UM OLHAR SOBRE AS AÇÕES DO PIBID NA ESCOLA MUNICIPAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA Angélica Theis dos Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IF Farroupilha) – Santa Rosa Acadêmica Licenciatura em Matemática. Email: [email protected] Claudia Muller Vargas IF Farroupilha – Câmpus Santa Rosa [email protected] Cristina Girotto IF Farroupilha – Câmpus Santa Rosa [email protected] Ronei Osvaldo Ziech IF Farroupilha – Câmpus Santa Rosa [email protected] Tamara Ost Fracari IF Farroupilha – Câmpus Santa Rosa [email protected] Profa. Dra.Cleria Meller Bitencorte Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha Câmpus Santa Rosa Email: [email protected] Introdução Estudiosos e pesquisadores têm demostrado preocupação com a educação no Brasil, principalmente com o desempenho dos alunos na área de matemática, decorrente do alto índice de reprovações em todo país, tanto no ensino fundamental como também no ensino médio, o que exige uma reflexão sobre essa realidade, considerando que “a superação do fracasso escolar é tarefa pedagógica. É, concretamente, na escola que deve refletir-se o comprometimento dos órgãos públicos e o desejo dos professores envolvidos com os interesses de seus educandos.” (MALDANER, 2011, p. 26). O autor também destaca algumas questões que possivelmente são responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pelos estudantes nos conteúdos de matemática, enumerando-as: “a) preconceito de ser esta uma disciplina extremamente difícil, reservada à compreensão de poucos; b) a falta de clareza que ela deve desempenhar no corpo de conhecimentos sistematizados; c) a exagerada ênfase no aspecto sintático em detrimento do semântico.” (MALDANER, 2011, p. 26-27). Além disso, instituições formadoras de professores têm repensado seus projetos de curso para possibilitar ao futuro profissional, a oportunidade de interação com a realidade escolar, de forma que desde a formação inicial vivencie momentos de ação e de reflexão sobre a realidade educacional. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) possibilita que durante o curso, os futuros professores possam vivenciar situações educativas ricas em experiências, que contribuam para a formação profissional. Com o objetivo de aproximar os futuros professores com a realidade vivida em sala de aula, o Instituto Federal Farroupilha – Câmpus Santa Rosa, desde 2011, desenvolve o projeto Ressignificando conhecimentos matemáticos, a partir da realidade escolar pelo PIBID, que busca não somente aprimorar a formação do professor em constituição, mas também contribuir na melhoria da aprendizagem dos alunos das escolas contempladas com o projeto. O PIBID na Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima - Santa Rosa tem como supervisora, a professora Maria de Lourdes Meinerz da Silva, que planeja, assessora e apoia as ações dos bolsistas. Ações que envolvem atividades de revisão de conteúdos para ampliar e ressignificar conceitos matemáticos, a partir de atividades lúdicas, buscando assim a superação da abordagem da matemática de forma tradicional e mecânica. Para conhecer os resultados destas ações, na escola, realizou-se o presente trabalho que tem como objetivo conhecer as contribuições do PIBID, a partir da análise do desempenho dos estudantes e da opinião dos atores sociais envolvidos. Desenvolvimento das atividades As atividades na escola começaram em 2011. O início foi marcado pelos diálogos constantes e contínuos com a supervisora, o que possibilitou à realização do diagnostico para conhecimento dos diferentes espaços da escola, principalmente da turma de 6º série, com a qual iniciamos nossas ações. Na medida em que o trabalho foi avançando, ampliamos para o 6º ano, 7º ano e 8º ano, sempre tendo presente o planejamento para alcance do objetivo principal: despertar o gosto pela matemática e melhorar o desempenho dos alunos para romper com a concepção de que a Matemática é de difícil compreensão. Diante disso, as primeiras ações centraram no desenvolvimento de atividades lúdicas, que segundo D’Ambrósio, o aspecto lúdico associado ao exercício intelectual, que é tão característico da matemática, e que muitas vezes tem sido desprezado. Porque não introduzir no currículo uma matemática construtiva, lúdica, desafiadora, interessante, nova e útil para o mundo moderno (UBIRATAM, 1999), sem perder de vista o acesso às novas tecnologias, considerando que: Resolução de problemas geométricos com utilização apenas de régua e compasso continuarão a atrair interesse de alguns matemáticos, como aconteceu desde a antiguidade. Mas o grande desenvolvimento da matemática se dará, como foi em outros tempos, quando incorporando toda a tecnologia disponível, isto é, inserida no contexto cultural.(UBIRATAM, 1999, s/n). Vale ressaltar que ao longo desse período, observamos nosso crescimento como futuras(os) professores(as) de Matemática. O contato com a realidade escolar está contribuindo muito para nosso crescimento profissional. Entretanto, ainda desconhecíamos sobre qual a repercussão do PIBID na escola e o que os atores sociais envolvidos diretamente com nossa caminhada, dizem sobre nosso desempenho. Diante disso, optamos por desenvolver uma pesquisa com ênfase qualitativa pelo relato de depoimentos realizados pelos estudantes envolvidos nas nossas ações e com os professores (as) de Matemática. Neste espaço, registramos algumas opiniões colhidas: “Eu participo das oficinas do Pibid, porque os professores e os jogos me ajudam a desenvolver o raciocínio lógico e aumentar a minha capacidade mental”. (Aluna 1) “Gosto de participar das oficinas de matemática, porque a gente aprende brincando”. (Aluna 2) “As oficinas de matemática estão me ajudando a entender melhor os conteúdos de matemática em sala de aula”. (Aluna 3) “Adoro os jogos que os professores trazem para nos jogar”. (Aluna 4) (Aluna 5) “Eu sempre gostei de participar do PIBID, porque sempre me ajudo para entender melhor a matemática. Além das oficinas sempre serem legal e nos fizemos novos amigos” (Aluna 6). Uma das professoras entrevistadas assim se manifestou: Constatou-se uma grande diferença, por parte dos alunos, quanto à relação do aluno com a matemática após a realização das Oficinas Pedagógicas de Matemática oferecidas aos alunos de nossa escola, no contraturno, pelos acadêmicos do PIBID, no sentido de que o aluno passou a perceber que a matemática correlacionada com o seu cotidiano, passa a ser um componente indispensável para a resolução de inúmeras situações-problema do dia a dia, pois temos certeza de que quando a matemática faz algum sentido, esta passa a ser algo cativante, proporcionando assim a aprendizagem. Como o observado nos depoimentos acima, podemos inferir que houve um melhor desempenho dos alunos nas aulas de matemática, assim como também veem a matemática de forma diferente, possibilitando um envolvimento maior no desenvolvimento de suas competências. Considerações finais Como futuros professores de matemática, a experiência que está sendo desenvolvida na escola contribui para a formação profissional. A partir da interação com a professora supervisora das turmas e com os estudantes, o planejamento e a realização das atividades, possibilitou rever conceitos e agregar novos conhecimentos relacionados aos conteúdos da área de matemática e as relações humanas que perpassam além da sala de aula. Ressaltando a importância do projeto, conseguimos enxergar o diferencial em nossa caminhada acadêmica, construindo uma formação de cunho docente e com a preocupação na aprendizagem dos alunos envolvidos neste processo, dando um novo rumo ao ensino da matemática, acreditando na mudança e em melhores resultados. A utilização de atividades lúdicas, como estratégia metodológica, mostrou a importância do aluno sentir-se à vontade para descobrir caminhos na resolução de situações problemas. Constatou-se o quanto a aproximação aluno-professor, professor-aluno é maior em um ambiente descontraído, que é possível explorar ao máximo suas capacidades e por à prova suas potencialidades, do quanto o aluno se vê mais inserido no contexto da disciplina e melhor compreendido pelo professor. Quando se tem uma educação voltada para comparação quantitativa, uma boa estratégia que tire o foco das notas, terá resultado, o novo traz mudanças, faz pensar, instiga, torna o aluno um pesquisador, descobridor de um novo jeito de se fazer parte do aprendizado, o jogo exige concentração, pensamento rápido, internalização, envolve o aluno em situações em que seu êxito dependerá única e exclusivamente de sua evolução. O projeto nos abriu os olhos perante uma realidade escolar, onde nós, alunos da graduação, nos deparamos com o gás de quem tem vontade de fazer, a acomodação de quem está desacreditado, as tentativas de uma educação diferenciada por parte da coordenação, em envolver os pais no cotidiano escolar, e neste contexto estão inseridos os alunos, crianças em pleno desenvolvimento, que possuem um potencial que vai além do explorado, que tem capacidades e que precisam de oportunidades de demostrar suas particularidades e isso exige uma atenção maior por parte dos educadores. Referências UBIRATAM, Ambrósio. Disponível em <http://professorubiratandambrosio.blogspot.com.br/2011/02/influencia-datecnologia-no-fazer.html#.> Acesso em 30 ago. 2013. MALDANER, Anastácia. Educação Matemática: Fundamentos teórico-práticos para professores dos anos iniciais. Porto Alegre: Mediação, 2011.