CARTA DE NOVO HAMBURGO
A Juventude do PMDB do Rio Grande do Sul, reunida no dia 17 de outubro de 2015 na
sede do PMDB de Novo Hamburgo, com a parceria da Fundação Ulysses Guimarães e sob a
orientação do painelista Prof. Rafael Bastos, discutiu a temática da influência e participação da
juventude nos governos. Através da exposição teórica e discussão política de grupos de
trabalho, chegamos às seguintes considerações:
O jovem segue enfrentando barreiras que limitam sua participação em decisões dos
governos muito em função de um preconceito geracional, um injustificado descrédito pela
pouca idade, mesmo quando demonstra ter capacidade para exercer atividades importantes.
Quando o jovem é visto como acessório político, mesmo tendo qualificação, não consegue
adquirir experiência pela falta de oportunidades. Prova disso é que a esmagadora maioria dos
órgãos governamentais não contam com estrutura para gestão de políticas públicas de
juventude e, em alguns casos em que contam, é uma estrutura irrisória, apenas para
movimento político e não para gestão de políticas de estado. Este problema também reflete
no número de candidatos jovens lançados pelos partidos, pois cada vez menos jovens tem
interesse em participar da vida pública em função das dificuldades que enfrenta para ser
levado a sério.
A juventude é a fase mais importante da vida, pois é nesta fase que o ser humano
toma decisões importantes sobre seu futuro, sua formação, sua vida pessoal, sexual, familiar,
profissional, dentre tantas outras escolhas que tem efeito na vida em sociedade. É importante
que, nesta época tão sensível da vida, os governos disponham de políticas sérias, objetivas,
que garantam o acesso dos jovens a políticas públicas de desenvolvimento social, que
protejam seus direitos, potencializem seus talentos e que abram as portas para a qualificação,
emprego e renda. Considerando esta realidade, nos faz necessário dizer que a criação de
órgãos gestores de políticas de juventude nas estruturas governamentais não pode restringirse a uma resposta rápida à sociedade no que diz respeito a pautas discutidas pela juventude.
Quando é assim, os órgãos de juventude são os primeiros a serem atingidos em momentos de
recessão, pois não são considerados uma política de importância para o país. Infelizmente, isso
está demonstrado na intenção do Governo Federal de extinguir a Secretaria Nacional de
Juventude, principal órgão gestor de políticas de juventude no Brasil.
Para modificar esta realidade, é necessário que os movimentos de juventude se
reorganizem. No que diz respeito aos partidos políticos, defendemos que os jovens sejam
maioria dentre os candidatos, contribuindo com candidaturas qualificadas e com potencial
para construir políticas públicas sérias e comprometidas com o bem comum. Da mesma forma,
defendemos a criação de mais Conselhos de Juventude, especialmente nos municípios, como
forma de garantir que o jovem tenha vez e voz na orientação dos rumos da administração
pública. Esta é uma luta que precisa ser abraçada pelos movimentos organizados de
juventude.
Temos convicção de que quando o jovem é protagonista na condução das políticas
públicas nos governos, em especial nos governos municipais, temos uma sociedade
verdadeiramente mais justa, que planeja e investe seriamente em educação, saúde, segurança
e infraestrutura, pois o jovem não é dotado de vícios, nem políticos nem de gestão, além de
ter uma visão moderna e livre de preconceitos sobre a função do poder público na vida das
pessoas.
É por isso que acreditamos que a juventude é a força das mudanças.
Novo Hamburgo, 17 de outubro de 2015.
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