Minas sem medo
Num cenário de greves e
protestos, os eletricitários se
preparam para conhecer nesta quinta-feira, dia 20, o resultado do julgamento do dissídio pelo Tribunal Regional do
Trabalho (TRT). A publicação da sentença pode demorar trinta dias e, após esta data,
a categoria terá oito dias para
decidir se aceita o resultado
ou se apresentará recurso no
Tribunal Superior do Trabalho (TST). O prazo também
vale para a empresa.
Para os eletricitários, que
estão há quase oito meses sem
acordo, independente do julgamento, fica a certeza de que
foi a Cemig que inviabilizou o
diálogo nesta Campanha Salarial, interrompendo a negociação, ameaçando e demitindo
trabalhador.
O Sindieletro está realizando setoriais no Estado
para discutir as ações que
vão além da defesa do Acordo Coletivo, para buscar
novas formas de enfrentar a
política autoritária do Governo do Estado que atinge
várias categorias e a população de Minas Gerais.
Os eletricitários vão debater a proposta de paralisação unificada, no dia 26 de
junho, data da semi-final da
Copa das Confederações, em
Belo Horizonte, provavelmente com a participação do
Brasil. Neste dia, atos conjuntos devem reunir trabalhadores da educação, saúde
e segurança para reivindicar
respeito e valorização dos
trabalhadores e, no caso da
Cemig, o fim do assédio moral, dos acidentes de trabalho e das demissões.
Após o debate com a categoria, a direção Estadual
do Sindieletro estará, no
próximo dia 21, reunida para
avaliar o cenário das setoriais e encaminhar o posicionamento final sobre a paralisação do dia 26.
Dia 26 vem aí e...
O governo Anastasia usou de violência para
impedir as manifestações em BH. Nas
proximidades do Mineirão, os professores
enfrentaram um forte esquema de segurança
e foram impedidos pela polícia de chegar ao
estádio. Em frente à UFMG, batalhão de
choque da Polícia Militar abusou da violência
com spray de pimenta, bombas de efeito moral
e balas de borracha para reprimir os estudantes
e categorias em campanha salarial.
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CIPA:
CEMIG INSISTE
NO ERRO
Uma semana depois do Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE) condenar a iniciativa da Cemig de promover
cursos de formação para membros das
CIPAS à distância, a direção da Cemig
dá sinais de que não pretende se adequar à legislação. O Ministério deu
prazo de 30 dias para que a empresa
promova o curso, mas, ao invés de
providenciar novo treinamento,
a Cemig tenta se colocar acima da lei.
Eletricitários que participaram da
posse dos membros da CIPA-Sede, no
último dia 12, ouviram o gerente de
Segurança do Trabalho, Saúde e Bemestar da Cemig, João José Magalhães
Soares, dizer que não serão feitos novos
cursos. O gerente alega que não há
nenhuma ilegalidade no curso à distância e que haveria uma “má interpretação
do parecer do MTE” que condenou os
treinamentos.
No entanto, para o chefe da Seção
de Saúde e Segurança do Trabalhador
do Ministério do Trabalho, Francisco
dos Reis Júnior, não existe dúvida de
que a empresa agiu na ilegalidade ao
realizar cursos on-line para membros
das CIPAS e que terá que fazer outro
Rua Mucuri, 271 - Bairro Floresta
Belo Horizonte/MG - CEP: 30.150-190
Depois de infringir
a NR 5 e ser
condenada pelo
Ministério do
Trabalho e Emprego,
empresa desacata
determinação para
promover novo
curso para CIPAS.
Desobediência deve
ser autuada.
treinamento. “Já notificamos a empresa, avisando que os cursos precisam ser presenciais e voltados para a
realidade de cada local de trabalho.
E, caso a Cemig não cumpra a determinação, haverá autuação e aplicação
de multa à empresa”, adverte.
A posição de Reis reforça o recado
do auditor fiscal do trabalho Airton
Marinho da Silva no parecer que
condenou a Cemig, que cita o item
5.37 da Norma Regulamentadora
(NR 5). O documento diz que, quando comprovada a não observância
dos itens relacionados ao treinamento, o Ministério do Trabalho e Emprego determinará a complementação
ou a realização de outro curso.
A condenação da Cemig foi resultado da ação do Sindieletro que, em
março deste ano, solicitou que o
MTE fiscalizasse a infração da empresa no processo de formação para a
CIPA, prática vedada pela NR 5. Para
o Sindieletro, com essa dupla negligência - em relação à legislação e às
questões de saúde e segurança - a
Cemig confirma o desrespeito com a
vida do eletricitários.
Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais - Sindieletro-MG
Contato: Telefone (31) 3238.5000 Fax: (31) 3238.5049 E-mail: [email protected]
Diretor responsável: Arcângelo Queiroz Edição: Rosana Zica Redação: Benedito Maia, Rosana Zica
Diagramação: Viveiros Fotos: Benedito Maia Cartunista: Nilson Azevedo
Central de Informações: Nízio Fernandes Impressão: Bigráfica/8.500 exemplares
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Risco de apagão
Favorecimento no PID
CIDADES DO CENTRO OESTE CORREM O RISCO COM
EQUIPAMENTOS DANIFICADOS POR FALTA DE MANUTENÇÃO
A confiabilidade do
serviço da Cemig está
em cheque por causa
da falta de manutenção
nos equipamentos e fiscalização das empreiteiras contratadas para fazer a instalação de
transformadores de
grande potência e reguladores de tensão.
O Sindieletro recebeu
a denúncia de que dois
transformadores de 25
MVA, um na usina de
Gafanhoto e outro na
subestação Nova Serrana, queimaram e tiveram
que ser substituídos.
Nas subestações de
Cláudio, Abaeté e Dores
do Indaiá, o problema
foi com os reguladores
de tensão 1000 KVA,
que também tiveram que
ser trocados.
Esses equipamentos
são caros e indispensáveis para o fornecimento de energia e segurança do sistema elétrico, e
devem ser operados por
trabalhadores altamente
qualificados. Mas, de
acordo com a denúncia,
a falta de acompanha-
mento da Cemig e erros
de montagem cometidos por empresas terceirizadas provocaram a
queima dos equipamentos. A situação se agravou ainda mais com a
falta de pessoal do quadro próprio para fazer a
manutenção que antes
era realizada periodicamente.
Sem os reguladores, a
energia fica fora dos níveis estabelecidos pela
Aneel. A oscilação - hora
para mais e hora para
menos - pode provocar
danos aos aparelhos elétricos nas residências, indústrias e hospitais e a
população corre o risco
de ficar muito tempo
sem energia elétrica.
O Sindieletro alerta
que a falta de manutenção, de pessoal qualificado e a aposta equivocada da Cemig na terceirização de atividades inerentes ao quadro próprio podem provocar
um black out de grandes
proporções em todo o
Centro Oeste.
Para o coordenador
do Sindieletro na Regional Oeste, Celso Marcos Primo, a população
tem o direito de saber o
que se passa dentro da
Cemig. “Não podemos
aceitar que uma empresa, que, ano após ano
tem lucros cada vez maiores, com uma das contas de energia mais caras
do país, penalize ainda
mais a sociedade com a
queda de qualidade dos
serviços”, destaca.
Celso Primo ressalta
que são milhões em dinheiro público sendo
jogado fora. “O mais estranho é que se um eletricitário comete um
erro, é sempre punido.
Enquanto isso, num
caso como este, em que
a população corre o risco de enfrentar apagão,
que trabalhadores sem
treinamento suficiente
são expostos aos riscos
e em que milhões são
gastos indevidamente,
ninguém paga pelo
erro. A Cemig virou laboratório de gestores
ineficientes”, acrescenta
Celso Primo.
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Documento
comprova
alteração
no SAP
Há dois meses o Sindieletro
cobra da direção da Cemig
resposta para a denúncia de que
um superintendente teria alterado dados profissionais no SAP
para escapar do Programa Incentivado de Desligamento (PID) e
se manter no cargo. A denúncia
de alterações do tempo de
contribuição anterior ao INSS
no SAP é grave. Mesmo assim, a
empresa deixou os eletricitários
sem explicação convincente,
apenas disse que qualquer empregado pode alterar o tempo de
Exército no SAP.
Na época o Sindicato não divulgou o nome. Agora, informamos
que o superintendente de auditoria interna Eduardo Luiz de
Oliveira Ferreira, foi o beneficiado. No registro profissional dele
é possível ver que o tempo de
contribuição ao INSS anterior à
Cemig registrado no SAP caiu de
2067 dias para 1811 dias.
No Linha Viva 74, a Cemig
assumiu um discurso defensivo,
aumentando a suspeita de
favorecimento. A empresa alegou
que algumas pessoas teriam
condições de aderir (ao PID),
seja por direito a aposentadoria
especial, tempo de serviço
militar, etc... mas não saíram da
empresa por que não regularizaram a situação no INSS, o que
descaracterizou o atendimento
pleno às regras.
Ta tudo muito mal explicado. A
Cemig continua devendo resposta para categoria. Basta de
privilégios na empresa.
Debate sobre tarifa de energia
cresce no Norte de Minas
O Plebiscito Popular pela
redução das tarifas de energia
elétrica e do ICMS na conta de
luz, realizado pelo Sindieletro e
por mais de 40 entidades, começou bem na Região Norte do
Estado. Já foram realizados encontros de formação de multiplicadores em parceria com o
Sind-Ute em Bocaiúva, Montes
Claros, Janaúba e em Nova
Porteirinha. Para as próximas
semanas, estão previstos encontros com lideranças de Pirapora, em Buritizieiro, e em Montes Claros, novamente.
O coordenador do Sindieletro na Regional Norte, Everaldo Rodrigues, que no último
sábado, 15, coordenou a formação em Nova Porteirinha
junto com o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) destaca a boa participação do movimento sindical nos
preparativos do Plebiscito.
Para ele o desafio, agora, é expandir o debate para as comunidades. “Na Cemig há pouco
espaço para discutir, por isso
é preciso extrapolar os muros
da Empresa. Com o Plebiscito
estamos levando de fato a nossa pauta para além do ambiente do eletricitário, pautando a
discussão sobre a tarifa e a qualidade dos serviços em outros
grupos”, diz Everaldo.
Segundo o coordenador, as
primeiras reuniões mostram
que dirigentes sindicais de outras entidades e eletricitários
abraçam a causa com participação intensa e que a população anda ‘pasma’ com os ab-
GRUPOS DE TRABALHO
DURANTE ENCONTRO
DE FORMAÇÃO
REALIZADO NA
REGIONAL NORTE
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surdos que a Cemig pratica.
Além das atividades na Região Norte, esta semana haverá reunião com lideranças de
Juiz de Fora, Passos e no Vale
do Aço, Alfenas. No final de
junho terá reunião em Oliveira.
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