III Encontro Nacional do Nos dias 12 e 13 de outubro realizou-se o III Encontro Nacional do movimento juvenil ligado ao Coração de Maria, o . Decorreu no Colégio de Nossa Senhora do Rosário, no Porto, e reuniu cerca de cento e sessenta jovens de diversas obras e presenças das RSCM em Portugal. Para além de proporcionar o convívio entre os jovens dos diversos núcleos locais, o Encontro Nacional ofereceu dinâmicas e momentos de reflexão, oração e partilha, em torno do tema escolhido para este ano: “Seguir-Te”. Esta e outras iniciativas procuram proporcionar aos jovens uma maior identificação com a nossa espiritualidade, carisma e missão, ajudando-os a descobrirem um sentido para a vida, através da relação e transformação pessoal em Jesus Cristo. Eis alguns ecos de quem participou: «No passado dia 12 e 13 de Outubro reunimo-nos no III Encontro Nacional, desta vez no Colégio de Nossa Senhora do Rosário, no Porto. O ComTigo é sempre um desafio e como não poderia deixar de ser, quisemos dar as boas vindas aos mais recentes elementos do grupo. Baptizámos os nossos caloiros e demos-lhes as suas primeiras tshirts, mas não sem antes jurarem (solenemente) honrar e comprometer-se a 100% na nossa missão. Afinal, é preciso ter amor à camisola! De forma a nos conhecermos melhor, recebemos um balão onde nos identificámos, e depois, todos juntos, atirámo-los ao ar. Foi quando um turbilhão de cor, de risos e de confusão invadiram o campo. Ao sinal dos monitores agarrámos um balão ao acaso e tivemos de encontrar o seu dono. Não foi fácil (já somos mais que muitos), mas ao encontrarmos essa pessoa partilhámos o motivo de sermos Jovens ComTigo. Fácil. Queremos agir em favor da vida, do amor e da amizade entre todos e principalmente com quem mais precisa de nós. Muito mais animados, fomos partilhar o nosso almoço uns com os outros e já reforçados partimos à aventura. Durante a tarde desafiaram-nos a conhecer o percurso que as irmãs do Instituto fizeram ao chegar a Portugal pela primeira vez. As irmãs partiram de Béziers (França) de comboio e chegaram ao Porto com a missão de conhecer a Deus e torná-Lo conhecido, amar a Deus e fazê-lo amado. Proclamar que Jesus Cristo veio para que todos tenham Vida. E assim começou também a nossa viagem pelo Porto – na estação de São Bento. Nesta linda estação de comboios, coberta em azulejos, ficámos a conhecer algumas das dificuldades que as irmãs atravessaram para chegar a Portugal. Nos finais do séc XIX, inícios do século XX, existia uma grande separação entre o Estado e a Igreja, por isso as irmãs não eram muito bem vistas. Enquanto vinham para Portugal, tiveram até de trocar os seus hábitos por roupas comuns para que não as reconhecessem; contudo as suas roupas estavam tão fora de moda, contaram-nos, que as pessoas percebiam logo que elas deviam ser irmãs… Continuámos a nossa caminhada, desta vez para conhecer os edifícios onde as irmãs tiveram instaladas. Edifícios pequenos e simples que serviam de colégio para crianças mais abastadas mas também para as mais necessitadas. Percebemos que sempre existiu uma preocupação em contribuir para a promoção social das pessoas com vista à dignificação da pessoa humana. Infelizmente, em 1910, com a implantação da República em Portugal, as congregações religiosas viveram tempos difíceis de perseguição em que lhes foram confiscadas as casas e impedidas de ensinar e de prosseguir com a sua missão. Então, três RSCM impulsionadas pelo espírito de fé e zelo, foram capazes de transformar as dificuldades em oportunidades e, nesse contexto, partiram para o Brasil em prol da sua missão. E nós continuámos a nossa caminhada pelas lindas ruas do Porto. Andámos de metro, passámos no mercado do Bolhão, pela avenida dos Aliados e até fizemos um flash mob, ou seja, juntámo-nos de repente e começámos a dançar. Foi uma alegria, as pessoas cantavam e dançavam connosco, filmavam, riam, até a tuna de Economia se juntou a nós. Fizemos entrevistas, partilhámos ideais e histórias. Escrevemos também uma mensagem que levasse alguém a agir em favor dos outros, a ajudar e a partilhar vida e distribuímo-la pelas ruas. Esperamos que estas mensagens tenham sido ouvidas, esperamos também que tenha mudado alguma coisa na vida de quem as recebeu. Conhecemos o cemitério onde as irmãs descansam e a nossa caminhada terminou no Colégio. Ao chegar ao fim, fomos desafiados a deixar que o som da água que corria numa fonte chegasse ao interior do nosso coração e a recordar o que mais nos tocou no percurso: se foram as pessoas, os lugares, as dificuldades ultrapassadas, o espírito de união ou a fé e com tintas deixar a nossa marca no Encontro. Tivemos a oportunidade de dar um mergulho na piscina, ninguém parecia estar cansado, apesar da grande caminhada durante a tarde. Mas, assim como há momentos de brincadeira também temos os nossos momentos de oração. Por isso tivemos a nossa oração da noite, muito ao estilo de Taizé. Foi bom refletir ao final do dia, num ambiente sereno; todos unidos fizemos silêncio, rezámos e cantámos. Eram cerca de duzentas pessoas em oração; ali Jesus estava muito presente. Para finalizar a noite em grande, a Cristoteca abriu, com direito a DJ e tudo. Enganese quem pensa que é uma seca, foi uma noite memorável! Às 7h30 da manhã estava tudo de pé pronto para um novo dia. Tomámos o pequeno-almoço e tivemos novo momento de oração, para começar bem o dia. Durante a manhã, foram os workshops, com temas como “Dá-me de beber”, “De que vale?”, “Preciso de ficar em tua casa”, “Amas-me?” e tantos outros. Durante os Workshops, estudámos textos bíblicos sobre Jesus, conhecemos histórias e exemplos de vida e de força. Tivemos oportunidade de conhecer melhor o nosso grupo e de conversar. Mas já se sentia a despedida, ninguém queria ir embora. Queríamos que este ambiente durasse para sempre. Almoçámos e fomos para a nossa última oração. Seguir-Te foi o tema do encontro, seguir Jesus e repeti-lo. Quando entrámos, seguimos, então, as setas em direção ao altar, sentámo-nos em seu redor e escrevemos como seguir Jesus. As Eucaristias do ComTigo deixam sempre em que pensar, esta não foi exceção. No ofertório, recebemos os textos uns dos outros. O que eu recebi dizia para seguir Jesus, seguindo o nosso coração. O desafio desta Eucaristia é guardar cinco minutos de cada dia para Jesus, para refletir e rezar; não custa nada e é uma oportunidade de pôr em prática tudo o que aprendemos. Ninguém queria que a Eucaristia acabasse, estava tão bom; e o fim da Eucaristia significava a despedida, voltar a casa. Mas o que é bom não dura para sempre. Houve choros e risos, abraços, beijinhos, até as saudades já batiam forte. Engane-se quem pense que este fim-de-semana acabou aqui; a missão começa agora. Temos de partilhar toda esta alegria o ano todo porque somos ComTigo o ano todo.» Beatriz – antiga aluna do colégio de Fátima «O teve, mais uma vez, a ver Comigo, pois tudo o que ali se viveu e projetou, para além do Encontro, apontou para um SEGUIR-TE, tenha a idade que se tiver! Para clarificar no que consistia “seguir Jesus”, as RSCM presentes deram voz ao Pe. Jean Gailhac que nos disse a todos no que consistia esse seguimento. Foi notável o acolhimento dessa palavra de Fé e Zelo do nosso Fundador! É de registar a alegria da chegada onde cada participante acolhia e se deixava acolher. A vontade de se integrar, fazendo corrente sem olhar quem se ligava a si. A escuta atenta para sintonizar com propostas desafiadoras que supunham extroversão e interiorização e também alguma resistência física. Calaram fundo os momentos celebrativos, sobretudo a oração da noite de sábado, a ponto de um participante dizer: “Se não tivéssemos de ir para a ‘Cristoteca’ alguns ficariam mais tempo em oração”. A celebração da Eucaristia foi, também, momento que tocou e comprometeu, bem como os workshops, uma atividade que proporcionou muita informação e interpelação. A refeição partilhada, de sábado, foi feita em tal abundância que “todos ficaram saciados e ainda sobraram 7 cestos” (e taparueres também). Foi divertida a proposta para acolher e integrar no movimento juvenil os novos elementos com a investidura da t-shirt e o juramento público, bem como a forma criativa de formar os grupos. A tarde de sábado foi um misto do dar e receber; até os transeuntes da rua de Santa Catarina, incluindo uma tuna de Economia, se associaram para cantar, tocar, pular e dançar, sem olhar a idades (o mais “jovem” teria uns 80 anos). Era a alegria total! Mais sérios foram outros troços da caminhada dessa tarde (peddy-paper) para descobrir locais e caminhos percorridos palas RSCM desde 1872, a iniciar na estação de comboios, em S. Bento; refletir e ousar fazer entrevistas, entregar mensagens, sujeitando-se a atitudes de acolhimento ou rejeição. “Sãos e salvos” todos regressaram felizes por terem ouvido um “obrigada” e visto um sorriso no rosto de algumas pessoas que partilharam também entre si as mensagens recebidas (quem mais ganhou foram os taxistas, ali à mão). Para mim, foi na verdade emocionante poder ver e intuir a Vida que passou por aqueles espaços, contextualizados no tempo, e como Deus foi abrindo caminhos no Porto até se chegar ao ROSÁRIO! Isso ajudou aquele peregrinar pela cidade durante quatro horas! Obrigada a todos pelo testemunho de alegria, coragem e vontade de agarrar e levar aquele “SEGUIR-TE”!» Idalina Almeida, rscm