Lição 8 17 a 24 de maio A intensidade de Sua caminhada Sábado à tarde Ano Bíblico: 2Cr 24, 25 Verso para Memorizar: "Aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como Ele andou" (1Jo 2:6). Leituras da semana: Mt 4:4; Lc 2:40; 6:12; Jo 4:34; Jo 17; 1Jo 2:6 Os adventistas são um povo amante da paz. Sentimo-nos orgulhosos quando a igreja ou seus membros obtêm uma referência positiva na imprensa, quando todos pensam que somos bons. Mas como podemos reagir se acordarmos um dia para encontrar enormes manchetes na mídia nos estigmatizando como perdedores, desordeiros ou subversivos? Nosso senso de certeza e confiança Deus seria forte o suficiente para nos sustentar? Admiramos Jesus depois do fato; mas temos alguma idéia do que significava para Ele ser difamado e demonizado pelos mais elevados poderes civis e eclesiásticos de Seus dias? No fim, vemos Jesus maltratado pelos soldados romanos: "Vestiram-nO de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, Lha puseram na cabeça. E O saudavam, dizendo: Salve, rei dos judeus! Davam-Lhe na cabeça com um caniço, cuspiam nEle e, pondo-se de joelhos, O adoravam. ... Então, conduziram Jesus para fora, com o fim de O crucificarem" (Mc 15:17-20). O que prepara uma pessoa para suportar tanto abuso físico e psicológico sem falhar? Como uma pessoa pode permanecer firme e tranqüila quando o mundo inteiro se volta contra ela – sem sequer um fragmento de apoio humano à vista? Para Jesus, a resposta está em Sua comunhão com Deus, na intensidade de Sua experiência com Ele – o assunto da lição desta semana. Domingo Os primeiros anos (Lc 2:40) Ano Bíblico: 2Cr 26–28 Como já afirmamos, sabemos bem pouco sobre os primeiros anos de Cristo. Ouvimos muito sobre Seu nascimento e primeiros anos, inclusive a visita ao templo aos doze anos (veja Lc 2). Mas isto é tudo, até Seu batismo por João no início de Seu ministério público, quando Ele tinha "cerca de trinta anos" (veja Lc 3:21-23). Não obstante, é possível olhar para Sua vida, como a conhecemos, e tirar certas conclusões razoáveis a respeito do fundamento espiritual que lhe dava apoio. Se, pela nossa própria experiência, assumirmos que a estabilidade e força que vemos em Jesus durante Seu ministério público não se materializou da noite para o dia, nem foi fruto de superficialidade, somos levados a concluir, novamente pela nossa experiência, que elas se originaram de uma intensa experiência com Deus. 1. Na história de Jesus entre os doutores, que indícios temos do fundamento espiritual em que o menino Jesus cresceu? Que papel tiveram Seus pais nesse crescimento? Lc 2:39-52 Incrivelmente, estas passagens (além das narrativas do nascimento) são tudo o que temos sobre os primeiros trinta anos da vida de Jesus. Além disso, os eruditos da Bíblia afirmam que a maior parte dos materiais dos Evangelhos se concentram na última semana da vida de Jesus, tornando esses livros (como freqüentemente se diz) "narrativas da Paixão", não biografias em si. Evidentemente, eles foram produzidos com o propósito bem definido de focar os refletores nos dois eventos decisivos da fé cristã: o mistério do nascimento de Jesus (a encarnação) e o significado de Sua morte e ressurreição. Entre esses dois eventos, vemos Sua vida abnegada de serviço e sacrifício. E podemos entender corretamente que o foco e a dedicação que vemos em Seu ministério público representam um relacionamento com Deus que era consistente, profundamente pessoal e intenso. Que princípios podemos aprender desta história para aplicar, em nosso próprio contexto, a nós mesmos e à nossa vida espiritual? Segunda Ano Bíblico: 2Cr 29–31 No começo de Seu ministério (Mt 4:4) Logo após o batismo, Jesus foi ao deserto da Judéia por 40 dias para orar, para refletir em Sua missão. Talvez nenhum de nós que estamos estudando esta lição tenha algum conhecimento pessoal do que significa isso. Aqui, nos deparamos com uma intensidade que dificilmente podemos compreender, uma concentração espiritual muito além de nossa experiência habitual, uma busca de intimidade com Deus que nos deixa extasiados. O motivo explícito para essa incursão ao deserto foi para Jesus ser provado (Mt 4:1; cf. Lc 4:2), e o tentador estava ali para aproveitar a oportunidade. Usando como ferramenta a fome extrema do Salvador, ele tentou desesperadamente introduzir uma cunha de separação entre Jesus e Seu Pai, desvirtuar o firme apego de Jesus a Deus, desfazer a intensidade de Sua experiência com Ele, intrometer-se na proximidade íntima entre Pai e Filho. 2. Como a resposta de Jesus, revelada nos textos a seguir, mostra a intensidade de Sua experiência com Deus? O que podemos aprender desse episódio para aplicar a nós mesmos? Mt 4:3-10; Lc 4:3-12 Para entender o que se passou nesse episódio, precisamos ter em mente a condição inigualável de Jesus em todo o esquema da salvação. Ele era o Filho imaculado de Deus. Vindo ao mundo em natureza humana, Ele teve que viver completamente acima da esfera pecadora, não só por um dia, mas em todo o Seu tempo conosco. Ele precisava passar por lutas e provações, como nós, ser tentado como nós, mas tinha que permanecer imaculado. Podemos comparar isso com alguém trabalhando por trinta e três anos no computador, escrevendo artigos, fazendo a tarefa de casa, respondendo cartas, e nunca cometendo um único erro, nunca precisando usar a tecla "apagar" ou o recurso para desfazer o que foi feito; ou como fazer um curso em álgebra ou física e acertar todos os problemas; ou tocar piano por trinta e três anos sem esbarrar em uma tecla errada. Esta foi a porção de Jesus. Ele não veio só para estabelecer um exemplo de vida abnegada, mas para morrer como o ser sem pecado e, assim, trazer salvação ao Planeta. Daí provém Sua concentração total, a intensidade absoluta de Sua experiência com Deus; nada podia ser simplesmente admitido, nada deixado ao acaso. Um único passo em falso, e o jogo estaria terminado. Imagine o que deve ter sido nunca ter pecado, nem mesmo em pensamento, por toda a vida! Isso é justiça. Pense no que você deve a Jesus, que lhe oferece o que você nunca poderia alcançar por si mesmo. Terça Ano Bíblico: 2Cr 32, 33 Em Sua vida de oração (Lc 6:12) Jesus viveu para a oração. Seu ministério público começou com um longo período de oração e comunhão especial (como vimos ontem); e o registro indica que Ele retornou dessa experiência reforçado com o poder vivo (veja Lc 4:14). Teria sido antinatural para Ele passar um único momento sem erguer o pensamento a Deus, sem experimentar aquela conexão viva entre Ele mesmo e o Céu. E o que achamos é que, embora Sua vida fosse de contínua comunhão com o Pai, antes de cada evento ou desenvolvimento importante Ele tomava tempo para uma súplica especial. 3. Em todos os momentos importantes de tensão ou perigo de Sua vida, Jesus demonstrou confiança em Deus para obter direção, guia e força. Em cada caso, que atitude especial estava envolvida? a. Mt 14:23 (compare vs. 24-33) b. Lc 6:12 (compare vs. 13-16) c. Jo 17 (compare 18:1-3) Marcos 1:35 parece descrever não só uma ocasião, mas um padrão, quando menciona Jesus levantando-Se "alta madrugada" e saindo para "um lugar deserto" para orar. Ele começava cada dia com Deus. Mas as ocasiões de especial necessidade aumentavam o tempo assim passado. Lucas 6:12 nos informa que Jesus passou a noite inteira em oração sobre um monte, imediatamente antes da escolha dos doze discípulos, aparentemente dentre um grupo maior de seguidores (veja Lc 6:13). Antes de Sua surpreendente caminhada no lago, tirou um período de comunicação intensa com o Pai. E durante a Semana da Paixão, ao enfrentar a cruz, Jesus ofereceu uma intensa oração de súplica por Seus discípulos imediatos e por Seu povo até o fim dos tempos. Examine a grande oração de Jesus em João 17. Que elementos de uma experiência profundamente pessoal com Deus você encontra lá? Que eventos o convidam a orar? Qual foi sua experiência com o poder da oração para sustentá-lo? Como você pode melhorar sua vida de oração? Quarta Ano Bíblico: 2Cr 34–36 Intensidade para a missão (Jo 4:34) Para o poeta americano Robert Frost, o bosque era "atraente, escuro e profundo. ... Mas eu tinha promessas a cumprir e milhas a ir antes de dormir." Jesus viveu com a consciência constante da escuridão no bosque ao Seu redor, sempre profundo, mas nunca atraente. Como o poeta, Ele estava constantemente ciente de ter milhas a ir antes de dormir, muita coisa a fazer em muito pouco tempo. "É necessário que façamos as obras daquele que Me enviou, enquanto é dia", Ele disse, "a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (Jo 9:4). Vemos essa intensidade de missão em Seu encontro com a mulher samaritana. De repente, na presença dessa criatura necessitada, Ele esqueceu fome e sede, totalmente consumido pela missão à Sua frente. Enquanto isso, a mulher, na excitação do encontro, abandonou seu cântaro de água e se apressou em ir para a aldeia a fim de anunciar a notícia do personagem mais centrado que ela já conhecera. Os discípulos retornaram e encontraram Jesus silencioso e pensativo, orando pelo sucesso desse contato novíssimo. 4. Qual foi a resposta de Jesus quando eles Lhe disseram que comesse? Jo 4:32-34. Como devemos entender essas palavras? 5. O que as passagens a seguir dizem sobre a intensidade da paixão de Jesus por Sua missão? Jo 9:1-12, 35-39; 12:27-36 Os sentimentos de Jesus naquela última passagem estão plenos de significado. Eles surgiram após o pedido de alguns visitantes gregos para conhecê-Lo (Jo 12:20-22), pedido que abriu diante dEle a possibilidade de levar pessoalmente a mensagem do reino para além de Sua Palestina nativa, para os recantos mais longínquos da Terra. Mas Ele sabia que fazer assim seria contrário ao aspecto mais vital de Sua missão total, dar a vida como resgate às nações. Conseqüentemente, Ele seguiu com aquelas poderosas palavras sobre um grão de trigo que cai na terra (v. 24), símbolo não só de Seu próprio sacrifício mas do princípio de que todos os que O seguem devem ter compromisso total com a vontade de Deus, não importando qual seja o custo pessoal. Qual foi sua experiência pessoal com os custos para seguir Jesus? Por que o custo é baixo, não importando quão elevada seja a experiência? Quinta Ano Bíblico: Ed 1–3 Nossa experiência com Deus (1Jo 2:6) 6. Como vimos nas lições anteriores, não podemos (e não devemos) fazer tudo o que Cristo fez. Ainda assim, como podemos, permanecer em Cristo e andar como Ele andou? A idéia de andar com Deus tem suas raízes na antigüidade. Talvez a primeira referência bíblica explícita à idéia venha de Gênesis 5:22, 24. O verso 24 diz: "Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para Si". A palavra hebraica para andar aparece em uma forma que sugere um tipo de caminhada ininterrupta, contínua, algo que acontecia todo o tempo. Quaisquer que fossem suas culpas e lutas, Enoque manteve uma caminhada constante com seu Senhor. Como cristãos, temos a oportunidade de fazer o mesmo. Porém, é muito fácil deixar que outras coisas interfiram nessa caminhada. Onde quer que você viva, qualquer que seja sua cultura, quais são as coisas que podem facilmente dificultar sua caminhada com Deus? Tempo de lazer demais? Distração demais? Coisas demais para fazer? Trabalho demais só para sobreviver? Uma vez que você identifique essas preocupações, que passos práticos pode dar para evitar que essas coisas o prejudiquem espiritualmente? Leia o que Jesus disse em Mateus 13:22. O que Ele disse, de muitas formas, é a essência do que estamos falando hoje. Deste modo, é claro que nenhuma dessas coisas pode realmente ser desculpa válida para perder o caminho, porque o Senhor já as previu. Então, para bem de nossas habilidades dadas por Deus, é importantíssimo fazer as escolhas diárias, como Jesus fazia, manter intensa e contínua nossa caminhada com o Senhor. Por que haveríamos de dar ao tentador alguma coisa a que possa se apegar e, assim, nos afastar de Jesus? Sexta Estudo adicional Ano Bíblico: Ed 4–6 "Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito" (Ellen G. White, "A Visita Pascoal", p. 83, em O Desejado de Todas as Nações, p. 83). "De todas as maneiras possíveis, Satanás procurou impedir que Jesus desenvolvesse uma infância perfeita, perfeita idade adulta, ministério santo e sacrifício puro. Mas ele foi derrotado. Não conseguiu levar Jesus ao pecado. Não pôde desanimá-Lo ou desviá-Lo do trabalho que veio a este mundo para fazer. Desde o deserto até o Calvário, a tempestade da ira de Satanás se abateu sobre Ele, mas quanto mais impiedosa se tornava, mais firmemente o Filho de Deus se agarrava à mão do Pai e avançava pelo caminho manchado de sangue" (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 5, p. 1.130). Perguntas para reflexão 1. Os elogios bajuladores feitos a Jesus em Mateus 22:15, 16 falam dEle como uma pessoa íntegra e veraz, não influenciada pela posição ou poder dos outros. O que as pessoas diriam de você? Poderiam lhe fazer um elogio semelhante? Que dizer em nível mais elevado, o da igreja local? Estaria tão disposta a ajudar as pessoas das camadas inferiores da sociedade como está ao tentar impressionar as mais elevadas? O que sua resposta lhe diz sobre as mudanças que precisam ser feitas? 2. Com a classe, examine cuidadosamente o que você escreveu na lição de quinta-feira sobre as coisas que podem embaraçar sua caminhada com o Senhor. Compare com as notas dos outros membros da classe. O que vocês mencionaram em comum? Quais foram as diferenças? Ainda mais importante, como vocês podem trabalhar juntos para ajudar um ao outro a vencer esses desafios? Que ajuda prática vocês podem dar um ao outro? Respostas sugestivas às perguntas da Lição: Pergunta 1: Jesus mostrava ter forte domínio das Escrituras. Certamente, foi instruído fielmente por Sua mãe, e também por Seu pai. Pergunta 2: com Deus Lhe permitiu discernir a armadilha da tentação de Satanás. Pergunta 3: Jesus mantinha o hábito de orar por longos períodos. Pergunta 4: Mais importante que o alimento material era fazer a obra que o Pai Lhe dera. Pergunta 5: Sempre que a prudência permitia, Jesus Se revelava como o Messias. Pergunta 6: Pela comunhão com Deus, mediante a oração, a meditação e estudo das Escrituras, mantendo em primeiro lugar o reino de Deus.