MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Comissão Nacional de Política Indigenista Ata da 26ª Reunião Ordinária da CNPI Comissão Nacional de Política Indigenista CNPI Dia 12 de dezembro 2014 A presente reunião foi realizada no dia 12 de dezembro de 2014, com o presidente Flavio Chiarelli, cumprimentando a todos e desejando uma ótima reunião. Estavam presentes, pela bancada governamental: Flavio Chiarelli -Presidente da CNPI; Marcelo Veiga – Ministério da Justiça; Cel. Rodrigo Martins Prates e Cel. Landercy Dias – Ministério da Defesa; Frederico Brito – Gabinete de Segurança Institucional da PR; Bianca Coelho Moura – Ministério da Saúde; Edmilton Cerqueira –Ministério do Desenvolvimento Agrário; Márcia David e Rodrigo Augusto – Ministério do Meio Ambiente; Marco Túlio – Ministério das Relações Exteriores. Bancada indígena: Francisca Navantino – Pareci; Ak’Jabour Kayapó; Kohalue Karajá; Lourenço Borges Milhomem - Krikati; Luiz Vieira Titiah – Pataxó Hã Hã Hãe; José Ciriaco Sobrinho – Potiguara; Manoel Messias – Xukuru-Kariri; Brasílio Priprá – Xokleng; Deoclides de Paula – Kaingang; Rosa da Silva Souza – Pitaguary; Simone Vidal – Karipuna; Valcelio Figueiredo –Terena; Heliton Gavião - Gavião; Elcio Severino – Manchineri; Lindomar Santos Rodrigues – Xokó; Crisanto Xavante- Xavante; Marcos dos Santos Tupã – Guarani. Bancada indigenistas: Daniel Pierri/CTI, Saulo Feitosa/CIMI e Paulino Montejo Assessor da Bancada Indígena. Demais participantes: Fernanda Bricéno – Ministério da Justiça; Elaine Santos – Funai; Vicente Barbosa – Funai; Mario Vilela – Funai; Lucia Alberta – Funai; Marcos Terena – ITC; Patrícia Fregonesi – Prefeitura de Palmas/TO; Fernando Vianna - Funai; Rosane Kaingang- ARPINSUL; Antonio Régis – Sociedade Uheeu Gatu; Ana Roberta – ARPINSUL; Sergina da Silva – Indígena; Rivelino Macuxi – Ministério do Esporte. Secretaria-Executiva: Teresinha Gasparin Maglia, Gracioneide Maria Rodrigues e Kaio Kepler – relatoria. Flávio Chiarelli – Bom dia. Mais uma vez bom dia a todas e a todos. Declaro aberta a 26ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI. Eu queria já iniciar os trabalhos, convidando os dois colegas do MMA, para compor a mesa com a gente. A gente tem alguns membros que estão, por exemplo, a Olga, que está doente, então o lugar dela vai ficar vago, vocês podem tomar assento também. Coronel Rodrigo, nós estamos trocando agora a suplência do MD, queria apresentar... queria que o senhor apresentasse para todos, também, o nosso companheiro da Aeronáutica e convidá-lo para sentar-se aqui a mesa, também. Coronel Rodrigo – Bom dia a todos e a todas. Obrigado... Agradecer ao presidente pela oportunidade, e informar que o Coronel Jean, que vinha me acompanhando aqui algumas vezes, ele é meu suplente oficialmente, ele teve que se afastar. Foi fazer um curso no Rio de Janeiro, um curso de um ano, em consequência... em princípio será substituído pelo Coronel Laudecir, que é da Aeronáutica, trabalha no MD. Coronel Landecir – Bom dia a todos. Aproveitando aqui a oportunidade de me apresentar, recentemente lá no MD, cheguei no sentido de substituir o Jean, realmente conheço muito pouco da atividade, então estou aqui mais para aprender inicialmente, e tentar colaborar dentro do possível, em breve. No momento ainda vou muito pouco colaborar. Flávio Chiarelli – Obrigado Coronel. Vou pedir também, para os colegas do MMA se apresentarem. Márcia David – Bom dia a todos. Sou Márcia David, analista ambiental do MMA. Quero pedir desculpas pelo secretário Paulo Guilherme, ele não pode comparecer agora pela manhã, mas na parte da tarde ele, provavelmente, estará aqui. E a suplente dele, Larissa Gaivizzo, está de licença media. Então eu e o rodrigo estamos aqui cobrindo. Somos dois membros da comissão organizadora da conferência. Então estamos aqui, enquanto servidores dos ministérios, mas também, como membros da comissão organizadora da conferência. Rodrigo Medeiros – Bom dia a todos. Rodrigo Medeiros. A gente está fazendo um acompanhamento, como a Marcia falou. O secretario falou, não pode vir de manhã. Flávio Chiarelli – Obrigado. Eu gostaria de convidar também, o diplomata Marco Túlio, que é o representante do MRE, para sentar compondo a mesa. Obrigado. Você que vem acompanhando com a gente, as discussões todas. Bom, eu queria iniciar saudando a todas as autoridades do governo aqui presente, as autoridades indígenas, os nossos companheiros representantes das organizações indigenistas. Vamos dar início a aprovação da ata. Todos receberam, então a nossa sistemática vai ser de se ninguém tiver alguma contribuição, vou considerar apoiada a ata. Está aprovada a ata da 25ª reunião. Todos receberam a pauta da nossa reunião de hoje? A 26ª? O primeiro ponto de pauta seriam os informes gerais. Depois está confirmada a presença dos organizadores dos primeiros jogos mundiais dos povos indígenas. Contaremos com o Marcos Tereno, uma representante da prefeitura de Palmas e o Rivelino Macuxí. Eles devem estar chegando por aí. Após o almoço está previsto fazer uma avaliação da oficina. Eu acho que todos que estão aqui se envolveram, de verta forma, no processo ontem. E por fim, a gente tem que fazer o planejamento anual para 2015 e os encaminhamentos. Eu acho que a gente consegue esgotar a pauta até antes do que está previsto aqui. É possível que a gente consiga. A depender da avaliação da oficina, a depender também, da nossa conversa com esses organizadores dos jogos mundiais, é possível que a gente consiga... Então eu vou propor aqui uma... será que dá tempo de a gente fazer aqui uma avaliação dessa nossa oficina? Já iniciar por isso? pode ser? Então... Pois não, Bianca. Bianca Moura – Bom dia a todos e a todas. Eu peço desculpa pela minha voz sexy que hoje está, meio fanha, à bancada indígena, banca de governo na verdade, antes de iniciar a reunião, a ata foi aprovada, nós lemos... Só para questão de esclarecimento. Eu creio que todos os membros estão acompanhando o esclarecimento que o doutor Antônio fez. Ele recebeu a ata degravada, já esclareceu, mas ainda há uma insistência nesses fatos. E como eu tinha colocado na reunião anterior, do acompanhamento dessa comissão, há um inquérito que vai ser aberto para esclarecer definitivamente o que está sendo posto sobre quem enviou e quem não enviou. Então, se for confirmada a participação da Doutora Deborah nessa manhã, nesse dia de hoje, também para a gente pedir esclarecimento dela, do que ela colocou em uma audiência onde estava presente o advogado da AGU, consultoria jurídica do Ministério da Saúde, MPOG e os presidentes de CONDIS. Então, é só para a gente esclarecer e se for o caso, não sei se tira uma comissão aqui, para acompanhar ou então abre-se um inquérito e a gente dá os devidos esclarecimentos e encaminhamentos. E se for o caso Saulo, eu já peço se há a disponibilidade de você, quando for ter a investigação pelo DATASUS, da quebra de IP, se você disponibiliza o seu computador para a gente averiguar e acabar com essa confusão, com essas trocas de e-mail e esclarecer definitivamente todas as essas situações. Flávio Chiarelli – Saulo, quer fazer o uso da palavra? Saulo Feitosa – Da minha parte há o todo interesse me esclarecer os fatos. Inclusive, eu tenho respondido as mensagens do doutor Antônio, procurando esclarecer. Coloco na mensagem, que ele diz que não mandou e-mail para mim, e eu entendo que ele não mandou, e coloco na minha mensagem que chegou na minha caixa, ele como remetente. Então tem que esclarecer o problema. Agora, não fui eu... O que eu estou dizendo é o seguinte: não fui eu quem invadiu o e-mail dele e mandei a mensagem para mim. É só isso. A questão é muito simples. Bianca Moura – A questão é que você continua afirmando que recebeu dele... Saulo Feitosa – Não. Chegou na minha caixa... Bianca Moura – Não. A pergunta é: você recebeu dele? A doutora Debora Duprat, afirmou que ela enviou para você. Entendeu? Saulo Feitosa mensagem... – Eu recebi e-mail da doutora Debora Duprat, na minha caixa de Bianca Moura – Então, para esclarecer vamos quebrar o IP, esclarecer tudo isso. Saulo Feitosa – Na minha caixa de mensagem, eu recebi e-mail da doutora Debora Duprat, com o endereço de remetente doutora Débora Duprat, e recebi e-mail com remetente de Antônio Alves. Foi isso que eu disse. Não fui que invadi o e-mail do doutor Antônio e mandou o e-mail para mim. Então, é claro que eu tenho interesse em esclarecer, como é que na minha caixa de mensagem aparece o nome dele. De minha parte, tenho total interesse de resolver. Bianca Moura – Ótimo. Então vai ser isso... então vai ser aberto o inquérito e vai ser investigado. Porque não admitimos mentiras, e a gente nunca faltou com a verdade. E os indígenas acompanham muito bem. Em vários momentos nesse mesmo plenário ou em outros, assim como a gente se equivoca, erra... a gente sempre tem a hombridade e a grandeza de se desculpar e recolher os erros. Então assim, é só para deixar claro presidente, que isso vai ter que ser realmente esclarecido, porque mais uma vez é afirmado que saiu do e-mail de um Secretário Nacional, algo que não ocorreu. E isso está sendo afirmado várias vezes. Estamos tentando esclarecer na maior tranquilidade, mas, infelizmente não é possível. A gente vai ter que levar para outros caminhos. Então, muito obrigada, era só isso que eu queria. Saulo Feitosa – Só para dizer que à quem acusa, cabe o ônus da prova. A acusação que me está sendo amputada, é a de que eu fiz uma adulteração de e-mail. A qual eu tenho total interesse de provar. Agora, quem acusa que eu alterei o e-mail, vai ter que provar. A única coisa que eu tenho dito é que apareceu isso na minha caixa de mensagens, e pronto. E não tenho mais o que falar. Bianca Moura – Ok. A perícia vai comprovar quem está falando a verdade... Saulo Feitosa – Pronto, Bianca. Eu não tenho medo. Eu sou acostumado a enfrentar grileiro de terra, fazendeiro inimigo de índio nos tribunais. Processos... eu já respondo há trinta anos contra os inimigos do índio. Então pronto. [Senhora Bianca falou fora do microfone.] Flávio Chiarelli – Então, Saulo, eu proponho... por hora Bianca, que você mantenha a comissão informada, e se for o caso, a gente pode ou não deliberar por essa alternativa que você deu, para a subcomissão acompanhar. Mas por hora, mantenha a comissão informada sobre o desdobramento. Ok? Obrigado. Os nossos convidados, eu não sei se chegaram. Eu acho que não. Eu vou, então, já abrir a palavra a quem quiser se inscrever, para a gente fazer uma avaliação da oficina de ontem. Na verdade, dos dois dias que nos antecederam aqui. Quem quer se inscrever? Luís Titiah. Luiz Titiah – Luís Titiah, representando a região Nordeste/Leste pela APOINME. Presidente, a minha avaliação, que eu tenho da oficina, a participar, que foi uma oficina muito boa por nós ter a condição de trazer outras lideranças que é também, representante em cada base, cada região do continente do Brasil. A participar numa preparação para está nos ajudando nas assembleias locais, regionais e até nacional. Mas assim, eu senti um pouco que precisou fortalecer um pouco mais a organização de horário, de nós ter aproveitado mais os dois dias. E a própria coordenação da oficina deixou algumas coisas, de ter que organizar uma coisa assim, mais de horário. Enfim, ficou muito solta. As lideranças só discursando, discursando e não focava muito no objetivo. E teve a questão do momento lá no congresso, que também, foi um momento um pouco difícil para a gente. E também, no grupo de trabalho que eu participei, a minha avaliação ficou muito solto. Não consegui a avaliação que esta muito solta. Não conseguimos concluir o trabalho que tava na pauta. E às vezes nas oficinas, um trabalho de grupo, que é um trabalho para estar encaminhando as propostas de trabalho importante o de nós estar encaminhando as propostas para serem encaminhadas para a plenária, para assim dar segmento nos trabalhos. Na Bahia eu vou ter que estar fechando os trabalhos, agora no próximo seminário eu vai ter em fevereiro. E enfim, agradecer o empenho das pessoas que ajudaram a organizar a oficina, e esperamos que no seminário, a gente... algumas falhazinhas que tiveram no seminário, a gente não deixe mais isso acontecer. Espero que a gente tente aproveitar esses momentos para estar encaminhando as cosias. E o que eu vejo, eu quero aproveitar o momento e dizer, eu já participei de muito seminário e oficina, e eu faço uso daquela fala que o senhor falou: lá para novembro de 2015... tem muito tempo ainda. Se nó vermos o trabalho, a tarefa que nós temos para ser realiza até 17 de novembro de 2015, não é fácil. Quem organiza e participa de organização de oficina sabe como é. Acho que teve essa organização de riqueza de um lado, mas tiveram algumas coisas que foram mínimas, mas que se começar a repetir, lá na frente não vamos realizar algumas coisas que precisamos realizar. Mas enfim, eu teço o meu compromisso de estar nas minhas bases, com toda a situação que estamos passando e já começar a trabalhar o que eu já aprendi na oficina. Na semana que vem, dia 17, eu vou ter a reunião do CONDIS, onde vão estar lideranças indígenas de várias regiões, que eu vou estar passando esse material, o que foi nas outras oficinas. Eu tenho certeza de que as outras lideranças estão com o mesmo papel. Mas nós acreditamos que o seminário que vem em fevereiro, algumas coisas vamos reajustar e com fé em Deus vai dar tudo certo nessa CNPI. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Titiah, eu concordo integralmente com o que você falou. A gente teve algumas falhas de organização. A questão do horário em toda reunião, em todo evento é fundamental. Se a gente não tiver uma pessoa com o chicote na mão cuidando de todo mundo, não sai. Porque a gente sai para um lanche, um cafezinho e não volta. Fica ali batendo papo em paralelo. Então é muito importante que a gente aproveite esse tempo, o nosso espaço, para o seminário. Que a gente consiga potencializar esse tempo, esse espaço. E concordo quando você fala que algumas lideranças... que a gente tinha que estar um pouco mais focado na discussão que a gente propõe. Por que assim, as lideranças que vem mais para Brasília, elas têm condições me uma reunião especifica, de se ater mais àquele ponto. Como a gente tem um quórum um pouco mais ampliado, há pessoas que nem sempre vem, é natural que as outras pessoas queiram falar de outras coisas, de outros contextos, da voz, as vezes você traz um recado da comunidade, enfim, um anseio. Então isso é natural. Eu acho que até nesse sentido a gente consegue conciliar bem, não saiu tanto do foco, e também, a gente não queria seciar a palavra da pessoa, porque a gente chama todo mundo, a pessoa vai falar e a gente corta a voz, então a gente deixou correr um pouco frouxo mesmo. Eu acho que para o próximo seminário a gente vai ter que estar bem mais focado naquilo que se propõe em discutir. Mas eu concordo com você. E a questão do trabalho em grupo, para a comissão organizadora, já fica a dica para a gente pensar, é muito importante nesses espaços, e as duas oficinas que a gente fez lá na FUNAI com os procuradores que atuam... as que a gente fez em outubro desse ano e outubro do ano passado, a gente percebeu que precisava mesmo desse momento de oficina de grupo, para as pessoas poderem falar. Porque não adianta trazer todo mundo para Brasília, a pessoa ouvir, ouvir, e ficar três dias ouvindo e vai embora sem poder falar. Todo mundo quer falar, todo mundo tem que ter o seu espaço para poder falar. As pessoas precisam ter o espaço para vocalizar o que está pensando. Então concordo. Fica a avaliação para a gente refletir para a organização do seminário. Wellington Gavião. Heliton Gavião – Bom dia parentes. Representantes do governo. Refletindo também, a fala do companheiro Titiah, é um pouco da avaliação que eu vou fazer. Eu sei que foi um dia muito pouco tumulto, até porque teve várias atividades em congresso, também. É claro que a gente não poderia desprezar isso. e o que eu sugeriria é um pouco referente a essa oficina, e faltou um pouco esclarecer melhor para a gente aproveita-la, e como o companheiro diz, é difícil a gente controlar a fala de cada um, e também horário. Nessa parte ficou mais assim, como você mesmo disse, um pouco solto. Lembrando que algumas lideranças indígenas que não fazem parte da comissão tiveram presentes, aproveitaram nesse momento, e a gente não poderia interromper a fala deles, no momento em que eles tiveram aqui, aproveitando essa oficina, mas o que me preocupou mais é essa questão. Vocês que são, que estão na frente falando e fazendo palestras, esclarecer para a gente melhor, que forma que a gente vai levar essa informação da oficina, para a nossa base, para a nossa cidade que a gente representa, e também, como é que a gente vai conduzir essas conferencias locais, estaduais, regionais, que a gente via com certeza fazer parte da coordenação da organização do evento. Então nessa parte me deixou preocupado. Fiquei dois dias calado, ouvindo, percebendo de que forma estava sendo feita a palestra. Mas a minha preocupação maior é essa. Desde agora já está pesando na minha consciência a responsabilidade que eu vou ter de tentar repassar para cada coordenação regional da FUNAI do estado de Rondônia, que são três coordenações, até porque a FUNAI também esteve participando do encontro. Dessa discussão, de como vai ser planejada a conferência local e regional. Outros pontos que eu achei um pouco negativo foram... cada coordenação onde abrange até indígena, etnias que representam cada coordenação, colocaram a etnia que não faz parte daquela coordenação, da sua abrangência. Então, isso me deixou preocupado ontem. Eu tenho que levar essa informação para cada coordenação, para organizar tanto a... como eu posso dizer, os dados atuais de cada etnias, onde abrange a responsabilidade de cada coordenação. Mas nem por isso a gente pode abaixar a cabeça e cruzar os braços. Eu acho que tudo tem que ser resolvido nesse problema. E como cada liderança que se fez presente, com certeza já refletiu, a palestra de cada pessoa que veio e que foi convidada para fazer a palestra, esclarecer o que significam as conferencias, qual é o regimento, essas coisas todas. E da minha avaliação, com certeza não atingiu o meu anseio para eu entender melhor. Não é querendo desmerecer... a palestra que até você presidente... eu fiquei ate preocupado ontem. Você resgatou a história da FUNAI desde o CNPI até o atual momento. Mas a gente queria ouvir de cada palestrante, de que forma a gente pode levar uma proposta, construir uma proposta, construir um planejamento, de uma politica publica indigenista no estado brasileiro. Então nessa parte me deixou totalmente preocupado. Com certeza a gente tem experiência que a gente não está organizando, planejando a primeira conferência. A gente tem várias conferencias. Eu por exemplo, já acompanhei várias conferencias. Tanto a de educação, saúde e mais conferencias. A gente com certeza vai tentar construir conferencias locais, estaduais. Infelizmente, vamos dizer assim, vou levar poucas dúvidas, mas nem por isso eu vou desistir de levar informação para o meu estado, onde represento cinquenta e quatro etnias do estado de Rondônia. E com certeza o estado, também, vai contribuir, até porque nós temos uma coordenadoria criada no estado, recentemente onde sou coordenador. Com certeza nós vamos contribuir muito com essas conferencias locais e regionais. Era somente isso que eu queria colocar, a minha preocupação. Vamos à luta tentar construir, visibilizar essa questão indígena perante o estado, com certeza, 514 anos. Principais pessoas que são políticos, governo não entenderam e enxergaram para respeitar a questão indígena. O estado brasileiro. Essa conferencia com certeza vai tentar resgatar o respeito e criou uma política publica indigenista que possa visibilizar esse invisível que é sempre tratada questão indígena pelo estado e, poderes públicos do brasil. Era somente isso que eu queria colocar para vocês. Flávio Chiarelli – Obrigado Wellington. Deoclides Kaingang. Deoclides Kaingang – Eu sou Deoclides Kaingang estado do Ri Grande do Sul. A questão para nós do Rio Grande do Sul, principalmente, é que por ter uma população grande de kaingangs que chega em torno de 26 mil, preocupa porque a gente está pensando tentar na local tentar envolver quase todo esse povo. Porque eu sempre digo muitas vezes e ontem eu falava, são indicadas pessoas pelas lideranças. E isso não quer que aconteça nessa conferencia. Eu acho que a gente tem que entender que tem que ouvir toda a população que está lá sofrendo. Mas para que isso aconteça e está o pessoal da SESAI está ai, que ajude na coordenação regional de Passo Fundo para que a população seja atingida quase toda. Eu venho deixar registrado aqui que o pessoal da SESAI assuma a responsabilidade junto com a CR Passo Fundo. É isso que eu peço aqui ao pessoal da SESAI. A população nossa é grande, então, se a gente não trabalhar de momento já com levantamentos das aldeias, de qual a população que tem, a gente não vai poder atingir aas pessoas. queremos ser ouvidos. A gente quer ouvir as pessoas que estão na base. Porque muitas vezes as indicações saem por lideranças e isso é uma coisa que eu nunca gostei. Não quero ser indicado por lideranças, mas pela população. Era isso que eu queria colocar. E de imediato na CR, principalmente nas CRs porque tem uma população grande, tenha já mais ou menos o que é que vai ser por que... É como o Titiah falou, um ano, mas se você for olhar para nós que vamos ter 22 locais no Rio Grande do Sul, é muito pouco tempo. Então, eu espero da presidência, do presidente que não avise, mas intime o pessoal das CRs. Era isso que eu queria colocar. Flávio Chiarelli – Obrigado Deoclides. Élcio. Não está. Está lá no fundo. Toya Manchineri – Região Amazônica, COIAB. Senhor presidente esses três dias principalmente da preparatória indígenas foram bastante interessantes. Primeiro a questão indígena de a gente estar nivelando as informações entre a gente. E na minha avaliação conseguimos atingir o objetivo, que era esse primeiro momento. Aqui também falo como membro da comissão organizadora, penso que conseguimos atingir os objetivos que tínhamos proposto. Claro que ao longo do processo vamos adequando as pequenas falhas, ou as falhas que existir. É um projeto que estamos construindo e todo projeto é necessário ajustar ele ao longo do tempo. Com relação a questão do debate, ontem eu ouvi fala de parentes falando que não serviu o debate. Mas para mim serviu, principalmente para entender a questão da colonização, de como ela começou. Eu acho que a partir desse debate podemos até não ter ouvido o que nós queríamos, mas ela traz uma historia e de como ela, a questão da colonização está atual. Atual hoje. O segundo debatedor trouxe mais a questão dos mecanismos, que eu também acho bastante interessante. Eu praticamente nessa aula eu não dava muita importância para Declaração da ONU, das Nações Unidas. Eu pensava que era apenas um declaração, apenas uma intenção e que não significava muito. Mas o debatedor trouxe outra ideia do que seria essa declaração e que podemos utilizar também como força durante nossa luta pela questão dos direitos indígenas. Então, para mim foi bastante esclarecedor, pena que a gente muitas vezes não utilizamos ou não conhecemos no meu caso, não conhecia direito a questão da declaração, que já está aí há muito tempo, mas nunca parei para ler e entender. É uma das falhas nossas. Nós lideranças indígenas de não ler essas coisas para nos aprimorar nos nosso debates, nas nossas ações, principalmente na área do direito. Então, acho que esses dois momentos foram bastante interessante. Com relação a organização. Acho que falhamos realmente como indígenas na organização de não dizer parentes, os debatedores são assim e nosso pontos focais para qualquer inciativa são essas pessoas. em outra reunião podemos trabalhar melhor isso. E talvez na próxima reunião senhor presidente, nas oficinas a gente indicar moderadores. Acho que conseguimos fluir mais, pegar todas as questões e trabalhar aos poucos. Que eu vejo que não trabalhamos na questão desse primeiro momento foi o documento base que já está aí. Eu acho que deveríamos também ter apresentado essa primeira versão, ou seja primeira ideia do documento base e começar a discutir. Então, eu acho que em uma próxima reunião a gente socializar essa documentação com todo mundo. Mas eu particularmente Toya Manchineri, acho que conseguimos atingir nosso objetivo. Da divulgação e como o presidente falou ontem. Já estamos iniciando oficialmente a questão da conferencia, que é o importante para a gente. É isso. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado. Valcelio Terena. Valcelio Terena – Valcelio Terena região Centro-Oeste Mato Grosso do Sul. Senhor presidente, avaliando um pouco a nossa oficina, eu quero afirmar que para mim ela foi um privilegio grande. Foi uma oficina ampliada aonde a nossa base pode participar também. E na verdade o que eu quero falar em relação à CNPI, quanto a coordenação também. Eu acredito que a gente comete erros, mas precisamos corrigi-los junto e que isso não venha a aconteceu no seminário de fevereiro tivemos um problema no inicio dos nosso trabalhos, mas foi acertado e, tive o privilégio em relação quando eu falo pelo meu povo do estado de Mato Grosso do Sul, eles puderam participar e, para ver e perceber qual o nosso papel aqui em Brasília. Qual a nossa atividade realmente. Então, eu quero dizer como CNPI representante do estado, eu também estava passando por uma grande dificuldade lá dentro por essas falta de comunicação e também fazer o repasse dos nosso trabalhos aqui dentro. E eles poderem perceber o que foi feito, como vai ser encaminhada essa oficina para 2015. E eu acredito que o nosso da CNPI nós temos que aprimorar as comunicações que eu pude perceber e não sei se os outros parentes também perceberam, que a maior parte das organizações do nosso estado estavam desconhecidos dentro desse trabalho que vai ser realizado. Então, o que eu quero afirmar é que para mim essa oficina foi de grande importância porque a gente pode esclarecer esse trabalho, principalmente na nossa região onde vamos fazer as locais, as regionais, praticamente está tudo certo. A maneira que vamos as oficinas para nós não vai ter problema nenhum. Quero fazer um apelo para o presidente, pedir para as coordenações, não só a minha, mas todas, fazer esse apoio de base desde agora para a gente fazer essa caminhada, esse repasse de informação, que é uma peça fundamental para a organização da conferencia. E falamos também as participações das nossas organizações, lembrando bem que aqui a gente tem que focalizar, pedir apoio para a SESAI, porque a oficina é realmente também a gente trabalhar na politica publica da saúde, educação, na qual a gente mais está levando muitos problemas. Sabemos que muitas coisas estão funcionando, mas muita coisa precisa ser corrigida. Essas oficinas serão o momento de interação e, colocando nossas necessidades. Então, é isso que eu quero deixar para nosso companheiros. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Valcelio. A presidência da FUNAI vai mandar um informe agora do resultado desse primeiro passo em relação a conferencia. Então, a gente já vai preparar informando todas as regionais o que aconteceu na oficina, quais são os próximos passos para ir envolvendo eles também. O próximo inscrito é o capitão Potiguara. Capitão Potiguara – Bom dia a todos e todas. Capitão Potiguara Leste Nordeste APOINME. Queria parabenizar a realização da oficina, mas eu queria me ater a nos que justamente viemos para participar, que eu acho que o que tirou o foco dessa oficina foi justamente o que estava acontecendo dentro do Congresso Nacional. Era o votação da PEC que a gente saia daqui correndo, era o senado o projeto d Romero Jucá. Tudo isso tirou um pouco a gente do rumo que a gente ia debater na oficina. Foi proveitoso pelo seguinte fato: teve caciques que vieram aqui e que não tinham conhecimento dos nosso trabalhos. As vezes a gente falava e não davam valor, mas a visão hoje é outra. E queria dizer, como o Titiah disse, temos amanhã na Paraíba o comitê gestor vai se reunir e o presidente vai estar lá . e eu e o cacique Natan que esteve aqui, já faz uma divulgação. Eu acho essa oficina como o inicio da primeira conferencia que vai ser realizada em novembro. Porque foi proveitoso. Como o Toya disse, a gente falha muito em não ler e esse é o mal do brasileiro. A gente tem que se ater mais essas leis que a gente não conhece para nos dar suporte para que a gente possa vir para um evento desse de igual para igual. Era essa a minha contribuição. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Capitão. O próximo é o Lourenço Krikati. Lourenço Krikati – Bom dia. Lourenço Krikati Maranhão Região Norte. Eu na avaliação e ao mesmo tempo sugestão também, a oficina em si para mim até mesmo avaliando um pouco os debatedores que estiveram, fizeram a informação desde que começou a proteção e como começou o funcionamento e alguns decretos, as leis que o próprio presidente apresentou. Isso abre uma luz para nós para estar também contribuindo na condução da própria conferência. Porque é importante a gente rever essa questão do passado para a gente ver o presente e, trabalhar para o futuro. Isso é importante e, as falas dos colegas isso foi antecipado. Para nós foi importante até para reforçar também as falas que já foram, que algumas lideranças que realmente não conheciam o trabalho, tiveram e contribuíram ou até mesmo o nivelamento de algumas falhas que aconteceram até mesmo no planejamento. Todos nós levantamos no grupo de trabalho da região norte questões de números de população indígena, e também, as populações que existem no estado. Aproveitamos, todos falaram que realmente vamos ajudar e a realidade que está hoje em cada região, quantas populações, povos que temos nos estados. Isso foi muito bom para a gente estar também ao mesmo tempo conhecendo a quantidade de povos que temos por estado. Eu queria sugerir para nós tanto da bancada indígena e da governista, na organização. Porque as vezes deixamos, somos todos responsáveis pela oficina que aconteceu tanto o seminário que ainda vai aconteceu e, a própria conferência. Acho que temos que começar a nos organizar no acompanhamento de como coordenar e conduzir a oficina que já passou, mas principalmente o seminário. Precisa que nós liderança indígena se posicione na hora de organizar. Ter tempo de que no intervalo e alguém nos chama e um fica esperando o outro e o tempo vai passando. Temos que nos organizar, fazer o compromisso até para o seminário que vai ter mais numero de pessoas participando. Então, temos que começar a organizar e cada um se responsabilidade por cada parte para estar realmente aproveitando o tempo para que a venha acontecer a próxima, o seminário dentro do seu programa que será feito. Sugiro com essa observação. Para a gente se organizar, porque estamos deixando muito solto às vezes e fica esperando pelo outro, só para os moderadores, até para a comissão de organização. Acho que fica esperando. Eu sugiro essa parte de a gente tomar responsabilidade todos nós para estar organizando junto o tempo. E até mesmo eu sei que muitas lideranças quando vem a gente tem que começar a ouvir. Mas para o seminário temos que nos preparar para que não venha a acontecer essa falha. Como já falaram, cada oficina ou reuniões a gente vai aprendendo, principalmente para a conferencia que a gente comece a se organizar para que não venha a acontecer nas conferencias sejam repetidas as palavras, muito repetido o questionamento. Então, a gente tem que desde agora nos organizar. Era isso. Flávio Chiarelli – Obrigado Lourenço. Eu concordo com você. Acho que a oficina foi um bom treino para a gente não errar no seminário. Eu tenho ainda mais 5 inscritos e os nossos convidados já chegara ali para falar de jogos indígenas. A gente termina e depois chama os convidados? Vamos esgotar isso. É melhor terminar. Acho melhor. Lindomar Xocó. Lindomar Xokó – Lindomar Xokó, estado de Sergipe. Região nordeste leste representando a APOINME. Quero ser bem breve. Gostei do seminário e quero trazer aqui para o plenário que com toda essa turbulência que houve no congresso acho que foi conseguido o objetivo, que era repassar todo o começo temporada. Dizer para os parentes que essa flexibilidade vai ter em todos os momentos em que a gente estiver junto e trouxer alguém. É importante que as pessoas que veem trazem as ansiedades também e tem que ser mesmo flexível. O tempo nosso é esse e temos que garantir a fala de todos que queiram usar a palavra. Mas eu gostaria de aproveitar e fazer um pedido aqui à bancada, que pudesse estar encaminhando também um convite, que a gente pudesse aproveitar nas nossas bases uma instancia que vai nos ajudar muito, que é o Conselho Digital de saúde. Que a gente pudesse trazer os presidentes de conselho, para poder se integrar, já que eles cuidam diretamente da política de saúde. É uma politica que nos interessa muito. É uma proposta que faço como assessor na nossa região. Para mim vai ser de grande importância e para todos nós, caminhar junto nessa construção da politica nacional para os povos indígenas. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Falou pouco mas falou bem. Crisanto Xavante. A gente não pode fazer eles esperarem a manha toda. São dez e meia e se agente conseguir esgotar até as onze a gente chama eles. Se até as onze a gente não conseguir esgotar as avaliações a gente interrompe. Se a gente for breve acho que a gente consegue. Crisanto Xavante – Bom dia a todos. Bom dia para nós. Bom, vou tentar ser breve aqui. eu aprendi uma coisa e a gente aprende dentro da casa. Tantas coisas negativas que a acontecem com a gente e tudo vale a pena. Eu não estive na primeira oficina, mas eu estou aqui hoje. Nós ajustamos quanto a oficina para mim foi positivo presidente. Quem somos nós? Somos seres humanos, direito passivo de erro. E de acerto também. Já falei bastante presidente e estamos pecando na logística. Precisamos melhorar. Acho que para um bom funcionamento de uma reunião de uma conferencia como qualquer outra reunião de qualquer natureza é primordial cuidar da logística. Eu ainda quero falar sobre isso nos regionais, como estão nosso CRs. Tem que ser ajustadas algumas CRs para dar conta do recado das regionais. Só nós sabemos o que vivemos na região. La na ponta as dificuldades, ajustar a maquina publica em Brasília e fácil, porque ela já está construída. A pessoa que dirige essa instituição, que assume ela já está bem amparado pelos assessores, pela estrutura. Era isso que eu queria chamar a atenção. Enquanto parceiro eu agradeço e estou a disposição do senhor, da FUNAI de abraçar essas dificuldades, esse desafio, mas se trata do estado brasileiro, se trata da situação indígena que está espalhada pelos ministérios. Insisto na colaboração dos que trabalham com a gente, com os povos indígenas de colaborar na ponta, para que saia bem esse trabalho nas conferencias locais. Quanto a próxima oficina. O seminário, seja o que for o nome de fevereiro, espero que a gente já tenha um trabalho feito com nosso CR e trazermos já o objetivo alcançado e, que se prepare a reunião regional, conferencias regionais e nacionais. Uma coisa que me chamou a atenção também presidente é quando se fala conferencia diferente. Eu aqui fico me perguntando: de fato tem que ser uma conferencia diferente, porque a questão indígena não está na universidade, não está escrita. A construção da politica indígena, indigenista, se faz dia a dia. Se faz dessa forma. Se constrói. Então, não tem nenhum receita na universidade. É isso que estamos exercendo e vamos fazer no próximo encontro da gente em fevereiro. Eu queria chamar a atenção para isso. Para terminar a minha fala, chamar a atenção para nós, CNPI, bancada tanto governo e indígena de a gente se atentar para fazer apanhado do trabalho do CNPI, das comissões. Eu acho que temos já material suficiente para que a gente melhore o instrumento para a nossa conferencia nacional de politica indigenista. Era só isso que eu queria dizer. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Crisanto. Kohalue Karajá. Kohalue Karajá – Bom dia a todos e todas, Kohalue Karajá região norte, especificamente representando Tocantins. Então, a minha avaliação em relação aos palestrantes é que foram esclarecedoras as questões do professor Antônio de Souza. Ele trouxe sobre a relevância e o funcionamento da politica pública e, no segundo momento ele relatou a questão da politica indigenista. Eu achei muito técnica para lideranças indígenas. Realmente deveria ser usada palavra mais simples. Para a gente até que não, os visitantes que estiveram aqui, vieram da aldeia e que estiveram aqui pela primeira vez participando, e aí eu percebi que algumas pessoas estavam voando. Eu achei também interessante a fala do coronel Rodrigo Martins que trouxe histórico sobre a atuação do militar na área indígena. Eu não sabia. Quando eu estava estudando sobre, preparando minha monografia que foi em cima da Constituição sobre diretos indígenas, consegui visualizar a primeira constituição brasileira e não trouxe a questão indígena. A terceira começou a colocar a questão indígena. Escreveu. Então, em relação a questão indígenas, direitos indígenas, o governo brasileiro reconhece a bastante tempo efetivamente 88 consolidou mesmo, que é onde colocou-se artigo 231 e 232, onde infelizmente os políticos estão querendo mudar, os ruralistas. A própria constituição fala que não pode ser mudado nunca, pode acrescentar. Mas não pé isso que infelizmente nossos representantes, os políticos são anti-indigenistas e estão falando isso. Todo dia é um aprendizado. Eu aprendo todos os dias. Eu me lembro da primeira vez que fui parar na escola e, até então comecei a estudar sobre minha língua indígena Karajá para escrever. Claro a gente nasce e em certa idade começa a falar na língua e depois escreve no dialeto. A gente aprendeu a falar e também escrever dialeto no caso. Quando completei 18 para 19 comecei a aprender a falar a língua portuguesa. Comecei a estudar dia e noite para aprender o que é a língua portuguesa. Nunca imaginei também que pudesse estar na universidade. Cheguei na universidade e conclui meu curso superior, fiz pós-graduação, então, a questão em relação à situação indígena é a falta de oportunidade. Acho que é isso. Então, a conferencia, a oficina são muito importantes. É um aprendizado. Já participei de varias oficinas, seminários. Essa conferencia que a gente está fazendo agora, a minha preocupação presidente, eu estou na CR Araguaia agora como coordenador técnico e eu estou sentindo isso na pele. A dificuldade e as lideranças indígenas sempre estão lá me procurando para a gente fazer alguma coisa. O nosso contato é CR de Palmas e sempre estou lá conversando com eles. Brasília Palmas - Palmas Araguaia. Nosso povo é gente mesmo e está sendo reconhecido povo do Araguaia. Enfim, acho que é isso. Eu gostaria de parabenizar a comissão. Pouco tempo para trabalhar e houve realmente o professor aqui ficou perdido. Ele ficou voando. Ele ia falar sobre descolonização e foi falar a 169. Acredito que a comissão aqui já sabe o que é. A convenção 169 tem que ser falada na aldeia a comunidade tem que saber isso. Os governantes tem que respeitar. Valer esse direito para nós. E eu gostaria de agradecer também pela coragem presidente. Você chegou agora e está atuando mesmo e que seja assim realmente. Que abrace essa causa tão oprimida, a questão indígena nos últimos anos está sendo bombardeada de todos os lados. E ainda tem esperança que futuramente melhore a questão indígena, seja na saúde, educação, questão territorial. Que a nossa presidente possa sensibilizar mesmo, que abra a brecha no sentido de atender a reivindicação do nosso povo, a população indígena do brasil. E a presença dos representantes dos governantes também que pudesse também abraçar essa causa nossa, porque a situação hoje e que estamos vivendo, em função dessa PEC 215, que realmente vai ser um genocídio, etnocídio para a população indígena. E eu acho que com o apoio de vocês cada um se manifestando, seja na oração, seja no pensamento positivo, seja na enfim, eu acho que é isso. Eu gostaria de contar com vocês. E agradecer também parentes. Acho que a gente não pode abaixar a cabeça. Temos que lutar mesmo. Nossa causa é nobre e defender essa causa. Agradeço. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Kohalue agradeço. Vou passar a palavra agora para a Rosa Pitaguary. Rosa Pitaguary – Bom dia a todos e a todas. Eu não vou me estender muito porque eu acho que muita das coisas que foram faladas aqui pelos nossos colegas já nos contemplou bastante não é? Realmente a nossa primeira oficina é um aprendizado para cada um de nós nesse momento. Eu quero parabenizar sim a comissão por... Aos poucos nós estamos aprendendo e estamos também dando conta do recado. Não tá saindo da maneira realmente que a gente queria mas é a primeira conferência como nós vimos ontem quando se foi colocado que tem várias conferências aí que já vai na quinta, na sexta, na oitava e a nossa é a primeira, então para ser a primeira eu acho que nós estamos saindo muito bem e queria falar que nós temos... Eu gostaria de pedir para equipe da FUNAI e do MJ que fica aqui que quando nós fecharmos alguma decisão, se for mudada que por favor nos repasse porque teve um momento que infelizmente a gente quase que botava as coisas a perder por conta de falta de informação, certo? Então eu gostaria... Eu já venho pedindo isso em outras reuniões, em outros momentos. A comunicação entre a gente. Eu acho que os nossos emails, todos estão aí, todos estão aí e a Teresinha tem essa lista de e-mail para tá repassando todas essas informações. Outra coisa, conversando com os meninos, nós já temos até algumas atividades que a gente pode estar vendo para o seminário já para gente tá tentando se organizar melhor. E gostei muito também sobre a questão da cultura, do fortalecimento e da subcomissão que vai ser criada para tá trabalhando também dentro da conferência e a gente já queria também dentro disso também trabalhar dentro do seminário, já que vai tá um número grande de participantes indígena dentro, não é? Dentro do seminário. Nós temos já até algumas indicações de representantes indígenas que possa vim nos ajudar para fazer alguma apresentação se for preciso, não é? Também. Eu acho que nós temos que fortalecer esse outro lado. Obrigada. Flávio Chiarelli – Obrigado, Rosa. Rosa Pitaguary – Só um minutinho. Nós também gostaríamos também de pedir aqui que nós achamos importante que todos...Toda FUNAI participe desse momento, não é? E nós tivemos uma reunião com a ANSEF para que eles pudessem também... Porque eu acho que é uma organização a qual os representantes da FUNAI estão lá dentro, eu acho que era importante também a participação e aqui focar mais uma vez também a, que a secretária executiva da CNPI possa tá repassando todas as informações que sair tanto da comissão organizadora, para todos os membros da CNPI, não só nós da comissão porque quando a gente vem para reunião da CNPI que nós vamos falar sobre o que a comissão já trabalhou, eu acho que era importante que essas pessoas já tivessem essas informações até mesmo para ver se vem concordando ou não, se tá bom, o que é que pode estar nos ajudando em cima disso. Obrigada. Flávio Chiarelli – Obrigado, Rosa. Simone. Simone Karipuna – Bom a todos e a todas. Simone Karipuna, região amazônica, COIAB, Amapá e norte do Pará. Eu queria pontuar algumas questões e uma que eu acho super relevante e essa avaliação que eu faço da oficina por parte da comissão organizadora, eu gostaria de fazer um pedido, que esse... Que no próximo evento que ocorra que a gente sempre no final do dia a gente consiga fazer uma avaliação das atividades do dia. Eu acho que não houve e a gente precisa adotar essa nova forma de coordenar. Também foi colocado aqui e eu queria reforçar que todas as ações, todas as questões que nós planejamos tem que ser responsabilidade de cada um da comissão organizadora, decisões conjuntas. Eu acho que na comissão organizadora não tem ninguém que seja melhor do que ninguém. Nós estamos num nível só e as decisões tem que ser tomadas juntas. Gostaria também de só pedir e falar. Ontem nos informe houve uma informação sobre o posicionamento de alguns membros, inclusive fui citada em relação ao posicionamento e a preocupação de manter a oficina e ao mesmo tempo ir pro Congresso. Eu gostaria de dizer que a gente enquanto liderança de base tá aqui com todo o respaldo e de forma alguma a gente vai contrária aos nossos direito. Eu gostaria que fosse registrado aqui porque a gente nunca vai contrário aos nossos direitos. Gostaria de pedir e ontem eu tive observando e também a minha liderança de base me cobraram mas a informação do que ocorreu durante essa semana aqui em Brasília, inclusive pela oficina no site da FUNAI e peço pros parceiros aí também que divulguem. Eu também percebi e também já foi falado, o esvaziamento da plenária. Eu acho que essa é uma questão que, quanto comissão organizadora, nós temos que avaliar, determinar tempo e aí pensando nisso, já é um indicativo que eu faço, eu acho que, como diz, nós estamos fazendo exercício. Esse foi o primeiro exercício para que nas conferências a gente não cometa mais erro. Então, diante disso que eu gostaria de fazer uma observação de que no seminário a gente adote uma dinâmica que seja acordado com a plenária, tá? Da gente junto dividir a responsabilidade de que é importante determinar um determinado tempo pras falas. Não é você cessar a fala das pessoas, mas também já um treinamento pras pessoas ter posicionamento mais direto, eu gostaria de fazer essa observação porque muitas pessoas que vieram para fala falaram tanto mas na hora que deu a vontade de comer saíram e deixaram os outros aqui e muitos da comissão organizadora também se ausentaram, não ficaram até o término do primeiro horário da manhã, então isso eu gostaria de chamar a atenção a todos os membros da comissão organizadora e enquanto nós não vestirmos a camisa e mostrarmos para nossos parentes que nós temos um compromisso cem por cento em garantir a realização da conferência nós não teremos êxito. E aí eu volto a dizer, responsabilidade de todos. E gostaria também de pontuar o que a Rosa acabou de falar em relação a ANSEF. Tivemos ontem uma...Recebemos em nosso e-mail um documento da ANSEF, eu acho que isso é público e eu posso falar aqui e, assim, eu acho que se eles fizerem, a comissão organizadora pode estar conversando com eles, nós temos pautado questões que a gente... Isso foi demandado da nossas regiões e que a gente tem colocado isso como o interesse principal em toda a estrutura da proposta da conferência. Então, nesse sentido que eu oriento que a gente paute essa conversa com a ANSEF, nada além disso, tá bom? E aí nesse sentido também só vem a valorizar a importância da criação da comissão organizadora de cada estado porque aí empodera também a FUNAI no sentido de desenvolver uma atividade pautada mesmo no interesse de cada região. E, enfim, para finalizar, acho que a oficina ela foi muito boa, vou mais além, para o primeiro momento todo mundo que participou está de parabéns e aí vamos avante. Que venha dois mil e quinze. Flávio Chiarelli – Obrigado, Simone. Saulo? Representante do CIMI. Saulo Feitosa – Dois comentários. O primeiro eu acho que o formato da oficina foi interessante pois foi um momento de estudo e o outro momento discutir a conferência mesma. Acredito que se...No seminário se pode repeti-lo. Ficou prejudicada a fala do César porque o convite que foi feito a ele foi para tratar de autonomia e autodeterminação e a gente tinha sugerido outra coisa, não é? Então o convite para ele não foi... A gente queria que ele discutisse o tema da descolonialidade, então, ficou faltando esse aprofundamento. Agora, essa conjuntura que fez com que houvesse essas mudanças na programação, a saída pro Congresso e tudo, eu acho que tem que ser considerado também na preparação do seminário porque nada nos garante que em fevereiro isso não venha a ocorrer. Então a preparação do seminário deve já contemplar a possibilidade de imprevisto e aí construir uma dinâmica que possa adaptar possível saída [inaudível] possível a própria metodologia do seminário, então eu acho que o importante é a gente tá atento para conjuntura e coordenação e assessoria quando for organizar o seminário de fevereiro ter isso em mente, mas acho que foi muito bom. Infelizmente ontem eu não pude acompanhar porque o Congresso ficou desfalcado. Em Brasília ficamos eu e Rosane só, tá ali não é? E inclusive a gente vai passar um informe sobre a OEA. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado, Saulo. Marco Túlio do MRE. Marco Túlio – Muito obrigado. Bom dia a todos. Obrigado pelo convite para estar aqui também. Bom, em relação ao seminário, à oficina, nós achamos excelente, cumprimentamos a todos pela iniciativa e gostaria de fazer uma pergunta, uma consulta. Qual seria o procedimento se a gente quisesse apresentar propostas de temas para serem tratados na conferência nacional. Eu já adianto de que tema eu estou falando, não é surpreendente por eu ser do Ministério de Relações Exteriores. Essa é uma conferência nacional então é claro que as questões nacionais são a parte principal do seminário, do que vai ser a conferência. Mas tem algumas questões que nos parecem importantes que tem a ver com a dimensão internacional. Uma delas eu estava conversando com o Marcelo Veiga e ele até me provocou sobre isso que é a questão das populações que moram em região de fronteira, por exemplo, os Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul, é o caso dos Yanomami também na fronteira com a Venezuela. Tem muitas situações ali que não estão resolvidas e que tem que ser resolvidas. A questão do registro civil e todos os serviços sociais oferecidos pelo governo, a saúde, a educação, a previdência social, então é uma questão muito mal resolvida aí e nós temos que abordar e nos parece que com a conferência nacional é um bom momento para gente sair com encaminhamentos para isso. Tem outras questões mais amplas, falou-se da Convenção [inaudível] da OIT, falou-se da Declaração da ONU sobre direitos dos povos indígenas. Além disso teve esse ano agora a Conferência Mundial sobre Povos Indígenas, a propósito, atendendo à sugestão aqui da Bianca, nós vamos providenciar uma tradução do documento final da Conferência Mundial em português para circular aqui na CNPI. Então, resumindo, eu só queria dizer isso, eu acho que deveria ter... A gente poderia tratar dessa dimensão internacional e eu queria saber como apresentar de uma maneira mais formal e estruturada essa proposta. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado, Marco Túlio. Márcia do Ministério do Meio Ambiente. Márcia David – Gente, bom dia e obrigada a todos. Eu também, como o Marco Túlio, acho que o seminário foi excelente. Eu e o Rodrigo tivemos oportunidade de participar os dois dias. Apesar de eu estar como titular da comissão, o Rodrigo tem atuado mais. Eu tinha uma sobreposição de agendas da PNGATI que estava me impedindo mas nós nos comprometemos a participar os dois dias e eu acho que tanto para mim quanto para ele foi bastante esclarecedor. Eu acho que ouvir as comunidades indígenas, representantes indígenas, sempre nos traz mais esclarecimento. E a nossa participação é sempre no sentido de pensar qual é a contribuição. A gente como órgão de governo e como membro da comissão organizadora estamos sempre pensando qual é a contribuição que a gente pode trazer. Eu confesso a vocês que uma das palestras que mais me fez refletir foi a palestra do professor Antônio Carlos quando ele discutiu a questão de políticas públicas e da política indigenista, quando ele sugeria que a política indigenista não é essa coisa una que a gente discute mas que você tem várias políticas indigenistas. Na PNGATI, atuamos nela cotidianamente, eu confesso que sempre pensei a PNGATI como uma política ambiental para povos indígenas. A partir da reflexão do professor, eu considerei que a PNGATI também é e talvez seja mais uma política indigenista do que de meio ambiente. Não que ela não esteja no quadro das políticas ambientais, ela compõe o sistema de meio ambiente, ela segue as regras e os instrumentos da política de meio ambiente mas ao mesmo tempo e fundamentalmente ela é uma política indigenista que tem que estar de acordo com as normas e regulamentos da política indigenista no Brasil. Para nós eu acho que foi uma...E discutimos muito isso, eu acho que foi muito rico, muito enriquecedor como primeiro momento. Para o seminário, eu acho que ainda sentimos falta e aí é uma sugestão, a gente sente falta... Porque o engajamento setorial está muito relacionado com a sua identificação. Na linha do que o Marco Túlio falou é uma conferência, então eu acho que a conferência tem que dar conta de todos os temas, das políticas, eu acho que trazer as políticas, integrar as políticas, então a gente talvez queira sugerir para o seminário, esmiuçar um pouco mais as políticas e as demandas setoriais. Poder enxergar-se um pouco mais na conferência. Essa é uma demanda que eu coloco aqui mas, por exemplo, é uma demanda que já foi colocada para o comitê gestor da PNGATI. Na semana passada o comitê se reuniu e a gente... Alguém mencionou, olha temos a expectativa de que de alguma maneira a PNGATI tem um espaço, mesmo que pequeno porque a gente vai ter uma conferência em dois mil e dezesseis. Mas a sugestão talvez seja essa, esmiuçar um pouco mais as políticas setoriais, saúde, educação, meio ambiente, trazer um espaço um pouco mais para podermos nos engajar um pouco mais, trazer um pouco mais a nossa contribuição. Até porque a política, se mencionarmos a política PNGATI, apesar de ser uma política jovem, ela tem desafios imensos de implementação. Temos temas de conflito entra agendas ambiental e indígena. Temos temas de financiamento, então, assim, tem temas importantes que podem ser trazidos para a política. Mas de um modo geral achamos que foi bastante esclarecedor, foi muito bom como primeiro momento e acho que foi assim, o momento inicial que vai mostrar o potencial de fato que a conferência tem para a discussão da política indigenista no Brasil. Flávio Chiarelli – Obrigado, Márcia. Bom. Já são onze horas, ainda tem mais três inscritos. A Chiquinha [inaudível], o Coronel [inaudível] e o Marcelo Veiga, sem prejuízo de outros que queiram falar, eu acho que vamos interromper e chama-los? A não ser que as pessoas falem coisas rápidas, não? Chamá-los? Então está bom. Teresinha, por favor chame os nossos convidados? Só esclarecendo, Marco Túlio, Saulo também, Rosa, Simone, essas questões que foram colocadas, estamos no âmbito da CNPI, então são questões que estão sendo colocadas em razão da organização da própria conferência, então as questões estão sendo anotadas pela comissão organizadora e aí vamos dar a resposta a vocês também em relação a esses pontos. O importante aqui é que está sendo gravado, está sendo registrado a colocação de vocês e depois podemos dar a resposta. Bom, bom dia aos senhores e à senhora que vieram aqui atendendo o nosso convite. Em nome da CNPI eu queria dar as boas-vindas e agradecer a vocês por terem aceitado a nossa... Esse nosso convite para conversarmos um pouco sobre os jogos mundiais que estão sendo organizados. Se vocês quiserem se apresentar para quem não conhece. Vocês poderiam fazer uma apresentação rápida? E aí eu faço uma fala aqui e passo a palavra para vocês fazerem uma apresentação. Marcos Terena – Bom, bom dia, pessoal, parentes, nossos parceiros, nossos aliados que representam o governo brasileiro também. Bom dia, presidente Flávio e tem muita alegria de estar aqui pela primeira vez, tenho ouvido muitas histórias, muitas notícias sobre a CNPI, mas nunca tive oportunidade nem de participar, nem de fazer parte, mas estou contente de saber que o governo brasileiro criou uma oportunidade para que nós, indígenas, também pudéssemos compartilhar ideias, os nossos sonhos, os nossos problemas diante dessa questão indígena brasileira que tem dado, ao longo do tempo, não é só agora, muitas incertezas, muito trabalho, mas nós indígenas nunca esmorecemos, então eu estou contente, agradeço o presidente da FUNAI pelo convite, pelo ofício que me foi enviado e nós vamos conversar um pouquinho sobre esses trabalhos que estamos construindo perante o Brasil e perante o mundo também para enaltecer os nossos valores. Flávio Chiarelli – Obrigado, Marcos Terena. Gostaria que você também se apresentasse, por favor. Rivelino Macuxí – Bom dia a todos, sou Rivelino Macuxí, sou de Roraima. Recentemente criou-se uma oportunidade, uma pasta dentro do Ministério do Esporte e fui chamado para exercer então essa função inicialmente como assessor do Ministro e em seguida criou-se a Coordenação de Políticas Esportivas Indígenas dentro do Ministério do Esporte, então eu sou o atual coordenador e estamos aqui exatamente para complementar a fala do Marcos que vai apresentar sobre os jogos mundiais dois mil e quinze e em seguida farei também uma apresentação das ações do Ministério, inclusive, o primeiro foro nacional de políticas de esporte e lazer para os povos indígenas que estamos projetando, então, minha fala vai ser logo após o Marcos e na hora da apresentação dos jogos mundiais, se há necessidade, eu também vou fazer algumas intervenções. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado, Rivelino. E a senhora, por favor, se apresente para a gente. Patrícia – Bom dia, bom dia, presidente. Um ótimo dia a todos. Eu sou Patrícia. Sou diretora de relações institucionais da Prefeitura de Palmas da Secretaria Extraordinária dos jogos mundiais indígenas, secretaria essa que foi criada pela Prefeitura para ser uma articuladora da Prefeitura em relação aos jogos mundiais indígenas. Na verdade eu venho acompanhar o Marcos nesse contexto dos jogos mundiais indígenas e qualquer dúvida que surgir em relação à cidade sede eu posso auxiliar vocês. Obrigada. Flávio Chiarelli – Obrigado, Patrícia. Bom, o que ocorre? A FUNAI, acho que principalmente depois da nossa oficina de ontem e de anteontem, nos últimos dois dias... Está claro que a FUNAI não exerce um monopólio sobre a política indigenista brasileira, como até o professor Antônio Carlos criticou que falamos política indigenista e ele falou, não, são várias políticas, então, não é a FUNAI que exerce monopólio, não é? A FUNAI é um dos atores que promovem as políticas mas tem outros ministérios, por exemplo, da saúde, em relação à saúde, da educação, etc. Outras pastas e outras esferas de governo também dos entes federados, então os estados, os municípios também tem suas políticas públicas. Então a FUNIAI não tem a pretensão e nem poderia ter de achar que é o único ente oficial governamental a desenvolver alguma política, até porque temos as entidades não governamentais que também desenvolvem suas políticas, suas ações junto aos povos indígenas e as próprias organizações indígenas que são desenvolvidas pelos próprios indígenas nas suas próprias formas de se organizar. O que acontece? A CNPI, por ser uma comissão nacional de política indigenista se interessou, na verdade esse assunto nem me lembro muito bem como chegou à comissão, mas, ela se interessou em saber um pouco mais no que estava sendo desenvolvido, poder acompanhar e surgiu a ideia de convidá-los para fazerem uma apresentação para nós para a comissão poder também de alguma maneira apresentar alguma crítica, alguma sugestão, alguma colaboração e de certa maneira também acompanhar. Eu acho que como é uma entidade criada pelo Governo Federal com bancadas de governos e de indígenas e dois representantes das organizações indigenistas, eu acho que é um espaço adequado para sabermos o que vocês pretendem fazer, até porque eu vou dar um exemplo pessoal. Eu estive em uma reunião agora na semana passada na Argentina sobre a criação do Mercosul indígena e aí eles me perguntaram, acho que a representante do Chile falou que estavam querendo desenvolver uns jogos lá e alguém lembrou que tinham os jogos no Brasil eles me perguntaram e eu sabia muito pouco a respeito. O nosso... Eu pedi também que o assessor da nossa diretora de promoção de desenvolvimento sustentável, o Fernando, que acho que teve uma reunião com vocês lá no Ministério do Esporte, acompanhasse também porque a FUNAI de certa maneira agora que está um pouco tomando pé dessa iniciativa de vocês. Então eu acho que é um ambiente adequado para vocês fazerem uma exposição e podermos de repente tirar algumas dúvidas. Os indígenas certamente vão querer saber um pouco mais sobre isso e aí no final se for o caso a gente pode propor alguns encaminhamentos. Então eu acho que já passo a palavra ao Marcos Terena, que vai começar a fazer uma apresentação. Marcos Terena – Eu queria dizer que eu preparei ali um chamado PowerPoint que a Teresinha vai coordenar e dizer ao presidente da FUNAI. Primeiramente eu queria me apresentar. Estou vendo aqui velhos companheiros patrícios, não é? Alguns deles nós lutamos muito pela demarcação das terras em várias partes do Brasil e eu sou o fundador do primeiro movimento indígena político em mil novecentos e setenta e sete e muitas ainda não tinham nem nascido junto com o Juruna, com o [inaudível], com os parentes mais velho do [inaudível], não é? Então a gente tem uma experiência muito grande na luta pela terra. Hoje eu não faço mais isso, não é? Porque eu também preciso descansar um pouquinho a minha cabeça, curtir um pouco a vida e, mas a gente também não perdeu de vista as nossas lutas, não é? A forma como a gente luta hoje. Em mil novecentos e noventa e seis, ali eu já estou mostrando ali a primeira, no primeiro slide, a gente criou aquele slogan que tá lá em cima, não é? Como forma de mostrar que os jogos indígenas não é um campeonato de índio. Hoje muitos teóricos, muitos... Pessoas que são mestres e doutores da universidade pediram para acompanhar a gente ao longo dos jogos e começaram a criar conceitos e querendo impor regras para os jogos indígenas que não tinha nada a ver com a nossa forma de ser porque a gente aprende muito com os participantes, então a gente mostrou que o importante não é ganhar e sim, celebrar. Agora nós temos esse desafio que é fazer o primeiro jogos mundiais dos povos indígenas que vai ser na cidade de Palmas. A gente colocou setembro ali mas na verdade vai ser na primavera, não é? A gente sempre coloca esses termos assim para sintonizar com o meio ambiente. O tempo, não é? O relógio do índio é o tempo. Vai ser no Brasil e é por isso que eu pedi para Patrícia chegar aqui para ela depois numa outra oportunidade talvez, não é? Mostrar o que Palmas está preparando, a Prefeitura está preparando para recepcionar em torno de três mil indígenas que vão estamos trabalhando, não é? Ali embaixo, sempre coloca uma frase que tem a ver com a questão indígena como um todo, não é? Então os jogos indígenas não são só os jogos, não é? A gente discute, fala das questões e acho que aqui o meu óculos natural não tá vendo direito. Que as tradições não podem se [inaudível] da terra...Território e da ciência. É para mostrar que se não tem terra não tem índio, não tem cultura, não tem espiritualidade e não tem jogos também, não é? É uma coisa bonita, não é? Então essa carta a gente escreveu em mil novecentos e noventa e dois perante as Nações Unidas que a gente chamou de Carta da Terra. Aí tá um guerreiro, não é? É um dos participantes dos jogos, vocês podem ver que quando eles entram na arena para participar... Tá aqui o Valcelio que é o parente, ele é um dos conselheiros Terena. Ele já esteve lá e o indígena que entra aí a gente sempre recomenda, olha, você tem que ir bonito lá para sair na fotografia, a gente briga com eles. Na verdade é para ele resgatar... Nós fomos muito discriminados ao longo do tempo e muitos indígenas ficavam com vergonha. Ah, vou ter que usar o Cocar? Onde que vou achar pena? Aquele algodão que tá ali no ombro dele, por exemplo, hoje é algodão porque não tem mais o bicho que eles tinham antes. Mas, enfim, é um retrato da beleza do índio e lá na... Aquela frase, não é? Muitos os senhores aqui já devem ter lido aquela poesia do Gonçalves Dias chamado Juca Pirama, não é? Então ele conta a história de um Cacique... Antigamente, diz a história que os Tupinambá comiam a carne dos guerreiros mais valentes para ficarem fortes também, não é? Então, o filho do Cacique foi preso, ele ia ser assado, comido, ele começou a chorar, então pediu perdão pro...pediu condolência pro seu inimigo e o Cacique inimigo falou pros guerreiros, libera esse cara aí, ele é muito fraco, se a gente comer a carne dele nós vamos ficar fraco também. Então ele se livrou e falou para o pai dele que era um grande chefe também que ele tinha brigado com os inimigo e tinha escapado. Ele mentiu para o pai dele, não é? Então, claro, a mentira tem perna curta e um dia o pai descobriu que não era bem assim, que ele tinha na verdade pedido para não morrer, então o pai dele ficou muito triste com o filho e ele falou isso para o filho dele, olha, meu filho, eu sou um guerreiro forte, velho, não é? E não descende o fraco do forte, não é? Quer dizer, nós temos que falar isso, não é, pessoal? Nós que somos indígenas, sempre, nós não somos fraco, porque o meu pai, o meu avô e os meus ancestrais eram fortes também, então nós temos que afirmar, nós somos fortes, não é? E ali tem a... Que vocês conhecem bem o [inaudível] que é advogado, não é? Os advogados conhecem bem essa recomendação. Eu só trouxe isso daí para mostrar que os jogos indígenas tem a ver com a Declaração das Unidas sobre os Direitos Indígenas quando [inaudível] as tradições orais, às literaturas, os desenhos, os esportes, jogos tradicionais e as artes visuais importantes, não é? Quer dizer, garantindo que o indígena também pode manifestar a parte esportiva, mas sempre ali lembrando, sempre junto com os estados, com os governos que adotarão medidas, é o que tá acontecendo nos jogos mundiais e o que aconteceu nos jogos dos povos indígenas ao longo do tempo, não é? É a Declaração da ONU. Bom. Aqui a gente tá mostrando que a gente não faz nada sozinho, pessoal, nós temos que buscar aliados, por isso que eu sempre considero parceiros, porque tem homem branco que não gosta da gente, não gosta, não gosta, então deixa para lá, porque sempre tem gente que gosta da gente, nós só conseguimos fazer os jogos dos povos indígenas no Brasil por causa desse cara aí, não é? Não sei se vocês conhecem ele, o Pelé, rei Pelé, rei do futebol, que era Ministro naquele tempo, não é? Então ele disse, vamos fazer e atrás do Pele ali, esse cara de tá de colar ali sou eu não é há muitos anos atrás, não é? Não tinha muito cabelo branco, tal, e atrás da gente tem o secretário que era o japonês, descendente de japonês, lá de Goiás que... Nós fizemos esses jogos em trinta e cinco dias, não é? Hoje nós estamos fazendo os jogos mundiais com um ano de antecedência e ali tá o grande chefe que faz parte do Comitê também que é o Cacique Benjamin Xavante. A gente já fez vários jogos no Brasil todo, muitas vezes as pessoas pensam que fazer os jogos é só fazer juntar um monte de índio e vamos lá jogar futebol, então nós já fizemos lá no Paraná, ali na fronteira com a Argentina e todas essas regiões são estratégicas, eu queria dizer também, não é? Guaíra que é fronteira com o Paraguai e Argentina. A gente teve oportunidade de convidar os índios dali. O presidente falou da questão do MERCOSUL, não é? Depois a gente subiu lá pro Pará no Marabá, em Marabá, a gente fez os jogos, não sei se o Horácio participou mas nós fizemos os jogos dentro do rio, porque a gente joga muito também com a época do ano daquela região. O rio baixou e aí fez uma ilha dentro do rio e então foi um cenário muito bonito e tal, não é? Fotograficamente, espiritualmente. Depois nós fomo para Campo Grande, na mossa região, região dos Terena, onde não foi um sucesso esses jogos de Campo Grande. No último dia, inclusive o Governador lá era o Zeca, não é Valcelio? O Zeca não pode nem falar no domingo para fazer o encerramento porque tinha participado de um churrasco lá em Campo Grande e ficou por conta do churrasco com mandioca e, claro, uma cervejinha também, não é? Mas quem estava lá em Campo Grande era o atual técnico da seleção brasileira, o Dunga, ele esteve lá jogando bola com a gente, inclusive eu tentei passar por ele mas não consegui, passar a bola por baixo da perna dele mas não dava. Depois a gente foi para Marapanim, terra do Carimbó, no Amazônia brasileira no Pará, depois descemos para Palmas no Tocantins e Porto Seguro, na Bahia, Fortaleza, Ceará na terra do, dos índios, os... Esqueci o nome lá, o nosso amigo... Dourado não é, Dourado Tapeba e depois descemos para Paragominas, que é uma...Lá em Paragominas nós plantamos quinhentos pé de árvores nativas da região porque é uma cidade amazônica devastada. Depois fomos para Porto Nacional, no Tocantins de novo e finalmente, o ano passado, nós fizemos o décimo segundos jogos lá em Cuiabá. Os jogos eles têm essa base que é espiritualidade através do fogo sagrado, nós nunca fazemos nada, nós, eu faço parte desse nós, de todo coração, nós não fazemos nada sem a bênção do Pajé, do Pajé de verdade, não é? Do Pajé que é espiritual mesmo, tem força e os jogos, assim como os eventos internacionais que nós fizemos no Rio, nós não fazemos sem a oração, sem a reza dos nossos Pajé, através de um simbolismo. Tem que ter visibilidade que é fogo sagrado e também os jogos tem um aspecto culturais, não é? Falei daquele flecheiro e agora estamos vendo os Pareci, os Pareci eles sempre agradecem a gente porque eles retomaram as suas vestimentas, as suas tradições. São gente muito bonitas, não é e também temos a reciprocidade, quer dizer o intercâmbio entre as etnias e finalmente os jogos que é uma, um sistema de interação e respeito entre os povos. Uma vez um Guarani que foi disputar e também tinha um Terena, a história é parecida, quando ele puxou o arco, o arco quebrou, ele não fazia mais arco, não fazia mais flecha e então outro guerreiro foi lá correndo, ninguém mandou ele lá emprestar o arco dele para ele poder participar. Aí tem o... Dois parente do Horácio, dois atletas Caiapó, não é? Não sei qual a aldeia deles. Então é mostrar que a base dos jogos mundiais, que é esse que é o assunto aqui, ele tem três base, não é? O esporte tradicional, por exemplo, o futebol de cabeça, corrida da tora, dos gavião, dos Xavante, dos Craôs, dos Xerente. Todo mundo pensa assim, corrida da tora, não é? Não, a gente estava falando com cada uma dessas etnia, como é que eles chamam esse esporte na língua deles, não é? Para gente marcar, isso aqui não é corrida da tora, pegar uma tora, corta ali e vamos sair correndo, não, tem toda uma ligação, como eu falei, espiritual, e o esporte de integração, por exemplo, ali... O arco e flecha, que os índios do Canadá, os índios do norte estão treinando para virem para o Brasil fazer uma competição, a gente não coloca a palavra competição, mas de integração. É claro que vai ter o primeiro, segundo e terceiro lugar e a gente espera que os nossos flecheiros do Brasil tirem primeiro lugar para gente poder dizer, ó, nós somos os melhores flecheiros do mundo, realmente, não é? E o esporte ocidental que é o que dá mais trabalho, que é o futebol, por exemplo, e queria dizer aqui pros conselheiros aqui que o Canadá está preparando uma equipe de futebol feminino, então aqui no Brasil nós não temo esse costume de montar equipe para fazer uma seleção. Já teve várias experiências de fazer seleção indígena e tal, é tudo de momento não é? A gente tem que ser persistente nisso daí e realmente fazer senão o pessoal vai ficar rindo da gente e a gente não vai deixar acontecer isso, então nós estamos combinado com o Ministério do Esporte para gente treinar uma equipe de mulheres indígenas que joga bola mesmo, joga futebol mesmo para gente não perder de sete a um aí pessoal. Então lá nos jogos mundiais o projeto nosso que foi aprovado pelo Ministério do Esporte através do Ministro Aldo Rebelo são vinte e três etnias no Brasil e é claro que isso dá nós vamos fazer uma seleção, não é? Tem muito indígena que fala, ah, mas eu queria participar e tal, a gente pergunta para ele, mas o que você... Qual a sua especialidade? Canoa? Você rema em pé, rema sentado? Como é que é? Ah, a gente rema. Não, não pode ser assim, eu remo, não, tem que ser bom de remo porque nós vamos atravessar um rio, vamos atravessar uma lagoa, já pensou a gente ficar para trás? Não é? E tem também os países, vinte e dois países totalizando dois mil e trezentos indígenas, fora os extras que provavelmente vão aparecer, por isso que eu falei que seria em torno de três mil dentro de Palmas. Nós vamos ter treze dias. Os três primeiros dias que os índios estrangeiros pediram, olha, a gente não pode chegar numa sexta-feira e jogar no sábado porque tem fuso horário. Palmas na sombra é quarenta graus como vocês sabem, não é? Isso vai ser uma vantagem para equipe brasileira porque nós estamos acostumados com o calor. Tem índio que não tá acostumado. Os índios da Sibéria, da Rússia que estão querendo vir, eles moram no gelo, não é? Então, nós vamos abrir com o Festival Internacional das Culturas Indígenas. É uma grande produção. Nós vamos mostrar assim a dança da arara [inaudível] que é bonito assim, mas vamos joga luz, produzir, não é? Ninguém vai dançar com sandália havaiana, não é? Senão... Nós vamos fazer um negócio legal, bonito mesmo. E dez dias então de programação desportiva, tradicional e cultural. Ali é uma justificativa mas pode passar, não é? Aí tem uma mostra que eu falei dos Craô não é, da corrida da tora, os Kraô, inclusive, agora, estão fazendo os próprio jogos dele não é? Eles todo ano estão fazendo do jeito deles, não é? Que é o líder Renato que é um professor que é parte também da comissão. Sempre mandando recado, terra é vida. E a abordagem internacional porque depois vocês podem fazer pergunta. Dois mil e doze na conferência da Rio mais vinte que nós fizemos a Cari oca dois, os líderes indígenas foram lá e a gente mostrou os chamados Jogos Verdes. Eles sugeriram, porque a gente não faz os jogos mundiais, não é? Que na verdade os jogos mundiais nasceu lá no Canadá e nós fizemos parte da Comissão Internacional só que dois líderes morreram naquela ocasião aí eles desanimaram e tal e então quando surgiu essa ideia dois mil e doze durante a reunião do Rio mais vinte, a gente falou, então vamos fazer, vamos conversar com o Ministro do Esporte e tal e finalmente lá em Cuiabá, um ano depois, foi aprovado e o Ministro do Esporte acatou a nossa sugestão e lá em Cuiabá tinha dezesseis países representados, Paraguai, Argentina, Chile, enfim, e eu queria salientar que na última reunião aqui, inclusive alguns estavam em Nova Iorque, na sede da ONU, o Ministro da Justiça ele, no discurso dele anunciou que o governo brasileiro estava realizando os primeiro jogos mundiais dos povos indígenas. Ok, Teresinha. Bom, aqui eu vou mais rapidinho. Aqui tem um Pajé lá do Mato Grosso, acho que ele é Rikbaktsa, forte esse daí. Ele reclamou uma vez que a gente fez um alvo... O alvo geralmente é um animal, então a gente desenha uma cobra, não é? Ele reclamou, olha, não faz cobra que a natureza vai fica brava, não é? A gente teimou, choveu muito naqueles dias, não é? Ele falou, tá vendo? Eu avisei para vocês. Então a gente agora sempre chama ele quando ele, quando ele... Ele anda com a gente vamos dizer assim. Tem uma moça mexicana e claro essa camiseta é a camiseta que foi desenhada para Cuiabá. Ok. E as modalidades, arco e flecha, lança, cabo de força, canoagem, corrida com tora, natação, futebol, lutas corporais. Aí tem um arqueiro, não é? Outro tipo de flecha. Olha o tamanho da flecha, é um índio... Esse daí é um guerreiro Gavião lá do sul do Pará. O Carlos Terena teve lá esses dias, já tem acordo com eles também, não é? E o festival das culturas, já expliquei, não é? Que eu vou deixar essa cópia aí com vocês e nós vamos construir na verdade uma plataforma, não é? Cada evento, cada lance desse tem um espaço adequado que a gente tá combinando com o Ministério do Esporte, principalmente com a Prefeitura de Palmas. Aí tem um cantor, não sei se vocês conhecem ele, esse daí é um índio Guarani, ele fala assim, eu sou Cacique cafuso e a gente fala tá bom pro Cacique cafuso, cafuso é mistura de índio com negro. Ele mora lá em São Paulo, um grande violonista premiado no mundo todo. Ele toca o violão, o Hino Nacional, a gente sempre inventa alguma coisa para ficar bonito também. Nós também estamos assim, tipo, criamos esse termo Arena Green que é arena verde na verdade. É só para dar um charme. Os índios falaram, os índios estão falando inglês, é claro, vamos falar inglês. Nós vamos falar quatro línguas nos jogos. Quatro línguas internacionais, português, francês, inglês e espanhol, não é? Então esse é um espaço que a gente chama de arena para receber uma média de dez mil pessoas por dia. Aí ó. É mais ou menos aquela arena lá no fundo, então você sempre joga com o vento, vai lá o Carlos Terena, ele conversa lá, leva o Pajé, o Pajé olha onde que tá ventando. Porque o arquiteto branco, o engenheiro ele fala, vamos fazer aqui, não sei o que e nesse caso aí foi na beira da praia e a gente mediu até mesmo a, como é que chama? A maré. Que dia que a maré ia chegar lá dentro. No último dia a maré chegou lá, que era a previsão que a gente trabalhou para não estragar a festa, não é? Ali tem três blocos de ocas. Esse daí é um modelo para vocês terem uma ideia, os ônibus parado ali, a cidade e é claro que lá em Palmas é outro ecossistema e então vai ser adaptado mas é mais ou menos isso para criar essa... Esse parque temático que a gente chama de Ocara, não é? A grande vila dos jogos mundiais. Ah, também vai ter uma oca digital, pode mostrar a foto, Teresinha, por favor, olha aí o guerreiro, não é? Não dá para ver bem a cara dele, mas ele tá na internet. Aonde que é isso? Dentro dos jogos indígenas, então nós vamos ter previsão da Prefeitura, vamos ter quarenta computadores, computadores novos, tecnologia porque nós queremos transmitir para outros países os jogos indígenas ao vivo e também claro pros sites dos Ministérios. E tem a oca da sabedoria, não é? Que é onde nós vamos fazer os debates, os fóruns, fórum social indígena como nós chamamos, os estrangeiros chamam de [inaudível] indígena, não é? Onde nós vamos discutir, então, por exemplo, onde que nós vamos fazer os segundos jogos mundiais? Então já tem quatro países querendo sediar... nem fizemos o primeiro e já tem quatro países querendo fazer o segundo jogos mundiais, não é? Os Estados Unidos, Canadá, lá da Ásia, o Filipinas e o outro país acho que é Panamá ou Colômbia, não lembro bem. Então já tem países que estão querendo, então vamos debater ali. Outra coisa que vamos debater lá, quem vai conduzir esse trabalho daqui para frente? Que aqui no Brasil nós estamos fazendo aí e tal, mas depois, quando não for no Brasil, provavelmente, presidente, vai nascer aí uma FIFA indígena. Eu brinco com o pessoal que vai nascer uma FIFA indígena, mas é só para... Animar a turma... Vamos faze não sei o que. Um COI, Comitê Olímpico Indígena Internacional, sei lá. É nesse lugar aí que nós vamos. Esse daí é mais um exemplo também de sustentabilidade. Isso é uma oca feita de bambu que não tem corda, não amarra com corda, é a tecnologia que a gente fez no Rio e a gente vai estudar de como fazer lá em Palmas para ficar um negócio bonito também. Você vê lá que não tem arquibancada, todo mundo senta no chão. Todo mundo senta no chão. Por quê? Porque é onde o... Na aldeia é assim, não é? E também para pôr os índios estrangeiros, que eles estão lá na frente... Senta aqui no chão...Aonde a gente vai sentar? Senta aqui no chão. A cadeira do índio onde que é? É aqui no tronco. Ali tem aquelas esteiras, então a gente vai fazer um negócio muito legal, assim, sem fugir do nosso contexto. E vamos ter também uma feira das artes indígenas. Isso é sempre um problema, o índio que vende artesanato, porque aquele índio que fica lá em São Paulo vendendo ele descobre que tem os jogos indígenas, aí ele, ah, eu vou lá também, ele é vendedor, não é? Então ele quer ser tratado igual o nosso convidado, o índio que vem da aldeia, que nunca sai para vender... Porque a gente vai montar, como é que fala? Stand dele, não é? Então, para prestigiar, então ele vai ter um local assim bonito, a peça dele vai ficar bonita, a Patrícia tá trabalhando nisso, vai ficar um negócio legal, uma feira, como é que fala, de alto nível. Bom, isso daí é um desenho mais ou menos daquela oca, ali tá o pai do Aritana, Paru... Quando os jovens indígenas viram essa foto aqui eles choraram porque o negócio da fotografia é muito interessante. E, aqui com o... Não sei se tá certo, mas o nome ali da... Na verdade a gente fez uma experiência em Cuiabá junto com o conselheiro aqui o Edimilton do MDA e foi a primeira vez e tal e agora tem um selo, um selo que o MDA aprovou, não é? Isso é para mostrar, assim, a questão da soberania alimentar que foi debatida lá em Lima, não é? Então aqui no Brasil nós vamos mostrar, não vamos discutir, nós vamos mostrar, a mandioca, o mel, o açaí, eu aprendi a comer açaí com o [inaudível], lá na aldeia dele, não é? Comer açaí, aqui... Bom. Teve o chocolate do Tupinambá que eu sempre cito. Todo mundo queria comer esse chocolate do Tupinambá, não é? Nossos irmão que estão lutando pela terra aí. Então, vamos criar uma feira legal. Pode ir lá. A gente tá chamando a agricultura familiar das nossas aldeias. Ah, e tem também a troca de sementes. Isso daí a gente tá estudando com a EMBRAPA. A EMBRAPA tem um projeto assim, mas esse daí é outro lance, outra forma de... Essa troca de semente a gente tem que tomar muito cuidado porque isso daí envolve a questão da soberania dos nossos povos, não é? Mas já tá acontecendo, entendeu, pessoal? O que a FUNAI chamava antigamente de Moitará. E aí essa bola não é? Essa daí é uma bola que geralmente a gente leva para fazer durante os jogos que é a bola usada pelos Pareci, pelos Nhambiquara e até Enenawê feito lá na hora para o futebol de cabeça. Então nós queremos de repente pegar essa bola, viu presidente? Caracterizá-la como um patrimônio para as olimpíadas, por exemplo. Nós vamos tentar interferir nas olimpíadas mostrar o que é natureza, sustentabilidade e olimpíadas também. E finalmente, acho que já tá terminando... Então, esse foi um desenho que o Carlos Terena criou, um indiozinho, assim, estilizado e todo mundo fala, mas esse índio tá meio assim, então, mas o objetivo, pessoal, é esse mesmo, entendeu? Se a gente colocasse um índio com cocar de Caiapó e todo mundo ia falar, mas por que Caiapó? Se colocasse com Cocar Terena, mas por que Terena? Então a gente meio que inventou uma bonequinha para gurizada curti também, isso vai virar um boneco, vai virar uma camiseta não é? Então, como é que chama isso daí, é o mascote, mascote como, assim como tinha o da Copa, que era um tatuzinho, ali a gente colocou um indiozinho. Agora que eu estou vendo, parece que na testa dele tem um M, mas... Eu só queria mostrar aqui finalmente que já tem uma decisão que tá sendo produzido nessa linguagem, como é que fala, de marketing e tal, de arte e vai ficar realmente um bonequinho e tem uma carinha até engraçada e ele vai ser animado, quer dizer, ele vai mexer e já tem em 3D, a Prefeitura já montou e ele vai se chamar Cali, e eu quero dizer que o Cali, na verdade o nome dele era Calivono, não é? Na nossa língua Terena, claro, significa criança, nova geração. Aí a gente falou, vamos colocar só “Kalí” para não ter problema com os parente, fala ah por que Terena, não é? Então, ele vai ser, vamos dizer assim, que vai ficar convidando as pessoas, vamos lá para os jogos, uma coisa assim. E o último é o símbolo do comitê intertribal que é o organizador do evento a nível brasileiro e internacional, Prefeitura de Palmas e claro, o Ministério do Esporte e o Governo Brasileiro. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado, Marcos Terena. Agradeço em nome da CNPI pela apresentação. Eu queria passar a palavra agora ao Rivelino, que é o representante do Ministério do Esporte que vai fazer também a sua... Você vai apresentar alguma coisa, não? Uma fala? Rivelino Macuxi – Bom dia, não é? Agradecer aqui a oportunidade em nome do CNPI agradecer a todas as autoridades, saudar as autoridades que estão aqui presentes. Eu quero só fazer algumas considerações ainda em relação aos jogos mundiais. Lembrar que foi uma iniciativa do ITC, assim como Copa, olimpíadas, são criadas por entidades civis, são iniciativa, iniciativas civis, de fato, e que o Ministério do Esporte, em dois mil e treze, ano passado em Cuiabá, assumiu, então essa responsabilidade. E logo em seguida foi o processo da candidatura das cidades que queriam sediar os jogos e Palmas, dentre três cidades que propuseram a sediar os jogos, foi eleita, então, como sede dos jogos mundiais dos povos indígenas. E logo em seguida criou-se, então, o Comitê gestor que é representado pelo ITC, Prefeitura de Palmas e o Ministério do Esporte, são instâncias máximas de deliberação e discussão e deliberação sobre os assuntos relativos a isso. Agora, em seguida, criou-se também a Secretaria, que aí a Patrícia está aqui para nos ajudar se for necessário, criou-se uma Secretaria Extraordinária na cidade de Palmas para acomodar, então, essa discussão, esse debate sobre os jogos mundiais e realizar os jogos mundiais. Em seguida, nós montamos, estamos montando parceria ampliada, desde o ano passado nós estamos buscando experiência de nós fazermos ações conjuntas. Intersetorial que eles chamam, interministerial, por que? Porque nós entendemos que isso é óbvio, todos os indígenas conhecem, que as nossas ações são articuladas, não são... Os nossos trabalhos, as nossas atividades, não estão nas caixinhas como está dividido o governo, por exemplo, o governo tem Ministério do Esporte, de Turismo, de Cultura, de Educação, enfim, e que muitas vezes, inclusive o professor citou aqui na fala dele que muitas vezes esse puxa e encolhe... Fica querendo se sobrepor em cima de um outro, enfim, há uma dificuldade de fazer uma junção de ações para atender a população brasileira, para atender a população mundial, nesse caso, não é? Então, nós estamos fazendo essa parceria ampliada exatamente para nós juntarmos ações, não ser apenas eventos só de jogos, só esporte, não, nós queremos trazer MDA. MDA desde o ano passado já é um grande aliado do Ministério do Esporte, referente aos jogos indígenas, não é? Ministério da Cultura, Saúde, Educação. Nós estamos discutindo com essa... Com esses parceiros para que nós possamos realizar um evento do primeiro jogos mundiais de uma forma mais articulada e mostrar a cara do Brasil como está organizado. Essa é um grande interesse do Governo federal de nós podermos, como é a primeira edição dos jogos mundiais, nós mostrarmos o menos possível. Eu sei que a gente na vai chegar a 100% da situação, até porque é a primeira vez que estamos assumindo. É uma criança para o mundo que é o brasil que assume. Por isso há uma necessidade de os governos dos setores de governo se articularem para esse lado. E estamos trabalhando essa parceria. A ultima reunião estamos fazendo dia 15 com MinC e com MEC. Vai ser uma nova construção. Essa parceria ampliada logo ao final vai ser mandado oficio para os representantes da pasta que vai indicar seu representante do ministério. O MDA me parece que é o Edimilton, enfim, da Justiça é a Teresinha e, esses indicados serão portariados por meio da portaria interministerial. Vai então se tornar ali aqueles membros efetivos na portaria ampliada. Mais referente aos jogos, estamos criando então um site especifico onde todo mundo vai poder acessar. Vamos lançar esse site em quatro idiomas como falou o Marcos. São idiomas internacionais e que vão estar divulgados e lá no setor do evento vai ter uma transmissão dos jogos online. Está acontecendo em Palmas, mas Canadá, Austrália, Bororos, Xavantes vão poder assistir na hora que acessarem o site. Existe uma estrutura que vai ser montada e a ideia é sempre deixar legados para os povos, para a cidade., lembrando apoiado pelo Ministério do Esporte, mas ainda não é programas ou projeto de governo. Como eu falei, foi uma iniciativa do ITC, uma iniciativa privada, uma iniciativa civil que está apoiada pelo governo. É diferente de uma ação que estamos querendo agora a partir do fórum, discutir com os povos indígenas como queremos agora daqui pra frente organizar os jogos, nosso esporte, lazer, enfim. É uma instancia que queremos começar a debater daqui pra frente. Lembrando que jogos mundiais é apenas um evento que foi solicitado apoio e o ministério está apoiando esse evento e, possivelmente nos jogos, no decorrer do fórum já vai ser carimbado de fato como jogos mundiais e, que vai ter sequência. E que a cidade ou país que sediar o segundo evento, por exemplo, é de responsabilidade dele. Não é uma ação de governo, programa de governo federal, mas um evento apoiado pelo governo como a primeira inciativa, primeira edição dos jogos indígenas. Nesse sentido, gostaria que todos os indígenas do Brasil inteiro entendesse exatamente essa particularidade. Muitas vezes... Não está sendo contemplada tal etnia, tem critério. Existem critérios adotados pelo ITC e tem todo o principio e regras que estão sendo obedecidas e o Ministério do Esporte só valida ou então tenta intermediar nessas ações, que são do ITC que é o idealizador e, que vai realizar junto com a prefeitura de Palmas, que vai ser o conveniado com o Ministério do Esporte pra executar então os jogos mundiais em 2015. Eu não sei se a gente abre espaço para debate sobre jogos mundiais e em seguida faço uma apresentação... Flávio Chiarelli – Você queria fazer a apresentação? Rivelino Macuxí – Isso. Flávio Chiarelli – Vamos fazer a apresentação então. Vamos lá. Após a apresentação eu vou abrir o espaço para o representante do munícipio de Palmas. Se a senhora Patrícia quiser se manifestar também e já vou colher as inscrições de quem quiser falar. Rivelino Macuxí – Eu vou aqui me ater mais na questão do fórum especificamente. Então, é o I Fórum Nacional de Politica, Esporte e Lazer para os Povos Indígenas. É um fórum que desde 2012 quando cheguei ao ministério eu estou tentando realizar, mas é um tanto complicada essa parceria. Quem está sendo parceiro é a UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso, que tivemos algumas dificuldades e, conseguimos agora descentralizar a verba e eles estão organizando. O publico alvo hoje é de 300 indígenas participando, 27 estados, de todos os estados, pesquisadores e intelectuais, representantes de organizações indígenas, colaboradores. Estamos chamando para o primeiro momento 27 mediadores representantes dos estados. Eles que vão de fato mediar entre o conhecimento cientifico e, conhecimento tradicional. Vamos dizer como queremos e, se os doutores não entenderem ou tiverem dificuldade, eles é que vão nos ajudar a mediar esse diálogo, a mediar, fazer. De fato eles vão fazer o papel de facilitador da realização do fórum. Nós estamos chamando dez doutores na verdade, quem está responsável por isso é a UFMT que está trazendo os doutores especialistas no assunto, tanto no esporte quanto cultura indígena. Inclusive nosso grande doutor Gersem Baniwa está sendo convidado para fazer parte dessa mesa. Estou trazendo dois representantes indígenas da Venezuela. Peru e Canadá ainda não estão confirmados, mas da Venezuela já confirmamos, até porque eles estão lá fazendo esse ano que vem a 48ª edição dos jogos deles e que chamam de encontro das comunidades indígenas. Então, eles têm uma expertise, uma experiência muito larga. Inclusive eles têm um modelo que eu achei interessante e eu estou trazendo para exatamente tentarmos junto com eles tentar criar esse programa também no brasil. Ao invés de ser apernas eventos, mas criarmos de fato programas de governo, ação de politica, politicas de esporte e lazer para os povos indígenas. Onde possamos ter inclusive, deixar legado dos jogos para os povos indígenas. Lá eles têm um modelo interessante e estou trazendo esses dois para passarem para a gemente como iniciou, quais foram as maiores dificuldades, os desafios que se tem hoje e, como está hoje. Qual é a articulação que eles têm hoje? Eles já têm lá o ministro indígena que cuida dessa questão dentro do Ministério do Esporte deles. A ideia é avançarmos também. Não ficar apenas na coordenação, mas avançarmos e ocupar de fato esses espaços dentro do governo e, que possamos daqui para frente discutir de fato do ponto de vista indígena. A ideia é criarmos uma secretaria, posteriormente um Ministério do Esporte, enfim, essa é a ideia. Por isso a vinda desses dois. E estamos convidando os ministérios, secretarias e outros autores que também trabalham com as questões indígenas, mais especificamente na questão do esporte. Qual o objetivo. Então, o objetivo é construir um documento orientador para promoção de politica publica de esporte e lazer para os povos indígenas por meio de debates com lideranças indígenas e intelectuais. Aí temos eixos temáticos. Temos quatro eixos temáticos: esporte e lazer, cultura e território. O marcos falou aqui de que sem o território, sem a terra de fato na existe educação, não existe saúde, não existe cultura para os povos indígenas. Todos os assuntos que vamos abordar aí. Vamos estar sempre relativos, sempre levando a questão do território, que é uma forma de nós garantirmos o nosso território por meio de algumas ações de governo por isso vamos estar discutindo a cultura e o território nesse fórum. Afirmar o nosso território. Desenvolvimento sustentável. É preciso que nós utilizemos esses espaços no governo, mas que criemos também possibilidades de programas sustentáveis, tanto de nós assumirmos projetos, programas que são destinados aos indígenas. Temos de fato autonomia em discutir, mas também criar condições mesmo, condições econômicas, condições de alimentos, condições enfim. Vamos estar discutindo de que forma podemos aproveitar esse programa e, fazer com que de fato aconteçam politicas publicas para s povos indígenas. Não ficar, por exemplo, Ministério do Esporte está apoiando com 8 milhões os Jogos Mundiais. E se formos olhar, desses oito milhões o que vai ficar para os povos indígenas? Praticamente nada, vai ficar para a cidade de Palmas, que pode ser utilizado pelo indígena, mas não é especificamente indígena, do índio. Então, precisamos pensar nesse lado também. De como podemos daqui para frente de fato utilizar dessa maquina e nós termos benefícios a nosso favor. E não apenas levar a beleza, mostrar nossa beleza, mas futuramente depois o que fica para os povos indígenas. Precisamos discutir. Por isso estamos apresentando para o CNPI e que vai colaborar e, que vai contribuir com a gente. A ideia é, nós, depois do fórum encaminhar para a CNBPI para que o resultado disso seja discutido também nas conferencias locais, regionais, enfim. E sair um documento para o governo federal de como queremos daqui para frente. Aí temos saúde e a educação. Também está relacionada ao esporte e vamos discutir junto com o Ministério da Saúde, com as secretarias estaduais de saúde, de educação como podemos também trabalhar isso no contexto do esporte. Assim como o Marcos coloca M de Marcos T de Terena, coloco também de i de ianomâmi, que é da minha região, claro. Foto, vamos lá. Finalmente, vamos trabalhar também a questão do esporte de alto rendimento. Esse é um assunto mais delicado, mais complicado e que vai com certeza ter algumas arestas que vamos precisar podar. Até porque existe uma conversa: você está querendo esportivizar, nova palavra que chegou porque para nós existia esporte, para nós existe tradição, cultura, espiritualidade, mas esporte não é da nossa era. E nós estamos assimilando, assim como está chegando agora a esportivização. É uma outra palavra que acaba complicando, confundindo a nossa cabeça. Mas a ideia na é esportivizar especificamente a questão indígena. Mas também abrir a oportunidade para os nossos jovens. Isso não é uma reinvindicação nova. Eu me lembro, sou do movimento indígena, entrei no movimento indígena na década de 90, mais ou menos, e essas discussões de certa forma já aparecia em alguns momentos. E como estou ocupando este cargo, a ideia é tentar buscar, oportunizar para nossos jovens a questão do esporte profissional também. E dentro disso a ideia é discutir também uma instância, uma entidade que represente esporte indígena. Talvez criemos aí então, uma confederação a exemplo da CBDU. CBDU é a Confederação do Desporto Universitário. CBDE, enfim, representam. Na mesma ocasião em que foi apresentado os jogos mundiais lá em Cuiabá também foi apresentado da “seleção indígena” um pedido de apoio para irem participar lá na Colômbia, dos jogos de futebol indígena na Colômbia. Não conseguimos apoiar esse grupo a ir para lá porque não tinha nenhum representante, nenhuma entidade que representassem eles. Então, temos uma dificuldade. Precisamos passar essa etapa precisamos vencer essa etapa. Precisamos nos organizar melhor para nós discutirmos junto com o governo, pleitear junto ao governo os nossos interesses relativos ao esporte e lazer. Aí então, essas já estão ultrapassadas, mas nós estamos planejando para 27 a 31 de janeiro o encontro desses mediadores, esses 27 mediadores. Vamos passar para eles as orientações de como eles vão indicar representantes dos estados. E eles vão voltar para o estado com uma responsabilidade. Eles é que vão indicar quem vem do estado para discutir o fórum. Não é Rivelino, não é o Ministério do Esporte quem indica esses representantes. Vamos orienta- los. Queremos a participação das mulheres. Queremos participação dos caciques, jovens, enfim. Vamos fazer algumas orientações, mas quem de fato vai indicar e organizar a vinda desses indígenas, desses parentes, é o mediador que vai representar o estado. Em no final de fevereiro vamos dar um mês para eles se organizarem, se articularem nos estados e, dia 28 de fevereiro a 02 de março realizarmos o fórum propriamente dito. E logo em seguida apresentar para o ministro o documento final do nosso fórum. E em seguida fazermos, executar o que propusemos como documento orientador. Vamos destrinchar em programas, vamos começar a discutir a respeito. Aí tem dois parentes e não sei se são Terena ou, parece que são [ininteligível] lá do Pará. E não diferente do Terena eu coloquei também na língua Macuxí. [Participante de expressa em língua indígena.] Rivelino Macuxí – “Teng”. “Teng” significa muito obrigado. Povo feliz é um povo com sabedoria. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Rivelino. A senhora Patrícia também vai apresentar um material ou é só uma fala? Patrícia Fregonesi – Na verdade não preparei nenhum material, mas eu gostaria de aproveitar a oportunidade, já que o Marcos apresentou o nosso mascote. A gente já tem um pequeno vídeo de apresentação dele e eu gostaria de apresentar para vocês terem conhecimento. E reforçar apenas a Secretaria Extraordinária dos Jogos Indígenas foi criada pela prefeitura para que de fato a gente consiga fazer toda a articulação desse que vai ser o grande evento esportivo no Brasil ano que vem. A gente está entre Copa do Mundo, que foi em 2014, Olimpíadas em 2016 e, no meio disso tem os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. A gente vai ter ano que vem apenas dois outros grandes eventos no mundo esportivos: Pan no Canadá e, o Mundial de Rúgbi. Então, a gente tem tudo para ser um evento de fato de renome, um evento de grande porte e, essa é a nossa intenção. A intenção de Palmas é fazer com que esse evento coloque a cauda indígena em questão no mundo todo e, que eles sejam vistos pelo mundo todo. Consegue abrir Teresinha o pendrive para a gente? Vamos apresentar só dois vídeos para vocês. A gente já está trabalhando no processo de articulação, de execução. O Rivelino ponderou aqui em relação ao convenio com o ministério. O convenio do ministério é basicamente para execução do evento. Não contempla nenhuma parte de infraestrutura. Infraestrutura é a cidade de palmas que está providenciando. E aí estamos correndo atrás de uma serie de patrocínios e outras parcerias. E, além disso, a Secretaria também é articuladora tanto com as secretarias do município quanto com o governo do estado, para que a gente consiga de fato providenciar. Tem um vídeo que se chama Kalí, Kalí 3D. Kalí. Esse é o Kalí. A gente já tem uma pequena animação. Esse não é o 3D ainda dele. Tenta no abrir com. Eu acho que sim. Aqui eu não consigo ver direitinho. [Apresentação de vídeo.] Patrícia Fregonesi – Aí já tem a nossa marca. Se você puder voltar no pendrive Teresinha tem o primeiro esboço dele em 3D. Aquele 3D lá no cantinho. Tem três segundos só para poder ver em 3D e que ele já começa a ganhar mais forma. Então, esse já é o nosso Kalí. A gente já está trabalhando nesse mascote. Eu vou apresentar para vocês também e, tem outro vídeo Teresinha, que é o vídeo da nossa campanha teaser. A gente já começou a trabalhar em cima de uma campanha, de um conceito de imagem e, a gente já está em alinhamento com o ministério para ampliar, mas a gente já tem um site no ar: jogosmundiaisindigenas.com e não tem br, com algumas noticias inclusive, algumas informações bastante relevantes. Então, a gente já está com esse site no ar. Se vocês quiserem entrar já tem algumas informações. Essa é a nossa campanha teaser. [Apresentação de campanha teaser.] Em 2015 somos todos indígenas e, ano que vem a gente está com essa campanha no ar. Obrigada. Flávio Chiarelli – Perfeito. Obrigado Patrícia. Eu estou com três inscrições aqui: Lourenço Krikati, Edimilton do MDA e o Valcelio Terena. Flávio Chiarelli – Pois não. Simone Karipuna – Só uma questão de ordem. Até meio encaminhamento nosso. De a gente conversar dentro de dez minutinhos, a bancada indígena, e para que a gente também não se alongue, pois tem pessoas querendo um posicionamento da nossa bancada. Queríamos pedir permissão para poder ter uma conversa. Eu estou consultando, eu estou propondo. Pode ser? Flávio Chiarelli – Se todos concordarem acho que a gente pode inclusive ter um café e eu não se já tem até um coffee break que era para de tarde. Não tem? Então certo. Vou aproveitar... Pessoal, retomando aqui então, eu tinha uma lista de inscrição aqui que eu não sei se mantém. Em relação aos jogos aproveitando a presença dos nossos convidados, eu não sei o que a bancada indígena e não sei se vocês querem uma pessoa falando em nome de todos. Como é que vocês querem fazer? Só lembrando que como são doze e trinta a gente está propondo aqui e grande parte já aceitou, de a gente não parar agora para o almoço, a gente vai até umas duas horas e, acho que até duas horas a gente consegue encerrar e aí a gente não voltaria à tarde. A gente ficaria liberado. Então, a gente vai... Isso. Mas, então, a gente vai esgotar nosso assunto aqui com os convidados e depois a gente vai fazer o fechamento da nossa reunião da CNPI. Então, eu pergunto de novo para a bancada indígena: alguém quer falar em nome do grupo? É aberto? Cada um vai falar? Então, o primeiro inscrito é o Lourenço Krikati. Lourenço Krikati – Bom dia de novo. Lourenço Krikati – Região Maranhão – COIAB Norte. Eu queria em primeiro lugar agradecer o parente Marcos, Rivelino, representante hoje dentro do esporte. Eu vinha em outras oportunidades a gente vinha conversando um pouco, trocando ideias como a gente pode estar ajudando nessa construção que ele acabou de apresentar. E o marcos Terena eu quero só parabenizar por sua iniciativa do seu conhecimento. E eu quero aqui falar para os parentes e eu sei que não lembra. O Marcos terena era estudante. Um pouco rápido a historia de 81. O meu pai era estudante, meu pai passou três meses aqui e guardava alimento dele porque na FUNAI não tinha como chegar e dar tempo de jantar. Então, meu pai passou esses três meses aqui, estava doente e, ele falou para mim uma época dessa sobre isso. Mas assim, eu quero diretamente no assunto dizer para o marcos que é interessante essa iniciativa, o esforço acontecer os jogos mundiais hoje no brasil. Eu sei que são vários parceiros, o próprio governo está aí e vai apoiar, vai apresentar a cara do Brasil, como os povos indígenas têm seus valores, seus valores culturais, econômicos, sociais e, principalmente para o meio ambiente no nosso país. Isso vamos apresentar. E o próprio governo brasileiro e, já falaram os valores, oito milhões serão gastos não para nós diretamente, mas para treze dias na apresentação, mas ao mesmo tempo retornam para seus locais e não permanecerá com esses valores, não ficarão com a gente. Mas sim pelo menos essa apresentação. E me preocupa, como um dos representantes da Amazônia brasileira, como organização como a COIAB e dentro do CNPI, membro titular me preocupa hoje muito. Eu quero perguntar e espero que ele entenda minha pergunta e, com certeza ele não vai se sentir como se fosse agressão, mas uma pergunta que venha para nós a publico e estamos preocupados. A nossa preocupação primeira pergunta na hora que eu levantei a questão foi: temos hoje e vai acontecer em Palmas, Tocantins e, sabemos hoje que a representante politica de Tocantins, senhora senadora Kátia Abreu está junto nesse apoio para se promover, achamos, mas, no entanto ela é uma das politicas hoje chave, que hoje em dia, esses tempos para cá uma das maiores anti-indígenas. Querendo destruir dentro dos nossos direitos do qual os povos indígenas apresentarão em 2015 toda aquela beleza, todos os valores que temos no país, nos 27 estados com certeza alguns serão selecionados representando s povos indígenas. Me preocupa nesse momento, essa semana enfrentamos essas pessoas tentando impedir principalmente nosso direito que adquirimos e conquistamos com muita luta e quem fez parte, o Marcos Terena nessa luta para conquistar esse direito. Então, a pergunta é, eu relatei um pouco essa questão dessa pergunta. Me preocupa hoje, mas como sugestão e aproveitando sugestão para o Marcos, nessa oportunidade, porque não, porque vai ter vários representantes dos estados, povos e, a nível mundial vamos estar olhando para a população indígena brasileira, eu queria que começasse nessa oportunidade não só sensibilizar, mas mostrar a cara de como hoje está acontecendo no Congresso os direitos dos povos indígenas brasileiros. Porque nós hoje estamos sofrendo muito com isso. E todas as lideranças que estão aqui e, alguns que foram ontem e hoje saíram muito decepcionados com a atual realidade que a gente encontra aqui. essas perguntas por que eu queria de você, secretario que vai estar acompanhando, representando Palmas, porque essa é a situação de hoje. Outra que eu olhei um pouco e queria só lembrar para ajudar. Ao invés de um branco, sugestão, ao invés de um branco que está aqui mostrando a flecha e arco, porque não, se é dos povos indígenas, então põe o indígena original, com arco e flecha para realmente aquele é indígena mesmo. Mas não figurar como indígena. Nós olhamos aí e queremos ajudar a melhorar a apresentação. E uma segunda sugestão é que seja junto na organização não só o marcos, assim, sugerindo, muitos jovens que podem estar contribuindo na organização. Que sejam os indígenas jovens para aproveitar os intelectuais para ajudar a organizar nos jogos para que venham para o fórum e estar ajudando também essas pessoas para melhorar nessa organização. Essa era minha explanação. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Lourenço. Eu tenho sete inscritos, então vou fazer um bloco de três intervenções e, então, passo a palavra para nossos convidados. O próximo é Edimilton do MDA. Edmilton Cerqueira – Como o Terena colocou, o ano passado no âmbito dos jogos lá em Cuiabá aconteceu a I Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena. E no próximo ano no âmbito dos Jogos Internacionais Mundiais acontecerá a II Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena, como eu já informei na ultima reunião dessa CNPI. A PNGATI prevê em um dos seus eixos, o eixo que trata da inclusão produtiva, a criação de um selo de identificação da procedência étnica e territorial dos produtos indígenas, seja de agricultura extrativista como também do artesanato. E o selo foi lançado, aí é o site da FUNAI. Hoje temos no Brasil dois selos de identificação étnica: selos Quilombos do Brasil e, o selo Indígenas do Brasil. Que ele é articulado com o selo da agricultura familiar. E nós estamos confeccionando, o MDA e a FUNAI, o material de divulgação seja folder e o manual de aplicação para distribuição para todos os povos indígenas no Brasil, para que conheçam o selo, qual a importância do selo, como adquirir o selo. Na feira que aconteceu ano passado em Cuiabá, como eu falei na reunião da CNPI, tínhamos lá vários produtores já utilizando o selo ali de baixo que é o selo da agricultura familiar nos seus produtos, no mel, guaraná, açaí, nos bolinhos. Chiquinha estava lá, foi na feira e viu, e a ideia é que na II Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena que acontecerá junto com os jogos mundiais, todos os produtos tenham dessa vez não só o selo da agricultura familiar, como também, o selo Indígenas do Brasil. A FUNAI fez uma ilustração ali, é castanha só para ilustrar. É só ilustração, para a gente ter uma ideia. Ou seja, a castanha indígena com o selo Indígenas do Brasil e, você ter um produto em um supermercado, por exemplo, de qualquer lugar deste país e, o consumidor vai na prateleira do supermercado e vai encontrar ali um produto, arroz, feijão, açaí, farinha, etc., e vai ver o selo produto indígena. E vai ver ali qual é a etnia, vai ver qual a origem, qual é a terra indígena. E isso contribui para desmistificar essa ideia de que os povos indígenas não produzem, como eu falei também na reunião passada. Então, o que a gente precisa cada vez mais é massificar essa ideia. Povos indígenas produzem, produzem de qualidade, produzem com diversidade e, está aqui o nosso produto. Então, em breve todos os povos indígenas, todas as etnias receberão o material de divulgação, o manual de aplicação, quais são os procedimentos que devem ser feitos. Então, o selo que foi instituído através de uma portaria interministerial do Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Justiça. E a construção feita pelo MDA e pela FUNAI a construção e implementação do selo. Então, era mais no sentido de reforçar. É mais uma ação prevista na PNGATI se concretizando importante de que não foi algo imposto pelo governo, mas foi fruto do debate dos povos indígenas no Brasil no processo de construção da PNGATI. Ou seja, os povos indígenas disseram: queremos ter um selo que identifique os nossos produtos, a procedência étnica e a procedência territorial. Hoje os povos indígenas finalmente têm o seu selo e, que já agora em 2015 poderá estar sendo colocado nos seus produtos, como falei, na agricultura, extrativismo e no artesanato. E a feira, assim como os jogos estão sendo construídos, a feira também está sendo construída. E não é muito fácil. Porque você um Brasil com as dimensões que nós temos, você não leva apenas o produtor para expor e comercializar os seus produtos. Na feira passada não ficou nada. Eu até falei aqui e o presidente relembrou, o Terena relembrou o chocolate orgânico dos meus parentes Pataxó, meus conterrâneos, que foi uma febre. Acabou rápido. Então, organizar uma feira não é fácil. Você não só leva os produtores para fazer a exposição e comercializar, como você tem que levar o produto. Produto que sai da aldeia, vai por barco, avião até chegar em Palmas. Então, é uma logística pesada. E a feira, os recursos dos jogos, como foi dado o informe, Ministério do Esporte e, prefeitura de Palmas com suas parcerias. A feira, o recurso é oriundo do MDA. Toda a montagem da feira, estrutura da feira, deslocamento dos produtores, o recurso é do MDA, que acontece juntamente paralelemente com os jogos. Seria isso. Só para reforçar. Flávio Chiarelli – Obrigado Edimilton. Valcelio Terena. Valcelio Terena – Bom dia mais uma vez. O Marco nosso conterrâneo de Mato Grosso do Sul e, para mim é um prazer estar recebendo você aqui na CNPI. Isso eu já vinha fazendo um comentário há muito tempo, em relação também a essas participações. Toda vez vem falando, é uma liderança já reconhecida a nível nacional. E o que me traz aqui Marcos é uma preocupação minha enquanto Terena de Mato Grosso do Sul. Nós somos cobrados em relação a não participação na realidade, desses eventos que vem acontecendo. Sabemos que pelo seu conhecimento é abrangente a nível estadual e nacional. Então o que acontece? Nós tivermos muita reclamação em relação, não que seja uma reclamação diretamente para sua pessoa, mas o modo de a gente estar fazendo os projetos. Nós precisamos estar discutindo realmente a forma de a gente estar conduzindo. Eu gostei bastante da apresentação desse projeto eu participei com prazer na carioca no Rio então, hoje as novas lideranças precisam também estar participando, contribuindo com os seus conhecimentos. Você acabou de falar quando chegou aqui, amanha você vai estar descansando, tem mais sossego, então a bancada da CNPI quer cobrar. Somos uma instancia que discute com o governo e, uma preocupação nossa de também estar participando e contribuindo de que maneira, aonde podemos estar contribuindo. Que na verdade o nosso país não está sendo essa beleza toda para o lado da questão indígena que pode ser apresentada. Nós estamos vivendo uma questão em um período difícil, a questão do Congresso. Todo mundo sabe essas mortalidades que estão ocorrendo no nosso estado. Ontem mesmo a gente soube dessas noticias. Então, eu como representante da CNPI, isso me deixa bem a vontade para te falar, para os demais companheiros, Rivelino, a Secretária da prefeitura de Palmas, a gente poder fazer mais um afinamento, juntar mais as comunidade para a gente saber de que maneira a gente vai conduzir, de que maneira vai ser convocado esse pessoal para a gente fortalecer mais. Porque na verdade eu no meu conhecimento, esses jogos vão mostrar o que está bonito no nosso país, mas o lado negativo que estamos vivendo no presente não ser apresentado, como aconteceu na Copa do ano passado. Teve muito protesto. Já sabemos também que esse projeto está em andamento e, você como Terena a gente tem que buscar no nosso estado também, conversando, repassando. Os parentes têm essa necessidade de ter um conhecimento melhor. Então, fica aqui a minha sugestão para o Marcos, em relação onde a gente está ampliando esse projeto para as nossas lideranças. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Valcelio. Agora na verdade só tem uma pergunta que foi feita pelo Lourenço, eu vou avançar aqui nas colocações. Wellington Gavião. Heliton Gavião – Wellington Gavião – Regia do Amazonas. Marco eu quer agradecer a explanação de vocês dois, Rivelino e, claro que é importante essa criação e a sua participação dentro do governo. O que eu quero sugerir, propor é que muitas vezes a gente conquista um espaço dentro do governo, mas ao mesmo tempo a gente não tem a divulgação, a transparência para estar divulgando a nossa atuação, a participação nossa dentro do poder publico. Falta muita ainda para a gente construir entre a gente, com certeza. E com certeza essa representação dentro do governo é uma forma de a gente quebrar tanta barreira, a visão critica negativa que a sociedade com as populações indígenas. E eu gostaria de dizer Marco, e Rivelino, que a gente a partir de agora vamos trabalhar em conjunto como cada liderança falou, membros do CNPI. Não adianta a gente ter uma representação dentro do governo e a gente esconde a nossa representação ou a nossa participação dentro do governo, com essa falta de divulgação. Acho que falta vocês dois, acho que nem todos os povos indígenas sabem que tem essa representação. Aonde vocês representam os povos indígenas nem todo mundo sabe. Eu acho que isso falta. A gente divulgar, trabalhar com transparência na base, para que nosso povo entenda e tenha conhecimento dessa representação que tem dentro do governo. Já basta que governo tenha sempre essa politica que vem apenas só destruir os povos indígenas. Eu acho que nós precisamos fazer isso. Construir, dialogar, se aproximar mais entre nós. A bancada indígena e movimento indígena. Eu sei que vocês dois nasceram dentro do movimento indígena e, hoje vocês estão dentro do governo representando os povos indígenas. Então, acho que falta isso, a gente começar a dialogar e construir esse plano que vocês apresentaram aí em coletivo e não em gabinete fechado como o governo sempre faz. Construir a política com o planejamento deles. Acho que isso, o que falta é isso. Estas pequenas coisas. Eu acho que esta representação vem tentar visibilizar. Criar uma politica voltada à questão. Isso é importante. Não adianta a gente ter uma apresentação que a gente não está sabendo divulgar, usar ela como instrumento legal para quebrar esse preconceito que sempre tem contra a gente. A sociedade com certeza tem essa visão critica referente aos povos indígenas. Não podemos continuar cm esse preconceito, alimentar esse preconceito dentro da sociedade não indígena. E outra questão também. O que falta é vocês terem uma, vamos dizer, uma equipe de articulação, de divulgação em cada estado. Como eu estava falando, nem todo estado onde tem povo indígena sabe se tem essa representação esse encontro planejado para acontecer. E no estado de Rondônia sempre é convidada só uma etnia, meu povo Gavião. Catarino, você sabe, é seu colega de luta desde muitos anos. Então, se tem muitos indígenas em cada estado a gente precisa divulgar esse encontro que vocês estão planejando para acontecer, a gente não pode trazer apenas uma etnia para divulgar a cultura deles. O que falta é isso. A gente preparar a comunidade na base de não trazer de não trazer despreparada. Eu acho que nessa parte tem uma pequena falha da parte de vocês. A gente começar a se organizar melhor, se planejar melhor em conjunto. Era isso que eu queria dizer para vocês. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Wellington. Dando sequência aqui, vou só fazer um apelo para a gente tentar fazer uma fala mais rápida. Dois, três minutos, bem objetiva só em função do tempo, já que a gente combinou que não vai almoçar e vai seguir até as duas horas, senão a gente não consegue terminar. O próximo inscrito é Akiaboro. Ak´jabor Kayapó – Bom dia a todos. Bom dia Marcos. Eu fico muito feliz de você vir aqui em um CNPI visitando a gente. Como você apresentou os trabalhos que vocês fizeram. Tinha dezesseis anos quando saí no mato e chegar na aldeia piloto de avião da FUNAI. Então, que eu conhecia você lá quando eu era jovem ainda. E depois quando você volta larga de ser piloto de avião da FUNAI e, começou a luta com cacique Raoni, que é um cacique mais velho Paiakã e outros que vocês estavam juntos. E daí eu aprendi sua luta e estou começando a aprender e lutar igualmente a você está lutando aqui hoje, eu estou lutando pelos nossos direitos. Já que vocês falaram que já está descansando, mas vocês já tem experiência para a luta defender nosso povo, eu quero que você continue. Eu quero que continue. Como os parentes já falaram que estamos sofrendo, estamos sofrendo. Um dia que eu estava aqui em Brasília de outros lugares em uma reunião que eu participava, o pessoal falou que o Marcos Terena foi representante dos indígenas na ONU. Então, muitos indígenas que não sabem e falam que representa o indígena. Representante indígena do Brasil, então porque ele representa como só mexer com jogo indígena, ou apoiar o governo, ou apoiar o congresso, que é o que está acontecendo hoje. Esses projetos que estão correndo. Poderia aqui o Marcos Terena representante dos índios do Brasil e ele pode defender a gente fora e, aqui no Brasil também. Assim que os parentes comentaram que eu ouvi também. Eu estou falando a fala para vocês abertamente para vocês continuarem a luta com a gente. E depois disso vocês já fizeram muitos jogos tradicionais de vários lugares que vocês foram apresentaram esse trabalho que você fez e, foi feito em Marabá. Foi feito em Marabá e eu não fui convidado, mas o presidente Grêmio da FUNAI e, é Glênio não é? Glênio. Então, esse presidente sempre liga para mim.; alguma coisa aconteceu, Akiaboro tem um problema aqui e venha me ajudar. Vamos lá no Tesouro Nacional buscar recurso para a FUNAI. Então, ele está me chamando direto. Ele me chamou e eu chego aqui e já tem um jogo no Marapanim. Então, nós conversamos com o ministro da justiça e ele convidou a gente para fazer a abertura. Eu fui na abertura junto com o ministro, com o presidente e voltei. Só isso que eu fui participar. Então, é o seguinte: com isso parentes, nós, como meus parentes falaram, nós estamos cobrando. Todos os movimentos nessa beleza que vamos mostrar para o mundo, então, já que é mundial vamos mostrar. Então, cada vez, quem vai e vai mostrar beleza, mostrar tudo para todo ver e que vem preparado, mas para voltar o que ele vai levar para a família? É o risco a vida também. Pode acontecer alguma coisa, acidente na estrada, avião e vai perder a vida das pessoas. Então, com isso Marcos eu quero que você levante isso, aumente o recurso para dar aos parentes vir e levar alguma coisa de volta para suas aldeias. E também, trazer eles para cá. Não só trazer e pagar comida, transporte. Só isso não. Dorme embaixo da lona e você volta sem nada. Não pode. Como igual eu Akiaboro venho viajando direto aqui para o CNPI. Eu tenho um pouco de diária e venho aqui e gasto hotel, transporte e a comida. Eu vou levar o que de volta? Alguma coisa acontece e a minha família vai sofrer. Então, é assim que está acontecendo igual. Eu estou pedindo ao senhor e o secretario também para verificar isso. Dar um valor para as nossas tradições, dar um valor também para eles levarem alguma coisa para suas aldeias. Levar para a família. Era isso que eu queria falar para vocês também. Tem a feira de sementes como já aconteceu na minha aldeia. Então, estou convocando muita gente, até o Antônio Alves junto com a equipe que foi para lá junto com representante do governo na feira de sementes. Então, com isso fizemos um documento, muita gente participou e aproveitando isso fizemos um documento que levei até aqui no ministério entregar o documento. Aquele que está acontecendo agora AGU PEC 215. Entregar. Aproveitamos isso aí, aproveitando esse movimento. Então, vamos aproveitar esse movimento para a defesa. Vamos brigar pelos nossos direitos também. E também, a questão de Miss Kayapó e Miss Indígena. Também que eu quero falar com o senhor que já foi divulgado pela internet, algumas fotos e algumas telas que eu vejo. Até outros presidentes já viram, o pessoal aqui já sabe também, os visitantes participantes tiraram foto com celular, esse Miss Indígena não é da nossa tradição Miss Indígena então, eles colocaram musica dizendo que eu te pego. É verdade. E mostrando a bunda de indígena peito de indígena e passando então, isso aí é desrespeito eu quero que vocês verifiquem isso. Na minha região eu proibi. Proibi. A prefeitura fez lá e eu falei: negativo. Eu vou mandar meu povo embora. Mas essa não é nossa tradição. Verifica isso. É desrespeito. Era isso que eu queria cobrar. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Ak´Jabor. Marcos Tupã. Marcos Tupã – Boa tarde à bancada, a todos. Então, eu acho que temos assim, grande preocupação em relação ao contexto atual e em relação aos nossos direitos. E a PEC 215 está aí e ao longo dos anos vai ser o grande palco de discussão e enfretamento. Nós estamos preocupados com essa questão que os jogos que vão acontecer como já existe fórum de discussão também dentro desse espaço, que também possa esse espaço ser utilizado com lideranças de suas regiões para colocar essa discussão em pauta. Eu quero falar também de algumas situações que ocorreram em nossa região. De pessoas que vem também nesses espaços, ocupando espaços e se colocando como indígenas ou que se representa como, passou no PowerPoint de uma pessoa que é o Robson Miguel. Nós indígenas da região não reconhecemos ele como indígena. Ele ocupou espaços, fez junto com Guarani a tradução do Hino Nacional e, ele vem dizendo que ele que traduziu, que ele que fez interpretação na língua Guarani e, usa isso como grande... Usando nosso nome, colocando como nome Guarani e, de fato nada contra a pessoa dele, a gente respeita. Mas que além dele vieram outras pessoas também ocupando esses espaços e aproveitando a oportunidade para se autopromover. E isso vem prejudicando. Inclusive, no inicio do ano teve e eu não sei qual a parceria no qual foi colocado como Jogos Indígenas cem São Paulo com a prefeitura de São Paulo e, que não teve nenhuma consulta, nenhuma aproximação com as aldeias. E teve até um constrangimento com as nossas comunidades que foram convidadas dizendo que ia ter ônibus, transporte, essas coisas todas. Mobilizou todas as aldeias da região e, no dia que foi datado o ônibus, não apareceu nenhum ônibus nem nada e nem ninguém para explicar o que aconteceu e, acabou a comunidade não participando do evento. Então, são coisas assim que acontecem. Além dele a gente tem outras pessoas como o Kaká Werá que fala que é Guarani, ou que fala que se criou na aldeia e, usa desses espaços para se autopromover na verdade. Então, para nós é muito triste isso. Enquanto tem lideranças de base de suas comunidades e organizações que podem contribuir de fato com a estrutura, com a discussão para que possa de fato se enriquecer. Mas esse ponto da questão de direito, estamos correndo serio risco porque nosso artigo da Constituição ser alterado, mudado por conta dos interesses do Congresso Nacional e, que esses espaços possam ter as lideranças, representantes do seu povo e, as organizações também para que possam divulgar e articular o movimento indígena para essa causa. Flávio Chiarelli – Obrigado Marcos. Luís Titiah. Luiz Titiah – Presidente, agradecer a vinda de Marcos Terena. Eu sei um pouco da sua historia através da minha mãe. Acho que você lembra dela: Maura Titiah, Pataxó, Saracura, Zeca Pataxó. Só queria fazer uma... Dizer que teve o ultimo jogo agora em Porto Seguro e só fui informado agora pela Teresinha que estava no aeroporto embarcando para Porto Seguro e, que parece que ia representar lá a CNPI. E não tive de condições de chegar a Porto Seguro. Mas eu queria fazer umas perguntas Marcos. Tudo que foi representado, o que vocês estão pensando para dentro desses jogos indígenas, que já está encaminhado, já todo o processo, se pensando como vocês acabaram de esclarecer a questão do futuro do jovem, o jovem indígena, etc. eu vim preocupado porque já teve relatos de algumas lideranças, principalmente aqui na CNPI, o ataque que está tendo dentro das comunidades indígenas dos jovens, na questão da droga, prostituição e etc. o que vocês estão pensando? O Ministério do Esporte junto com essa ideia desse projeto seu, para implantar algo dentro desse orçamento que foi apresentado aqui, para implantar algo dentro das aldeias onde o jovem pode estar ocupando, principalmente no final de semana. Dentro desse projeto u edital ou não sei o que pode nascer para poder se trabalhar, não só se trabalhar dentro desse projeto só nos jogos indígenas. Sabe? E a outra pergunta é a seguinte: se tem alguns coordenadores nos estados que representam esses jogos indígenas para a gente saber quem são essas pessoas. Se for possível listar para nós. E a terceira pergunta é a seguinte: com todo o conhecimento Marcos que vocês têm e, a história que você acabou de passar para nós aqui e, que também serve de aula para a gente, a sua participação na luta indígena, ajudar a criar e tudo, tem como você nos seus conhecimentos políticos, conhecimentos dentro do governo, ou de fora, de outros países, tem como você nos ajudar e buscar um apoio. Pode ser financeiro para ajudar nosso movimento indígena aqui no brasil. Para voltar a desenvolver suas atividades de defesa ao nosso povo. E como você pode com o conhecimento dentro do governo dialogar e ajudando a gente nessas questões que estão passando dentro do Congresso Nacional. O exemplo foi levantado aqui, onde vai ter os jogos na casa de uma pessoa que se chama Kátia Abreu, que está aí fortalecendo a bancada ruralista com seus projetos de lei para acabar com nosso direito que é garantido na Constituição de 88, que eu sei que você também participou nessa época. Ajudou também nossas lideranças. Eram essas três perguntas que eu queria fazer para você e, que eu queria uma resposta sobre que você pensa nesse primeiro momento nesse diálogo com a gente da bancada indígena da CNPI. Flávio Chiarelli – Eu tenho mais aqui algumas inscrições. A gente tem uma convidada aqui Rosane Kaingang que quer fazer uma colocação também. Vou te conceder alguns minutos Rosane Kaingang. Rosane Kaingang – Bom dia a todos e a todas. Eu sou a representante da ARPIN SUL para acompanhar os três poderes: assuntos, interesses e direitos dos povos indígenas na região Sul em Brasília. Eu e o Marcos nos conhecemos desde 92, Eco 92 e assim Marcos, no âmbito da CNPI a gente discute as nossas politicas publicas, os nosso representantes. E tudo nós botamos para o aval, a reflexão e qual politica publica é boa para os nosso povos. O contexto atual que vimos dentro do Congresso, temos Marcos e Rivelino, 273 ruralistas de 513 deputados na Câmara, chegando a 300 e poucos. Mas que a gente viu são 273. Nosso parentes apanharam. Você via a Kátia Abreu divulgando a história dos jogos indígenas tanto lá fora como dentro dizendo que estava construindo uma estrutura muito grande para os jogos. Ela é a Presidente da Confederação Nacional da Agricultura da qual Famato e Famasul, que pega do Mato Grosso à região sul, é a CNA que patrocina as mortes, a matança das nossas lideranças. no estado do Rio Grande do Sul, para você ter uma ideia, contrataram empresa de segurança para matar índio, que são os capangas. No contexto atual de mortes, na conjuntura atual, o movimento indígena ficou preocupado que você pudesse estar fazendo jogos indígenas com a maior inimiga nossa. Essa é uma reflexão que todos nós precisamos analisar em conjunto com vocês, porque veio uma delegação de Tocantins na semana passada e que acompanhei porque a ARPINSUL é membro da APIB, em que eles pediram para a presidente Dilma não nomear a Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura e fizeram protesto. Você está sabendo também da PEC 215 que quem pagou o relatório para o relator Osmar Serralho foi a CNSA. Temos gravação da PF, grampo da PF e botamos essa gravação Marcos, para a própria presidente Dilma ouvir em frente ao Palácio do Planalto e, dentro do Congresso nosso parentes entraram lá na CNA, dançaram e colocaram a gravação. Ou seja, o relator tendencioso favorecendo interesses da bancada ruralista. Isso é muito preocupante. Vamos trabalhar em conjunto isso Marcos, tanto com os representantes da CNPI quanto o movimento indígena Rivelino. Marcos na época nós brigamos por conta dos jogos de Guaíra, que os Kaingang reclamaram que você tinha conversado com todas as autoridades menos eles. E Guarani. Mas enfim, isso é um passado, mas o que eu digo quando se traz para o contexto aqui Marcos, se traz para uma discussão regional com todos aqueles povos onde vocês vão fazer os jogos indígenas, para que se discuta com eles quem pode ir e qual a melhor forma em cada região. Essa é a sugestão que eu dou para você. Também Marcos você é servidor da FUNAI. Eu ano sei se você se lembra que a educação fez oficinas regionais de jovens indígenas. Foram 09 e, ali os jovens indígenas colocaram a demanda deles para a FUNAI, que se tornasse uma politica pública, inclusive a FUNAI no setor de educação tinha uma ação chamada Jovens Adolescentes Indígenas em Situação de Risco Social. E tornou-se um projeto Segundo Tempo nas aldeias. O Segundo Tempo nas Aldeias para nós, o que discutimos em termos de região sul, inclusive eu fui com o engenheiro e arquiteto da FUNAI em uma aldeia Kaingang, eles pediram uma praça cultural com biblioteca e uma quadra poliesportiva. Dessas 09 oficinas Marcos e aí Rivelino, a proposta que fizemos na época para o Ministério dos Esportes que era o Agnelo, foi de ter um Segundo Tempo nas Aldeias e, isso seria e a minha proposta como disse aqui que não leva a nada, não fica nada de concreto dentro de nossas terras, ele quer dizer que vão fazer jogos indígenas, legal você está levantando a autoestima desses povos, você está divulgando a cultura desses povos, mas é necessário mais Marcos nesse contexto. É necessário e eu aí sugiro aqui ao presidente da finai, Rivelino e você para emplacar dentro do ministério a politica publica, o consolidado de demanda de 09 oficinas regionais, transformar em um convenio ou em um termo de cooperação entre FUNAI através do CGPC ou a diretoria de desenvolvimento sustentável, para ter a demanda desses jovens adolescentes atendidas, que é o Segundo Tempo nas Aldeias. Inclusive foi contratado antropólogo para pesquisar as brincadeiras tradicionais indígenas. E isso não se tornou uma politica publica. Hoje temos jovens, a droga entrou nas nossas aldeias. Temos o alcoolismo e, aí Marcos, o que pedimos em termos como representante da ARPINSUL e está aqui o Deoclides, que é cacique da terra indígena da Candóia, é que vocês emplaquem com a FUNAI o convenio, termo de cooperação e, que parte dos recursos e, que tenha recurso para emplacar essa demanda da juventude, de jovens adolescentes das nossas regiões. Que isso torne-se uma politica publica e que a FUNAI no seu PPA recrie a ação que foi criada para chamar jovens adolescentes em situação de risco social através da educação. Essa é nossa proposta. E Marcos e Rivelino, já que vocês estão nesse contexto a nível internacional da promoção disso, eu queria lembrar você Marcos e ao Rivelino que tem um PL de acesso a recursos tradicionais e genéticos rodando no Congresso nacional contrario à nós três anos ou cinco anos, governo através de seus ministérios, Casa Civil, FIESP, Federação da Indústria e Comércio discutiram a Lei de Acesso a Recursos Tradicionais e Genéticos sem nos escutar. E a Casa Civil mandou para a gente de lei para dentro da casa e está rolando. Era para ter sido votado semana passada. Neste contexto atual. Na conjuntura em que vivemos eu acho que isso aproveitando que vocês fazem os jogos indígenas, tem que divulgar Marcos. É preciso divulgar essa questão e é preciso discutir com esses povos que estão lá. E para o governo o que nós e aí o Ministério da Justiça e todos os ministérios, nós chegamos ao limite. Nós povos indígenas. Fizemos uma trajetória dentro do Congresso Nacional com todas as lideranças com todas as lideranças dos partidos de esquerda e, os próprios representantes desse partido falaram: cadê a posição do governo em relação á demarcação? Parlamentares em uma reunião que a gente teve com PC do B, PV, PT e outros mais, não tinham uma posição do governo em relação às mortes toda semana no Kaiowá, em relação à continuidade da demarcação. Porque se isso não houver estamos construindo aqui coisas que não terão sentido no futuro. E aí a omissão e o silencio de não dar continuidade à demarcação, significa que para nós hoje está clara a posição do governo. Quando você se cala e omite, quando você não pune quem está matando índio você está de acordo. As ações concretas da continuidade da demarcação significa para nós a Presidente Dilma assinar 20 homologações, o senhor ministro da Justiça cumprir com o papel dele como ministro e dizer: eu estou assinando treze portarias de declarações de posse de terra. E por favor leve ao seu chefe que chegamos ao limite. Hoje como vimos o Congresso Nacional que nosso parentes apanharam, nós entendemos que hoje a guerra começa. A guerra está começando e as lideranças se posicionaram lá dizendo: é preferível morrer brigando com dignidade do que eu me calar. É isso pessoal. Flávio Chiarelli – Obrigado Rosana. Eu tenho só mais duas inscrições aqui e depois vou passar a palavra para vocês. Para as palavras finais. Simone Karipuna. Simone Karipuna – Boa tarde, os parentes que fizeram que apresentação, gostaríamos de agradecer a presença de vocês por terem atendido nosso chamado. Vocês como parentes sabem o quanto é importante que as informações nas nossas bases. E é nesse sentido que eu queria fazer duas falas. Gostaria de fazer uma recomendação, de que saísse daqui da CNPI uma recomendação e se eu esqueci de alguma coisa eu gostaria que depois fosse colocado por vocês, uma é em relação à questão que chegasse para a gente quem são, e foi falado pelo Titiah, quem são as referencias de vocês nos estados. Gostaria de ressaltar uma questão superimportante e que também já foi falada por vários parentes em relação à estrutura do evento e, dessa grande magnitude que serão os jogos mundiais. E aí pensando nisso e pensando também, em tudo que vocês colocaram como apresentação, sugiro que saia daqui uma recomendação que seja inserida a nossa participação como orientadores, como participante desse processo da construção, visto que a gente entende que os povos indígenas do Brasil terão sua representatividade nesses jogos. Então, eu gostaria que daí da CNPI fosse repassado para vocês essas recomendações. Flávio Chiarelli – Obrigado. Por fim Chiquinha Pareci. Francisca Pareci – Boa tarde. Apesar de a gente não ter almoço, mas pelo adiantado da hora. Marcos eu acho que as considerações os parentes já fizeram e eu reforço, reiterar o agradecimento pela sua presença, tanto a sua quanto a do Rivelino. Atenderam o chamado da CNPI e isso é muito importante e, gostaria de pontuar algumas questões de ordem dessas recomendações que a Simone acabou de colocar. A CNPI vai de fato fazer algumas recomendações em relação a participação não só indígena, mas algumas questões que aconteceram em outros jogos e que não podem se repetir mais. E que nós estamos aqui não para criticar, mas sim para dar um suporte maior de melhoria cada vez mais desses eventos. Eu acho que Rivelino já pontuou aí de que é para se transformar de fato em politicas publicas permanentes. Independente de governo que entra e sai. Então, nesse sentido eu pergunto a você, por exemplo, por uma questão mesmo de informação para os parentes como eles de fato vão ter acesso às atas, gravações todas desta reunião, assim que você pontuasse um pouco a questão dos critérios de participação dos povos. De que forma isso é trabalho, quem são alguns e eu acho que a Simone já colocou. E para você Rivelino, gostaríamos que a gente pudesse ter acesso a proposta do projeto da forma como foi encaminhado, para que a gente possa empoderar as comunidades indígenas e, principalmente tanto você quanto o Marcos nos dar subsidio de informações a respeito desses dois eventos para subsidiar na I Conferencia Nacional de Povos Indígenas. Porque certamente estes eventos serão comentados nas aldeias. E a gente queria colocar também, que vocês se colocassem à disposição da CNPI para serem chamados para dar outros esclarecimentos. Porque discutir politicas publicas, politicas indigenistas é necessário sim que a gente possa consolidar essas discussões no sentido de dar informações para os parentes e, subsidia-los de que forma, de que maneira possam ter cada vez mais o entendimento e o esclarecimento sobre esses eventos. É isso que eu gostaria de colocar. Obrigada. Flávio Chiarelli – Obrigado Chiquinha. Eu vou devolver a palavra para o Marcos Terena para fazer suas colocações. Marcos Terena – Bom, pessoal, agora vou conversar com vocês de índio para índio. Com respeito aos conselheiros que não indígenas, o presidente da FUNAI, Marcelo, que tem sido um companheiro nessas articulações, o Rodrigo, o pessoal do Itamaraty. Vocês têm que entender, a primeira coisa, vocês me conhecem e vocês mesmos falaram isso, esse é um empreendimento, vamos usar a palavra que o homem branco usa quando quer fazer uma hidrelétrica, por exemplo, empreendimento. Quando se trata de nós povos indígenas, não somos parte desse processo. Por isso que eu quando eu comecei a minha eu disse que tenho uma alegria de estar aqui porque vocês estão aqui. eu não sei também e nunca perguntei qual foi o critério da eleição de vocês. Tem muitos povos que não estão aqui. tem muitos indígenas bons também que não estão aqui. índios que são nosso companheiros, nosso parentes, mas nunca me preocupei de ficar preocupado, o Kohalue está aqui, o Valcelio está aqui e o Valcelio nós ajudamos e apoiamos politicamente para chegar aqui. Então, eu quero dizer o seguinte: vocês também tem uma missão. Também tem uma tarefa e que não é só essa reunião. Vocês tem que pensar lá na frete. Porque os senhores que estão aqui tem um comando, tem um ministro como a Rosana mesmo falou, muitos aqui não podem fazer nada se não for uma orientação do ministro e da própria presidente. Então, vocês como são estão sendo vistos, olhados pelos parentes que tem problemas também. Muitas vezes eles querem vir aqui. eles cobram: Marcos porque você não está na CNPI? Aí eu falo que é porque já tem outro parente. Eu nunca falo que queria. Isso é costume de ONG, fazer um abaixoassinado aqui para tirar fulano e colocar fulano. Eu falo isso porque muitos de nosso parentes sofreram. Vou dar um exemplo aqui. O Akiaboro falou do Paiakã, que era um grande líder jovem em 82. Quem derrubou o Paiakã? A gente estava preparando o Paiakã para ser o grande comandante na Rio 92, que era o grande evento da ONU aqui no Brasil. Quem derrubou o Paiakã? Foi a Revista Veja que colocou quando começou a conferencia da ONU saiu a Revista Veja e quem estava na capa? O rosto do Paiakã com o cocar bonito dos Kaiapó. E embaixo da foto do Paiakã tinham duas palavras: o selvagem. Revista Veja. Paiakã tinha tido um problema com a professora e começou a maior confusão. Mas o projeto carioca da conferencia mundial dos povos indígenas não podia, a Chiquinha estava lá também e ela lembra disso. Nós temos que ser estrategistas. Eu olho para vocês assim e eu vejo pessoas inteligentes, estrategistas. Vocês não estão aqui só para fazer reunião de mês em mês, ganhar diária, ficar em hotel. Não. Vocês têm que inclusive se afirmar. Eu falo isso muito e falava isso muito para o Lula, por exemplo. Eu conheci o Lula em 81 e, hoje ele foi Presidente e, encontrei com ele anteontem, está gordo. Naquele tempo ele era gordo, mas foi de tanto comer e eu como muito também, aquele osso com carne, chambaril, acho que é isso. E ele falou para mim assim: Marcos, eu não vou colocar índio na presidência da FUNAI porque vocês não sabem o que vocês querem. Ele falou assim para mim lá no gabinete dele quando ele já era presidente. Quem que eu vou colocar? É assim que eles pensam. Eu falei com ele, porque eu conheço ele pessoalmente e falei duro com ele também, falei: você conhece o Mengaron, Fernanda Kaingang, você conhece a Zelene. Você conhece o Ailton Krená, você me conhece, qual a duvida presidente? Eu tenho medo de vocês se matarem. Lá na FUNAI os caras vão te dar... Então, ainda existe pessoal, a ideia de que nós não estamos preparados e, vocês aqui estão demonstrando que vocês querem discutir políticas publicas. Eu ouvi muitas vezes vocês falhando politicas publicas, politicas publicas. Nós vamos agora entrar no novo governo, apesar de ser a Dilma, mas vamos entrar no novo complexo de governo e vocês falaram aqui da senadora Kátia, mas ela vai ser ministra do governo. E o que vocês vão falar? Vocês vão falar assim: Marcos Terena não está apoiando os jogos. Os jogos é um evento que vai passar, vai acontecer em setembro e depois acaba. Mas a politica publica não acaba. Então, eu vi lá que muitos parentes colocaram, atiraram flecha no rosto da Dilma, no rosto da Kátia, para que pessoal? Para sair no jornal ou para aumentar a raiva deles contra nós? O Marcelo aqui representa o ministro da justiça, o presidente da FUNAI também aqui, são pessoas que falam com o governo de igual para igual. Tem aqui os outros representantes dos outros ministérios aqui. Os ministérios estão aqui. então, a gente, eu penso assim, a minha maneira de pensar, nós temos que prever, por exemplo, eu não sei se vai ter uma resolução aqui, o presidente aqui, o Flávio e a outra moça que eu não conhecia que era a presidente, nós temos um presidente da FUNAI interino. Entendeu? Então, ele tem uma missão se segurar a FUNAI mais ou menos assim, temporário. Não temos presidente da FUNAI de verdade. Então, temos um interino. Então, até isso vocês que são conselheiros tem que pensar. Então, quando vamos ter um presidente da FUNAI de verdade. Um monte indígena coloca na internet o Marcos Terena vai ser presidente. E vem um monte de gente, parente, parabéns e tal, mas ninguém do governo falou comigo. Tem que falar comigo. Eu não sei o orçamento da FUNAI. Você sabe o orçamento da FUNAI para o ano que vem? Então, tudo isso tem que ajudar a governo, o comando do governo a fazer a tal de politica publica para os povos indígenas. Estou fazendo esse comentário de cinco minutos para mostrar a vocês, por exemplo, esse empreendimento dos jogos mundiais dos povos indígenas, a gente está fazendo com trinta países. Estamos fazendo isso com as nações Unidas, Unesco e agora vocês me convidaram para vir aqui e, quero dizer a vocês: isso não é politica do governo, como foi bem falado aqui. foi uma ideia que a gente teve com o Pelé e que virou jogos dos povos indígenas e, agora vamos para os jogos mundiais. Mas a gente não faz nada sem o Ministério do Esporte. Porque precisa da grana deles? Não é só por isso. Eles têm que estar junto com a gente. Por exemplo, o Rivelino, não lembro se ele falou isso, mas cada ministério desse vai fazer parte do grupo interministerial dos jogos mundiais. O MEC, Ministério da Saúde, FUNAI, Ministério da Justiça. Toda semana tem uma reunião daquele ministério. Ministério você quer participar ou não quer? Entendeu? Então, é uma construção e quem está provocando isso? Os jogos mundiais. Não é o Marcos Terena, o Carlos terena. Somos chamados de irmãos Terena como os irmãs Vilas Boas. Tem outro nome Terena aqui. Terena é o nome da nação, mas para sacanear a gente eles falam: os Terena, os Terena. Bom, então, os jogos a gente vai montar uma plataforma que a gente chamava na ONU de Alto Nível quando a gente debateu as questões indígenas na ONU não era em Nova Iorque, mas na Suíça. Eu fui um dos primeiros índios a chegar na Suíça. Agora, com quem eu conversava lá? Com os diplomatas, com o s nosso embaixadores e que hoje são ministros: Patriota, Celso Amorim, a própria Ana Luiza que agora está como embaixadora também todos eles cresceram. Eles eram todos jovens e nós também éramos jovens. dois deles viraram ministros e eu marcos terena que andava assim com eles negociando os direitos indígenas continuo como piloto da FUNAI, mas fazendo o debate das questões indígenas. Hoje eu considero pessoal, questão indígena um jogo de inteligência. Não é na... Eu marchei muitas vezes com os Kayapós para expulsar garimpeiro, para expulsar fazendeiro. Naquele tempo os Kayapós iam para combate, para guerra mesmo, para matar ou morrer. Então, a gente dizia calma aí, não sei o que. Entendeu? Então, nós fizemos uma grande articulação com esses grandes chefes, muitos deles já faleceram, assim como em outras regiões. Mas cada situação de demarcação é uma situação diferente. O Lourenço estava falando do pai dele, que eu quando cheguei aqui em Brasília nessa época eu não ficava lá dormindo sou índio e vou ficar aqui. naquele tempo a FUNAI dava mais ou menos cinquenta reais para cada índio passar o fim de semana. Naquele tempo. Eu nunca peguei esse dinheiro da FUNAI, porque dinheiro você tem que conquistar, em que trabalhar para você ter dinheiro no bolso. Eu estava vindo da Força Aérea e já era piloto e virei índio. E quando eu era piloto e virei índio. Mas eu quero explicar para vocês como na minha cabeça... A Rosana mesmo morava na Ilha do Governador no Rio de Janeiro e ela é anestesista. Ela sabe dar anestesia nas pessoas. uma profissão de risco inclusive. A gente chamou, quem chamou? Eliane Potiguara. Então, eu estou mostrando a vocês pessoal, todos nós temos uma historia em relação à civilização do homem branco e, a nossa identidade. Então, eu quero dizer que quando eu estudava eu não tinha tempo de jantar, então o pai dele guardava minha janta. Sabe que horas eu ia jantar? Uma hora da manha depois do cursinho para entrar na universidade. Era comida fria, mas ele guardava. Ele lembrou e eu nem lembrava mais então, eu estou querendo mostrar para vocês. E os jogos é o seguinte: quem a gente deve convidar? Com quem eu combino o negocio dos jogos? Com o ministro do esporte, que é um agente politico. O ministro do esporte é um politico. Lá em Nova Iorque na ultima conferencia lá eu troquei ideia com o ministro da justiça, o Cardozo, que é meu companheiro no partido. Sou do PT igual a ele. Mas eu nunca pedi para ele: ministro me coloca lá como chefe de gabinete e tal. Sou do PT entendeu? Nunca fiz isso porque temos que ter também dignidade. Entendeu? Nosso povos são dignos. Somos as primeiras nações no brasil. Então, os jogos são uma ponte que estamos construindo, os jogos dos povos indígenas. Muitos parentes resgataram o próprio nome. Irantxe, se não me engano, era o Irantxe de mato Grosso, um dia ele chegou e falou: não mais ser chamado de Irantxe. Como você quer ser chamado? Lá durante os jogos. A gente quer ser chamado pelo nosso verdadeiro nome. Qual é o teu nome verdadeiro na sua língua? Nanuque. A gente ficou emocionado, porque não antropólogo, não foi a FUNAI, não foi a ONG que foi lá e falou: muda teu nome. Foram eles mesmos. Então, provavelmente um dia vamos deixar de chamar Kayapó, Canela, Terena, mas o povo tem que nascer com essa consciência. E por outro lado sobre o evento em si, como eu falei, vamos ter os jogos mundiais, além da beleza vamos ter o Fórum de debates como eu falei. Vamos discutir, por exemplo, onde vai ser a sede da Confederação Internacional Indígena dos Jogos? A cidade de palmas o prefeito falou para fazer a sede em Palmas. O prefeito do Rio falou: traz aqui para o Rio. Nesse campo todo mundo quer participar, recepcionar a gente, mas não pode ser só eu. Eu não sou atleta. Não sou atleta, já fui, hoje não sou m ais. Então, eu queria estimular vocês realmente a pensar nessas questões. Vamos fazer o debate sobre agricultura familiar. Esse ano a ONU determinou que é o ano internacional da agricultura familiar. Fomos lá falar com o ministro do MDA. Ministro, vamos criar um negocio para não passar batido, porque lá na ONU a ONU designou uma índia da Nicarágua para ser embaixadora da agricultura familiar. Eu quero mostrar a vocês que existem vários espaços. E nós nunca conseguimos ocupar esses espaços. Flávio Chiarelli – Marcos deixa eu só fazer uma intervenção rápida. Pedir para você tentar concluir em três minutos só por causa do avançado da hora. Já são dez para as duas. Marcos Terena – Só respondendo duas perguntas que me preocuparam bastante e eu preciso falar. A questão, essa que o Akiaboro falou da mulher, da miss, não tem nada a ver com a gente. Eu também vi. Os caras pegam as fotos, vão lá e tiram a foto e colocam na internet e colocam essa musiquinha que você falou. Não tem nada a ver, mas vamos durante os jogos mundiais fazer um negocio fazer um negocio chamado desfile da beleza da mulher indígena. O que é isso? Isso foi discutido em Cuiabá e as próprias mulheres disseram que não querem negocio de miss, isso aí que você falou. Miss é coisa do branco. Primeiro que as índias não são altas. As miss do brasil são todas com dois metros de altura, magrelas e tal. Feia para nós. Para mostrar nossa roupa, nossa tradição. Temos que respeitar realmente a mulher. Está sendo trabalhado. Outra coisa que eu queria a vocês é que n´só vamos nesse projeto dos jogos estabelecer formas de participação. Quando vocês falam que querem cobrar eu falo para vocês: como vocês querem participar dos jogos? Qual a contribuição que vocês podem dar para os jogos mundiais, já que o projeto é grandioso, bonito e vamos arrebentar, como diz a torcida, mas não para o comitê intertribal. Vocês nunca ouviram eu falar do comitê intertribal, mas o comitê intertribal é a organização indígena que nasceu em 91 e, que, faz isso em silencio, agora com o apoio do governo federal. O Rivelino vai explicar aqui a questão do projeto que ele quer construir voltado para as aldeias e, não tem nada a ver com as aldeias. Você falou 18 milhões. Esse dinheiro não é suficiente para fazer os jogos mundiais. Precisamos buscar patrocinador. Vou procurar Adidas, Nike, procurar o cara que faz refrigerante. Entidades do próprio governo como Petrobras, Eletrobrás e não sei o que. E a Petrobras está atrás da gente. Quer ajudar e a gente está olhando a Petrobras. Os índios do equador não gostam da Petrobras os índios do Peru também não gostam da Petrobras. E com vamos fazer? É uma indústria brasileira. Enfim, tudo estamos discutindo com a equipe de pessoas que são especialistas. Estamos discutindo por exemplo, qual o índio que vai correr cinco mil metros? Então, vamos ter um grupo da SESAI inclusive, estamos explicando para a SESAI para criar um serviço não de pronto socorro do índio, o índio desmaiou corre lá. Não é. Preparamos o índio para não desmaiar. Na reta final o índio desmaia na frente da TV Globo, CNN e não sei o que. Não. Temos que chegar. Como os negros que são índios também lá da África que eles chegam lindos são índios. Então, a participação não é por estado. A menina perguntou quis os estados que vão participar? Pessoal, nós também precisamos ensinar o governo, o homem branco, que o estado não tem nada a ver com a gente. Onde tem mais etnias indígenas? Amazonas e Mato Grosso. Então, quando vem 20 etnias o pessoal fala: só do Mato Grosso? Não em nada a ver com Mato Grosso, tem a ver com a geografia dos nosso povos. Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem 80 mil índios. É uma das maiores populações, mas acho que só tem seis ou sete etnias. Não tem 30 etnias. Então, para mostrar para vocês que temos também uma equipe de conselheiros. Tem representação Kayapó, Pataxó, Xavante, Guarani, Kaiowá. Mas vocês não convocam, vocês gostam de falar base. A base é uma palavra que vem do movimento sindical, da CUT, essa não é palavra nossa. Nossa palavra é nossa comunidade, nosso irmãos. Eu fui em reuniões e outro índio falou: companheiro. Fala para mim companheiro e eu respondo: não sou seu companheiro, sou seu irmão. A luta é a mesma. vamos realmente e estamos acompanhando isso, vamos tentar criar um momento de debater essa ameaça que paira sobre nós. O comitê da elaboração da Constituição brasileira e um dia encontrei um dos grandes inimigos dos índios, Conselho de Segurança Nacional. Ele não me reconheceu. Ele era um almirante do serviço secreto do governo militar. E encontrei com ele há dois anos, já estava velho esse senhor e ele queria apoiar a causa indígena, queria apoiar os jogos indígenas, mas naquele tempo ele era do SNI. Mas tínhamos índios também no SNI. Tinha índio Carajá do SNI. Por isso que quando a gente discute segurança indígena a gente não pode confrontar a policia, por exemplo, senão vamos apanhar realmente. Lá na aldeia todo índio tem um serviço de proteção, toda aldeia tem um serviço de proteção, os Terena principalmente e eu conheço bem. Porque não é policia, é segurança. Mulher, homem. Os Guarani também tem. Então, termino minha mensagem para você e eu fiz um comentário mais abrangente, porque em outra oportunidade eu gostaria aqui inclusive com o presidente da FUNAI , presidente da CNPI, dizer que a gente está à disposição nesse processo. Particularmente eu queria comentar com o senhor e está aqui o Marcelo que sempre apoiou os jogos indígenas, eu queria a vocês pessoal que tínhamos uma salinha lá nesse prédio novo da FUNAI. Com telefone e um computador. Uma sala bem pequena. E quem ficava lá era o Carlos Terena. E a presença na FUNAI, não sei de quem foi a sugestão, exigiu porque esse era um pedido do Marcelo: arranja um espaço porque a FUNAI tem que estar no circuito dos jogos. Então, houve uma orientação de fechar a sala. Outro dia fui lá e descobri que ela virou uma caixa de deposito de caixa de papelão. Então, eu gostaria de estimular o presidente, inclusive eu gostaria de marcar uma audiência para a gente abordar esse assunto, especificamente, e também, para contribuir com seu trabalho aí à frente da FUNAI. Flávio Chiarelli – Ok. Obrigado Marcos Terena. Só em relação à sala, esclarecendo que foi na gestão anterior, mas a medida não foi adequada porque assim, como a gente pode perceber hoje aqui e acho que até falei no começo, os jogos indígenas é uma iniciativa do comitê intertribal. Embora você seja servidor da FUNAI, é onde você faz paralelamente às suas atividades da FUNAI. Então, não nos pareceu muito adequado ter um espaço institucional dentro da própria FUNAI para isso. Eu queria passar rapidamente, a gente já estourou o prazo aqui, enfim, que a gente já tinha previsto, mas para o Rivelino fazer suas considerações. Na verdade foram feitas duas perguntas. Rivelino Macuxi – Isso. Eu só queria retomar a fala do professor na abertura, inclusive de um parente que falou que parece que o futuro indígena era incerto. Vocês lembram das palavras do parente. Flávio Chiarelli – Rivelino, desculpa. Sem te cortar eu queria pedir que você respondesse as perguntas que foram colocadas porque a gente não tem mais tempo para outras colocações. Se a gente a combinou que não ia almoçar para poder ir direto, e as pessoas tem outros compromissos. Então, a gente correr um pouco e a comissão ainda tem que esgotar a pauta fora o convite. Vocês não estão com a pauta aí, mas a gente ainda tem o convite do planejamento do ano que vem dos outros encaminhamentos. Rivelino Macuxi – A representação do Ministério nos estados ainda não existe. A pergunta feita é como está representação do ministério lá nos estados. Não tem. É um trabalho que iniciou agora, uma coordenação que a gente ainda está montando, o I Fórum e acredito que esse fórum ele é a base inicial da ação de governo pelo Ministério do Esporte nesse sentido. Agora, de como vamos organizar daqui para frete quem vai dizer isso somos nós. São vocês povos indígenas, esses 300 indígenas que estão vindo vão dizer ao ministro e, o ministro posteriormente para a presidente Dilma, de como estamos organizando. Eu acredito que assim como o Marcos falou, que nós aqui temos responsabilidade. Não sou eu não, nem só vocês, todos nós somos responsáveis. Acredito que essa base, essa consolidação da nossas ações depende muito do nosso pensamento. Trabalharmos de fato unidos. Ao invés de bater no governo, bater nos representantes que estão aqui, é propor mesmo, articulação mesmo. Articulação politica e dizer: queremos dessa forma. Fomos ensinados e eu também sou parte disso, ensinado de meter buduna, como se diz. Já levei borrachada de policia por conta disso. Hoje estamos em uma era totalmente diferente. Então, convido todos vocês a fazerem propostas, concretizar o pensamento e vocês trazerem das comunidades, das etnias o conhecimento. Agora temos que passar para o papel e dizer ao governo como nós queremos. Então, na representação do ministério ainda não tem, vamos ver de que forma vamos construir isso no fórum. Uma outra questão que foi colocada é sobre o legado dos Pataxós. O Ministério do Esporte além de apoiar eventos que ainda até hoje são eventos, conseguiu apoiar só o Pataxó e estava previsto apoiar copa das arvores, do Acre e não conseguimos formalizar parceria com a UFAC e, de Roraima também não conseguimos. Enfim, só conseguimos apoiar um. Mas além desses eventos que o ministério apoia, queremos também deixar ações no ministério. A Coroa Vermelha, por exemplo, estamos tentando direcionar para lá um PELC, porque tem um problema grave lá. A presença da droga está lá dentro, inclusive armamento. Segundo os moradores tinha lá metralhadora dentro da aldeia. Então, o Ministério do Esporte tem um programa chamado PELC – Programa Esporte e Lazer da Cidade. Foi dimensionado para a comunidades tradicionais onde entra ribeirinhos, quilombolas, enfim, comunidades tradicionais e, a ideia é implantar um PELC lá para que ocupe um pouco mais da mente desses jovens. foi colocado pela colega que o segundo tempo não tem nada a ver com nossa realidade. Inclusive é discutido de fato e eu vou falar mais rápido aqui porque o presidente está doido para me mandar de volta e ainda tem coisa para fazer aqui mas de fato o PELC e PST não correspondem às nossas expectativas. Inclusive a educação infantil eles discutem exatamente sobre isso. Como essas crianças vão aprender o nosso jeito de indígena se eles vão passar o tempo todo na escola. Como ele vai aprender a cultura de respeitar o mais idoso, respeitar seu irmão se ele vai estar sob o comando de um professor apenas. Então, são situações que de fato precisamos rediscutir. O PELC n fórum vamos rediscutir também de que forma queremos. De que forma queremos o segundo tempo? Se vai ficar fora da comunidade ou se vamos inserir dentro das atividades da comunidade. Mas quem vai dizer isso são vocês. São os representantes que vão discutir lá no fórum a respeito dessa questão. Por fim eu queria e eu não sei se respondi a questão do documento. Eu não tinha conhecimento a parente que apresentou sobre o documento. Eu vou buscar resgatar esse documento da época do Agnelo como ministro, para ver o que de fato diz esse documento final dessas nove oficinas que foram realizadas. E possivelmente utilizá-la para também subsidiar o nosso fórum. Não tenho duvida de que fechando o fórum esse documento final vai ser disponibilizado para a CNPI que discute aí ações e politicas publicas de todas as partes das nossas cidades, vamos disponibilizar sim para a CNPI. Gostaríamos que o CNPI, a comissão do CNPI rediscutisse com carinho isso. De que forma, serão que estão corretas a proposição do fórum por meio das nossas lideranças que estão participando. Se você concordam e reforçar isso para o governo federal. Aqui tem um documento dos nossos povos do primeiro fórum de debate sobre politica de esporte e lazer para os povos indígenas. Vocês são instrumentos, veículos importantes nessa passagem. Vocês servem de ponte para as ações publicas dos povos indígenas reivindicadas. Por fim, era isso que eu queria falar. Eu tinha outra fala, mas eu vou encerrar aqui por conta da hora. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Rivelino. Eu queria agradecer em nome da presidência da CNPI vocês terem aceitado o convite e apresentar o projeto, prestar os esclarecimentos e dizer que nas futuras deliberações da comissão a gente estará em contato com vocês. Como a gente pode continuar esse nosso diálogo. Era mais o primeiro contato mesmo para que a gente pudesse se inteirar. Brasílio Priprá – Eu só queria ter um minuto, só um minuto. Sou muito pratico. Só queria responder a algumas pontuações do companheiro Marcos. Irmão. Eu conheço muito bem o trabalho dele. Mas na verdade a CNPI não está aqui para criticar ninguém. O convite que a gente fez ao senhor Marcos nosso parente, é para dar esclarecimento. Ninguém veio aqui para criticar ninguém. Como somos representantes dos povos eu acredito que nós e ele sabe disso, respeitamos todos que estão aqui e que são representantes, são pessoas responsáveis e devemos ser educados com os outros e, estamos sendo com ele e não está sendo com a gente. Então, a explicação dele é interessante. É isso que gostaríamos de saber. Não queremos criticar os outros, não queremos tirar o lugar dos outros. Eu acho que quem está no lugar é por mérito conquistado. Eu sou muito claro no que digo, porque na verdade eu sou um cara que respeita todas as pessoas e gosto que me respeite. Estou aqui não por graduação a ou b. Quando chegar o momento somos todos iguais perante Deus. Então, aqui estamos para lutar pelo nosso povo. Como o senhor disse são recursos do governo que estão nesses jogos também. Parabéns. O governo está ajudando, é muito bom, mas é importante que a CNPI saiba o que está acontecendo, até porque podemos sugerir algumas coisas, pulverizar isso melhor nas aldeias, no brasil inteiro como um trabalho do nosso irmão Marcos com os povos indígenas. E é interessante que venha esse esclarecimento para nós e para nós sabermos e trazer algumas sugestões e pulverizar isso melhor pelo brasil inteiro agradeço ao nosso irmão Marcos. Eu fico assim, me esclareceu algumas dúvidas que eu tinha. Mas somos companheiros, somos irmãos e lutamos pelos mesmos objetivos. Quero dizer feliz natal para todos e feliz ano novo. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Brasílio. Lindomar Xokó – Boa tarde a todos e a todas. Represento a APOINME região nordeste leste. Pelo que a gente já, antes de a gente vir aqui presidente a gente se reuniu como o senhor sabe e trouxemos nossas propostas, ouvimos o Marcos qual a posição. Para mim está clara a posição do Marcos e o Ministério do Esporte. Meu encaminhamento é que a gente possa sentar com a bancada e avaliar toda sua fala e se posicionar. Dizer que o processo foi democrático. A escolha, tivemos que escolher dois companheiros, por exemplo, eram advogados. Os dois se não me engano aqui não se trata de autarquia, mas se trata de direitos e realmente representatividades. Tantos companheiros indígenas que são formados e que não representam nosso anseios, só olham seu umbigo, como se diz, mas aqui se trata do coletivo. E eu acho francamente uma irresponsabilidade do governo tratar qualquer tipo de politica sem ser na CNPI. É a instancia criada para construir todas as politicas que dizem respeito aos povos indígenas. O nosso povo está citado e, no entanto... eu lhe conheço só de nome e no entanto, estão falando nosso nome sem a gente saber. Gostaria de ter a compreensão da nossa bancada e teremos um posicionamento e todos saberão qual o posicionamento da bancada indígena. Muito obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Lindomar. Eu queria agradecer... Marcos Terena – O dinheiro, os oito milhões não está com o comitê intertribal. Essa é uma orientação legal e burocrática do governo. Esse dinheiro que o Ministério do Esporte contribuindo para realizar o evento vai ser repassado para a prefeitura de Palmas, que é quem realmente vai gerenciar. E nós vamos ficar, o comitê tribal, apenas vamos fazer as articulações. Só para dizer ao senhor... ah, o dinheiro foi para o comitê intertribal. Não funciona. Acho que nenhuma instituição indígena não pode mais receber dinheiro do governo. Obrigado. Flávio Chiarelli – Perfeito. Agradeço então a presença de vocês. Só me despedir dos convidados aqui e a gente vai seguir eu já vou passar a palavra para quem estava inscrito: Chiquinha Pareci, Coronel Rodrigo e Marcelo Veiga e aí a gente vai encerrar, fazer o encerramento. Francisca Pareci – O que eu vou falar aqui pessoal é pontuar algumas questões da avaliação. Primeiro em relação à questão dos palestrantes, a fala dos palestrantes. Primeiro que no meu entendimento os palestrantes vieram para esclarecer nós primeiramente, a CNPI e demais convidados. Agora, a linguagem que ele utilizou ali de fato é acadêmica, porque ele é pesquisador. Ele trabalha dentro de uma ciência cientifica. Evidentemente é aquilo lá. E segunda questão: quem vai fazer toda interpretação e a discussão dentro das linguagens das comunidades somos nós. Esse é o nosso papel. O papel ele fez aqui. tem parente que a gente vu que realmente teve dificuldade de entendimento. E aí que eu acho que entra o movimento indígena para fazer uma discussão de esclarecimento. Outra questão que eu acho que ele fez perfeitamente, principalmente o doutor Antônio Carlos. A palestra foi muito esclarecedora porque ele pontuou um processo histórico nosso de povos indígenas diante de uma politica de estado. Outra questão: as diferenças que ele colocou lá. A diferença e depois da constituinte onde ele pontuou a politica indigenista como era e como é para ser e deu os indicativos. E ele se propôs a dar continuidade nessa questão de nos orientar e subsidiar. Eu acho que a gente deve aproveitar, porque também as conferencias serão para esclarecer a sociedade e os agentes do estado, tanto faz o estado regional, os municípios e governo federal. Outra questão que eu achei importante é a qualificação nossa de participante nesse debate para a gente qualificar melhor lá na base. Por ultimo que eu quero dizer, eu vou manifestar minha preocupação. É a questão mesmo da logística. Como vai ser essa questão de dar o apoio estrutural para a FUNAI na atuação dessas conferências. Essa é uma preocupação que eu quero colocar aqui e que eu quero ouvir diante do quadro que está a FUNAI totalmente esfacelada. Eu quero saber como vai ficar isso. Por ultimo, a CEF se manifestou sim, mandou uma carta e está aqui a carta e a gente vai passar. Vou entregar para a secretária e a CEF se manifestou dizendo que ela quer participar da discussão e disse mais, que ela tem um papel fundamental como instituição da qual temos vários servidores da FUNAI, porque ela é especifica da FUNAI. Ela não é de outros servidores. Especificamente da FUNAI. E eu acho muito importante envolver essa instituição porque lá está o quadro da FUNAI. Se temos, se tem diferenças ou deixa de ter tem que se discutir com ela. Ela tem que ser chamada aqui porque eu não quero que aconteça o que aconteceu no estatuto e o que aconteceu na estrutura da FUNAI. Porque prometeram para nós que iam chamar os servidores para participar, chegou na hora não chamou coisa nenhuma. E quem teve que se lascar fomos nós e até hoje estamos pagando o pato por conta disso. Então, a CEF sim tem que vir aqui e a representante das instituições, principalmente do quadro de servidores da FUNAI, queiramos nós ou não, ela é. Muito obrigada. Flávio Chiarelli – Obrigado Chiquinha. Coronel Rodrigo. Coronel Rodrigo – Então, vou ser bem objetivo porque já passou do horário d termino do previsto, anda então sobre a oficina. A minha avaliação, a avaliação nossa foi que superou as expectativas. Acho que foi sabia a decisão de desdobrar o que seria o seminário de formação que vai acontecer em fevereiro. Vai se desdobrar o que permitiu uma mobilização, sobretudo uma mobilização de todo mundo vieram representantes de varias regiões do país que estão mobilizados, que estão engajados, eu acho que foi o ponto mais importante dessa oficina. Infelizmente não teve condições de avaliar por exemplo, que estava previsto anteriormente, mas a questão de regimento interno e a questão do documento base. Mas isso aí terá que ser feito, imagino, ao longo desse tempo até fevereiro pela comissão organizadora de alguma maneira. A comissão organizadora fica aguardando os próximos movimentos. Sobre acho que as palestras suscitaram muitos assuntos importantes. Aspectos positivos. Questionamentos que eu achei importantes e até tem o contraditório e eu mesmo coloquei alguns pontos negativos, alguns senões. Assim como o representante do MRE eu queria colocar um tema. Volta e meia eu volto a bater nessa tecla. Os próprios povos indígenas e eu acho que vai surgindo naturalmente e, depois vou até fazer um esclarecimento com relação à proteção das terras indígenas, segurança. A gente vê que a faixa de fronteira em grande parte, principalmente no amazonas, são terras indígenas e, a gente vê o recrudescimento e é uma área principalmente do Ministério da Justiça, mas o Ministério da Defesa participa também. A questão dos ilícitos transnacionais eu participo do comitê de enfrentamento ao trafico de pessoas, que é da SNJ – Secretaria Nacional de Justiça. Infelizmente não tem um representante da FUNAI, dos indígenas nesse fórum, mas é importante a questão de tráfico de pessoas, a questão de contrabando de armas, narcotráfico, descaminho e aí vai. Então, os ilícitos cada vez mais preocupantes. Então, eu acho que é um tema importante que deve surgir nas bases e deve ser estimulado que surja mesmo proposta e diagnostico, a proposta da conferência. Que surja um diagnostico e propostas. E eu ressalvo o esclarecimento que eu ia fazer, que muitas vezes tem dados que a gente desconhece. Mas tem atividades de segurança pública que são afetas ao Ministério da Justiça e em última análise e, as forças armadas a atribuição constitucional a garantia da lei e da ordem. Só que garantia da lei e da ordem existe uma lei complementar que regula isso, é quando esgota a capacidade das forças de segurança publica. Está acontecendo no Rio de janeiro. Tem que cuidar. As forças armadas entram e tem toda uma sistemática para atuar por determinação da presidente da república e não são forças de segurança publica. Foi muito interessante e até queria destacar aqui, teve a presença e não conversei com a pessoa, mas o representante da SENASP esteve aqui na oficina também. Não sei se foi sugestão da Força Nacional ou do DPF. Mas é interessante até a nível local às vezes chamar um e outro que acharem interessante conversar e ver o que é possível se fazer. Então, basicamente era isso. Obrigado. Flávio Chiarelli – Obrigado Coronel. Marcelo Veiga. Marcelo Veiga – Em meia hora termino minha fala. Acho que não vai ter problema. 45 minutos agora. Edmilton Cerqueira – Fazer uma ratificação, que na minha anterior eu tinha colocado o chocolate da Bahia. Não são dos Pataxós, mas dos Tupinambás. Tem a degravação para depois fazer a correção. Que o chocolate são dos parentes Tupinambás. Eu acho que a oficina foi positiva cumpriu o propósito. E acho que nós que estas tanto bancada indígena como indigenista como governo não poderíamos encerrar 2014 sem esse momento. Acho que ontem quando o presidente Flávio anunciou estar formalmente e que todos batemos palmas, a gente precisava desse momento. E a gente percebe a motivação que existe de fato pela realização dessa I Conferencia e que ela venha a ser um sucesso. Eu acho que quando bancada indígena indigenista, governo com cada um colocando suas ponderações, porque querendo ou não, existem experiências em outras conferencias e está todo mundo de olho nas falhas e que a gente não pode estar reproduzindo tal conferencia deu problema dessa ordem e vamos ver como corrige, tal conferencia aconteceu isso e não aconteceu., é um tipo de preocupação não do pessimista, mas é a preocupação de quem quer que a coisa aconteça com qualidade. Porque em novembro do próximo ano estejamos todos aqui em Brasília, 2 mil pessoas fazendo uma conferência de qualidade. Eu acho que divulgar esta conferência é fundamental. Divulgar não somente para os que estão diretamente envolvidos, mas divulgar para a sociedade como um todo. que nós realizaremos em novembro de 2015 a I Conferencia Nacional de Politica Indigenista. No inicio da próxima semana irei fazer um documento, um memorando circular distribuindo esse material para todo o MDA, todas as áreas e também para todas as nossas delegacias. O MDA está estruturado lá na ponta com as delegacias. São 27 delegacias e é importante que todos os delegados saibam da realização da conferencia e esse material, apesar de ser bem fininho, bem sintético, mas ele dá conta, cumpre com esse papel de estar efetivamente informando. E entender o momentos que vivemos nesses dois dias de PEC 215, acho que a gente tem que dar o desconto inclusive para todos nós. Não fizemos nossa programação de dois dias bonitinhos e fomos ali e tal. Volta e meia quando vinham as noticias dos parentes lá no Congresso tinha que mobilizar tudo e correr atrás. Mas mesmo assim, mesmo diante de todo esse processo, de toda essa mobilização, nós conseguimos dar conta, conseguimos vencer a pauta da oficina. Acho que cumprimos o papel. Enquanto MDA agradecer podermos estar participando desse processo rico que é a organização da nossa I Conferencia Nacional de Politica Indigenista. Obrigado. Marcelo Veiga – Bom, vou ser bem breve, bem rápido. Queria agradecer principalmente a organização, FUNAI, o pessoal do MJ pela realização dessa oficina. Não vi nada que depusesse com relação a qualquer ato nessa oficina acho que foi extremamente proveitoso nosso tempo. Não tenho receios. Acho que esse é o processo de uma construção politica e acho que as pessoas vão se politizando a cada momento. É importante que essas lideranças, assim como vocês já estão extremamente já acostumados com esse ambiente é importante que a gente traga novas lideranças para também conseguir captar e capacitar. Acho que esse foi o primeiro passo e, com os erros que tivemos a gente aprende e corrige para o seminário que vai acontecer em fevereiro. Tiveram algumas falas aqui com relação aos próximos passos da comissão organizadora. Então, eu queria falar rapidamente com relação a isso. Eu acho que nós de governo temos algumas tarefas. A gente tem um documento bastante estruturado, mas que ainda precisa de alguns contornos detalhados que são: o documento base e o documento que vai dar origem à proposta metodológica da conferencia. Porém, eu acho que falta ainda o subsidio para a comissão organizadora de um trabalho nosso de governo. E qual é esse trabalho e é essa a proposta que eu vou fazer aqui. eu acho que cada um vai ter que fazer uma tarefa de casa de verificar dentro do seu ministério como se desenvolve a politica indigenista, como ela está se desenvolvendo. Por quê? A gente só tem como fazer uma conferencia se a gente primeiro fizer um diagnostico de como as coisas estão. Então, com esse diagnóstico dentro do governo é importante a gente passar para a bancada indigenista esse diagnostico passamos para a comissão organizadora também e, vocês vão trabalhando esse material e a gente também. Temos que passar esse material também para o pessoal da FLACSO que vai nos ajudar bastante. E a partir daí eu acho que a gente convida todos os ministérios para a primeira reunião da comissão organizadora já no que vem para fazer uma breve apresentação. E como a bancada indigenista já teve acesso a esse material, a bancada e a comissão já terão condições de dizer o que está ok, o que tem que fortalecer, o que precisa mudar aqui e ali. Eu acho que é importante a gente ter um pouco mais claro quais são os objetivos que a gente quer com essa conferencia. Isso vai dar mais clareza para a gente de quais as diretrizes efetivamente a gente pode tirar dessa conferencia. Fica aqui a proposta e eu acho que depois eu combo com o doutor Flávio para a gente fazer essa manifestação, provocar os ministérios para que a gente consiga produzir esse material. Não é algo que também vocês vão fazer da noite para o dia;. Estamos no final do ano. Mas acho importante que já que na primeira reunião do ano que vem a gente já traga esse subsidio para comissão organizadora. E tocar os trabalhos no final desse ano e imagino que essa reunião tenha que ser na primeira quinzena de janeiro para começar a fechar porque é a perspectiva nossa termos proposta metodológica e caderno de proposta já prontos para o seminário de fevereiro. Ok? Muito obrigado a todos. Flávio Chiarelli – Para a gente encerrar nossa reunião, a 26ª Reunião Ordinária falta a gente definir planejamento para o ano que vem. A gente tem uma proposta de calendário de reuniões. São 4 reuniões ordinárias, sem prejuízo de convocar uma extraordinária mais próxima da conferencia para ajudar nos trabalhos mas a gente está propondo a cada três meses. Seria então, e se alguém quiser já anotar, estamos propondo de 10 a 13 de março a 27 ª reunião. De 02 a 05 de junho a 28ª, de 15 a 18 de setembro a 29ª e, de 15 a 18 de dezembro a 30ª. Então, é só um indicativo. O que o doutor Marcelo colocou aqui da necessidade talvez de a gente fazer uma extraordinária ou mudar a data da 29ª para ficar mais próxima da conferencia, mas também podemos convocar sem prejuízo uma extraordinária. Esse fica como indicativo de data para a gente. A gente não sabe o que vai acontecer até lá. Eu acho que não há grandes encaminhamentos finais. A questão dos jogos acho que o Lindomar falou pela comissão como um todo, se apropriar do que foi dito aqui em relação ao que os convidados falaram e eventualmente depois se a gente chegar a alguma conclusão, mais informações e se quiser de fato participar mais dos jogos ou enfim, qualquer atitude eu acho que pode ser em um segundo momento. A gente precisa primeiro fechar nosso posicionamento em relação a isso. E como nada na vida pé fácil a gente além de ter ficado sem almoçar temos uma chuva. Tem um colaborador do MinC que veio distribuir um material que também tomou um chá de cadeira. Já entregou e foi embora? Ele foi mais esperto. Quem quer falar? Rosane em trinta segundos por favor. Não precisa falar, já chegou o rapaz. Rosane Kaingang – Deixa eu apresentar o Regis. O Regis foi servidor da FUNAI, é aposentado e trabalha conosco na exposição Séculos Indígenas e temos um material para entregar e que entregamos para a FUNAI para mandar pras as nossas escolinhas, para as bibliotecas, universidades e para os povos onde foi feita a exposição Séculos Indígenas. A exposição séculos Indígenas trabalha 11645 que é a lei da diversidade nas escolas. A Constituinte e ela como procedimento além de fazer a exposição, ela capacita professores indígenas, jovens estudantes indígenas, professores da rede púbica e quem comparece na questão indígena são palestrantes indígenas. O projeto séculos Indígenas vem sendo desenvolvido por indígenas, eu faço parte dele. A reprodução do material é entregue aos professores da rede publica para trabalhar com seus alunos a questão indígena. Como o governo elaborou a lei 11645 e engavetou e não tem nada de execução, nós estamos trabalhando a 11645 com a rede publica, as escolas. E nessa exposição se visita alunos das escolas de nível médio superior. As crianças. E quem os recebe são estudantes indígenas que divulgam sua cultura, a demanda e falam sobre a politica, conjuntura e uma forma de subsidiar a sociedade e ter como aliados esses alunos e nós temos material. Essa parceria foi feita também através da FUNAI. O doutor Flávio era o procurador através da CGPC FUNAI, MinC, MEC e SEPIR. Soa nosso parceiros para trabalhar a 11645. A ultima foi na Paraíba com os Potiguara e Tabajara e que o capitão participou. Vamos entregar o material para vocês passarem nas aldeias. Eu vou passar para o Regis. Obrigada. Flávio Chiarelli – Obrigada Rosane. Regis – Boa tarde. Bem rapidinho. Esse livro, que chamamos de timecoder que acompanha toda essa coleção de gravações que são exatamente 42 horas de gravação. Eu estou ali e ainda tem alguns volumes e se alguém levar para sua comunidade me procure na saída. É só isso. Teresinha Gasparin Maglia – Antes que esqueça, o doutor Marcelo está de aniversário hoje. Ele estava fugindo e eu segurei ele. Ficou a manhã inteira conosco e não vamos deixar ele sair sem dar os parabéns. Vamos lá. Parabéns ...... Flávio Chiarelli – Pessoal, deixa eu só fazer... já que a chuva não vai deixar ninguém ir embora, você quer fazer um discurso de agradecimento? Só quero agradecer a oportunidade que a vida dá para trabalhar cm vocês. A gente aprende demais a cada momento que a gente está junto e tem alguns momentos que não vou esquecer nunca e eu quero agradecer a cada um de vocês do fundo do coração. Obrigado. E para encerrar eu queria, a gente está encerrando o ano de 2014, essa é a ultima reunia do ano, eu queria fazer um agradecimento a todos os indígenas que permaneceram aqui cm a gente. E também as autoridades representando o governo, Coronel Rodrigo sempre aqui com a gente até o fim, Rodrigo, Edmilton, também aqui hoje a Márcia e o nosso coronel da aeronáutica. Vocês que sempre tem contribuído para as nossas atividades darem certo, ter quórum para isso. Agradecer a vocês, indigenistas e os representantes das organizações indigenistas. E declarar encerrada a nossa 26ª Reunião Ordinária.