foi inaugurada no dia 5 de Abril de 1914, no dia seguinte ao dia em que passaram 95 anos da morte do beato Francisco. O espaço evoca a vida e a espiritualidade de Francisco e Jacinta Marto, “duas candeias que Deus acendeu”, nas palavras de S. João Paulo II proferidas na beatificação destes dois videntes. Neste espaço, da Fundação Francisco e Jacinta Marto, o visitante é convidado a fazer o percurso pela vida dos mais jovens beatos da história da Igreja, com elementos, por exemplo, da sua "casa": um garfo, uma caneca, o banco e o lenço que pertenceram à vidente, e o saco do farnel do seu irmão Francisco. Na área do "rosto", onde dois painéis reproduzem uma pagela com a cara dos pastorinhos, os peregrinos são desafiados a descobrir o que escondem. No caso do beato Francisco é revelada uma conta do seu rosário, encontrada na exumação dos seus restos mortais, e na Jacinta o seu rosto mostra um fragmento de ligadura usada durante os seus tratamentos médicos. A viagem pela vida dos beatos faz o "caminho" pelo seu baptismo, exibindo o fato, e, também, as reproduções dos seus registos de baptismo e de óbito, chegando à beatificação com o livro do seu decreto. O "Papa de Fátima", santuário onde S. João Paulo II se deslocou por três vezes, tem um lugar de destaque na Casa das Candeias, onde algumas peças expostas foram oferecidas por S. João Paulo II à Postulação, entre outras, um terço, e o ramo de oliveira usado por S. João Paulo II no Domingo de Ramos de 2005, poucos dias antes da sua morte, assim como a sua cruz peitoral, o solidéu e um lenço, com as suas iniciais, ou um par de sapatos que lhe pertenceu. Um relicário com fragmentos de cabelo, um terço, o primeiro exemplar da edição em árabe das "Memórias da Irmã Lúcia", autografado por S. João Paulo II, ou o ramo de oliveira que usou na saudação aos fiéis no domingo de ramos de 2005, no Vaticano, duas semanas antes da sua morte, são outros dos objectos patentes na Casa das Candeias, que apresenta, também, uma projecção multimédia com a história dos acontecimentos e da mensagem de Fátima. À agência Lusa, a postuladora para a causa da canonização de Francisco e Jacinta Marto, Irmã Ângela Coelho, justificou a escolha do nome do núcleo museológico: "O Francisco e a Jacinta, durante a sua infância, na sua brincadeira, gostavam de chamar ao sol a candeia de Nosso Senhor e à lua a candeia de Nossa Senhora". A Irmã Ângela Coelho adiantou que, "as peças talvez mais valiosas" do núcleo museológico estão em dois relicários, em forma de candeia, "um fragmento de uma costela de Francisco Marto e um pedacinho de cabelo da Jacinta Marto". Em palavras no momento inaugural, no qual participaram as entidades religiosas e civis de Fátima, a Irmã Ângela afirmou que “a luz que emana destas crianças tem os contornos da mensagem que a Senhora do Rosário lhes confiou, na Cova da Iria”. Afirmou igualmente que “A luz destas candeias, que aceitaram o desafio de oferecer as suas vidas a Deus, permanece como memória de um percurso de santidade que nos desafia também hoje. É essa luz que pretendemos aqui evocar, nesta Casa das Candeias”. O Santuário de Fátima considera este núcleo museológico como uma mais-valia para os peregrinos. Nas palavras do reitor, padre Carlos Cabecinhas: “Este espaço é importante também para o Santuário de Fátima, na medida em que, pela linguagem da beleza e da arte, consegue dar a conhecer os Pastorinhos e a Mensagem de Fátima, como lugar de divulgação e que pode ser complementar à experiência que os peregrinos fazem no Santuário”. Para o reitor, a forma como a exposição está concebida poderá mesmo levar a um aumento da oração para a canonização dos dois beatos, “por entusiasmar e levar as pessoas, naturalmente, a fazer essa súplica pela canonização que é também própria do Santuário”. No caminho de santidade que é evocado e proposto, o visitante é convidado a entrar na intimidade da vida familiar dos dois irmãos e a abeirar-se dos principais momentos e figuras ligados à sua beatificação. O percurso expositivo faz-se através de quatro núcleo temáticos - “Em esboço”, “Na casa”, “O rosto”, “A caminho” e “O brilho” - iluminados pela vida e pelo testemunho de espiritualidade destes dois videntes de Nossa Senhora. Uma outra figura é evocada de modo especial: a de S. João Paulo II. “Quando começámos a pensar no projeto de criação deste espaço expositivo, surgiu, com naturalidade, a vontade de que este lugar pudesse também homenagear o Papa que os beatificou”, recorda a irmã Ângela Coelho, que sublinha o desejo de este núcleo expositivo “ser um espaço com sabor a casa e com a intimidade de um lugar onde nos sentimos acolhidos”. Uma curiosidade surge mesmo no final da Casa. Junto de um fragmento da costela de Francisco e outro de cabelo da Jacinta, guardados em duas candeias de prata, e do quadro oficial da beatificação, o visitante é surpreendido pelo convite à oração para pedir a canonização de Francisco e Jacinta Marto. Próximo destes elementos já está reservado o lugar que se espera preenchido com o documento mais aguardado pelos devotos: o livro do decreto de canonização de Francisco e de Jacinta Marto. No dia da bênção e inauguração da Casa das Candeias, o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, destacou que “entrar nesta Casa e entrar com o coração significa entrar numa história de amor de dimensão universal na qual tiveram um protagonismo duas crianças que se deixaram seduzir pela Senhora da Azinheira, pela Senhora da Mensagem, (…) uma mensagem que eles próprios procuraram viver”. Em homenagem ao padre Luís Kondor, primeiro postulador da Causa de Canonização de Francisco e Jacinta Marto, no edifício que acolhe a Casa das Candeias, agora remodelado, foi também inaugurada a Sala Luís Kondor, com alguns dos muitos objetos ligados a este sacerdote. A Casa das Candeias está aberta todos os dias, das 9:00 às 13:00 e das 14:00 às 18:00. A entrada é livre. Para mais informações deve se contactada a Fundação Francisco e Jacinta Marto: [email protected] 13 a ) Objectos pessoais 52 e 53 - Lenço 54 e 55 – Ligadura 56 a 58 –Fragmento de cabelo 14) Outros objectos 59 e 60 – Seus terços