02 Entre Irmãos-Diocese de Coxim-Boletim Informativo-Ano 2011- Abril - III Série- nº 90 A Voz do Pastor Uma igreja "decididamente" missionária Queridos irmãos e irmãs, a nossa caminhada rumo à Páscoa continua. Jesus “tomou a firme decisão” de ir em Jerusalém, sabendo que ia doar a sua vida por todos nós. E, apesar das tentações, incompreensões dos discípulos, fragilidade humana.... chegou até o Calvário. E, “pelas suas chagas fomos curados”. Agora, é a nossa vez. Seguindo Ele, o Mestre, será mais fácil conseguir ser fiéis aos compromissos do discipulado. “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”, disse Jesus. Este é um caminho; o mundo nos apresenta tantos outros caminhos; agora a escolha é de cada um de nós. Para reforçar esta firme decisão, os Padres da Diocese fizeram o Retiro Espiritual, onde refletiram sobre o relacionamento com Deus, com os irmãos presbíteros e com o povo. Lembramos que “temos um tesouro em vasos de barro”, por isso cuidamos de não quebrá-lo, mas – ao contrário – enfeitá-lo e enriquecê-lo sempre mais. A todos os irmãos leigos, pedimos a caridade da oração, para que sejamos santos, juntos com o povo que Deus nos confiou. O mês de abril é o mês da Páscoa, centro da vida da Igreja. A mensagem do Papa, partindo da Liturgia do Ano A, nos convida a redescobrir o valor do nosso batismo. Os evangelhos da samaritana, do cego de nascença e da ressurreição de Lázaro são catequeses para esta redescoberta. Água, luz e vida é o que recebemos no batismo: água, que nos lavou do pecado; luz, que abriu os nosso olhos às coisas de Deus, à verdade; vida nova. Nesta caminhada quaresmal, a nossa diocese – neste mês – recebe um presente: o III Retiro Diocesano das SMP. Será mais um passo rumo à grande Semana Missionária, que iniciará no segundo semestre deste ano. O convite a uma conversão, espiritual e pastoral, se faz sempre mais forte. De uma pastoral de conservação – nos lembra Aparecida – temos que passar a uma pastoral "decididamente" missionária”. “Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais. Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé” (DAp. n.365). Aparecida continua, convidando à conversão pessoal, também dos pastores, e das comunidades eclesiais. A propósito, lembra, no n. 369, “o modelo paradigmático dessa renovação comunitária nas primitivas comunidades cristãs, que souberam buscar novas formas para evangelizar de acordo com as culturas e as circunstâncias”. O n. 370 é o mais importante: “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Assim será possível que o ‘único programa do Evangelho continue introduzindo-se na história de cada comunidade eclesial’ (NMI 12) com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro, uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária”. O n. 372 relata o que estamos fazendo na nossa diocese: setorização, grupos de famílias etc... Isso nos alegra, dando a certeza que estamos caminhando no rumo certo. Queridos irmãos, continuemos – unidos e animados – na nossa caminhada diocesana: quem já está dentro, no espírito e nas atividades das SMP, continue alegre. É Deus que o chamou. Portanto, é d’Ele que vai receber a ajuda necessária para cumprir bem a sua missão. Se, ainda, não entendeu bem o que significa este novo modo de “a Igreja ser”, reflita, se una aos irmãos, peça luz ao Divino Espírito Santo. Ninguém fique de fora deste caminho de salvação. Feliz Páscoa, Dom Antonino Migliore. Expediente Boletim Informativo Entre Irmãos Mitra Diocesana de Coxim - R. Viriato Bandeira, 834 Centro– C.P. 60 - CEP-79400-000-COXIM–MS fone/fax(67)32911928 D.Antonino 9963-3475 [email protected] www.diocesedecoxim.com.br Eq. Comunicação - Diretor:-Dom Antonino Migliore Colaboradores:Pastorais e Movimentos - Alexandre Diagramação:-Folha do [email protected] Tiragem :- 2.000 (dois mil) Exemplares. Formação Permanente O seguimento de Jesus dá um sentido autêncito à vida A vida precisa de sentido: não se vive sem isso. Há vários sentidos que se pode dar à vida, é preciso escolher o que seja capaz de responder às aspirações mais autênticas da natureza humana. O cristão decidiu seguir Jesus Cristo exatamente por causa disso. Seguir Jesus Cristo é uma graça inesquecível e impagável. Faz da vida uma missão verdadeira. Impulsiona para a construção da solidariedade, da justiça e da paz. Liberta do desânimo, do medo, da mesquinhez. Inúmeros testemunhos o confirmam. Seguir Jesus é fonte de júbilo interior: “Fiquem alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres!” (Fl.4,4). Dá sabor à vida; convida a vivê-la de maneira transparente, corajosa e profética. Desperta energia nova, dá força e coragem nas horas difíceis: “Atribulados, mas não desanimados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados” (2 Cor. 4, 8-9). O seguimento de Jesus coloca nossas vidas num processo de conversão permanente; ajuda a superar as barreiras da morte, aponta para a ressurreição. Os santos e as santas que o povo cristão venera (não adora) foram verdadeiros campeões de humanidade. Eles testemunharam a beleza da vida vivida ao estilo de Jesus Cristo, a partir das situações históricas em que se encontravam. A grande maioria não está na lista dos que a Igreja proclamou oficialmente, permanece no anonimato. Hoje, também há santas e santos andando pelas estradas da vida; conviver com alguns deles é uma graça preciosa. Pelo que vimos anteriormente, seguir a Jesus é o caminho normal e essencial para qualquer cristão de todos os lugares e épocas. Será que isso acontece? Será que as Igrejas colocam de verdade o seguimento de Jesus como a base do ser Igreja? Demos umas voltas pela várias igrejas cristãs, olhemos nossas comunidades e pastorais. É claro que há muita coisa boa acontecendo, mas a impressão geral é de que a espiritualidade do seguimento de Jesus não é o anseio maior. Há pastorais tarefeiras, repetitivas e fragmentadas, sem o fio condutor do seguimento de Jesus. Há paróquias que se parecem com um supermercado de produtos religiosos, para todos os gostos e bolsos. Há consumismo religioso. Ritos, sacramentos, reuniões, assembléias, cultos, celebrações, louvores em honra a Jesus há bastante; bem menos se vê o seguimento a Ele. E onde não há seguimento, não há verdadeira fé; e então males e divisões prosperam. Portanto, o desafio é como fazer crescer a espiritualidade do seguimento de Jesus nas comunidades e na nossa vida pessoal. ( do livro “Dar um sentido verdadeiro à vida” – pagg.170-172).