CAMINHADA DE FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO REINO DO MUR
3ª ETAPA
“Espiritualidade do Profissional do Reino: Com Maria, deixar-se conduzir pelo
Espírito”
Objetivos:
1) Sensibilizar os profissionais do Reino e os grupos de profissionais a vivenciarem uma
profunda espiritualidade mariana, especialmente através da oração do rosário;
2) Motivá-los a, com Maria, clamarem por um perene Pentecostes e aprender dela a
docilidade ao Espírito Santo no cotidiano.
“Queridos filhos! Convido-os a refletirem sobre o futuro de vocês. Vocês estão criando
um mundo novo sem Deus, apenas com suas forças e é por isso que vocês estão
insatisfeitos e sem alegria no coração. Este tempo é o meu tempo e é por isso,
filhinhos, que novamente os convido à oração. Quando alcançarem a unidade com
Deus, sentirão fome da Palavra de Deus e seus corações, filhinhos, transbordarão de
alegria. Onde quer que estiverem testemunharão o amor de Deus. Abençôo-os e
repito-lhes que estou com vocês para ajudá-los. Obrigada por terem correspondido ao
Meu apelo!1” Mensagem da Rainha da Paz, de 25.01.97
No módulo anterior, fomos convidados a um novo relacionamento com a
Palavra de Deus: escutá-la, meditá-la, praticá-la e anunciá-la, com a força do Espírito
Santo. Quem melhor para nos acompanhar nesta caminhada senão nossa Mãe Maria?
Ela é nosso modelo e intercessora, pois, em sua humanidade, soube corresponder à
Graça, escutando, meditando, praticando e nos dando a Palavra, servindo ao próximo,
suportando os silêncios e os sofrimentos, crendo, esperando, amando e clamando para
1
http://www.servosdarainha.org.br/eco131b.htm
que a Força do Alto, que já havia descido sobre ela, fosse derramada sobre a Igreja
nascente em Pentecostes.
Para sermos o que somos chamados a ser: discípulos e missionários de Jesus
Cristo no meio do mundo, impulsionados pelo Espírito, apóstolos dos últimos tempos2,
construtores da Civilização do Amor, precisamos conhecer, amar, confiar e imitar
Maria de Nazaré.
Que o testemunho e a intercessão de João Paulo II e de tantos santos e santas
que souberam amar Maria, nos ajude a acolhermos a Virgem de Nazaré em nossa vida
e em nossa caminhada.
1. “EIS AÍ TUA MÃE!” (João 19, 27)
Estas foram as palavras de Jesus na Cruz ao discípulo que ele amava. O texto
prossegue dizendo que, desde aquela hora, o discípulo a recebeu em sua casa. Nós,
também como discípulos amados somos convidados a acolher Maria em nossa vida
como companheira e modelo de seguimento de Jesus3.
Ninguém melhor que a Mãe para revelar o Filho.
Além disso, Maria nos revela que é possível obedecer a Deus e corresponder à
sua graça nas circunstâncias ordinárias da vida.
Por mais graças e favores divinos que Maria recebera, Deus não age sem seu
assentimento. Ele respeita nossa liberdade. A cheia de graça participa livre e
ativamente, por sua fé e obediência, do mistério da salvação. Também nós somos
chamados a fazer o mesmo.
Mas o que Maria teria a ensinar a nós, homens e mulheres de hoje?
Esta é a expressão usada por São Luis Maria Grignion de Monfort em sua obra “Tratado da
verdadeira devoção à Santíssima Virgem”: “58. Serão verdadeiros apóstolos dos últimos
tempos, e o Senhor das virtudes lhes dará a palavra e a força para fazer maravilhas e alcançar
vitórias gloriosas sobre seus inimigos; dormirão sem ouro nem prata, e, o que é melhor, sem
preocupações, no meio de outros padres, eclesiásticos e clérigos, “inter medios cleros” (Sl
67,14), e, no entanto, possuirão as asas prateadas da pomba para voar, com pura intenção da
glória de Deus e da salvação das almas, aonde os chamar o Espírito Santo, deixando após si,
nos lugares onde pregarem, o ouro da caridade que é o cumprimento da lei (Rom 13,10)”.
3
Confira
o
vídeo
da
canção
Discípulo
Amado,
de
irmã
Glenda,
http://www.youtube.com/watch?v=GSQhFmOD3QE&feature=PlayList&p=161541113448AFDD
&playnext_from=PL&playnext=1&index=27
,
e
Discípulo,
de
Martin
Valverde:
http://www.youtube.com/watch?v=P9FhXpXhQY&feature=PlayList&p=8414DB7328DB9A5A&playnext_from=PL&playnext=1&index=1
6
2
Veja o que nos diz o Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus:
“Antes de mais nada, a Virgem Maria foi sempre proposta
pela Igreja à imitação dos fiéis, não exatamente pelo tipo
de vida que ela levou ou, menos ainda, por causa do
ambiente sócio-cultural em que se desenrolou a sua
existência, hoje superado quase por toda a parte; mas
sim, porque, nas condições concretas da sua vida, ela
aderiu total e responsavelmente à vontade de Deus (cf.
Lc 1,38); porque soube acolher a sua palavra e pô-la em
prática; porque a sua ação foi animada pela caridade e
pelo espírito de serviço; e porque, em suma, ela foi a
primeira e a mais perfeita discípula de Cristo, o que,
naturalmente, tem um valor exemplar universal e
permanente. (...) São exemplos, como dizíamos. Deles
transparece claramente, no entanto, que a figura da
Virgem Santíssima não desilude algumas aspirações
profundas dos homens do nosso tempo, e até lhes oferece
o modelo acabado do discípulo do Senhor: obreiro da
cidade terrena e temporal, e, simultaneamente, peregrino
solerte também, em direção à cidade celeste e eterna;
promotor da justiça que liberta o oprimido e da caridade
que socorre o necessitado, mas, sobretudo, testemunha
operosa do amor, que educa Cristo nos corações”4.
Façamos, portanto, uma visão panorâmica da vida de Maria para aprendermos
dela amarmos e seguirmos Jesus.
Na Anunciação (Lucas 1, 26-38), vemos Maria dócil à vontade de Deus e à ação
do Espírito Santo: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra"
(Lucas 1,38). Não era uma resposta fácil, pois, não sabia a reação de José e pelas leis
mosaicas, ela poderia vir a ser apedrejada. Maria, questiona (Como se fará isso?),
pondera e confia no Deus que a chama, abandona-se.
Sobre este mistério, ensina o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 494:
“Como diz Santo Irineu, "obedecendo, se fez causa de salvação
tanto para si como para todo o gênero humano". Do mesmo
modo, não poucos antigos Padres dizem com ele: "O nó da
desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o
que a virgem Eva ligou pela incredulidade a virgem Maria
desligou pela fé. Comparando Maria com Eva, chamam Maria
de "mãe dos viventes" e com freqüência afirmam: "Veio a
morte por Eva e a vida por Maria”.
LARRAÑAGA5 surpreende-se com o silêncio de Maria que guardou o segredo,
não o contando nem mesmo a José ou sua mãe. O frade prossegue relatando que o
4
5
N. 35 e 37. Vale a pena conferir o que ele diz de Maria como modelo para as mulheres de hoje no n. 37.
O silêncio de Maria, p. 103-107.
segredo da maturidade de Maria é ser uma mulher contemplativa, ou seja, que não
vive para si, narcisicamente, mas para o Outro.
Na continuação do texto de Lucas, vemos Maria indo ao encontro de Isabel
para servi-la. Quem recebe a graça, não se fecha em si mesmo, mas vai ao encontro do
próximo para que este também participe dela. Novamente, nos socorre LARRAÑAGA:
“Quando há uma verdadeira vida com Deus, à fase da
imersão em sua intimidade corresponde e sucede a fase
de doação entre os homens. Quanto mais intenso tiver
sido o encontro com o Pai, mais extensa será a abertura
entre os homens. Um trato com Deus que não leve a uma
comunhão com os homens é uma simples evasão em que,
sutilmente, a pessoa busca a si mesma. Tem que haver
um perpétuo questionamento entre a vida com Deus e a
vida com os homens, que devem combinar com uma e
outra integradamente, condicionando-se mutuamente,
sem dicotomias. Maria tinha vivido, na vertical, uma
intimidade sem precedentes com Deus. Essa intimidade
vai abri-la para uma comunhão, também sem
precedentes, com os irmãos, representados, no caso, em
Isabel, Deus é assim. O verdadeiro Deus é aquele que
nunca deixa em paz, mas sempre deixa a paz. O Senhor
sempre desinstala e conduz seus amigos para o
compromisso com os seus semelhantes”6.
Outro aspecto a ser ressaltado, é que Maria, repleta do Espírito na Anunciação,
torna-se portadora da graça e quando Isabel recebeu sua saudação, também ficou
cheia do Espírito (Lc 1, 41).
Na casa de Isabel, Maria louva a Deus com o Magnificat e também com o
serviço a sua prima, que idosa, estava grávida.
No nascimento de Jesus, encontramos os sinais de contradição: não há lugar
para o filho do Altíssimo nascer, a não ser um estábulo (Lucas 2, 7); mesmo assim
contemplam os louvores do anjos, o testemunho dos pastores, a visita dos reis magos
(Mt 2,1-12).
Ao apresentarem Jesus no Templo, cumprindo a Lei, Maria e José ouvem o
testemunho de Simeão e Ana a respeito do menino. Maria, contudo, receberá a notícia
de que uma espada transpassará sua alma (Lc 2, 34s).
Posteriormente, precisam fugir para o Egito (Mt 2,13-15). Será que nós nestas
circunstâncias não teríamos perdido a fé ou estaríamos blasfemando e murmurando
contra Deus? “Poxa, Senhor, vai deixar seu filho nascer num estábulo? Uai, meu filho
não seria rei de Israel, agora vou ter que ir para um país estrangeiro? O Senhor não
cumpre suas promessas? Confiei Nele e tudo dá errado para mim!”
6
Obra citada, p. 117.
A atitude de Maria era reter os acontecimentos, procurando-lhes o sentido (Lc
2,19).
Depois, vieram anos de silêncio em Nazaré, os anos da vida oculta de Jesus, no
lar de Maria e José.
Durante, todo este tempo Maria confiou na promessa de seu Deus e
perseverou. Quantas vezes já pensou em desanimar diante do silêncio de Deus diante
de suas quedas, de seus fracassos, de sua aparente infertilidade, das injustiças do
mundo?
Pela intervenção de Maria, Jesus dá início à sua vida pública numa festa de
casamento em Caná da Galiléia (Jo 2, 1-12). Ela está atenta às necessidades e
preocupa-se com os noivos e seus familiares: “Eles não tem mais vinho”. Estamos
atentos aos outros e suas necessidades? Atentos às necessidades dos nossos
familiares, amigos, nossos colegas de trabalho, de grupo, de comunidade?
Recordamos aqui aquele que é o lema dos profissionais do Reino: “Fazei tudo o
que Ele vos disser”. Para fazer o que Ele nos diz, precisamos escutá-lo e depois
obedecê-lo. O que será que os serventes pensaram quando Jesus mandou levar a água
das talhas ao mordomo?
Maria não era mera ouvinte da Palavra, mas praticante e, por isso, Jesus a
elogia: “Todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã, minha
mãe” (Mc 3,35).
Chegamos à cruz. Maria ali está. Em pé, diante do seu Filho, que ela oferece ao
Pai. A cruz e o sofrimento são o lugar que mais tememos: a perseguição, as perdas, as
renúncias, o desprezo, a humilhação, a frustração, o fracasso. Seja qual for a nossa
cruz, Maria está conosco. “Não estou eu aqui que sou sua Mãe?”, disse ela a São Juan
Diego, no México. Que Maria nos ajude a sermos cristãos não só nos momentos de
alegria, de júbilo e prodígios, mas também nas horas de contradição, solidão, dor e
aridez. Livra-nos, ó Mãe, da fé egoísta, que só busca os próprios interesses, que
manipula Deus segundo a nossa vontade, e conduze-nos a uma fé madura, não
fechada em si mesma, aberta a vontade divina e ao próximo, capaz de nos levar a
seguir a Jesus até a cruz, pois aí está a fonte da vida.
Após a ressurreição, Maria é presença orante na comunidade dos discípulos e
está com eles no Cenáculo, clamando pelo derramamento da “Força do Alto” (Atos
1,14).
Por sua obediência na fé e pelos méritos de Cristo, Maria é assunta ao Céu e
coroada Rainha7. Portanto, devemos sirva-la e obedece-la. Todavia, a Virgem de
Nazaré é feita Rainha para nossa alegria e para nosso bem. Maria nos revela e nos
garante o que iremos ser na glória, conforme ensina a Lumen Gentium:
“Sinal de Esperança e de consolação 68. Entretanto, a
Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e
alma, é imagem e início da Igreja que se há-de consumar
no século futuro, assim também, na terra, brilha como
sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo
de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do
Senhor (cfr. 2 Ped. 3,10).
A doce Mãe de Deus com mais razão pode dizer como Santa Teresinha: "Vou
passar meu céu fazendo o bem na terra." De junto do trono de Deus, a Auxiliadora dos
Cristãos intercede por nós até que tenha sido eliminado o inimigo que quer nos
destruir.
“Medianeira para a unidade da Igreja 69. E é uma
grande alegria e consolação para este sagrado Concílio o
facto de não faltar entre os irmãos separados quem
preste à Mãe do Senhor e Salvador o devido culto;
sobretudo entre os Orientais, que acorrem com fervor e
devoção a render culto à sempre Virgem Mãe de Deus
(194). Dirijam todos os fiéis instantes súplicas à Mãe de
7
Lumen Gentium n. 59: “Tendo sido do agrado de Deus não manifestar solenemente o mistério
da salvação humana antes que viesse o Espírito prometido por Cristo, vemos que, antes do dia
de Pentecostes, os Apóstolos «perseveravam unânimemente em oração, com as mulheres,
Maria Mãe de Jesus e Seus irmãos» (Act. 1,14), implorando Maria, com as suas orações, o
dom daquele Espírito, que já sobre si descera na anunciação. Finalmente, a Virgem Imaculada,
preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi
elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar
mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores (cfr. Apoc. 19,16) e vencedor do pecado
e
da
morte.http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vatii_const_19641121_lumen-gentium_po.html
Deus e mãe dos homens, para que Ela, que assistiu com
suas orações aos começos da Igreja, também agora,
exaltada sobre todos os anjos e bem-aventurados,
interceda, junto de seu Filho, na comunhão de todos os
santos, até que todos os povos, tanto os que ostentam o
nome cristão, como os que ainda ignoram o Salvador, se
reunam felizmente, em paz e harmonia, no único Povo
de Deus, para glória da santíssima e indivisa Trindade”8.
ROSÁRIO, ESCOLA DE MARIA
Um dos meios mais conhecidos de dirigir súplicas a Maria é através do Santo
Rosário. Acolhamos em nosso coração as apaixonadas palavras de João Paulo II, na
Carta apostólica “O rosário da Virgem Maria”, e deixemos que elas nos estimulem a
assumirmos um compromisso decidido de entrarmos na escola de Maria,
contemplando com ela o rosto de Cristo, através do Rosário:
“1. O Rosário da Virgem Maria (Rosarium Virginis
Mariae), que ao sopro do Espírito de Deus se foi formando
gradualmente no segundo Milênio, é oração amada por
numerosos Santos e estimulada pelo Magistério. Na sua
simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no
terceiro Milênio recém iniciado, uma oração de grande
significado e destinada a produzir frutos de santidade.
Ela enquadra-se perfeitamente no caminho espiritual de
um cristianismo que, passados dois mil anos, nada perdeu
do seu frescor original, e sente-se impulsionado pelo
Espírito de Deus a « fazer-se ao largo » (duc in altum!)
para reafirmar, melhor « gritar » Cristo ao mundo como
Senhor e Salvador, como « caminho, verdade e vida » (Jo
14, 6), como « o fim da história humana, o ponto para
onde tendem os desejos da história e da civilização ».
O Rosário, de fato, ainda que caracterizado pela sua
fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica.
Na sobriedade dos seus elementos, concentra a
8
Concilio Vaticano II. Constituição Dogmática Lumen Gentium.
profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é
quase um compêndio. Nele ecoa a oração de Maria, o seu
perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora
iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão
frequenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na
contemplação da beleza do rosto de Cristo e na
experiência da profundidade do seu amor. Mediante o
Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como
se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor.
(...) Eu mesmo não descurei ocasião para exortar à
frequente recitação do Rosário. Desde a minha juventude,
esta oração teve um lugar importante na minha vida
espiritual. Trouxe-mo à memória a minha recente viagem
à Polônia, sobretudo a visita ao Santuário de Kalwaria. O
Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas
provações. A ele confiei tantas preocupações; nele
encontrei sempre conforto. Vinte e quatro anos atrás, no
dia 29 de Outubro de 1978, apenas duas semanas depois
da minha eleição para a Sé de Pedro, quase numa
confidência, assim me exprimia: « O Rosário é a minha
oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na
simplicidade e na profundidade. [...] Pode dizer-se que o
Rosário é, em certo modo, um comentário-prece do
último capítulo da Constituição Lumen gentium do
Vaticano II, capítulo que trata da admirável presença da
Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja. De fato,
sobre o fundo das palavras da “Ave Maria” passam
diante dos olhos da alma os principais episódios da vida
de Jesus Cristo. Eles dispõem-se no conjunto dos
mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, e põem-nos em
comunhão viva com Jesus – poderíamos dizer– através
do Coração de Sua Mãe. Ao mesmo tempo o nosso
coração pode incluir nestas dezenas do Rosário todos os
fatos que formam a vida do indivíduo, da família, da
nação, da Igreja e da humanidade. Acontecimentos
pessoais e do próximo, e de modo particular daqueles
que nos são mais familiares e que mais estimamos.
Assim a simples oração do Rosário marca o ritmo da
vida humana ». Com estas palavras, meus caros Irmãos e
Irmãs, inseria no ritmo quotidiano do Rosário o meu
primeiro ano de Pontificado. Hoje, no início do vigésimo
quinto ano de serviço como Sucessor de Pedro, desejo
fazer o mesmo. Quantas graças recebi nestes anos da
Virgem Santa através do Rosário: Magnificat anima mea
Dominum! Desejo elevar ao Senhor o meu agradecimento
com as palavras da sua Mãe Santíssima, sob cuja
protecção coloquei o meu ministério petrino: Totus tuus!”
Agora que já conhece o valor e a importância desta oração, que tal aprender a
rezá-la e praticá-la todos os dias?
Para
aprender
a
rezar
o
Rosário
acesse
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/especial/rosario/12.htm
o
link:
Para aqueles que já a conhecem, fica a pergunta: temos conseguido rezá-lo?
Encontramos tempo para recitá-lo em meio às nossas atividades diárias?
Podemos rezá-lo no trânsito9, no percurso do trabalho, no intervalo do almoço,
fazendo uma caminhada, nas filas e salas de espera, fazendo compras, com a família e
em comunidade. Num mundo com tantas distrações (jogos e músicas no celular, por
exemplo), o Rosário nos recorda nossa dignidade.
Imagine se rezássemos o Rosário pela nossa conversão e por aqueles que
convivem conosco no trabalho, pela nossa família, pelos doentes, pela paz, pelos
nossos Bispos e sacerdotes, pela unidade dos cristãos? Formaríamos uma imensa rede
de intercessão e, com o Céu ao nosso lado, experimentaríamos a “Força do Altíssimo”
agindo na história.
COMPROMISSO
Convidamos você e seu grupo a, neste mês de maio, fazerem experiência de
oração e intercessão com o Rosário.
1) Assuma o compromisso de rezar o Rosário, conforme as suas possibilidades
(uma dezena, um mistério, um rosário por dia). Valorize especialmente as
terças, Dia de intercessão do Ministério Universidades Renovadas, pelas
intenções abaixo relacionadas e pelas que estarão disponíveis no blog
www.partilhareamar.blogspot.com .
Seu grupo também pode fazer a experiência de rezar uma dezena para dar
início ao encontro.
Intenções:
 Pelo Santo Padre, o Papa, pelos Bispos, sacerdotes, pelos religiosos e
religiosas, missionários e missionárias, pelos leigos e leigas,
especialmente os mais tentados e perseguidos;
 Pelo aumento e santificação das vocações matrimoniais, sacerdotais
e religiosas;
 Para que correspondamos a nossa vocação e perseveremos;
9
Há vários CDs com a oração do Rosário que deixarão suas mãos livres para dirigir e o ajudarão a rezar.
Um exemplo é “Os mistérios do terço”, do Pe. Joãozinho, da paulinas-COMEP.

Pela unidade e aumento do número de profissionais do Reino e dos
grupos de profissionais;
 Por um perene Pentecostes sobre cada cristão e sobre toda a Igreja;
 Pela unidade dos cristãos10;
 Pela RCC e todos os que nela servem, especialmente, os membros
do Conselho Nacional, os coordenadores de grupos, de paróquia, de
dioceses e ministérios;
 Pelo Ministério Universidades Renovadas, pela Equipe Nacional de
Serviço e pela Comissão Nacional dos Profissionais;
 Pelos diversos projetos e atividades da RCC, especialmente, o
Congresso Nacional, o ENUR, o Ruah e o Projeto Amazônia;
 Pelo nosso País e pelas eleições que ocorrerão este ano;
 Pelas vítimas da violência e dos desastres naturais;
 Pelas intenções do Imaculado Coração de Maria.
2) Envie-nos suas intenções particulares em nossa lista [email protected] ou através de um comentário no nosso blog
www.partilhareamar.blogspot.com .
3) No fim do Mês de Maio, partilhe sua experiência conosco.
REFLEXÃO
Conhece a canção “Maria de minha infância”, do Pe. Zezinho? Agora que
conhecemos melhor Maria, que tal meditar e partilhar sobre esta canção?
No You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=CMB5v_TonzU
Maria de Minha Infância
Composição: Pe. Zezinho
Eu era pequeno, nem me lembro
Só lembro que à noite, ao pé da cama
Juntava as mãozinhas e rezava apressado
Mas rezava como alguém que ama
Nas Ave - Marias que eu rezava
Eu sempre engolia umas palavras
E muito cansado acabava dormindo
Mas dormia como quem amava
Ave - Maria, Mãe de Jesus
O tempo passa, não volta mais
Tenho saudade daquele tempo
Que eu te chamava de minha mãe
10
Confira o link da Semana de Oração pela Unidade dos
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/weeks-prayerdoc/rc_pc_chrstuni_doc_20090630_week-prayer-2010_po.html
Cristãos
2010:
Ave - Maria, Mãe de Jesus
Ave - Maria, Mãe de Jesus
Depois fui crescendo, eu me lembro
E fui esquecendo nossa amizade
Chegava lá em casa chateado e cansado
De rezar não tinha nem vontade
Andei duvidando, eu me lembro
Das coisas mais puras que me ensinaram
Perdi o costume da criança inocente
Minhas mãos quase não se ajuntavam
O teu amor cresce com a gente
A mãe nunca esquece o filho ausente
Eu chego lá em casa chateado e cansado
Mas eu rezo como antigamente
Nas Ave - Marias que hoje eu rezo
Esqueço as palavras e adormeço
E embora cansado, sem rezar como eu devo
Eu de Ti Maria, não me esqueço
1) Qual é o lugar de Maria e do Rosário na tua história? Há recordações de
infância sobre Maria e a oração do terço?
2) O que a vida de Maria tem a dizer sobre aquelas quatro dimensões que
meditamos no primeiro módulo (dignidade, humanidade, desafios e
equilíbrio)?
3) Como viver uma espiritualidade mariana nos dias de hoje?
2. COM MARIA, SERMOS DÓCEIS AO ESPÍRITO SANTO
“Ao tomar a refeição com eles, deu-lhes esta ordem: “Não vos afasteis de
Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual me ouvistes
falar, quando eu disse: ‘João batizou com água; vós, porém, dentro de poucos
dias sereis batizados com o Espírito Santo’”. Então, os que estavam reunidos
perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restabelecer o Reino para
Israel?” Jesus respondeu: “Não cabe a vós saber os tempos ou momentos que o
Pai determinou com a sua autoridade. Mas recebereis o poder do Espírito
Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por
toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra. (...) Todos eles
perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres — entre
elas, Maria, mãe de Jesus — e com os irmãos dele ”. Atos 1,4-8.14
"Os confins do Cenáculo se alargaram por toda a Terra. Pensa que teu coração
é um novo e verdadeiro Cenáculo, no qual o Paráclito habita como Hóspede e
Amigo Fidelíssimo" Beata Elena Guerra
“Queridos Irmãos e Irmãs, acolhei nos vossos corações o Espírito Santo com a
mesma docilidade da Virgem Maria. Deixai-vos maravilhar sempre por Deus e
evitai receber os seus dons de maneira trivial. Oxalá o Espírito, Mestre interior,
vos conforte na fé e vos torne cada vez mais conformes com Cristo. Neste
mundo, com freqüência permeado de tristeza e de incerteza, tende a audácia
de colaborar com o Espírito numa nova e grande efusão de amor e de
esperança em toda a humanidade”. ( João Paulo II a RCC Italiana, 4 de Abril de
1998)
“No nosso tempo, ávido de esperança, façam conhecer e amar o Espírito Santo.
Assim, ajudareis a tomar forma aquela «Cultura de Pentecostes» que pode
fecundar a civilização do amor e a convivência entre os povos. Com fervente
insistência não vos canseis de invocar: Vem, Espírito Santo! Vem! Vem!.”
(João Paulo II, aos responsáveis da RCC, 14 Março de 2002)
“Desejo que o Espírito Santo encontre uma acolhida cada vez mais fecunda no
coração dos crentes e que se difunda a “cultura de Pentecostes”, tão necessária
em nosso tempo” (Papa Bento, Audiência Geral em 28 Setembro 2005,
Congresso Lucca)
Todos estes textos nos fazem lembrar que o Espírito Santo não é um elemento
acidental em nossa vida cristã, ao contrário, deixar-se conduzir por Ele é fundamental
para que sejamos aquilo que devemos ser, ou seja, nos realizarmos.
Os discípulos haviam caminhado com Jesus, ouvido suas palavras, visto seus
sinais, sua morte e ressurreição, contudo, não estavam prontos. Precisavam do Espírito
Santo, da Força do Alto que os levaria como testemunhas até o fim do mundo.
No nosso Batismo recebemos o Espírito, contudo, precisamos reconhecer sua
presença em nós e crer Nele, deixando que Ele nos conduza, nos leve a águas mais
profundas em todos os aspectos de nossa vida.
No início do mundo, o Paráclito pairava sobre o caos e transformou-o em
cosmos, sinônimo de beleza, harmonia e ordem. Assim, também, o Consolador deseja
transformar o caos de nossa existência, de nossos sentimentos, pensamentos, em
cosmos. Deseja renovar a face da terra e criar novos céus e nova terra.
“Eu vos exorto: deixai-vos sempre guiar pelo Espírito, e nunca satisfaçais o que
deseja uma vida carnal” (Gl 5,16).
O próprio nome de Cristãos provem de Cristo, ou seja, Ungido11.
11
Catecismo da Igreja Católica. 695. A unção. O simbolismo da unção com óleo é também
significativo do Espírito Santo, a ponto de se tomar o seu sinônimo . Na iniciação cristã, ela é o
sinal sacramental da Confirmação, que justamente nas Igrejas Orientais se chama
«Crismação». Mas, para lhe apreender toda a força, temos de voltar à primeira unção realizada
pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo («Messias» em hebraico) significa «ungido» pelo
Espírito de Deus. Houve «ungidos» do Senhor na antiga Aliança, sobretudo o rei David. Mas
Jesus é o ungido de Deus de maneira única: a humanidade que o Filho assume é totalmente
«ungida pelo Espírito Santo». Jesus é constituído «Cristo» pelo Espírito Santo. A Virgem Maria
concebe Cristo do Espírito Santo, que pelo anjo O anuncia como Cristo quando do seu
nascimento e leva Simeão a ir ao templo ver o Cristo do Senhor. É Ele que enche Cristo e cujo
poder emana de Cristo nos seus atos de cura e salvamento. Finalmente, é Ele que ressuscita
Jesus de entre os mortos. Então, plenamente constituído «Cristo» na sua humanidade
vencedora da morte, Jesus difunde em profusão o Espírito Santo, até que «os santos»
constituam, na sua união à humanidade do Filho de Deus, o «homem adulto à medida
completa da plenitude de Cristo» (Ef 4, 13), «o Cristo total», para empregar a expressão de
Santo Agostinho.
Maria, na anunciação, ficou cheia do Espírito Santo e concebeu Jesus. Para que
não sejamos mais nós vivendo, mas Cristo vivendo em nós (Gl 2,20), também
necessitamos ser envolvidos pela sombra da força do Altíssimo.
Nossa Mãe não se fecha em si mesma, mas parte em direção a Isabel e também
esta fica cheia do Espírito.
Em Pentecostes, Maria intercede para que todos fiquem repletos do Espírito,
tornem-se missionários e nasça a Igreja, comunidade de amor (At 2,42-47).
Neste sentido, CANTALAMESSA nos exorta a rezarmos para obter o Espírito
Santo, indicando três lições da presença de Maria em Pentecostes: “primeiro, que
antes de empreender qualquer coisa e atirar-se pelas estradas do mundo, a Igreja
[nós] precisa receber o Espírito Santo; em segundo lugar, que para a vinda do Espírito
Santo nós nos preparamos, sobretudo, com a oração; em terceiro lugar, que esta
oração deve ser concorde e perseverante (...) Tudo na Igreja ou recebe força e
sentido do Espírito Santo ou não tem força nem sentido cristão12”.
Isto tudo soa muito teórico para nós ou realmente sentimos que temos
necessidade do Espírito? Será que temos permitido que o Espírito Santo nos conduza?
Será que esperamos mais de Deus ou contamos só com nossas forças? Pode o Espírito
fazer conosco o mesmo que fez com os discípulos? Esta força do alto é também para
que sejamos testemunhas em todos os ambientes: no trabalho, na sociedade, na
família? Temos medo do Espírito Santo ou nos acostumamos a um certo modo de ser
Igreja, de orar, mesmo carismaticamente, e não esperamos que Ele nos surpreenda?
O Espírito Santo não é invenção ou monopólio da Renovação Carismática
Católica, mas crer que Ele age hoje e é capaz de nos dar uma nova força para
testemunharmos é parte fundamental da sua identidade:
12
Maria, um espelho para a Igreja. P. 135s.
“Aquilo que distingue a Renovação Carismática é a
leitura, a interpretação que ela faz do evento chamado
Pentecostes, considerando em sua práxis que aquilo que
ocorreu na aurora do Cristianismo pode se repetir no aqui
e agora da vida da Igreja. A Renovação crê – e procura
experienciar – uma sempre renovada efusão do Espírito
Santo, e permanece em atitude de fé expectante, de total
abertura à manifestação dos dons que o Espírito bem
aprouver de nos conceder.(...) Decorre desta postura ante
o mistério de Pentecostes, emerge um dos aspectos
fundamentais do papel e da missão da Renovação
Carismática: ser, hoje, na Igreja e no mundo, rosto,
memória e atualização da espiritualidade e da cultura de
Pentecostes!...Estudá-lo, cultuá-lo, e buscar ter para com
o Espírito Santo um relacionamento pessoal é, sem
dúvidas, dever de todos, na Igreja. Tê-lo, porém, como
elemento preponderante em suas reflexões, bem como
empenhar-se de modo consciente, em realçá-lo como
protagonista de toda ação missionária, e contribuir para
que mais e mais pessoas possam perceber Pentecostes
como uma realidade viva que pode afetar positivamente
suas próprias vidas, é coisa que, inegavelmente, a
Renovação Carismática precisa lançar-se com afinco e
destemor13.”
Veja o testemunho de Patty Galagher Mansfield sobre o fim de semana de
Duquesne, retiro que marca o início da RCC:
“Tivemos um Fim de Semana de Estudos nos dias 17-19 de
fevereiro. Preparamo-nos para este encontro, lemos os
Atos dos Apóstolos e um livrinho intitulado "A Cruz e o
Punhal" de autoria de David Wilkerson. Eu fiquei
particularmente impressionada pelo conhecimento do
poder do Espírito Santo e, pelo vigor e a coragem com que
os apóstolos foram capazes de espalhar a Boa Nova, após
o Pentecostes. Eu supunha, naturalmente, que o Fim de
Semana me seria proveitoso, mas devo admitir que nunca
poderia supor que viria a transformar a minha vida!
Durante os nossos grupos de discussão, um dos líderes
colocou em tela o fato de que nós devemos confirmar
constantemente os nossos votos de Batismo e de Crisma,
13
REIS, Reinaldo Beserra dos. Plano de Ação da RCC 2006/2007, p. 30.
assim como devemos ter a alma mais aberta para o
Espírito de Deus. Pareceu-me curioso, mas um pouco
difícil de acreditar quando me foi dito que os dons
carismáticos concedidos aos apóstolos são ainda dados
às pessoas nos dias atuais – que ainda existem sinais do
poder divino e milagres – e que Deus prometeu emanar o
seu Espírito para que se fizesse presença a todos os seus
filhos. Decidimos, então, efetuar a renovação dos votos de
Batismo e de Crisma como parte do serviço da missa de
encerramento, no domingo à noite. Mas, no entanto, o
Senhor tinha em mente outras coisas para nós!...No
sábado à noite, tínhamos programado uma festinha de
aniversário para alguns dos colegas, mas as coisas foram
simplesmente acontecendo sem alternativa. Fomos sendo
conduzidos para a capela, um de cada vez, e recebendo
a graça que é denominada de Batismo no Espírito Santo,
no Novo Testamento. Isto aconteceu de maneiras
diversas para cada uma das pessoas. Eu fui atingida por
uma forte certeza de que Deus é real e que nos ama.
Orações que eu nunca tinha tido coragem de proferir em
voz alta, saltavam dos meus lábios. (...) Este não era, pois
um simples bom fim de semana, mas, na realidade, uma
experiência transformadora de vida que ainda está
prosseguindo e se desenvolvendo em crescimento e
expansão.
Os dons do Espírito já são hoje manifestados – e isto eu
posso testemunhar, porque tenho ouvido pessoas orando
em línguas, outras praticam curas, discernimento de
espíritos, falam com sabedoria e fé extraordinárias,
profetizam e interpretam. Eu, agora, tenho certeza de
que não há nada que tenhamos de suportar sozinhos,
nenhuma oração que não seja atendida, nenhuma
necessidade que Deus não possa cobrir em sua riqueza!
E, no depender dele e louvá-lo com fidelidade, eu sinto
uma tremenda sensação
de liberdade. Podemos tentar viver como cristãos,
morrendo para nós mesmos e para o pecado, mas esta
será uma luta desanimadora se não contarmos com o
poder do Espírito. Ainda existem tentações e problemas,
mas agora tenho a certeza e a confiança em Deus, agora
ele me dá segurança. Realmente, transforma-me a viver
nele. É verdade que na Crisma, nós recebemos o Espírito
Santo e que nós somos seus templos, mas nós não nos
abrimos o suficiente para receber em nossas vidas os seus
dons e o seu poder. É certo que o Espírito Santo é o nosso
professor: eu dele aprendi tanto e em tão pouco tempo!
As Escrituras vivem! Amém! Eu estou segura de que
jamais poderia ter acumulado por minha própria conta
tanto conhecimento, apesar de todo o esforço
desenvolvido, e com as melhores intenções que tivesse.
(…) Eu me vi, de repente, conversando com as pessoas
sobre Cristo, e, vendo desde logo o resultado desse
trabalho! Eu jamais teria ousado fazer essas coisas no
passado, mas agora, é ao contrário: é impossível deixar
de fazê-lo. É como disseram os apóstolos depois de
Pentecostes: “Como podemos deixar de falar sobre as
coisas que vimos e ouvimos!" 14(…).”
Desejamos que todos os profissionais do Reino e seus grupos experimentem
uma nova, constante e fecunda efusão do Espírito; que esta experiência de
Pentecostes nos leve a formar comunidades como as de Atos 2, 42-47; que os grupos
de todo o país estejam unidos, concordes e perseverantes na oração para que
possamos testemunhar em nossos dias, em meio há um ambiente tão hostil à Igreja,
um novo despertar missionário que nos leve a ser sal e luz, fermento no meio do
mundo! Queremos a Cultura de Pentecostes, a única capaz de fecundar a Civilização
do Amor! Sem o Espírito nossos grupos podem produzir reflexões muito interessantes,
mas com o Espírito nossos grupos são verdadeiras comunidades que trabalham em
rede formando discípulos e missionários para o mundo de hoje! Queremos ver você,
seu local de trabalho, sua família, sua comunidade eclesial, toda a face da terra sendo
renovados pelo poder do Espírito!
Crêem que isso é possível?
Clamemos então, com Maria, e deixemos que nossa Mãe nos ensine a sermos
dóceis ao Espírito Santo.
Que nosso mutirão de oração do Rosário e a participação na Novena de
Pentecostes nos leve a redescobrimos a pessoa do Espírito Santo e que o Ruah sopre
em nossa vida, fazendo-nos nascer de novo!
Que essa oração unânime, pedindo o derramamento do Espírito, possa fazer
eco a Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos, e que toda Babel, onde ninguém
se entende, porque cada um busca sua própria glória, se torne Pentecostes, onde
todos, sendo de diferentes origens, se entendem porque proclamam as maravilhas do
Senhor!
Convidamos você e seu grupo a, neste mês de maio, fazerem experiência de
oração e intercessão com o Rosário, clamando, de forma unânime e perseverante, um
novo e perene Pentecostes.
14
Apostila de formação do Ministério Universidades Renovadas, Módulo I
DINÂMICA
1. Convidamos você e seu grupo a fazer uma leitura orante de Lucas 1, 2638 e/ou Atos dos Apóstolos 1 e 2, de acordo com o método da Lectio
Divina;
2. Em seguida, partilhe sobre como Maria nos ensina a sermos dóceis ao
Espírito e a importância de deixar-se conduzir pelo Espírito Santo em
todas as áreas de nossa vida.
3. Oremos com a Igreja, clamando o Espírito Santo:
Veni Creator Spiritus! Vem, Espírito Criador!
Vinde
Espírito
Criador,
a
nossa
alma
visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A
nossa
mente
iluminai,
os
corações
enchei
de
amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso
inimigo
repeli,
e
concedei-nos
a vossa
paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.
Amém!
CONCLUSÃO
Já estamos na metade do caminho para o ENUR. Para que nossos alicerces
sejam restaurados todos os dias, precisamos clamar incessantemente, com Maria, por
um perene Pentecostes.
Intensifiquemos nossas orações, nossa partilha e nosso diálogo, enviando
mensagens à nossa lista [email protected] e/ou no nosso blog
www.partilhareamar.blogspot.com .
Caminhemos firmes, rumo à nossa meta: a Civilização do Amor.
Para aprofundar este tema em seu grupo, recomendamos a leitura das
seguintes obras:
Vaticano
II.
Constituição
Dogmática
Lumen
Gentium.
Capítulo
VIII.
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vatii_const_19641121_lumen-gentium_po.html
Catecismo da Igreja Católica. n. 487-50715
Papa
Paulo
VI.
Exortação
Apostólica
Marialis
Cultus.
Disponível
em
http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_pvi_exh_19740202_marialis-cultus_po.html .
Papa João Paulo II. Carta Apostólica “O Rosário da Virgem Maria”. Disponível em
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jpii_apl_20021016_rosarium-virginis-mariae_po.html .
CELAM. Documento de Aparecida. Texto conclusivo da V Conferência Geral do episcopado
Latino-Americano e do Caribe. N. 266-272.
São Luís Maria Grignion de Monfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem.
21 ed., Petrópolis: Vozes, 1995.
Raniero Cantalamessa. Maria, um espelho para a Igreja. Aparecida: Santuário, 1992.
Inácio Larrañaga. O silêncio de Maria. São Paulo: Paulinas, 1982.
Afonso Murad. Quem é esta mulher? Maria na Bíblia. São Paulo: Paulinas, 1996.
Santo Afonso Maria de Ligório. Glórias de Maria. Aparecida: Santuário, 1989.
15
Resumo do que há no catecismo sobre Maria: http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/az/Maria/mes.html .
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3ª Etapa - Profissionais do Reino