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HISTÓRIA E REFORMAS CURRICULARES: A FORMAÇÃO DO LICENCIADO
EM QUÍMICA E SUA ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Ana Lícia de Melo Silva
Elaine Almeida Aires Melnikoff **
Resumo
Os reflexos da prática educativa dos professores de química no ensino básico podem ser
compreendidos a partir de uma análise histórica do ensino desta ciência e suas reformas curriculares.
Com isso, a pesquisa direcionou a investigar a formação deste licenciado no Estado no âmbito da
Universidade Federal de Sergipe com o olhar nas matrizes curriculares de 1991 e 2005. O
desenvolvimento desta produção foi resultado de um exame de documentos oficiais (Leis, Pareceres e
Resolução) e científicos (livros e artigos) os quais demonstraram pontos pertinentes para a
compreensão da formação do licenciado. Ao consultar os citados documentos foi possível
compreender que as reformas curriculares foram importantes uma vez que o aumento do número de
disciplinas voltadas à prática docente contribuiu para melhor atuação do professor na educação básica.
Assim, a análise histórica demonstrou uma releitura da prática docente em sala de aula.
Palavras-chaves: Currículo – Formação docente – Química.
Abstract
The reflections of the educatinal practice of chemistry teachers in basic education can be understood
from a historical analysis of the teaching of science and it’s curriculum reforms. Thus, research
directed to investigate the formation of the licensee in the State at the Federal University of Sergipe,
the look on curricular 1991 and 2005. The development of this production was the result of an
examination of official documents (Laws, Legal opinion and Resolution) and scientific (Books and
articles) which demonstrated points relevant to understanding the formation of the licensee. By
consulting the cited documents reveals that the curricular reforms were important because the increase
in the number of courses aimed at teaching practice has contributed to improved teacher performace in
basic education. Thus, historical analysis showed a replay of teaching in the classroom.
Keywords: Curriculum – Teacher education - Chemistry

Pós-graduação Latu Sensu em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Sergipe. Graduada em Química
Licenciatura pela UFS. Professora da Educação Básica do Estado de Sergipe. Membro do grupo de pesquisa
História da Educação: Intelectuais da Educação, Instituições Escolares e Práticas Educativas.
[email protected]
**Graduada em comunicação Social UNIT, Pós Graduada Marketing pela UNIFOA, Pós-Graduada em
Docência do Ensino Superior FaSe, graduando em História UFS, Membro integrante do Grupo de Estudo em
História da Educação UFS, [email protected].
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Introdução
A decorrente mudança social nos remete a sempre repensar educação. Sobre esta ótica,
o ensino de química em Sergipe tem em sua história propriedades importante que respondem
sobre a formação do licenciado e a postura docente do professor universitário neste curso ao
desempenhar suas atividades, sejam elas nas disciplinas de química ou de ensino. Com isso, o
tema propõe para este estudo um conhecimento histórico da área que dentre os fatos, as
reformas curriculares mereceram atenção devido à riqueza de elementos que desvelam
reflexos nas salas de aula do ensino básico a partir da prática docente.
Através de um tratamento histórico, no primeiro momento, o estudo se propôs a
elucidar, mesmo com poucas publicações bibliográficas sobre o assunto, como o ensino de
química teve seu papel importante para a economia local, no âmbito do curso de química
industrial. Posteriormente, o Estado de Sergipe obteve o curso de química licenciatura e seu
reconhecimento a partir da formação da primeira turma no ano de 1975, o qual fora
evidenciado por contribuições memorialísticas e contribuições cientificas os quais
descreveram o perfil do referido curso nas primeiras gerações.
O tratamento das questões de ensino foi organizado em dois subtítulos onde o
tratamento da matriz curricular e a introdução de disciplinas pedagógicas neste deram
sustentação ao objetivo da pesquisa. Por último, as posturas docentes no ensino básico
compreenderam análises as quais foram remetidas aos fatos históricos que escrevem sobre a
formação das primeiras turmas onde promovia um ensino voltado para o mercado industrial e
logo depois para licenciatura, e os desdobramentos de reformulações do currículo.
1- Histórico da Química em Sergipe
A partir de dados históricos, o campo da química teve seus primeiros registros no
estado em 1923 através da construção do Instituto de Química Industrial de Sergipe sob a
presidência de Maurício Graccho Cardoso para fins de desenvolvimento industrial do açúcar,
produto o qual amparou o Estado desde 1911 no governo de José Siqueira de Menezes.
Mediante as contribuições deste Instituto para a economia local, estudos apontam para
o início do ensino de química na perspectiva de formação superior. Neste cerne, os egressos
tinham o perfil para atuarem na indústria açucareira, exploração do sal, preparação do couro e
aproveitamento das plantas oleaginosas. (NASCIMENTO, 2004, p.78) Assim, confere-se que
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no início do século XX, o ensino superior desta área fora voltado para a formação profissional
com atuação no mercado sergipano.
Após algumas décadas, os progressos para implantação de cursos superiores na área de
química tiveram em Sergipe suas lotações no Instituto de Química Industrial, posteriormente
chamado de Instituto de Tecnologia e Pesquisas de Sergipe, e, posteriormente na
Universidade Federal de Sergipe (UFS), a qual incorporou a Escola de Química que era parte
do referido Instituto onde no ano de 1976 reconhecesse o curso de Licenciatura em Química.
Em face do volume pouco expressivo para o conhecimento da história da educação
química em Sergipe, NASCIMENTO (2004, p.81) afirma que “a pesquisa e o ensino de
Química não tem sido objeto de estudos sequer por parte dos pesquisadores que se dedicam a
pesquisar a História da Educação e a História da Ciência”. Com isso, as pesquisas por este
objeto de estudo se detêm por duas contribuições memorialísticas baseadas nos escritos dos
professores José Pedro de Andrade Castor (1999) e Djalma Andrade (1999) e, por uma
dissertação de mestrado da historiadora Claudileuza Oliveira da Conceição defendida no ano
de 2010.
Para as questões intrínsecas das atividades de ensino da Licenciatura em Química,
DÓREA (2004, p.114) destaca que este curso “devia ter uma identidade própria, voltada para
a formação de professores da química, formação densa e profunda em química”. Deste modo,
os primeiros licenciados teriam características de um profissional muito mais científico,
direcionado para os desdobramentos da ciência química em si, que conhecimentos teóricos e
práticos de educação.
Uma das primeiras graduadas do curso de química licenciatura, Djalma Andrade é
professora do DQI (Departamento de Química/UFS) e interessada por questões educacionais e
“lutadora” para a reformulação da matriz curricular desse curso, considera que
Na formação de professores, o currículo estrutura-se em torno de disciplinas
fechadas, nas quais os conteúdos se organizam numa seqüência lógica por
meio das quais se pretende que os licenciados atinjam um alto nível de
especialização. Faltando, contudo, uma visão clara e mais consistente dos
conteúdos específicos, de tal maneira que lhes permita uma reelaboração
pedagógica, tornando-os disponíveis e adequados à aprendizagem
(ANDRADE, 2004, p.128).
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A referida professora demonstra o quão urgente o currículo deve passar por
modificações, ou seja, contemplar este curso não somente com disciplinas específicas
(orgânica, inorgânica, físico-química e analítica), como citou Dórea (2004) ao relacionar uma
formação densa por esses conhecimentos. Mas, o que se quer evidenciar é que não somente
esta cientificidade é capaz de sozinha subsidiar o bom desempenho da prática docente, devese ter uma formação que privilegie o estudo sobre teorias educacionais, o sistema educacional
brasileiro e experiências de práticas de ensino nas escolas públicas num quantitativo maior de
horas.
É diante desta consideração que tomamos dimensão do quão urgente o currículo devia
ser reestruturado para atender as peculiaridades da vida profissional docente no ensino básico
uma vez que as disciplinas desta graduação mais contemplavam uma formação específica em
química, ou seja, planos de cursos que objetivavam por uma especialidade técnica na ciência e
não por um conhecimento pedagógico que visava à formação do ser docente.
2- Mudanças da Matriz Curricular do Curso de Química Licenciatura
Mediante a identidade do curso de química descrito por Dórea (2004), quando escreve
sobre a maciça esfera que é a matriz curricular em disciplinas voltadas para a parte técnicacientífica torna urgente a necessidade de mudanças na matriz curricular a fim de introduzir
um quantitativo maior de disciplinas de caráter pedagógico que atendam a prática docente dos
futuros licenciados.
Para tanto, destacar essa necessidade visa também o comprometimento dos docentes
como pré-requisito de “gerador operacional” de tais mudanças, como propõe as Diretrizes
Curriculares Nacionais para os Cursos de Química (2001):
Os currículos vigentes estão transbordando de conteúdos informativos em
flagrante prejuízo dos formativos. [...] Advoga-se a necessidade de criar um
novo modelo de curso superior, que privilegie o papel e a importância do
estudante no processo da aprendizagem, em que o papel do professor, de
“ensinar coisas e soluções", passe a ser "ensinar o estudante a aprender
coisas e soluções”.
Em acordo com as Diretrizes, a reformulação curricular de 1991, apresenta a
introdução das disciplinas de instrumentalização para o ensino de química (I, II e III), as quais
enfatizam Barreto (2004, p.129), que tal fato visou “problematizar o conhecimento químico,
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na tentativa de rompimento ou diminuição do abismo que parece existir entre o saber
elaborado e o saber cotidiano”.
Diante de um curso de oito períodos, essas disciplinas eram insuficientes para a
formação de um profissional da educação diante de um currículo amplamente “técnico”, ou
seja, endossado de conhecimento químico, físico e matemático. Mesmo com a presença da
disciplina prática de ensino de química no último período, Barreto (2004, p.129) afirma que
“os avanços conseguidos não nos permitiram ultrapassar a racionalidade técnica”.
Mesmo que se enfatize negativamente um currículo estruturado somente em “alicerces
numéricos”, era, pois, conveniente para as exigências de mercado daquela época. Porém,
diante de uma nova reconfiguração da sociedade, o direcionamento para a formação desses
discentes, conforme (BRASIL, 2001), devia ser de “graduados de ação interativa e
responsável na sociedade, seja como profissional, seja como cidadão’.
Em razão das orientações da Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, o
curso de química passou por uma nova reformulação com a finalidade de atender as
exigências de duração de carga horária para os cursos de formação de professores da
educação básica em ensino superior. Para isso, o curso fora elaborado em quatro núcleos de
disciplinas: conteúdos básicos; conteúdos profissionais; estágio e conteúdos complementares,
os quais darão aos alunos uma visão convergente de ciência, tecnologia, educação e
sociedade. (BARRETO, 2004, p.135 e 139).
A partir desta Resolução o núcleo de conteúdos básicos que envolvem os
conhecimentos de química, física e matemática apresenta carga horária de 1.080 horas; o
núcleo de conteúdos profissionais apresenta as disciplinas obrigatórias com 660 horas e
disciplinas optativas com 360 horas; o núcleo de estágio supervisionado com 420 horas; e o
núcleo de conteúdos complementares com 300 horas. (BARRETO, 2004, p.137).
QUADRO I – Disciplinas do Núcleo dos Conteúdos Profissionais do Curso de Química
Licenciatura da Matriz Curricular de 2006 por período
Disciplina
Introdução a Psicologia do Desenvolvimento
Introdução a Psicologia da Aprendizagem
Estrutura e Funcionamento do Ensino
Instrumentação para o Ensino de Química I
Instrumentação para o Ensino de Química II
Metodologia para o Ensino de Química
Temas Estruturadores para o Ensino de Química I
Período
1º
4º
4º
1º
2º
2º
3º
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Temas Estruturadores para o Ensino de Química II
Temas Estruturadores para o Ensino de Química III
Temas Estruturadores para o Ensino de Química IV
Métodos Instrumentais de Análise
Ferramentas Computacionais para o Ensino de Química
4º
5º
6º
6º
5º
Fonte: Resolução No 19/05/CONEP – Projeto Pedagógico do Curso de Química Licenciatura, assinado pelo
Reitor Prof.Dr. Josué Modesto dos Passos Sobrinho em 29 de julho de 2005.
QUADRO 2 - Disciplinas do Núcleo de Estágio do Curso de Química Licenciatura da Matriz
Curricular de 2006 por período
Disciplina
Estágio Supervisionado em Ensino de Química I
Estágio Supervisionado em Ensino de Química II
Estágio Supervisionado em Ensino de Química III
Estágio Supervisionado em Ensino de Química IV
Período
5º
6º
7º
8º
Fonte: Resolução No 19/05/CONEP – Projeto Pedagógico do Curso de Química Licenciatura, assinado pelo Reitor
Prof.Dr. Josué Modesto dos Passos Sobrinho em 29 de julho de 2005.
Fica evidente que as mudanças entre os currículos de 1991 e 2005 foram
significativas. Enquanto que naquele o curso apresentava três disciplinas de ensino e uma
prática, este apresentou doze disciplinas de ensino e quatro de prática, o que representou uma
vivência e tomada de consciência quanto à função do ser educador e da escola ao formar o
aluno a ser um cidadão reflexivo e atuante na sociedade.
Dentro desse histórico do ensino de química e seus passos na reformulação da Matriz
Curricular, o professor do ensino superior também sofreu mudanças na forma de pensar e
exercer sua ação pedagógica. Ao longo das mudanças sociais, os docentes em química
demonstraram dados estatísticos significativos sobre sua qualificação.
Entre os anos de 1980 a 2004, (DORÉA, 2004, p.118) o Departamento de Química
(DQI) apresentou números expressivos de professores com o título de doutor, saltando de 0
para 22, indicando um curso em que estes preocupados com a dinâmica da sociedade não se
abstiveram em acompanhar os avanços das pesquisas científicas e de ensino, nas quais esta
última imprime importância para a aplicação da proposta curricular como descreve o texto das
Diretrizes Curriculares.
[...] para que esses novos currículos, montados sobre este novo paradigma
educacional, sejam eficazes, há que haver, igualmente, uma mudança de
postura institucional e um novo envolvimento do corpo docente e dos
estudantes. Já não se pode aceitar o ensino seccionado, departamentalizado,
no qual disciplinas e professores se desconhecem entre si. As atividades
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curriculares dependerão da ação participativa, consciente e em constante
avaliação de todo o corpo docente. A qualificação científica tornar-se-á
inoperante se não for acompanhada da atualização didático-pedagógica [...].
As instituições precisam [...] redefinir e divulgar seu projeto pedagógico
(BRASIL, 2001).
Com a introdução expressiva de disciplinas voltadas para a formação docente, quando
comparadas à grade curricular de 1991, constata-se uma nova identidade do curso que possui
em seu cerne a preocupação com o indivíduo, ou seja, o educando. Além desse
direcionamento, a licenciatura em química, por essa reformulação, orienta os futuros
professores à sociedade na busca de que, em suas práticas pedagógicas, os seus alunos possam
compreender o elo explicativo dos fenômenos cotidianos em razão da ciência química.
3- A prática docente do licenciado em química: um reflexo do ensino superior
Entre as diversas áreas de ensino, a química é categorizada por muitos alunos do
ensino básico como matéria muito difícil. Isto é, a química em muitos de seus conteúdos
requer um entendimento a partir do abstrato. Porém, esse conhecimento pode ser bem aceito
se ele vier amparado por uma contextualização, seja ela histórica e/ou cotidiana.
O contexto propicia aos alunos do ensino básico compreender a química e suas
relações com o meio social e, sobre esse aspecto, o professor ao manter um espaço aberto para
a valorização dos conhecimentos prévios dos alunos objetivará reconstruí-los a luz da ciência
química, conferindo um novo processo de ensino-aprendizagem onde os discentes são vozes
de conhecimento.
Diferente desse processo, contribuições científicas demonstram dificuldades oriundas
da não contextualização nos processos de ensino-aprendizagem.
No contexto da aprendizagem dos alunos a importância que essas
dificuldades representam parece ser diretamente proporcional às dificuldades
encontradas para detectá-las e identificá-las pois, as concepções dos alunos
são muitas vezes mascaradas pelo conhecimento superficial de formular suas
técnicas de manipulação, ou seja, predominância dos conteúdos
procedimentais associados apenas ao “fazer” (SANDRIN e ANDRADE,
2004, p.8).
Em concordância com esta nova postura, o professor que contextualiza cria
possibilidades de acesso ao aluno para o conhecimento químico, que neste caso os tornará
capazes de refletir e interagir com o próprio espaço social. Nestas conjunturas, o professor
deve articular as concepções dos alunos com o conhecimento científico de forma que seja
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possível um diálogo destas duas esferas. Assim, para “ensinar não basta conhecer a matéria é
preciso, entre outras competências, transformar o saber disciplinar em conteúdos acessíveis
aos alunos” (PERRRENOUD apud OLIVEIRA, 2004, p.16),
Diferente dessa proposta de inserção do contexto, professores do ensino básico
apresentam uma situação crítica para a promoção do ensino-aprendizagem. Algumas dessas
situações, ora direcionadas aos alunos, são também relacionadas para o próprio professor.
Assim, Sandrin e Andrade (2004, p.7) justificam esta última situação afirmando que a prática
educativa não se associa com as dificuldades dos alunos, mas sim com suas próprias
dificuldades de ensinar.
Ao analisar a produção científica de Sandrin e Andrade (2004), cuja base de dados e
discussão foi voltada para professores com cinco anos de formação acadêmica, onde foi
demonstrado que as maiores dificuldades para o ensino de química direcionam para três
categorias: falta de habilidade em contextualizar; o de não ter estudado o conteúdo na
graduação; e de não saber a seqüência lógica dos conteúdos.
Por esses indícios e data de publicação do citado artigo, correlaciona-se que os dados
colhidos provêm de docentes submetidos à matriz curricular de 1991, a qual sofria pequena,
porém significativas influências do perfil das primeiras gerações que possuíam em sua
formação um ensino denso em química, pois dentre os aspectos com menor dificuldade foi à
resolução de problemas numéricos seguido de entender que química é memorizar e repetir o
que está no livro “didático”.
Em face do que foi dito, a matriz curricular fora determinante para a postura do
licenciado em química, uma vez que só apresentava três disciplinas de instrumentação para o
ensino e um estágio supervisionado. Por essa realidade, a nova proposta de currículo, a partir
da Resolução No 19/05/CONEP/UFS de 29 de julho de 2005, concretiza uma vivência maior
com a realidade escolar e prática de ensino.
Considerações Finais
O conhecimento da história da ciência química no Estado de Sergipe propiciou
analisar a formação inicial dos educadores em química a partir dos documentos bibliográficos
que apresentam as reformas das matrizes curriculares de 1991 e 2005, as quais objetivaram
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uma mudança no perfil do formado que era muito mais técnico do que propriamente uma
formação voltada para o exercício da docência.
Dentro desse contexto histórico, a prática docente na educação básica conferiu, neste
estudo, ser analisada como reflexo da estruturação da Matriz Curricular que cada licenciado
foi submetido em seus anos de formação acadêmica e, desta forma, deu-nos a possibilidade de
uma releitura das produções científicas, ou seja, não julgar a baixa compreensão do aluno
sobre os conhecimentos químicos como conseqüência da atuação do professorado em sala de
aula.
Além disso, o presente artigo demonstrou apesar da não expressiva produção científica
deste assunto na área de química em Sergipe, que os reflexos das práticas educacionais na
formação do professor ainda possuem resquícios do perfil da proposta pedagógica de matrizes
curriculares das primeiras gerações as quais são percebidas no currículo de 1991, o que assim
comprometeu licenciados no exercício da profissão.
Por fim, o estudo bibliográfico ao debruçar-se sobre a história desta ciência em
Sergipe, permitiu clareza quanto às grandes mudanças na matriz curricular de 1991 para 2005
do curso não só por atender uma exigência legal, mas, para uma melhoria no ensino de
química na educação básica, como demonstrou os artigos científicos analisados. Para tanto,
reflexões sobre estas práticas educativas a luz do currículo são necessárias, pois, poucas são
as contribuições cientificas com esse entrelaçamento de informação.
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10
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ANDRADE, Djalma. Propondo um Novo Olhar para a Formação Inicial de Professores de
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CONCEIÇÃO, Claudileuza Oliveira da. A Escola de Química em Sergipe: o processo de
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DÓREA, Haroldo Silveira. Química em Sergipe – Um Olhar para o Futuro a partir da
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