Fauna sarandiense em risco
Não obstante a diminuição da biodiversidade da fauna causada pelas perdas e
degradação dos habitats naturais e corredores ecológicos, começa-se a constatar, nos
últimos meses, uma nova onda de caçadas na região do município de Sarandi. A
prática, como é evidenciado em matéria ao lado, volta a crescer, mais uma vez, sendo
vista com frequência no interior e redondezas.
Entendemos que, para alguns, a prática da caça ilegal pode ser justificada em
razão do consumo da carne, gordura e ovos de animais como a capivara, cutia, tatu ou
perdiz. Ou, ainda, em função dos prejuízos que os animais silvestres vem a causar ao
produtor rural, quando predam animais domésticos e valem-se de suas plantações,
como é caso dos cachorros-do-mato, gaviões, caturritas e demais psitacídeos.
Por outro lado, porém, novas tecnologias mostram a existência de outras
soluções para o problema, repensando as técnicas de criação dos animais domésticos
de forma a conciliar ambos os grupos e, assim, minimizar as perdas por predação. Se
a intenção, contudo, é apenas a diversão – caça esportiva –, faz-se saber que existem
muitos locais apropriados e autorizados para a atividade, bem como períodos
permitidos.
A preocupação em relação à caça ilegal, nesse sentido, é grande, em virtude
de ser esta uma das principais ameaças para as populações de diversas espécies,
inclusive dos felinos. Hoje, 627 animais da fauna brasileira estão ameaçados de
extinção e podem desaparecer rapidamente se o homem continuar a matá-los.
Sabemos que a biodiversidade – variedade de espécies (fauna, flora e
microrganismos) encontrada em uma determinada região – é a garantia de um
ambiente ecologicamente equilibrado, e a perda de uma única espécie que seja pode
afetar todo o ecossistema. Isso porque cada elemento da natureza está interligado aos
outros, como elos de uma corrente. Dessa forma, quando um elo se rompe, todo o
conjunto é afetado.
Ao passo em que a prática descontrolada da caça vem aumentando no
município de Sarandi, vemos que outras espécies clamam por socorro e atenção. É o
caso do papagaio-de-peito-roxo, espécie ameaçada de extinção que procura abrigo e
alimento na região. Assim, no intuito de ampliar suas condições de sobrevivências, a
Asapan, juntamente com o Projeto Charão, conduzido pela Associação Amigos do
Meio Ambiente (AMA) e pela UPF, estará reunindo lideranças e organizações da
comunidade para uma força-tarefa. Se você também se preocupa com a sobrevivência
da fauna no nosso município, apoie esta causa, conscientizando-se e denunciando as
atividades de caça e apreensão de animais silvestres!
Por Simone Luiza Fritzen/Assessoria de Comunicação da Asapan
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