MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Comissão Nacional de Política Indigenista
Ata da 26ª Reunião Ordinária da CNPI
Comissão Nacional de Política Indigenista CNPI
Dia 12 de dezembro 2014
A presente reunião foi realizada no dia 12 de dezembro de 2014, com o presidente
Flavio Chiarelli, cumprimentando a todos e desejando uma ótima reunião.
Estavam presentes, pela bancada governamental: Flavio Chiarelli -Presidente da
CNPI; Marcelo Veiga – Ministério da Justiça; Cel. Rodrigo Martins Prates e Cel. Landercy
Dias – Ministério da Defesa; Frederico Brito – Gabinete de Segurança Institucional da PR;
Bianca Coelho Moura – Ministério da Saúde; Edmilton Cerqueira –Ministério do
Desenvolvimento Agrário; Márcia David e Rodrigo Augusto – Ministério do Meio
Ambiente; Marco Túlio – Ministério das Relações Exteriores.
Bancada indígena: Francisca Navantino – Pareci; Ak’Jabour Kayapó; Kohalue
Karajá; Lourenço Borges Milhomem - Krikati; Luiz Vieira Titiah – Pataxó Hã Hã Hãe;
José Ciriaco Sobrinho – Potiguara; Manoel Messias – Xukuru-Kariri; Brasílio Priprá –
Xokleng; Deoclides de Paula – Kaingang; Rosa da Silva Souza – Pitaguary; Simone Vidal
– Karipuna; Valcelio Figueiredo –Terena; Heliton Gavião - Gavião; Elcio Severino –
Manchineri; Lindomar Santos Rodrigues – Xokó; Crisanto Xavante- Xavante; Marcos dos
Santos Tupã – Guarani.
Bancada indigenistas: Daniel Pierri/CTI, Saulo Feitosa/CIMI e Paulino Montejo Assessor da Bancada Indígena.
Demais participantes: Fernanda Bricéno – Ministério da Justiça; Elaine Santos –
Funai; Vicente Barbosa – Funai; Mario Vilela – Funai; Lucia Alberta – Funai; Marcos
Terena – ITC; Patrícia Fregonesi – Prefeitura de Palmas/TO; Fernando Vianna - Funai;
Rosane Kaingang- ARPINSUL; Antonio Régis – Sociedade Uheeu Gatu; Ana Roberta –
ARPINSUL; Sergina da Silva – Indígena; Rivelino Macuxi – Ministério do Esporte.
Secretaria-Executiva: Teresinha Gasparin Maglia, Gracioneide Maria Rodrigues e Kaio
Kepler – relatoria.
Flávio Chiarelli – Bom dia. Mais uma vez bom dia a todas e a todos. Declaro aberta a 26ª
Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI. Eu queria já
iniciar os trabalhos, convidando os dois colegas do MMA, para compor a mesa com a
gente. A gente tem alguns membros que estão, por exemplo, a Olga, que está doente, então
o lugar dela vai ficar vago, vocês podem tomar assento também. Coronel Rodrigo, nós
estamos trocando agora a suplência do MD, queria apresentar... queria que o senhor
apresentasse para todos, também, o nosso companheiro da Aeronáutica e convidá-lo para
sentar-se aqui a mesa, também.
Coronel Rodrigo – Bom dia a todos e a todas. Obrigado... Agradecer ao presidente pela
oportunidade, e informar que o Coronel Jean, que vinha me acompanhando aqui algumas
vezes, ele é meu suplente oficialmente, ele teve que se afastar. Foi fazer um curso no Rio de
Janeiro, um curso de um ano, em consequência... em princípio será substituído pelo
Coronel Laudecir, que é da Aeronáutica, trabalha no MD.
Coronel Landecir – Bom dia a todos. Aproveitando aqui a oportunidade de me apresentar,
recentemente lá no MD, cheguei no sentido de substituir o Jean, realmente conheço muito
pouco da atividade, então estou aqui mais para aprender inicialmente, e tentar colaborar
dentro do possível, em breve. No momento ainda vou muito pouco colaborar.
Flávio Chiarelli – Obrigado Coronel. Vou pedir também, para os colegas do MMA se
apresentarem.
Márcia David – Bom dia a todos. Sou Márcia David, analista ambiental do MMA. Quero
pedir desculpas pelo secretário Paulo Guilherme, ele não pode comparecer agora pela
manhã, mas na parte da tarde ele, provavelmente, estará aqui. E a suplente dele, Larissa
Gaivizzo, está de licença media. Então eu e o rodrigo estamos aqui cobrindo. Somos dois
membros da comissão organizadora da conferência. Então estamos aqui, enquanto
servidores dos ministérios, mas também, como membros da comissão organizadora da
conferência.
Rodrigo Medeiros – Bom dia a todos. Rodrigo Medeiros. A gente está fazendo um
acompanhamento, como a Marcia falou. O secretario falou, não pode vir de manhã.
Flávio Chiarelli – Obrigado. Eu gostaria de convidar também, o diplomata Marco Túlio,
que é o representante do MRE, para sentar compondo a mesa. Obrigado. Você que vem
acompanhando com a gente, as discussões todas. Bom, eu queria iniciar saudando a todas
as autoridades do governo aqui presente, as autoridades indígenas, os nossos companheiros
representantes das organizações indigenistas. Vamos dar início a aprovação da ata. Todos
receberam, então a nossa sistemática vai ser de se ninguém tiver alguma contribuição, vou
considerar apoiada a ata. Está aprovada a ata da 25ª reunião. Todos receberam a pauta da
nossa reunião de hoje? A 26ª? O primeiro ponto de pauta seriam os informes gerais. Depois
está confirmada a presença dos organizadores dos primeiros jogos mundiais dos povos
indígenas. Contaremos com o Marcos Tereno, uma representante da prefeitura de Palmas e
o Rivelino Macuxí. Eles devem estar chegando por aí. Após o almoço está previsto fazer
uma avaliação da oficina. Eu acho que todos que estão aqui se envolveram, de verta forma,
no processo ontem. E por fim, a gente tem que fazer o planejamento anual para 2015 e os
encaminhamentos. Eu acho que a gente consegue esgotar a pauta até antes do que está
previsto aqui. É possível que a gente consiga. A depender da avaliação da oficina, a
depender também, da nossa conversa com esses organizadores dos jogos mundiais, é
possível que a gente consiga... Então eu vou propor aqui uma... será que dá tempo de a
gente fazer aqui uma avaliação dessa nossa oficina? Já iniciar por isso? pode ser? Então...
Pois não, Bianca.
Bianca Moura – Bom dia a todos e a todas. Eu peço desculpa pela minha voz sexy que
hoje está, meio fanha, à bancada indígena, banca de governo na verdade, antes de iniciar a
reunião, a ata foi aprovada, nós lemos... Só para questão de esclarecimento. Eu creio que
todos os membros estão acompanhando o esclarecimento que o doutor Antônio fez. Ele
recebeu a ata degravada, já esclareceu, mas ainda há uma insistência nesses fatos. E como
eu tinha colocado na reunião anterior, do acompanhamento dessa comissão, há um
inquérito que vai ser aberto para esclarecer definitivamente o que está sendo posto sobre
quem enviou e quem não enviou. Então, se for confirmada a participação da Doutora
Deborah nessa manhã, nesse dia de hoje, também para a gente pedir esclarecimento dela,
do que ela colocou em uma audiência onde estava presente o advogado da AGU,
consultoria jurídica do Ministério da Saúde, MPOG e os presidentes de CONDIS. Então, é
só para a gente esclarecer e se for o caso, não sei se tira uma comissão aqui, para
acompanhar ou então abre-se um inquérito e a gente dá os devidos esclarecimentos e
encaminhamentos. E se for o caso Saulo, eu já peço se há a disponibilidade de você,
quando for ter a investigação pelo DATASUS, da quebra de IP, se você disponibiliza o seu
computador para a gente averiguar e acabar com essa confusão, com essas trocas de e-mail
e esclarecer definitivamente todas as essas situações.
Flávio Chiarelli – Saulo, quer fazer o uso da palavra?
Saulo Feitosa – Da minha parte há o todo interesse me esclarecer os fatos. Inclusive, eu
tenho respondido as mensagens do doutor Antônio, procurando esclarecer. Coloco na
mensagem, que ele diz que não mandou e-mail para mim, e eu entendo que ele não
mandou, e coloco na minha mensagem que chegou na minha caixa, ele como remetente.
Então tem que esclarecer o problema. Agora, não fui eu... O que eu estou dizendo é o
seguinte: não fui eu quem invadiu o e-mail dele e mandei a mensagem para mim. É só isso.
A questão é muito simples.
Bianca Moura – A questão é que você continua afirmando que recebeu dele...
Saulo Feitosa – Não. Chegou na minha caixa...
Bianca Moura – Não. A pergunta é: você recebeu dele? A doutora Debora Duprat, afirmou
que ela enviou para você. Entendeu?
Saulo Feitosa
mensagem...
– Eu recebi e-mail da doutora Debora Duprat, na minha caixa de
Bianca Moura – Então, para esclarecer vamos quebrar o IP, esclarecer tudo isso.
Saulo Feitosa – Na minha caixa de mensagem, eu recebi e-mail da doutora Debora Duprat,
com o endereço de remetente doutora Débora Duprat, e recebi e-mail com remetente de
Antônio Alves. Foi isso que eu disse. Não fui que invadi o e-mail do doutor Antônio e
mandou o e-mail para mim. Então, é claro que eu tenho interesse em esclarecer, como é que
na minha caixa de mensagem aparece o nome dele. De minha parte, tenho total interesse de
resolver.
Bianca Moura – Ótimo. Então vai ser isso... então vai ser aberto o inquérito e vai ser
investigado. Porque não admitimos mentiras, e a gente nunca faltou com a verdade. E os
indígenas acompanham muito bem. Em vários momentos nesse mesmo plenário ou em
outros, assim como a gente se equivoca, erra... a gente sempre tem a hombridade e a
grandeza de se desculpar e recolher os erros. Então assim, é só para deixar claro presidente,
que isso vai ter que ser realmente esclarecido, porque mais uma vez é afirmado que saiu do
e-mail de um Secretário Nacional, algo que não ocorreu. E isso está sendo afirmado várias
vezes. Estamos tentando esclarecer na maior tranquilidade, mas, infelizmente não é
possível. A gente vai ter que levar para outros caminhos. Então, muito obrigada, era só isso
que eu queria.
Saulo Feitosa – Só para dizer que à quem acusa, cabe o ônus da prova. A acusação que me
está sendo amputada, é a de que eu fiz uma adulteração de e-mail. A qual eu tenho total
interesse de provar. Agora, quem acusa que eu alterei o e-mail, vai ter que provar. A única
coisa que eu tenho dito é que apareceu isso na minha caixa de mensagens, e pronto. E não
tenho mais o que falar.
Bianca Moura – Ok. A perícia vai comprovar quem está falando a verdade...
Saulo Feitosa – Pronto, Bianca. Eu não tenho medo. Eu sou acostumado a enfrentar
grileiro de terra, fazendeiro inimigo de índio nos tribunais. Processos... eu já respondo há
trinta anos contra os inimigos do índio. Então pronto.
[Senhora Bianca falou fora do microfone.]
Flávio Chiarelli – Então, Saulo, eu proponho... por hora Bianca, que você mantenha a
comissão informada, e se for o caso, a gente pode ou não deliberar por essa alternativa que
você deu, para a subcomissão acompanhar. Mas por hora, mantenha a comissão informada
sobre o desdobramento. Ok? Obrigado. Os nossos convidados, eu não sei se chegaram. Eu
acho que não. Eu vou, então, já abrir a palavra a quem quiser se inscrever, para a gente
fazer uma avaliação da oficina de ontem. Na verdade, dos dois dias que nos antecederam
aqui. Quem quer se inscrever? Luís Titiah.
Luiz Titiah – Luís Titiah, representando a região Nordeste/Leste pela APOINME.
Presidente, a minha avaliação, que eu tenho da oficina, a participar, que foi uma oficina
muito boa por nós ter a condição de trazer outras lideranças que é também, representante
em cada base, cada região do continente do Brasil. A participar numa preparação para está
nos ajudando nas assembleias locais, regionais e até nacional. Mas assim, eu senti um
pouco que precisou fortalecer um pouco mais a organização de horário, de nós ter
aproveitado mais os dois dias. E a própria coordenação da oficina deixou algumas coisas,
de ter que organizar uma coisa assim, mais de horário. Enfim, ficou muito solta. As
lideranças só discursando, discursando e não focava muito no objetivo. E teve a questão do
momento lá no congresso, que também, foi um momento um pouco difícil para a gente. E
também, no grupo de trabalho que eu participei, a minha avaliação ficou muito solto. Não
consegui a avaliação que esta muito solta. Não conseguimos concluir o trabalho que tava na
pauta. E às vezes nas oficinas, um trabalho de grupo, que é um trabalho para estar
encaminhando as propostas de trabalho importante o de nós estar encaminhando as
propostas para serem encaminhadas para a plenária, para assim dar segmento nos trabalhos.
Na Bahia eu vou ter que estar fechando os trabalhos, agora no próximo seminário eu vai ter
em fevereiro. E enfim, agradecer o empenho das pessoas que ajudaram a organizar a
oficina, e esperamos que no seminário, a gente... algumas falhazinhas que tiveram no
seminário, a gente não deixe mais isso acontecer. Espero que a gente tente aproveitar esses
momentos para estar encaminhando as cosias. E o que eu vejo, eu quero aproveitar o
momento e dizer, eu já participei de muito seminário e oficina, e eu faço uso daquela fala
que o senhor falou: lá para novembro de 2015... tem muito tempo ainda. Se nó vermos o
trabalho, a tarefa que nós temos para ser realiza até 17 de novembro de 2015, não é fácil.
Quem organiza e participa de organização de oficina sabe como é. Acho que teve essa
organização de riqueza de um lado, mas tiveram algumas coisas que foram mínimas, mas
que se começar a repetir, lá na frente não vamos realizar algumas coisas que precisamos
realizar. Mas enfim, eu teço o meu compromisso de estar nas minhas bases, com toda a
situação que estamos passando e já começar a trabalhar o que eu já aprendi na oficina. Na
semana que vem, dia 17, eu vou ter a reunião do CONDIS, onde vão estar lideranças
indígenas de várias regiões, que eu vou estar passando esse material, o que foi nas outras
oficinas. Eu tenho certeza de que as outras lideranças estão com o mesmo papel. Mas nós
acreditamos que o seminário que vem em fevereiro, algumas coisas vamos reajustar e com
fé em Deus vai dar tudo certo nessa CNPI. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Titiah, eu concordo integralmente com o que você falou. A gente teve
algumas falhas de organização. A questão do horário em toda reunião, em todo evento é
fundamental. Se a gente não tiver uma pessoa com o chicote na mão cuidando de todo
mundo, não sai. Porque a gente sai para um lanche, um cafezinho e não volta. Fica ali
batendo papo em paralelo. Então é muito importante que a gente aproveite esse tempo, o
nosso espaço, para o seminário. Que a gente consiga potencializar esse tempo, esse espaço.
E concordo quando você fala que algumas lideranças... que a gente tinha que estar um
pouco mais focado na discussão que a gente propõe. Por que assim, as lideranças que vem
mais para Brasília, elas têm condições me uma reunião especifica, de se ater mais àquele
ponto. Como a gente tem um quórum um pouco mais ampliado, há pessoas que nem
sempre vem, é natural que as outras pessoas queiram falar de outras coisas, de outros
contextos, da voz, as vezes você traz um recado da comunidade, enfim, um anseio. Então
isso é natural. Eu acho que até nesse sentido a gente consegue conciliar bem, não saiu tanto
do foco, e também, a gente não queria seciar a palavra da pessoa, porque a gente chama
todo mundo, a pessoa vai falar e a gente corta a voz, então a gente deixou correr um pouco
frouxo mesmo. Eu acho que para o próximo seminário a gente vai ter que estar bem mais
focado naquilo que se propõe em discutir. Mas eu concordo com você. E a questão do
trabalho em grupo, para a comissão organizadora, já fica a dica para a gente pensar, é muito
importante nesses espaços, e as duas oficinas que a gente fez lá na FUNAI com os
procuradores que atuam... as que a gente fez em outubro desse ano e outubro do ano
passado, a gente percebeu que precisava mesmo desse momento de oficina de grupo, para
as pessoas poderem falar. Porque não adianta trazer todo mundo para Brasília, a pessoa
ouvir, ouvir, e ficar três dias ouvindo e vai embora sem poder falar. Todo mundo quer falar,
todo mundo tem que ter o seu espaço para poder falar. As pessoas precisam ter o espaço
para vocalizar o que está pensando. Então concordo. Fica a avaliação para a gente refletir
para a organização do seminário. Wellington Gavião.
Heliton Gavião – Bom dia parentes. Representantes do governo. Refletindo também, a fala
do companheiro Titiah, é um pouco da avaliação que eu vou fazer. Eu sei que foi um dia
muito pouco tumulto, até porque teve várias atividades em congresso, também. É claro que
a gente não poderia desprezar isso. e o que eu sugeriria é um pouco referente a essa oficina,
e faltou um pouco esclarecer melhor para a gente aproveita-la, e como o companheiro diz, é
difícil a gente controlar a fala de cada um, e também horário. Nessa parte ficou mais assim,
como você mesmo disse, um pouco solto. Lembrando que algumas lideranças indígenas
que não fazem parte da comissão tiveram presentes, aproveitaram nesse momento, e a gente
não poderia interromper a fala deles, no momento em que eles tiveram aqui, aproveitando
essa oficina, mas o que me preocupou mais é essa questão. Vocês que são, que estão na
frente falando e fazendo palestras, esclarecer para a gente melhor, que forma que a gente
vai levar essa informação da oficina, para a nossa base, para a nossa cidade que a gente
representa, e também, como é que a gente vai conduzir essas conferencias locais, estaduais,
regionais, que a gente via com certeza fazer parte da coordenação da organização do
evento. Então nessa parte me deixou preocupado. Fiquei dois dias calado, ouvindo,
percebendo de que forma estava sendo feita a palestra. Mas a minha preocupação maior é
essa. Desde agora já está pesando na minha consciência a responsabilidade que eu vou ter
de tentar repassar para cada coordenação regional da FUNAI do estado de Rondônia, que
são três coordenações, até porque a FUNAI também esteve participando do encontro. Dessa
discussão, de como vai ser planejada a conferência local e regional. Outros pontos que eu
achei um pouco negativo foram... cada coordenação onde abrange até indígena, etnias que
representam cada coordenação, colocaram a etnia que não faz parte daquela coordenação,
da sua abrangência. Então, isso me deixou preocupado ontem. Eu tenho que levar essa
informação para cada coordenação, para organizar tanto a... como eu posso dizer, os dados
atuais de cada etnias, onde abrange a responsabilidade de cada coordenação. Mas nem por
isso a gente pode abaixar a cabeça e cruzar os braços. Eu acho que tudo tem que ser
resolvido nesse problema. E como cada liderança que se fez presente, com certeza já
refletiu, a palestra de cada pessoa que veio e que foi convidada para fazer a palestra,
esclarecer o que significam as conferencias, qual é o regimento, essas coisas todas. E da
minha avaliação, com certeza não atingiu o meu anseio para eu entender melhor. Não é
querendo desmerecer... a palestra que até você presidente... eu fiquei ate preocupado ontem.
Você resgatou a história da FUNAI desde o CNPI até o atual momento. Mas a gente queria
ouvir de cada palestrante, de que forma a gente pode levar uma proposta, construir uma
proposta, construir um planejamento, de uma politica publica indigenista no estado
brasileiro. Então nessa parte me deixou totalmente preocupado. Com certeza a gente tem
experiência que a gente não está organizando, planejando a primeira conferência. A gente
tem várias conferencias. Eu por exemplo, já acompanhei várias conferencias. Tanto a de
educação, saúde e mais conferencias. A gente com certeza vai tentar construir conferencias
locais, estaduais. Infelizmente, vamos dizer assim, vou levar poucas dúvidas, mas nem por
isso eu vou desistir de levar informação para o meu estado, onde represento cinquenta e
quatro etnias do estado de Rondônia. E com certeza o estado, também, vai contribuir, até
porque nós temos uma coordenadoria criada no estado, recentemente onde sou
coordenador. Com certeza nós vamos contribuir muito com essas conferencias locais e
regionais. Era somente isso que eu queria colocar, a minha preocupação. Vamos à luta
tentar construir, visibilizar essa questão indígena perante o estado, com certeza, 514 anos.
Principais pessoas que são políticos, governo não entenderam e enxergaram para respeitar a
questão indígena. O estado brasileiro. Essa conferencia com certeza vai tentar resgatar o
respeito e criou uma política publica indigenista que possa visibilizar esse invisível que é
sempre tratada questão indígena pelo estado e, poderes públicos do brasil. Era somente isso
que eu queria colocar para vocês.
Flávio Chiarelli – Obrigado Wellington. Deoclides Kaingang.
Deoclides Kaingang – Eu sou Deoclides Kaingang estado do Ri Grande do Sul. A questão
para nós do Rio Grande do Sul, principalmente, é que por ter uma população grande de
kaingangs que chega em torno de 26 mil, preocupa porque a gente está pensando tentar na
local tentar envolver quase todo esse povo. Porque eu sempre digo muitas vezes e ontem eu
falava, são indicadas pessoas pelas lideranças. E isso não quer que aconteça nessa
conferencia. Eu acho que a gente tem que entender que tem que ouvir toda a população que
está lá sofrendo. Mas para que isso aconteça e está o pessoal da SESAI está ai, que ajude na
coordenação regional de Passo Fundo para que a população seja atingida quase toda. Eu
venho deixar registrado aqui que o pessoal da SESAI assuma a responsabilidade junto com
a CR Passo Fundo. É isso que eu peço aqui ao pessoal da SESAI. A população nossa é
grande, então, se a gente não trabalhar de momento já com levantamentos das aldeias, de
qual a população que tem, a gente não vai poder atingir aas pessoas. queremos ser ouvidos.
A gente quer ouvir as pessoas que estão na base. Porque muitas vezes as indicações saem
por lideranças e isso é uma coisa que eu nunca gostei. Não quero ser indicado por
lideranças, mas pela população. Era isso que eu queria colocar. E de imediato na CR,
principalmente nas CRs porque tem uma população grande, tenha já mais ou menos o que é
que vai ser por que... É como o Titiah falou, um ano, mas se você for olhar para nós que
vamos ter 22 locais no Rio Grande do Sul, é muito pouco tempo. Então, eu espero da
presidência, do presidente que não avise, mas intime o pessoal das CRs. Era isso que eu
queria colocar.
Flávio Chiarelli – Obrigado Deoclides. Élcio. Não está. Está lá no fundo.
Toya Manchineri – Região Amazônica, COIAB. Senhor presidente esses três dias
principalmente da preparatória indígenas foram bastante interessantes. Primeiro a questão
indígena de a gente estar nivelando as informações entre a gente. E na minha avaliação
conseguimos atingir o objetivo, que era esse primeiro momento. Aqui também falo como
membro da comissão organizadora, penso que conseguimos atingir os objetivos que
tínhamos proposto. Claro que ao longo do processo vamos adequando as pequenas falhas,
ou as falhas que existir. É um projeto que estamos construindo e todo projeto é necessário
ajustar ele ao longo do tempo. Com relação a questão do debate, ontem eu ouvi fala de
parentes falando que não serviu o debate. Mas para mim serviu, principalmente para
entender a questão da colonização, de como ela começou. Eu acho que a partir desse debate
podemos até não ter ouvido o que nós queríamos, mas ela traz uma historia e de como ela, a
questão da colonização está atual. Atual hoje. O segundo debatedor trouxe mais a questão
dos mecanismos, que eu também acho bastante interessante. Eu praticamente nessa aula eu
não dava muita importância para Declaração da ONU, das Nações Unidas. Eu pensava que
era apenas um declaração, apenas uma intenção e que não significava muito. Mas o
debatedor trouxe outra ideia do que seria essa declaração e que podemos utilizar também
como força durante nossa luta pela questão dos direitos indígenas. Então, para mim foi
bastante esclarecedor, pena que a gente muitas vezes não utilizamos ou não conhecemos no
meu caso, não conhecia direito a questão da declaração, que já está aí há muito tempo, mas
nunca parei para ler e entender. É uma das falhas nossas. Nós lideranças indígenas de não
ler essas coisas para nos aprimorar nos nosso debates, nas nossas ações, principalmente na
área do direito. Então, acho que esses dois momentos foram bastante interessante. Com
relação a organização. Acho que falhamos realmente como indígenas na organização de
não dizer parentes, os debatedores são assim e nosso pontos focais para qualquer inciativa
são essas pessoas. em outra reunião podemos trabalhar melhor isso. E talvez na próxima
reunião senhor presidente, nas oficinas a gente indicar moderadores. Acho que
conseguimos fluir mais, pegar todas as questões e trabalhar aos poucos. Que eu vejo que
não trabalhamos na questão desse primeiro momento foi o documento base que já está aí.
Eu acho que deveríamos também ter apresentado essa primeira versão, ou seja primeira
ideia do documento base e começar a discutir. Então, eu acho que em uma próxima reunião
a gente socializar essa documentação com todo mundo. Mas eu particularmente Toya
Manchineri, acho que conseguimos atingir nosso objetivo. Da divulgação e como o
presidente falou ontem. Já estamos iniciando oficialmente a questão da conferencia, que é o
importante para a gente. É isso. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado. Valcelio Terena.
Valcelio Terena – Valcelio Terena região Centro-Oeste Mato Grosso do Sul. Senhor
presidente, avaliando um pouco a nossa oficina, eu quero afirmar que para mim ela foi um
privilegio grande. Foi uma oficina ampliada aonde a nossa base pode participar também. E
na verdade o que eu quero falar em relação à CNPI, quanto a coordenação também. Eu
acredito que a gente comete erros, mas precisamos corrigi-los junto e que isso não venha a
aconteceu no seminário de fevereiro tivemos um problema no inicio dos nosso trabalhos,
mas foi acertado e, tive o privilégio em relação quando eu falo pelo meu povo do estado de
Mato Grosso do Sul, eles puderam participar e, para ver e perceber qual o nosso papel aqui
em Brasília. Qual a nossa atividade realmente. Então, eu quero dizer como CNPI
representante do estado, eu também estava passando por uma grande dificuldade lá dentro
por essas falta de comunicação e também fazer o repasse dos nosso trabalhos aqui dentro. E
eles poderem perceber o que foi feito, como vai ser encaminhada essa oficina para 2015. E
eu acredito que o nosso da CNPI nós temos que aprimorar as comunicações que eu pude
perceber e não sei se os outros parentes também perceberam, que a maior parte das
organizações do nosso estado estavam desconhecidos dentro desse trabalho que vai ser
realizado. Então, o que eu quero afirmar é que para mim essa oficina foi de grande
importância porque a gente pode esclarecer esse trabalho, principalmente na nossa região
onde vamos fazer as locais, as regionais, praticamente está tudo certo. A maneira que
vamos as oficinas para nós não vai ter problema nenhum. Quero fazer um apelo para o
presidente, pedir para as coordenações, não só a minha, mas todas, fazer esse apoio de base
desde agora para a gente fazer essa caminhada, esse repasse de informação, que é uma peça
fundamental para a organização da conferencia. E falamos também as participações das
nossas organizações, lembrando bem que aqui a gente tem que focalizar, pedir apoio para a
SESAI, porque a oficina é realmente também a gente trabalhar na politica publica da saúde,
educação, na qual a gente mais está levando muitos problemas. Sabemos que muitas coisas
estão funcionando, mas muita coisa precisa ser corrigida. Essas oficinas serão o momento
de interação e, colocando nossas necessidades. Então, é isso que eu quero deixar para nosso
companheiros. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Valcelio. A presidência da FUNAI vai mandar um informe
agora do resultado desse primeiro passo em relação a conferencia. Então, a gente já vai
preparar informando todas as regionais o que aconteceu na oficina, quais são os próximos
passos para ir envolvendo eles também. O próximo inscrito é o capitão Potiguara.
Capitão Potiguara – Bom dia a todos e todas. Capitão Potiguara Leste Nordeste
APOINME. Queria parabenizar a realização da oficina, mas eu queria me ater a nos que
justamente viemos para participar, que eu acho que o que tirou o foco dessa oficina foi
justamente o que estava acontecendo dentro do Congresso Nacional. Era o votação da PEC
que a gente saia daqui correndo, era o senado o projeto d Romero Jucá. Tudo isso tirou um
pouco a gente do rumo que a gente ia debater na oficina. Foi proveitoso pelo seguinte fato:
teve caciques que vieram aqui e que não tinham conhecimento dos nosso trabalhos. As
vezes a gente falava e não davam valor, mas a visão hoje é outra. E queria dizer, como o
Titiah disse, temos amanhã na Paraíba o comitê gestor vai se reunir e o presidente vai estar
lá . e eu e o cacique Natan que esteve aqui, já faz uma divulgação. Eu acho essa oficina
como o inicio da primeira conferencia que vai ser realizada em novembro. Porque foi
proveitoso. Como o Toya disse, a gente falha muito em não ler e esse é o mal do brasileiro.
A gente tem que se ater mais essas leis que a gente não conhece para nos dar suporte para
que a gente possa vir para um evento desse de igual para igual. Era essa a minha
contribuição. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Capitão. O próximo é o Lourenço Krikati.
Lourenço Krikati – Bom dia. Lourenço Krikati Maranhão Região Norte. Eu na avaliação e
ao mesmo tempo sugestão também, a oficina em si para mim até mesmo avaliando um
pouco os debatedores que estiveram, fizeram a informação desde que começou a proteção e
como começou o funcionamento e alguns decretos, as leis que o próprio presidente
apresentou. Isso abre uma luz para nós para estar também contribuindo na condução da
própria conferência. Porque é importante a gente rever essa questão do passado para a gente
ver o presente e, trabalhar para o futuro. Isso é importante e, as falas dos colegas isso foi
antecipado. Para nós foi importante até para reforçar também as falas que já foram, que
algumas lideranças que realmente não conheciam o trabalho, tiveram e contribuíram ou até
mesmo o nivelamento de algumas falhas que aconteceram até mesmo no planejamento.
Todos nós levantamos no grupo de trabalho da região norte questões de números de
população indígena, e também, as populações que existem no estado. Aproveitamos, todos
falaram que realmente vamos ajudar e a realidade que está hoje em cada região, quantas
populações, povos que temos nos estados. Isso foi muito bom para a gente estar também ao
mesmo tempo conhecendo a quantidade de povos que temos por estado. Eu queria sugerir
para nós tanto da bancada indígena e da governista, na organização. Porque as vezes
deixamos, somos todos responsáveis pela oficina que aconteceu tanto o seminário que
ainda vai aconteceu e, a própria conferência. Acho que temos que começar a nos organizar
no acompanhamento de como coordenar e conduzir a oficina que já passou, mas
principalmente o seminário. Precisa que nós liderança indígena se posicione na hora de
organizar. Ter tempo de que no intervalo e alguém nos chama e um fica esperando o outro e
o tempo vai passando. Temos que nos organizar, fazer o compromisso até para o seminário
que vai ter mais numero de pessoas participando. Então, temos que começar a organizar e
cada um se responsabilidade por cada parte para estar realmente aproveitando o tempo para
que a venha acontecer a próxima, o seminário dentro do seu programa que será feito.
Sugiro com essa observação. Para a gente se organizar, porque estamos deixando muito
solto às vezes e fica esperando pelo outro, só para os moderadores, até para a comissão de
organização. Acho que fica esperando. Eu sugiro essa parte de a gente tomar
responsabilidade todos nós para estar organizando junto o tempo. E até mesmo eu sei que
muitas lideranças quando vem a gente tem que começar a ouvir. Mas para o seminário
temos que nos preparar para que não venha a acontecer essa falha. Como já falaram, cada
oficina ou reuniões a gente vai aprendendo, principalmente para a conferencia que a gente
comece a se organizar para que não venha a acontecer nas conferencias sejam repetidas as
palavras, muito repetido o questionamento. Então, a gente tem que desde agora nos
organizar. Era isso.
Flávio Chiarelli – Obrigado Lourenço. Eu concordo com você. Acho que a oficina foi um
bom treino para a gente não errar no seminário. Eu tenho ainda mais 5 inscritos e os nossos
convidados já chegara ali para falar de jogos indígenas. A gente termina e depois chama os
convidados? Vamos esgotar isso. É melhor terminar. Acho melhor. Lindomar Xocó.
Lindomar Xokó – Lindomar Xokó, estado de Sergipe. Região nordeste leste representando
a APOINME. Quero ser bem breve. Gostei do seminário e quero trazer aqui para o plenário
que com toda essa turbulência que houve no congresso acho que foi conseguido o objetivo,
que era repassar todo o começo temporada. Dizer para os parentes que essa flexibilidade
vai ter em todos os momentos em que a gente estiver junto e trouxer alguém. É importante
que as pessoas que veem trazem as ansiedades também e tem que ser mesmo flexível. O
tempo nosso é esse e temos que garantir a fala de todos que queiram usar a palavra. Mas eu
gostaria de aproveitar e fazer um pedido aqui à bancada, que pudesse estar encaminhando
também um convite, que a gente pudesse aproveitar nas nossas bases uma instancia que vai
nos ajudar muito, que é o Conselho Digital de saúde. Que a gente pudesse trazer os
presidentes de conselho, para poder se integrar, já que eles cuidam diretamente da política
de saúde. É uma politica que nos interessa muito. É uma proposta que faço como assessor
na nossa região. Para mim vai ser de grande importância e para todos nós, caminhar junto
nessa construção da politica nacional para os povos indígenas. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Falou pouco mas falou bem. Crisanto Xavante. A gente não pode fazer
eles esperarem a manha toda. São dez e meia e se agente conseguir esgotar até as onze a
gente chama eles. Se até as onze a gente não conseguir esgotar as avaliações a gente
interrompe. Se a gente for breve acho que a gente consegue.
Crisanto Xavante – Bom dia a todos. Bom dia para nós. Bom, vou tentar ser breve aqui.
eu aprendi uma coisa e a gente aprende dentro da casa. Tantas coisas negativas que a
acontecem com a gente e tudo vale a pena. Eu não estive na primeira oficina, mas eu estou
aqui hoje. Nós ajustamos quanto a oficina para mim foi positivo presidente. Quem somos
nós? Somos seres humanos, direito passivo de erro. E de acerto também. Já falei bastante
presidente e estamos pecando na logística. Precisamos melhorar. Acho que para um bom
funcionamento de uma reunião de uma conferencia como qualquer outra reunião de
qualquer natureza é primordial cuidar da logística. Eu ainda quero falar sobre isso nos
regionais, como estão nosso CRs. Tem que ser ajustadas algumas CRs para dar conta do
recado das regionais. Só nós sabemos o que vivemos na região. La na ponta as dificuldades,
ajustar a maquina publica em Brasília e fácil, porque ela já está construída. A pessoa que
dirige essa instituição, que assume ela já está bem amparado pelos assessores, pela
estrutura. Era isso que eu queria chamar a atenção. Enquanto parceiro eu agradeço e estou a
disposição do senhor, da FUNAI de abraçar essas dificuldades, esse desafio, mas se trata do
estado brasileiro, se trata da situação indígena que está espalhada pelos ministérios. Insisto
na colaboração dos que trabalham com a gente, com os povos indígenas de colaborar na
ponta, para que saia bem esse trabalho nas conferencias locais. Quanto a próxima oficina. O
seminário, seja o que for o nome de fevereiro, espero que a gente já tenha um trabalho feito
com nosso CR e trazermos já o objetivo alcançado e, que se prepare a reunião regional,
conferencias regionais e nacionais. Uma coisa que me chamou a atenção também
presidente é quando se fala conferencia diferente. Eu aqui fico me perguntando: de fato tem
que ser uma conferencia diferente, porque a questão indígena não está na universidade, não
está escrita. A construção da politica indígena, indigenista, se faz dia a dia. Se faz dessa
forma. Se constrói. Então, não tem nenhum receita na universidade. É isso que estamos
exercendo e vamos fazer no próximo encontro da gente em fevereiro. Eu queria chamar a
atenção para isso. Para terminar a minha fala, chamar a atenção para nós, CNPI, bancada
tanto governo e indígena de a gente se atentar para fazer apanhado do trabalho do CNPI,
das comissões. Eu acho que temos já material suficiente para que a gente melhore o
instrumento para a nossa conferencia nacional de politica indigenista. Era só isso que eu
queria dizer. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Crisanto. Kohalue Karajá.
Kohalue Karajá – Bom dia a todos e todas, Kohalue Karajá região norte, especificamente
representando Tocantins. Então, a minha avaliação em relação aos palestrantes é que foram
esclarecedoras as questões do professor Antônio de Souza. Ele trouxe sobre a relevância e o
funcionamento da politica pública e, no segundo momento ele relatou a questão da politica
indigenista. Eu achei muito técnica para lideranças indígenas. Realmente deveria ser usada
palavra mais simples. Para a gente até que não, os visitantes que estiveram aqui, vieram da
aldeia e que estiveram aqui pela primeira vez participando, e aí eu percebi que algumas
pessoas estavam voando. Eu achei também interessante a fala do coronel Rodrigo Martins
que trouxe histórico sobre a atuação do militar na área indígena. Eu não sabia. Quando eu
estava estudando sobre, preparando minha monografia que foi em cima da Constituição
sobre diretos indígenas, consegui visualizar a primeira constituição brasileira e não trouxe a
questão indígena. A terceira começou a colocar a questão indígena. Escreveu. Então, em
relação a questão indígenas, direitos indígenas, o governo brasileiro reconhece a bastante
tempo efetivamente 88 consolidou mesmo, que é onde colocou-se artigo 231 e 232, onde
infelizmente os políticos estão querendo mudar, os ruralistas. A própria constituição fala
que não pode ser mudado nunca, pode acrescentar. Mas não pé isso que infelizmente nossos
representantes, os políticos são anti-indigenistas e estão falando isso. Todo dia é um
aprendizado. Eu aprendo todos os dias. Eu me lembro da primeira vez que fui parar na
escola e, até então comecei a estudar sobre minha língua indígena Karajá para escrever.
Claro a gente nasce e em certa idade começa a falar na língua e depois escreve no dialeto.
A gente aprendeu a falar e também escrever dialeto no caso. Quando completei 18 para 19
comecei a aprender a falar a língua portuguesa. Comecei a estudar dia e noite para aprender
o que é a língua portuguesa. Nunca imaginei também que pudesse estar na universidade.
Cheguei na universidade e conclui meu curso superior, fiz pós-graduação, então, a questão
em relação à situação indígena é a falta de oportunidade. Acho que é isso. Então, a
conferencia, a oficina são muito importantes. É um aprendizado. Já participei de varias
oficinas, seminários. Essa conferencia que a gente está fazendo agora, a minha preocupação
presidente, eu estou na CR Araguaia agora como coordenador técnico e eu estou sentindo
isso na pele. A dificuldade e as lideranças indígenas sempre estão lá me procurando para a
gente fazer alguma coisa. O nosso contato é CR de Palmas e sempre estou lá conversando
com eles. Brasília Palmas - Palmas Araguaia. Nosso povo é gente mesmo e está sendo
reconhecido povo do Araguaia. Enfim, acho que é isso. Eu gostaria de parabenizar a
comissão. Pouco tempo para trabalhar e houve realmente o professor aqui ficou perdido.
Ele ficou voando. Ele ia falar sobre descolonização e foi falar a 169. Acredito que a
comissão aqui já sabe o que é. A convenção 169 tem que ser falada na aldeia a comunidade
tem que saber isso. Os governantes tem que respeitar. Valer esse direito para nós. E eu
gostaria de agradecer também pela coragem presidente. Você chegou agora e está atuando
mesmo e que seja assim realmente. Que abrace essa causa tão oprimida, a questão indígena
nos últimos anos está sendo bombardeada de todos os lados. E ainda tem esperança que
futuramente melhore a questão indígena, seja na saúde, educação, questão territorial. Que a
nossa presidente possa sensibilizar mesmo, que abra a brecha no sentido de atender a
reivindicação do nosso povo, a população indígena do brasil. E a presença dos
representantes dos governantes também que pudesse também abraçar essa causa nossa,
porque a situação hoje e que estamos vivendo, em função dessa PEC 215, que realmente
vai ser um genocídio, etnocídio para a população indígena. E eu acho que com o apoio de
vocês cada um se manifestando, seja na oração, seja no pensamento positivo, seja na enfim,
eu acho que é isso. Eu gostaria de contar com vocês. E agradecer também parentes. Acho
que a gente não pode abaixar a cabeça. Temos que lutar mesmo. Nossa causa é nobre e
defender essa causa. Agradeço. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Kohalue agradeço. Vou passar a palavra agora para a Rosa Pitaguary.
Rosa Pitaguary – Bom dia a todos e a todas. Eu não vou me estender muito porque eu
acho que muita das coisas que foram faladas aqui pelos nossos colegas já nos contemplou
bastante não é? Realmente a nossa primeira oficina é um aprendizado para cada um de nós
nesse momento. Eu quero parabenizar sim a comissão por... Aos poucos nós estamos
aprendendo e estamos também dando conta do recado. Não tá saindo da maneira realmente
que a gente queria mas é a primeira conferência como nós vimos ontem quando se foi
colocado que tem várias conferências aí que já vai na quinta, na sexta, na oitava e a nossa é
a primeira, então para ser a primeira eu acho que nós estamos saindo muito bem e queria
falar que nós temos... Eu gostaria de pedir para equipe da FUNAI e do MJ que fica aqui que
quando nós fecharmos alguma decisão, se for mudada que por favor nos repasse porque
teve um momento que infelizmente a gente quase que botava as coisas a perder por conta
de falta de informação, certo? Então eu gostaria... Eu já venho pedindo isso em outras
reuniões, em outros momentos. A comunicação entre a gente. Eu acho que os nossos emails, todos estão aí, todos estão aí e a Teresinha tem essa lista de e-mail para tá
repassando todas essas informações. Outra coisa, conversando com os meninos, nós já
temos até algumas atividades que a gente pode estar vendo para o seminário já para gente tá
tentando se organizar melhor. E gostei muito também sobre a questão da cultura, do
fortalecimento e da subcomissão que vai ser criada para tá trabalhando também dentro da
conferência e a gente já queria também dentro disso também trabalhar dentro do seminário,
já que vai tá um número grande de participantes indígena dentro, não é? Dentro do
seminário. Nós temos já até algumas indicações de representantes indígenas que possa vim
nos ajudar para fazer alguma apresentação se for preciso, não é? Também. Eu acho que nós
temos que fortalecer esse outro lado. Obrigada.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Rosa.
Rosa Pitaguary – Só um minutinho. Nós também gostaríamos também de pedir aqui que
nós achamos importante que todos...Toda FUNAI participe desse momento, não é? E nós
tivemos uma reunião com a ANSEF para que eles pudessem também... Porque eu acho que
é uma organização a qual os representantes da FUNAI estão lá dentro, eu acho que era
importante também a participação e aqui focar mais uma vez também a, que a secretária
executiva da CNPI possa tá repassando todas as informações que sair tanto da comissão
organizadora, para todos os membros da CNPI, não só nós da comissão porque quando a
gente vem para reunião da CNPI que nós vamos falar sobre o que a comissão já trabalhou,
eu acho que era importante que essas pessoas já tivessem essas informações até mesmo
para ver se vem concordando ou não, se tá bom, o que é que pode estar nos ajudando em
cima disso. Obrigada.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Rosa. Simone.
Simone Karipuna – Bom a todos e a todas. Simone Karipuna, região amazônica, COIAB,
Amapá e norte do Pará. Eu queria pontuar algumas questões e uma que eu acho super
relevante e essa avaliação que eu faço da oficina por parte da comissão organizadora, eu
gostaria de fazer um pedido, que esse... Que no próximo evento que ocorra que a gente
sempre no final do dia a gente consiga fazer uma avaliação das atividades do dia. Eu acho
que não houve e a gente precisa adotar essa nova forma de coordenar. Também foi
colocado aqui e eu queria reforçar que todas as ações, todas as questões que nós planejamos
tem que ser responsabilidade de cada um da comissão organizadora, decisões conjuntas. Eu
acho que na comissão organizadora não tem ninguém que seja melhor do que ninguém. Nós
estamos num nível só e as decisões tem que ser tomadas juntas. Gostaria também de só
pedir e falar. Ontem nos informe houve uma informação sobre o posicionamento de alguns
membros, inclusive fui citada em relação ao posicionamento e a preocupação de manter a
oficina e ao mesmo tempo ir pro Congresso. Eu gostaria de dizer que a gente enquanto
liderança de base tá aqui com todo o respaldo e de forma alguma a gente vai contrária aos
nossos direito. Eu gostaria que fosse registrado aqui porque a gente nunca vai contrário aos
nossos direitos. Gostaria de pedir e ontem eu tive observando e também a minha liderança
de base me cobraram mas a informação do que ocorreu durante essa semana aqui em
Brasília, inclusive pela oficina no site da FUNAI e peço pros parceiros aí também que
divulguem.
Eu também percebi e também já foi falado, o esvaziamento da plenária. Eu acho que essa é
uma questão que, quanto comissão organizadora, nós temos que avaliar, determinar tempo
e aí pensando nisso, já é um indicativo que eu faço, eu acho que, como diz, nós estamos
fazendo exercício. Esse foi o primeiro exercício para que nas conferências a gente não
cometa mais erro. Então, diante disso que eu gostaria de fazer uma observação de que no
seminário a gente adote uma dinâmica que seja acordado com a plenária, tá? Da gente junto
dividir a responsabilidade de que é importante determinar um determinado tempo pras
falas. Não é você cessar a fala das pessoas, mas também já um treinamento pras pessoas ter
posicionamento mais direto, eu gostaria de fazer essa observação porque muitas pessoas
que vieram para fala falaram tanto mas na hora que deu a vontade de comer saíram e
deixaram os outros aqui e muitos da comissão organizadora também se ausentaram, não
ficaram até o término do primeiro horário da manhã, então isso eu gostaria de chamar a
atenção a todos os membros da comissão organizadora e enquanto nós não vestirmos a
camisa e mostrarmos para nossos parentes que nós temos um compromisso cem por cento
em garantir a realização da conferência nós não teremos êxito. E aí eu volto a dizer,
responsabilidade de todos. E gostaria também de pontuar o que a Rosa acabou de falar em
relação a ANSEF. Tivemos ontem uma...Recebemos em nosso e-mail um documento da
ANSEF, eu acho que isso é público e eu posso falar aqui e, assim, eu acho que se eles
fizerem, a comissão organizadora pode estar conversando com eles, nós temos pautado
questões que a gente... Isso foi demandado da nossas regiões e que a gente tem colocado
isso como o interesse principal em toda a estrutura da proposta da conferência. Então, nesse
sentido que eu oriento que a gente paute essa conversa com a ANSEF, nada além disso, tá
bom? E aí nesse sentido também só vem a valorizar a importância da criação da comissão
organizadora de cada estado porque aí empodera também a FUNAI no sentido de
desenvolver uma atividade pautada mesmo no interesse de cada região. E, enfim, para
finalizar, acho que a oficina ela foi muito boa, vou mais além, para o primeiro momento
todo mundo que participou está de parabéns e aí vamos avante. Que venha dois mil e
quinze.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Simone. Saulo? Representante do CIMI.
Saulo Feitosa – Dois comentários. O primeiro eu acho que o formato da oficina foi
interessante pois foi um momento de estudo e o outro momento discutir a conferência
mesma. Acredito que se...No seminário se pode repeti-lo. Ficou prejudicada a fala do César
porque o convite que foi feito a ele foi para tratar de autonomia e autodeterminação e a
gente tinha sugerido outra coisa, não é? Então o convite para ele não foi... A gente queria
que ele discutisse o tema da descolonialidade, então, ficou faltando esse aprofundamento.
Agora, essa conjuntura que fez com que houvesse essas mudanças na programação, a saída
pro Congresso e tudo, eu acho que tem que ser considerado também na preparação do
seminário porque nada nos garante que em fevereiro isso não venha a ocorrer. Então a
preparação do seminário deve já contemplar a possibilidade de imprevisto e aí construir
uma dinâmica que possa adaptar possível saída [inaudível] possível a própria metodologia
do seminário, então eu acho que o importante é a gente tá atento para conjuntura e
coordenação e assessoria quando for organizar o seminário de fevereiro ter isso em mente,
mas acho que foi muito bom. Infelizmente ontem eu não pude acompanhar porque o
Congresso ficou desfalcado. Em Brasília ficamos eu e Rosane só, tá ali não é? E inclusive a
gente vai passar um informe sobre a OEA. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Saulo. Marco Túlio do MRE.
Marco Túlio – Muito obrigado. Bom dia a todos. Obrigado pelo convite para estar aqui
também. Bom, em relação ao seminário, à oficina, nós achamos excelente,
cumprimentamos a todos pela iniciativa e gostaria de fazer uma pergunta, uma consulta.
Qual seria o procedimento se a gente quisesse apresentar propostas de temas para serem
tratados na conferência nacional. Eu já adianto de que tema eu estou falando, não é
surpreendente por eu ser do Ministério de Relações Exteriores. Essa é uma conferência
nacional então é claro que as questões nacionais são a parte principal do seminário, do que
vai ser a conferência. Mas tem algumas questões que nos parecem importantes que tem a
ver com a dimensão internacional. Uma delas eu estava conversando com o Marcelo Veiga
e ele até me provocou sobre isso que é a questão das populações que moram em região de
fronteira, por exemplo, os Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul, é o caso dos
Yanomami também na fronteira com a Venezuela. Tem muitas situações ali que não estão
resolvidas e que tem que ser resolvidas. A questão do registro civil e todos os serviços
sociais oferecidos pelo governo, a saúde, a educação, a previdência social, então é uma
questão muito mal resolvida aí e nós temos que abordar e nos parece que com a conferência
nacional é um bom momento para gente sair com encaminhamentos para isso. Tem outras
questões mais amplas, falou-se da Convenção [inaudível] da OIT, falou-se da Declaração
da ONU sobre direitos dos povos indígenas. Além disso teve esse ano agora a Conferência
Mundial sobre Povos Indígenas, a propósito, atendendo à sugestão aqui da Bianca, nós
vamos providenciar uma tradução do documento final da Conferência Mundial em
português para circular aqui na CNPI. Então, resumindo, eu só queria dizer isso, eu acho
que deveria ter... A gente poderia tratar dessa dimensão internacional e eu queria saber
como apresentar de uma maneira mais formal e estruturada essa proposta. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Marco Túlio. Márcia do Ministério do Meio Ambiente.
Márcia David – Gente, bom dia e obrigada a todos. Eu também, como o Marco Túlio, acho
que o seminário foi excelente. Eu e o Rodrigo tivemos oportunidade de participar os dois
dias. Apesar de eu estar como titular da comissão, o Rodrigo tem atuado mais. Eu tinha
uma sobreposição de agendas da PNGATI que estava me impedindo mas nós nos
comprometemos a participar os dois dias e eu acho que tanto para mim quanto para ele foi
bastante esclarecedor. Eu acho que ouvir as comunidades indígenas, representantes
indígenas, sempre nos traz mais esclarecimento. E a nossa participação é sempre no sentido
de pensar qual é a contribuição. A gente como órgão de governo e como membro da
comissão organizadora estamos sempre pensando qual é a contribuição que a gente pode
trazer. Eu confesso a vocês que uma das palestras que mais me fez refletir foi a palestra do
professor Antônio Carlos quando ele discutiu a questão de políticas públicas e da política
indigenista, quando ele sugeria que a política indigenista não é essa coisa una que a gente
discute mas que você tem várias políticas indigenistas. Na PNGATI, atuamos nela
cotidianamente, eu confesso que sempre pensei a PNGATI como uma política ambiental
para povos indígenas. A partir da reflexão do professor, eu considerei que a PNGATI
também é e talvez seja mais uma política indigenista do que de meio ambiente. Não que ela
não esteja no quadro das políticas ambientais, ela compõe o sistema de meio ambiente, ela
segue as regras e os instrumentos da política de meio ambiente mas ao mesmo tempo e
fundamentalmente ela é uma política indigenista que tem que estar de acordo com as
normas e regulamentos da política indigenista no Brasil. Para nós eu acho que foi uma...E
discutimos muito isso, eu acho que foi muito rico, muito enriquecedor como primeiro
momento. Para o seminário, eu acho que ainda sentimos falta e aí é uma sugestão, a gente
sente falta... Porque o engajamento setorial está muito relacionado com a sua identificação.
Na linha do que o Marco Túlio falou é uma conferência, então eu acho que a conferência
tem que dar conta de todos os temas, das políticas, eu acho que trazer as políticas, integrar
as políticas, então a gente talvez queira sugerir para o seminário, esmiuçar um pouco mais
as políticas e as demandas setoriais. Poder enxergar-se um pouco mais na conferência. Essa
é uma demanda que eu coloco aqui mas, por exemplo, é uma demanda que já foi colocada
para o comitê gestor da PNGATI. Na semana passada o comitê se reuniu e a gente...
Alguém mencionou, olha temos a expectativa de que de alguma maneira a PNGATI tem
um espaço, mesmo que pequeno porque a gente vai ter uma conferência em dois mil e
dezesseis. Mas a sugestão talvez seja essa, esmiuçar um pouco mais as políticas setoriais,
saúde, educação, meio ambiente, trazer um espaço um pouco mais para podermos nos
engajar um pouco mais, trazer um pouco mais a nossa contribuição. Até porque a política,
se mencionarmos a política PNGATI, apesar de ser uma política jovem, ela tem desafios
imensos de implementação. Temos temas de conflito entra agendas ambiental e indígena.
Temos temas de financiamento, então, assim, tem temas importantes que podem ser
trazidos para a política. Mas de um modo geral achamos que foi bastante esclarecedor, foi
muito bom como primeiro momento e acho que foi assim, o momento inicial que vai
mostrar o potencial de fato que a conferência tem para a discussão da política indigenista
no Brasil.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Márcia. Bom. Já são onze horas, ainda tem mais três
inscritos. A Chiquinha [inaudível], o Coronel [inaudível] e o Marcelo Veiga, sem prejuízo
de outros que queiram falar, eu acho que vamos interromper e chama-los? A não ser que as
pessoas falem coisas rápidas, não? Chamá-los? Então está bom. Teresinha, por favor chame
os nossos convidados? Só esclarecendo, Marco Túlio, Saulo também, Rosa, Simone, essas
questões que foram colocadas, estamos no âmbito da CNPI, então são questões que estão
sendo colocadas em razão da organização da própria conferência, então as questões estão
sendo anotadas pela comissão organizadora e aí vamos dar a resposta a vocês também em
relação a esses pontos. O importante aqui é que está sendo gravado, está sendo registrado a
colocação de vocês e depois podemos dar a resposta. Bom, bom dia aos senhores e à
senhora que vieram aqui atendendo o nosso convite. Em nome da CNPI eu queria dar as
boas-vindas e agradecer a vocês por terem aceitado a nossa... Esse nosso convite para
conversarmos um pouco sobre os jogos mundiais que estão sendo organizados. Se vocês
quiserem se apresentar para quem não conhece. Vocês poderiam fazer uma apresentação
rápida? E aí eu faço uma fala aqui e passo a palavra para vocês fazerem uma apresentação.
Marcos Terena – Bom, bom dia, pessoal, parentes, nossos parceiros, nossos aliados que
representam o governo brasileiro também. Bom dia, presidente Flávio e tem muita alegria
de estar aqui pela primeira vez, tenho ouvido muitas histórias, muitas notícias sobre a
CNPI, mas nunca tive oportunidade nem de participar, nem de fazer parte, mas estou
contente de saber que o governo brasileiro criou uma oportunidade para que nós, indígenas,
também pudéssemos compartilhar ideias, os nossos sonhos, os nossos problemas diante
dessa questão indígena brasileira que tem dado, ao longo do tempo, não é só agora, muitas
incertezas, muito trabalho, mas nós indígenas nunca esmorecemos, então eu estou contente,
agradeço o presidente da FUNAI pelo convite, pelo ofício que me foi enviado e nós vamos
conversar um pouquinho sobre esses trabalhos que estamos construindo perante o Brasil e
perante o mundo também para enaltecer os nossos valores.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Marcos Terena. Gostaria que você também se apresentasse,
por favor.
Rivelino Macuxí – Bom dia a todos, sou Rivelino Macuxí, sou de Roraima. Recentemente
criou-se uma oportunidade, uma pasta dentro do Ministério do Esporte e fui chamado para
exercer então essa função inicialmente como assessor do Ministro e em seguida criou-se a
Coordenação de Políticas Esportivas Indígenas dentro do Ministério do Esporte, então eu
sou o atual coordenador e estamos aqui exatamente para complementar a fala do Marcos
que vai apresentar sobre os jogos mundiais dois mil e quinze e em seguida farei também
uma apresentação das ações do Ministério, inclusive, o primeiro foro nacional de políticas
de esporte e lazer para os povos indígenas que estamos projetando, então, minha fala vai ser
logo após o Marcos e na hora da apresentação dos jogos mundiais, se há necessidade, eu
também vou fazer algumas intervenções. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Rivelino. E a senhora, por favor, se apresente para a gente.
Patrícia – Bom dia, bom dia, presidente. Um ótimo dia a todos. Eu sou Patrícia. Sou
diretora de relações institucionais da Prefeitura de Palmas da Secretaria Extraordinária dos
jogos mundiais indígenas, secretaria essa que foi criada pela Prefeitura para ser uma
articuladora da Prefeitura em relação aos jogos mundiais indígenas. Na verdade eu venho
acompanhar o Marcos nesse contexto dos jogos mundiais indígenas e qualquer dúvida que
surgir em relação à cidade sede eu posso auxiliar vocês. Obrigada.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Patrícia. Bom, o que ocorre? A FUNAI, acho que
principalmente depois da nossa oficina de ontem e de anteontem, nos últimos dois dias...
Está claro que a FUNAI não exerce um monopólio sobre a política indigenista brasileira,
como até o professor Antônio Carlos criticou que falamos política indigenista e ele falou,
não, são várias políticas, então, não é a FUNAI que exerce monopólio, não é? A FUNAI é
um dos atores que promovem as políticas mas tem outros ministérios, por exemplo, da
saúde, em relação à saúde, da educação, etc. Outras pastas e outras esferas de governo
também dos entes federados, então os estados, os municípios também tem suas políticas
públicas. Então a FUNIAI não tem a pretensão e nem poderia ter de achar que é o único
ente oficial governamental a desenvolver alguma política, até porque temos as entidades
não governamentais que também desenvolvem suas políticas, suas ações junto aos povos
indígenas e as próprias organizações indígenas que são desenvolvidas pelos próprios
indígenas nas suas próprias formas de se organizar. O que acontece? A CNPI, por ser uma
comissão nacional de política indigenista se interessou, na verdade esse assunto nem me
lembro muito bem como chegou à comissão, mas, ela se interessou em saber um pouco
mais no que estava sendo desenvolvido, poder acompanhar e surgiu a ideia de convidá-los
para fazerem uma apresentação para nós para a comissão poder também de alguma maneira
apresentar alguma crítica, alguma sugestão, alguma colaboração e de certa maneira também
acompanhar. Eu acho que como é uma entidade criada pelo Governo Federal com bancadas
de governos e de indígenas e dois representantes das organizações indigenistas, eu acho que
é um espaço adequado para sabermos o que vocês pretendem fazer, até porque eu vou dar
um exemplo pessoal. Eu estive em uma reunião agora na semana passada na Argentina
sobre a criação do Mercosul indígena e aí eles me perguntaram, acho que a representante do
Chile falou que estavam querendo desenvolver uns jogos lá e alguém lembrou que tinham
os jogos no Brasil eles me perguntaram e eu sabia muito pouco a respeito. O nosso... Eu
pedi também que o assessor da nossa diretora de promoção de desenvolvimento
sustentável, o Fernando, que acho que teve uma reunião com vocês lá no Ministério do
Esporte, acompanhasse também porque a FUNAI de certa maneira agora que está um
pouco tomando pé dessa iniciativa de vocês. Então eu acho que é um ambiente adequado
para vocês fazerem uma exposição e podermos de repente tirar algumas dúvidas. Os
indígenas certamente vão querer saber um pouco mais sobre isso e aí no final se for o caso
a gente pode propor alguns encaminhamentos. Então eu acho que já passo a palavra ao
Marcos Terena, que vai começar a fazer uma apresentação.
Marcos Terena – Eu queria dizer que eu preparei ali um chamado PowerPoint que a
Teresinha vai coordenar e dizer ao presidente da FUNAI. Primeiramente eu queria me
apresentar. Estou vendo aqui velhos companheiros patrícios, não é? Alguns deles nós
lutamos muito pela demarcação das terras em várias partes do Brasil e eu sou o fundador do
primeiro movimento indígena político em mil novecentos e setenta e sete e muitas ainda
não tinham nem nascido junto com o Juruna, com o [inaudível], com os parentes mais
velho do [inaudível], não é? Então a gente tem uma experiência muito grande na luta pela
terra. Hoje eu não faço mais isso, não é? Porque eu também preciso descansar um
pouquinho a minha cabeça, curtir um pouco a vida e, mas a gente também não perdeu de
vista as nossas lutas, não é? A forma como a gente luta hoje. Em mil novecentos e noventa
e seis, ali eu já estou mostrando ali a primeira, no primeiro slide, a gente criou aquele
slogan que tá lá em cima, não é? Como forma de mostrar que os jogos indígenas não é um
campeonato de índio. Hoje muitos teóricos, muitos... Pessoas que são mestres e doutores da
universidade pediram para acompanhar a gente ao longo dos jogos e começaram a criar
conceitos e querendo impor regras para os jogos indígenas que não tinha nada a ver com a
nossa forma de ser porque a gente aprende muito com os participantes, então a gente
mostrou que o importante não é ganhar e sim, celebrar. Agora nós temos esse desafio que é
fazer o primeiro jogos mundiais dos povos indígenas que vai ser na cidade de Palmas. A
gente colocou setembro ali mas na verdade vai ser na primavera, não é? A gente sempre
coloca esses termos assim para sintonizar com o meio ambiente. O tempo, não é? O relógio
do índio é o tempo. Vai ser no Brasil e é por isso que eu pedi para Patrícia chegar aqui para
ela depois numa outra oportunidade talvez, não é? Mostrar o que Palmas está preparando, a
Prefeitura está preparando para recepcionar em torno de três mil indígenas que vão estamos
trabalhando, não é? Ali embaixo, sempre coloca uma frase que tem a ver com a questão
indígena como um todo, não é? Então os jogos indígenas não são só os jogos, não é? A
gente discute, fala das questões e acho que aqui o meu óculos natural não tá vendo direito.
Que as tradições não podem se [inaudível] da terra...Território e da ciência. É para mostrar
que se não tem terra não tem índio, não tem cultura, não tem espiritualidade e não tem
jogos também, não é? É uma coisa bonita, não é? Então essa carta a gente escreveu em mil
novecentos e noventa e dois perante as Nações Unidas que a gente chamou de Carta da
Terra. Aí tá um guerreiro, não é? É um dos participantes dos jogos, vocês podem ver que
quando eles entram na arena para participar... Tá aqui o Valcelio que é o parente, ele é um
dos conselheiros Terena. Ele já esteve lá e o indígena que entra aí a gente sempre
recomenda, olha, você tem que ir bonito lá para sair na fotografia, a gente briga com eles.
Na verdade é para ele resgatar... Nós fomos muito discriminados ao longo do tempo e
muitos indígenas ficavam com vergonha. Ah, vou ter que usar o Cocar? Onde que vou
achar pena? Aquele algodão que tá ali no ombro dele, por exemplo, hoje é algodão porque
não tem mais o bicho que eles tinham antes. Mas, enfim, é um retrato da beleza do índio e
lá na... Aquela frase, não é? Muitos os senhores aqui já devem ter lido aquela poesia do
Gonçalves Dias chamado Juca Pirama, não é? Então ele conta a história de um Cacique...
Antigamente, diz a história que os Tupinambá comiam a carne dos guerreiros mais valentes
para ficarem fortes também, não é? Então, o filho do Cacique foi preso, ele ia ser assado,
comido, ele começou a chorar, então pediu perdão pro...pediu condolência pro seu inimigo
e o Cacique inimigo falou pros guerreiros, libera esse cara aí, ele é muito fraco, se a gente
comer a carne dele nós vamos ficar fraco também. Então ele se livrou e falou para o pai
dele que era um grande chefe também que ele tinha brigado com os inimigo e tinha
escapado. Ele mentiu para o pai dele, não é? Então, claro, a mentira tem perna curta e um
dia o pai descobriu que não era bem assim, que ele tinha na verdade pedido para não
morrer, então o pai dele ficou muito triste com o filho e ele falou isso para o filho dele,
olha, meu filho, eu sou um guerreiro forte, velho, não é? E não descende o fraco do forte,
não é? Quer dizer, nós temos que falar isso, não é, pessoal? Nós que somos indígenas,
sempre, nós não somos fraco, porque o meu pai, o meu avô e os meus ancestrais eram
fortes também, então nós temos que afirmar, nós somos fortes, não é? E ali tem a... Que
vocês conhecem bem o [inaudível] que é advogado, não é? Os advogados conhecem bem
essa recomendação. Eu só trouxe isso daí para mostrar que os jogos indígenas tem a ver
com a Declaração das Unidas sobre os Direitos Indígenas quando [inaudível] as tradições
orais, às literaturas, os desenhos, os esportes, jogos tradicionais e as artes visuais
importantes, não é? Quer dizer, garantindo que o indígena também pode manifestar a parte
esportiva, mas sempre ali lembrando, sempre junto com os estados, com os governos que
adotarão medidas, é o que tá acontecendo nos jogos mundiais e o que aconteceu nos jogos
dos povos indígenas ao longo do tempo, não é? É a Declaração da ONU. Bom. Aqui a
gente tá mostrando que a gente não faz nada sozinho, pessoal, nós temos que buscar
aliados, por isso que eu sempre considero parceiros, porque tem homem branco que não
gosta da gente, não gosta, não gosta, então deixa para lá, porque sempre tem gente que
gosta da gente, nós só conseguimos fazer os jogos dos povos indígenas no Brasil por causa
desse cara aí, não é? Não sei se vocês conhecem ele, o Pelé, rei Pelé, rei do futebol, que era
Ministro naquele tempo, não é? Então ele disse, vamos fazer e atrás do Pele ali, esse cara de
tá de colar ali sou eu não é há muitos anos atrás, não é? Não tinha muito cabelo branco, tal,
e atrás da gente tem o secretário que era o japonês, descendente de japonês, lá de Goiás
que... Nós fizemos esses jogos em trinta e cinco dias, não é? Hoje nós estamos fazendo os
jogos mundiais com um ano de antecedência e ali tá o grande chefe que faz parte do Comitê
também que é o Cacique Benjamin Xavante. A gente já fez vários jogos no Brasil todo,
muitas vezes as pessoas pensam que fazer os jogos é só fazer juntar um monte de índio e
vamos lá jogar futebol, então nós já fizemos lá no Paraná, ali na fronteira com a Argentina
e todas essas regiões são estratégicas, eu queria dizer também, não é? Guaíra que é fronteira
com o Paraguai e Argentina. A gente teve oportunidade de convidar os índios dali. O
presidente falou da questão do MERCOSUL, não é? Depois a gente subiu lá pro Pará no
Marabá, em Marabá, a gente fez os jogos, não sei se o Horácio participou mas nós fizemos
os jogos dentro do rio, porque a gente joga muito também com a época do ano daquela
região. O rio baixou e aí fez uma ilha dentro do rio e então foi um cenário muito bonito e
tal, não é? Fotograficamente, espiritualmente. Depois nós fomo para Campo Grande, na
mossa região, região dos Terena, onde não foi um sucesso esses jogos de Campo Grande.
No último dia, inclusive o Governador lá era o Zeca, não é Valcelio? O Zeca não pode nem
falar no domingo para fazer o encerramento porque tinha participado de um churrasco lá
em Campo Grande e ficou por conta do churrasco com mandioca e, claro, uma cervejinha
também, não é? Mas quem estava lá em Campo Grande era o atual técnico da seleção
brasileira, o Dunga, ele esteve lá jogando bola com a gente, inclusive eu tentei passar por
ele mas não consegui, passar a bola por baixo da perna dele mas não dava. Depois a gente
foi para Marapanim, terra do Carimbó, no Amazônia brasileira no Pará, depois descemos
para Palmas no Tocantins e Porto Seguro, na Bahia, Fortaleza, Ceará na terra do, dos
índios, os... Esqueci o nome lá, o nosso amigo... Dourado não é, Dourado Tapeba e depois
descemos para Paragominas, que é uma...Lá em Paragominas nós plantamos quinhentos pé
de árvores nativas da região porque é uma cidade amazônica devastada. Depois fomos para
Porto Nacional, no Tocantins de novo e finalmente, o ano passado, nós fizemos o décimo
segundos jogos lá em Cuiabá. Os jogos eles têm essa base que é espiritualidade através do
fogo sagrado, nós nunca fazemos nada, nós, eu faço parte desse nós, de todo coração, nós
não fazemos nada sem a bênção do Pajé, do Pajé de verdade, não é? Do Pajé que é
espiritual mesmo, tem força e os jogos, assim como os eventos internacionais que nós
fizemos no Rio, nós não fazemos sem a oração, sem a reza dos nossos Pajé, através de um
simbolismo. Tem que ter visibilidade que é fogo sagrado e também os jogos tem um
aspecto culturais, não é? Falei daquele flecheiro e agora estamos vendo os Pareci, os Pareci
eles sempre agradecem a gente porque eles retomaram as suas vestimentas, as suas
tradições. São gente muito bonitas, não é e também temos a reciprocidade, quer dizer o
intercâmbio entre as etnias e finalmente os jogos que é uma, um sistema de interação e
respeito entre os povos. Uma vez um Guarani que foi disputar e também tinha um Terena, a
história é parecida, quando ele puxou o arco, o arco quebrou, ele não fazia mais arco, não
fazia mais flecha e então outro guerreiro foi lá correndo, ninguém mandou ele lá emprestar
o arco dele para ele poder participar. Aí tem o... Dois parente do Horácio, dois atletas
Caiapó, não é? Não sei qual a aldeia deles. Então é mostrar que a base dos jogos mundiais,
que é esse que é o assunto aqui, ele tem três base, não é? O esporte tradicional, por
exemplo, o futebol de cabeça, corrida da tora, dos gavião, dos Xavante, dos Craôs, dos
Xerente. Todo mundo pensa assim, corrida da tora, não é? Não, a gente estava falando com
cada uma dessas etnia, como é que eles chamam esse esporte na língua deles, não é? Para
gente marcar, isso aqui não é corrida da tora, pegar uma tora, corta ali e vamos sair
correndo, não, tem toda uma ligação, como eu falei, espiritual, e o esporte de integração,
por exemplo, ali... O arco e flecha, que os índios do Canadá, os índios do norte estão
treinando para virem para o Brasil fazer uma competição, a gente não coloca a palavra
competição, mas de integração. É claro que vai ter o primeiro, segundo e terceiro lugar e a
gente espera que os nossos flecheiros do Brasil tirem primeiro lugar para gente poder dizer,
ó, nós somos os melhores flecheiros do mundo, realmente, não é? E o esporte ocidental que
é o que dá mais trabalho, que é o futebol, por exemplo, e queria dizer aqui pros
conselheiros aqui que o Canadá está preparando uma equipe de futebol feminino, então
aqui no Brasil nós não temo esse costume de montar equipe para fazer uma seleção. Já teve
várias experiências de fazer seleção indígena e tal, é tudo de momento não é? A gente tem
que ser persistente nisso daí e realmente fazer senão o pessoal vai ficar rindo da gente e a
gente não vai deixar acontecer isso, então nós estamos combinado com o Ministério do
Esporte para gente treinar uma equipe de mulheres indígenas que joga bola mesmo, joga
futebol mesmo para gente não perder de sete a um aí pessoal. Então lá nos jogos mundiais o
projeto nosso que foi aprovado pelo Ministério do Esporte através do Ministro Aldo Rebelo
são vinte e três etnias no Brasil e é claro que isso dá nós vamos fazer uma seleção, não é?
Tem muito indígena que fala, ah, mas eu queria participar e tal, a gente pergunta para ele,
mas o que você... Qual a sua especialidade? Canoa? Você rema em pé, rema sentado?
Como é que é? Ah, a gente rema. Não, não pode ser assim, eu remo, não, tem que ser bom
de remo porque nós vamos atravessar um rio, vamos atravessar uma lagoa, já pensou a
gente ficar para trás? Não é? E tem também os países, vinte e dois países totalizando dois
mil e trezentos indígenas, fora os extras que provavelmente vão aparecer, por isso que eu
falei que seria em torno de três mil dentro de Palmas. Nós vamos ter treze dias. Os três
primeiros dias que os índios estrangeiros pediram, olha, a gente não pode chegar numa
sexta-feira e jogar no sábado porque tem fuso horário. Palmas na sombra é quarenta graus
como vocês sabem, não é? Isso vai ser uma vantagem para equipe brasileira porque nós
estamos acostumados com o calor. Tem índio que não tá acostumado. Os índios da Sibéria,
da Rússia que estão querendo vir, eles moram no gelo, não é? Então, nós vamos abrir com o
Festival Internacional das Culturas Indígenas. É uma grande produção. Nós vamos mostrar
assim a dança da arara [inaudível] que é bonito assim, mas vamos joga luz, produzir, não é?
Ninguém vai dançar com sandália havaiana, não é? Senão... Nós vamos fazer um negócio
legal, bonito mesmo. E dez dias então de programação desportiva, tradicional e cultural. Ali
é uma justificativa mas pode passar, não é? Aí tem uma mostra que eu falei dos Craô não é,
da corrida da tora, os Kraô, inclusive, agora, estão fazendo os próprio jogos dele não é?
Eles todo ano estão fazendo do jeito deles, não é? Que é o líder Renato que é um professor
que é parte também da comissão. Sempre mandando recado, terra é vida. E a abordagem
internacional porque depois vocês podem fazer pergunta. Dois mil e doze na conferência da
Rio mais vinte que nós fizemos a Cari oca dois, os líderes indígenas foram lá e a gente
mostrou os chamados Jogos Verdes. Eles sugeriram, porque a gente não faz os jogos
mundiais, não é? Que na verdade os jogos mundiais nasceu lá no Canadá e nós fizemos
parte da Comissão Internacional só que dois líderes morreram naquela ocasião aí eles
desanimaram e tal e então quando surgiu essa ideia dois mil e doze durante a reunião do
Rio mais vinte, a gente falou, então vamos fazer, vamos conversar com o Ministro do
Esporte e tal e finalmente lá em Cuiabá, um ano depois, foi aprovado e o Ministro do
Esporte acatou a nossa sugestão e lá em Cuiabá tinha dezesseis países representados,
Paraguai, Argentina, Chile, enfim, e eu queria salientar que na última reunião aqui,
inclusive alguns estavam em Nova Iorque, na sede da ONU, o Ministro da Justiça ele, no
discurso dele anunciou que o governo brasileiro estava realizando os primeiro jogos
mundiais dos povos indígenas. Ok, Teresinha. Bom, aqui eu vou mais rapidinho. Aqui tem
um Pajé lá do Mato Grosso, acho que ele é Rikbaktsa, forte esse daí. Ele reclamou uma vez
que a gente fez um alvo... O alvo geralmente é um animal, então a gente desenha uma
cobra, não é? Ele reclamou, olha, não faz cobra que a natureza vai fica brava, não é? A
gente teimou, choveu muito naqueles dias, não é? Ele falou, tá vendo? Eu avisei para vocês.
Então a gente agora sempre chama ele quando ele, quando ele... Ele anda com a gente
vamos dizer assim. Tem uma moça mexicana e claro essa camiseta é a camiseta que foi
desenhada para Cuiabá. Ok. E as modalidades, arco e flecha, lança, cabo de força,
canoagem, corrida com tora, natação, futebol, lutas corporais. Aí tem um arqueiro, não é?
Outro tipo de flecha. Olha o tamanho da flecha, é um índio... Esse daí é um guerreiro
Gavião lá do sul do Pará. O Carlos Terena teve lá esses dias, já tem acordo com eles
também, não é? E o festival das culturas, já expliquei, não é? Que eu vou deixar essa cópia
aí com vocês e nós vamos construir na verdade uma plataforma, não é? Cada evento, cada
lance desse tem um espaço adequado que a gente tá combinando com o Ministério do
Esporte, principalmente com a Prefeitura de Palmas. Aí tem um cantor, não sei se vocês
conhecem ele, esse daí é um índio Guarani, ele fala assim, eu sou Cacique cafuso e a gente
fala tá bom pro Cacique cafuso, cafuso é mistura de índio com negro. Ele mora lá em São
Paulo, um grande violonista premiado no mundo todo. Ele toca o violão, o Hino Nacional,
a gente sempre inventa alguma coisa para ficar bonito também. Nós também estamos
assim, tipo, criamos esse termo Arena Green que é arena verde na verdade. É só para dar
um charme. Os índios falaram, os índios estão falando inglês, é claro, vamos falar inglês.
Nós vamos falar quatro línguas nos jogos. Quatro línguas internacionais, português,
francês, inglês e espanhol, não é? Então esse é um espaço que a gente chama de arena para
receber uma média de dez mil pessoas por dia. Aí ó. É mais ou menos aquela arena lá no
fundo, então você sempre joga com o vento, vai lá o Carlos Terena, ele conversa lá, leva o
Pajé, o Pajé olha onde que tá ventando. Porque o arquiteto branco, o engenheiro ele fala,
vamos fazer aqui, não sei o que e nesse caso aí foi na beira da praia e a gente mediu até
mesmo a, como é que chama? A maré. Que dia que a maré ia chegar lá dentro. No último
dia a maré chegou lá, que era a previsão que a gente trabalhou para não estragar a festa, não
é? Ali tem três blocos de ocas. Esse daí é um modelo para vocês terem uma ideia, os ônibus
parado ali, a cidade e é claro que lá em Palmas é outro ecossistema e então vai ser adaptado
mas é mais ou menos isso para criar essa... Esse parque temático que a gente chama de
Ocara, não é? A grande vila dos jogos mundiais. Ah, também vai ter uma oca digital, pode
mostrar a foto, Teresinha, por favor, olha aí o guerreiro, não é? Não dá para ver bem a cara
dele, mas ele tá na internet. Aonde que é isso? Dentro dos jogos indígenas, então nós vamos
ter previsão da Prefeitura, vamos ter quarenta computadores, computadores novos,
tecnologia porque nós queremos transmitir para outros países os jogos indígenas ao vivo e
também claro pros sites dos Ministérios. E tem a oca da sabedoria, não é? Que é onde nós
vamos fazer os debates, os fóruns, fórum social indígena como nós chamamos, os
estrangeiros chamam de [inaudível] indígena, não é? Onde nós vamos discutir, então, por
exemplo, onde que nós vamos fazer os segundos jogos mundiais? Então já tem quatro
países querendo sediar... nem fizemos o primeiro e já tem quatro países querendo fazer o
segundo jogos mundiais, não é? Os Estados Unidos, Canadá, lá da Ásia, o Filipinas e o
outro país acho que é Panamá ou Colômbia, não lembro bem. Então já tem países que estão
querendo, então vamos debater ali. Outra coisa que vamos debater lá, quem vai conduzir
esse trabalho daqui para frente? Que aqui no Brasil nós estamos fazendo aí e tal, mas
depois, quando não for no Brasil, provavelmente, presidente, vai nascer aí uma FIFA
indígena. Eu brinco com o pessoal que vai nascer uma FIFA indígena, mas é só para...
Animar a turma... Vamos faze não sei o que. Um COI, Comitê Olímpico Indígena
Internacional, sei lá. É nesse lugar aí que nós vamos. Esse daí é mais um exemplo também
de sustentabilidade. Isso é uma oca feita de bambu que não tem corda, não amarra com
corda, é a tecnologia que a gente fez no Rio e a gente vai estudar de como fazer lá em
Palmas para ficar um negócio bonito também. Você vê lá que não tem arquibancada, todo
mundo senta no chão. Todo mundo senta no chão. Por quê? Porque é onde o... Na aldeia é
assim, não é? E também para pôr os índios estrangeiros, que eles estão lá na frente... Senta
aqui no chão...Aonde a gente vai sentar? Senta aqui no chão. A cadeira do índio onde que
é? É aqui no tronco. Ali tem aquelas esteiras, então a gente vai fazer um negócio muito
legal, assim, sem fugir do nosso contexto. E vamos ter também uma feira das artes
indígenas. Isso é sempre um problema, o índio que vende artesanato, porque aquele índio
que fica lá em São Paulo vendendo ele descobre que tem os jogos indígenas, aí ele, ah, eu
vou lá também, ele é vendedor, não é? Então ele quer ser tratado igual o nosso convidado, o
índio que vem da aldeia, que nunca sai para vender... Porque a gente vai montar, como é
que fala? Stand dele, não é? Então, para prestigiar, então ele vai ter um local assim bonito,
a peça dele vai ficar bonita, a Patrícia tá trabalhando nisso, vai ficar um negócio legal, uma
feira, como é que fala, de alto nível. Bom, isso daí é um desenho mais ou menos daquela
oca, ali tá o pai do Aritana, Paru... Quando os jovens indígenas viram essa foto aqui eles
choraram porque o negócio da fotografia é muito interessante. E, aqui com o... Não sei se tá
certo, mas o nome ali da... Na verdade a gente fez uma experiência em Cuiabá junto com o
conselheiro aqui o Edimilton do MDA e foi a primeira vez e tal e agora tem um selo, um
selo que o MDA aprovou, não é? Isso é para mostrar, assim, a questão da soberania
alimentar que foi debatida lá em Lima, não é? Então aqui no Brasil nós vamos mostrar, não
vamos discutir, nós vamos mostrar, a mandioca, o mel, o açaí, eu aprendi a comer açaí com
o [inaudível], lá na aldeia dele, não é? Comer açaí, aqui... Bom. Teve o chocolate do
Tupinambá que eu sempre cito. Todo mundo queria comer esse chocolate do Tupinambá,
não é? Nossos irmão que estão lutando pela terra aí. Então, vamos criar uma feira legal.
Pode ir lá. A gente tá chamando a agricultura familiar das nossas aldeias. Ah, e tem
também a troca de sementes. Isso daí a gente tá estudando com a EMBRAPA. A
EMBRAPA tem um projeto assim, mas esse daí é outro lance, outra forma de... Essa troca
de semente a gente tem que tomar muito cuidado porque isso daí envolve a questão da
soberania dos nossos povos, não é? Mas já tá acontecendo, entendeu, pessoal? O que a
FUNAI chamava antigamente de Moitará. E aí essa bola não é? Essa daí é uma bola que
geralmente a gente leva para fazer durante os jogos que é a bola usada pelos Pareci, pelos
Nhambiquara e até Enenawê feito lá na hora para o futebol de cabeça. Então nós queremos
de repente pegar essa bola, viu presidente? Caracterizá-la como um patrimônio para as
olimpíadas, por exemplo. Nós vamos tentar interferir nas olimpíadas mostrar o que é
natureza, sustentabilidade e olimpíadas também. E finalmente, acho que já tá terminando...
Então, esse foi um desenho que o Carlos Terena criou, um indiozinho, assim, estilizado e
todo mundo fala, mas esse índio tá meio assim, então, mas o objetivo, pessoal, é esse
mesmo, entendeu? Se a gente colocasse um índio com cocar de Caiapó e todo mundo ia
falar, mas por que Caiapó? Se colocasse com Cocar Terena, mas por que Terena? Então a
gente meio que inventou uma bonequinha para gurizada curti também, isso vai virar um
boneco, vai virar uma camiseta não é? Então, como é que chama isso daí, é o mascote,
mascote como, assim como tinha o da Copa, que era um tatuzinho, ali a gente colocou um
indiozinho. Agora que eu estou vendo, parece que na testa dele tem um M, mas... Eu só
queria mostrar aqui finalmente que já tem uma decisão que tá sendo produzido nessa
linguagem, como é que fala, de marketing e tal, de arte e vai ficar realmente um
bonequinho e tem uma carinha até engraçada e ele vai ser animado, quer dizer, ele vai
mexer e já tem em 3D, a Prefeitura já montou e ele vai se chamar Cali, e eu quero dizer que
o Cali, na verdade o nome dele era Calivono, não é? Na nossa língua Terena, claro,
significa criança, nova geração. Aí a gente falou, vamos colocar só “Kalí” para não ter
problema com os parente, fala ah por que Terena, não é? Então, ele vai ser, vamos dizer
assim, que vai ficar convidando as pessoas, vamos lá para os jogos, uma coisa assim. E o
último é o símbolo do comitê intertribal que é o organizador do evento a nível brasileiro e
internacional, Prefeitura de Palmas e claro, o Ministério do Esporte e o Governo Brasileiro.
Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado, Marcos Terena. Agradeço em nome da CNPI pela
apresentação. Eu queria passar a palavra agora ao Rivelino, que é o representante do
Ministério do Esporte que vai fazer também a sua... Você vai apresentar alguma coisa, não?
Uma fala?
Rivelino Macuxi – Bom dia, não é? Agradecer aqui a oportunidade em nome do CNPI
agradecer a todas as autoridades, saudar as autoridades que estão aqui presentes. Eu quero
só fazer algumas considerações ainda em relação aos jogos mundiais. Lembrar que foi uma
iniciativa do ITC, assim como Copa, olimpíadas, são criadas por entidades civis, são
iniciativa, iniciativas civis, de fato, e que o Ministério do Esporte, em dois mil e treze, ano
passado em Cuiabá, assumiu, então essa responsabilidade. E logo em seguida foi o processo
da candidatura das cidades que queriam sediar os jogos e Palmas, dentre três cidades que
propuseram a sediar os jogos, foi eleita, então, como sede dos jogos mundiais dos povos
indígenas. E logo em seguida criou-se, então, o Comitê gestor que é representado pelo ITC,
Prefeitura de Palmas e o Ministério do Esporte, são instâncias máximas de deliberação e
discussão e deliberação sobre os assuntos relativos a isso. Agora, em seguida, criou-se
também a Secretaria, que aí a Patrícia está aqui para nos ajudar se for necessário, criou-se
uma Secretaria Extraordinária na cidade de Palmas para acomodar, então, essa discussão,
esse debate sobre os jogos mundiais e realizar os jogos mundiais. Em seguida, nós
montamos, estamos montando parceria ampliada, desde o ano passado nós estamos
buscando experiência de nós fazermos ações conjuntas. Intersetorial que eles chamam,
interministerial, por que? Porque nós entendemos que isso é óbvio, todos os indígenas
conhecem, que as nossas ações são articuladas, não são... Os nossos trabalhos, as nossas
atividades, não estão nas caixinhas como está dividido o governo, por exemplo, o governo
tem Ministério do Esporte, de Turismo, de Cultura, de Educação, enfim, e que muitas
vezes, inclusive o professor citou aqui na fala dele que muitas vezes esse puxa e encolhe...
Fica querendo se sobrepor em cima de um outro, enfim, há uma dificuldade de fazer uma
junção de ações para atender a população brasileira, para atender a população mundial,
nesse caso, não é? Então, nós estamos fazendo essa parceria ampliada exatamente para nós
juntarmos ações, não ser apenas eventos só de jogos, só esporte, não, nós queremos trazer
MDA. MDA desde o ano passado já é um grande aliado do Ministério do Esporte, referente
aos jogos indígenas, não é? Ministério da Cultura, Saúde, Educação. Nós estamos
discutindo com essa... Com esses parceiros para que nós possamos realizar um evento do
primeiro jogos mundiais de uma forma mais articulada e mostrar a cara do Brasil como está
organizado. Essa é um grande interesse do Governo federal de nós podermos, como é a
primeira edição dos jogos mundiais, nós mostrarmos o menos possível. Eu sei que a gente
na vai chegar a 100% da situação, até porque é a primeira vez que estamos assumindo. É
uma criança para o mundo que é o brasil que assume. Por isso há uma necessidade de os
governos dos setores de governo se articularem para esse lado. E estamos trabalhando essa
parceria. A ultima reunião estamos fazendo dia 15 com MinC e com MEC. Vai ser uma
nova construção. Essa parceria ampliada logo ao final vai ser mandado oficio para os
representantes da pasta que vai indicar seu representante do ministério. O MDA me parece
que é o Edimilton, enfim, da Justiça é a Teresinha e, esses indicados serão portariados por
meio da portaria interministerial. Vai então se tornar ali aqueles membros efetivos na
portaria ampliada. Mais referente aos jogos, estamos criando então um site especifico onde
todo mundo vai poder acessar. Vamos lançar esse site em quatro idiomas como falou o
Marcos. São idiomas internacionais e que vão estar divulgados e lá no setor do evento vai
ter uma transmissão dos jogos online. Está acontecendo em Palmas, mas Canadá, Austrália,
Bororos, Xavantes vão poder assistir na hora que acessarem o site. Existe uma estrutura que
vai ser montada e a ideia é sempre deixar legados para os povos, para a cidade., lembrando
apoiado pelo Ministério do Esporte, mas ainda não é programas ou projeto de governo.
Como eu falei, foi uma iniciativa do ITC, uma iniciativa privada, uma iniciativa civil que
está apoiada pelo governo. É diferente de uma ação que estamos querendo agora a partir do
fórum, discutir com os povos indígenas como queremos agora daqui pra frente organizar os
jogos, nosso esporte, lazer, enfim. É uma instancia que queremos começar a debater daqui
pra frente. Lembrando que jogos mundiais é apenas um evento que foi solicitado apoio e o
ministério está apoiando esse evento e, possivelmente nos jogos, no decorrer do fórum já
vai ser carimbado de fato como jogos mundiais e, que vai ter sequência. E que a cidade ou
país que sediar o segundo evento, por exemplo, é de responsabilidade dele. Não é uma ação
de governo, programa de governo federal, mas um evento apoiado pelo governo como a
primeira inciativa, primeira edição dos jogos indígenas. Nesse sentido, gostaria que todos
os indígenas do Brasil inteiro entendesse exatamente essa particularidade. Muitas vezes...
Não está sendo contemplada tal etnia, tem critério. Existem critérios adotados pelo ITC e
tem todo o principio e regras que estão sendo obedecidas e o Ministério do Esporte só
valida ou então tenta intermediar nessas ações, que são do ITC que é o idealizador e, que
vai realizar junto com a prefeitura de Palmas, que vai ser o conveniado com o Ministério do
Esporte pra executar então os jogos mundiais em 2015. Eu não sei se a gente abre espaço
para debate sobre jogos mundiais e em seguida faço uma apresentação...
Flávio Chiarelli – Você queria fazer a apresentação?
Rivelino Macuxí – Isso.
Flávio Chiarelli – Vamos fazer a apresentação então. Vamos lá. Após a apresentação eu
vou abrir o espaço para o representante do munícipio de Palmas. Se a senhora Patrícia
quiser se manifestar também e já vou colher as inscrições de quem quiser falar.
Rivelino Macuxí – Eu vou aqui me ater mais na questão do fórum especificamente. Então,
é o I Fórum Nacional de Politica, Esporte e Lazer para os Povos Indígenas. É um fórum que
desde 2012 quando cheguei ao ministério eu estou tentando realizar, mas é um tanto
complicada essa parceria. Quem está sendo parceiro é a UFMT - Universidade Federal do
Mato Grosso, que tivemos algumas dificuldades e, conseguimos agora descentralizar a
verba e eles estão organizando. O publico alvo hoje é de 300 indígenas participando, 27
estados, de todos os estados, pesquisadores e intelectuais, representantes de organizações
indígenas, colaboradores. Estamos chamando para o primeiro momento 27 mediadores
representantes dos estados. Eles que vão de fato mediar entre o conhecimento cientifico e,
conhecimento tradicional. Vamos dizer como queremos e, se os doutores não entenderem
ou tiverem dificuldade, eles é que vão nos ajudar a mediar esse diálogo, a mediar, fazer. De
fato eles vão fazer o papel de facilitador da realização do fórum. Nós estamos chamando
dez doutores na verdade, quem está responsável por isso é a UFMT que está trazendo os
doutores especialistas no assunto, tanto no esporte quanto cultura indígena. Inclusive nosso
grande doutor Gersem Baniwa está sendo convidado para fazer parte dessa mesa. Estou
trazendo dois representantes indígenas da Venezuela. Peru e Canadá ainda não estão
confirmados, mas da Venezuela já confirmamos, até porque eles estão lá fazendo esse ano
que vem a 48ª edição dos jogos deles e que chamam de encontro das comunidades
indígenas. Então, eles têm uma expertise, uma experiência muito larga. Inclusive eles têm
um modelo que eu achei interessante e eu estou trazendo para exatamente tentarmos junto
com eles tentar criar esse programa também no brasil. Ao invés de ser apernas eventos, mas
criarmos de fato programas de governo, ação de politica, politicas de esporte e lazer para os
povos indígenas. Onde possamos ter inclusive, deixar legado dos jogos para os povos
indígenas. Lá eles têm um modelo interessante e estou trazendo esses dois para passarem
para a gemente como iniciou, quais foram as maiores dificuldades, os desafios que se tem
hoje e, como está hoje. Qual é a articulação que eles têm hoje? Eles já têm lá o ministro
indígena que cuida dessa questão dentro do Ministério do Esporte deles. A ideia é
avançarmos também. Não ficar apenas na coordenação, mas avançarmos e ocupar de fato
esses espaços dentro do governo e, que possamos daqui para frente discutir de fato do ponto
de vista indígena. A ideia é criarmos uma secretaria, posteriormente um Ministério do
Esporte, enfim, essa é a ideia. Por isso a vinda desses dois. E estamos convidando os
ministérios, secretarias e outros autores que também trabalham com as questões indígenas,
mais especificamente na questão do esporte. Qual o objetivo. Então, o objetivo é construir
um documento orientador para promoção de politica publica de esporte e lazer para os
povos indígenas por meio de debates com lideranças indígenas e intelectuais. Aí temos
eixos temáticos. Temos quatro eixos temáticos: esporte e lazer, cultura e território. O
marcos falou aqui de que sem o território, sem a terra de fato na existe educação, não existe
saúde, não existe cultura para os povos indígenas. Todos os assuntos que vamos abordar aí.
Vamos estar sempre relativos, sempre levando a questão do território, que é uma forma de
nós garantirmos o nosso território por meio de algumas ações de governo por isso vamos
estar discutindo a cultura e o território nesse fórum. Afirmar o nosso território.
Desenvolvimento sustentável. É preciso que nós utilizemos esses espaços no governo, mas
que criemos também possibilidades de programas sustentáveis, tanto de nós assumirmos
projetos, programas que são destinados aos indígenas. Temos de fato autonomia em
discutir, mas também criar condições mesmo, condições econômicas, condições de
alimentos, condições enfim. Vamos estar discutindo de que forma podemos aproveitar esse
programa e, fazer com que de fato aconteçam politicas publicas para s povos indígenas.
Não ficar, por exemplo, Ministério do Esporte está apoiando com 8 milhões os Jogos
Mundiais. E se formos olhar, desses oito milhões o que vai ficar para os povos indígenas?
Praticamente nada, vai ficar para a cidade de Palmas, que pode ser utilizado pelo indígena,
mas não é especificamente indígena, do índio. Então, precisamos pensar nesse lado
também. De como podemos daqui para frente de fato utilizar dessa maquina e nós termos
benefícios a nosso favor. E não apenas levar a beleza, mostrar nossa beleza, mas
futuramente depois o que fica para os povos indígenas. Precisamos discutir. Por isso
estamos apresentando para o CNPI e que vai colaborar e, que vai contribuir com a gente. A
ideia é, nós, depois do fórum encaminhar para a CNBPI para que o resultado disso seja
discutido também nas conferencias locais, regionais, enfim. E sair um documento para o
governo federal de como queremos daqui para frente. Aí temos saúde e a educação.
Também está relacionada ao esporte e vamos discutir junto com o Ministério da Saúde,
com as secretarias estaduais de saúde, de educação como podemos também trabalhar isso
no contexto do esporte. Assim como o Marcos coloca M de Marcos T de Terena, coloco
também de i de ianomâmi, que é da minha região, claro. Foto, vamos lá. Finalmente, vamos
trabalhar também a questão do esporte de alto rendimento. Esse é um assunto mais
delicado, mais complicado e que vai com certeza ter algumas arestas que vamos precisar
podar. Até porque existe uma conversa: você está querendo esportivizar, nova palavra que
chegou porque para nós existia esporte, para nós existe tradição, cultura, espiritualidade,
mas esporte não é da nossa era. E nós estamos assimilando, assim como está chegando
agora a esportivização. É uma outra palavra que acaba complicando, confundindo a nossa
cabeça. Mas a ideia na é esportivizar especificamente a questão indígena. Mas também
abrir a oportunidade para os nossos jovens. Isso não é uma reinvindicação nova. Eu me
lembro, sou do movimento indígena, entrei no movimento indígena na década de 90, mais
ou menos, e essas discussões de certa forma já aparecia em alguns momentos. E como
estou ocupando este cargo, a ideia é tentar buscar, oportunizar para nossos jovens a questão
do esporte profissional também. E dentro disso a ideia é discutir também uma instância,
uma entidade que represente esporte indígena. Talvez criemos aí então, uma confederação a
exemplo da CBDU. CBDU é a Confederação do Desporto Universitário. CBDE, enfim,
representam. Na mesma ocasião em que foi apresentado os jogos mundiais lá em Cuiabá
também foi apresentado da “seleção indígena” um pedido de apoio para irem participar lá
na Colômbia, dos jogos de futebol indígena na Colômbia. Não conseguimos apoiar esse
grupo a ir para lá porque não tinha nenhum representante, nenhuma entidade que
representassem eles. Então, temos uma dificuldade. Precisamos passar essa etapa
precisamos vencer essa etapa. Precisamos nos organizar melhor para nós discutirmos junto
com o governo, pleitear junto ao governo os nossos interesses relativos ao esporte e lazer.
Aí então, essas já estão ultrapassadas, mas nós estamos planejando para 27 a 31 de janeiro o
encontro desses mediadores, esses 27 mediadores. Vamos passar para eles as orientações de
como eles vão indicar representantes dos estados. E eles vão voltar para o estado com uma
responsabilidade. Eles é que vão indicar quem vem do estado para discutir o fórum. Não é
Rivelino, não é o Ministério do Esporte quem indica esses representantes. Vamos orienta-
los. Queremos a participação das mulheres. Queremos participação dos caciques, jovens,
enfim. Vamos fazer algumas orientações, mas quem de fato vai indicar e organizar a vinda
desses indígenas, desses parentes, é o mediador que vai representar o estado. Em no final de
fevereiro vamos dar um mês para eles se organizarem, se articularem nos estados e, dia 28
de fevereiro a 02 de março realizarmos o fórum propriamente dito. E logo em seguida
apresentar para o ministro o documento final do nosso fórum. E em seguida fazermos,
executar o que propusemos como documento orientador. Vamos destrinchar em programas,
vamos começar a discutir a respeito. Aí tem dois parentes e não sei se são Terena ou,
parece que são [ininteligível] lá do Pará. E não diferente do Terena eu coloquei também na
língua Macuxí.
[Participante de expressa em língua indígena.]
Rivelino Macuxí – “Teng”. “Teng” significa muito obrigado. Povo feliz é um povo com
sabedoria. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Rivelino. A senhora Patrícia também vai apresentar um
material ou é só uma fala?
Patrícia Fregonesi – Na verdade não preparei nenhum material, mas eu gostaria de
aproveitar a oportunidade, já que o Marcos apresentou o nosso mascote. A gente já tem um
pequeno vídeo de apresentação dele e eu gostaria de apresentar para vocês terem
conhecimento. E reforçar apenas a Secretaria Extraordinária dos Jogos Indígenas foi criada
pela prefeitura para que de fato a gente consiga fazer toda a articulação desse que vai ser o
grande evento esportivo no Brasil ano que vem. A gente está entre Copa do Mundo, que foi
em 2014, Olimpíadas em 2016 e, no meio disso tem os Jogos Mundiais dos Povos
Indígenas. A gente vai ter ano que vem apenas dois outros grandes eventos no mundo
esportivos: Pan no Canadá e, o Mundial de Rúgbi. Então, a gente tem tudo para ser um
evento de fato de renome, um evento de grande porte e, essa é a nossa intenção. A intenção
de Palmas é fazer com que esse evento coloque a cauda indígena em questão no mundo
todo e, que eles sejam vistos pelo mundo todo. Consegue abrir Teresinha o pendrive para a
gente? Vamos apresentar só dois vídeos para vocês. A gente já está trabalhando no
processo de articulação, de execução. O Rivelino ponderou aqui em relação ao convenio
com o ministério. O convenio do ministério é basicamente para execução do evento. Não
contempla nenhuma parte de infraestrutura. Infraestrutura é a cidade de palmas que está
providenciando. E aí estamos correndo atrás de uma serie de patrocínios e outras parcerias.
E, além disso, a Secretaria também é articuladora tanto com as secretarias do município
quanto com o governo do estado, para que a gente consiga de fato providenciar. Tem um
vídeo que se chama Kalí, Kalí 3D. Kalí.
Esse é o Kalí. A gente já tem uma pequena animação. Esse não é o 3D ainda dele. Tenta no
abrir com. Eu acho que sim. Aqui eu não consigo ver direitinho.
[Apresentação de vídeo.]
Patrícia Fregonesi – Aí já tem a nossa marca. Se você puder voltar no pendrive Teresinha
tem o primeiro esboço dele em 3D. Aquele 3D lá no cantinho. Tem três segundos só para
poder ver em 3D e que ele já começa a ganhar mais forma. Então, esse já é o nosso Kalí. A
gente já está trabalhando nesse mascote. Eu vou apresentar para vocês também e, tem outro
vídeo Teresinha, que é o vídeo da nossa campanha teaser. A gente já começou a trabalhar
em cima de uma campanha, de um conceito de imagem e, a gente já está em alinhamento
com o ministério para ampliar, mas a gente já tem um site no ar:
jogosmundiaisindigenas.com e não tem br, com algumas noticias inclusive, algumas
informações bastante relevantes. Então, a gente já está com esse site no ar. Se vocês
quiserem entrar já tem algumas informações. Essa é a nossa campanha teaser.
[Apresentação de campanha teaser.]
Em 2015 somos todos indígenas e, ano que vem a gente está com essa campanha no ar.
Obrigada.
Flávio Chiarelli – Perfeito. Obrigado Patrícia. Eu estou com três inscrições aqui: Lourenço
Krikati, Edimilton do MDA e o Valcelio Terena.
Flávio Chiarelli – Pois não.
Simone Karipuna – Só uma questão de ordem. Até meio encaminhamento nosso. De a
gente conversar dentro de dez minutinhos, a bancada indígena, e para que a gente também
não se alongue, pois tem pessoas querendo um posicionamento da nossa bancada.
Queríamos pedir permissão para poder ter uma conversa. Eu estou consultando, eu estou
propondo. Pode ser?
Flávio Chiarelli – Se todos concordarem acho que a gente pode inclusive ter um café e eu
não se já tem até um coffee break que era para de tarde. Não tem? Então certo. Vou
aproveitar... Pessoal, retomando aqui então, eu tinha uma lista de inscrição aqui que eu não
sei se mantém.
Em relação aos jogos aproveitando a presença dos nossos convidados, eu não sei o que a
bancada indígena e não sei se vocês querem uma pessoa falando em nome de todos. Como
é que vocês querem fazer? Só lembrando que como são doze e trinta a gente está propondo
aqui e grande parte já aceitou, de a gente não parar agora para o almoço, a gente vai até
umas duas horas e, acho que até duas horas a gente consegue encerrar e aí a gente não
voltaria à tarde. A gente ficaria liberado. Então, a gente vai... Isso. Mas, então, a gente vai
esgotar nosso assunto aqui com os convidados e depois a gente vai fazer o fechamento da
nossa reunião da CNPI. Então, eu pergunto de novo para a bancada indígena: alguém quer
falar em nome do grupo? É aberto? Cada um vai falar? Então, o primeiro inscrito é o
Lourenço Krikati.
Lourenço Krikati – Bom dia de novo. Lourenço Krikati – Região Maranhão – COIAB
Norte. Eu queria em primeiro lugar agradecer o parente Marcos, Rivelino, representante
hoje dentro do esporte. Eu vinha em outras oportunidades a gente vinha conversando um
pouco, trocando ideias como a gente pode estar ajudando nessa construção que ele acabou
de apresentar. E o marcos Terena eu quero só parabenizar por sua iniciativa do seu
conhecimento. E eu quero aqui falar para os parentes e eu sei que não lembra. O Marcos
terena era estudante. Um pouco rápido a historia de 81. O meu pai era estudante, meu pai
passou três meses aqui e guardava alimento dele porque na FUNAI não tinha como chegar
e dar tempo de jantar. Então, meu pai passou esses três meses aqui, estava doente e, ele
falou para mim uma época dessa sobre isso. Mas assim, eu quero diretamente no assunto
dizer para o marcos que é interessante essa iniciativa, o esforço acontecer os jogos
mundiais hoje no brasil. Eu sei que são vários parceiros, o próprio governo está aí e vai
apoiar, vai apresentar a cara do Brasil, como os povos indígenas têm seus valores, seus
valores culturais, econômicos, sociais e, principalmente para o meio ambiente no nosso
país. Isso vamos apresentar. E o próprio governo brasileiro e, já falaram os valores, oito
milhões serão gastos não para nós diretamente, mas para treze dias na apresentação, mas ao
mesmo tempo retornam para seus locais e não permanecerá com esses valores, não ficarão
com a gente. Mas sim pelo menos essa apresentação. E me preocupa, como um dos
representantes da Amazônia brasileira, como organização como a COIAB e dentro do
CNPI, membro titular me preocupa hoje muito. Eu quero perguntar e espero que ele
entenda minha pergunta e, com certeza ele não vai se sentir como se fosse agressão, mas
uma pergunta que venha para nós a publico e estamos preocupados. A nossa preocupação
primeira pergunta na hora que eu levantei a questão foi: temos hoje e vai acontecer em
Palmas, Tocantins e, sabemos hoje que a representante politica de Tocantins, senhora
senadora Kátia Abreu está junto nesse apoio para se promover, achamos, mas, no entanto
ela é uma das politicas hoje chave, que hoje em dia, esses tempos para cá uma das maiores
anti-indígenas. Querendo destruir dentro dos nossos direitos do qual os povos indígenas
apresentarão em 2015 toda aquela beleza, todos os valores que temos no país, nos 27
estados com certeza alguns serão selecionados representando s povos indígenas. Me
preocupa nesse momento, essa semana enfrentamos essas pessoas tentando impedir
principalmente nosso direito que adquirimos e conquistamos com muita luta e quem fez
parte, o Marcos Terena nessa luta para conquistar esse direito. Então, a pergunta é, eu
relatei um pouco essa questão dessa pergunta. Me preocupa hoje, mas como sugestão e
aproveitando sugestão para o Marcos, nessa oportunidade, porque não, porque vai ter vários
representantes dos estados, povos e, a nível mundial vamos estar olhando para a população
indígena brasileira, eu queria que começasse nessa oportunidade não só sensibilizar, mas
mostrar a cara de como hoje está acontecendo no Congresso os direitos dos povos indígenas
brasileiros. Porque nós hoje estamos sofrendo muito com isso. E todas as lideranças que
estão aqui e, alguns que foram ontem e hoje saíram muito decepcionados com a atual
realidade que a gente encontra aqui. essas perguntas por que eu queria de você, secretario
que vai estar acompanhando, representando Palmas, porque essa é a situação de hoje. Outra
que eu olhei um pouco e queria só lembrar para ajudar. Ao invés de um branco, sugestão,
ao invés de um branco que está aqui mostrando a flecha e arco, porque não, se é dos povos
indígenas, então põe o indígena original, com arco e flecha para realmente aquele é
indígena mesmo. Mas não figurar como indígena. Nós olhamos aí e queremos ajudar a
melhorar a apresentação. E uma segunda sugestão é que seja junto na organização não só o
marcos, assim, sugerindo, muitos jovens que podem estar contribuindo na organização. Que
sejam os indígenas jovens para aproveitar os intelectuais para ajudar a organizar nos jogos
para que venham para o fórum e estar ajudando também essas pessoas para melhorar nessa
organização. Essa era minha explanação. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Lourenço. Eu tenho sete inscritos, então vou fazer um bloco
de três intervenções e, então, passo a palavra para nossos convidados. O próximo é
Edimilton do MDA.
Edmilton Cerqueira – Como o Terena colocou, o ano passado no âmbito dos jogos lá em
Cuiabá aconteceu a I Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena. E no próximo
ano no âmbito dos Jogos Internacionais Mundiais acontecerá a II Feira Nacional da
Agricultura Tradicional Indígena, como eu já informei na ultima reunião dessa CNPI. A
PNGATI prevê em um dos seus eixos, o eixo que trata da inclusão produtiva, a criação de
um selo de identificação da procedência étnica e territorial dos produtos indígenas, seja de
agricultura extrativista como também do artesanato. E o selo foi lançado, aí é o site da
FUNAI. Hoje temos no Brasil dois selos de identificação étnica: selos Quilombos do Brasil
e, o selo Indígenas do Brasil. Que ele é articulado com o selo da agricultura familiar. E nós
estamos confeccionando, o MDA e a FUNAI, o material de divulgação seja folder e o
manual de aplicação para distribuição para todos os povos indígenas no Brasil, para que
conheçam o selo, qual a importância do selo, como adquirir o selo. Na feira que aconteceu
ano passado em Cuiabá, como eu falei na reunião da CNPI, tínhamos lá vários produtores
já utilizando o selo ali de baixo que é o selo da agricultura familiar nos seus produtos, no
mel, guaraná, açaí, nos bolinhos. Chiquinha estava lá, foi na feira e viu, e a ideia é que na II
Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena que acontecerá junto com os jogos
mundiais, todos os produtos tenham dessa vez não só o selo da agricultura familiar, como
também, o selo Indígenas do Brasil. A FUNAI fez uma ilustração ali, é castanha só para
ilustrar. É só ilustração, para a gente ter uma ideia. Ou seja, a castanha indígena com o selo
Indígenas do Brasil e, você ter um produto em um supermercado, por exemplo, de qualquer
lugar deste país e, o consumidor vai na prateleira do supermercado e vai encontrar ali um
produto, arroz, feijão, açaí, farinha, etc., e vai ver o selo produto indígena. E vai ver ali qual
é a etnia, vai ver qual a origem, qual é a terra indígena. E isso contribui para desmistificar
essa ideia de que os povos indígenas não produzem, como eu falei também na reunião
passada. Então, o que a gente precisa cada vez mais é massificar essa ideia. Povos
indígenas produzem, produzem de qualidade, produzem com diversidade e, está aqui o
nosso produto. Então, em breve todos os povos indígenas, todas as etnias receberão o
material de divulgação, o manual de aplicação, quais são os procedimentos que devem ser
feitos. Então, o selo que foi instituído através de uma portaria interministerial do Ministério
do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Justiça. E a construção feita pelo MDA e
pela FUNAI a construção e implementação do selo. Então, era mais no sentido de reforçar.
É mais uma ação prevista na PNGATI se concretizando importante de que não foi algo
imposto pelo governo, mas foi fruto do debate dos povos indígenas no Brasil no processo
de construção da PNGATI. Ou seja, os povos indígenas disseram: queremos ter um selo
que identifique os nossos produtos, a procedência étnica e a procedência territorial. Hoje os
povos indígenas finalmente têm o seu selo e, que já agora em 2015 poderá estar sendo
colocado nos seus produtos, como falei, na agricultura, extrativismo e no artesanato. E a
feira, assim como os jogos estão sendo construídos, a feira também está sendo construída. E
não é muito fácil. Porque você um Brasil com as dimensões que nós temos, você não leva
apenas o produtor para expor e comercializar os seus produtos. Na feira passada não ficou
nada. Eu até falei aqui e o presidente relembrou, o Terena relembrou o chocolate orgânico
dos meus parentes Pataxó, meus conterrâneos, que foi uma febre. Acabou rápido. Então,
organizar uma feira não é fácil. Você não só leva os produtores para fazer a exposição e
comercializar, como você tem que levar o produto. Produto que sai da aldeia, vai por barco,
avião até chegar em Palmas. Então, é uma logística pesada. E a feira, os recursos dos jogos,
como foi dado o informe, Ministério do Esporte e, prefeitura de Palmas com suas parcerias.
A feira, o recurso é oriundo do MDA. Toda a montagem da feira, estrutura da feira,
deslocamento dos produtores, o recurso é do MDA, que acontece juntamente paralelemente
com os jogos. Seria isso. Só para reforçar.
Flávio Chiarelli – Obrigado Edimilton. Valcelio Terena.
Valcelio Terena – Bom dia mais uma vez. O Marco nosso conterrâneo de Mato Grosso do
Sul e, para mim é um prazer estar recebendo você aqui na CNPI. Isso eu já vinha fazendo
um comentário há muito tempo, em relação também a essas participações. Toda vez vem
falando, é uma liderança já reconhecida a nível nacional. E o que me traz aqui Marcos é
uma preocupação minha enquanto Terena de Mato Grosso do Sul. Nós somos cobrados em
relação a não participação na realidade, desses eventos que vem acontecendo. Sabemos que
pelo seu conhecimento é abrangente a nível estadual e nacional. Então o que acontece? Nós
tivermos muita reclamação em relação, não que seja uma reclamação diretamente para sua
pessoa, mas o modo de a gente estar fazendo os projetos. Nós precisamos estar discutindo
realmente a forma de a gente estar conduzindo. Eu gostei bastante da apresentação desse
projeto eu participei com prazer na carioca no Rio então, hoje as novas lideranças precisam
também estar participando, contribuindo com os seus conhecimentos. Você acabou de falar
quando chegou aqui, amanha você vai estar descansando, tem mais sossego, então a
bancada da CNPI quer cobrar. Somos uma instancia que discute com o governo e, uma
preocupação nossa de também estar participando e contribuindo de que maneira, aonde
podemos estar contribuindo. Que na verdade o nosso país não está sendo essa beleza toda
para o lado da questão indígena que pode ser apresentada. Nós estamos vivendo uma
questão em um período difícil, a questão do Congresso. Todo mundo sabe essas
mortalidades que estão ocorrendo no nosso estado. Ontem mesmo a gente soube dessas
noticias. Então, eu como representante da CNPI, isso me deixa bem a vontade para te falar,
para os demais companheiros, Rivelino, a Secretária da prefeitura de Palmas, a gente poder
fazer mais um afinamento, juntar mais as comunidade para a gente saber de que maneira a
gente vai conduzir, de que maneira vai ser convocado esse pessoal para a gente fortalecer
mais. Porque na verdade eu no meu conhecimento, esses jogos vão mostrar o que está
bonito no nosso país, mas o lado negativo que estamos vivendo no presente não ser
apresentado, como aconteceu na Copa do ano passado. Teve muito protesto. Já sabemos
também que esse projeto está em andamento e, você como Terena a gente tem que buscar
no nosso estado também, conversando, repassando. Os parentes têm essa necessidade de ter
um conhecimento melhor. Então, fica aqui a minha sugestão para o Marcos, em relação
onde a gente está ampliando esse projeto para as nossas lideranças. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Valcelio. Agora na verdade só tem uma pergunta que foi feita
pelo Lourenço, eu vou avançar aqui nas colocações. Wellington Gavião.
Heliton Gavião – Wellington Gavião – Regia do Amazonas. Marco eu quer agradecer a
explanação de vocês dois, Rivelino e, claro que é importante essa criação e a sua
participação dentro do governo. O que eu quero sugerir, propor é que muitas vezes a gente
conquista um espaço dentro do governo, mas ao mesmo tempo a gente não tem a
divulgação, a transparência para estar divulgando a nossa atuação, a participação nossa
dentro do poder publico. Falta muita ainda para a gente construir entre a gente, com certeza.
E com certeza essa representação dentro do governo é uma forma de a gente quebrar tanta
barreira, a visão critica negativa que a sociedade com as populações indígenas. E eu
gostaria de dizer Marco, e Rivelino, que a gente a partir de agora vamos trabalhar em
conjunto como cada liderança falou, membros do CNPI. Não adianta a gente ter uma
representação dentro do governo e a gente esconde a nossa representação ou a nossa
participação dentro do governo, com essa falta de divulgação. Acho que falta vocês dois,
acho que nem todos os povos indígenas sabem que tem essa representação. Aonde vocês
representam os povos indígenas nem todo mundo sabe. Eu acho que isso falta. A gente
divulgar, trabalhar com transparência na base, para que nosso povo entenda e tenha
conhecimento dessa representação que tem dentro do governo. Já basta que governo tenha
sempre essa politica que vem apenas só destruir os povos indígenas. Eu acho que nós
precisamos fazer isso. Construir, dialogar, se aproximar mais entre nós. A bancada indígena
e movimento indígena. Eu sei que vocês dois nasceram dentro do movimento indígena e,
hoje vocês estão dentro do governo representando os povos indígenas. Então, acho que falta
isso, a gente começar a dialogar e construir esse plano que vocês apresentaram aí em
coletivo e não em gabinete fechado como o governo sempre faz. Construir a política com o
planejamento deles. Acho que isso, o que falta é isso. Estas pequenas coisas. Eu acho que
esta representação vem tentar visibilizar. Criar uma politica voltada à questão. Isso é
importante. Não adianta a gente ter uma apresentação que a gente não está sabendo
divulgar, usar ela como instrumento legal para quebrar esse preconceito que sempre tem
contra a gente. A sociedade com certeza tem essa visão critica referente aos povos
indígenas. Não podemos continuar cm esse preconceito, alimentar esse preconceito dentro
da sociedade não indígena. E outra questão também. O que falta é vocês terem uma, vamos
dizer, uma equipe de articulação, de divulgação em cada estado. Como eu estava falando,
nem todo estado onde tem povo indígena sabe se tem essa representação esse encontro
planejado para acontecer. E no estado de Rondônia sempre é convidada só uma etnia, meu
povo Gavião. Catarino, você sabe, é seu colega de luta desde muitos anos. Então, se tem
muitos indígenas em cada estado a gente precisa divulgar esse encontro que vocês estão
planejando para acontecer, a gente não pode trazer apenas uma etnia para divulgar a cultura
deles. O que falta é isso. A gente preparar a comunidade na base de não trazer de não trazer
despreparada. Eu acho que nessa parte tem uma pequena falha da parte de vocês. A gente
começar a se organizar melhor, se planejar melhor em conjunto. Era isso que eu queria
dizer para vocês. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Wellington. Dando sequência aqui, vou só fazer um apelo
para a gente tentar fazer uma fala mais rápida. Dois, três minutos, bem objetiva só em
função do tempo, já que a gente combinou que não vai almoçar e vai seguir até as duas
horas, senão a gente não consegue terminar. O próximo inscrito é Akiaboro.
Ak´jabor Kayapó – Bom dia a todos. Bom dia Marcos. Eu fico muito feliz de você vir
aqui em um CNPI visitando a gente. Como você apresentou os trabalhos que vocês fizeram.
Tinha dezesseis anos quando saí no mato e chegar na aldeia piloto de avião da FUNAI.
Então, que eu conhecia você lá quando eu era jovem ainda. E depois quando você volta
larga de ser piloto de avião da FUNAI e, começou a luta com cacique Raoni, que é um
cacique mais velho Paiakã e outros que vocês estavam juntos. E daí eu aprendi sua luta e
estou começando a aprender e lutar igualmente a você está lutando aqui hoje, eu estou
lutando pelos nossos direitos. Já que vocês falaram que já está descansando, mas vocês já
tem experiência para a luta defender nosso povo, eu quero que você continue. Eu quero que
continue. Como os parentes já falaram que estamos sofrendo, estamos sofrendo. Um dia
que eu estava aqui em Brasília de outros lugares em uma reunião que eu participava, o
pessoal falou que o Marcos Terena foi representante dos indígenas na ONU. Então, muitos
indígenas que não sabem e falam que representa o indígena. Representante indígena do
Brasil, então porque ele representa como só mexer com jogo indígena, ou apoiar o governo,
ou apoiar o congresso, que é o que está acontecendo hoje. Esses projetos que estão
correndo. Poderia aqui o Marcos Terena representante dos índios do Brasil e ele pode
defender a gente fora e, aqui no Brasil também. Assim que os parentes comentaram que eu
ouvi também. Eu estou falando a fala para vocês abertamente para vocês continuarem a luta
com a gente. E depois disso vocês já fizeram muitos jogos tradicionais de vários lugares
que vocês foram apresentaram esse trabalho que você fez e, foi feito em Marabá. Foi feito
em Marabá e eu não fui convidado, mas o presidente Grêmio da FUNAI e, é Glênio não é?
Glênio. Então, esse presidente sempre liga para mim.; alguma coisa aconteceu, Akiaboro
tem um problema aqui e venha me ajudar. Vamos lá no Tesouro Nacional buscar recurso
para a FUNAI. Então, ele está me chamando direto. Ele me chamou e eu chego aqui e já
tem um jogo no Marapanim. Então, nós conversamos com o ministro da justiça e ele
convidou a gente para fazer a abertura. Eu fui na abertura junto com o ministro, com o
presidente e voltei. Só isso que eu fui participar. Então, é o seguinte: com isso parentes,
nós, como meus parentes falaram, nós estamos cobrando. Todos os movimentos nessa
beleza que vamos mostrar para o mundo, então, já que é mundial vamos mostrar. Então,
cada vez, quem vai e vai mostrar beleza, mostrar tudo para todo ver e que vem preparado,
mas para voltar o que ele vai levar para a família? É o risco a vida também. Pode acontecer
alguma coisa, acidente na estrada, avião e vai perder a vida das pessoas. Então, com isso
Marcos eu quero que você levante isso, aumente o recurso para dar aos parentes vir e levar
alguma coisa de volta para suas aldeias. E também, trazer eles para cá. Não só trazer e
pagar comida, transporte. Só isso não. Dorme embaixo da lona e você volta sem nada. Não
pode. Como igual eu Akiaboro venho viajando direto aqui para o CNPI. Eu tenho um
pouco de diária e venho aqui e gasto hotel, transporte e a comida. Eu vou levar o que de
volta? Alguma coisa acontece e a minha família vai sofrer. Então, é assim que está
acontecendo igual. Eu estou pedindo ao senhor e o secretario também para verificar isso.
Dar um valor para as nossas tradições, dar um valor também para eles levarem alguma
coisa para suas aldeias. Levar para a família. Era isso que eu queria falar para vocês
também. Tem a feira de sementes como já aconteceu na minha aldeia. Então, estou
convocando muita gente, até o Antônio Alves junto com a equipe que foi para lá junto com
representante do governo na feira de sementes. Então, com isso fizemos um documento,
muita gente participou e aproveitando isso fizemos um documento que levei até aqui no
ministério entregar o documento. Aquele que está acontecendo agora AGU PEC 215.
Entregar. Aproveitamos isso aí, aproveitando esse movimento. Então, vamos aproveitar
esse movimento para a defesa. Vamos brigar pelos nossos direitos também. E também, a
questão de Miss Kayapó e Miss Indígena. Também que eu quero falar com o senhor que já
foi divulgado pela internet, algumas fotos e algumas telas que eu vejo. Até outros
presidentes já viram, o pessoal aqui já sabe também, os visitantes participantes tiraram foto
com celular, esse Miss Indígena não é da nossa tradição Miss Indígena então, eles
colocaram musica dizendo que eu te pego. É verdade. E mostrando a bunda de indígena
peito de indígena e passando então, isso aí é desrespeito eu quero que vocês verifiquem
isso. Na minha região eu proibi. Proibi. A prefeitura fez lá e eu falei: negativo. Eu vou
mandar meu povo embora. Mas essa não é nossa tradição. Verifica isso. É desrespeito. Era
isso que eu queria cobrar. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Ak´Jabor. Marcos Tupã.
Marcos Tupã – Boa tarde à bancada, a todos. Então, eu acho que temos assim, grande
preocupação em relação ao contexto atual e em relação aos nossos direitos. E a PEC 215
está aí e ao longo dos anos vai ser o grande palco de discussão e enfretamento. Nós estamos
preocupados com essa questão que os jogos que vão acontecer como já existe fórum de
discussão também dentro desse espaço, que também possa esse espaço ser utilizado com
lideranças de suas regiões para colocar essa discussão em pauta. Eu quero falar também de
algumas situações que ocorreram em nossa região. De pessoas que vem também nesses
espaços, ocupando espaços e se colocando como indígenas ou que se representa como,
passou no PowerPoint de uma pessoa que é o Robson Miguel. Nós indígenas da região não
reconhecemos ele como indígena. Ele ocupou espaços, fez junto com Guarani a tradução do
Hino Nacional e, ele vem dizendo que ele que traduziu, que ele que fez interpretação na
língua Guarani e, usa isso como grande... Usando nosso nome, colocando como nome
Guarani e, de fato nada contra a pessoa dele, a gente respeita. Mas que além dele vieram
outras pessoas também ocupando esses espaços e aproveitando a oportunidade para se
autopromover. E isso vem prejudicando. Inclusive, no inicio do ano teve e eu não sei qual a
parceria no qual foi colocado como Jogos Indígenas cem São Paulo com a prefeitura de São
Paulo e, que não teve nenhuma consulta, nenhuma aproximação com as aldeias. E teve até
um constrangimento com as nossas comunidades que foram convidadas dizendo que ia ter
ônibus, transporte, essas coisas todas. Mobilizou todas as aldeias da região e, no dia que foi
datado o ônibus, não apareceu nenhum ônibus nem nada e nem ninguém para explicar o
que aconteceu e, acabou a comunidade não participando do evento. Então, são coisas assim
que acontecem. Além dele a gente tem outras pessoas como o Kaká Werá que fala que é
Guarani, ou que fala que se criou na aldeia e, usa desses espaços para se autopromover na
verdade. Então, para nós é muito triste isso. Enquanto tem lideranças de base de suas
comunidades e organizações que podem contribuir de fato com a estrutura, com a discussão
para que possa de fato se enriquecer. Mas esse ponto da questão de direito, estamos
correndo serio risco porque nosso artigo da Constituição ser alterado, mudado por conta dos
interesses do Congresso Nacional e, que esses espaços possam ter as lideranças,
representantes do seu povo e, as organizações também para que possam divulgar e articular
o movimento indígena para essa causa.
Flávio Chiarelli – Obrigado Marcos. Luís Titiah.
Luiz Titiah – Presidente, agradecer a vinda de Marcos Terena. Eu sei um pouco da sua
historia através da minha mãe. Acho que você lembra dela: Maura Titiah, Pataxó, Saracura,
Zeca Pataxó. Só queria fazer uma... Dizer que teve o ultimo jogo agora em Porto Seguro e
só fui informado agora pela Teresinha que estava no aeroporto embarcando para Porto
Seguro e, que parece que ia representar lá a CNPI. E não tive de condições de chegar a
Porto Seguro. Mas eu queria fazer umas perguntas Marcos. Tudo que foi representado, o
que vocês estão pensando para dentro desses jogos indígenas, que já está encaminhado, já
todo o processo, se pensando como vocês acabaram de esclarecer a questão do futuro do
jovem, o jovem indígena, etc. eu vim preocupado porque já teve relatos de algumas
lideranças, principalmente aqui na CNPI, o ataque que está tendo dentro das comunidades
indígenas dos jovens, na questão da droga, prostituição e etc. o que vocês estão pensando?
O Ministério do Esporte junto com essa ideia desse projeto seu, para implantar algo dentro
desse orçamento que foi apresentado aqui, para implantar algo dentro das aldeias onde o
jovem pode estar ocupando, principalmente no final de semana. Dentro desse projeto u
edital ou não sei o que pode nascer para poder se trabalhar, não só se trabalhar dentro desse
projeto só nos jogos indígenas. Sabe? E a outra pergunta é a seguinte: se tem alguns
coordenadores nos estados que representam esses jogos indígenas para a gente saber quem
são essas pessoas. Se for possível listar para nós. E a terceira pergunta é a seguinte: com
todo o conhecimento Marcos que vocês têm e, a história que você acabou de passar para
nós aqui e, que também serve de aula para a gente, a sua participação na luta indígena,
ajudar a criar e tudo, tem como você nos seus conhecimentos políticos, conhecimentos
dentro do governo, ou de fora, de outros países, tem como você nos ajudar e buscar um
apoio. Pode ser financeiro para ajudar nosso movimento indígena aqui no brasil. Para voltar
a desenvolver suas atividades de defesa ao nosso povo. E como você pode com o
conhecimento dentro do governo dialogar e ajudando a gente nessas questões que estão
passando dentro do Congresso Nacional. O exemplo foi levantado aqui, onde vai ter os
jogos na casa de uma pessoa que se chama Kátia Abreu, que está aí fortalecendo a bancada
ruralista com seus projetos de lei para acabar com nosso direito que é garantido na
Constituição de 88, que eu sei que você também participou nessa época. Ajudou também
nossas lideranças. Eram essas três perguntas que eu queria fazer para você e, que eu queria
uma resposta sobre que você pensa nesse primeiro momento nesse diálogo com a gente da
bancada indígena da CNPI.
Flávio Chiarelli – Eu tenho mais aqui algumas inscrições. A gente tem uma convidada
aqui Rosane Kaingang que quer fazer uma colocação também. Vou te conceder alguns
minutos Rosane Kaingang.
Rosane Kaingang – Bom dia a todos e a todas. Eu sou a representante da ARPIN SUL
para acompanhar os três poderes: assuntos, interesses e direitos dos povos indígenas na
região Sul em Brasília. Eu e o Marcos nos conhecemos desde 92, Eco 92 e assim Marcos,
no âmbito da CNPI a gente discute as nossas politicas publicas, os nosso representantes. E
tudo nós botamos para o aval, a reflexão e qual politica publica é boa para os nosso povos.
O contexto atual que vimos dentro do Congresso, temos Marcos e Rivelino, 273 ruralistas
de 513 deputados na Câmara, chegando a 300 e poucos. Mas que a gente viu são 273.
Nosso parentes apanharam. Você via a Kátia Abreu divulgando a história dos jogos
indígenas tanto lá fora como dentro dizendo que estava construindo uma estrutura muito
grande para os jogos. Ela é a Presidente da Confederação Nacional da Agricultura da qual
Famato e Famasul, que pega do Mato Grosso à região sul, é a CNA que patrocina as
mortes, a matança das nossas lideranças. no estado do Rio Grande do Sul, para você ter
uma ideia, contrataram empresa de segurança para matar índio, que são os capangas. No
contexto atual de mortes, na conjuntura atual, o movimento indígena ficou preocupado que
você pudesse estar fazendo jogos indígenas com a maior inimiga nossa. Essa é uma
reflexão que todos nós precisamos analisar em conjunto com vocês, porque veio uma
delegação de Tocantins na semana passada e que acompanhei porque a ARPINSUL é
membro da APIB, em que eles pediram para a presidente Dilma não nomear a Kátia Abreu
para o Ministério da Agricultura e fizeram protesto. Você está sabendo também da PEC
215 que quem pagou o relatório para o relator Osmar Serralho foi a CNSA. Temos
gravação da PF, grampo da PF e botamos essa gravação Marcos, para a própria presidente
Dilma ouvir em frente ao Palácio do Planalto e, dentro do Congresso nosso parentes
entraram lá na CNA, dançaram e colocaram a gravação. Ou seja, o relator tendencioso
favorecendo interesses da bancada ruralista. Isso é muito preocupante. Vamos trabalhar em
conjunto isso Marcos, tanto com os representantes da CNPI quanto o movimento indígena
Rivelino. Marcos na época nós brigamos por conta dos jogos de Guaíra, que os Kaingang
reclamaram que você tinha conversado com todas as autoridades menos eles. E Guarani.
Mas enfim, isso é um passado, mas o que eu digo quando se traz para o contexto aqui
Marcos, se traz para uma discussão regional com todos aqueles povos onde vocês vão fazer
os jogos indígenas, para que se discuta com eles quem pode ir e qual a melhor forma em
cada região. Essa é a sugestão que eu dou para você. Também Marcos você é servidor da
FUNAI. Eu ano sei se você se lembra que a educação fez oficinas regionais de jovens
indígenas. Foram 09 e, ali os jovens indígenas colocaram a demanda deles para a FUNAI,
que se tornasse uma politica pública, inclusive a FUNAI no setor de educação tinha uma
ação chamada Jovens Adolescentes Indígenas em Situação de Risco Social. E tornou-se um
projeto Segundo Tempo nas aldeias. O Segundo Tempo nas Aldeias para nós, o que
discutimos em termos de região sul, inclusive eu fui com o engenheiro e arquiteto da
FUNAI em uma aldeia Kaingang, eles pediram uma praça cultural com biblioteca e uma
quadra poliesportiva. Dessas 09 oficinas Marcos e aí Rivelino, a proposta que fizemos na
época para o Ministério dos Esportes que era o Agnelo, foi de ter um Segundo Tempo nas
Aldeias e, isso seria e a minha proposta como disse aqui que não leva a nada, não fica nada
de concreto dentro de nossas terras, ele quer dizer que vão fazer jogos indígenas, legal você
está levantando a autoestima desses povos, você está divulgando a cultura desses povos,
mas é necessário mais Marcos nesse contexto. É necessário e eu aí sugiro aqui ao
presidente da finai, Rivelino e você para emplacar dentro do ministério a politica publica, o
consolidado de demanda de 09 oficinas regionais, transformar em um convenio ou em um
termo de cooperação entre FUNAI através do CGPC ou a diretoria de desenvolvimento
sustentável, para ter a demanda desses jovens adolescentes atendidas, que é o Segundo
Tempo nas Aldeias. Inclusive foi contratado antropólogo para pesquisar as brincadeiras
tradicionais indígenas. E isso não se tornou uma politica publica. Hoje temos jovens, a
droga entrou nas nossas aldeias. Temos o alcoolismo e, aí Marcos, o que pedimos em
termos como representante da ARPINSUL e está aqui o Deoclides, que é cacique da terra
indígena da Candóia, é que vocês emplaquem com a FUNAI o convenio, termo de
cooperação e, que parte dos recursos e, que tenha recurso para emplacar essa demanda da
juventude, de jovens adolescentes das nossas regiões. Que isso torne-se uma politica
publica e que a FUNAI no seu PPA recrie a ação que foi criada para chamar jovens
adolescentes em situação de risco social através da educação. Essa é nossa proposta. E
Marcos e Rivelino, já que vocês estão nesse contexto a nível internacional da promoção
disso, eu queria lembrar você Marcos e ao Rivelino que tem um PL de acesso a recursos
tradicionais e genéticos rodando no Congresso nacional contrario à nós três anos ou cinco
anos, governo através de seus ministérios, Casa Civil, FIESP, Federação da Indústria e
Comércio discutiram a Lei de Acesso a Recursos Tradicionais e Genéticos sem nos escutar.
E a Casa Civil mandou para a gente de lei para dentro da casa e está rolando. Era para ter
sido votado semana passada. Neste contexto atual. Na conjuntura em que vivemos eu acho
que isso aproveitando que vocês fazem os jogos indígenas, tem que divulgar Marcos. É
preciso divulgar essa questão e é preciso discutir com esses povos que estão lá. E para o
governo o que nós e aí o Ministério da Justiça e todos os ministérios, nós chegamos ao
limite. Nós povos indígenas. Fizemos uma trajetória dentro do Congresso Nacional com
todas as lideranças com todas as lideranças dos partidos de esquerda e, os próprios
representantes desse partido falaram: cadê a posição do governo em relação á demarcação?
Parlamentares em uma reunião que a gente teve com PC do B, PV, PT e outros mais, não
tinham uma posição do governo em relação às mortes toda semana no Kaiowá, em relação
à continuidade da demarcação. Porque se isso não houver estamos construindo aqui coisas
que não terão sentido no futuro. E aí a omissão e o silencio de não dar continuidade à
demarcação, significa que para nós hoje está clara a posição do governo. Quando você se
cala e omite, quando você não pune quem está matando índio você está de acordo. As ações
concretas da continuidade da demarcação significa para nós a Presidente Dilma assinar 20
homologações, o senhor ministro da Justiça cumprir com o papel dele como ministro e
dizer: eu estou assinando treze portarias de declarações de posse de terra. E por favor leve
ao seu chefe que chegamos ao limite. Hoje como vimos o Congresso Nacional que nosso
parentes apanharam, nós entendemos que hoje a guerra começa. A guerra está começando e
as lideranças se posicionaram lá dizendo: é preferível morrer brigando com dignidade do
que eu me calar. É isso pessoal.
Flávio Chiarelli – Obrigado Rosana. Eu tenho só mais duas inscrições aqui e depois vou
passar a palavra para vocês. Para as palavras finais. Simone Karipuna.
Simone Karipuna – Boa tarde, os parentes que fizeram que apresentação, gostaríamos de
agradecer a presença de vocês por terem atendido nosso chamado. Vocês como parentes
sabem o quanto é importante que as informações nas nossas bases. E é nesse sentido que eu
queria fazer duas falas. Gostaria de fazer uma recomendação, de que saísse daqui da CNPI
uma recomendação e se eu esqueci de alguma coisa eu gostaria que depois fosse colocado
por vocês, uma é em relação à questão que chegasse para a gente quem são, e foi falado
pelo Titiah, quem são as referencias de vocês nos estados. Gostaria de ressaltar uma
questão superimportante e que também já foi falada por vários parentes em relação à
estrutura do evento e, dessa grande magnitude que serão os jogos mundiais. E aí pensando
nisso e pensando também, em tudo que vocês colocaram como apresentação, sugiro que
saia daqui uma recomendação que seja inserida a nossa participação como orientadores,
como participante desse processo da construção, visto que a gente entende que os povos
indígenas do Brasil terão sua representatividade nesses jogos. Então, eu gostaria que daí da
CNPI fosse repassado para vocês essas recomendações.
Flávio Chiarelli – Obrigado. Por fim Chiquinha Pareci.
Francisca Pareci – Boa tarde. Apesar de a gente não ter almoço, mas pelo adiantado da
hora. Marcos eu acho que as considerações os parentes já fizeram e eu reforço, reiterar o
agradecimento pela sua presença, tanto a sua quanto a do Rivelino. Atenderam o chamado
da CNPI e isso é muito importante e, gostaria de pontuar algumas questões de ordem dessas
recomendações que a Simone acabou de colocar. A CNPI vai de fato fazer algumas
recomendações em relação a participação não só indígena, mas algumas questões que
aconteceram em outros jogos e que não podem se repetir mais. E que nós estamos aqui não
para criticar, mas sim para dar um suporte maior de melhoria cada vez mais desses eventos.
Eu acho que Rivelino já pontuou aí de que é para se transformar de fato em politicas
publicas permanentes. Independente de governo que entra e sai. Então, nesse sentido eu
pergunto a você, por exemplo, por uma questão mesmo de informação para os parentes
como eles de fato vão ter acesso às atas, gravações todas desta reunião, assim que você
pontuasse um pouco a questão dos critérios de participação dos povos. De que forma isso é
trabalho, quem são alguns e eu acho que a Simone já colocou. E para você Rivelino,
gostaríamos que a gente pudesse ter acesso a proposta do projeto da forma como foi
encaminhado, para que a gente possa empoderar as comunidades indígenas e,
principalmente tanto você quanto o Marcos nos dar subsidio de informações a respeito
desses dois eventos para subsidiar na I Conferencia Nacional de Povos Indígenas. Porque
certamente estes eventos serão comentados nas aldeias. E a gente queria colocar também,
que vocês se colocassem à disposição da CNPI para serem chamados para dar outros
esclarecimentos. Porque discutir politicas publicas, politicas indigenistas é necessário sim
que a gente possa consolidar essas discussões no sentido de dar informações para os
parentes e, subsidia-los de que forma, de que maneira possam ter cada vez mais o
entendimento e o esclarecimento sobre esses eventos. É isso que eu gostaria de colocar.
Obrigada.
Flávio Chiarelli – Obrigado Chiquinha. Eu vou devolver a palavra para o Marcos Terena
para fazer suas colocações.
Marcos Terena – Bom, pessoal, agora vou conversar com vocês de índio para índio. Com
respeito aos conselheiros que não indígenas, o presidente da FUNAI, Marcelo, que tem sido
um companheiro nessas articulações, o Rodrigo, o pessoal do Itamaraty. Vocês têm que
entender, a primeira coisa, vocês me conhecem e vocês mesmos falaram isso, esse é um
empreendimento, vamos usar a palavra que o homem branco usa quando quer fazer uma
hidrelétrica, por exemplo, empreendimento. Quando se trata de nós povos indígenas, não
somos parte desse processo. Por isso que eu quando eu comecei a minha eu disse que tenho
uma alegria de estar aqui porque vocês estão aqui. eu não sei também e nunca perguntei
qual foi o critério da eleição de vocês. Tem muitos povos que não estão aqui. tem muitos
indígenas bons também que não estão aqui. índios que são nosso companheiros, nosso
parentes, mas nunca me preocupei de ficar preocupado, o Kohalue está aqui, o Valcelio está
aqui e o Valcelio nós ajudamos e apoiamos politicamente para chegar aqui. Então, eu quero
dizer o seguinte: vocês também tem uma missão. Também tem uma tarefa e que não é só
essa reunião. Vocês tem que pensar lá na frete. Porque os senhores que estão aqui tem um
comando, tem um ministro como a Rosana mesmo falou, muitos aqui não podem fazer nada
se não for uma orientação do ministro e da própria presidente. Então, vocês como são estão
sendo vistos, olhados pelos parentes que tem problemas também. Muitas vezes eles querem
vir aqui. eles cobram: Marcos porque você não está na CNPI? Aí eu falo que é porque já
tem outro parente. Eu nunca falo que queria. Isso é costume de ONG, fazer um abaixoassinado aqui para tirar fulano e colocar fulano. Eu falo isso porque muitos de nosso
parentes sofreram. Vou dar um exemplo aqui. O Akiaboro falou do Paiakã, que era um
grande líder jovem em 82. Quem derrubou o Paiakã? A gente estava preparando o Paiakã
para ser o grande comandante na Rio 92, que era o grande evento da ONU aqui no Brasil.
Quem derrubou o Paiakã? Foi a Revista Veja que colocou quando começou a conferencia
da ONU saiu a Revista Veja e quem estava na capa? O rosto do Paiakã com o cocar bonito
dos Kaiapó. E embaixo da foto do Paiakã tinham duas palavras: o selvagem. Revista Veja.
Paiakã tinha tido um problema com a professora e começou a maior confusão. Mas o
projeto carioca da conferencia mundial dos povos indígenas não podia, a Chiquinha estava
lá também e ela lembra disso. Nós temos que ser estrategistas. Eu olho para vocês assim e
eu vejo pessoas inteligentes, estrategistas. Vocês não estão aqui só para fazer reunião de
mês em mês, ganhar diária, ficar em hotel. Não. Vocês têm que inclusive se afirmar. Eu
falo isso muito e falava isso muito para o Lula, por exemplo. Eu conheci o Lula em 81 e,
hoje ele foi Presidente e, encontrei com ele anteontem, está gordo. Naquele tempo ele era
gordo, mas foi de tanto comer e eu como muito também, aquele osso com carne, chambaril,
acho que é isso. E ele falou para mim assim: Marcos, eu não vou colocar índio na
presidência da FUNAI porque vocês não sabem o que vocês querem. Ele falou assim para
mim lá no gabinete dele quando ele já era presidente. Quem que eu vou colocar? É assim
que eles pensam. Eu falei com ele, porque eu conheço ele pessoalmente e falei duro com
ele também, falei: você conhece o Mengaron, Fernanda Kaingang, você conhece a Zelene.
Você conhece o Ailton Krená, você me conhece, qual a duvida presidente? Eu tenho medo
de vocês se matarem. Lá na FUNAI os caras vão te dar... Então, ainda existe pessoal, a
ideia de que nós não estamos preparados e, vocês aqui estão demonstrando que vocês
querem discutir políticas publicas. Eu ouvi muitas vezes vocês falhando politicas publicas,
politicas publicas. Nós vamos agora entrar no novo governo, apesar de ser a Dilma, mas
vamos entrar no novo complexo de governo e vocês falaram aqui da senadora Kátia, mas
ela vai ser ministra do governo. E o que vocês vão falar? Vocês vão falar assim: Marcos
Terena não está apoiando os jogos. Os jogos é um evento que vai passar, vai acontecer em
setembro e depois acaba. Mas a politica publica não acaba. Então, eu vi lá que muitos
parentes colocaram, atiraram flecha no rosto da Dilma, no rosto da Kátia, para que pessoal?
Para sair no jornal ou para aumentar a raiva deles contra nós? O Marcelo aqui representa o
ministro da justiça, o presidente da FUNAI também aqui, são pessoas que falam com o
governo de igual para igual. Tem aqui os outros representantes dos outros ministérios aqui.
Os ministérios estão aqui. então, a gente, eu penso assim, a minha maneira de pensar, nós
temos que prever, por exemplo, eu não sei se vai ter uma resolução aqui, o presidente aqui,
o Flávio e a outra moça que eu não conhecia que era a presidente, nós temos um presidente
da FUNAI interino. Entendeu? Então, ele tem uma missão se segurar a FUNAI mais ou
menos assim, temporário. Não temos presidente da FUNAI de verdade. Então, temos um
interino. Então, até isso vocês que são conselheiros tem que pensar. Então, quando vamos
ter um presidente da FUNAI de verdade. Um monte indígena coloca na internet o Marcos
Terena vai ser presidente. E vem um monte de gente, parente, parabéns e tal, mas ninguém
do governo falou comigo. Tem que falar comigo. Eu não sei o orçamento da FUNAI. Você
sabe o orçamento da FUNAI para o ano que vem? Então, tudo isso tem que ajudar a
governo, o comando do governo a fazer a tal de politica publica para os povos indígenas.
Estou fazendo esse comentário de cinco minutos para mostrar a vocês, por exemplo, esse
empreendimento dos jogos mundiais dos povos indígenas, a gente está fazendo com trinta
países. Estamos fazendo isso com as nações Unidas, Unesco e agora vocês me convidaram
para vir aqui e, quero dizer a vocês: isso não é politica do governo, como foi bem falado
aqui. foi uma ideia que a gente teve com o Pelé e que virou jogos dos povos indígenas e,
agora vamos para os jogos mundiais. Mas a gente não faz nada sem o Ministério do
Esporte. Porque precisa da grana deles? Não é só por isso. Eles têm que estar junto com a
gente. Por exemplo, o Rivelino, não lembro se ele falou isso, mas cada ministério desse vai
fazer parte do grupo interministerial dos jogos mundiais. O MEC, Ministério da Saúde,
FUNAI, Ministério da Justiça. Toda semana tem uma reunião daquele ministério.
Ministério você quer participar ou não quer? Entendeu? Então, é uma construção e quem
está provocando isso? Os jogos mundiais. Não é o Marcos Terena, o Carlos terena. Somos
chamados de irmãos Terena como os irmãs Vilas Boas. Tem outro nome Terena aqui.
Terena é o nome da nação, mas para sacanear a gente eles falam: os Terena, os Terena.
Bom, então, os jogos a gente vai montar uma plataforma que a gente chamava na ONU de
Alto Nível quando a gente debateu as questões indígenas na ONU não era em Nova Iorque,
mas na Suíça. Eu fui um dos primeiros índios a chegar na Suíça. Agora, com quem eu
conversava lá? Com os diplomatas, com o s nosso embaixadores e que hoje são ministros:
Patriota, Celso Amorim, a própria Ana Luiza que agora está como embaixadora também
todos eles cresceram. Eles eram todos jovens e nós também éramos jovens. dois deles
viraram ministros e eu marcos terena que andava assim com eles negociando os direitos
indígenas continuo como piloto da FUNAI, mas fazendo o debate das questões indígenas.
Hoje eu considero pessoal, questão indígena um jogo de inteligência. Não é na... Eu
marchei muitas vezes com os Kayapós para expulsar garimpeiro, para expulsar fazendeiro.
Naquele tempo os Kayapós iam para combate, para guerra mesmo, para matar ou morrer.
Então, a gente dizia calma aí, não sei o que. Entendeu? Então, nós fizemos uma grande
articulação com esses grandes chefes, muitos deles já faleceram, assim como em outras
regiões. Mas cada situação de demarcação é uma situação diferente. O Lourenço estava
falando do pai dele, que eu quando cheguei aqui em Brasília nessa época eu não ficava lá
dormindo sou índio e vou ficar aqui. naquele tempo a FUNAI dava mais ou menos
cinquenta reais para cada índio passar o fim de semana. Naquele tempo. Eu nunca peguei
esse dinheiro da FUNAI, porque dinheiro você tem que conquistar, em que trabalhar para
você ter dinheiro no bolso. Eu estava vindo da Força Aérea e já era piloto e virei índio. E
quando eu era piloto e virei índio. Mas eu quero explicar para vocês como na minha
cabeça... A Rosana mesmo morava na Ilha do Governador no Rio de Janeiro e ela é
anestesista. Ela sabe dar anestesia nas pessoas. uma profissão de risco inclusive. A gente
chamou, quem chamou? Eliane Potiguara. Então, eu estou mostrando a vocês pessoal, todos
nós temos uma historia em relação à civilização do homem branco e, a nossa identidade.
Então, eu quero dizer que quando eu estudava eu não tinha tempo de jantar, então o pai dele
guardava minha janta. Sabe que horas eu ia jantar? Uma hora da manha depois do cursinho
para entrar na universidade. Era comida fria, mas ele guardava. Ele lembrou e eu nem
lembrava mais então, eu estou querendo mostrar para vocês. E os jogos é o seguinte: quem
a gente deve convidar? Com quem eu combino o negocio dos jogos? Com o ministro do
esporte, que é um agente politico. O ministro do esporte é um politico. Lá em Nova Iorque
na ultima conferencia lá eu troquei ideia com o ministro da justiça, o Cardozo, que é meu
companheiro no partido. Sou do PT igual a ele. Mas eu nunca pedi para ele: ministro me
coloca lá como chefe de gabinete e tal. Sou do PT entendeu? Nunca fiz isso porque temos
que ter também dignidade. Entendeu? Nosso povos são dignos. Somos as primeiras nações
no brasil. Então, os jogos são uma ponte que estamos construindo, os jogos dos povos
indígenas. Muitos parentes resgataram o próprio nome. Irantxe, se não me engano, era o
Irantxe de mato Grosso, um dia ele chegou e falou: não mais ser chamado de Irantxe. Como
você quer ser chamado? Lá durante os jogos. A gente quer ser chamado pelo nosso
verdadeiro nome. Qual é o teu nome verdadeiro na sua língua? Nanuque. A gente ficou
emocionado, porque não antropólogo, não foi a FUNAI, não foi a ONG que foi lá e falou:
muda teu nome. Foram eles mesmos. Então, provavelmente um dia vamos deixar de
chamar Kayapó, Canela, Terena, mas o povo tem que nascer com essa consciência. E por
outro lado sobre o evento em si, como eu falei, vamos ter os jogos mundiais, além da beleza
vamos ter o Fórum de debates como eu falei. Vamos discutir, por exemplo, onde vai ser a
sede da Confederação Internacional Indígena dos Jogos? A cidade de palmas o prefeito
falou para fazer a sede em Palmas. O prefeito do Rio falou: traz aqui para o Rio. Nesse
campo todo mundo quer participar, recepcionar a gente, mas não pode ser só eu. Eu não sou
atleta. Não sou atleta, já fui, hoje não sou m ais. Então, eu queria estimular vocês realmente
a pensar nessas questões. Vamos fazer o debate sobre agricultura familiar. Esse ano a ONU
determinou que é o ano internacional da agricultura familiar. Fomos lá falar com o ministro
do MDA. Ministro, vamos criar um negocio para não passar batido, porque lá na ONU a
ONU designou uma índia da Nicarágua para ser embaixadora da agricultura familiar. Eu
quero mostrar a vocês que existem vários espaços. E nós nunca conseguimos ocupar esses
espaços.
Flávio Chiarelli – Marcos deixa eu só fazer uma intervenção rápida. Pedir para você tentar
concluir em três minutos só por causa do avançado da hora. Já são dez para as duas.
Marcos Terena – Só respondendo duas perguntas que me preocuparam bastante e eu
preciso falar. A questão, essa que o Akiaboro falou da mulher, da miss, não tem nada a ver
com a gente. Eu também vi. Os caras pegam as fotos, vão lá e tiram a foto e colocam na
internet e colocam essa musiquinha que você falou. Não tem nada a ver, mas vamos
durante os jogos mundiais fazer um negocio fazer um negocio chamado desfile da beleza da
mulher indígena. O que é isso? Isso foi discutido em Cuiabá e as próprias mulheres
disseram que não querem negocio de miss, isso aí que você falou. Miss é coisa do branco.
Primeiro que as índias não são altas. As miss do brasil são todas com dois metros de altura,
magrelas e tal. Feia para nós. Para mostrar nossa roupa, nossa tradição. Temos que respeitar
realmente a mulher. Está sendo trabalhado. Outra coisa que eu queria a vocês é que n´só
vamos nesse projeto dos jogos estabelecer formas de participação. Quando vocês falam que
querem cobrar eu falo para vocês: como vocês querem participar dos jogos? Qual a
contribuição que vocês podem dar para os jogos mundiais, já que o projeto é grandioso,
bonito e vamos arrebentar, como diz a torcida, mas não para o comitê intertribal. Vocês
nunca ouviram eu falar do comitê intertribal, mas o comitê intertribal é a organização
indígena que nasceu em 91 e, que, faz isso em silencio, agora com o apoio do governo
federal. O Rivelino vai explicar aqui a questão do projeto que ele quer construir voltado
para as aldeias e, não tem nada a ver com as aldeias. Você falou 18 milhões. Esse dinheiro
não é suficiente para fazer os jogos mundiais. Precisamos buscar patrocinador. Vou
procurar Adidas, Nike, procurar o cara que faz refrigerante. Entidades do próprio governo
como Petrobras, Eletrobrás e não sei o que. E a Petrobras está atrás da gente. Quer ajudar e
a gente está olhando a Petrobras. Os índios do equador não gostam da Petrobras os índios
do Peru também não gostam da Petrobras. E com vamos fazer? É uma indústria brasileira.
Enfim, tudo estamos discutindo com a equipe de pessoas que são especialistas. Estamos
discutindo por exemplo, qual o índio que vai correr cinco mil metros? Então, vamos ter um
grupo da SESAI inclusive, estamos explicando para a SESAI para criar um serviço não de
pronto socorro do índio, o índio desmaiou corre lá. Não é. Preparamos o índio para não
desmaiar. Na reta final o índio desmaia na frente da TV Globo, CNN e não sei o que. Não.
Temos que chegar. Como os negros que são índios também lá da África que eles chegam
lindos são índios. Então, a participação não é por estado. A menina perguntou quis os
estados que vão participar? Pessoal, nós também precisamos ensinar o governo, o homem
branco, que o estado não tem nada a ver com a gente. Onde tem mais etnias indígenas?
Amazonas e Mato Grosso. Então, quando vem 20 etnias o pessoal fala: só do Mato Grosso?
Não em nada a ver com Mato Grosso, tem a ver com a geografia dos nosso povos. Mato
Grosso do Sul, por exemplo, tem 80 mil índios. É uma das maiores populações, mas acho
que só tem seis ou sete etnias. Não tem 30 etnias. Então, para mostrar para vocês que temos
também uma equipe de conselheiros. Tem representação Kayapó, Pataxó, Xavante,
Guarani, Kaiowá. Mas vocês não convocam, vocês gostam de falar base. A base é uma
palavra que vem do movimento sindical, da CUT, essa não é palavra nossa. Nossa palavra é
nossa comunidade, nosso irmãos. Eu fui em reuniões e outro índio falou: companheiro.
Fala para mim companheiro e eu respondo: não sou seu companheiro, sou seu irmão. A luta
é a mesma. vamos realmente e estamos acompanhando isso, vamos tentar criar um
momento de debater essa ameaça que paira sobre nós. O comitê da elaboração da
Constituição brasileira e um dia encontrei um dos grandes inimigos dos índios, Conselho de
Segurança Nacional. Ele não me reconheceu. Ele era um almirante do serviço secreto do
governo militar. E encontrei com ele há dois anos, já estava velho esse senhor e ele queria
apoiar a causa indígena, queria apoiar os jogos indígenas, mas naquele tempo ele era do
SNI. Mas tínhamos índios também no SNI. Tinha índio Carajá do SNI. Por isso que quando
a gente discute segurança indígena a gente não pode confrontar a policia, por exemplo,
senão vamos apanhar realmente. Lá na aldeia todo índio tem um serviço de proteção, toda
aldeia tem um serviço de proteção, os Terena principalmente e eu conheço bem. Porque não
é policia, é segurança. Mulher, homem. Os Guarani também tem. Então, termino minha
mensagem para você e eu fiz um comentário mais abrangente, porque em outra
oportunidade eu gostaria aqui inclusive com o presidente da FUNAI , presidente da CNPI,
dizer que a gente está à disposição nesse processo. Particularmente eu queria comentar com
o senhor e está aqui o Marcelo que sempre apoiou os jogos indígenas, eu queria a vocês
pessoal que tínhamos uma salinha lá nesse prédio novo da FUNAI. Com telefone e um
computador. Uma sala bem pequena. E quem ficava lá era o Carlos Terena. E a presença na
FUNAI, não sei de quem foi a sugestão, exigiu porque esse era um pedido do Marcelo:
arranja um espaço porque a FUNAI tem que estar no circuito dos jogos. Então, houve uma
orientação de fechar a sala. Outro dia fui lá e descobri que ela virou uma caixa de deposito
de caixa de papelão. Então, eu gostaria de estimular o presidente, inclusive eu gostaria de
marcar uma audiência para a gente abordar esse assunto, especificamente, e também, para
contribuir com seu trabalho aí à frente da FUNAI.
Flávio Chiarelli – Ok. Obrigado Marcos Terena. Só em relação à sala, esclarecendo que
foi na gestão anterior, mas a medida não foi adequada porque assim, como a gente pode
perceber hoje aqui e acho que até falei no começo, os jogos indígenas é uma iniciativa do
comitê intertribal. Embora você seja servidor da FUNAI, é onde você faz paralelamente às
suas atividades da FUNAI. Então, não nos pareceu muito adequado ter um espaço
institucional dentro da própria FUNAI para isso. Eu queria passar rapidamente, a gente já
estourou o prazo aqui, enfim, que a gente já tinha previsto, mas para o Rivelino fazer suas
considerações. Na verdade foram feitas duas perguntas.
Rivelino Macuxi – Isso. Eu só queria retomar a fala do professor na abertura, inclusive de
um parente que falou que parece que o futuro indígena era incerto. Vocês lembram das
palavras do parente.
Flávio Chiarelli – Rivelino, desculpa. Sem te cortar eu queria pedir que você respondesse
as perguntas que foram colocadas porque a gente não tem mais tempo para outras
colocações. Se a gente a combinou que não ia almoçar para poder ir direto, e as pessoas tem
outros compromissos. Então, a gente correr um pouco e a comissão ainda tem que esgotar a
pauta fora o convite. Vocês não estão com a pauta aí, mas a gente ainda tem o convite do
planejamento do ano que vem dos outros encaminhamentos.
Rivelino Macuxi – A representação do Ministério nos estados ainda não existe. A pergunta
feita é como está representação do ministério lá nos estados. Não tem. É um trabalho que
iniciou agora, uma coordenação que a gente ainda está montando, o I Fórum e acredito que
esse fórum ele é a base inicial da ação de governo pelo Ministério do Esporte nesse sentido.
Agora, de como vamos organizar daqui para frete quem vai dizer isso somos nós. São vocês
povos indígenas, esses 300 indígenas que estão vindo vão dizer ao ministro e, o ministro
posteriormente para a presidente Dilma, de como estamos organizando. Eu acredito que
assim como o Marcos falou, que nós aqui temos responsabilidade. Não sou eu não, nem só
vocês, todos nós somos responsáveis. Acredito que essa base, essa consolidação da nossas
ações depende muito do nosso pensamento. Trabalharmos de fato unidos. Ao invés de bater
no governo, bater nos representantes que estão aqui, é propor mesmo, articulação mesmo.
Articulação politica e dizer: queremos dessa forma. Fomos ensinados e eu também sou
parte disso, ensinado de meter buduna, como se diz. Já levei borrachada de policia por
conta disso. Hoje estamos em uma era totalmente diferente. Então, convido todos vocês a
fazerem propostas, concretizar o pensamento e vocês trazerem das comunidades, das etnias
o conhecimento. Agora temos que passar para o papel e dizer ao governo como nós
queremos. Então, na representação do ministério ainda não tem, vamos ver de que forma
vamos construir isso no fórum. Uma outra questão que foi colocada é sobre o legado dos
Pataxós. O Ministério do Esporte além de apoiar eventos que ainda até hoje são eventos,
conseguiu apoiar só o Pataxó e estava previsto apoiar copa das arvores, do Acre e não
conseguimos formalizar parceria com a UFAC e, de Roraima também não conseguimos.
Enfim, só conseguimos apoiar um. Mas além desses eventos que o ministério apoia,
queremos também deixar ações no ministério. A Coroa Vermelha, por exemplo, estamos
tentando direcionar para lá um PELC, porque tem um problema grave lá. A presença da
droga está lá dentro, inclusive armamento. Segundo os moradores tinha lá metralhadora
dentro da aldeia. Então, o Ministério do Esporte tem um programa chamado PELC –
Programa Esporte e Lazer da Cidade. Foi dimensionado para a comunidades tradicionais
onde entra ribeirinhos, quilombolas, enfim, comunidades tradicionais e, a ideia é implantar
um PELC lá para que ocupe um pouco mais da mente desses jovens. foi colocado pela
colega que o segundo tempo não tem nada a ver com nossa realidade. Inclusive é discutido
de fato e eu vou falar mais rápido aqui porque o presidente está doido para me mandar de
volta e ainda tem coisa para fazer aqui mas de fato o PELC e PST não correspondem às
nossas expectativas. Inclusive a educação infantil eles discutem exatamente sobre isso.
Como essas crianças vão aprender o nosso jeito de indígena se eles vão passar o tempo todo
na escola. Como ele vai aprender a cultura de respeitar o mais idoso, respeitar seu irmão se
ele vai estar sob o comando de um professor apenas. Então, são situações que de fato
precisamos rediscutir. O PELC n fórum vamos rediscutir também de que forma queremos.
De que forma queremos o segundo tempo? Se vai ficar fora da comunidade ou se vamos
inserir dentro das atividades da comunidade. Mas quem vai dizer isso são vocês. São os
representantes que vão discutir lá no fórum a respeito dessa questão. Por fim eu queria e eu
não sei se respondi a questão do documento. Eu não tinha conhecimento a parente que
apresentou sobre o documento. Eu vou buscar resgatar esse documento da época do Agnelo
como ministro, para ver o que de fato diz esse documento final dessas nove oficinas que
foram realizadas. E possivelmente utilizá-la para também subsidiar o nosso fórum. Não
tenho duvida de que fechando o fórum esse documento final vai ser disponibilizado para a
CNPI que discute aí ações e politicas publicas de todas as partes das nossas cidades, vamos
disponibilizar sim para a CNPI. Gostaríamos que o CNPI, a comissão do CNPI rediscutisse
com carinho isso. De que forma, serão que estão corretas a proposição do fórum por meio
das nossas lideranças que estão participando. Se você concordam e reforçar isso para o
governo federal. Aqui tem um documento dos nossos povos do primeiro fórum de debate
sobre politica de esporte e lazer para os povos indígenas. Vocês são instrumentos, veículos
importantes nessa passagem. Vocês servem de ponte para as ações publicas dos povos
indígenas reivindicadas. Por fim, era isso que eu queria falar. Eu tinha outra fala, mas eu
vou encerrar aqui por conta da hora. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Rivelino. Eu queria agradecer em nome da presidência da
CNPI vocês terem aceitado o convite e apresentar o projeto, prestar os esclarecimentos e
dizer que nas futuras deliberações da comissão a gente estará em contato com vocês. Como
a gente pode continuar esse nosso diálogo. Era mais o primeiro contato mesmo para que a
gente pudesse se inteirar.
Brasílio Priprá – Eu só queria ter um minuto, só um minuto. Sou muito pratico. Só queria
responder a algumas pontuações do companheiro Marcos. Irmão. Eu conheço muito bem o
trabalho dele. Mas na verdade a CNPI não está aqui para criticar ninguém. O convite que a
gente fez ao senhor Marcos nosso parente, é para dar esclarecimento. Ninguém veio aqui
para criticar ninguém. Como somos representantes dos povos eu acredito que nós e ele sabe
disso, respeitamos todos que estão aqui e que são representantes, são pessoas responsáveis
e devemos ser educados com os outros e, estamos sendo com ele e não está sendo com a
gente. Então, a explicação dele é interessante. É isso que gostaríamos de saber. Não
queremos criticar os outros, não queremos tirar o lugar dos outros. Eu acho que quem está
no lugar é por mérito conquistado. Eu sou muito claro no que digo, porque na verdade eu
sou um cara que respeita todas as pessoas e gosto que me respeite. Estou aqui não por
graduação a ou b. Quando chegar o momento somos todos iguais perante Deus. Então, aqui
estamos para lutar pelo nosso povo. Como o senhor disse são recursos do governo que
estão nesses jogos também. Parabéns. O governo está ajudando, é muito bom, mas é
importante que a CNPI saiba o que está acontecendo, até porque podemos sugerir algumas
coisas, pulverizar isso melhor nas aldeias, no brasil inteiro como um trabalho do nosso
irmão Marcos com os povos indígenas. E é interessante que venha esse esclarecimento para
nós e para nós sabermos e trazer algumas sugestões e pulverizar isso melhor pelo brasil
inteiro agradeço ao nosso irmão Marcos. Eu fico assim, me esclareceu algumas dúvidas que
eu tinha. Mas somos companheiros, somos irmãos e lutamos pelos mesmos objetivos.
Quero dizer feliz natal para todos e feliz ano novo. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Brasílio.
Lindomar Xokó – Boa tarde a todos e a todas. Represento a APOINME região nordeste
leste. Pelo que a gente já, antes de a gente vir aqui presidente a gente se reuniu como o
senhor sabe e trouxemos nossas propostas, ouvimos o Marcos qual a posição. Para mim
está clara a posição do Marcos e o Ministério do Esporte. Meu encaminhamento é que a
gente possa sentar com a bancada e avaliar toda sua fala e se posicionar. Dizer que o
processo foi democrático. A escolha, tivemos que escolher dois companheiros, por
exemplo, eram advogados. Os dois se não me engano aqui não se trata de autarquia, mas se
trata de direitos e realmente representatividades. Tantos companheiros indígenas que são
formados e que não representam nosso anseios, só olham seu umbigo, como se diz, mas
aqui se trata do coletivo. E eu acho francamente uma irresponsabilidade do governo tratar
qualquer tipo de politica sem ser na CNPI. É a instancia criada para construir todas as
politicas que dizem respeito aos povos indígenas. O nosso povo está citado e, no entanto...
eu lhe conheço só de nome e no entanto, estão falando nosso nome sem a gente saber.
Gostaria de ter a compreensão da nossa bancada e teremos um posicionamento e todos
saberão qual o posicionamento da bancada indígena. Muito obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Lindomar. Eu queria agradecer...
Marcos Terena – O dinheiro, os oito milhões não está com o comitê intertribal. Essa é uma
orientação legal e burocrática do governo. Esse dinheiro que o Ministério do Esporte
contribuindo para realizar o evento vai ser repassado para a prefeitura de Palmas, que é
quem realmente vai gerenciar. E nós vamos ficar, o comitê tribal, apenas vamos fazer as
articulações. Só para dizer ao senhor... ah, o dinheiro foi para o comitê intertribal. Não
funciona. Acho que nenhuma instituição indígena não pode mais receber dinheiro do
governo. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Perfeito. Agradeço então a presença de vocês. Só me despedir dos
convidados aqui e a gente vai seguir eu já vou passar a palavra para quem estava inscrito:
Chiquinha Pareci, Coronel Rodrigo e Marcelo Veiga e aí a gente vai encerrar, fazer o
encerramento.
Francisca Pareci – O que eu vou falar aqui pessoal é pontuar algumas questões da
avaliação. Primeiro em relação à questão dos palestrantes, a fala dos palestrantes. Primeiro
que no meu entendimento os palestrantes vieram para esclarecer nós primeiramente, a
CNPI e demais convidados. Agora, a linguagem que ele utilizou ali de fato é acadêmica,
porque ele é pesquisador. Ele trabalha dentro de uma ciência cientifica. Evidentemente é
aquilo lá. E segunda questão: quem vai fazer toda interpretação e a discussão dentro das
linguagens das comunidades somos nós. Esse é o nosso papel. O papel ele fez aqui. tem
parente que a gente vu que realmente teve dificuldade de entendimento. E aí que eu acho
que entra o movimento indígena para fazer uma discussão de esclarecimento. Outra questão
que eu acho que ele fez perfeitamente, principalmente o doutor Antônio Carlos. A palestra
foi muito esclarecedora porque ele pontuou um processo histórico nosso de povos indígenas
diante de uma politica de estado. Outra questão: as diferenças que ele colocou lá. A
diferença e depois da constituinte onde ele pontuou a politica indigenista como era e como
é para ser e deu os indicativos. E ele se propôs a dar continuidade nessa questão de nos
orientar e subsidiar. Eu acho que a gente deve aproveitar, porque também as conferencias
serão para esclarecer a sociedade e os agentes do estado, tanto faz o estado regional, os
municípios e governo federal. Outra questão que eu achei importante é a qualificação nossa
de participante nesse debate para a gente qualificar melhor lá na base. Por ultimo que eu
quero dizer, eu vou manifestar minha preocupação. É a questão mesmo da logística. Como
vai ser essa questão de dar o apoio estrutural para a FUNAI na atuação dessas conferências.
Essa é uma preocupação que eu quero colocar aqui e que eu quero ouvir diante do quadro
que está a FUNAI totalmente esfacelada. Eu quero saber como vai ficar isso. Por ultimo, a
CEF se manifestou sim, mandou uma carta e está aqui a carta e a gente vai passar. Vou
entregar para a secretária e a CEF se manifestou dizendo que ela quer participar da
discussão e disse mais, que ela tem um papel fundamental como instituição da qual temos
vários servidores da FUNAI, porque ela é especifica da FUNAI. Ela não é de outros
servidores. Especificamente da FUNAI. E eu acho muito importante envolver essa
instituição porque lá está o quadro da FUNAI. Se temos, se tem diferenças ou deixa de ter
tem que se discutir com ela. Ela tem que ser chamada aqui porque eu não quero que
aconteça o que aconteceu no estatuto e o que aconteceu na estrutura da FUNAI. Porque
prometeram para nós que iam chamar os servidores para participar, chegou na hora não
chamou coisa nenhuma. E quem teve que se lascar fomos nós e até hoje estamos pagando o
pato por conta disso. Então, a CEF sim tem que vir aqui e a representante das instituições,
principalmente do quadro de servidores da FUNAI, queiramos nós ou não, ela é. Muito
obrigada.
Flávio Chiarelli – Obrigado Chiquinha. Coronel Rodrigo.
Coronel Rodrigo – Então, vou ser bem objetivo porque já passou do horário d termino do
previsto, anda então sobre a oficina. A minha avaliação, a avaliação nossa foi que superou
as expectativas. Acho que foi sabia a decisão de desdobrar o que seria o seminário de
formação que vai acontecer em fevereiro. Vai se desdobrar o que permitiu uma
mobilização, sobretudo uma mobilização de todo mundo vieram representantes de varias
regiões do país que estão mobilizados, que estão engajados, eu acho que foi o ponto mais
importante dessa oficina. Infelizmente não teve condições de avaliar por exemplo, que
estava previsto anteriormente, mas a questão de regimento interno e a questão do
documento base. Mas isso aí terá que ser feito, imagino, ao longo desse tempo até fevereiro
pela comissão organizadora de alguma maneira. A comissão organizadora fica aguardando
os próximos movimentos. Sobre acho que as palestras suscitaram muitos assuntos
importantes. Aspectos positivos. Questionamentos que eu achei importantes e até tem o
contraditório e eu mesmo coloquei alguns pontos negativos, alguns senões. Assim como o
representante do MRE eu queria colocar um tema. Volta e meia eu volto a bater nessa tecla.
Os próprios povos indígenas e eu acho que vai surgindo naturalmente e, depois vou até
fazer um esclarecimento com relação à proteção das terras indígenas, segurança. A gente vê
que a faixa de fronteira em grande parte, principalmente no amazonas, são terras indígenas
e, a gente vê o recrudescimento e é uma área principalmente do Ministério da Justiça, mas o
Ministério da Defesa participa também. A questão dos ilícitos transnacionais eu participo
do comitê de enfrentamento ao trafico de pessoas, que é da SNJ – Secretaria Nacional de
Justiça. Infelizmente não tem um representante da FUNAI, dos indígenas nesse fórum, mas
é importante a questão de tráfico de pessoas, a questão de contrabando de armas,
narcotráfico, descaminho e aí vai. Então, os ilícitos cada vez mais preocupantes. Então, eu
acho que é um tema importante que deve surgir nas bases e deve ser estimulado que surja
mesmo proposta e diagnostico, a proposta da conferência. Que surja um diagnostico e
propostas. E eu ressalvo o esclarecimento que eu ia fazer, que muitas vezes tem dados que a
gente desconhece. Mas tem atividades de segurança pública que são afetas ao Ministério da
Justiça e em última análise e, as forças armadas a atribuição constitucional a garantia da lei
e da ordem. Só que garantia da lei e da ordem existe uma lei complementar que regula isso,
é quando esgota a capacidade das forças de segurança publica. Está acontecendo no Rio de
janeiro. Tem que cuidar. As forças armadas entram e tem toda uma sistemática para atuar
por determinação da presidente da república e não são forças de segurança publica. Foi
muito interessante e até queria destacar aqui, teve a presença e não conversei com a pessoa,
mas o representante da SENASP esteve aqui na oficina também. Não sei se foi sugestão da
Força Nacional ou do DPF. Mas é interessante até a nível local às vezes chamar um e outro
que acharem interessante conversar e ver o que é possível se fazer. Então, basicamente era
isso. Obrigado.
Flávio Chiarelli – Obrigado Coronel. Marcelo Veiga.
Marcelo Veiga – Em meia hora termino minha fala. Acho que não vai ter problema. 45
minutos agora.
Edmilton Cerqueira – Fazer uma ratificação, que na minha anterior eu tinha colocado o
chocolate da Bahia. Não são dos Pataxós, mas dos Tupinambás. Tem a degravação para
depois fazer a correção. Que o chocolate são dos parentes Tupinambás. Eu acho que a
oficina foi positiva cumpriu o propósito. E acho que nós que estas tanto bancada indígena
como indigenista como governo não poderíamos encerrar 2014 sem esse momento. Acho
que ontem quando o presidente Flávio anunciou estar formalmente e que todos batemos
palmas, a gente precisava desse momento. E a gente percebe a motivação que existe de fato
pela realização dessa I Conferencia e que ela venha a ser um sucesso. Eu acho que quando
bancada indígena indigenista, governo com cada um colocando suas ponderações, porque
querendo ou não, existem experiências em outras conferencias e está todo mundo de olho
nas falhas e que a gente não pode estar reproduzindo tal conferencia deu problema dessa
ordem e vamos ver como corrige, tal conferencia aconteceu isso e não aconteceu., é um tipo
de preocupação não do pessimista, mas é a preocupação de quem quer que a coisa aconteça
com qualidade. Porque em novembro do próximo ano estejamos todos aqui em Brasília, 2
mil pessoas fazendo uma conferência de qualidade. Eu acho que divulgar esta conferência é
fundamental. Divulgar não somente para os que estão diretamente envolvidos, mas divulgar
para a sociedade como um todo. que nós realizaremos em novembro de 2015 a I
Conferencia Nacional de Politica Indigenista. No inicio da próxima semana irei fazer um
documento, um memorando circular distribuindo esse material para todo o MDA, todas as
áreas e também para todas as nossas delegacias. O MDA está estruturado lá na ponta com
as delegacias. São 27 delegacias e é importante que todos os delegados saibam da
realização da conferencia e esse material, apesar de ser bem fininho, bem sintético, mas ele
dá conta, cumpre com esse papel de estar efetivamente informando. E entender o momentos
que vivemos nesses dois dias de PEC 215, acho que a gente tem que dar o desconto
inclusive para todos nós. Não fizemos nossa programação de dois dias bonitinhos e fomos
ali e tal. Volta e meia quando vinham as noticias dos parentes lá no Congresso tinha que
mobilizar tudo e correr atrás. Mas mesmo assim, mesmo diante de todo esse processo, de
toda essa mobilização, nós conseguimos dar conta, conseguimos vencer a pauta da oficina.
Acho que cumprimos o papel. Enquanto MDA agradecer podermos estar participando desse
processo rico que é a organização da nossa I Conferencia Nacional de Politica Indigenista.
Obrigado.
Marcelo Veiga – Bom, vou ser bem breve, bem rápido. Queria agradecer principalmente a
organização, FUNAI, o pessoal do MJ pela realização dessa oficina. Não vi nada que
depusesse com relação a qualquer ato nessa oficina acho que foi extremamente proveitoso
nosso tempo. Não tenho receios. Acho que esse é o processo de uma construção politica e
acho que as pessoas vão se politizando a cada momento. É importante que essas lideranças,
assim como vocês já estão extremamente já acostumados com esse ambiente é importante
que a gente traga novas lideranças para também conseguir captar e capacitar. Acho que esse
foi o primeiro passo e, com os erros que tivemos a gente aprende e corrige para o seminário
que vai acontecer em fevereiro. Tiveram algumas falas aqui com relação aos próximos
passos da comissão organizadora. Então, eu queria falar rapidamente com relação a isso. Eu
acho que nós de governo temos algumas tarefas. A gente tem um documento bastante
estruturado, mas que ainda precisa de alguns contornos detalhados que são: o documento
base e o documento que vai dar origem à proposta metodológica da conferencia. Porém, eu
acho que falta ainda o subsidio para a comissão organizadora de um trabalho nosso de
governo. E qual é esse trabalho e é essa a proposta que eu vou fazer aqui. eu acho que cada
um vai ter que fazer uma tarefa de casa de verificar dentro do seu ministério como se
desenvolve a politica indigenista, como ela está se desenvolvendo. Por quê? A gente só tem
como fazer uma conferencia se a gente primeiro fizer um diagnostico de como as coisas
estão. Então, com esse diagnóstico dentro do governo é importante a gente passar para a
bancada indigenista esse diagnostico passamos para a comissão organizadora também e,
vocês vão trabalhando esse material e a gente também. Temos que passar esse material
também para o pessoal da FLACSO que vai nos ajudar bastante. E a partir daí eu acho que
a gente convida todos os ministérios para a primeira reunião da comissão organizadora já
no que vem para fazer uma breve apresentação. E como a bancada indigenista já teve
acesso a esse material, a bancada e a comissão já terão condições de dizer o que está ok, o
que tem que fortalecer, o que precisa mudar aqui e ali. Eu acho que é importante a gente ter
um pouco mais claro quais são os objetivos que a gente quer com essa conferencia. Isso vai
dar mais clareza para a gente de quais as diretrizes efetivamente a gente pode tirar dessa
conferencia. Fica aqui a proposta e eu acho que depois eu combo com o doutor Flávio para
a gente fazer essa manifestação, provocar os ministérios para que a gente consiga produzir
esse material. Não é algo que também vocês vão fazer da noite para o dia;. Estamos no final
do ano. Mas acho importante que já que na primeira reunião do ano que vem a gente já
traga esse subsidio para comissão organizadora. E tocar os trabalhos no final desse ano e
imagino que essa reunião tenha que ser na primeira quinzena de janeiro para começar a
fechar porque é a perspectiva nossa termos proposta metodológica e caderno de proposta já
prontos para o seminário de fevereiro. Ok? Muito obrigado a todos.
Flávio Chiarelli – Para a gente encerrar nossa reunião, a 26ª Reunião Ordinária falta a
gente definir planejamento para o ano que vem. A gente tem uma proposta de calendário de
reuniões. São 4 reuniões ordinárias, sem prejuízo de convocar uma extraordinária mais
próxima da conferencia para ajudar nos trabalhos mas a gente está propondo a cada três
meses. Seria então, e se alguém quiser já anotar, estamos propondo de 10 a 13 de março a
27 ª reunião. De 02 a 05 de junho a 28ª, de 15 a 18 de setembro a 29ª e, de 15 a 18 de
dezembro a 30ª. Então, é só um indicativo. O que o doutor Marcelo colocou aqui da
necessidade talvez de a gente fazer uma extraordinária ou mudar a data da 29ª para ficar
mais próxima da conferencia, mas também podemos convocar sem prejuízo uma
extraordinária. Esse fica como indicativo de data para a gente. A gente não sabe o que vai
acontecer até lá. Eu acho que não há grandes encaminhamentos finais. A questão dos jogos
acho que o Lindomar falou pela comissão como um todo, se apropriar do que foi dito aqui
em relação ao que os convidados falaram e eventualmente depois se a gente chegar a
alguma conclusão, mais informações e se quiser de fato participar mais dos jogos ou enfim,
qualquer atitude eu acho que pode ser em um segundo momento. A gente precisa primeiro
fechar nosso posicionamento em relação a isso. E como nada na vida pé fácil a gente além
de ter ficado sem almoçar temos uma chuva. Tem um colaborador do MinC que veio
distribuir um material que também tomou um chá de cadeira. Já entregou e foi embora? Ele
foi mais esperto. Quem quer falar? Rosane em trinta segundos por favor. Não precisa falar,
já chegou o rapaz.
Rosane Kaingang – Deixa eu apresentar o Regis. O Regis foi servidor da FUNAI, é
aposentado e trabalha conosco na exposição Séculos Indígenas e temos um material para
entregar e que entregamos para a FUNAI para mandar pras as nossas escolinhas, para as
bibliotecas, universidades e para os povos onde foi feita a exposição Séculos Indígenas. A
exposição séculos Indígenas trabalha 11645 que é a lei da diversidade nas escolas. A
Constituinte e ela como procedimento além de fazer a exposição, ela capacita professores
indígenas, jovens estudantes indígenas, professores da rede púbica e quem comparece na
questão indígena são palestrantes indígenas. O projeto séculos Indígenas vem sendo
desenvolvido por indígenas, eu faço parte dele. A reprodução do material é entregue aos
professores da rede publica para trabalhar com seus alunos a questão indígena. Como o
governo elaborou a lei 11645 e engavetou e não tem nada de execução, nós estamos
trabalhando a 11645 com a rede publica, as escolas. E nessa exposição se visita alunos das
escolas de nível médio superior. As crianças. E quem os recebe são estudantes indígenas
que divulgam sua cultura, a demanda e falam sobre a politica, conjuntura e uma forma de
subsidiar a sociedade e ter como aliados esses alunos e nós temos material. Essa parceria
foi feita também através da FUNAI. O doutor Flávio era o procurador através da CGPC
FUNAI, MinC, MEC e SEPIR. Soa nosso parceiros para trabalhar a 11645. A ultima foi na
Paraíba com os Potiguara e Tabajara e que o capitão participou. Vamos entregar o material
para vocês passarem nas aldeias. Eu vou passar para o Regis. Obrigada.
Flávio Chiarelli – Obrigada Rosane.
Regis – Boa tarde. Bem rapidinho. Esse livro, que chamamos de timecoder que acompanha
toda essa coleção de gravações que são exatamente 42 horas de gravação. Eu estou ali e
ainda tem alguns volumes e se alguém levar para sua comunidade me procure na saída. É
só isso.
Teresinha Gasparin Maglia – Antes que esqueça, o doutor Marcelo está de aniversário
hoje. Ele estava fugindo e eu segurei ele. Ficou a manhã inteira conosco e não vamos deixar
ele sair sem dar os parabéns. Vamos lá.
Parabéns ......
Flávio Chiarelli – Pessoal, deixa eu só fazer... já que a chuva não vai deixar ninguém ir
embora, você quer fazer um discurso de agradecimento?
Só quero agradecer a oportunidade que a vida dá para trabalhar cm vocês. A gente aprende
demais a cada momento que a gente está junto e tem alguns momentos que não vou
esquecer nunca e eu quero agradecer a cada um de vocês do fundo do coração. Obrigado.
E para encerrar eu queria, a gente está encerrando o ano de 2014, essa é a ultima reunia do
ano, eu queria fazer um agradecimento a todos os indígenas que permaneceram aqui cm a
gente. E também as autoridades representando o governo, Coronel Rodrigo sempre aqui
com a gente até o fim, Rodrigo, Edmilton, também aqui hoje a Márcia e o nosso coronel da
aeronáutica. Vocês que sempre tem contribuído para as nossas atividades darem certo, ter
quórum para isso. Agradecer a vocês, indigenistas e os representantes das organizações
indigenistas. E declarar encerrada a nossa 26ª Reunião Ordinária.
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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Comissão Nacional de Política