UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E DAS PROTEÇÕES DA SUBESTAÇÃO DE 69-13,8 kV DO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ JOÃO VICTOR CAVALCANTE BARROS Fortaleza Novembro de 2010 ii JOÃO VICTOR CAVALCANTE BARROS ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E DAS PROTEÇÕES DA SUBESTAÇÃO DE 69-13,8 kV DO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Monografia submetida à Universidade Federal do Ceará como parte dos requisitos para obtenção do Diploma de Graduação em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Raimundo Furtado Sampaio. Fortaleza Novembro de 2010 iii JOÃO VICTOR CAVALCANTE BARROS ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E DAS PROTEÇÕES DA SUBESTAÇÃO DE 69-13,8 kV DO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do diploma de Graduação em Engenharia Elétrica, e aprovada em sua forma final pelo programa de Graduação em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Ceará. Banca Examinadora: Fortaleza, Novembro de 2010 iv “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina!” (Cora Coralina) v A Deus, Aos meus pais, João e Violeta, As minhas irmãs, Carolina e Ivna, A todos os familiares, amigos, namorada. vi AGRADECIMENTOS Desejo expressar meus agradecimentos: Ao Professor Raimundo Furtado Sampaio pela disponibilidade, dedicação, colaboração e orientação tornando a realização desse trabalho possível. A todos os professores do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC, responsáveis diretamente ou indiretamente pelo meu aprendizado e Graduação. Aos meus pais Violeta e João, às minhas irmãs Carolina e Ivna agradeço o apoio, o afeto, o reconhecimento e a compreensão por tantos momentos de ausência. À Tia Valéria e ao Thales que me acolheram na realização desse trabalho, oferecendo não só espaço físico, mas apoio, carinho, confiança em todos os momentos. A todos os meus amigos e namorada pelo suporte oferecido e pela ajuda em todos os momentos da minha vida. A todos vocês o meu muito obrigado. vii Barros, J. V. C. e “Estudo de viabilidade econômica e das proteções da subestação de 69-13,8 kV do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará”, Universidade Federal do Ceará – UFC, 2010, 94p. Esta monografia apresenta o estudo das proteções da subestação de 69-13,8 kV do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará. São apresentados critérios para planejamento e projeto de subestação, conceito e requisitos básicos necessários em um sistema de proteção, os principais equipamentos de proteção de sobrecorrente e critérios para as funções de proteção de sobrecorrente e diferencial. É apresentando o estado atual da rede de distribuição interna da UFC. É apresentada uma proposta de uma subestação de 69-13,8 kV visando a melhora da confiabilidade, disponibilidade e segurança do sistema de energia da UFC. É descrito como será o fornecimento de energia e uma a análise financeira da subestação. São apresentados os requisitos necessários para a realização do estudo das proteções da subestação proposta, juntamente com o estudo que consta os cálculos das correntes de curto-circuito e os ajustes das funções de sobrecorrente. São apresentados os resultados de simulações do sistema proposto no software EASY POWER. Por fim, são apresentados os cálculos da função diferencial com base no manual do relé adotado. Palavras-Chave: Subestação, relé, função de sobrecorrente, função diferencial, estudo da proteção. viii Barros, J. V. C. and "Study of economic viability and the protections of 69-13.8 kV substation Campus Pici, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará - UFC, 2010, 94p. This monograph presents the study of the protections of 69-13.8 kV substation Campus Pici from Universidade Federal do Ceará. Criteria for planning and substation design, concept and basic requirements needed in a protection system, the main equipment of overcurrent protection and policies to protect the functions of overcurrent and differential are presented. The current state of the internal distribution network of UFC is presented. It’s proposed a 69-13.8 kV substation in order to improve the reliability, availability and security of the power system at UFC. It’s described how the power supply will be, and is showed a financial analysis of the substation. The requirements for the study of the protections of the substation proposed are listed, together with the studies of current and short circuit and overcurrent function settings. The results of simulations of the proposed system using the EASY POWER software are presented. Finally, the calculations of the differential function based on the manual of the adopted relay are presented. Keywords: substation, relay, overcurrent function, differential, study of protection. ix SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................xiii LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xv CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1 1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 1 1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 2 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................... 3 CAPÍTULO 2 SUBESTAÇÃO DE ENERGIA ................................................................................................. 4 2.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4 2.2 PLANEJAMENTO E PROJETO DE SUBESTAÇÃO.............................................. 4 2.3 PLANEJAMENTO DE SUBESTAÇÃO ................................................................... 4 2.4 PROJETO DE SUBESTAÇÃO ................................................................................ 5 2.4.1 PROJETO CIVIL ............................................................................................... 5 2.4.1.1 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS ......................................................... 5 2.4.1.2 TERRAPLENAGEM ............................................................................. 5 2.4.1.3 ESCAVAÇÃO E REATERRO .............................................................. 6 2.4.1.4 DRENAGEM E PAVIMENTAÇÃO ..................................................... 6 2.4.1.5 EDIFICAÇÃO........................................................................................ 7 2.4.2 PROJETO ELETROMECÂNICO ..................................................................... 7 2.4.2.1 MALHA DE ATERRAMENTO............................................................ 7 2.4.2.2 CONDUTORES E BARRAMENTOS .................................................. 8 2.4.2.3 EQUIPAMENTOS ................................................................................. 9 2.4.3 PROJETO DE PROTEÇÃO E AUTOMAÇÃO .............................................. 11 2.4.3.1 PROJETO DE PROTEÇÃO ................................................................ 11 2.4.3.2 PROJETO DE AUTOMAÇÃO ........................................................... 12 2.5 CONCEITOS E REQUISITOS BÁSICOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO .. 12 2.5.1 PROTEÇÃO PRINCIPAL ............................................................................... 12 2.5.2 PROTEÇÃO DE RETAGUARDA .................................................................. 13 2.5.3 ZONAS DE PROTEÇÃO ................................................................................ 14 2.5.4 SELETIVIDADE ............................................................................................. 14 2.5.5 COORDENAÇÃO ........................................................................................... 15 SUMÁRIO x 2.6 EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO ....................................... 15 2.6.1 CHAVES-FUSÍVEIS ....................................................................................... 16 2.6.1.1 2.6.2 ELOS-FUSÍVEIS ............................................................................................. 17 2.6.2.1 2.6.3 ESPECIFICAÇÃO DE ELOS-FUSÍVEIS ........................................... 19 DISJUNTORES ................................................................................................ 20 2.6.3.1 2.6.4 ESPECIFICAÇÃO DE DISJUNTORES ............................................. 22 RELÉS DE PROTEÇÃO ................................................................................. 23 2.6.4.1 2.6.5 ESPECIFICAÇÃO DE RELÉS ........................................................... 26 RELIGADORES .............................................................................................. 27 2.6.5.1 2.6.6 ESPECIFICAÇÃO DE RELIGADORES ............................................ 32 SECCIONALIZADORES ................................................................................ 32 2.6.6.1 2.7 ESPECIFICAÇÃO DE CHAVES-FUSÍVEIS ..................................... 16 ESPECIFICAÇÃO DE SECCIONALIZADOR .................................. 33 MÉTODO DAS COMPONENTES SIMÉTRICAS PARA CURTO-CIRCUITO .. 34 2.7.1 COMPONENTES SIMÉTRICAS .................................................................... 34 2.7.2 REPRESENTAÇÃO DE LINHAS .................................................................. 37 2.7.3 REPRESENTAÇÃO DE TRANSFORMADORES......................................... 37 2.7.4 CURTOS-CIRCUITOS SIMÉTRICOS ........................................................... 38 2.7.5 EQUAÇÕES DE CURTO-CIRCUITO ............................................................ 38 2.8 CRITÉRIOS PARA CÁLCULOS DAS PROTEÇÕES DE SUBESTAÇÃO ......... 39 2.8.1 DIMENSIONAMENTO DO TC ...................................................................... 39 2.8.2 CRITÉRIOS PARA PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE .......................... 40 2.8.3 CRITÉRIOS PARA PROTEÇÃO DIFERENCIAL ........................................ 44 2.9 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 45 CAPÍTULO 3 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DO CAMPUS DO PICI DA UFC ............................................. 46 3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 46 3.2 SUPRIMENTO DO CAMPUS DO PICI – CENÁRIO ATUAL ............................. 46 3.2.1 SUBESTAÇÃO SUPRIDORA DO CAMPUS DO PICI ................................. 46 3.2.2 ALIMENTADOR 01C8 ................................................................................... 47 3.3 REDE DE DISTRIBUIÇÂO INTERNA DO CAMPUS DO PICI DA UFC .......... 48 3.3.1 PROTEÇÃO GERAL DO CAMPUS DO PICI ............................................... 48 3.3.2 PROTEÇÃO DOS RAMAIS ........................................................................... 51 3.3.3 CONFIGURAÇÃO DA REDE DE MÉDIA TENSÃO DO CAMPUS SUMÁRIO xi DO PICI .......................................................................................................................... 51 3.3.4 3.4 PANORAMA ATUAL DA REDE ELÉTRICA DO CAMPUS DO PICI....... 52 PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÂO DA SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI . 53 3.4.1 SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI ............................................................... 53 3.4.2 LOCALIZAÇÃO DA SUBESTAÇÃO ............................................................ 54 3.4.3 SUPRIMENTO................................................................................................. 55 3.4.4 CONFIGURAÇÃO .......................................................................................... 56 3.4.5 ANÁLISE FINANCEIRA ................................................................................ 57 3.4.5.1 CUSTO DA SUBESTAÇÃO............................................................... 57 3.4.5.1 CÁLCULO DO TEMPO DE RETORNO DE INVESTIMENTO ...... 57 3.5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 62 CAPÍTULO 4 ESTUDO DAS PROTEÇÕES DA SE 69-13,8 KV DO CAMPUS DO PICI DA UFC .......... 63 4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 63 4.2 REQUISITOS PARA O ESTUDO DA PROTEÇÃO.............................................. 63 4.3 SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI ....................................................................... 62 4.4 CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO ...................................................................... 64 4.4.1 CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO NO PONTO DE ENTREGA ............... 65 4.4.2 CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO NO BARRAMENTO DE MT ............. 67 4.5 AJUSTE DA PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE ............................................. 68 4.5.1 AJUSTE DA PROTEÇÃO NO BARRAMENTO DE ALTA TENSÃO ........ 69 4.5.1.1 DIMENSIONAMENTO DO TC DE ALTA TENSÃO....................... 69 4.5.1.2 AJUSTE DA PROTEÇÃO DA SAÍDA DE LINHA DA SUBESTAÇÃO PICI ................................................................................................... 70 4.5.1.3 CÁLCULO DO AJUSTE DO RELÉ DA ENTRADA DE LINHA DA SE CAMPUS DO PICI ................................................................................................. 70 4.5.2 AJUSTE DA PROTEÇÃO DA MÉDIA TENSÃO ......................................... 73 4.5.2.1 DIMENSIONAMETO DOS TCS DE MÉDIA TENSÃO................... 74 4.5.2.2 CÁLCULO DOS AJUSTES DO RELÉ ASSOCIADO AO DISJUNTOR GERAL .................................................................................................. 75 4.5.2.3 AJUSTE DOS RELÉS DAS SAÍDAS DE ALIMENTADORES ....... 76 4.6 SIMULAÇÃO DO SISTEMA ................................................................................. 78 4.7 PROTEÇÃO DIFERENCIAL .................................................................................. 89 4.8 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 92 SUMÁRIO xii CAPÍTULO 5 CONCLUSÃO E DESENVOLVIMENTO FUTURO ............................................................. 93 5.1 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 93 5.2 DESENVOLVIMENTO FUTURO.......................................................................... 94 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 95 ANEXO A – TABELA DE CÓDIGOS ANSI ANEXO B – CÁLCULO DE AJUSTES DIFERENCIAIS PARA UM RELÉ DE 2 ENROLAMENTOS ANEXO C – DIAGRAMA UNIFILAR DO ALIMENTADOR 01C8 ANEXO D – OAP DO ALIMENTADOR 01C8 ANEXO E – AVT DA SUBESTAÇÃO 69-13,8 KV DO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC ANEXO F – PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO 69-13,8 KV NO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC ANEXO G – DADOS DOS BARRAMENTOS DAS SUBESTAÇÕES DA COELCE ANEXO H – OAP DA SAÍDA DE LINHA PICI/PRESIDENTE KENNEDY ANEXO I – DADOS DO TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA DA SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI SUMÁRIO xiii LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Proteção principal................................................................................................. 13 Figura 2.2 – Proteção de retaguarda. ........................................................................................ 14 Figura 2.3 – Zonas de proteção. ............................................................................................... 15 Figura 2.4 – Exemplo de seletividade e coordenação .............................................................. 15 Figura 2.5 – Detalhe construtivo da chave-fusível ................................................................... 17 Figura 2.6 – Curvas de elos-fusíveis do grupo A fabricante Indel Bauru. ............................... 19 Figura 2.7 – Curvas de elos-fusíveis do grupo B fabricante Indel Bauru ................................ 19 Figura 2.8 – Terminais de conexão e de seccionamento do tipo tulipa. ................................... 21 Figura 2.9 – Disjuntor extraível em cubículo ........................................................................... 22 Figura 2.10 – Terminais do tipo fixo ........................................................................................ 22 Figura 2.11 – Funcionamento de um relé de sobrecorrente eletromecânico ............................ 24 Figura 2.12 – Relé eletromecânico fabricante GE .................................................................... 25 Figura 2.13 – Relé estático analógico do fabricante GE .......................................................... 25 Figura 2.14 – Relé digital ......................................................................................................... 26 Figura 2.15 – Diagrama de blocos do relé microprocessado .................................................... 26 Figura 2.16 – Relé microprocessado ........................................................................................ 27 Figura 2.17 – Ciclo de religamento para falta transitória. ........................................................ 28 Figura 2.18 – Ciclo de religamento para falta permanente....................................................... 29 Figura 2.19 – Religador KF desmontado.................................................................................. 30 Figura 2.20 – Circuito eletrônico do KFE. ............................................................................... 30 Figura 2.21 – Religador modelo KFE ...................................................................................... 31 Figura 2.22 – Pólo do religador Nova ...................................................................................... 31 Figura 2.23 – Relé Form 6. ....................................................................................................... 32 Figura 2.24 – Proteção religador mais seccionador.................................................................. 33 Figura 2.25 – Seccionalizador GN3E ....................................................................................... 34 Figura 2.26 – Componentes simétricas. ................................................................................... 36 Figura 2.27 – Modelo de linha curta ........................................................................................ 37 Figura 2.28 – Tipos de curto-circuito ....................................................................................... 39 Figura 2.29 – Alcance do relé de proteção ............................................................................... 41 Figura 3.1 – Diagrama unifilar do barramento de média tensão da subestação Pici. ............... 48 Figura 3.2 – Relé modelo 7SJ531 fabricante Siemens ............................................................. 49 Figura 3.3 – Proteção da derivação do Campus do Pici ........................................................... 49 LISTA DE FIGURAS xiv Figura 3.4 – Disjuntor de média tensão do Campus do Pici .................................................... 50 Figura 3.5 – Placa do disjuntor geral de média tensão ............................................................. 51 Figura 3.6 – Diagrama unifilar simplificado da rede de distribuição da UFC ......................... 52 Figura 3.7 – Exemplo de condutor de cobre nu. ...................................................................... 53 Figura 3.8 – Localização da subestação ................................................................................... 55 Figura 3.9 – Alternativa de fornecimento 1 .............................................................................. 56 Figura 3.10 – Diagrama unifilar de proteção da subestação proposta. ..................................... 57 Figura 4.1 – Sistema da simulação ........................................................................................... 80 Figura 4.2 – Tela de ajuste da função de fase do relé do alimentador...................................... 82 Figura 4.3 – Coordenograma de fase da alta tensão ................................................................. 84 Figura 4.4 – Coordenogrma de neutro da alta tensão. .............................................................. 85 Figura 4.5 – Coordenograma de fase da média tensão ............................................................. 86 Figura 4.6 – Coordenograma de neutro da média tensão ......................................................... 87 Figura 4.7 – Coordenograma de fase do sistema ...................................................................... 88 Figura 4.8 – Coordenograma de neutro do sistema .................................................................. 89 LISTA DE FIGURAS xv LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Dimensionamento dos barramentos de média e alta tensão. ................................. 9 Tabela 2.2 – Circuitos de seqüência do transformador ............................................................ 38 Tabela 2.3 – Valores de alfa e k para as curvas IEC ................................................................ 44 Tabela 2.3 – Valores de alfa, beta e k para as curvas IEEE ..................................................... 44 Tabela 3.1 – Dados dos cabos de média tensão. ....................................................................... 53 Tabela 3.2 – Histórico de consumo do período de novembro de 2009 a outubro de 2010 ...... 59 Tabela 3.3 – Contas de energia do período de novembro de 2009 a outubro de 2010 com tarifa azul. .................................................................................................................................. 60 Tabela 4.1 – Impedância do barramento de 69 kV da SE Pici em PU ..................................... 66 Tabela 4.2 – Impedância do condutor em ohm/km .................................................................. 66 Tabela 4.3 – Impedância de seqüência do cabo 315 mm² em PU ............................................ 66 Tabela 4.4 – Impedância reduzida até o ponto de entrega em PU............................................ 67 Tabela 4.5 – Corrente de curto-circuito no ponto de entrega ................................................... 68 Tabela 4.6 – Impedância reduzida no barramento de média tensão da SE Campus do Pici em PU ..................................................................................................................................... 69 Tabela 4.7 – Corrente de curto-circuito do barramento de média tensão. ................................ 69 Tabela 4.8 – Ajuste do relé da subestação Pici......................................................................... 71 Tabela 4.9 – TAPE de fase do barramento de alta tensão ........................................................ 72 Tabela 4.10 – Ajuste da proteção de fase AT ........................................................................... 73 Tabela 4.11 – TAPE de neutro do barramento de alta tensão .................................................. 73 Tabela 4.12 – Ajuste da proteção AT de neutro ....................................................................... 74 Tabela 4.13 – TAPE de fase do relé de média tensão .............................................................. 76 Tabela 4.14 – Ajuste da proteção de fase para o barramento de MT ....................................... 76 Tabela 4.15 – TAPE de neutro do barramento de média tensão .............................................. 76 Tabela 4.16 – Ajuste da proteção de neutro para barramento de MT ...................................... 77 Tabela 4.17 – TAPE de fase dos alimentadores ....................................................................... 77 Tabela 4.18 – Ajuste da proteção de fase dos alimentadores ................................................... 78 Tabela 4.19 – Ajuste da proteção de neutro dos alimentadores ............................................... 79 Tabela 4.20 – Valores de curto-circuito da simulação ............................................................. 81 Tabela 4.21 – Ajuste dos relés na simulação ............................................................................ 82 LISTA DE TABELAS 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO A energia elétrica é fundamental para o desenvolvimento do país, o qual acarreta um crescimento de consumo de energia elétrica. Com o aumento da demanda de energia criam-se as necessidades de crescimento e melhorias dos Sistemas Elétricos de Potência (SEP). Os SEPs, criados para transportar eletricidade para as populações, estão em constante evolução. O seu desenvolvimento ocorreu nos três subsistemas do SEP: Geração, Transmissão e Distribuição [1]. Para que o desenvolvimento do SEP esteja dentro de um padrão de qualidade, é necessário que o mesmo obedeça as exigências dos órgãos controladores e reguladores. As exigências estão estabelecidas nos procedimentos de redes do Operador Nacional do Sistema (ONS) e no Procedimento de Distribuição (PRODIST) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Nos procedimentos de redes, como o nome já diz, são descritos os procedimentos e requisitos necessários para a realização das atividades de planejamento da operação eletroenergética, administração da transmissão, programação e operação em tempo real no âmbito do Sistema Interligado Nacional (SIN) [2]. O PRODIST é um conjunto de procedimentos normativos que regulam o relacionamento entre as concessionárias distribuidoras de energia elétrica e os demais agentes conectados aos sistemas de distribuição, que incluem redes de distribuição em média tensão, subestações e linhas de transmissão com nível de tensão inferior a 230 kV [3]. As normas e regulamentações vêm cobrando melhorias gradativas dos índices de continuidade como Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), entre outros. Isto torna a proteção do sistema um tópico importante para as concessionárias de energia elétrica, pois uma boa coordenação do sistema de proteção minimiza as interrupções permanentes de clientes, causando a melhoria nos indicadores de continuidade. 1.1 - JUSTIFICATIVA Atualmente a rede de distribuição elétrica interna ao Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará tem o seu suprimento em nível de tensão primária de distribuição (13,8 kV) Capítulo 1 - Introdução 2 através de um alimentador da Subestação (SE) Pici da Companhia Energética do Ceará (COELCE). A rede interna de distribuição elétrica possui topologia radial com apenas uma proteção geral, que é um relé primário associado ao um disjuntor de média tensão. Esse tipo de tecnologia é um ponto de não conformidade com a norma ABNT, NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1 kV a 36,2 kV e a Norma da Companhia Energética do Ceará, NT-002 – Fornecimento de energia elétrica em tensão primaria de distribuição [4, 5]. A falta de recurso do sistema de proteção do Campus torna a proteção pouco confiável, já que para faltas transitórias e permanentes haverá a interrupção e conseqüentemente a desenergização de toda a rede interna. Além disso, a ANEEL através do PRODIST determina que consumidores com Montante de Uso do Sistema de Distribuição (MUSD) superior a 2500 kW, devem ser atendidos em alta tensão, que para a Coelce representa um nível de 69 kV. Dentro deste contexto, este trabalho apresenta uma proposta para alteração do nível tensão do suprimento para 69 kV através da implantação de uma subestação de 69-13,8 kV, 5/6,25 MVA e de um grupo de geradores de 3 MW. Este projeto completo visa a mudança da modalidade tarifária que proporcionará a redução do consumo de energia, melhorar a confiabilidade, disponibilidade e continuidade de serviço do sistema de energia do Campus do Pici. Além disso, a implantação deste empreendimento servirá como laboratório para os alunos cursos de graduação e pós-graduação do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC abrangendo várias disciplinas da área de sistemas de energia, dentre as quais estão Geração, Transmissão, Distribuição, Análise de Sistema de Potência, Proteção e Supervisão e Controle de Sistemas Elétricos. 1.2 - OBJETIVOS Esta monografia tem como objetivo apresentar o estudo das proteções da subestação de 69/13,8 kV proposta para o Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará. A metodologia para o desenvolvimento do trabalho inclui: • Apresentar a configuração da subestação proposta; • Calcular as correntes de curto-circuito nos barramentos da subestação, para a alternativa de fornecimento apresentada no Atestado de Viabilidade Técnica (AVT), fornecido pela Coelce; • Calcular os ajustes das funções de sobrecorrente de fase e de neutro com base nos valores de curto-circuito calculados; Capítulo 1 - Introdução 3 • Simular o sistema para determinar as correntes de curto-circuito e traçar os coordenogramas, utilizando o programa computacional “Easy Power”. • Determinar os ajustes da função diferencial, com base nos critérios apresentados no manual do relé escolhido. 1.3 - ESTRUTURA DO TRABALHO A monografia será dividida em 5 (cinco) Capítulos estruturados conforme descrito a seguir. No Capítulo 2, serão apresentados critérios para planejamento e projeto de subestação com base nos critérios de projeto e normas técnicas da concessionária de energia Coelce. Os conceitos e requerimentos básicos de um sistema de proteção serão descritos. Serão descritos os principais equipamentos e dispositivos de proteção de sobrecorrente. Por fim a metodologia de cálculo das correntes de curto-circuito e os critérios para o ajuste das funções de sobrecorrente e diferencial serão apresentados. O estado atual da rede interna do Campus do Pici será discutido no Capítulo 3. Será comentado como é realizado o atual fornecimento em média tensão da UFC. O presente estado da rede, juntamente com sua proteção serão discutidos. Uma proposta para implementação de uma subestação 69/13,8 kV e de um grupo gerador para melhorar a confiabilidade da rede elétrica do Campus do Pici será apresentada. O Capítulo finalizará com uma análise financeira para implantação do projeto proposto. O Estudo da proteção será detalhado no Capítulo 4. Os requisitos para a realização do estudo da proteção serão descritos. As correntes de curto-circuito serão calculadas e utilizadas na determinação dos ajustes das proteções. O sistema em estudo será simulado, e seus resultados comparados com os resultados calculados. O Capítulo finaliza com a determinação do estudo da função diferencial. Finalmente, no Capítulo 5, apresentam-se as conclusões sobre as análises efetuadas e sugestões de caminhos para pesquisas futuras. Capítulo 1 - Introdução 4 CAPÍTULO 2 SUBESTAÇÃO DE ENERGIA 2.1 - INTRODUÇÃO Este Capítulo apresenta conceitos importantes em relação à proteção de sistemas elétricos. Serão apresentados critérios para o planejamento e projeto de subestação de distribuição, conforme estabelecidos no critério de projeto da Companhia Energética do Ceará, CP-011 - Subestação de distribuição aérea e semi-abrigada. Neste Capítulo também serão apresentados uma visão geral sobre sistemas de proteção com seus fundamentos necessários e uma descrição sobre os equipamentos e dispositivos de proteção. Será apresentada uma metodologia para cálculo de curto-circuito de sistemas radiais. Por fim, serão apresentados os critérios para cálculos das proteções de uma subestação e de redes de distribuição. 2.2 - PLANEJAMENTO E PROJETO DE SUBESTAÇÃO Com o constante aumento da demanda requisitada ao sistema de energia, é necessária a expansão do mesmo, com criação de novos centros de geração de energia elétrica, linhas de transmissão, subestações e redes de distribuição. Este tópico aborda critérios para planejamento e projeto de subestação a serem seguidos com a finalidade de padronizar as subestações de distribuição aéreas e semi-abrigadas de tensão 72,5 kV – 15 kV, conforme estabelecido na CP-011[6]. 2.3 - PLANEJAMENTO DE SUBESTAÇÃO O planejamento para implantação de uma subestação para atender uma determinada localidade, região ou indústria deve levar em consideração a previsão de aumento progressivo da demanda dentro de um estudo de crescimento de cargas. O planejamento adequado proporciona a definição das características básicas dos equipamentos e arranjo da subestação. O planejamento compreende [6]: Capítulo 2 – Subestação de Energia 5 • Levantamento da carga, visando conhecer a potência instalada a ser atendida pela subestação; • Estudo e definição da potência da subestação em função da carga demandada; • Estudo da previsão da taxa de crescimento da carga. Esse estudo é responsável pela previsão de futuras expansões na subestação, definição do tamanho do terreno a ser utilizado na implantação da subestação e influencia também na definição da potência da subestação. 2.4 - PROJETO DE SUBESTAÇÃO Realizado o planejamento e definido a construção de uma nova subestação, inicia-se a etapa de projeto. O projeto de uma subestação de 72,5-15 kV é subdividido em três tipos de projetos: civil, eletromecânico e de proteção e automação. 2.4.1 - PROJETO CIVIL O projeto civil de uma subestação abrange as seguintes etapas: instalações provisórias, terraplenagem, escavação e reaterro, drenagem e pavimentação, e edificação. 2.4.1.1 - INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS O projeto de instalações provisórias deve contemplar a instalação de edificações para escritórios, almoxarifados e toda a infra-estrutura necessária à perfeita execução da obra, incluindo instalações provisórias de água, esgoto, luz e força. Também deve possuir vias de acesso e circulação interna e drenagem provisória adequadas para a área. [6] 2.4.1.2 - TERRAPLENAGEM As plantas de terraplanagem devem conter diversas informações, entre elas: planta baixa, detalhes dos projetos de estruturas de arrimo, indicação de volumes geométricos de Capítulo 2 – Subestação de Energia 6 corte e aterro, entre outros. É necessário descrever a metodologia, os equipamentos e a quantificação dos equipamentos necessária para execução do projeto [6]. 2.4.1.3 - ESCAVAÇÃO E REATERRO No projeto as dimensões das cavas e valas devem ser dimensionadas de modo a permitir uma execução segura das escavações. Também deve ser indicado se as escavações serão realizadas manualmente ou utilizando algum tipo de veículo e qual o tipo de material a ser utilizado nos reaterros [6]. Caso haja necessidade deve ser apresentado o projeto de escoramento com o objetivo de atender simultaneamente aos requisitos de segurança e prazos assumidos no cronograma físico da obra [6]. 2.4.1.4 - DRENAGEM E PAVIMENTAÇÃO O sistema de drenagem deve ser projetado para abranger toda área do terreno da subestação, de modo a proporcionar um perfeito escoamento das águas pluviais, bem como do lençol freático evitando modificar a capacidade de suporte do solo [6]. O projeto de drenagem deve atender as características do terreno onde será construída a subestação, observando os índices pluviométricos da região e os terrenos circunvizinhos, evitando o escoamento de água para os mesmos. Sempre que possível a drenagem deve ser superficial [6]. Deve ser verificado junto aos órgãos públicos responsáveis o destino das águas captadas. As caixas coletoras e separadoras de óleo devem ser dimensionadas para o volume de óleo de um transformador, e atendendo as normas ambientais de normas da ABNT. O projeto de pavimentação deve ser elaborado de modo que não haja erosão ou abatimento nas pistas de circulação quando submetida à circulação de veículos de transporte, carga, descarga e manutenção de equipamentos. Capítulo 2 – Subestação de Energia 7 2.4.1.5 - EDIFICAÇÃO Na subestação deve ser construída a casa de comando, onde são instalados os equipamentos de serviços auxiliares da subestação. O projeto de edificação da subestação normalmente é constituído das seguintes plantas: • Plantas Arquitetônicas, contemplando o projeto da edificação da casa de comando e do pátio da subestação, especificando todos os materiais que serão utilizados e como será executada a obra de construção; • Plantas de Instalações elétricas, contemplando o projeto de instalação elétrica de baixa tensão para a casa de comando da subestação, as quais devem atender a norma da ABNT, NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão [7]; • Planta de Instalações hidráulicas e sanitárias, ilustrando a ligação das instalações hidráulicas da subestação com a rede pública de abastecimento de água e esgoto conforme as exigências da concessionária local; 2.4.2 - PROJETO ELETROMECÂNICO No projeto eletromecânico são dimensionados: a estrutura suporte dos equipamentos, as dimensões físicas e técnicas dos transformadores, condutores, malha de terra e outros elementos. 2.4.2.1 - MALHA DE ATERRAMENTO Para a medição da resistividade é aconselhado à utilização do método de Wenner, conforme a norma da ABNT, NBR 7117 – Medição da Resistividade do Solo pelo método dos Quatro Pontos (WENNER). Esta medição deve ser feita logo após a terraplanagem. O aterramento deve ser dimensionado com base na máxima corrente de curto-circuito fase-terra do lado de menor tensão, levando em consideração um tempo de duração mínimo de 3 segundos conforme a norma da Companhia Energética do Ceará, NT-004 – Fornecimento de energia elétrica em alta tensão – 69 kV [8]. As hastes devem ser de aço cobreado com diâmetro mínimo de 1,73 centímetros, interligadas por cabo de cobre nu de seção mínima igual a 7x7 AWG conforme descrito na Capítulo 2 – Subestação de Energia 8 norma [8]. A distância mínima entre as hastes é de 3 metros e o valor máximo de resistência do solo deve ser 5 ohms. Devem ser ligados à malha de terra através de um condutor de aço cobreado de bitola 7x7 AWG os seguintes componentes da subestação: • Todos os equipamentos, todas as ferragens para suporte de chaves, isoladores, etc; • Portas e telas metálicas de proteção e ventilação; • Blindagem dos cabos isolados e condutores de proteção da instalação; • Todos os cubículos em invólucros metálicos mesmo que estejam acoplados; • Neutro dos transformadores de força e serviços auxiliares; • Todos os pára-raios. 2.4.2.2 - CONDUTORES E BARRAMENTOS As subestações industriais devem ser projetadas, conforme padrões definidos nas normas de fornecimento de energia da Concessionária. Na Tabela 2.1 são apresentados padrões de barramentos e de condutores para SE de grandes clientes alimentados em 69 kV, estabelecidos na Norma NT-004 da Coelce [8]. Tabela 2.1 – Dimensionamento dos barramentos de média e alta tensão. Barramento de 69 kV – Alumínio Potência dos Transformadores (MVA) Condutores rígidos Condutores Flexíveis Ligações Equipamentos Barramento de 13,8 kV- Cobre Condutores Flexíveis Ligações Barra Equipamentos Barra mm² mm² 266,8 De 5 a 15 MCM-CAA 1.1/4" IPS AL 1.1/4" IPS AL 120 240 120 2x300 556,5 De 15 a 33,2 MCM-CA Capítulo 2 – Subestação de Energia 1.1/4" IPS AL 2" IPS AL 9 2.4.2.3 - EQUIPAMENTOS a) Transformador de Potência Determinada a potência a ser instalada na subestação é necessário especificar os transformadores. As especificações básicas em relação ao transformador são a tensão nominal, potência nominal, regulação do tape de alta tensão, se possui ou não comutador de derivação sob carga, impedância percentual, proteções intrínsecas do transformador e transformadores de corrente (TCs) tipo bucha. Os transformadores de potência devem ser especificados com base nas normas da ABNT. Portanto, devem ser do tipo imersos em óleo, com enrolamentos de cobre, possuir radiadores para melhorar a refrigeração por circulação natural do óleo e ventilação forçada(ONAN/ONAF) por ar, adequadas para operar ao tempo [6]. b) Disjuntores Todos os disjuntores devem ser tripolares, possuindo duas bobinas de abertura independentes, com atuação simultânea. Devem ter circuitos de comando de abertura e fechamento independentes acionados por motor de tensão nominal de 125 Vcc. Também devem possuir sinalização do posicionamento dos contatos (aberto ou fechado), visando a segurança de pessoal [6]. As especificações básicas em relação aos disjuntores são: tensão nominal, corrente nominal, capacidade de interrupção máxima, nível de isolamento e relé associado. c) Secionadores Os secionadores devem possuir contatos auxiliares indicadores de posição das lâminas principais e de terra. Os secionadores com lâmina de terra devem ter intertravamento elétrico e mecânico entre as lâminas principais e as de terra. Capítulo 2 – Subestação de Energia 10 As especificações básicas em relação aos secionadores são números de pólos, tensão nominal, corrente nominal, nível de isolamento, tipo de montagem, tipo de abertura, comando de abertura e se possui lâmina de terra. d) Transformadores de Instrumentos Os transformadores de instrumentos são divididos em dois tipos, os transformadores de corrente e os de potencial. A seguir são apresentadas as especificações básicas para os transformadores de instrumentação: • Transformadores de corrente: Tipo de uso (externo ou bucha), tensão nominal, nível de isolamento, relação de transformação, quantidade de núcleos e classe de exatidão; • Transformadores de potencial: Tipo de uso (externo ou bucha), tensão nominal, nível de isolamento, relação de transformação, quantidade de núcleos, potência térmica nominal e classe de exatidão. e) Pára-Raios Segundo [6] a subestação deve possuir pára-raios nos seguintes pontos: • Entradas de linha de alta tensão; • Saídas de linha de alta tensão; • No lado de alta tensão dos transformadores de força; • No barramento de média tensão; • Nas saídas das redes de distribuição; As especificações básicas em relação aos pára-raios são: tipo (estação e distribuição), tensão nominal, capacidade mínima de ruptura e nível de isolamento. Capítulo 2 – Subestação de Energia 11 f) Serviços auxiliares O sistema de serviços auxiliares é composto por duas alimentações, uma em corrente alternada (CA) e a outra em corrente contínua (CC). Os serviços auxiliares em CA serão em tensão 380/220 V fornecidas por um transformador cuja potência deve ser especificada no projeto. O transformador deve ser dimensionado de forma a suprir as cargas CA e CC. Os serviços auxiliares em CC são compostos por um retificador/carregador de baterias e um banco de baterias. Esse deve ser especificado para suportar as cargas em CC com uma autonomia de no mínimo 2 horas. Conforme as normas [8 e 6], o banco de baterias deve ter tensão de 125 (+ 10% - 20%) Vcc. 2.4.3 - PROJETO DE PROTEÇÃO E AUTOMAÇÃO 2.4.3.1 - PROJETO DE PROTEÇÃO O projeto de proteção tem como base a definição das especificações dos relés de proteção para cada vão, a definição das ligações e dimensionamento dos transformadores de corrente e os pontos dos disjuntores e chaves e demais dispositivos que devem ser monitorados, supervisionados e controlados. O equipamento mais importante dentro do projeto é o relé. A mínima especificação deve constar a tensão nominal, corrente nominal, tecnologia, freqüência, faixa de temperatura de operação, funções de proteção, faixa de ajustes das funções de proteção, portas de comunicação, grupos de ajustes, funções de supervisão, entradas e saídas analógicas e digitais. A quantidade de entradas e saídas digitais e analógicas dos relés são definidas a partir dos pontos dos equipamentos do vão (disjuntores, chaves e demais dispositivos) que serão monitorados, supervisionados e controlados. No projeto também devem constar o estudo das proteções, descrevendo os critérios utilizados para os cálculos das funções de proteção, as características de cada relé adotadas para o estudo, a ordem de ajuste das proteções (OAP), contemplando os ajustes de cada relé discriminando os valores de atuação de cada função, as funções habilitadas e as desabilitadas e o coordenagrama. Caso o relé possua mais de um grupo de ajuste habilitado, cada grupo deve ter seus ajustes discriminados e indicados e quando devem ser ativados. Capítulo 2 – Subestação de Energia 12 2.4.3.2 - PROJETO DE AUTOMAÇÃO O projeto de automação é responsável pelo controle e aquisição de dados dos equipamentos de proteção e medição da subestação. O ponto de partida para o projeto de automação é a especificação do sistema de automação. O projeto de automação deve constar dos diagramas Funcionais, diagrama Unifilar, diagramas Trifilares, diagramas funcionais dos Fabricantes e Manuais. No projeto também devem ser especificado todos os equipamentos e diagramas necessários para o Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados (“supervisory control and data acquisition”) SCADA [6]. 2.5 - CONCEITOS E REQUISITOS BÁSICOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO O sistema de proteção tem a finalidade de proteger os materiais e equipamentos contra uma falta ou condição anormal de operação, garantir a segurança das pessoas e melhorar a confiabilidade e a continuidade do sistema de energia elétrica. A norma ABNT NBR 8769 – Diretrizes para Especificação de um Sistema de Proteção Completo [9], define um sistema de proteção como sendo um sistema ao qual estão associados todos os equipamentos necessários para detectar, localizar, iniciar e completar a eliminação de uma falta ou de uma condição anormal de operação de um sistema elétrico. Nesta parte do capítulo serão descritos os conceitos e requisitos básicos de um sistema de proteção. 2.5.1 - PROTEÇÃO PRINCIPAL Segundo a norma NBR 8769 [9], proteção principal é o sistema ou parte do sistema de proteção do qual se espera a iniciativa de operar em resposta a uma condição de falta, eliminando-a dentro de sua zona protegida. A Figura 2.1 representa um barramento de média tensão de uma subestação onde o alimentador protegido pelo religador R1 está em curto-circuito. Nesta situação o religador R1 deve atuar primeiro que o disjuntor D1, devido ser R1 a proteção principal nesta condição. Capítulo 2 – Subestação de Energia 13 Figura 2.1 – Proteção principal. Na Figura 2.1 a cor verde representa o equipamento aberto e a cor vermelha o equipamento fechado. Conforme pode ser observado, com a atuação do relé associado ao religador R1, apenas o alimentador protegido pelo religador R1 foi desenergizado e o resto do sistema continuou funcionando normalmente, mantendo a continuidade de serviço. 2.5.2 - PROTEÇÃO DE RETAGUARDA RETAGUAR Segundo a norma NBR 8769 [9], ], proteção de retaguarda é o sistema ou parte do sistema de proteção destinado a operar como substituto da proteção principal, princi mediante falha desta, ou de sua incapacidade de operar. A Figura 2.2 ilustra uma falta no alimentador do religador R1 em que o disjuntor D1 operou devido uma falha do religador ou descoordenação das proteções. Figura 2.2 – Proteção de retaguarda. Neste caso, com a falha no religador R1 o disjuntor D1 abriu, desenergizando o barramento, onde está conectado outro alimentador que atende um conjunto de consumidores. A falha de operação de R1 fez com que uma maior parte do sistema fosse retirada de operação, prejudicando consumidores não afetados diretamente pela falta. Capítulo 2 – Subestação de Energia 14 2.5.3 - ZONAS DE PROTEÇÃO O sistema elétrico é dividido em zonas de proteção onde cada zona possui seu equipamento de proteção principal. Quando há a sobreposição de zonas de proteção, além do equipamento de proteção principal há também o equipamento de proteção de retaguarda. As zonas devem ser definidas de forma que quando aconteça a falta permanente uma menor área do sistema seja afetada. Depois de implantado o sistema de proteção, não podem existir regiões sem proteção, ou seja, não podem existir zonas cegas [10]. A Figura 2.3 ilustra um exemplo indicando as zonas de proteções. Figura 2.3 – Zonas de proteção. 2.5.4 - SELETIVIDADE Seletividade é a capacidade do equipamento de proteção mais próximo da falta de antecipar, sempre, a atuação do equipamento de retaguarda, independente da natureza da falta ser transitória ou permanente [11]. Capítulo 2 – Subestação de Energia 15 No sistema seletivo a proteção atua desconectando o menor número de unidades consumidoras. Na Figura 2.4, ocorrendo uma falta no ponto 1, o equipamento de proteção C1 deve atuar desconectando apenas o ramal A, sem que o equipamento de retaguarda R1 atue. Figura 2.4 – Exemplo de seletividade e coordenação. 2.5.5 - COORDENAÇÃO Por definição, coordenação é o ato ou efeito de dispor de dois ou mais equipamentos de proteção em série segundo certa ordem, de forma a atuarem em uma seqüência de operação pré-estabelecida [11]. Conforme ilustrado na Figura 2.4 o alimentador fornece energia para o tronco de alimentadores, do qual deriva os ramais A e B. Para uma falta transitória no ponto 1 na Figura 2.4, se o religador da subestação possuir dois tipos de curvas no ciclo de religamento, sendo primeiro curva definida como rápida e a segunda como curva lenta, o religador vai atuar inicialmente pela curva rápida, deixando momentaneamente os ramais A e B sem fornecimento de energia elétrica. Para um curto-circuito permanente, o religador atuará primeiramente na curva rápida e se o curto persistir após o religamento, o religador entrará no ajuste da curva lenta, garantindo a coordenação do sistema com a fusão do elo fusível C1 antes da abertura do religador pela curva lenta, desenergizando apenas o ramal A. 2.6 - EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Os equipamentos e dispositivos de proteção são responsáveis pela proteção do sistema elétrico. Serão discutidos neste tópico os dispositivos e equipamentos de proteção de sobrecorrente, com as suas características e funcionamento. Capítulo 2 – Subestação de Energia 16 2.6.1 - CHAVES-FUSÍVEIS As chaves-fusíveis são projetadas para utilizar um cartucho contendo um elo fusível que interliga os terminais da chave. As chaves-fusíveis são de instalação aérea, aplicadas para proteção de sobrecorrente de transformadores de distribuição, banco de capacitores e tronco de alimentadores e ramais [10]. A chave-fusível é um dispositivo eletromecânico instalado por fase (monofásico) com a função de interromper a circulação de corrente quando a mesma atinge um determinado valor, em um determinado tempo. A interrupção ocorre com a fusão do elo fusível [10]. A Figura 2.5 representa o detalhe construtivo de uma chave-fusível. Figura 2.5 – Detalhe construtivo da chave-fusível. Na Figura 2.5 observa-se que a base do fusível possui uma articulação que serve para uma indicação visível de abertura do circuito. 2.6.1.1 - ESPECIFICAÇÃO DE CHAVES-FUSÍVEIS Na especificação de uma chave-fusível devem constar os seguintes requisitos técnicos: Capítulo 2 – Subestação de Energia 17 • Tensão nominal: a tensão deve ser igual ou superior ao nível de tensão do sistema; • Corrente nominal: a corrente nominal deve ser igual ou superior a 1,5 vezes da corrente nominal do elo-fusível a ser instalado; • Nível básico de isolamento para impulso (NBI): deve ser compatível com o do sistema onde a chave será instalada. O NBI indica a suportabilidade do dispositivo em relação às sobretensões de natureza externas. O NBI de um equipamento instalado no mesmo nível de tensão pode variar dependendo das condições geográficas; • Capacidade de interrupção: deve suportar a máxima corrente de curto-circuito assimétrica do ponto de instalação. 2.6.2 - ELOS-FUSÍVEIS Os elos-fusíveis fazem parte das chaves-fusíveis, são dispositivos que devem fundir para condições de sobrecorrente e nunca para corrente de carga [12]. Conforme a norma da ABNT, NBR 5359 – Elos-Fusíveis de Distribuição, os elos são designados por tipos “H”, “K” e “T”, como indicado a seguir [13]: • Tipo “H”: são elos-fusíveis de alto surto, com alta temporização para correntes elevadas; • Tipo “K”: são elos-fusíveis rápidos, tendo relação de rapidez entre 6 (para elo-fusível de corrente nominal de 6 A) e 8,1 (para elo-fusível de corrente nominal de 200 A); • Tipo “T”: são elos-fusíveis lentos, tendo relação de rapidez entre 10 (para elo-fusível de corrente nominal de 6 A) e 13 (para elo-fusível de corrente nominal de 200 A). Os termos “rápidos” e “lentos” são utilizados apenas para indicar a diferença de rapidez entre os tipos “T” e “K”. Os elos-fusíveis do tipo “H” possuem correntes nominais padronizadas de 1 A, 2 A , 3 A e 5 A . Os tipos “T” e “K” possuem correntes nominais padronizadas divididas em dois grupos conforme mostrado a seguir: • Grupo A (preferenciais): possuem os valores de corrente de 6 A, 10 A, 15 A, 25 A, 40 A, 65 A, 100 A, 140 A e 200 A; Capítulo 2 – Subestação de Energia 18 • Grupo B (não preferenciais): possuem os valores de corrente de 8 A, 12 A, 20 A, 30 A, 50 A e 80 A; O objetivo da divisão em grupo é facilitar a coordenação entre elos, como pode ser visto nas Figuras 2.6 e 2.7, onde são traçadas as curvas dos grupos A e B respectivamente, para elos-fusíveis do tipo “K” do fabricante Indel Bauru [14]. Figura 2.6 – Curvas de elos-fusíveis do grupo A fabricante Indel Bauru. Capítulo 2 – Subestação de Energia 19 Figura 2.7 – Curvas de elos-fusíveis do grupo B fabricante Indel Bauru. As curvas dos elos-fusíveis são duas para cada valor de corrente nominal. A curva mais à esquerda do gráfico, também conhecida como curva mínima de fusão, representa os menores valores de corrente e tempo de atuação. A outra, também conhecida como curva máxima de fusão, corresponde aos maiores valores de corrente e tempo de atuação. Com isso o possível tempo de atuação para uma corrente de atuação fica determinado entre o intervalo das curvas. 2.6.2.1 - ESPECIFICAÇÃO DE ELOS-FUSÍVEIS Na especificação de um elo-fusível devem atender-se os requisitos técnicos exigidos na NBR 5359, os quais são [13]: • Corrente nominal: a corrente nominal deve ser próxima dos valores padronizados respeitando as restrições térmicas causadas por sobrecarga; • Intercambiabilidade elétrica: possibilidade dos elos-fusíveis de diferentes fabricantes serem usados indiscriminadamente; Capítulo 2 – Subestação de Energia 20 • Intercambiabilidade mecânica: possibilidade dos elos-fusíveis de um fabricante serem montadas corretamente em uma chave-fusível de um fabricante diferente. 2.6.3 - DISJUNTORES Os disjuntores são dispositivos de manobra destinados a interromper e restabelecer o circuito elétrico à sua jusante. O disjuntor é capaz de operar sobre condições normais de carga e também sobre condições anormais, como curto-circuito. Os comandos de abertura e fechamento do disjuntor devem ser realizados por um relé secundário associado ao disjuntor [4 e 5]. Uma das principais características do disjuntor é o meio de extinção dos arcos elétricos formados durante a abertura do equipamento. A seguir os principais meios de extinção dos arcos elétricos utilizados em disjuntores [15]: • Extinção a ar comprimido: utiliza ar comprimido em alta pressão para a interrupção e extinção dos arcos elétricos; • Extinção a óleo: é utilizado óleo do tipo mineral em quantidades variáveis (disjuntores de pequeno volume de óleo PVO e de grande volume de óleo GVO), com a finalidade de interromper e extinguir o arco elétrico; • Extinção a gás: na interrupção e extinção dos arcos elétricos é utilizado algum tipo de gás, que normalmente é o hexafluoreto de enxofre, também conhecido como SF6; • Extinção a vácuo: são utilizadas ampolas de vácuo para realizar a interrupção e extinguir o arco elétrico formado na abertura do disjuntor; Outra característica importante é quanto ao tipo de execução, podendo ser do tipo extraível ou fixa. Os disjuntores do tipo extraível possuem duas partes, que são a fixa e a extraível. A parte fixa é conectada ao circuito de potência, como por exemplo, o barramento de média tensão. A parte extraível é onde fica a estrutura mecânica do disjuntor, com contatos auxiliares, bobinas de abertura e fechamento e terminais de conexão e contatos de seccionamento, os quais são conectados à parte fixa do disjuntor. A Figura 2.8 ilustra os terminais de conexão e contatos de seccionamento do tipo tulipa de um disjuntor do fabricante ABB [16]. Capítulo 2 – Subestação de Energia 21 Figura 2.8 – Terminais de conexão e de seccionamento do tipo tulipa. O equipamento possui em sua base um “carrinho” que permite a inserção e a extração do quadro ou cubículo, através de uma alavanca. Na Figura 2.9 pode ser observada uma montagem de um disjuntor do tipo extraível com extinção a SF6 em um cubículo. Figura 2.9 – Disjuntor extraível em cubículo. Capítulo 2 – Subestação de Energia 22 Este tipo de disjuntor dispensa um dispositivo de seccionamento de contatos visível a sua montante devido à sinalização visual de desconexão com o barramento. No caso dos disjuntores fixos, todas as partes estão em uma estrutura única, o que torna a manutenção complicada, devido à necessidade de desenergização do circuito para que sejam desconectados os terminais do disjuntor. A Figura 2.10 ilustra os terminais de um disjuntor do tipo fixo. Figura 2.10 – Terminais do tipo fixo. Como pode ser observada, a conexão dos terminais é feita por parafusos, tornando a remoção do disjuntor mais difícil. Devido ao disjuntor ser uma “caixa preta” em relação aos contatos internos, é necessário instalar um equipamento de seccionamento de contatos visíveis à sua montante, que deverá estar aberto durante a manutenção do disjuntor [4 e 5]. 2.6.3.1 - ESPECIFICAÇÃO DE DISJUNTORES Na especificação é importante destacar os seguintes pontos: • Tensão nominal: deve ser compatível com a do sistema para que não cause danos ao disjuntor; • Corrente nominal: deve ser maior que a máxima corrente demandada do sistema para poder suportar o crescimento de futuras cargas; • NBI: deve ser compatível com o sistema; • Capacidade instantânea: é a capacidade de suportar o pico inicial da corrente de curtocircuito assimétrica; Capítulo 2 – Subestação de Energia 23 • Corrente simétrica de ruptura: deve ser maior que a máxima corrente de curto-circuito simétrico (trifásico ou fase terra) no ponto de instalação; • Corrente de fechamento: é a corrente máxima que o equipamento suporta, quando o mesmo fecha seus contatos em condição de curto-circuito. Normalmente é especificado um valor de 2,5 da corrente de ruptura máxima. 2.6.4 - RELÉS DE PROTEÇÃO Os relés são dispositivos que monitoram grandezas, na maioria dos casos elétrica, como tensão e corrente. O relé atua quando a grandeza monitorada ultrapassa para mais ou para menos um determinado valor pré-ajustado, comandando aberturas de disjuntores ou de outros equipamentos [17]. A aplicação de relés no sistema de energia é bem vasta, podendo ser aplicados na proteção de um equipamento especifico, como um motor, até a proteção de uma linha de transmissão ou um gerador. Os relés podem ser classificados quanto às funções de proteção as quais o mesmo foi desenvolvido para exercer. A American National Standards Institute (ANSI) estabelece um código associado a cada função de proteção e controle, conforme apresentado no Anexo A. Outra classificação é pelo tipo de tecnologia, podendo ser divida em quatro grupos, os quais são: eletromecânicos, estáticos analógicos, estáticos digitais e microprocessados. Os relés eletromecânicos são equipamentos mais antigos, normalmente possuindo apenas uma função de proteção. Na Figura 2.11 tem-se o esquema simplificado de funcionamento de um relé de sobrecorrente eletromecânico. Capítulo 2 – Subestação de Energia 24 Figura 2.11 11 – Funcionamento de um relé de sobrecorrente eletromecânico. eletromecânico Pode-se se observar que o relé da Figura 2.11 possui um enrolamento no núcleo ferromagnético por onde circula a corrente de carga. Essa corrente induz a circulação de um fluxo magnético. O ajuste para determinar o valor da corrente de atuação será através dos tapes apresentados na bobina do relé. Para valores de corrente de carga, carga a força magnética gerada pelo fluxo não é suficiente para vencer a força contrária da mola, mas para condições anormais de carga, a corrente que circula na bobina gera um fluxo maior e conseqüentemente conseqüente uma força magnética maior, causando o fechamento dos contados de abertura aber do disjuntor. A Figura 2.12 ilustra um relé de sobrecorrente eletromecânico do fabricante GE. Figura 2.12 – Relé eletromecânico fabricante GE. Capítulo 2 – Subestação de Energia 25 Os relés estáticos também conhecidos como sólidos ou analógicos, utilizam dispositivo eletrônicos semi-condutores (diodo, transistor, etc.) no seu circuito interno. A tecnologia adotada tornou este tipo de equipamento mais sensível e veloz que os eletromecânicos. Outra vantagem foi a possibilidade de múltiplas funções, o que ocasionou a redução da quantidade de relés na subestação. Onde antes eram necessários três relés para uma proteção trifásica de sobrecorrente, ficou necessário apenas um relé estático. A diferença se torna maior considerando-se as outras funções, como a de religamento, que pode ser atribuída ao mesmo relé. Na Figura 2.13 pode-se observar um exemplo de um relé estático do fabricante GE. Figura 2.13 – Relé estático analógico do fabricante GE. Os relés estáticos digitais são aqueles que utilizam portas lógicas digitais no seu circuito interno para executar as funções de proteção programadas. Este tipo de relé teve um avanço considerável no que diz respeito à coordenação, pois as curvas de corrente x tempo são normatizadas. Outro avanço foi a possibilidade de comunicação remota [10]. A Figura 2.14 ilustra um relé do tipo digital. Figura 2.14 – Relé digital. Capítulo 2 – Subestação de Energia 26 Os relés microprocessados são constituídos basicamente de entradas analógicas para aquisição de dados, microprocessadores, memórias para armazenamento de dados e algoritmos de relé, entradas e saídas digitais às quais o relé se comunica com outros equipamentos e portas de comunicação. A Figura 2.15 mostra um diagrama de blocos simplificado do funcionamento de um relé microprocessado [18]. Figura 2.15 – Diagrama de blocos do relé microprocessado. Este tipo de relé tem muitas vantagens em relação aos outros tipos de relés, tais como o sistema de oscilografia, espaço de memória para armazenamento de eventos, protocolos de comunicação, ferramentas de automação, melhoria na coordenação com a criação de novas curvas e a possibilidade de utilização de seletividade lógica [10]. Na Figura 2.16 tem-se um exemplo de relé microprocessado. Figura 2.16 – Relé microprocessado. 2.6.4.1 - ESPECIFICAÇÃO DE RELÉS Na especificação de um relé de proteção é importante se destacar os seguintes pontos: • Tensão de alimentação: deve ser compatível com o nível de tensão do sistema de serviços auxiliares (normalmente os relés operam em tensão de 110 Vcc); Capítulo 2 – Subestação de Energia 27 • Níveis das grandezas analógicas: devem ser compatíveis com os níveis dos equipamentos conectados ao relé; relé • Funções de proteção: deve-se deve se verificar se o relé possui todas as funções necessárias para realizar as proteções desejadas; desejadas • Protocolo de comunicação: é importante verificar se o protocolo de comunicação é compatível com o protocolo utilizado pelo sistema de de aquisição de dados; dados • Sensibilidade dos ajustes: é importante a verificação dos valores de ajuste que se deseja programar, com os máximos e mínimos possíveis no relé; relé; • Compatibilidade entre equipamentos: o relé deve ser compatível com todos os equipamentos com quais está interligado. 2.6.5 - RELIGADORES O religador é um dispositivo de interrupção automática, que abre e fecha seus contatos um número de vezes pré-programadas, programadas, em uma condição de falha do sistema elétrico o qual o mesmo protege. Os religadores são dispositivos dispositivos normalmente utilizados na proteção de alimentadores. Esta utilização deve-se se aos defeitos em alimentadores serem na sua grande maioria temporários. Na Figura 2.17 é ilustrado o funcionamento de um religador, programado com quatro ciclos de religamento, mento, para um defeito temporários na rede. Figura 2.17 2. – Ciclo de religamento para falta transitória. Capítulo 2 – Subestação de Energia 28 No primeiro momento, a corrente que passa entre os terminais do religador é uma corrente menor que a de atuação. Em seguida acontece a falta, elevando a corrente, causando o primeiro ciclo de religamento, onde serão abertos os contatos do religador, interrompendo a circulação de corrente. O religador permanece um período de tempo tempo pré-programado pré com os terminais abertos, denominado tempo morto, e em seguida fecha o circuito. O processo é repetido no segundo ciclo devido à permanência do curto-circuito. curto circuito. No terceiro ciclo o religador fecha seu contato e verifica que a corrente deixou deixou de ser uma corrente de falta e passa à condição normal de operação. Na Figura 2.18 é ilustrado o funcionamento do religador para um falta permanente. Figura 2.18 2. – Ciclo de religamento para falta permanente. permanente Pode-se se observar na Figura 2.18 que o funcionamento é semelhante ao caso da Figura 2.17. A diferença é o acontecimento do quarto ciclo e em seguida o “bloqueio” do religador. O termo “bloqueado” ou “lockout” “ refere-se se que o religador realizou todos os ciclos cicl de religamento pré-programados programados e o curto-circuito curto circuito ainda persistiu, desativando a função de proteção de religamento. Os religadores são divididos em relação à tecnologia utilizada. Essa divisão é feita em três tipos, os hidráulicos, eletrônicos e microprocessados. micropr Os hidráulicos possuem uma bobina em série com o circuito no qual o religador está instalado. Essa bobina é responsável pela abertura e fechamento do religador, e a mesma possui um funcionamento semelhante à bobina dos relés eletromecânicos. O ajuste a da corrente Capítulo 2 – Subestação de Energia 29 de atuação, também conhecida como corrente de “pickup” é feito na escolha do tape da bobina do religamento [19]. A Figura 2.19 ilustra um religador modelo KF, fabricante Cooper, desmontado. Figura 2.19 – Religador KF desmontado. Pode ser observado na Figura 2.19, a presença da bobina de abertura do religador, posicionada na parte central do equipamento indicada pela seta. A bobina deste modelo possui tensão nominal de 15 kV [19]. É possível também observar as ampolas de extinção a vácuo na parte inferior do equipamento. Os religadores do tipo eletrônicos possuem circuitos eletrônicos que recebem um sinal de entrada dos TCs instalados nas buchas do religador. O funcionamento do circuito eletrônico se assemelha ao dos relés analógicos, pois os dois possuem os semi-condutores como principais dispositivos do circuito. As principais vantagens em relação aos hidráulicos são a maior faixa de ajuste e de curvas de Tempo x Corrente [20]. Na Figura 2.20 tem-se o circuito eletrônico, modelo KFE do fabricante Cooper. Capítulo 2 – Subestação de Energia 30 Figura 2.20 – Circuito eletrônico do KFE. Na Figura 2.20 observa-se o circuito eletrônico que controla o religador KFE. Na parte superior são conectadas as placas que definirão que tipo de curva o religador irá adotar como rápida e lenta de fase e a curva de terra. Na parte inferior à esquerda os resistores definem os valores de “pickup” de fase e neutro [20]. Na Figura 2.21 tem-se o religador modelo KFE da Cooper. Figura 2.21 – Religador modelo KFE. Os religadores microprocessados são dispositivos que possuem um relé microprocessado e um equipamento de seccionamento e disjunção também conhecido como “pólo”. A evolução em comparação aos outro tipo de religadores é a mesma que a do relé Capítulo 2 – Subestação de Energia 31 microprocessado com os outros relés. A Figura 2.22 mostra o religador Nova do fabricante Cooper. Figura 2.22 – Pólo do religador Nova. Na Figura acima é apresentado apenas o “pólo” onde é feito a abertura e o fechamento do circuito. Na Figura 2.23 tem-se o relé Form 6. Figura 2.23 – Relé Form 6. O relé da Figura 2.23 é conectado ao religador Nova por cabos, dando acesso a leituras dos TCs e TPs e contatos de abertura e fechamento do religador [21]. Com a utilização de relés no controle dos religadores, tornou-se possível o “retrofit” de modelos hidráulicos e eletrônicos, ou seja, modernizando estes religadores, incorporando um relé para controle. Capítulo 2 – Subestação de Energia 32 2.6.5.1 - ESPECIFICAÇÃO DE RELIGADORES Na especificação de um religador é importante se destacarem os seguintes pontos: • Tensão nominal: o valor de tensão deve ser compatível com o nível do sistema onde o equipamento irá operar; • Corrente nominal: o equipamento deve ser capaz de suportar a máxima corrente demanda do sistema, onde o mesmo está instalado; • NBI: o valor deve ser compatível com o do local de instalação; • Capacidade instantânea: o equipamento deve suportar o valor de crista inicial da corrente de curto-circuito assimétrica do ponto de instalação; • Corrente simétrica de interrupção: o dispositivo dever suportar o valor máximo de corrente de curto-circuito simétrico do local, onde o mesmo será instalado; • Funções de proteção: no caso dos religadores microprocessados, deve-se verificar se o relé possui todas as funções necessárias para realizar as proteções desejadas; • Protocolo de comunicação: para religadores que utilizam relés numéricos, é importante verificar se o protocolo de comunicação é compatível com o protocolo utilizado pelo sistema de aquisição de dados; • Sensibilidade dos ajustes: é importante a verificação dos valores de ajuste que se deseja programar, com os máximos e mínimos possíveis do religador. 2.6.6 - SECCIONALIZADORES Os seccionalizadores ou seccionadores automáticos são equipamentos utilizados para interrupção automática de circuitos, que abrem seus contatos quando o circuito é desenergizado por um equipamento de proteção situado na sua retaguarda e que possua o dispositivo de religamento automático [22]. O seccionalizador é composto por um elemento sensor de corrente, um mecanismo de contagem de desligamento do circuito e os contatos de abertura, que são travados para permanecer nesta posição quando o mesmo é acionado [22]. O seccionador funciona fazendo a comparação da corrente do circuito e a contagem de desligamento. Se a corrente for maior que a corrente ajustada o seccionador aciona o circuito Capítulo 2 – Subestação de Energia 33 de contagem que será incrementado quando o dispositivo de retaguarda desligar o circuito. Quando a contagem atingir o valor programado o seccionador irá abrir os contatos. O número de contagens do seccionador depende do número de religamentos religamentos do equipamento de retaguarda, sendo ajustado para uma contagem a menos. Na Figura 2.24 tem-se se uma situação de curto-circuito curto circuito em um alimentador que possui um religador e um seccionador. Figura 2.24 2. – Proteção religador mais seccionador. Analisandoo a situação ilustrada na Figura 2.24 pode-se pode se perceber o princípio de funcionamento do seccionalizador, que irá atuar, abrindo os contatos, antes do último ciclo do religador, isolando a zona de defeito e normalizando o fornecimento de energia à sua montante. Na Figura 2.25 tem-se se um exemplo de seccionalizador. Figura 2.25 – Seccionalizador GN3E. SEC 2.6.6.1 - ESPECIFICAÇÃO DE SECCIONALIZADOR Na especificação de um seccionalizador é importante se destacar os seguintes pontos: Capítulo 2 – Subestação de Energia 34 • Tensão nominal: o valor de tensão deve ser compatível com o nível do sistema onde o equipamento irá operar; • Corrente nominal: o equipamento deve ser capaz de suportar a máxima corrente demandada do sistema, onde o mesmo está instalado; • NBI: o valor deve ser compatível com o do local de instalação; • Capacidade instantânea: o equipamento deve suportar o valor de crista inicial da corrente de curto-circuito assimétrica do ponto de instalação; • Corrente simétrica de interrupção: o dispositivo deve suportar o valor máximo de corrente de curto-circuito simétrico do local, onde o mesmo será instalado; • Sensibilidade dos ajustes: é importante a verificação dos valores de ajuste que se deseja programar, com os máximos e mínimos possíveis do seccionador; • Número máximo de contagem: deve verificar a quantidade máxima de contagem do seccionador; • Tempo de reinicialização: o tempo requerido para que a contagem retorne a zero deve ser especificado. 2.7 - MÉTODO DAS COMPONENTES SIMÉTRICAS PARA CURTO-CIRCUITO Para o estudo das proteções e a especificação dos equipamentos da subestação faz-se necessário o conhecimento dos curtos-circuitos nos vários pontos do sistema. Neste tópico, será apresentado a modelagem dos componentes do sistema elétrico e a teoria de componentes simétricas para determinação das correntes de curto-circuito. 2.7.1 - COMPONENTES SIMÉTRICAS O método das componentes simétricas, proposto por Charles L. Fortescue, o qual possibilita a decomposição de um sistema de n fasores desequilibrados em n sistemas de n fasores equilibrados é utilizado na análise de faltas [22, 23 e 24]. Aplicando o teorema em um sistema trifásico desequilibrado, tem-se a decomposição do sistema em três sistemas trifásicos equilibrados, chamados de componentes simétricas de seqüência positiva, negativa e zero [24]. Capítulo 2 – Subestação de Energia 35 • As componentes de seqüência seqüência positiva são representadas por três fasores de módulos iguais, com a defasagem de 120º entre si, com a mesma seqüência de fase do sistema original; • As componentes tes de seqüência negativa são representadas por três fasores de módulos iguais, com a defasagem defasagem de 120º entre si, com a seqüência de fase oposta do sistema original; • As componentes de seqüência zero são representadas por três fasores de igual módulo, sem defasagem de ângulo entre si, com a seqüência de fase do sistema original. A transformação para ara componentes simétricas pode ser mais bem compreendida através da Figura 2.26. Figura 2.26 – Componentes simétricas. As equações podem ser escritas da seguinte maneira: (2.1) (2.2) (2.3) Onde os índices 1, 2 e 0 representam, respectivamente, as componentes de seqüência positiva, negativa e zero[22, 22, 23 e 24]. 24 As componentes de seqüência zero possuem o mesmo módulo e ângulo de fase, logo podem ser escritas da seguinte maneira: (2.4) Capítulo 2 – Subestação de Energia 36 No cálculo dos demais componentes de seqüência é necessário a utilização do operador a, que é definido como sendo um fasor de módulo 1 e ângulo de fase 120º. Utilizando o operador a, tem-se [22, 23 e 24]: (2.5) ² (2.7) ² (2.6) Da mesma forma: (2.8) Considerando que os fasores da seqüência zero são iguais e substituindo as equações 2.6 e 2.8 na equação 2.2, da mesma forma para as equações 2.5 e 2.7 na 2.3, obtém-se: ² ² (2.9) (2.10) (2.11) Colocando as equações 2.9, 2.10 e 2.11 na notação matricial, tem-se: 1 1 1 1 1 ² ² (2.12) Invertendo-se a matriz, obtém-se: 1 1 1 1 1 ² ² (2.13) O sistema deve ser modelado em componentes simétricas, para que seja possível a análise de circulação das correntes de seqüência. Capítulo 2 – Subestação de Energia 37 2.7.2 - REPRESENTAÇÃO DE LINHAS No caso de sistemas de distribuição pode-se considerar o modelo de linhas curtas, cujo modelo equivalente por fase é o da Figura 2.27. Figura 2.27 – Modelo de linha curta. Neste modelo é possível considerar que a impedância de seqüência positiva é igual à negativa e que a seqüência zero é modelada na mesma maneira, possuindo valores diferentes de impedância da seqüência positiva [22]. 2.7.3 - REPRESENTAÇÃO DE TRANSFORMADORES Na representação de transformadores devemos considerar que as componentes de seqüência positiva e negativas são iguais. A impedância da seqüência zero vai depender do tipo de ligação do transformador e da existência de uma impedância de aterramento do neutro do transformador. Na Tabela 2.2 [22], tem-se os circuitos equivalentes por tipo de ligação dos transformadores. Capítulo 2 – Subestação de Energia 38 Tabela 2.2 2. – Circuitos de seqüência do transformador. Ligação Circuito seqüência zero Circuito seqüência positiva 2.7.4 - CURTOS-CIRCUITOS CIRCUITOS SIMÉTRICOS No sistema elétrico trifásico, os possíveis curtos-circuitos curtos circuitos são fase-terra, fase bifásico, bifásico terra e o trifásico. Na Figura 2.28 são ilustrados estes tipos de falta. Figura 2.28 – Tipos de curto-circuito. 2.7.5 - EQUAÇÕES DE CURTO-CIRCUITO CURTO Conforme demonstrações através de componentes simétricas, apresentadas em [22 e 24], pode-se se calcular os curtos-circuitos curtos trifásico, bifásico, fase-terra terra e fase-terra fase com resistência de contato, pelas seguintes equações: Capítulo 2 – Subestação de Energia 39 3ø 2ø 1ø 1ø | | √3 3ø 2 3 |2 | 3 |2 3 | (2.14) (2.15) (2.16) (2.17) Onde: • Z1 é a impedância de seqüência positiva; • Z0 é a impedância de seqüência zero; • Rc é a resistência de contato. 2.8 - CRITÉRIOS PARA CÁLCULOS DAS PROTEÇÕES DE SUBESTAÇÃO Nesta parte do capítulo serão apresentados critérios para dimensionamento de TCs de proteção, cálculos das funções de proteção de sobrecorrente (50/51 e 50N/51N) e a função de diferencial para proteção de transformadores de força. 2.8.1 - DIMENSIONAMENTO DO TC O TC deve ser dimensionado por três critérios, os quais são: critério de carga nominal, curto-circuito e máxima tensão no secundário. As duas primeiras determinam a relação de transformação de corrente (RTC). As equações (2.18) e (2.19) são utilizadas para determinar a corrente do lado primário do TC [17]. Capítulo 2 – Subestação de Energia á" # $% 40 á" # $$ á& '(" (2.18) " (2.19) Onde: • FScor é o fator de sobrecorrente. Para determinar a máxima tensão do secundário, é utilizada a equação (2.20), que leva em consideração que o TC é do tipo “B”, fazendo com que a impedância possa ser considerada nula em relação às outras, conforme [25]. )*+,-á .*/é ",-+1" 2 $$ ou á& " )*+,-á .*/é ",-+1" 2 '( 3 (2.20) (2.21) Onde: • FS – Fator de sobrecorrente do TC padronizado pela ABNT igual a 20; • Is – 5 A (TC de 5 A) ou 1 A (TC de 1 A). A tensão calculada deve ser menor que a especificada na classe de exatidão do TC. 2.8.2 - CRITÉRIOS PARA PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE Para realizar o estudo da proteção é preciso efetuar anteriormente os cálculos das correntes de curto-circuito no local onde será implantada a proteção. Com base no modelo Coordenado apresentado por Dejanir em [10], que é uma combinação de proposta de [11, 26 e 27]. Neste modelo as funções temporizada e instantânea do relé devem cobrir toda a zona na qual o disjuntor é a proteção de retaguarda [22]. Na Figura 2.29 é ilustrado o alcance da proteção do relé. Capítulo 2 – Subestação de Energia 41 Figura 2.29 – Alcance do relé de proteção. a) Função temporizada de fase (Código ANSI 51): Para que a função temporizada de fase possa atuar em toda a zona de proteção é necessário que o tape seja ajustado levando em consideração as seguintes equações [11]: 4567 # 4567 : 8' , 49 $$ ; '( ' 49 (2.22) (2.23) Onde: • In é a corrente demandada pelo sistema; • RTC é a relação de transformação do TC; • FS é o fator de segurança, que normalmente assume o valor de 1,5; • Fi é o fator de início de curva, podendo variar de 1 a 2 conforme [28]; • KF é a constante de sobrecarga do sistema. Conforme [27], o ajuste do tape da função temporizada, também poderá ser ajustado pela equação (2.24). $$ ; ," ?,/ - /,@ 1,5 , > 4567 > 49 1,5 49 b) Função instantânea de fase (Código ANSI 50): Capítulo 2 – Subestação de Energia (2.24) 42 O ajuste do tape da função instantânea deve ser ajustado para um valor de 3 a 8 vezes a corrente nominal, garantindo que o mesmo seja menor que o curto-circuito bifásico no ponto de instalação. Estes critérios podem ser representados pelas equações (2.25) e (2.26). 4567,A1 .3 82 , 49 4567,A1 : $$ ; 49 (2.25) (2.26) Conforme [27], o ajuste do tape da função instantânea, também poderá ser ajustado pela equação (2.27). 4567,A1 $$; CD% - FG 49 (2.27) Onde: • $$; CD% - FG é o curto-circuito trifásico a 85 % da linha de transmissão protegida; c) Função temporizada de neutro (Código ANSI 51N): O ajuste do tape da função temporizada de neutro deve ser maior que o desequilíbrio do sistema, logo a equação (2.28) é utilizada para determinar o valor do ajuste [26]: 4567 .0,1 0,32 , 49 (2.28) Onde o intervalo de 0,1 a 0,3 representa a faixa de desequilíbrio do sistema. Outros autores com [27], consideram a possibilidade de até 45% de desequilíbrio. d) Função instantânea de neutro (Código ANSI 50N): Capítulo 2 – Subestação de Energia 43 O tape da função instantânea de neutro deve ser ajustado para um valor menor que o curto-circuito fase-terra, considerando uma resistência de contato de 40 ohms. A equação (2.29) é utilizada para definir o ajuste da função instantânea de neutro. 4567,A1 : $$; í, 49 " (2.29) e) Dial e tipo de curva: O dial e o tipo de curva devem ser escolhidos de forma a garantir a coordenação entre os dispositivos de proteção. Existem grupos de curvas padronizados da IEC e do IEEE. O grupo de curvas da IEC utiliza a Equação (2.30) para calcular o tempo de atuação do relé [29]. 4JKL MN O R P Q S 1 (2.30) Onde: • Ip é a corrente de “Pickup”; • Alfa e k são constantes que depende do tipo de curva; Na Tabela 2.3, tem-se os valores de alfa e k para os tipos de curva da IEC. Tabela 2.3 – Valores de alfa e k para as curvas IEC. Tipo de curva Alfa k Normalmente inversa 0,02 0,14 Muito inversa 1 13,5 Extremamente inversa 2 80 Longa 1 120 O grupo de curvas do IEEE utiliza a Equação (2.31) para calcular o tempo de atuação do relé [29]. Capítulo 2 – Subestação de Energia 44 4JKL T O P Q S 1 R UV MN .2.312 Onde: • Alfa, beta e k são constantes que depende do tipo de curva; Na Tabela 2.4, tem-se os valores de alfa e k para os tipos de curva da IEC. Tabela 2.3 – Valores de alfa, beta e k para as curvas IEEE. Tipo de curva Alfa K Beta Inversa 2,00938 8,9341 0,17966 Curta 1,2969 0,2663 0,03393 Longa 1 5,643 2,18592 Moderada inversa 0,02 0,0103 0,0228 Muito inversa 2 3,922 0,0982 Extremamente inversa 2 5,64 0,02434 Definida inversa 1,5625 0,4797 0,21359 O IEEE possui a curva “squared” que é calculada pela Equação (2.32) 4JKL 50,7 MN 10,14 P Q (2.32) 2.8.3 - CRITÉRIOS PARA PROTEÇÃO DIFERENCIAL Para critério de proteção da função diferencial do transformador de força foi adotado o do relé TPU 2000R do fabricante ABB [30], detalhado no Anexo B. No Anexo B é descrito um “passo a passo” com 13 itens explicando como calcular o ajuste do relé diferencial (função 87) e em seguida um exemplo do cálculo do ajuste. Capítulo 2 – Subestação de Energia 45 2.9 - CONCLUSÃO Nesse capítulo foram apresentados os conceitos básicos do sistema de potência, como o planejamento de uma subestação distribuidora, o detalhamento dos projetos de uma subestação, a finalidade de uma proteção com seus conceitos, os equipamentos de proteção utilizados na subestação e no sistema de distribuição. Também foi apresentado o teorema para cálculos de sistemas desbalanceados, denominado componentes simétricos. Foram apresentados os tipos de curtos-circuitos e as equações para cálculos do mesmo. Por fim, os critérios para ajustar as funções de sobrecorrente e diferencial. Todas estas informações serão de bastante valia para compreender o estudo da proteção e os resultados apresentados no Capítulo 4. Capítulo 2 – Subestação de Energia 46 CAPÍTULO 3 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DO CAMPUS DO PICI DA UFC 3.1 - INTRODUÇÃO Este Capítulo apresenta a configuração atual da rede de distribuição da UFC. Também descreve o fornecimento em média tensão da UFC. Será apresentada a rede de distribuição interna do Campus do Pici e comentados alguns pontos de não conformidade com a norma ABNT, NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1 kV a 36,2 kV e a Norma da Companhia Energética do Ceará, NT-002 – Fornecimento de energia elétrica em tensão primaria de distribuição. Dentro do Capítulo será discutida uma proposta para a alteração do nível de fornecimento do Campus do Pici, através da construção de uma subestação de 69– 13,8 kV. As vantagens da alteração de nível de fornecimento serão discutidas juntamente com a proposta. 3.2 - SUPRIMENTO DO CAMPUS DO PICI – CENÁRIO ATUAL 3.2.1 - SUBESTAÇÃO SUPRIDORA DO CAMPUS DO PICI A rede elétrica do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará – UFC atualmente é alimentada em nível de tensão primária de distribuição 13,8 kV, média tensão, através do alimentador 01C8 oriundo da subestação Pici, 69-13,8 kV pertencente à Companhia Energética do Ceará - Coelce. A subestação Pici é uma subestação distribuidora, 69-13,8 kV com barramentos principal e de transferência em 69 kV e em 13,8 kV, um transformador de potência 20/26,6/33,2 MVA com dois estágios de ventilação forçada, onde no primeiro estágio de ventilação o transformador pode operar até 26,6 MVA e no segundo estágio o transformador pode fornecer uma potência até 33,2 MVA. Conectados ao barramento de 13,8 kV existem 8 saídas de alimentadores e dois bancos de capacitores de 3,6 Mvar cada. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 47 Na Figura 3.1 é representado o diagrama unifilar simplificado, ilustrando a configuração do barramento de média tensão, o transformador de potência, as saídas aídas dos alimentadores e dos bancos de capacitores. Figura 3.1 – Diagrama unifilar do barramento de média tensão da subestação Pici. Pici 3.2.2 - ALIMENTADOR 01C8 O alimentador 01C8 da subestação Pici da Coelce (SE Pici) que supre supr o Campus do Pici possui comprimento to de aproximadamente 0,800 km e dois tipos de condutores ao longo do circuito, os quais apresentam as seguintes características: cabo de alumínio protegido, seção de 185 mm² e cabo de cobre nu seção 95 mm². No Anexo C deste documento, é apresentado o diagrama rama unifilar do alimentador 01C8. A proteção do alimentador é realizada através de um relé associado ao religador na saída do alimentado 01C8 na SE Pici e de um seccionalizador instalado próximo ao ponto de entrega do Campus do Pici. Este alimentador possui possui apenas dois clientes, a UFC e Embrapa, conforme pode ser observado no diagrama unifilar do Anexo C deste documento. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 48 O relé associado ao religador da saída de alimentador 01 C8 da SE Pici é o relé de sobrecorrente multifunção, fabricação Siemens, modelo 7SJ531 V3.3, ilustrado na Figura 3.2. Figura 3.2 – Relé modelo 7SJ531 fabricante Siemens. No Anexo D desta monografia são apresentados os dados da Ordem de Ajuste da Proteção (OAP) do alimentador de distribuição, 01C8, da SE Pici da Coelce. OAP é um documento onde constam os ajustes dos relés da subestação. Na Figura 3.3 é apresentada a foto do seccionalizador instalado no alimentador 01C8. O seccionalizador é a proteção da derivação do campus. Figura 3.3 – Proteção da derivação do Campus do Pici. 3.3 - REDE DE DISTRIBUIÇÂO INTERNA DO CAMPUS DO PICI DA UFC 3.3.1 - PROTEÇÃO GERAL DO CAMPUS DO PICI A rede de distribuição do Campus do Pici possui no seu ponto de entrega a medição em 13,8 kV e a proteção geral da rede elétrica realizada através de um relé primário associado ao disjuntor de média tensão com capacidade de ruptura 9,6 kA, instalado em um cubículo Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 49 localizado no ponto de entrega. O relé primário recebe esta denominação por ser instalado em série com o circuito e não necessitar de transformadores de corrente para converter o sinal necessário para o seu ajuste. Este relé fica instalado nos pólos do próprio disjuntor e o valor que está atualmente ajustado é de 225 A. A Figura 3.4 ilustra o disjuntor com relé primário associado utilizado para proteção do Campus da UFC. Figura 3.4 – Disjuntor de média tensão do Campus do Pici. O disjuntor é do fabricante Westinghouse modelo 150 HRT-250. Na foto da Figura 3.5 é apresentada a placa do disjuntor geral da rede elétrica de média tensão do Campus do Pici da UFC, onde pode ser observado as características técnicas deste equipamento. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 50 Figura 3.5 – Placa do disjuntor geral de média tensão. As normas NBR 14039 da ABNT e a NT-002 da Coelce estabelecem critérios para projeto de instalações elétricas em tensão primária de distribuição [4 e 5]. Estas normas têm como objetivo padronizar e melhorar a confiabilidade do sistema elétrico, bem como proporcionar mais segurança para as pessoas e instalações. Neste sentido, estas normas estabeleceram novos requisitos de segurança dentre os quais a proibição do uso de relés primários para proteção das instalações elétricas de consumidores em MT com capacidade instalada superior a 300 kVA e a obrigatoriedade do uso de relé de sobrecorrente secundário, multifunção, associados ao disjuntor geral para a proteção destas instalações. Segundo NBR 14039 da ABNT e a NT-002 da Coelce, o relé de sobrecorrente secundário, associado ao disjuntor geral, deve ser multifunção e contemplar no mínimo as seguintes funções de proteção: sobrecorrente temporizada de fase (51), sobrecorrente temporizada de neutro (51N), sobrecorrente instantânea de fase (50) e sobrecorrente instantânea de neutro (50N). Em visita ao cubículo de proteção geral da rede elétrica do Campus do Pici, foram constatados aspectos de segurança de pessoal como falta de iluminação de emergência, falta de extintor de incêndio e placas de sinalização de perigo que precisam ser adequados às exigências da norma regulamentadora NR-10 [4]. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 51 3.3.2 - PROTEÇÃO DOS RAMAIS O Campus do Pici possui várias subestações de transformação de energia de média para baixa tensão, distribuídas conforme a necessidade de alimentação de cada setor ou bloco. A rede interna da UFC possui chaves-fusíveis instaladas ao longo do Campus, que são instaladas para efetuar a proteção dos ramais de derivação e dos transformadores. Os elos que constam nessas chaves dependem da potência nominal dos transformadores. Existem também as chaves-fusíveis instaladas em derivações do tronco principal, que tem finalidade de proteger o tronco principal da rede do Pici. 3.3.3 - CONFIGURAÇÃO DA REDE DE MÉDIA TENSÃO DO CAMPUS DO PICI Na Figura 3.6 é apresentada a configuração simplificada da rede elétrica do Campus do Pici. Figura 3.6 – Diagrama unifilar simplificado da rede de distribuição da UFC. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 52 Conforme representado no diagrama unifilar simplificado da Figura 3.6, a rede de distribuição interna do Campus da UFC possui uma configuração radial com recurso. A rede de distribuição interna é composta por condutores de cobre nu, que sua vez possuem três trechos com seções diferentes. O primeiro trecho, que é composto por um condutor com seção transversal de 50 mm², fica situado entre o disjuntor geral de média tensão e as primeiras derivações do alimentador [31]. O segundo trecho, que corresponde ao trecho entre as chaves S-2 e S-3 da Figura 3.6, o condutor possui seção transversal de 35 mm². O terceiro trecho, que corresponde ao resto do circuito, o condutor possui seção transversal de 25 mm². Na Figura 3.7 é apresentada a ilustração de um condutor de cobre nu em um corte transversal. Figura 3.7 – Exemplo de condutor de cobre nu. Na Tabela 3.1 são apresentadas as características dos condutores de cobre nu 50 mm2, 35 mm² e 25 mm2 existentes na rede elétrica do Campus do Pici [32 e 33]. Tabela 3.1 – Dados dos cabos de média tensão. Resistência Reatância (Ohms/km) (Ohms/km) 163 0,8880 0,4637 Cobre 35 mm² 208 0,5809 0,4510 Cobre 50 mm² 237 0,4120 0,43202 Cabo Ampacidade (A) Cobre 25 mm² 3.3.4 - PANORAMA ATUAL DA REDE ELÉTRICA DO CAMPUS DO PICI Na configuração atual, ocorrendo uma falta na rede elétrica é difícil prever qual elemento da proteção irá atuar. Essa incerteza ocorre devido ao disjuntor do Campus possuir um relé primário. O relé possui uma curva própria, ou seja, não obedece os padrões de curvas de relés, apresentada no Capítulo 2, impossibilitando traçar o coordenograma deste relé com o relé da SE Pici. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 53 Como o relé associado ao disjuntor geral da UFC não possui função de religamento, todas as faltas permanentes ou transitórias na zona de proteção do relé primário do disjuntor principal levarão a atuação do mesmo e conseqüentemente a falta de energia no Campus do Pici. Os transformadores são protegidos através de chaves fusíveis. Já para faltas no alimentador, o disjuntor de proteção geral ou elos-fusíveis instalados ao longo da rede interna deverão atuar. Vale destacar que, 70% a 90% dos curtos-circuitos em um sistema de distribuição são do tipo transitório [10]. Este fato, adicionado ao não atendimento do sistema de proteção às normas da ABNT e da Concessionária e ao crescente aumento da demanda, bem como a redução do preço da tarifa com a mudança da modalidade tarifária contribuíram para a proposição de um projeto de uma subestação de 69-13,8 kV com duas saídas de alimentadores para alimentação da Rede de Distribuição do Campus do Pici. A escolha da alteração do nível de tensão também foi justificada através do MUSD (Montante de Uso do Sistema de Distribuição), antes denominada demanda contratada superior a 2500 kW. Conforme os Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST [34] um cliente que possui um MUSD superior a 2500 kW deve ser atendido em alta tensão. 3.4 - PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÂO DA SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI A implantação de uma Subestação 69-13,8 kV no Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará visa a melhoria da confiabilidade, disponibilidade, segurança e da qualidade da energia fornecida ao sistema elétrico de distribuição do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará bem como a mudança de tarifação para economia de energia. 3.4.1 - SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI A SE Pici Campus UFC será tipo desabrigada, 69-13,8 kV, potência instalada, 5/6,25 MVA (ONAN/ONAF). A subestação, conforme o atestado de viabilidade técnica (AVT) apresentado pela Coelce e mostrado no Anexo E, será alimentada através de uma linha transmissão de 72,5 kV, partindo da subestação Pici, pertencente ao sistema elétrico da Coelce. A tensão de 69 kV que alimenta o barramento de 72,5 kV será baixada para 13,8 kV, através de um transformador de Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 54 potência de 5/6,25 MVA, que alimentará o barramento de 15 kV. Para alimentação da rede elétrica do Campus do Pici serão construídos dois vãos de saída de alimentadores de distribuição para alimentação do sistema elétrico de média tensão do Campus do Pici. O projeto contempla relés numéricos e sistema de automação. A decisão de alimentar a rede interna através de dois alimentadores foi para melhorar a confiabilidade e disponibilidade do sistema, através da instalação de religadores nas saídas de alimentadores. 3.4.2 - LOCALIZAÇÃO DA SUBESTAÇÃO A subestação proposta será construída nos limites do Campus do Pici próximo do cubículo de medição e proteção existente e ocupará uma área de aproximadamente 2.500 m² dentro do Campus do Pici. Na Figura 3.8 é ilustrado o local onde será instalada a subestação. Figura 3.8 – Localização da subestação. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 55 3.4.3 - SUPRIMENTO A subestação Campus do Pici UFC será alimentada através de uma linha de transmissão aérea em 69 kV oriunda do barramento de 69 kV da SE Pici da Coelce com comprimento de 0,800 km de extensão e condutor com seção de 315 mm2, material liga de alumínio, CAL, tipo Elgin, conforme definido na AVT emitida pela Coelce, Anexo E deste projeto. De acordo com a AVT emitida pela Coelce, a entrada de linha em 69.000 V da SE Pici Campus UFC deve ser construída de acordo com configuração apresentada na alternativa 1 do desenho 004.01, anexo à Norma Técnica de Fornecimento de Energia da Coelce, NT004/2010 [5]. Na Figura 3.9 é apresentado o diagrama unifilar de alimentação para Consumidores de 69 kV, alternativa 1 no desenho 004.01 da NT-004/2010, definido pela na AVT emitida pela Coelce. Legenda: • PC: é o ponto de conexão; • A: é a área exclusiva da Coelce; • M: Medição; • PE: Ponto de entrega. Figura 3.9 – Alternativa de fornecimento 1. Outra alternativa para o suprimento da SE Campus do Pici está sendo estudada, considerando alimentação da SE a partir da derivação da linha de alta tensão que interliga a SE Pici a SE Bom Sucesso [Anexo F]. No entanto, neste trabalho é realizado o estudo considerando a SE Campus do Pici alimentada a partir de uma linha de transmissão oriunda diretamente do barramento de 72,5 kV da SE Pici da Coelce. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 56 3.4.4 - CONFIGURAÇÃO Na Figura 3.10 é ilustrado o diagrama unfilar de proteção da subestação proposta. Figura 3.10 – Diagrama unifilar de proteção da subestação proposta. Conforme apresentado no diagrama unifilar de proteção da Figura 3.10, a SE Pici Campus UFC será composta de: • Um vão de entrada de linha 72.5 kV com um disjuntor 72,5 kV, três transformadores de corrente, um relé de sobrecorrente multifunção composto das funções de sobrecorrente instantânea e temporizada de fase (50/51) e neutro (50N/51N) integrado ao sistema de automação da subestação; • Um barramento simples na alta tensão 72,5 kV; • Um vão de transformação com transformador 5/6,25 MVA com transformadores de corrente em cada bucha, funções de proteção intrínsecas (relé de gás, válvula de alívio de pressão, medidor de temperatura do óleo e do enrolamento e nível do óleo), também possuirá um relé diferencial, numérico, multifunção para proteção externa com as funções de proteção 87, 51G, 50/51, 50N/51N; • Um barramento simples na média tensão 15 kV; Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 57 • Dois vãos de saída de alimentadores de média tensão 15 kV para alimentação da rede de distribuição do Campus do Pici, cada um composto de um religador 15 kV e relé de sobrecorrente com funções 50/51, 50N/51N, 51NS e 79; • Transformadores de Serviços Auxiliares. 3.4.5 - ANÁLISE FINANCEIRA Com a configuração da subestação definida, pode-se partir para análise de custos do projeto e tempo de retorno de investimento Tr. 3.4.5.1 - CUSTO DA SUBESTAÇÃO O Projeto Preliminar, Anexo F deste documento, apresenta o custo total para implantação da subestação Campus do Pici estimado em R$ 2.187.470,29. Este custo engloba os preços da construção do ramal de ligação, equipamentos da subestação, projetos civil, eletromecânico, elétrico e de automação. 3.4.5.2 - CÁLCULO DO TEMPO DE RETORNO DE INVESTIMENTO Neste tópico serão analisadas duas situações. A primeira com mudança de tarifa para horo-sazonal azul em nível de tensão de 69 kV e a segunda utilizando um conjunto de 6 geradores de 500 kVA cada funcionando no horário de ponta. Com base nos valores apresentados em [35], estima-se investimento total em torno de R$ 1.120.000,00 reais para a implantação de um grupo de 6 geradores para alimentar a rede do Pici no horário de ponta. A Tabela 3.2 mostra o histórico do consumo de energia do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará no período de novembro de 2009 a outubro de 2010 [36]. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 58 Tabela 3.2 – Histórico de consumo do período de novembro de 2009 a outubro de 2010. Consumo Demanda Consumo Demanda de ativos Registrada de ativos Registrada F.P. F.P. H.P. H.P. (kWh) (kW) kWh (kW) Nov/2009 875205 3530 76069 2270 Dez/2009 888203 3530 78071 2270 Jan/2010 822203 3260 69071 2020 Fev/2010 781203 2910 65071 1770 Mar/2010 853203 3790 72071 2400 Abr/2010 991203 3980 86071 2490 Mai/2010 998203 3830 92071 2500 Jun/2010 1043203 3810 92071 2460 Jul/2010 919203 3750 84071 2260 Ago/2010 796203 3750 67071 2010 Set/2010 1010203 3750 88071 2260 Out/2010 952203 3750 87071 2300 Média 910870 3637 79738 2251 Mês/Ano Com base nos dados obtidos no site da Coelce [37] montou-se a Tabela 3.3, que apresenta as tarifas do período de novembro de 2009 a outubro de 2010, para as situações de tarifa verde (situação atual da UFC), tarifa azul (nível de tensão 69 kV). Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 59 Tabela 3.3 – Contas de energia do período de novembro de 2009 a outubro de 2010 com tarifa azul. Tarifa F.P. Mês/Ano Verde e Azul R$/kWh Tarifa Tarifa Tarifa da da Tarifa Tarifa da Demanda Demanda H.P. H.P. Demanda F.P. F.P. Verde Azul H.P. Verde Azul R$/kWh R$/kWh Azul R$/kW R$/kW R$/kW Nov/2009 0,22862 14,96 9,19 1,56221 0,37916 39,59 Dez/2009 0,23081 15,1 9,28 1,57715 0,38278 39,97 Jan/2010 0,20901 15,15 9,31 1,54287 0,34516 40,08 Fev/2010 0,20997 15,21 9,35 1,54996 0,34674 40,27 Mar/2010 0,21016 15,23 9,36 1,55133 0,34705 40,3 Abr/2010 0,20433 17,21 10,53 1,73385 0,32682 47,16 Mai/2010 0,22184 17 10,4 1,74737 0,35727 46,6 Jun/2010 0,21988 16,85 10,31 1,73193 0,35411 46,19 Jul/2010 0,22344 17,12 10,48 1,75992 0,35983 46,93 Ago/2010 0,22128 16,96 10,37 1,74297 0,35637 46,48 Set/2010 0,22267 17,06 10,44 1,75389 0,3586 46,77 Out/2010 0,22324 17,11 10,47 1,75834 0,35951 46,89 Média 0,21877 16,25 9,96 1,66765 0,35612 43,94 Nas equações 3.1 e 3.2 são apresentadas a fórmula de cálculo das contas de energia das tarifas verde e azul. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Onde: • CVerde: é o custo da energia para a tarifa verde (R$); Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC (3.1) (3.2) 60 • DF.P.: é a demanda fora de ponta (kW); • TD F.P: é o preço da tarifa da demanda fora de ponta (R$/kW); • CF.P: é o consumo fora de ponta (kWh); • TC F.P: é o preço da tarifa do consumo fora de ponta (R$/kWh); • CH.P: é o consumo do horário de ponta (kWh); • TC H.P.: é o preço da tarifa do consumo no horário de ponta (R$/kWh); • CAzul: é o custo da energia para a tarifa azul (R$); • DH.P.: é a demanda horário de ponta (kW); • TD F.P: é o preço da tarifa da demanda no horário de ponta (R$/kW). Para o cálculo de conta de energia média na tarifa verde, considerou-se uma demanda contratada de 3.750 kW no horário de ponta, que é a contratada do mês de outubro de 2010. Substituindo os valores médios obtidos das Tabelas 3.2 e 3.3 na equação 3.1, obtém-se a equação 3.3, que é o custo médio de energia para a tarifa verde. 393.183,61 (3.3) Para o cálculo de conta de energia média na tarifa azul, considerou-se uma demanda contratada de 3750 kW no horário fora de ponta e uma de 2400 kW no horário de ponta. A demanda de 2400 kW foi escolhida com base nos dados da Tabela 3.2. Substituindo os valores médios obtidos das Tabelas 3.2 e 3.3 na equação 3.2, obtém-se a equação 3.4, que é o custo médio de energia para a tarifa azul. 370.473,33 (3.4) Subtraindo as equações 3.3 e 3.4, obtém-se a redução mensal de R$ 22.710,28. No cálculo de conta de energia média na tarifa azul com grupos geradores, considerouse uma demanda contratada de 3.750 kW no horário fora de ponta e uma demanda no horário de ponta igual a zero, pois os grupos geradores serão ativados no horário de ponta. Também foi considerado o custo de geração determinado em [35], onde é considerado os custo da manutenção, combustível e lubrificante, resultando no custo total de 0,540 R$/kWh. Substituindo os valores médios obtidos das Tabelas 3.2 e 3.3 na equação 3.2, obtém-se a equação 3.5, que é o custo médio de energia para a tarifa azul com grupos geradores. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 61 / 279.679,55 (3.5) Subtraindo as equações 3.3 e 3.5, obtém-se a redução mensal de R$ 113.504,06. O tempo de retorno de investimento (Tr) será calculado através da equação 3.6 [38]. () * # $% &1 # ' + -. , $%/1 * 0 13.62 Onde: • • • • Vi: é o valor de investimento (R$); Tj.: é a taxa de juros (% a.m.); Em: é a economia mensal (R$/mês); Tr: é o tempo de retorno (meses). Para o cálculo do tempo de retorno de investimento (Tr) foi adotada uma taxa de juros de 1,0% ao mês. Foi escolhida essa taxa, devido a mesma ser o dobro da taxa da poupança [39]. A equação 3.7 é o tempo de retorno para a subestação utilizando a tarifa azul [35]. 2.187.470,29 0,01 56 22.710,28 332 78989 $%11 0,012 # $% 31 # 4 13.72 O valor obtido na equação 3.7 indica que a redução da conta de energia não pagará o investimento da subestação. Porém este investimento pode se tornar viável com a inclusão de um grupo gerador no horário de ponta. A equação 3.8 é o tempo de retorno para a subestação utilizando a tarifa azul mais o grupo gerador no horário de ponta [35]. 3.387.470,29 0,01 56 113.504,06 36 78989 $%11 0,012 # $% 31 # 4 13.82 A inclusão do grupo gerador proporcionou o retorno do investimento com um tempo de retorno de 3 anos. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 62 3.5 - CONCLUSÃO Além do beneficio da redução de custo da conta de energia, a construção da subestação Campus do Pici UFC, espera-se dentre outros, os seguintes benefícios: • Melhoria na qualidade da energia fornecida à sede do Campus do Pici e aumento da confiabilidade, disponibilidade e segurança do sistema elétrico com a instalação de relés de proteção baseados em microprocessadores integrados a um sistema SCADA da subestação, que proporcionam a supervisão e controle do sistema elétrico da Subestação em tempo real; • Possibilidade de novos investimentos na infra-estrutura física da Universidade Federal do Ceará através dos recursos economizados com o retorno do investimento na Construção da SE; • Além disso, a SE servirá como laboratório para ensino e pesquisa nos cursos de graduação e pós-graduação do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC. Os alunos terão acesso aos equipamentos como transformador de potência, disjuntores, religadores, chaves seccionadoras de alta e média tensão, serviços auxiliares, relés de proteção baseados em microprocessadores e sistema de automação de uma subestação de 69-13,8 kV. Capítulo 3 – Rede de distribuição do Campus do Pici da UFC 63 CAPÍTULO 4 ESTUDO DAS PROTEÇÕES DA SE 69-13.8 kV DO CAMPUS DO PICI DA UFC 4.1 - INTRODUÇÃO Este Capítulo apresenta o estudo das proteções de sobrecorrente da subestação 69 kV/13,8 kV do Campus do Pici da UFC. No Capítulo serão comentados os requisitos necessários para a realização do estudo das proteções e a descrição dos cálculos de curtocircuito para a situação proposta no Capítulo anterior. Em seguida o estudo das proteções de sobrecorrente com base nas correntes de curto-circuito calculadas. Serão apresentadas simulações e coordenogramas gerados no “sotfware” EASY POWER. Por fim serão apresentados os cálculos do ajuste da proteção da função diferencial com base no Anexo B. 4.2 - REQUISITOS PARA O ESTUDO DA PROTEÇÃO Antes de efetuar o estudo da proteção é necessário adquirir algumas informações em relação às correntes de curto-circuito, normas da concessionária, proteção de retaguarda e equipamentos de proteção utilizados a SE de suprimento e na SE do cliente. A determinação das correntes de curto-circuito depende principalmente da concessionária, pois a mesma deve fornecer as correntes de curto-circuito ou os dados das impedâncias para a realização dos cálculos das correntes de curto nas instalações do cliente. A informação fornecida pela concessionária de energia foi apresentada através do Atestado de Viabilidade Técnica, também conhecida como AVT [Anexo E]. No anexo E, consta a descrição do fornecimento e as obras necessárias para o atendimento do cliente. Na descrição do fornecimento há informação de qual tipo de cabo e o comprimento do mesmo. As impedâncias até o ponto de entrega, determinadas através das impedâncias do barramento de alta tensão da subestação fornecedora de energia retirada do Anexo G e dos valores de impedância do cabo utilizado na linha de transmissão que alimentará a SE Campus do Pici [33]. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 64 A norma responsável pelo fornecimento em alta tensão na Coelce [5]. Nesta norma são estabelecidas as proteções necessárias e o tempo mínimo de coordenação entre os relés (0,3 segundos). Por fim na Ordem de Ajuste das Proteções da saída de linha PCI/PSK (Pici/Presidente Kennedy) fornecida pela Coelce, Anexo H deste documento são apresentados os dados de ajuste da proteção da saída de linha da subestação Pici. 4.3 - SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI Conforme já detalhado no Capítulo 3, a SE Campus do Pici será suprida através de uma linha de alta tensão, 69 kV, oriunda da SE Pici da Coelce. A configuração da subestação já foi citada no Capítulo 3 e ilustrada na Figura 3.12, contemplará um disjuntor na entrada de linha do barramento de 69 kV, um transformador de potência, um disjuntor geral de média tensão, um barramento de 15 kV e dois religadores com relés associados, protegendo as duas saídas de alimentadores. Os fabricantes e modelos dos equipamentos ainda não foram escolhidos, porém foi adotado nos estudos o relé modelo P142 de fabricação Areva existente no laboratório do GPEC (Grupo de Processamento de Energia e Controle) do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC. 4.4 - CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO O cálculo das correntes de curto-circuito é fundamental para o estudo das proteções. Serão apresentados a seguir os cálculos das correntes de curto-circuito no ponto de entrega, que definirá os níveis de curto-circuito do barramento de 69 kV da subestação da UFC. 4.4.1 - CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO NO PONTO DE ENTREGA Através dos dados de impedância de seqüência zero, positiva e considerando que a negativa é equivalente à positiva, pode-se calcular as correntes de curto-circuito na barra de alta tensão da SE do Campus do Pici. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 65 Os dados de impedância do barramento de 69 kV da SE Pici e os dados de impedância do condutor 315mm² CAL em ohm/km são mostrados nas Tabelas 4.1 e 4.2, respectivamente [Anexo G e 33]. Tabela 4.1 – Impedância do barramento de 69 kV da SE Pici em PU. Seqüência Positiva Seqüência Zero R1 X1 R0 X0 0,0034 0,0714 0 0,4599 Tabela 4.2 – Impedância do condutor em ohm/km. Trecho 1 Condutor 315 mm² CAL Extensão (km) 0,8 Impedância Condutor em Ohm/km Seqüência Positiva Seqüência Zero R1 X1 R0 X0 0,1186 0,4451 0,2961 1,7061 Na Tabela 4.3 são apresentados os dados dos parâmetros dos condutores, impedância de sequência positiva e zero da linha convertidos para PU, considerando para os cálculos para uma potência de base 100MVA e tensão de base de 69 kV. A impedância de base foi calculada através da seguinte fórmula: 69 47,61 100 4.1 Tabela 4.3 – Impedância de seqüência do cabo 315 mm² em PU. Seqüência Positiva Seqüência Zero R1 X1 R0 X0 0,0020 0,0075 0,0050 0,0287 Na Tabela 4.4 são apresentadas as impedâncias de sequência positiva e zero em PU na Barra da SE Campus do Pici, que corresponde a soma das impedâncias em pu da linha de transmissão com as impedâncias em PU na barra de 69 da SE Pici. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 66 Tabela 4.4 – Impedância reduzida até o ponto de entrega em PU. Seqüência Positiva Seqüência Zero R1 X1 R0 X0 0,0054 0,0789 0,0050 0,4886 A tensão em PU no ponto de entrega é: 69 1 69 4.2 A corrente de base é calculada através da seguinte fórmula: √3 100 69 836,74 √3 4.3 Na Tabela 4.5 são apresentados os tipos de curtos-circuitos, as equações (cálculo das correntes em PU) e os valores de curtos-circuitos calculados no ponto de entrega, tomando como base os dados da Tabela 4.4, desprezado os valores das resistências: Tabela 4.5 – Corrente de curto-circuito no ponto de entrega. Tipo de curto-circuito Fase-terra sem resistência de contato Valores de (curto-circuito em PU) corrente $$3ø Trifásico Bifásico Equação $$2ø $$1ø Fase-terra com resistência de contato de 40 ohm √3 $$1ø |2 |2 1 |' | 0,0789 $$3ø √3 2 $$3ø 10,6 kA 10600 2 $$2ø 9,2 3 3 |0,6464| ' * + | 3 ' * + * 3 ,- | 3 |2,5203| $$1ø 3,9 $$1ø/í0 1 Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 67 4.4.2 - CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO NO BARRAMENTO DE MT Para determinar os valores de corrente de curto-circuito no barramento de média tensão, foram obtidos os seguintes dados do transformador: tensão nominal, tipo de ligação, potência nominal e impedância percentual. O transformador de 69 kV-13,8 kV especificado para a SE Campus do Pici possui ligação triângulo/estrela, potência de 5/6,25 MVA e impedância percentual igual a 7% . Conversão da impedância percentual do transformador para a nova base é apresentado a seguir: 1234 13,8 kV 5 MVA 7 100 100 MVA 13,8 kV (4.4) 1234 1,4 (4.5) No transformador, as impedâncias de seqüência positiva, negativa e zero são iguais a XTrafo igual a 1,4, tendo sido desprezada a resistência do trafo. Conforme visto no Capítulo 2, a ligação triângulo/estrela é um circuito aberto entre o lado primário e o lado secundário do transformador para a componente de seqüência zero, ou seja, neste transformador não há circulação de corrente de seqüência zero do lado primário ligado em delta para o lado secundário. Na Tabela 4.6 são apresentados os valores da impedância reduzida até o barramento de média tensão, que considera a impedância reduzida até o ponto de entrega mais o tipo de ligação triângulo/estrela do transformador. Tabela 4.6 – Impedância reduzida no barramento de média tensão da SE Campus do Pici em PU. Seqüência Positiva Seqüência Zero R1 X1 R0 X0 0,0054 1,4789 0 1,4 Utilizando as formulas 2.14, 2.15, 2.16 e 2.17, obtêm-se os seguintes valores de corrente de curto-circuito no barramento de média tensão, conforme a Tabela 4.7: Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 68 Tabela 4.7 – Corrente de curto-circuito do barramento de média tensão. Tipo de curto-circuito $$3ø Trifásico Bifásico $$2ø Fase-terra sem $$1ø resistência de contato Fase-terra com resistência de contato Valores de Equação (curto-circuito em PU) $$1ø/70 de 40 ohm |2 √3 |2 1 |' | |1,4789| $$3ø 2,8 $$3ø √3 2800 2 2 3 3 ' * + | |4,3578| 3 ' * + * 3 ,- | corrente 3 |63,1732| $$2ø 2,5 kA $$1ø 2,9 $$1ø/70 0,2 4.5 - AJUSTE DA PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE Após o cálculo as correntes de curto-circuito, parte-se para o cálculo do ajuste da proteção das funções de sobrecorrente instantânea (50/50N) e sobrecorrente temporizada (51/51N) de fase e de neutro. 4.5.1 - AJUSTE DA PROTEÇÃO NO BARRAMENTO DE ALTA TENSÃO Para realizar o ajuste da proteção da entrada de linha da SE em alta tensão, primeiramente deve-se realizar o dimensionamento dos TCs de proteção. A relação de transformação do TC adotada deve ser dimensionada através dos critérios de corrente nominal, de curto-circuito e máxima tensão no secundário. Para determinar o RTC serão utilizados os critérios de corrente nominal carga no secundário do TC, conforme visto no Capítulo 2. 4.5.1.1 - DIMENSIONAMENTO DO TC DE ALTA TENSÃO A corrente nominal do transformador vista do lado de alta tensão, é calculada através da Equação 4.6. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 69 8 8 √3 8 6,25 √3 69 52,3 4.6 O critério de sobrecarga considera o máximo valor de corrente de curto-circuito mais o fator de sobrecarga do TC. O fator de sobrecarga padrão é 20 vezes. Utilizando a Equação (2.19) tem-se: 29:á294 < == :á>9:4 < 530 ?-42 (4.7) Pelo critério de sobrecorrente, o valor do TC tem que ser igual ou superior a 530, como o valor mais próximo vendido comercialmente é o valor de 600/5, logo se adotou o mesmo. Para o critério de corrente nominal tem-se a Equação (2.18): 29:á294 < 8 < 52,3 (4.8) O valor comercial mais próximo de 52,3 A é o TC de 75-5 A. Para atender aos critérios acima, a relação nominal do Transformador de Corrente adotado será 600-5 A. O critério do cálculo da máxima tensão no secundário não foi realizado, tendo em vista que o relé microprocessado representa uma baixa potência no secundário do TC e a distância entre os relés e o TC ser pequena. 4.5.1.2 - AJUSTE DA PROTEÇÃO DA SAÍDA DE LINHA DA SUBESTAÇÃO PICI A subestação da universidade será atendida através de linhas de distribuição de alta tensão alternativa 1 [5] citado no Capítulo 3. Na alternativa 1 de fornecimento, a proteção de retaguarda da subestação do Campus será o relé de saída de linha da subestação da Pici. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 70 Para que seja feito o ajuste da proteção do relé de alta tensão da UFC, primeiramente deve-se calcular os ajustes do relé e traçar as curvas, com base nos dados da OAP da SE da Coelce para verificar se os relés estão coordenandos. A Tabela 4.8 contém as informações dos dados de ajuste do relé da saída de linha da SE Pici da concessionária. Tabela 4.8 – Ajuste do relé da subestação Pici. Proteção TC Fase 800:5 Neutro 800:5 Graduação Fabricante/ Tipo Tipo de curva TAPE Dial Instantânea 5,3 0,16 Desativada VI 1 0,40 Desativada VI SIEMENS 7SJ511_V3.2 SIEMENS 7SJ511_V3.2 4.5.1.3 - CÁLCULO DO AJUSTE DO RELÉ DA ENTRADA DE LINHA DA SE CAMPUS DO PICI a) Função de Sobrecorrente Temporizada (51) A corrente de “Pickup” ou corrente de atuação do relé é definida a partir do cálculo para o valor de TAPE. O TAPE ou corrente de ajuste do relé corresponde ao produto da corrente nominal do transformador vezes o fator de sobrecarga dividido pelo RTC. Considerando um fator de sobrecarga de 1,1 obtém-se a Tabela 4.9: Tabela 4.9 – TAPE de fase do barramento de alta tensão. Equação @A < B? 8 1,1 52,3 < ,@C 120 TAPE obtido TAPE adotado @A < 0,479 @A 0,5 O valor da corrente de atuação é TAPE vezes o RTC, logo o valor de “Pickup” é de 60 A. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 71 A fim de determinar o dial e a curva, é importante calcular o tempo de atuação do relé da Coelce para curto-circuito trifásico. Na Equação (4.9) é apresentado o cálculo do tempo de atuação do relé da Coelce para um curto de 10,6 kA na barra da SE Campus do Pici. @D/EF G7HI 0,16 13,5 0,188 O L ' 10600 J K M 1 J K –1 848 4.9 O tempo de atuação do relé da Coelce impossibilita uma margem de coordenação de 300 ms. Logo o relé da UFC deverá atuar pela função instantânea, a fim de possibilitar uma maior margem de coordenação. b) Função de Sobrecorrente Instantânea (50) Para determinar o valor do TAPE de atuação da função instantânea, tem-se: @A981 P ==Q 9,2 P P 76,7 ,@C 120 (4.10) O ajuste adotado para a função instantânea de fase foi 12,5 A, o que corresponde uma corrente de 1500 A no lado primário do TC. Devido à ativação da função instantânea, o gráfico de corrente x tempo do relé será traçado até o valor de corrente de 1500 A, depois desse valor o tempo de atuação é aproximadamente zero. Adotando o mesmo tipo de curva do relé da concessionária (IEC muito inversa) e o dial 0,6 para a função temporizada, foi possível especificar os ajustes da proteção do barramento de alta tensão, como visto na Tabela 4.10. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 72 Tabela 4.10 – Ajuste da proteção de fase AT. Proteção Graduação Fabricante/ TC Tipo TAPE Dial Instantânea 0,5 0,6 12,5 Tipo de curva Função 51 da SE Campus 600:5 Areva P142 VI do Pici UFC c) Função de Sobrecorrente temporizada de neutro (51N) Na determinação do TAPE de neutro considerou-se 0,25 da corrente nominal do transformador. Na Tabela 4.11, tem-se a determinação do TAPE de neutro, para o relé do barramento de AT. Tabela 4.11 – TAPE de neutro do barramento de alta tensão. Equação @A 0,1 H 0,3 ,@C 8 0,25 52,3 120 TAPE obtido TAPE adotado @A 0,109 @A 0,11 A fim de determinar o dial e a curva, é importante calcular o tempo de atuação do relé da Coelce para curto-circuito fase-terra. Na Equação (4.11) é apresentado o cálculo do tempo de atuação do relé da Coelce para um curto de 3,9 kA na barra da SE Campus do Pici. @D/EF G7HI 0,4 13,5 0,231 O L ' 3900 J K M 1 J 160 K – 1 4.11 O tempo de atuação do relé da Coelce impossibilita uma margem de coordenação de 300 ms. Logo o relé da UFC deverá atuar pela função instantânea de neutro, a fim de possibilitar uma maior margem de coordenação. d) Função de Sobrecorrente Instantânea de neutro (50N) Na Equação (4.12) é calculado o valor máximo do ajuste de instantânea de neutro. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 73 @A981 P =='Q:í89:4 1 P P 8,33 ,@C 120 (4.12) O valor adotado para o ajuste foi de 6,5 A, correspondendo uma corrente de 780 A no lado primário do transformador de corrente. Adotou-se a curva IEC muito inversa e o dial 0,5 para a função temporizada de neutro. Os ajustes da proteção de neutro para o barramento de alta tensão são especificados na Tabela 4.12: Tabela 4.12 – Ajuste da proteção AT de neutro. Proteção TC Graduação Fabricante/ Tipo Função 51N 600:5 Areva P142 TAPE Dial Instantânea 0,11 0,5 6,5 Tipo de curva VI 4.5.2 - AJUSTE DA PROTEÇÃO DA MÉDIA TENSÃO A proteção de média tensão é formada pelo relé associado ao disjuntor geral do barramento e pelos religadores nas saídas dos dois alimentadores da SE Campus do Pici. O primeiro passo para especificar os ajustes das proteções é o dimensionamento dos TCs. 4.5.2.1 - DIMENSIONAMETO DOS TCS DE MÉDIA TENSÃO Assim como foi realizado para o dimensionamento do TC de alta tensão, deve-se calcular a corrente nominal do local onde o mesmo será instalado. Na Equação (4.13) tem-se a corrente nominal do transformador vista do lado de média tensão. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 74 8 8 √3 8 6,25 √3 13,8 261,5 4.13 Pelo critério de sobrecorrente do TC, tem-se: 29:á294 < == :á>9:4 2,9 < < 145 20 ?-42 4.14 Pelo critério de sobrecorrente, o valor do TC tem que ser igual ou superior a 145 A. O valor comercial mais próximo é de 150/5. Para o critério de corrente nominal, tem-se a Equação (2.18): 29:á294 < 8 < 261,5 (4.15) O valor comercial mais próximo de 261,5 A é o de 300-5 A. O TC adotado foi um de 300/5 devido o mesmo atender aos dois critérios. Os TCs dos alimentadores de média tensão foram dimensionados, conforme o TC do barramento. Considerando que os valores de curto-circuito são os mesmo, tem-se o mesmo valor 150/5 para o critério de sobrecorrente. Para o critério de corrente nominal será considerada a metade da corrente nominal do transformador para cada alimentador, o que resulta a metade do valor obtido na Equação (4.15). Logo, o TC adotado foi um de 200/5 devido o mesmo, respeitar os dois critérios. 4.5.2.2 - CALCULO DOS AJUSTES DO RELÉ ASSOCIADO AO DISJUNTOR GERAL a) Função de Sobrecorrente temporizada de fase (51) Para o cálculo da corrente de partida foi considerada apenas a corrente nominal, visando evitar que o transformador trabalhe em sobrecarga. Na Tabela 4.13, tem-se o cálculo do tape de fase: Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 75 Tabela 4.13 – TAPE de fase do relé de alta média. Equação @A < B? 8 1 261,5 < ,@C 60 TAPE obtido TAPE adotado @A 4,35 @A 4,4 Adotou-se o dial 0,31 e a curva IEC muito inversa, pois os mesmos apresentaram uma boa coordenação, quando simulada as proteções de alta e média tensão. Na Tabela 4.14, é mostrado ajuste da proteção de fase para o barramento de média tensão. Tabela 4.14 – Ajuste da proteção de fase para o barramento de MT. Proteção Função 51 TC Graduação Fabricante/ Tipo 300:5 Areva P142 TAPE Dial Instantânea 4,4 0,31 Desativada Tipo de curva VI b) Função de Sobrecorrente temporizada de neutro (51N) Para o cálculo do TAPE de neutro, será considerado apenas 15% da corrente nominal do transformador. A Tabela 4.15 corresponde ao ajuste do TAPE de neutro do barramento de média tensão. Tabela 4.15 – TAPE de neutro do barramento de média tensão. Equação @A 0,1 H 0,3 ,@C 8 0,15 261,5 60 TAPE obtido TAPE adotado @A 0,653 @A 0,7 Determinou-se o dial 0,55 e uma curva IEC muito inversa para a função de sobrecorrente temporizada de neutro, pois na simulação esses valores apresentaram uma boa margem de coordenação entre as proteções de média e a alta tensão. Na Tabela 4.16, tem-se o ajuste da proteção do barramento de média tensão. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 76 Tabela 4.16 – Ajuste da proteção de neutro para barramento de MT. Proteção TC Graduação Fabricante/ Tipo TAPE Dial Instantânea 0,7 0,55 Desativada Função 51N 300:5 Areva P142 Tipo de curva VI 4.5.2.3 - AJUSTE DOS RELÉS DAS SAÍDAS DE ALIMENTADORES a) Função de Sobrecorrente temporizada de fase (51) No ajuste dos alimentadores, considerou-se que cada alimentador possui uma demanda máxima igual à metade da potência instalada da subestação, correspondendo uma demanda de 3,125 MVA. A Tabela 4.17 demonstra o cálculo do ajuste do TAPE de fase para os alimentadores, para uma condição de sobrecarga de 30%. Tabela 4.17 – TAPE de fase dos alimentadores. Equação @A < B? 8 1,3 130,8 < ,@C 40 TAPE obtido TAPE adotado @A < 4,25 @A 4,26 A fim de determinar o dial e a curva, é importante calcular o tempo de atuação do relé do barramento de MT, para curto-circuito trifásico. Na Equação (4.16) é apresentado o cálculo do tempo de atuação do relé da barra de média tensão para um curto de 2,8 kA na barra da SE Campus do Pici. @D/EF G7HI 0,31 13,5 0,435 O L ' 2800 J K M 1 J 264 K – 1 4.16 Logo o tempo de atuação do alimentador deverá ser de 135 ms para a falta trifásica. Na Equação 4.17 tem-se o cálculo do dial da função de fase do alimentador, com uma curva IEC muito inversa: Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 77 G7HI @D/EF L SJ K M 1T 0,135 2800 ' SJ K M 1T 170,4 0,15 13,5 4.17 Adotou-se um dial de 0,1 e a curva muito inversa da IEC, para o ajuste de fase do alimentador. A Tabela 4.18, apresenta os dados de ajuste da proteção de fase dos alimentadores. Tabela 4.18 – Ajuste da proteção de fase dos alimentadores. Proteção Função 51 TC Graduação Fabricante/ Tipo 200:5 Areva P142 TAPE Dial Instantânea 4,26 0,1 Desativada Tipo de curva VI b) Função de Sobrecorrente temporizada de fase (51) Determinou-se que corrente de “pickup” de neutro igual a 30 A, pois o mesmo valor é adotado no alimentador 01C8 [Anexo D]. O valor de 30 A corresponde um TAPE de 0,75. A fim de determinar o dial e a curva, é importante calcular o tempo de atuação do relé do barramento de MT, para curto-circuito fase-terra. Na Equação (4.18) é apresentado o cálculo do tempo de atuação do relé da barra de média tensão para um curto de 2,9 kA na barra da SE Campus do Pici. @D/EF G7HI 0,55 13,5 0,109 O L ' J K M 1 J2900K – 1 42 4.18 O tempo de atuação do relé da barra de MT impossibilita uma margem de coordenação de 300 ms. Logo o relé do alimentador deverá atuar pela função instantânea, a fim de possibilitar uma maior margem de coordenação. e) Função de Sobrecorrente Instantânea de neutro (50N) Na Equação (4.19) é calculado o valor máximo do ajuste de instantânea de neutro. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 78 @A981 P =='Q:í89:4 0,2 P P5 ,@C 40 (4.19) O valor adotado para o ajuste foi de 5 A, correspondendo uma corrente de 200 A no lado primário do TC. Adotou-se a curva IEC muito inversa e o dial 0,1 para a função temporizada de neutro. Os ajustes da proteção de neutro para o barramento de alta tensão são especificados na Tabela 4.19: Tabela 4.19 – Ajuste da proteção de neutro dos alimentadores. Proteção TC Graduação Fabricante/ Tipo Função 51N 200:5 Areva P142 TAPE Dial Instantânea 0,75 0,1 5 Tipo de curva VI 4.6 - SIMULAÇÃO DO SISTEMA Para a simulação do sistema foi utilizada a ferramenta computacional denominada EASY POWER. A primeira versão do software foi lançada no mercado em 1990. O EASY POWER é um software onde é possível projetar, analisar e monitorar os sistemas de energia elétrica. O programa é utilizado para simular fluxo de carga, curto-circuito, coordenação proteção do sistema, entre outras [endereço do site]. a) Diagrama unifilar Antes de realizar as simulações deve-se desenhar o diagrama unifilar da subestação. Os seguintes parâmetros foram utilizados na simulação: • Relação de X/R e correntes de curto-circuito, para a falta trifásica e fase-terra, no barramento de alta tensão da SE Pici [Anexo G]; • Valores de impedância de seqüência do condutor em Ohm/km, que foram apresentadas na Tabela 4.2. Também é necessária a ampacidade do condutor, que para o cabo 315 mm² é de 730 A [33]; Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 79 • Informações do transformador de potência [Anexo I]; • Dados dos equipamentos de proteção; Na Figura 4.1 é ilustrado o diagrama do sistema elétrico das instalações, apresentando a configuração do sistema, contemplando o Barramento da SE Pici da Coelce, a linha de transmissão e a SE Campus do Pici. Figura 4.1 – Sistema da simulação. b) Simulação de Curto Circuito Na Tabela 4.20 são apresentados os dados de curto-circuito obtidos a partir das simulações no EASY POWER. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 80 Tabela 4.20 – Valores de curto-circuito da simulação. Tipo de curto-circuito Barramento de alta tensão Barramento de média tensão Trifásico 10578 A 2829 A Bifásico 9161 A 2450 A Bifásico-terra 9286 A 2940 A Fase-terra 3878 A 3026 A Observa-se que os valores de curto-circuito trifásico, bifásico e fase-terra aproximam-se dos calculados no tópico tal deste Capítulo. c) Simulação das Proteções Para realizar a simulação da coordenação dos relés de proteção, foi necessário converter os valores dos ajustes calculados anteriormente em PU. Essa transformação foi devido ao relé Areva P142, utilizado no estudo, que trabalha com valores de TAPE em PU [40]. Para transformar os ajustes dos relés em PU, todos os valores de TAPE foram divididos por 5, que corresponde à corrente secundária do TC. Após a divisão foi constatado que o valor de TAPE de neutro (valor 0,11) do barramento de alta tensão estava fora da faixa de ajuste do relé. A faixa do relé era 0,08 a 4 PU, que corresponde a uma faixa de corrente secundaria do TC de 0,4 a 20 A. Por esta razão, o TAPE de neutro foi alterado para o valor de 0,4 que dividido por 5 corresponde ao ajuste 0,08 no relé Areva. Na Tabela 4.21, tem-se os dados ajustados nos relés para simulação. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 81 Tabela 4.21 – Ajuste dos relés na simulação. Relé TC Função de Proteção Faixa de TAPE Dial Ajuste TAPE Inst. Tipo de Curva Coelce 800/5 50/51 IEC 0,5-20 5,3 0,16 - VI Coelce 800/5 50N/51N IEC 0,5-20 1 0,4 - VI Barra AT 600/5 50/51 IEC 0,08-4 0,1 0,6 2,5 VI Barra AT 600/5 50N/51N IEC 0,08-4 0,08 0,5 2 VI Barra MT 300/5 50/51 IEC 0,08-4 0,88 0,31 - VI Barra MT 300/5 50N/51N IEC 0,08-4 0,14 0,55 - VI Alimentador 200/5 50/51 IEC 0,08-4 0,85 0,1 - VI Alimentador 200/5 50N/51N IEC 0,08-4 0,15 0,1 1 VI Para o melhor entendimento, a tela dos ajustes da função de fase do barramento de média tensão é ilustrada na Figura 4.2. Figura 4.2 – Tela de ajuste da função de fase do relé do alimentador. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 82 A simulação da proteção foi fundamental para determinar os valores de dial e os tipos de curva, pois o EASY POWER possui uma ferramenta que auxilia a alteração dos valores dos ajustes. Após parametrizar todos os relés, a simulação da coordenação do sistema de proteção foi executada. Os resultados da simulação são apresentados a seguir, onde consta a coordenação de fase e neutro para alta tensão, média tensão e todo o sistema. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 83 Figura 4.3 – Coordenograma de fase da alta tensão. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 84 Figura 4.4 – Coordenogrma de neutro da alta tensão. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 85 Figura 4.5 – Coordenograma de fase da média tensão. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 86 Figura 4.6 – Coordenograma de neutro da média tensão. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 87 Figura 4.7 – Coordenograma de fase do sistema. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 88 Figura 4.8 – Coordenograma de neutro do sistema. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 89 4.7 - PROTEÇÃO DIFERENCIAL Uma proteção diferencial tem a finalidade de detectar faltas na zona de proteção entre os Transformadores de Corrente do lado de alta e baixa tensão do transformador. Quando atuada a função de proteção, o equipamento protegido é imediatamente desligado [41]. Essa proteção é inerentemente seletiva, isto é, a seletividade é obtida pela própria concepção e não através de temporizações ou graduações de corrente. Logo, seu tempo de atuação deve ser o menor possível, não necessitando de temporização intencional [41]. O relé diferencial será utilizado na proteção do transformador. O transformador adotado possui as seguintes características: potência nominal de 5/6,25 MVA, tensão nominal de 69/13,8 kV, impedância de 7% e ligação triângulo/estrela com centro estrela acessível. Por causa do tipo de ligação o lado de alta está deslocado de 30º do lado de média tensão do transformador. O relé de proteção escolhido para a proteção diferencial foi o modelo TPU-2000R, de fabricação ABB. A seguir os cálculos para o ajuste da proteção diferencial, com base nos 13 passos do Anexo B: 1. Escolhe-se o ajuste de compensação de ângulo de fase em 30º com o lado Alto conectado como Enrolamento 1 e o lado Baixo conectado como Enrolamento 2. 2. As correntes de carga máxima a 6,25 MVA são calculadas a seguir: U V 6250 69 √3 6250 √3 52,3 13,8 261,5 4.20 4.21 3. Assumindo uma barra infinita, tem-se que as correntes máximas de falha passante são: U √3 6250 69 0,07 597,7 Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 4.22 90 V 6250 13,8 √3 0,07 2988,4 4.23 4. Adotaram-se as seguintes relações de TCs: Lado de alta tensão: 75/5, RTC igual a 15 Lado de baixa tensão: 400/5, RTC igual a 80 As correntes secundárias do TC na máxima falha passante são apresentadas a seguir: 597,7 39,8 15 4.24 2988,4 37,4 80 4.25 U? V? As duas correntes de falha passante foram menores do que 100 A, justificando a escolha do TC. 5. As correntes de fase no lado secundário do TC com potência máxima do transformador de 6,25 MVA são dadas a seguir: 52,6 3,48 15 261,5 V 3,27 80 U 4.26 4.27 6. Determinaram-se as correntes do relé na condição de carga máxima: A ligação dos TCs do lado de alta deve ser em estrela e as do lado de baixa em delta, resultando nas seguintes correntes de carga máxima: IHR ILR 52,6 3,48 A 15 261,5 √3 5,66 A 80 Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 4.28 4.29 91 7. As correntes aparentes do relé nas máximas correntes de carga são: U, 3,48 V, 5,66 4.30 4.31 8. Selecionou-se os ajustes das derivações do lado de alta 87T-1 em 3,5 A e do lado de baixa 87T-2 em 5,66 A: 9. Verificou-se que as correntes aparentes de falha passante do relé no secundário do transformador de corrente, do lado de alta e do lado de baixa, são de 35 vezes os ajustes de derivação selecionados. U? P 35 U, 4.32 39,8 P 122,5 4.33 37,4 P 198,2 4.35 V? P 35 V, 4.34 10. Selecionou-se uma pendente percentual linear de 30%, conforme indicação do manual do relé. 11. Selecionou-se uma corrente mínima de operação de 0.3 por unidade, conforme indicação do manual do relé. 12. Selecionou-se 2º harmônico para o Modo de Restrição de Harmônicos e 15% para o Modo de Restrição Percentual. 13. Selecionou-se o Ajuste Instantâneo de Ajuste Alto sem Restrições 87H: A Corrente do relé do lado de alta com capacidade de autoresfriamento é calculada a seguir: I √3 5000 69 15 2,79 A Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 4.36 92 A corrente de energização do transformador é 10 vezes a capacidade de autorefrigeração. O ajuste do 87H é calculado a seguir: I 2,79 5 10 5,6 A 4.37 4.8 - CONCLUSÃO Neste Capítulo foram apresentados os estudos de curto-circuito e das proteções para a SE Campus do Pici, utilizando os critérios citados no Capítulo 2. Foram descritos os requisitos necessários para realizar o estudo da proteção. As correntes de curto-circuito foram calculadas e utilizadas para calcular os ajustes das funções de sobrecorrente. O sistema foi simulado através do “software” Easy Power, apresentando resultados próximos dos valores calculados. Por fim, é apresentado o cálculo da função diferencial. Capítulo 4 – Estudo da proteção de sobrecorrente da SE 69 kV/ 13.8 kV do Campus do Pici 93 CAPÍTULO 5 CONCLUSÃO E DESENVOLVIMENTO FUTURO 5.1 - CONCLUSÃO Neste trabalho é apresentado o estudo das proteções da subestação proposta para o Campus do Pici da UFC, sendo os cálculos baseados em critérios apresentados em normas, livros e manuais de equipamentos. Foi apresentada a configuração e estágio atual da rede interna de distribuição da UFC e suas principais características, dentre as quais uma configuração radial com um sistema de proteção deficitário, poucos recursos operacionais e sem muitos recursos para melhoria da confiabilidade. Com base nessa falta de recurso da proteção do sistema elétrico do Campus do Pici, na necessidade de modernizar a rede elétrica do Campus do Pici para melhorar a confiabilidade e atender às normas vigentes e a redução de custos com a mudança da modalidade tarifária foi apresentada a justificativa a implementação da subestação de 69-13,8 kV no Campus do Pici. A configuração proposta no trabalho apresenta melhorias na confiabilidade, disponibilidade e segurança da rede de distribuição interna da universidade. Com a divisão da carga em dois alimentadores dotados de relés numéricos associados a religadores, a rede se torna capaz de se restabelecer para curtos-circuitos transitórios. No caso de curto-circuito permanente, apenas o alimentador afetado será desenergizado, aumentando a confiabilidade e continuidade de serviço da rede. Além na melhoria na confiabilidade, disponibilidade e segurança na rede, a proposta mostrou outros benefícios, como a redução da conta de energia e possibilidade da subestação ser utilizada como um laboratório de ensino e pesquisa para os estudantes. A parametrização dos relés é apresentada no estudo, que tem como base a potência nominal da subestação proposta e o estudo das correntes de curto-circuito. Como forma de validar o resultado do estudo, o sistema foi simulado no programa computacional “Easy Power”, que apresentou um resultado semelhante ao do estudo. CAPÍTULO 5 – Conclusão e Desenvolvimento Futuro 94 5.2 - DESENVOLVIMENTO FUTURO A modernização do sistema elétrico do Campus do Pici requer a realização de muitos outros estudos que podem ser realizados através de trabalhos futuros, dentre os quais estão: - Estudos de curto-circuito, fluxo de carga, proteção para analisar os impactos da reconfiguração da rede com a implantação de um sistema de reposição automática; - Estudo para implantação da Automação da Subestação integrada ao grupo gerador e a rede de distribuição; - Estudo para analisar os aspectos positivos e negativos da UFC se manter na categoria de consumidor cativo e a viabilidade de mudança para a categoria de consumidor livre; - Estudo para implantação de medidores inteligentes e de um sistema de gestão da medição; - Desenvolvimento de um sistema simulador para treinamento de operação, proteção e automação de sistemas elétricos para capacitação presencial e a distância, baseado na rede elétrica do Campus do Pici; - Estudo para redução da multa na conta de energia utilizando banco de capacitores na SE 69-13,8 kV ou próximo as cargas; - Estudo para analisar o uso da geração centralizada ou distribuída. CAPÍTULO 5 – Conclusão e Desenvolvimento Futuro 96 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Blume, Steven Warren. Electric power system basics : for the nonelectrical professional. Hoboken, N.J. : Wiley-Interscience ; Piscataway, NJ : IEEE Press, c2007. [2] Disponível na URL www.ons.org.br, acessada no dia 14/11/10. [3] Disponível na URL http://www.aneel.gov.br/, acessada no dia 14/11/10. [4] Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1 kV a 36,2 kV, 2005. [5] Coelce, Norma Técnica NT-002/2010 R-02 – Fornecimento de energia elétrica em tensão primaria de distribuição. [6] Coelce, Critérios de Projetos CP-011/2003 R-00 – Subestação de distribuição aérea e semi-abrigada. [7] Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão, 2005. [8] Coelce, Norma Técnica NT-004/2010 R-04 – Fornecimento de energia elétrica em alta tensão – 69 kV. [9] Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT NBR 8769 – Diretrizes para Especificação de um Sistema de Proteção Completo, 1985. [10] Pereira, D.R. Um sistema de software para execução de estudos de coordenação e seletividade em sistema de distribuição [Minas Gerais] 2007. [11] CPFL, Norma Técnica nº 2912, versão 1.2 – Proteção de Redes Aéreas de Distribuição – Sobrecorrente, 2006. [12] Vicentini, O.H.S. Proteção de sobrecorrente de sistema de distribuição [Minas Gerais] 2003. [13] Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT NBR 5359 – Elos-Fusíveis de Distribuição, 1989. [14] Disponível na URL http://www.indelbauru.com.br, acessada em 20/10/10. [15] Disponível na URL http://paginas.fe.up.pt/~jrf/aulas0506/sobreintensidade/resumo_sp.pdf, acessada em 21/10/10. [16] Disponível na URL http://www05.abb.com/global/scot/scot235.nsf/veritydisplay/2e12c879b8b7fa8bc1257568 0050f378/$File/CA_HD4%28PT%29M_1VCP000004-0901.pdf, acessada em 21/10/10. Referências Bibliográficas 97 [17] Sampaio, R.F, Proteção de Sistemas Elétricos - Notas de Aula. Departamento de Engenharia Elétrica - UFC Universidade Federal do Ceará. [18] Disponível na URL http://www.selinc.com.br/art_tecnicos/6013.pdf, acessada em 23/10/10. [19] Disponível na URL http://www.cooperpower.com/Library/pdf/S77056E.pdf, acessada em 23/10/10. [20] Disponível na URL http://www.cooperpower.com/Library/pdf/KFE10002P.pdf, acessada em 24/10/10. [21] Disponível na URL http://www.cooperpower.com/Library/pdf/S280421.pdf, acessada em 24/10/10. [22] Eletrobrás, Comitê de Distribuição. Proteção de Sistemas Aéreos de Distribuição. Coleção Distribuição de Energia Elétrica. Volume 2. Eletrobrás, Rio de Janeiro. 1982. [23] Pontes, L. M. A. V. e “Desenvolvimento de Ferramenta Computacional para cálculo de curtos-circuitos em Sistemas de Potência”, Universidade Federal do Ceará – UFC, 2009 [24] G. Kindermann. Curto-Circuito, Edição do Autor, 4ª Edição, 2005. [25] Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT NBR 6856 – Transformador de corrente, 1992. [26] S. Giguer, Proteção de Sistemas de Distribuição, Editora SAGRA, Porto Alegre-RS, 1988. [27] G. Kindermann, Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, Edição do Autor, 1ª Edição, 1999. [28] Junior, R. C. P. e “Proteção de Sobrecorrente em Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica Através de Abordagem Probabilísticas”, Universidade de São Paulo – USP, 2006 [29] Disponível na URL http://www.electricalmanuals.net/files/RELAYS/SIEMENS/7SJ531/C53000-G1176C114-2.pdf, acessada em 3/11/10. [30] ABB Power T&D Company Inc. TPU 2000R – Manual de Instruções 1MRA588372-MIB, 1997. [31] Diagrama Unifilar da [32] Coelce, rede interna de distribuição do Campus do Pici. Critérios de Projetos CP-01/2002 R-0 – Rede de Distribuição Aérea de Média e de Baixa Tensão. [33] Banco de Dados do “software” CADPLAN. [34] Disponível na URL http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Cartilha_Revisao_1.pdf, acessada em 5/11/10. Referências Bibliográficas 98 [35] Ximenes, S. C. e “Estudo Técnico-Econômico de Implantação de Grupos Geradores a Diesel no Campus do Pici para Funcionamento no Horário de Ponta”, Universidade Federal do Ceará – UFC, 2009 [36] Agência Interativa de Grandes Clientes - COELCE. Disponível na URL http://www.coelce.com.br/agenciainterativagc/default.aspx, acessado em 29/10/10. [37] Disponível na URL https://www.coelce.com.br/paraseusnegocios/alta-tensao/tarifas.aspx, acessada em 29/10/10. [38] Ferreira, M. G., “Estudo de Economia de Energia Elétrica no Campus da Unifor”, Fortaleza, Junho de 2005. Monografia, Universidade de Fortaleza. [39] Disponível na URL http://www.caixa.gov.br/voce/poupanca/index.asp, acessada em 30/10/10. [40] Disponível [41] P. na URL ftp://ftp.areva-td.com/P14x_EN_M_B64.pdf, acessada em 30/10/10. K. Maezono, Proteção de Transformadores de Potência em Derivação e Proteção de Alimentadores Primários na Subestação, Fundação Coge, 3ª Edição, 2005. Referências Bibliográficas ANEXO A (TABELA DE CÓDIGOS ANSI) Tabela ANSI Nº Função 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 Denominação Elemento Principal função de partida/ fechamento temporizado função de verificação ou interbloqueio contator principal dispositivo de interrupção disjuntor de partida disjuntor de anodo dispositivo de desconexão da energia de controle dispositivo de reversão chave de sequência das unidades reservada para futura aplicação dispositivo de sobrevelocidade dispositivo de rotação síncrona dispositivo de subvelocidade dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou frequência reservado para futura aplicação chave de derivação ou descarga dispositivo de aceleração ou desaceleração contator de transição partida-marcha válvula operada elétricamente relé de distância disjuntor equalizador dispositivo de controle de temperatura Relé de sobreexcitação ou Volts por Hertz relé de verificação de Sincronismo ou Sincronização dispositivo térmico do equipamento relé de subtensão reservado para futura aplicação contator de isolamento relé anunciador dispositivo de excitação relé direcional de potência chave de posicionamento chave de sequência operada por motor dispositivo para operação das escovas ou curto-circuitar anéis coletores dispositivo de polaridade 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 relé de subcorrente ou subpotência dispositivo de proteção de mancal reservado para futura aplicação relé de perda de excitação disjuntor ou chave de campo disjuntor/ chave de operação normal dispositivo de transferência manual relé de sequência de partida reservado para futura aplicação relé de desbalanceamento de corrente de fase relé de sequência de fase de tensão relé de sequência incompleta/ partida longa relé térmico relé de sobrecorrente instantâneo relé de sobrecorrente temporizado disjuntor de corrente alternada relé para excitatriz ou gerador CC disjuntor para corrente contínua, alta velocidade relé de fator de potência relé de aplicação de campo dispositivo de aterramento ou curto-circuito relé de falha de retificação relé de sobretensão relé de balanço de tensão/ queima de fusíveis relé de balanço de corrente relé temporizador relé de pressão de gás (Buchholz) relé de proteção de terra regulador relé de supervisão do número de partidas relé direcional de sobrecorrente relé de bloqueio por oscilação de potência dispositivo de controle permissivo reostato elétricamente operado dispositivo de detecção de nível disjuntor de corrente contínua contator de resistência de carga função de alarme mecanismo de mudança de posição relé de sobrecorrente CC 77 transmissor de impulsos relé de medição de ângulo de fase/ proteção contra falta de 78 sincronismo 79 relé de religamento 80 reservado para futura aplicação 81 relé de sub/ sobrefrequência 82 relé de religamento CC 83 relé de seleção/ transferência automática 84 mecanismo de operação 85 relé receptor de sinal de telecomunicação 86 relé auxiliar de bloqueio 87 relé de proteção diferencial 88 motor auxiliar ou motor gerador 89 chave seccionadora 90 dispositivo de regulação 91 relé direcional de tensão 92 relé direcional de tensão e potência 93 contator de variação de campo 94 relé de desligamento 95 à 99 usado para aplicações específicas COMPLEMENTAÇÃO DA TABELA ANSI: 50 N - sobrecorrente instantâneo de neutro 51N - sobrecorrente temporizado de neutro ( tempo definido ou curvas inversas) 50G - sobrecorrente instantâneo de terra (comumente chamado 50GS) 51G - sobrecorrente temporizado de terra (comumente chamado 51GS e com tempo definido ou curvas inversas) 50BF - relé de proteção contra falha de disjuntor (também chamado de 50/62 BF) 51Q - relé de sobrecorrente temporizado de seqüência negativa com tempo definido ou curvas inversas 51V - relé de sobrecorrente com restrição de tensão 51C - relé de sobrecorrente com controle de torque 59Q - relé de sobretensão de seqüência negativa 59N - relé de sobretensão residual ou sobretensão de neutro (também chamado de 64G) 64 - relé de proteção de terra pode ser por corrente ou por tensão. Os diagramas unifilares devem indicar se este elemento é alimentado por TC ou por TP, para que se possa definir corretamente. Se for alimentado por TC, também pode ser utilizado como uma unidade 51 ou 61. Se for alimentado por TP, pode-se utilizar uma unidade 59N ou 64G. A função 64 também pode ser encontrada como proteção de carcaça, massa-cuba ou tanque, sendo aplicada em transformadores de força até 5 MVA. 67 N - relé de sobrecorrente direcional de neutro (instantâneo ou temporizado) 67 G - relé de sobrecorrente direcional de terra (instantâneo ou temporizado) 67Q - relé de sobrecorrente direcional de seqüência negativa Proteção Diferencial - ANSI 87: O relé diferencial 87 pode ser de diversas maneiras: 87 T - diferencial de transformador (pode ter 2 ou 3 enrolamentos) 87G - diferencial de geradores; 87GT - proteção diferencial do grupo gerador-transformador 87 B - diferencial de barras. Pode ser de alta, média ou baixa impedância. Pode-se encontrar em circuitos industriais elementos de sobrecorrente ligados num esquema diferencial, onde os TC´s de fases são somados e ligados ao relé de sobrecorrente. Também encontra-se um esquema de seletividade lógica para realizar a função diferencial de barras. 87M - diferencial de motores - Neste caso pode ser do tipo percentual ou do tipo autobalanceado. O percentual utiliza um circuito diferencial através de 3 TC´s de fases e 3 TC´s no neutro do motor. O tipo autobalanceado utiliza um jogo de 3 TC´s nos terminais do motor, conectados de forma à obter a somatória das correntes de cada fase e neutro. Na realidade, trata-se de um elemento de sobrecorrente, onde o esquema é diferencial e não o relé. ANEXO B (CÁLCULO DE AJUSTES DIFERENCIAIS PARA UM RELÉ DE 2 ENROLAMENTOS) Cálculo de Ajustes Diferenciais para um Relé de 2 Enrolamentos Siga estes passos para calcular os ajustes do relé. Um exemplo é dado no final do procedimento. 1. Determine o deslocamento de fase do transformador de potência entre os lados de alta e baixa tensão. Atribua o lado de alta como enrolamento 1 e o lado de baixa como enrolamento 2. Estabeleça um ajuste de Compensação de Fase igual ao ângulo pelo qual as correntes do enrolamento 1 estão adiantadas das correntes do enrolamento 2. Observe o procedimento na seção 2 para determinar este ajuste ou vide Método para Determinar Ajuste de Compensação de Fase posteriormente nesta seção. 2. Determine as correntes de carga máximas, IH e IL, do lado de alta e do lado de baixa do transformador de potência. 3. Determine as máximas correntes de falha passante, IHF e ILF, para ambos os lados do transformador. 4. Escolha a relação de transformador de corrente (TC) de acordo com o Passo 1 para dar aproximadamente 5 A de corrente secundária na máxima corrente de carga, mantendo a corrente máxima de falha externa em menos de 100 ampères no secundário. Para transformadores de dois enrolamentos, a corrente de falha passante é limitada pela impedância do transformador. 5. Calcule as correntes de carga, IHS e ILS, nos lados secundários do TC. 6. Calcule as correntes secundárias do TC que passam pelos terminais do TPU2000R: IHR=IHS*HSECF; ILR=ILR*LSECF onde HSECF e LSECF são os fatores de multiplicação da Tabela 7-1 que levam em conta o efeito das ligações do TC externo. 7. Calcule as correntes de restrição usadas dentro do relé após aplicada a compensação interna de fase: IHAR = IHR * HSICF; ILAR = ILR * LSICF onde HSICF e LSICF são os fatores de multiplicação para a compensação interna da Tabela 7-1. Tabela 7-1 Ligação do Transformador Alta Estrela Baixa Estrela Triângulo Estrela Triângulo Triângulo Triângulo Estrela Ligação de TC Alta Triângulo Estrela Estrela Estrela Triângulo Estrela Estrela Baixa Triângulo Estrela Estrela Estrela Estrela Triângulo Estrela Fator de Multiplicação de Compensação Interna Alta Baixa 1 1 1 1 1 1 1 √3 1 1 1 1 1 √3 Fator de Multiplicação de Compensação Externa Alta Baixa √3 √3 1 1 1 1 1 1 1 √3 1 √3 1 1 8. Selecione os ajustes de derivação do lado de alta e de baixa arredondando IHAR e ILAR, respectivamente ao valor mais próximo de 0.1 ampère. Se cada valor for maior ou menor que a faixa de derivação disponível, nesse caso, forme a relação de dois valores e ajuste as derivações na mesma relação. 9. Verifique que as correntes de falha passante no secundário dos transformadores de corrente do lado de alta e de baixa sejam menores de 35 vezes os ajustes de derivação selecionados (IHFS - 35 x TH e ILFS - 35 x TL). Esta é limitação interna do conversor analógico digital. 10. Selecione a curva característica diferencial percentual. O exemplo mostrado é para uma pendente percentual linear. Por segurança, selecione uma pendente 20% a 30% para transformadores sem comutadores de carga e de 30% a 40% para transformadores com comutadores de carga. 11. Selecione a corrente mínima de operação entre 0.2 e 0.4 por unidade. A corrente de operação mínima é a diferença por unidade entre as correntes de restrição por unidade dos enrolamentos 1 e 2. 12. Para bloquear o disparo na corrente de energização do transformador, selecione o Modo de Restrição de Harmônicos e o Modo de Restrição Percentual. As opções são 2nd, 2nd e 5th ou All Harmonics e 7.5% a 25% da Fundamental em degraus de 2.5%. 13. Selecione o Ajuste Diferencial Instantâneo de Ajuste Alto sem Restrições de maneira que não irá disparar com a corrente de energização do transformador. Se a corrente de energização do transformador não for conhecida, utilize a corrente nominal de carga do transformador de potência auto refrigerado. (página 7-2) Utilize o Registro de Restrição de Harmônicos para regular os ajustes de Modo de Restrição de Harmônicos, Restrição Harmônicos Percentual e Diferencial Instantâneo de Ajuste Alto sem Restrições depois que o transformador tenha sido energizado várias vezes. Exemplo de Cálculo de Ajustes para o Relé de 2 Enrolamentos Para este exemplo são assumidos os seguintes valores nominais e conexões do transformador: 12/16/20 MVA OA/FA/FA, Deslocamento de fase: Lado alto adianta o lado baixo em 30º 115-kV Triângulo, 13.8-kV Estrela Impedância 8.5%, derivações +/- 10% Lado Alto (115 kV-Triângulo) faixa do regulador de Lado baixo (13.8 kV Estrela) 1. O ajuste de compensação de ângulo de fase é 30º com o lado Alto conectado como Enrolamento 1 e o lado Baixo conectado como Enrolamento 2. 2. Corrente de carga máxima a 20 MVA IH = 20.000/(115 * 1,73) = 100 A IL = 20.000/(13.8 * 1,73) = 837 A 3. Correntes máximas de falha passante assumindo uma barra infinita: IHF = 12.000/(115 * 1,73 * 0,085) ILF = 12.000/(13,8 * 1,73 * 0,085) = 709 A = 5907 A 4. Escolher relações de CT's: Lado de Alta 100/5 = 20 Lado de Baixa 1000/5 = 200 Correntes secundárias do CT na máxima falha passante: IHFS = 709/20 = 35,5 ILFS = 5907/200 = 29,5 A <100A 5. Correntes de fase no lado secundário do TC com potência máxima do transformador de 20 MVA: IHS = 100/20 = 5,0 a ILS = 837/200 = 4,19 A 6. Correntes do relé da corrente de carga máxima: Ligação de secundário TC lado de alta Conexões do secundário de CT lado de baixa Estrela (HSECF=1) Triângulo (LSECF=1,73) Estrela (LSECF=1) IHR = 5,0 A ILR = 4,19a * 1,73 ILR = 4,19a * 1,00 = 7,26 A = 4,19A 7. Correntes aparentes do relé nas máximas correntes de carga Lado de Alta Lado de Baixa Estrela (HSICF=1) Triângulo (LSICF=1) Estrela (LSICF=1,73) IHAR=5,0A ILAR= 7,26A ILAR=4,19 * 1,73=7,26A 8. Selecione os ajustes das derivações do lado de alta 87T-1 e do lado de baixa 87T2: 87T-1 = 5,0 A 87T-2 = 7,3A 87T-2 = 7,3 A 9. Verifique que as correntes aparentes de falha passante do relé no secundário do transformador de corrente do lado de alta e do lado de baixa sejam menores que 35 vezes os ajustes de derivação selecionados. 35,5 - 35 * 5 = 175A Triângulo 29,5 * 1,73 - 35 * 7,3 = 255,5 Estrela 29,5 * 1,73 - 35 * 7,3 = 255,5 10. Selecione uma pendente percentual linear de 30% para um transformador de potência com regulador de carga de +/- 10%. 11. Selecione uma corrente mínima de operação de 0.3 por unidade. 12. Selecione 2º harmônico para o Modo de Restrição de Harmônicos e 15% para o Modo de Restrição Percentual. 13. Selecione o Ajuste Instantâneo de Ajuste Alto sem Restrições 87H: Corrente do relé do lado de alta com capacidade de autoresfriamento = 12.000/(115 * 1,73 * 20) = 3.0 A A corrente de energização do transformador é 10 vezes a capacidade de autorefrigeração (tipicamente 8 a 10 vezes) Ajuste 87H = (3.0 A * 10)/5-A ajuste do lado de alta = 6.0 por unidade ANEXO C (DIAGRAMA UNIFILAR DO ALIMENTADOR 01C8) ANEXO D (OAP DO ALIMENTADOR 01C8) ANEXO E (AVT DA SUBESTAÇÃO 69-13,8 KV DO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC) ANEXO F (PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO 69-13,8 KV NO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC) Universidade Federal do Ceará - UFC Departamento de Engenharia Elétrica - DEE Caixa Postal 6001 - Campus do Pici CEP: 60.455-760. Fortaleza - CE - Brasil Fone: +55 85 3366.9580 Fax: +55 85 3366.9574 Projeto para Implantação de uma Subestação 69-13,8 kV no Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará - UFC SE Pici Campus UFC Equipe: - Prof. Tomaz Nunes Cavalcante Neto - Coordenador - Prof. Raimundo Furtado Sampaio - Prof. Carlos Gustavo Castelo Branco - Engº. Fabrício da Rocha Leite - Allan Victor - Aluno de Iniciação científica ÍNDICE 1.OBJETIVO................................................................................................................................. 02 2.INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 04 3.BENEFÍCIOS............................................................................................................................. 03 4.SUBESTAÇÃO.......................................................................................................................... 03 5.CRITÉRIO DE PROJETO..........................................................................................................03 6. CARACTERÍSTICAS DOS EQUIPAMENTOS DA SUBESTAÇÃO ....................................... 03 7.CUSTO ORÇAMENTÁRIO........................................................................................................ 03 8.RETORNO DO INVESTIMENTO............................................................................................... 03 9.CONCLUSÃO........................................................................................................................... 03 10.ANEXOS.................................................................................................................................. 03 1.OBJETIVO Este projeto tem como objetivo a implantação de uma Subestação 69000/13.800V no Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará, visando a melhoria da confiabilidade, disponibilidade, segurança e da qualidade da energia fornecida ao sistema elétrico de distribuição do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará com a implantação de um moderno sistema de proteção e automação, a redução da tarifa de energia com a mudança da modalidade tarifária e a adequação do nível de tensão da rede elétrica ao estabelecido no módulo 3 do Procedimento de Distribuição (PRODIST) da Agência Reguladora de Energia Elétrica Nacional (ANEEL) . 2. DESCRIÇÂO DO PROBLEMA Atualmente o sistema elétrico do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará é suprido através de um alimentador de distribuição de 13.800 V, pertencente ao sistema elétrico de média tensão da Companhia Energética do Ceará – Coelce. O MÓDULO 3 – ACESSO AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO do Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, estabelece as condições de acesso, compreendendo a conexão e o uso ao sistema de distribuição e define os critérios técnicos e operacionais, os requisitos de projeto, as informações, os dados e a implementação da conexão, aplicando-se aos novos acessantes bem como aos existentes. No item 2 – Critérios Gerais, sub-item 2.1 – Tensão de Conexão, do módulo 3 do PRODIST são estabelecidos critérios que definem os níveis de tensão que as unidades consumidoras devem ser conectadas ao sistema elétrico da Concessionária de Energia nos níveis de Baixa Tensão (BT), Média Tensão (MT) e Alta Tensão (AT), conforme apresentado abaixo: a) Baixa Tensão - BT: carga instalada igual ou inferior a 75 kW; b) Média Tensão - MT: carga instalada superior a 75 kW e MUSD (Montante de Uso do Sistema de Distribuição) contratado inferior a 2500 kW, inclusive; c) Alta Tensão - AT: MUSD contratado superior a 2500 kW. O sistema elétrico da Coelce fornece energia em Alta Tensão em 69.000 V e em Media Tensão em 13.800 V. Atualmente o sistema elétrico do Campus do Pici da UFC está conectado ao sistema de MT da Coelce em 13.800V. A potência instalada do Campus do Pici atualmente é de 9150 kW e a demanda (MUSD) atingiu o patamar de 3500 kW, superando, portanto os requisitos estabelecidos no sub-item 2.1.b do módulo 3 do PRODIST que define o limite para conexão de uma unidade consumidora ao sistema de MT, MUSD até 2500 kW, conforme apresentado acima. De acordo com o estabelecido no sub-item 2.1c do PRODIST uma unidade consumidora com MUSD superior a 2500 kW pode ser conectada ao Sistema de AT. Fundamentada neste critério estabelecido no PRODIST e na resolução 456 da ANEEL, que também estabelece este mesmo critério para conexão da unidade consumidora ao sistema elétrico da Concessionária, a UFC solicitou a Coelce um Atestado de Viabilidade Técnica de Fornecimento de Energia Elétrica (AVT) para conexão ao seu sistema em Alta Tensão, conforme requerido na NT-004 – Norma de Fornecimento de Energia em Alta Tensão da Coelce. Baseado nos dados técnicos apresentados pela UFC, a Coelce emitiu parecer favorável a conexão do sistema elétrico do Campus do Pici ao sistema de AT, 69.000 V, da Concessionária, conforme AVT apresentado no Anexo 1. A legislação do setor elétrico e o parecer favorável da Coelce à conexão do sistema elétrico de distribuição do Campus do Pici em Alta Tensão, a redução da tarifa de energia proporcionada pela conexão em AT e evolução tecnológica do sistema elétrico da UFC motivou a elaboração do Projeto Preliminar da SE Pici Campus UFC. 3. BENEFÍCIOS A SE Pici Campus UFC automatizada, proporcionará dentre outros, os seguintes benefícios para a Universidade Federal do Ceará: • Melhoria na qualidade da energia fornecida a sede do Campus do Pici e aumento da confiabilidade, disponibilidade e segurança do sistema elétrico com a instalação de relés de proteção baseados em microprocessadores integrados a um sistema SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition) da subestação, que proporcionam a supervisão e controle do sistema elétrico da Subestação em tempo real. Vale destacar que o sistema elétrico do Campus do Pici vem se expandindo de forma muito rápida com a construção de novos blocos de salas de aula e laboratórios associados à aquisição de novos equipamentos, tornando imperativo à necessidade da expansão do sistema elétrico da UFC. • Economia de energia com a mudança do faturamento da modalidade de horo-sazonal verde para a modalidade azul, proporcionada pela mudança do nível de tensão da conexão do sistema elétrico da UFC ao sistema elétrico da Coelce de 13.800 V para 69.000 V. Na modalidade tarifária horo-sazonal azul é cobrada uma tarifa por MUSD cerca de 22% mais barata que a modalidade verde. • Possibilidade de novos investimentos na infra-estrutura física da Universidade Federal do Ceará através dos recursos economizados com o retorno do investimento na Construção da SE; • Além disso, a SE servirá como verdadeiro laboratório para ensino e pesquisa nos cursos de graduação e pós-graduação do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC. Os alunos terão acesso ao conhecimento de equipamentos como transformador de potência, disjuntores, religadores, chaves secionadoras de alta e média tensão, serviços auxiliares, relés de proteção baseados em microprocessadores e sistema de automação de uma subestação de 69/13.8 kV; 4. SUBESTAÇÃO A SE Pici Campus UFC será tipo aérea, 69.000-13.800 V, potência instalada, 5/6,25 MVA (ONAN/ONAF) e capacidade de expansão futura de até 12,5 MVA. A Subestação, conforme AVT apresentado pela Coelce e mostrado no anexo 1, será alimentada através uma derivação da linha transmissão de 72,5 kV, Bom-sucesso-Pici II, pertencente ao Sistema Elétrico da Coelce. A tensão de 69.000 V que alimenta o Barramento de 72,5 kV será baixada para 13.800 V, através de um transformador de potência de 5/6,25 MVA, que alimentará o barramento de 15 kV. Serão construídos dois vãos de saída de alimentadores de distribuição para alimentação do sistema elétrico de média tensão do Campus do Pici. 4.1 Localização A SE Pici Campus UFC será construída nos limites do Campus do Pici em local indicado no Mapa Georeferenciado apresentado na Figura 1 e ocupará uma área de aproximadamente 2.500 m² dentro do Campus do Pici. Subestação COELCE Cubículo de Proteção – 13,8 KV Alimentador Existente – Campus do Pici Área proposta para a SE Pici Campus UFC Figura 1 – Localização da SE Pici Campus UFC 4.2 Condições de Operação Os equipamentos a serem instalados na subestação estarão submetidas as seguintes condições de operação: - Altitude abaixo de 1.000m - Temperatura Ambiente Máxima 40°C - Temperatura Média Diária 35°C - Umidade Relativa do Ar Superior a 80% - Velocidade Máxima do Vento 30m/s - Radiação solar máxima 1.000(Wb/m²) 4.3 Característica do Sistema Elétrico da Concessionária - Nº de Fases 3 - Frequência 60Hz - Nível de Tensão AT 69kV MT 13,8kV - Nível de Curto-circuito simétrico AT 25kA MT 26kA - Nível de isolamento – Classe de Tensão AT 72,5kV MT 15kV 4.4 Suprimento A SE Pici Campus UFC, 69.000-13.800 V, será alimentada através de um circuito de alta tensão aéreo com 0,200 km de extensão em condutor 315 mm2, CAL Elgin, até o ponto de entrega da UFC derivado da LINHA AÉREA DE ALTA TENSÃO, 72.5 KV PICI II – BOM SUCESSO 02L5, conforme recomendado na AVT emitida pela Coelce, Anexo 1 deste projeto. O ponto de derivação da LT Coelce para a SE Pici Campus UFC, será localizado a 800 m da SE Pici II da Coelce. A entrada em 69.000 V da SE Pici Campus UFC, deve ser construída de acordo alternativa 3 do desenho 004.01, anexo a Norma Técnica de Fornecimento de Energia da Coelce, NT-004/2009, conforme recomendado na AVT emitida pela Coelce, Anexo 1 deste documento. Na Figura 2 é apresentado o Diagrama Unifilar de Alimentação para Consumidores de 69 kV, apresentado como Alternativa 3 no desenho 004.01 da NT-004/2009 da Coelce. Figura 2 – Diagrama Unifilar de Alimentação para Consumidores de 69 kV 4.5 Configuração Na Figura 3 é apresentado o diagrama unifilar de proteção da SE Pici Campus UFC, 69.000– 13.800 V. Figura 3 – Diagrama Unifilar da SE Pici Campus UFC Conforme apresentado no diagrama unifilar de proteção da Figura 3, a SE Pici Campus UFC será composta de: • Um vão de entrada de linha 72.5 kV com um disjuntor 72,5 kV com recursos operacionais para bay-pass (chaves secionadoras), três transformadores de corrente, um relé de sobrecorrente multifunção composto das funções de sobrecorrente instantânea e temporizada de fase (50/51) e neutro (50N/51N) integrado ao sistema de automação da subestação; • Um barramento simples na alta tensão 72,5 kV; • Um vão de transformação com transformador 5/6,25 MVA com transformadores de corrente em cada bucha, funções de proteção intrínsecas (medidor de temperatura do óleo (26), do enrolamento (49) e nível do óleo) e um relé diferencial (87), numérico, multifunção para proteção externa com as funções de proteção 87, 51G, 50/51, 50N/51N; • Barramento média tensão 15 kV com ; • Dois vão de saída de alimentadores de média tensão 15 kV para alimentação da rede de distribuição do Campus do Pici cada um composto de um religador 15 kV e relé de sobrecorrente com funções 50/51, 50N/51N, 51NS e 79. • Transformadores de Serviços Auxiliares. 5. Critério de Projeto De acordo com a Norma Técnica da COELCE NT-004/2009 - Fornecimento de energia elétrica em alta tensão 69 kV da Coelce o projeto da SE Campus do Pici UFC, 69-13,8 kV, deve contemplar Projeto Civil, Projeto Eletromecânico e Projeto de Automação. 5.1 Projeto Civil 5.1.1 Instalações Provisórias O projeto deve contemplar a instalação de edificações para escritórios, almoxarifados e toda a infra-estrutura necessária a perfeita execução da obra. O projeto deve conter a locação do barracão; instalações provisórias de água, esgoto, luz e força de vias de acesso e circulação interna; drenagem provisória, adequada para área. 5.1.2 Terraplenagem No caso de aterro, o projeto deve indicar: a espessura e o número das camadas; o método de compactação e a caracterização do material a ser empregado. Na Caracterização deve conter no mínimo as seguintes informações granulometria, limite de liquidez, limite de plasticidade, grau de compactação determinado, Índice de Suporte Califórnia (CBR), densidade, umidade ótima e locação da jazida de empréstimo. A superfície final do aterro deve ser dimensionada de modo a resistir à passagem de veículos para manutenção dos equipamentos dentro dos pátios, nas vias de circulação. No trecho que dá acesso aos transformadores deve resistir à carga de movimentação dos mesmos. Escoamento de águas pluviais, para tanto, é necessário ser investigado, o nível máximo das enchentes ocorridas no local; Drenagem das bases dos transformadores de força e demais elementos contidos no pátio da SE; Estabilidade dos taludes. 5.1.3 Escavação e Reaterro O projeto deve indicar as dimensões das cavas e valas de modo a permitir uma execução segura das escavações. Este deve indicar também se as escavações devem ser manual ou mecânica e qual o tipo de material a ser utilizado nos reaterros. Caso haja necessidade deve ser apresentado o projeto de escoramento com o objetivo de atender simultaneamente aos requisitos de segurança e prazos assumidos no cronograma físico da obra. 5.1.4 Drenagem e Pavimentação Deve ser projetado um sistema de drenagem, abrangendo toda a área do terreno da subestação, de modo a proporcionar um perfeito escoamento das águas pluviais, bem como do lençol freático evitando modificações na capacidade de suporte do solo. O projeto de drenagem deve atender as características do local onde será implantada a subestação, observando também os índices pluviométricos da região e os terrenos circunvizinhos, evitando o escoamento de água para os mesmos. Sempre que possível a drenagem deve ser superficial. Para a execução do projeto deve ser verificado junto aos órgãos públicos, onde necessário, o destino das águas captadas, apresentando soluções, de acordo com as exigências dos mesmos. As caixas coletoras e separadora de óleo devem ser dimensionadas para o volume de óleo de um transformador. 5.2 Projeto Eletromecânico O projeto elétrico deverá conter informações sobre os seguintes itens: 5.2.1 Barramento de Alta Tensão (72,5kV) O barramento de tensão superior será do tipo simples, construído em tubos de alumínio 1.1/4. As entradas e saídas de linhas, conexões dos transformadores e demais conexões de equipamentos devem ser com condutores de alumínio 266.8MCM com alma de ao CAA, cujo espaçamento entre fases será de no mínimo 0,79m e entre fase e terra de 0,79m segundo a norma NBR-8186. A estrutura suporte do barramento será construída com peças moldadas em concreto armado, constituídas por portes, anéis, suportes e vigas.Compõem ainda o conjunto, de estruturas auxiliares, suportes de seccionadores, de transformadores de corrente, de transformadores de potencial, e de pára-raios. 5.2.2 Barramento de Média Tensão (15,0KV) O barramento de tensão inferior será do tipo simples seccionado através de disjuntor, construído em barra de cobre eletrolítico dimensionado conforme valores de corrente nominal e para corrente de curto-circuito de 16kA simétricos, isolado para 15,0kV. 5.2.3 Transformador de Força Será instalado 1(um) transformador, classe de tensão 72,5kV – 15,0kV com potência de 5,0/6,25MVA (ONAN/ONAF). Cada transformador de força é dotado de proteção diferencial multifunção do tipo numérica, cujo relé possui além da proteção diferencial (FUNÇÃO ANSI 87), as funções de sobrecorrente de fase (50/51), sobrecorrente de terra (51G), sobrecorrente de seqüência negativa (46) e proteção contra falha de disjuntor (50BF). Complementando as referidas proteções, os transformadores possuem as seguintes proteções intrínsecas: relé de gás (63), relé de sobrepressão (63A),relé de nível de óleo (71) e relé de bloqueio(86). As proteções 63,63A,71,86 e 87 atuam em um relé de bloqueio, o qual desliga os disjuntores de AT e MT associados ao transformador e bloqueia o fechamento dos mesmos. Os transformadores também são compostos de relé de temperatura do óleo (26) e de temperatura do enrolamento (49), os quais pela filosofia de proteção adotada não deverão atuar desligando o disjuntor de MT correspondente. No caso de alarme das temperaturas do óleo e/ou enrolamento, deverá haver alívio de carga com desligamento de alimentadores. Vale ressaltar que a proteção diferencial (87) é alimentada por TCs tipo bucha instalados nos lados de AT e MT identificando no caso de atuação da função (87) falha interna do transformador. As proteções (51G e 51) desligando os disjuntores de AT e MT associados ao transformador. 5.2.4 Serviços Auxiliares O sistema de serviços auxiliares em corrente alternada (CA) será na tensão de 380-220V, 60Hz, cujas cargas serão supridas por um transformador trifásico, classe 15,0/1,2kV e potência nominal de 45KVA, com relações de transformação de 13.800/380-220V, DY-1. O sistema de serviços auxiliares em corrente contínua (CC) será em 125V, sendo composto por um retificador/carregador estático, trifásico 380Vca/125Vcc, e banco de baterias tipo cálcio-chumbo de 45 Ah. Este conjunto suprirá as cargas de sinalização, automação, comando, bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores, relés de proteção, além das cargas de iluminação de emergência da subestação. O transformador de serviços auxiliares será protegido por fusíveis classe de isolamento de 15,0KV instalado em cada fase, com corrente nominal de 16A. O transformador será comandado por uma chave seccionadora tripolar abertura com carga de 100A, 15,0kV, 16kA. 5.2.5 Proteção Contra Sobretensões A subestação possui na sua entrada 3 (três) pára-raios tipo ESTAÇÃO, com tensão nominal de 72KV para proteção contra sobretensões de origem atmosférica, surto de manobra e à freqüência industrial (60Hz). Para descargas atmosféricas incidentes sobre a subestação, a proteção é feita através de pára-raios tipo FRANKLIN nos pórticos de concreto a uma altura aproximada de 10 metros, cobrindo assim toda a área da instalação. Na média tensão, serão instalados pára-raios tipo ESTAÇÃO, com tensão nominal de 12kV nas saídas de linha dando assim proteção completa aos sistemas de ALTA e MÉDIA tensão. Todos os pára-raios serão de resistores não linear de óxido de zinco, com uma corrente nominal de 10KA. 5.2.6 MEDIÇÃO DE FATURAMENTO A medição de faturamento da concessionária será de acordo com o estabelecido na Norma Técnica da COELCE NT-004/2009 - Fornecimento de energia elétrica em alta tensão 69 kv de Maio/2009, feita a 3 (três) elementos com 3 (três) TPs e 3 (três) TCs, tensão nominal 72,5kV, classe de precisão 0,3. Todos os equipamentos conforme legislação deverão ser de fornecimento da concessionária. 5.2.7 Iluminação Externa A iluminação do pátio da subestação será feita por lâmpadas vapor de sódio, híbridas, 240V, 60Hz, 350 watts, instalados em luminárias, uso externo. Todos os comandos liga-desliga dos circuitos de iluminação serão feitos a partir de disjuntores termo-magnéticos, 10A, 10KA, instalados no quadro de serviços auxiliares da subestação. 5.2.8 Intertravamentos Todas as chaves seccionadoras de 72,5kV, são intertravados eletricamente com disjuntor de 72,5kV, provocando o seu desligamento antes da abertura do circuito elétrico, evitando assim acidentes e/ou danos materiais. A chave seccionadora de entrada da subestação possui lâminas de terra intertravadas mecanicamente com as lâminas principais evitando o que se segue: a – fechamento das lâminas principais quando a chave está aterrada. b – aterramento da chave quando as lâminas principais estão fechadas. 5.3 Projeto de Proteção e Automação de Subestação A subestação será composta de relés multifunção, numéricos, baseados em microprocessadores integrados ao Sistema Digital para Automação (SDA) de uma Subestação. 5.3.1 Arquitetura do Sistema Digital para Automação (SDA) A arquitetura e organização funcional de um SDA deve ser baseada na filosofia de sistemas distribuídos e seguir uma orientação modular, aberta, flexível e robusta, de fácil expansão. Na Figura 4 é apresentado um diagrama de bloco simplificado de um Sistema Digital para Automação de uma Subestação com os respectivos níveis funcionais. SDA Nível 2 SCADA IHM Nível 3 SCADA/COS UCS Nível 1 UCPs Nível 0 Processo Figura 4: Diagrama de Bloco da Hierarquia Funcional de um SDA para SE. Os SDA, conforme apresentado na Figura 4 é composto de três níveis funcionais: - Nível 0 (processo - subestação). Nível 1 (nível de unidade de controle de posição - UCP). Nível 2 (nível de UCC/IHM). Nível 0: Composto pelos equipamentos dos vãos da subestação como transformadores, disjuntores e secionadores; Nível 1: Composto de um conjunto de Unidades de Controle de Posição (UCPs), multifunção, tecnologia baseada em microprocessador, distribuídas e dedicadas a cada vão da SE, realizando as funções de aquisição dos dados proveniente do nível 0 e desempenhando as funções de medição, proteção, comando, controle, automatismo, supervisão e comunicação com o nível 2. Dentre os dispositivos que compõem o nível 1 são relés, medidores e controles automáticos. Nível 2: Unidade de Controle da Subestação/Interface Homem Máquina (UCC/IHM) O nível 2 cumprir as funções de controlar e monitorar todos os componentes da subestação e realizar a comunicação local com o nível 1 e remota com o nível 3. O nível 2 deve ser composto, no mínimo, os seguintes componentes e subsistemas: − Unidade de Controle de Subestação (UCS) − microcomputador PC industrial realizando a função de IHM; − GPS para sincronização dos dados; − Rede local; − Subsistema de proteção contra intrusão instalado na casa de comando; − Subsistema de proteção contra incêndio instalado na casa de comando. Nível 3: Sistema SCADA no Laboratório do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC. 7. Custo Orçamentário Na Tabela abaixo é apresentado os custos de implantação da SE Pici Campus UFC 69/13,8 kV: Orçamento Item Descrição Justificativa Valor Qde Unitário (R$) 1. Linha de Transmissão 1.1 Projeto e construção da Linha Recurso necessário para 110.000,00 de transmissão elaboração do projeto, compra de material para construção do trecho de linha de transmissão em 69 kV que interliga o sistema elétrico da Coelce a SE Pici Campus UFC 1 Total (R$) 110.000,00 Subtotal 110.000,00 2. Equipamentos e Materiais da Subestação 2.1 Vão de Transformação 2.1.1 Transformador de potência, O transformador de Potência, 69- 450.000,00 69-13,8 kV, delta-estrela 13,8 kV, 5/6,25 MVA, aterrado (DYn1), ONAN/ONAF, proporcionará a conexão do 5/6,25 MVA com sistema de distribuição do transformadores de corrente Campus do Pici da UFC ao em cada bucha, relé medidor sistema Coelce em alta tensão, 69 de temperatura do óleo (26) e kV, atendendo as exigências do do enrolamento (49) e nível do Procedimentos de Distribuição da óleo), relé de gás e válvula de ANEEL e a redução da tarifa de alívio de pressão conforme energia com a mudança da especificação no Anexo 2 modalidade tarifárias. 2.2 Equipamento de disjunção, secionamentos, pára-raios e transformadores de intrumentos 2.2.1 Pára-Raios, tensão nominal 72 kV, tipo estação, corrente de descarga nominal 10 kA, uso externo conforme especificação no Anexo 2 2.2.2 Transformador de Corrente de 72,5kV, tipo de serviço proteção, relações de transformação 200/300X400/600-5 A, exatidão (relações 200-5A e 400- 5A) 10B200, 60Hz, uso externo, fator térmico 1,2, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2 Recurso necessário para a compra de equipamentos da Subestação 1 450.000,00 10.000,00 3 30.000,00 15.000,00 3 45.000,00 2.2.3 Chave Seccionadora Tripolar, Comando Manual Abertura Lateral com lâmina de terra, tensão nominal72,5kV, corrente nominal, 800A, corrente mínima suportável de curta duração (1seg) 20 kA, NBI 110 kV. 15.000,00 1 15.000,00 2.2.4 Chave Seccionadora Tripolar, Comando Manual Abertura Lateral sem lâmina de terra, tensão nominal72,5kV, corrente nominal, 800A, corrente mínima suportável de curta duração (1seg) 20 kA, NBI 110 kV. 15.000,00 3 45.000,00 2.2.5 Disjuntor 72,5 kV, 60 Hz, uso externo, tensão nominal 72,5kV, corrente nominal 800 A, corrente de curta duração (1seg) 20 kA, seqüência de operação CO-15seg-CO, tempo máximo de interrupção 5 ciclos, fator de assimetria 1,2, corrente de estabelecimento 50kA, NBI 110 kV. 50.000,00 1 50.000,00 2.2.6 Transformador de Potencial, com 2 núcleos, uso externo, tensão nominal 72,5kV, NBI 95kV, tensão nominal primária 69.000 V, tensão nominal secundária 115 V, 60Hz, classe de exatidão 0,6P75, potência térmica 200VA, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2 15.000,00 3 45.000,00 2.2.7 Disjuntor geral do barramento Equipamentos instalado no lado de 15 kV, 60 Hz, uso externo, secundário do transformador em tensão nominal 15kV, corrente 13,8 kV nominal 630 A, corrente de curta duração (1seg) 16 kA, seqüência de operação CO15seg-CO-3min, tempo máximo de interrupção 5 ciclos, fator de assimetria 1,2, com transformador de corrente externo, 15 kV, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2. 45.000,00 1 45.000,00 2.2.8 Transformador de Potencial, uso externo, tensão nominal 15kV, NBI 95kV, tensão nominal primária 13.800 V, tensão nominal secundária 115 V, 60Hz, classe de exatidão 0,6P75, potência térmica 200VA, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2 4.000,00 3 12.000,00 2.2.9 Pára-Raios de oxido de zinco, tensão nominal 12 kV, tipo estação, corrente de descarga nominal 10 kA, uso externo, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2 4.000,00 3 12.000,00 2.2.10 Religador Automático 15 kV, 12,5 kA montagem em poste com 3 TPs e 3 TCs, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2. 42.000,00 84.000,00 2 2.2.11 Chave secionadora tripolar 630 A, 15 kV, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2. 0,00 4 2.2.12 Chave fusível unipolar 300 A, 15 kV, 6.3 kA, NBI 110 kV conforme especificação no Anexo 2. 0,00 3 2.2.13 Transformador de Serviços Auxiliares, 15 kV, trifásico, 60 Hz, 45 KVA, ligação DeltaEstrela com neutro aterrado, 13.800 kV/380-220V, NBI 110 kV. 20.000,00 1 20.000,00 2.2.14 Retificador 380 Vca/125 Vcc conforme especificação no Anexo 2 12.000,00 1 12.000,00 2.2.15 Banco de Baterias conforme especificação no Anexo 2 2.2.16 Quadro de Serviços Auxiliares 380/220 Vca/125 Vcc conforme especificação no Anexo 2. 10.000,00 1 10.000,00 10.000,00 1 10.000,00 Subtotal 435.000,00 3.1 Materiais e acessórios 2.1.1 Postes, Condutores, Materias e acessórios necessários 150.000,00 Isoladores, Conectores, a obra eletrica e eletromecânica. Ferragens, eletrodutos, paineis, materias para aterramento, malha de terra e iluminação. 1 150.000,00 Subtotal 150.000,00 3. Sistema de Proteção e Automação Painel metálico para relés de Custos referentes a compra e proteção com dimensões implantação dos equipamentos de 2000 x 900 x 800 composto de proteção e sistema de automação 02 Relés Digital, baseado em da subestação. microprocessador um de sobrecorrente, 50/51, 50N/51N para proteção de entrada de linha e outro um relé diferencial com as funções 87, 51G, 50/51 e 50/51N para proteção do transformador. 75.268,82 75.268,82 1 3.1 79.569,89 3.2 Painel metálico para Unidade Terminal Remota composto de UTR e SWICTH e Cabos de interligação entre os equipamentos de campo e a UTR. 3.3 Serviço de construção dos painéis, instalação, montagem, supervisão de montagem, teste de aceitação em fabrica, configuração, integração e comissionamento dos equipamentos em campo. 3.4 Licença Software SCADA Standalone para 1.500 pontos para console de operação. 3.5 Equipamentos essencial para 250.000,00 Testador Universal Hexafásico testes de desempenho e para teste de relés numéricos paramentrização dos relés microprocessado com digitais, multifunção, baseados em protocolo IEC 61.850 (mala de microprocessadores. teste) 79.569,89 1 52.631,58 52.631,58 1 25.000,00 25.000,00 1 250.000,00 1 Subtotal 482.470,29 4 Projeto, Construção e Comissionamento da Obra da Subestação 4.1 Projeto elétrico, eletromecânico e civil da Subestação e trecho da rede de distribuição 4.2 4.3 Custos referentes a projeto, 100.000,00 construção e comissionamento da Subestação Execução da Obra do Projeto Eletromecânico e Projeto Civil da Subestação e trecho da rede de distribuição 400.000,00 Comissionamento 60.000,00 100.000,00 1 400.000,00 1 60.000,00 1 Subtotal 560.000,00 Total de Custeio 2.187.470,29 Anexos Anexo 1 - Atestado de Viabilidade Técnica (AVT) Anexo 2 – Especificação Técnica dos Equipamentos da Subestação Anexo 3 – Especificação Técnica dos Equipamentos do Sistema Digital de Automação da Subestação. Anexo 4 – Plantas da Subestação Anexo 1 – AVT (Atestado de Viabilidade Técnica) Anexo 2 – Especificação Técnica dos Equipamentos da Subestação a) Pára-Raios de 72kv a)Tipo.............................................................................................................. Estação b)Uso.............................................................................................................. Externo c) Tensão Nominal.......................................................................................... 72kV d) Corrente de descarga nominal................................................................... 10kA e) Corrente de impulso mínima de curta duração........................................... ( 4 x 10 µs ) 100kA f) Corrente de impulso retangular de longa duração - Valor mínimo................................................................................................. 250A - Duração mínima do pico............................................................................... 2.400µs g) Capacidade de alívio de sobrepressão com corrente elevada, 60Hz - Classe.......................................................................................................... A - Valor eficaz mínimo da componente alternada de corrente presumida de falta. 40kA - Tempo mínimo de escoamento da corrente de falta.................................... 0,2seg h) Capacidade de alívio de sobrepressão com corrente reduzida, 60Hz - Valor eficaz mínimo da corrente circulante até o escapamento do gás....... 1000A i) Tensão suportável no invólucro do Pára-raios sem a parte interna ativa: - Tensão suportável de impulso atmosférico (1,2x50µs)................................ 350kV - Tensão residual máxima para 10KA............................................................ 198kV - Tensão suportável, 60Hz em valor eficaz, durante 60 segundos sob chuva deve ser igual a tensão disruptiva máxima de impulso de manobra. j) Máxima tensão de radiointerferência medida a 60Hz referida a 300OHM...1.000µV k) Tipo de serviço............................................................................................ Leve l) Ligação........................................................................................................ Fase para terra m) Freqüência................................................................................................. 60Hz n) Tensão disruptiva máxima de impulso normalizado................................... (1,2x50µs) 270kV o) Tensão disruptiva máxima de impulso atmosférico onda cortada.............. 310kV p) Inclinação da tensão de impulso atmosférico cortada na frente................. 625kV/µs q) Tensão residual máxima de descarga para corrente de 10KA................... (8 x 20µs) 198kV r) Tensão disruptiva mínima a 60Hz............................................................... 112kV b) Chave Seccionadora de 72,5kv a) Tipo............................................................................................................. Tripolar b) Comando.................................................................................................... Manual c) Abertura...................................................................................................... Lateral simples d) Tipos “A e B “.............................................................................................. montagem na horizontal em estrutura de concreto e) Tipo “A “.................................................................................................. com lâmina de terra Tipo “B” ................................................................................................. sem lâmina de terra f) Tensão nominal........................................................................................... 72,5kV g) Corrente nominal........................................................................................ 800A h) Corrente mínima suportável de curta duração (1seg)................................ 20kA i) Valor de crista nominal da corrente suportável............................................ 50kA j) Tensão suportável a seco e sob chuva, entre terminais com a chave aberta, durante 60 segundos, 60Hz ..................................................................................................... 160kV k) Tensão suportável a seco e sob chuva, entre terminais e a terra, durante 60 segundos, 60 Hz..... 140kV l) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs), entre terminais com a chave aberta....385kV m) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs), entre terminais e a terra ........350kV c) Disjuntor de 72,5kv a) Uso............................................................................................................. Externo b) Tensão nominal.......................................................................................... 72,5kV c) Corrente nominal........................................................................................ 800A d) Corrente simétrica de interrupção.............................................................. 20kA e) Corrente de curta duração (1seg)............................................................... 20kA f) Seqüência de operação............................................................................... CO-15seg-CO g) Tempo máximo de interrupção................................................................... 5 ciclos h) Fator de assimetria..................................................................................... 1,2 i) Corrente de estabelecimento....................................................................... 50kA j) Fator de primeiro pólo.................................................................................. 1,5 ms k) Espaçamento entre pólos........................................................................... 660mm l) Freqüência................................................................................................... 60Hz m) Máxima diferença entre os instantes que os contatos nos três pólos do disjuntor se tocam ou se separam no fechamento ou na abertura…………….....……….………...…. 4ms n)Tensão suportável a seco e sob chuva, entre terminais, com disjuntor aberto, durante 60 segundos, 60Hz ..................................................................................................... 160kV o) Tensão suportável a seco e sob chuva, entre terminais e a terra, durante 60 segundos, 60Hz .... 140kV p) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs), entre terminais com disjuntor aberto ..... 385kV q) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs) entre terminais e a terra................350kV d) Transformador de Corrente de 72,5kv a) Tipo de serviço........................................................................................... b) Relações de transformação............................................................ Proteção 200/300X400/600-5A c) Exatidão (relações 200-5A e 400-5A)......................................................... 10B200 d) Tensão nominal.......................................................................................... 72,5kV e) Freqüência nominal.................................................................................... 60Hz f) Valor mínimo da corrente suportável de curta duração (1 seg) na relação 200-5A ..... 20kA g) Valor de crista mínimo da corrente suportável de curta duração na relação 200-5A......50kA h) Uso............................................................................................................. Externo i) Fator térmico................................................................................................ 1,2 j) Tensão suportável nominal à freqüência industrial (60Hz) durante 60 segundos no enrolamento primário............................................................................................. 140kV k) Tensão suportável nominal à freqüência industrial (60Hz) durante 60 segundos no enrolamento secundário........................................................................................ 3kV l) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs)....................................................................................................... 350kV m) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico com onda cortada .......... 385kV n) Nível máximo de descargas parciais medidas conforme a NBR 8125 - TC com isolação líquida............................................................................... 10pc - TC com isolação sólida................................................................................. 50pc o) Fator de perdas dielétricas máximo do isolamento referido a 20ºC........ 1,0% e) Transformador de Força a) Potência................................................................................................. 5,0/6,25MVA ONAN/ONAF b) Ligação do primário.................................................................................... Triângulo c) Ligação do secundário........................................................................... Estrela com neutro acessível d) Deslocamento angular................................................................................ 30º(DY-1) e) Tensão nominal primária............................................................................ 72,5kV f) Tensão nominal secundária......................................................................... 15,0kV g) Tensão superior....................................... 69 kV. h) Tensão inferior fixa..................................................................................... 13.800V i) Comutação automática................................................................................ com carga e com tensão j) Impedância de seqüência positiva na relação 69.300-13.800V potência base 5MVA à 75ºC ........... 7% k) Enrolamento de tensão superior.................................................isolamento total para 72,5kV l) Enrolamento de tensão inferior....................................................isolamento total para 15,0kV m) Neutro......................................................................................................isolado para 15,0kV n) Tensão suportável nominal a freqüência industrial (60Hz) durante 60 segundos no enrolamento de tensão superior............................................................................ 140kV o) Tensão suportável nominal a freqüência industrial (60Hz) durante 60 segundos no enrolamento de tensão inferior.............................................................................. 34kV p) Tensão suportável nominal a freqüência industrial (60Hz) durante 60 segundos no neutro .............34kV q) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µ) no enrolamento de tensão superior.... 350kV r) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs) no enrolamento de tensão inferior e neutro...................................................................................................... 110kV s) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico onda cortada no enrolamento de tensão superior.................................................................................................................. 385kV t) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico onda cortada no enrolamento de tensão inferior e neutro...................................................................................................... 121kV u) TC’s instalados nas buchas H1, H2, H3 relações 100/150/200-5A e exatidão 10B200 e fator térmico 1,2. v) TC instalado na bucha X0 relação 500/600/1000/5A, exatidão 10B200 e fator térmico 1,2. x) TC´s instalados nas buchas XI, X2, X3 relações 500/600/1000-5A e exatidão 10B200 e fator térmico 1,2. f) Disjuntores de Média Tensão a) Uso............................................................................................................. Interno b) Tensão nominal.......................................................................................... 15,0kV c) Nível básico de isolamento (NBI)................................................................ 95kV d) Corrente nominal........................................................................................ 630A e) Corrente simétrica de interrupção.............................................................. 16kA f) Corrente de curta duração (1seg)................................................................ 16kA g) Seqüência de operação.............................................................................. O-15s-CO- 3minh) Tempo máximo de interrupção................................................................... 5ciclos i) Fator de assimetria...................................................................................... 1,2 j) Fator de primeiro pólo.................................................................................. 1,5ms k) Freqüência.................................................................................................. 60 Hz l) Máxima diferença entre os instantes em que os contatos nos três pólos do disjuntor se tocam ou se separam no fechamento ou na abertura........................................... 4ms m) Tensão suportável a seco, entre terminais e a terra, durante 60 segundos,60Hz...... 40kV n) Tensão suportável a seco, entre terminais e a terra, durante 60 segundos, 60Hz................ 34kV o) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs) entre terminais com disjuntor aberto..................................................................................................................... 110kV p) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (1,2x50µs) entre terminais e a terra .............. 95KV g) Transformadores de Corrente dos Disjuntores de Entrada a) Tipo de serviço........................................................................................... Medição. b) Uso............................................................................................................. Interno c) Relações de transformação........................................................................ 300/400-5A d) Exatidão...................................................................................................... 0,6C50 e) Tensão nominal.......................................................................................... 15kV f) Nível básico de isolamento (NBI)................................................................ 95kV g) Freqüência nominal.................................................................................... 60Hz h) Valor da corrente suportável de curta duração (1seg)............................... 16kA i) Valor de crista da corrente suportável de curta duração............................. 40kA j) Fator térmico…………………………………………………………………….. 1,0 k) Tipo.............................................................................................................. A seco l)Tensão suportável nominal à freqüência industrial (60Hz) durante 60 segundos no enrolamento secundário........................................................................................ 3kV h) Transformador de Potencial a) Uso............................................................................................................ Interno b) Classe de isolamento................................................................................. 15kV c) Nível básico de isolamento (NBI)................................................................ 95kV d) Tensão nominal primária............................................................................ 13.800V e) Tensão nominal secundária........................................................................ 115V f) Relação de transformação........................................................................... 120:1 g) Freqüência nominal.................................................................................... 60Hz h) Classe de exatidão..................................................................................... 0,6P75 i) Potência térmica.......................................................................................... 1000VA i) Pára-raios tipo Estação de 12kV a) Tensão nominal.......................................................................................... 12kV b) Tensão disruptiva máxima onda plena (1,2x50µs)..................................... 32kV c) Tensão disruptiva máxima de frente de onda (125KV/µs).......................... 37kV d) Tensão disruptiva mínima a 60 Hz............................................................. 18kV e) Tensão residual máxima de descarga para 20KA (8x20µs)....................... 33kV f) Corrente nominal de descarga (8x20µs)............................................10KA(tipo estação) g) Corrente de curta duração(4x10µs)..................................................100KA (tipo estação) h) Resistor não linear...................................................................................... óxido de zinco j) Transformador de Serviços Auxiliares a) Número de fase.......................................................................................... 3 b) Isolamento.................................................................................................. À seco c) Freqüência.................................................................................................. 60Hz d) Resfriamento.............................................................................................. ONAN e) Potência Nominal........................................................................................45KVA f) Ligação Primária.......................................................................................... Delta g) Ligação secundária..............................................................Estrela com neutro acessível h) Relação de transformação................................................................13,8kV/380-220V i) Classe de isolamento primário.....................................................................15kV j) Classe de isolamento secundário................................................................ 1,2kV k) Nível básico de isolamento primário........................................................... 110kV l) Nível básico de isolamento secundário....................................................... 4kV m) Impedância de seqüência positiva no TAP 13,8kV.................................. 3,5% k) Bateria de Acumuladores A bateria de acumuladores é do tipo estacionária, cálcio-chumbo, onde cada um dos elementos da bateria compõe-se de placas positiva e negativa imersas em eletrólito ácido, acondicionadas em recipientes plástico com pólos acessíveis. Os mesmos são dotados de chapas conectoras, válvula à prova de explosão para dissipação de gases e válvulas laterais para medição da densidade do eletrolítico e temperatura das placas. A bateria de acumuladores será instalada com seus elementos acomodados num instante metálica, interligados de forma a prover o sistema CC com uma tensão nominal de 125Vcc. Em condições normais de operação, a bateria estará em regime de flutuação, isto é, conectada ao circuito do retificador CA-CC. As características elétricas da bateria de acumuladores são: Tensão nominal.............................................................................................. 125Vcc Capacidade de descarga (10h).......................................................................45Ah Tensão final de descarga por elemento..........................................................1,75V Tensão de flutuação por elemento................................................................. 2,15V Tensão final de carga por elemento............................................................... 2,30V Número de elementos.....................................................................................60 Eletrólido......................................................................................................... solução ácida l) Carregador - Retificador O carregador-retificador será acoplado ao circuito contínuo em paralelo com a bateria. O mesmo abriga todos os equipamentos de transformação e retificação de tensão, além dos de proteção, medição, controle e sinalização, estes com instalação aparente, na parte frontal de painel do retificador. As características elétricas do carregador-retificador são: Tensão de entrada trifásica ................................................................. 380V/60Hz Variação da tensão de entrada ........................................................... +/-10% Tensão de recarga .............................................................................. 138Vcc Tensão de saída ................................................................................. 125Vcc Tensão de flutuação ............................................................................ 129Vcc Corrente nominal de saída .................................................................. 50ª Anexo 3 – Especificação Técnica dos Equipamentos do Sistema Digital de Automação da Subestação. Anexo 4 – Plantas da Subestação Anexo 3 - Arranjo Físico - Disposição dos vãos Setor 69kV Anexo 4 – Arranjo Físico – Corte AA Setor 69kV Anexo 5 – Vão TR Setor 69kV Anexo 6 – Arranjo Físico – Disposição dos vãos Setor 13,8kV Anexo 7 – Vão TSA setor 13,8kV ANEXO G (DADOS DOS BARRAMENTOS DAS SUBESTAÇÕES DA COELCE) CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica ANAFAS - Programa de Análise de Faltas Simultâneas Pag. 1 REGIONAL PICI ( PCD ) ESTUDO - CURTO-CIRCUITO (JUL/2009) CONFIGURACAO CHESF - GERACAO MAXIMA CONFIGURACAO COELCE - NORMAL ENTRADA EM 2009:DO TRAFO(04T1) DE 230/69 KV 100 MVA JA EXISTEM OS TRAFOS 04T2 E 04T3 DE 100MVA EXISTEM OS TRAFOS DE TERRA 02A1 DE 43,76 E 02A2 DE 43,81 OHMS/FASE IMPEDANCIA REDUZIDA NO 230 KV Z1=0,0275/82,95(PU)=0,0034+j0,0273 Z0=0,0594/79,31(PU)=0,0110+j0,0584 EM 230KV e-mail CHESF-29/10/2008-08:12(h:m) RELATORIO DE IMPEDANCIAS DE BARRA X------------------X------------------X------------------X-------------------X IDENTIFICACAO SEQUENCIA POS. SEQUENCIA ZERO REATOR DE CURTO NUM. NOME MOD(Z%) ANG(gr) MOD(Z%) ANG(gr) MOD(Z%) ANG(gr) X-----X------------X--------X---------X--------X---------X---------X---------X 7954 PCD(CH) 230 2.7511 82.90 2.4863 85.56 5.2360 84.16 7955 PCI(C0) 69 7.1492 87.27 45.9925 90.00 53.1347 89.63 9014 PCI(CO) 13.8 69.1319 89.72 59.3100 90.00 128.4415 89.85 9039 BMS 69 13.3092 81.44 70.8641 86.64 84.1272 85.82 9040 BMS-I 13.8 46.3234 87.55 33.1200 90.00 79.4258 88.57 9041 BMS-II 13.8 45.7340 87.52 32.5300 90.00 78.2461 88.55 9042 DRV1-JMA 69 8.9795 84.70 53.3869 88.67 62.3479 88.10 9043 DRV2-JMA 69 11.6434 82.40 64.1441 87.29 75.7515 86.54 9044 JMA-I 69 11.7352 82.36 64.5165 87.25 76.2156 86.50 9045 JMA-II 69 11.7352 82.36 64.5165 87.25 76.2156 86.50 9046 JMA-I 13.8 60.6711 88.53 49.0200 90.00 109.6822 89.19 9047 JMA-II 13.8 61.6808 88.55 50.0300 90.00 111.7020 89.20 9050 DRV-PGB 69 8.3265 85.52 50.7588 89.10 59.0714 88.59 9052 DRV-BMS 69 9.2858 84.38 54.6417 88.48 63.9072 87.88 9066 DRV1-PSK 69 8.5757 85.17 51.7674 88.93 60.3273 88.40 9069 DRV2-PSK 69 8.4602 85.33 51.2936 89.01 59.7389 88.49 9073 FCT1-PGB 69 12.6033 81.82 68.0172 86.91 80.5787 86.12 9106 FCT2-PGB 69 13.0426 81.58 69.7688 86.74 82.7669 85.93 9107 PSK-III 13.8 44.3876 89.15 36.0600 90.00 80.4454 89.53 9115 PSK 69 8.3488 85.46 50.8480 89.08 59.1825 88.57 9116 PSK-I 13.8 46.0074 89.18 37.6800 90.00 83.6853 89.55 9117 PSK-II 13.8 45.1575 89.16 36.8300 90.00 81.9853 89.54 9118 BCR 69 9.8373 82.79 56.2537 88.02 66.0561 87.24 9119 BCR-I 13.8 47.1457 88.50 37.3700 90.00 84.5085 89.16 9120 BCR-II 13.8 42.9873 88.35 33.2100 90.00 76.1895 89.07 9121 DRV-VCQ 69 8.6934 85.00 52.2304 88.85 60.9071 88.30 9122 VCQ 69 9.0968 84.21 53.6971 88.55 62.7716 87.92 9123 VCQ-I 13.8 139.3834 89.62 ******** 2.48 3021.7976 5.12 9124 VCQ-II 13.8 78.1386 89.33 ******** 2.63 1512.5106 5.59 9125 DRV-TBS 69 9.8058 82.82 56.1279 88.04 65.8990 87.26 9126 TBS 69 10.0725 82.61 57.2036 87.90 67.2396 87.11 9127 TBS-I 13.8 141.3248 89.47 131.3300 90.00 272.6519 89.73 9128 TBS-II 13.8 142.7447 89.48 132.7500 90.00 275.4919 89.73 9751 FCT3-PGB 69 11.3923 80.65 61.7613 87.10 73.0927 86.10 9752 FCT-DID 69 29.7737 77.53 139.0071 83.64 168.6411 82.57 9753 DRV1-BJD 69 18.7439 79.52 92.7195 85.19 111.3871 84.23 9754 DRV2-BJD 69 24.0930 78.17 116.1741 84.26 140.1541 83.22 9755 BJD 69 20.7680 78.92 101.5926 84.79 122.2704 83.79 9756 BJD 13.8 80.3502 87.15 59.8700 90.00 140.1779 88.37 X-----X------------X--------X---------X--------X---------X---------X---------X 1 CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica ANAFAS - Programa de Análise de Faltas Simultâneas Pag. 1 REGIONAL PICI ( PCD ) ESTUDO - CURTO-CIRCUITO (JUL/2009) CONFIGURACAO CHESF - GERACAO MAXIMA CONFIGURACAO COELCE - NORMAL ENTRADA EM 2009:DO TRAFO(04T1) DE 230/69 KV 100 MVA JA EXISTEM OS TRAFOS 04T2 E 04T3 DE 100MVA EXISTEM OS TRAFOS DE TERRA 02A1 DE 43,76 E 02A2 DE 43,81 OHMS/FASE IMPEDANCIA REDUZIDA NO 230 KV Z1=0,0275/82,95(PU)=0,0034+j0,0273 Z0=0,0594/79,31(PU)=0,0110+j0,0584 EM 230KV e-mail CHESF-29/10/2008-08:12(h:m) RELATORIO DE NIVEIS DE CURTO-CIRCUITO X------------------X------X-------------------------X-------------------------X IDENTIFICACAO T R I F A S I C O M O N O F A S I C O NUM. NOME VBAS MOD(kA) ANG(gr) X/R MOD(kA) ANG(gr) X/R X-----X------------X------X---------X------X--------X---------X------X--------X 7954 PCD(CH) 230 230.0 9.12 -82.90 8.03 9.43 -83.73 9.10 7955 PCI(C0) 69 69.0 11.70 -87.27 21.00 4.16 -89.35 88.64 9014 PCI(CO) 13.8 13.8 6.05 -89.72 203.33 6.35 -89.80 290.55 9039 BMS 69 69.0 6.29 -81.44 6.65 2.58 -85.22 11.97 9040 BMS-I 13.8 13.8 9.03 -87.55 23.37 9.98 -88.20 31.74 9041 BMS-II 13.8 13.8 9.15 -87.52 23.08 10.12 -88.17 31.29 9042 DRV1-JMA 69 69.0 9.32 -84.70 10.77 3.52 -87.67 24.57 9043 DRV2-JMA 69 69.0 7.19 -82.40 7.49 2.87 -85.99 14.26 9044 JMA-I 69 69.0 7.13 -82.36 7.46 2.85 -85.95 14.12 9045 JMA-II 69 69.0 7.13 -82.36 7.46 2.85 -85.95 14.12 9046 JMA-I 13.8 13.8 6.90 -88.53 38.88 7.37 -88.95 54.59 9047 JMA-II 13.8 13.8 6.78 -88.55 39.53 7.24 -88.97 55.56 9050 DRV-PGB 69 69.0 10.05 -85.52 12.77 3.73 -88.21 32.07 9052 DRV-BMS 69 69.0 9.01 -84.38 10.16 3.43 -87.44 22.36 9066 DRV1-PSK 69 69.0 9.76 -85.17 11.83 3.64 -88.00 28.57 9069 DRV2-PSK 69 69.0 9.89 -85.33 12.23 3.68 -88.10 30.09 9073 FCT1-PGB 69 69.0 6.64 -81.82 6.96 2.69 -85.54 12.81 9106 FCT2-PGB 69 69.0 6.42 -81.58 6.76 2.62 -85.34 12.26 9107 PSK-III 13.8 13.8 9.43 -89.15 67.18 10.05 -89.39 94.48 9115 PSK 69 69.0 10.02 -85.46 12.60 3.72 -88.19 31.63 9116 PSK-I 13.8 13.8 9.09 -89.18 69.64 9.68 -89.42 98.16 9117 PSK-II 13.8 13.8 9.26 -89.16 68.35 9.87 -89.40 96.23 9118 BCR 69 69.0 8.51 -82.79 7.90 3.31 -86.67 17.17 9119 BCR-I 13.8 13.8 8.87 -88.50 38.17 9.53 -88.93 53.30 9120 BCR-II 13.8 13.8 9.73 -88.35 34.80 10.53 -88.81 48.25 9121 DRV-VCQ 69 69.0 9.62 -85.00 11.44 3.61 -87.89 27.13 9122 VCQ 69 69.0 9.20 -84.21 9.87 3.49 -87.45 22.48 9123 VCQ-I 13.8 13.8 3.00 -89.62 152.00 0.41 -7.74 0.14 9124 VCQ-II 13.8 13.8 5.35 -89.33 85.21 0.82 -8.51 0.15 9125 DRV-TBS 69 69.0 8.53 -82.82 7.94 3.32 -86.69 17.28 9126 TBS 69 69.0 8.31 -82.61 7.71 3.25 -86.52 16.44 9127 TBS-I 13.8 13.8 2.96 -89.47 109.04 3.03 -89.64 159.71 9128 TBS-II 13.8 13.8 2.93 -89.48 110.14 3.00 -89.64 161.36 9751 FCT3-PGB 69 69.0 7.34 -80.65 6.08 2.97 -85.37 12.34 9752 FCT-DID 69 69.0 2.81 -77.53 4.52 1.27 -81.81 6.95 9753 DRV1-BJD 69 69.0 4.46 -79.52 5.41 1.93 -83.56 8.85 9754 DRV2-BJD 69 69.0 3.47 -78.17 4.77 1.53 -82.48 7.57 9755 BJD 69 69.0 4.03 -78.92 5.11 1.76 -83.09 8.25 9756 BJD 13.8 13.8 5.21 -87.15 20.11 5.69 -87.93 27.62 X-----X------------X------X---------X------X--------X---------X------X--------X 2 ANEXO H (OAP DA SAÍDA DE LINHA PICI/PRESIDENTE KENNEDY) ORDEM DE AJUSTE DE PROTEÇÃO SE : PICI II - PCI OAP Nº 006/2010 PÁGINA: 07 / 15 DATA: 15/01/2010 ITEM EQUIPAMENTO OU LT PROTEGIDO TENSÃO RELAÇÃO CORRENTE CÓDIGO (KV) DE TC DE ANSI PROTEÇÃO (A) PICK-UP(A) 840 50 / 51 800 - 5 10 LT PCI / PSK 69 FASE 840 FABRICANTE/ TIPO 50 / 51V DISJ. 12L7 CARACTERISTICAS / AJUSTES DA PROTEÇÃO REGULAÇÃO TEMPORIZADO INSTANTÂNEO CURVA I>=(0,2 a 4,0)XIN I>>=(1 a 40)XIN (0,05 -10) S I=1,05xIN INC. VARIAVEL - IN=5A INC. VAR - IN=5A INC. VARIAVEL 5,25 MRI1-I5U1D I>U=(0,2 a 4,0)XIN I>>U=(1 a 40)XIN V - D08-6.02 INC. VARIAVEL - IN=5A INC. VAR - IN=5A SEG 10A 848 50 / 51 FASE 69 800 - 5 160 50 / 51N NEUTRO LT PCI / PSK DISJ. 12L7 7SJ531_V3.3 SET-A - CONDIÇÃO NORMAL - 02L6//02L7//02L8 69 10B 800 - 5 848 50 / 51 SIEMENS 7SJ531_V3.3 FASE LT PCI / PSK DISJ. 12L7 SIEMENS SIEMENS 7SJ531_V3.3 69 800 - 5 160 50 / 51N NEUTRO SET-B - CONTING. PERDA DA LT 02L6 OU 02L8 SIEMENS 7SJ531_V3.3 I=(0,1 a 4,0)XIN I=(0,05 a 25)XIN I=(0,05 a 25)XIN INC.DE 0,01IN - IN=5A INC.DE 0,01IN - IN=5A Sim ou Não Bucha Sim ou Não 5,30 VINV. INC. DE 0,01S 1,00 SUBSTITUI 094/09 10 INC. DE 0,01S 1,00 DESL. V.I. tp=0,40 DESL. V.I. SUBSTITUI 094/09 10A tp=0,30 DESL. V.I. SUBSTITUI 094/09 10B 1,00 5,30 tp=0,62 (0,05 -3,20) S I=0,2xIN DE RTCs NOME 5,30 tp=0,16 5,30 I=(0,1 a 25)XIN (0,05 -3,20) S I=1,06xIN VERIFICAÇÃO F. Térmico Série c/ Medição DESL. ITEM NO 5,25 (0,05 -3,20) S I=0,2xIN INC.DE 0,01IN - IN=5A INCR.DE 0,01IN - IN=5A INC. DE 0,01S I=(0,05 a 4,0)XIN VINV. CONTROLE OAP NO SITUAÇÃO tI>=0,30 I=(0,1 a 25)XIN (0,05 -3,20) S I=1,06xIN INC.DE 0,01IN - IN=5A INC.DE 0,01IN - IN=5A I=(0,1 a 4,0)XIN 5,25 DESL. DATA 100 VPRIM.< → 60,00 KV INC.DE 0,01IN - IN=5A INCR.DE 0,01IN - IN=5A INC. DE 0,01S I=(0,05 a 4,0)XIN 5,25 INST. U=87% x 115 V = 100 V INC. - 5 V 800 - 5 GRADUAÇÃO EQUIL. CURVA (0,05 -10) S I>U=1,05xIN INC. VARIAVEL U=(10 - 100)V 69 TAPE TIPO DE TEMPORI- IMPLANTAÇÃO ZAÇÃO NOME SISTEMA DE RELIGAMENTO EQUIPAMENTO DATA DESL. V.I. 1,00 RELIGADORES IMPLANTAÇÃO RELIGADOR NOME DATA FABRICANTE / TIPO (RELÉ) SEQUÊNCIA DE OPERAÇÃO TEMPO DE RELIGAMENTO TEMPO DE RESET EMISSÃO NOME Roberta DATA VISTO DO CHEFE RUBRICA NOME DATA OBSERVAÇÕES: RUBRICA 15.01.10 Área de Planejamento da Operação SOAPPCI . ANEXO I (DADOS DO TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA DA SUBESTAÇÃO CAMPUS DO PICI) 123456789 123456789