Mentira 1: Creio em Jesus e isso é suficiente
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PREFÁCIO
A
o ler o título desta obra, o leitor deve ficar curioso.
Além de querer saber o teor das 12 mentiras, é bem
provável que se pergunte: Este é mais um livro que
critica certas igrejas que, por motivos fúteis, ganharam destaque nos últimos telejornais?
É e não é. Quer dizer, Tim Riter faz uma crítica, sim, mas
está mirando os conceitos equivocados e não as igrejas em si,
embora o leitor talvez seja capaz de identificar algumas que os
propagam. Mas não se apresse tanto em apontar o dedo para as
igrejas. Ao estudar as 12 mentiras é possível que o leitor enxergue também um pouco de si mesmo. As questões discutidas
pelo autor inquietam a todos em algum momento da nossa
jornada de fé.
Quando os comerciantes treinam seus funcionários para
reconhecer dinheiro falso, ensinam primeiro as características
de cédulas verdadeiras. Da mesma forma, Riter elabora primeiro os conceitos verídicos da Palavra, para depois explicar a
falsificação ou as “mentiras”. Ao longo desse processo, emprega exemplos de personagens bíblicos e pessoas atuais que foram seduzidos pelo inimigo e — em alguns casos — resgatados
pela graça.
Por fim, depois de ensinar a diferença entre verdade e
mentira, ele nos mostra que muitas mentiras refletem um
desequilíbrio em questões doutrinárias. Verdades extrapoladas
se tornam inverdades, a exemplo da liberdade cristã que, se
mal aproveitada, pode vir a se transformar em libertinagem.
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12 mentiras que você ouve na igreja
E então surge a pergunta crucial: Como voltar ao centro do
coração de Deus? O livro também indica o caminho de cura
para aqueles que ousam enfrentar a mentira e incorporar a Verdade. Será o mesmo caminho percorrido pelos cristãos de Bereia,
que “examinaram diariamente as Escrituras para ver se as coisas
eram de fato assim”. Não que isso seja fácil, mas vale a pena.
Boa leitura!
Os editores.
Mentira 1: Creio em Jesus e isso é suficiente
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Introdução
PRESO NA ARMADILHA
DA MENTIRA
Você não pode realmente amar a verdade
sem antes ter sido enganado pela mentira.
- John Fisher
P
assei a maior parte de minha vida na igreja. Eu pratica
mente cresci ali, aceitei a Cristo aos 11 anos e me consagrei ao ministério pouco tempo depois. De maneira
sincera, mas superficial, tentei fazer o que era certo, buscando
agradar a Deus ao agradar os outros. Não demorou muito,
entretanto, e aprendi que fazer aquilo que os outros me diziam
que eu “deveria” fazer não construiria uma fé que pudesse
suportar os desafios da vida.
Como jovem adulto, me empenhei por vários anos em
uma busca saudável e descobri os sólidos fundamentos históricos e lógicos do cristianismo. Embora ainda não tivesse
retornado à minha caminhada com Deus, eu oscilava à beira
do compromisso.
Mesmo durante esse tempo de busca, ainda tentava fazer
o que era certo, o que eu pensava que um cristão deveria fazer
– na maior parte das vezes. Eu lutava em especial com um
egocentrismo profundamente enraizado – querendo ser uma
pessoa mais generosa, querendo perceber as necessidades dos
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12 mentiras que você ouve na igreja
outros – mas sem sucesso. Essa deficiência abalou minha
autoconfiança. A maior parte dos objetivos que eu desejara
ardentemente havia conseguido alcançar, mas não esse.
Finalmente, me voltei para Deus. “Deus, se o senhor de
fato existe – e eu creio que existe – entrego minha vida ao
senhor. Eu lhe dou toda liberdade para me transformar. Senhor,
eu quero superar a tendência de fazer tudo por mim mesmo.
Faça o que quiser para fazer de mim a pessoa que o senhor
quer que eu seja.”
E assim ele fez. Quase que do dia para a noite, minhas
prioridades mudaram. Alguma coisa além de minhas próprias
forças havia me transformado. Meu desejo de ser uma pessoa
altruísta começou a se tornar realidade, e era acompanhado
por um poder que eu nunca havia experimentado. Eu tinha
lutado muito para transformar minha natureza egoísta, mas
tinha falhado. Sabia que essa nova pessoa em quem eu estava
me transformando poderia somente ser resultado da ação do
poder de Deus em minha vida.
Foi então
Com a mudança veio a acomodação. E eu me rendi. Havia alcançado meu objetivo e era uma pessoa espiritual. Os demais aspectos de minha vida pareciam estar em ordem, então, eu tinha
certeza que poderia desfrutar a jornada cristã daí em diante.
À medida que essa atitude tomou conta de minha vida, eu
caí em uma das armadilhas mentirosas de Satanás. Desisti de
crescer, acreditando erroneamente que poderia continuar no
jardim da infância espiritual. Eu me sentia feliz usando giz de
cera e lápis coloridos e não tinha o menor desejo de aprender a
usar marcadores de texto e colas em bastão! Eu pensava já ter
feito o suficiente.
Introdução: Preso na armadilha da mentira
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Por gostar mesmo daquela sensação de contentamento,
algum tempo se passou sem que eu percebesse que aqueles
sentimentos não vinham de Deus. Acreditar na mentira
desacelerou meu crescimento espiritual. Entretanto, assim que
aprendi sobre o perigo daquela inverdade, voltei aos trilhos e
ao crescimento espiritual.
E agora
Em mais de 20 anos de ministério pastoral, já identifiquei vários
equívocos que impedem crentes sinceros de crescer em Cristo.
Em nossa reunião do conselho de pastores, alguém me perguntou sobre a minha última ideia para um livro. Minha resposta, 12 Mentiras que Você Ouve na Igreja, provocou mais
gargalhadas do que eu esperava e um comentário jocoso de
um de meus colegas: “Tim, como você consegue limitá-las a
apenas 12?”
Estou convencido que a maioria dos cristãos quer o melhor de Deus, mas não podemos receber aquilo que nem sequer
sabemos que precisamos! Muitos de nossos princípios e crenças a respeito da fé nos enganam e nos impedem de crescer.
Mentiras e meias verdades têm um poder tremendo de nos
fazer mal. Aprendi isso da maneira mais difícil.
Fontes de mentiras
Podemos assimilar falsas ideias de múltiplas formas: de um
professor bem intencionado, mas sem noção; de um líder que
procura impor sua própria agenda; de uma atitude não
verbalizada, mas claramente comunicada dentro de uma igreja; de nossas próprias suposições. Às vezes ouvimos essas
distorções claramente; às vezes passam por nós despercebidos,
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12 mentiras que você ouve na igreja
como ondas de rádio. Seja qual for a origem, elas são abundantes, e as assimilamos com mais frequência do que imaginamos.
Não sabemos
Às vezes aceitamos uma mentira porque nunca nos ensinaram
a verdade, e nós simplesmente não temos o conhecimento
correto. Talvez nossos professores acreditem na mentira – seja
qual for a razão – logo, não somos expostos à verdade.
Não nos importamos
Outras vezes aceitamos a mentira porque ela coincide com
aquilo que queremos acreditar. Chegamos a preferir a mentira.
Talvez haja um comportamento ou um hábito que não queremos abandonar, então argumentamos contra a verdade. Talvez
não estejamos dispostos a perdoar, então colocamos nosso foco
no “olho por olho” e negligenciamos o “ame seus inimigos”.
Talvez o próprio conceito de mudança nos deixe em uma posição desconfortável, então, aceitamos Jesus como Salvador, mas
não como Senhor.
Quando somos expostos à verdade, mas resistimos a ela,
permanecemos atolados numa mentira. Mas o que acontece
quando procuramos a verdade e não a recebemos, mesmo de
onde mais esperamos encontrá-la?
Enganados pela igreja
Eu amo a igreja. Passei a maior parte de minha vida nela, e
tenho dado minha vida para servi-la. Mas, às vezes, podemos
sutilmente passar falsas mensagens na igreja. Por exemplo,
podemos nos concentrar tanto na frequência e nos dízimos e
ofertas que tememos chamar as pessoas a um padrão mais
Introdução: Preso na armadilha da mentira
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elevado de discipulado. E quando assim fazemos, sem saber
passamos uma mentira adiante.
Os presbíteros de uma igreja no sul da Califórnia examinavam novos candidatos a presbíteros quando se depararam
com o caso de Larry. Envolvido na igreja desde os seus primeiros dias, ele tinha um verdadeiro coração de servo. Estava disponível para qualquer coisa, de varrer a calçada a ministrar
aulas na escola dominical. Entretanto, algo lhe faltava. Larry
nunca demonstrou um profundo amor a Deus. Não participava de nenhum dos estudos bíblicos semanais nem demonstrava qualquer esforço para crescer na fé. Embora fosse um cara
legal, não mostrava uma grande mudança de caráter, apenas
continuava “trabalhando”.
Então, ele foi indicado a presbítero. Os presbíteros reviram suas qualificações, mas Larry não parecia ter os atributos
necessários para ser presbítero. Foi então que Frank falou:
“Gente, Larry sabe que foi indicado e é bastante orgulhoso.
Receio que, se rejeitarmos sua indicação, ele possa sair da igreja. Seus filhos são o núcleo do grupo de jovens, e ele é um
dizimista generoso. Não vamos causar nenhum problema; vamos deixar que a decisão seja pelo voto dos membros.”
Frank convenceu os outros, mas, no processo, o que a
igreja ensinou? “Estamos mais preocupados com a ‘contabilidade’. Você não precisa procurar a maturidade espiritual.
Estamos mais interessados em sua frequência do que em seu
bem-estar espiritual.” Muitos membros ouvem a igreja sussurrar: “Você pode ficar no jardim da infância espiritual. Nós aceitaremos isso. E se o fizermos, Deus também o fará.”
Qualquer que seja a fonte, conceitos errados podem facilmente atrapalhar ou impedir nossa caminhada espiritual. Mas
quando descobrimos a verdade bíblica, nos libertamos para nos
tornarmos tudo o que Deus planejou para nós e “caminhar no
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12 mentiras que você ouve na igreja
seu ritmo”. Embora a mentira tenha poder, o poder da verdade
é muito maior.
O poder da verdade
À medida que pedimos ao Espírito Santo para revelar nossas
falsas concepções, removemos as barreiras que impedem nossa
jornada espiritual. Essa é a mensagem de Jesus, em João 8.32:
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (ênfase
acrescentada).
O conhecimento da verdade dá lugar ao melhor que Deus
tem para oferecer. A verdade revela as cadeias que nos prendem. A verdade revela o caminho correto a ser seguido. A verdade nos deixa ver como é atraente conhecer a Deus
profundamente. A verdade nos mostra as áreas em que precisamos amadurecer. Somente quando conhecermos e aceitarmos a verdade é que poderemos cooperar com Jesus e crescer.
Então, como alcançar a liberdade espiritual sobre a qual
Jesus falou? Esforçando-se por achá-la. Devemos de forma implacável examinar nossas vidas, nossas crenças, nossas atitudes, e
nossos princípios para ver se a mentira não se insinuou em nosso
pensamento ou comportamento. Se isso aconteceu, devemos
buscar a verdade de Deus e permitir que seu Espírito Santo transforme nossas mentes e ações.
Esse é o assunto deste livro: ajudar você a descobrir as mentiras, reconhecer a verdade, e experimentar a liberdade que Deus
lhe reservou. Você se lembra da resposta do meu amigo pastor?
Ele tinha razão. Sem dúvida há mais de doze concepções errôneas por aí. Por essa razão, eu também oferecerei algumas ferramentas úteis para identificar outras mentiras que talvez impeçam
seu crescimento espiritual. À medida que formos revelando
essas doze mentiras que ouvimos na igreja, descobrindo a ver-
Introdução: Preso na armadilha da mentira
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dade correspondente, e aprendendo a aplicar os princípios em
outras áreas de nossas vidas, todos nós estaremos livres para
conhecer a Deus como ele quer que o conheçamos. Seja bemvindo a esta aventura!
Registre a verdade
1.
Se você tivesse que classificar sua caminhada espiritual
em termos de desenvolvimento humano, onde você se
encaixaria? (Recém-nascido? Adolescente? Aposentado?
Não nascido? De meia-idade?)
2.
Qual é a concepção errônea mais evidente que você
encontrou?
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12 mentiras que você ouve na igreja
3.
De que forma ela atrasou seu crescimento espiritual?
4.
Qual é a fonte mais óbvia de mentiras em sua vida?
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